Janeiro 2017
PRATA DA CASA
Câmara de Dirigentes Lojistas de Carandaí
Foto: arquivo pessoal Sr. Juquinha
VOCAÇÃO, DEDICAÇÃO E COMPROMISSO: CONHEÇA A HISTÓRIA DA FARMÁCIA JOÃO PAULO II
Fachada da matriz da Farmácia João Paulo II no final da década de 90.
Na infância, o senhor José Mendes Barreto, o Juquinha, era chamado de farmacêutico. Na época, tudo não passava de uma brincadeira do primo João Otávio Sales, em decorrência da semelhança dos apelidos de Juquinha e do proprietário de uma farmácia da cidade de Bias Fortes, onde o empresário passou a infância. Certamente João Otávio não imaginava que o primo segui-
ria a mesma profissão do xará. Hoje, o Sr. Juquinha é um dos principais farmacêuticos de Carandaí, cidade para onde se mudou no início da década de 60. Embora nunca tenha feito um curso superior na área (é farmacêutico provisionado, possuindo apenas o curso exigido por lei para que seja responsável por estabelecimentos do setor), a experiência, a dedi-
cação e o compromisso com a profissão, fizeram com que Juquinha conquistasse o respeito e a confiança de outros profissionais da saúde e da população carandaiense. O envolvimento com as atividades do ramo começou cedo: aos 10 anos, pouco tempo depois de ir morar em Barbacena, Juquinha começou a trabalhar na Farmácia Glória, de propriedade do Sr. Vicente
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Oportunidade de negócios A proximidade com o município de Carandaí teve início com as visitas feitas à irmã Izorete Mendes e seu marido, o senhor Jesus Mendes. Em uma dessas vindas, Juquinha recebeu uma oferta de negócios: o patrão de seu cunhado, o Sr. Antônio Almeida, era proprietário da Panificadora Santana e desejava vender o estabelecimento. Ofereceu-o, então, ao farmacêutico. Com a ajuda do pai e em sociedade com Jesus, Juquinha comprou a padaria e mudou-se para Carandaí. Com muito esforço e dedicação, fez com que os negócios crescessem. Mas o enveredar por um caminho tão diferente não o afastou das atividades farmacêuticas: em algumas ocasiões, ele substituía o senhor Ary Teixeira de Car-
valho (que, coincidentemente, viria a ser seu sogro) na Farmácia Santa Maria. Cerca de quatro anos após assumir a panificadora, o empresário desenvolveu uma alergia à farinha e teve que começar um tratamento médico para que pudesse dar continuidade ao negócio. Nesse meio tempo, recebeu uma oferta para comprar a farmácia do Sr. Ary, mas teve que recusar, pois não possuía os recursos financeiros necessários para a compra. Mas o destino no ramo farmacêutico parecia falar cada vez mais alto. Em uma visita à Farmácia São Luís, em Barbacena, encontrou o Sr. Ary, que oferecia o negócio em Carandaí para o proprietário do local, o Sr. José Francisco da Silveira. “O José disse: ‘Se o Juquinha quiser tomar conta Foto: arquivo pessoal Sr. Juquinha
Araújo. “Naquele tempo tinha muita manipulação e eu ajudava a limpar os vidros”, conta o comerciante, que ia para o estabelecimento todos os dias após a aula. Cerca de cinco anos depois, tornou-se funcionário da Farmácia São Luís, aprimorandose ainda mais na profissão. A vocação para a área da saúde também se fez presente durante o período em que prestou serviço militar, na cidade de São João Del Rei: no Exército, fez um curso de Enfermagem e teve a oportunidade de atuar. Terminado o tempo de serviço, Juquinha voltou a morar em Bias Fortes,onde ajudava o tio Nestor Mendes nas atividades de sua fazenda. Poucos meses depois, mudou-se novamente para Barbacena e retomou as atividades na drogaria.
Janeiro 2017
O Sr. Juquinha, o funcionário João Evangelista e o filho do farmacêutico, Fabiano Barreto, atendem alguns clientes na sede da empresa, no final dos anos 90. 2
Câmara de Dirigentes Lojistas de Carandaí Foto: Helena Amaral
Janeiro 2017
Ao longo dos anos, a sede da Farmácia João Paulo II passou por diversas mudanças. Atualmente, conta com um espaço mais amplo, para melhor atender aos clientes, e abriga um laboratório de manipulação.
da farmácia, eu compro!’, e me propôs a sociedade”, conta Juquinha. Foi então que o farmacêutico assumiu de vez a sua vocação: deixou as atividades da panificadora e passou a administrar a Farmácia Santa Maria. Anos mais tarde, com o crescimento dos negócios, Juquinha conseguiu comprar a parte do sócio. Naquela época, a cidade não contava com muitos médicos, o que conferia uma importância ainda maior ao trabalho dos farmacêuticos. Esses profissionais prescreviam e manipulavam medicamentos, além de fazer diversos atendimentos. O Sr. Juquinha relembra que certa vez chegou a socorrer os feridos em um acidente na linha férrea: “O Dr. Hélio Rocha me ligou e disse: ‘Juca, eu preciso que você vá ajudar a socorrer o pessoal!’. Juntei uma caixa
de remédios e injeções e fui”, tos, mas também na de produtos de beleza. conta. Há cerca de seis anos, a empresa passou a fazer parte do Administração familiar Dois dos três filhos do Sr. Ju- Grupo Farma. A adesão foi feiquinha seguiram seus passos: ta com o intuito de conseguir Marceliano e Fabiano Barreto melhores preços e propiciar, se formaram em Farmácia e à seus sócios e funcionários, auxiliam o pai na administra- oportunidades de crescimento ção dos negócios, que cresce- profissional. “O grupo nos dá ram muito ao longo dos anos. muita assistência. ConseguiAtualmente a drogaria pos- mos bons descontos nos prosui três filiais. A primeira delas dutos e participamos de diverfoi aberta no início da década sas palestras oferecidas”, conta de 80. Foi nessa ocasião que Juquinha. o estabelecimento passou a se Para superar as dificuldades chamar Farmácia João Paulo e os momentos de crise, o emII, em homenagem à primeira presário afirma que foi essencial ter um bom planejamento visita do papa ao Brasil. No início dos anos 90, com a e conhecer bem o seu negócio. volta de Fabiano à Carandaí, o E para quem pretende investir Sr. Juquinha retomou as ativi- no comércio, ressalta ser imdades de manipulação. Hoje a portante ter o auxílio de pessofarmácia é referência do setor as experientes e estar sempre no município, atuando não só aberto a aprender com elas e a na fabricação de medicamen- receber suas contribuições. 3