Boletim Informativo Velhas nº50

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CBH Rio das Velhas avança na implantação do Programa de Nascentes Urbanas

Quatro propostas são selecionadas para recuperar e proteger mananciais em áreas urbanas da bacia

Valter Vilela

é eleito novo

Presidente do CBH

Rio das Velhas

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Entrevista: Nelson Cunha (Copasa) fala sobre a modernização da ETE Onça

Págs. 4 e 5

Eleições para composição dos Subcomitês acontecem entre agosto e outubro

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Valter Vilela é representante da sociedade civil no CBH Rio das Velhas, pela ABES.

Chegamos ao último capítulo de uma jornada iniciada em 2020, marcada por desafios intensos e conquistas significativas na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. Este editorial marca o encerramento do meu ciclo como presidenta do CBH Rio das Velhas e também um momento de balanço e renovação da esperança.

Durante esses cinco anos, enfrentamos crises hídricas, eventos extremos e os impactos da emergência climática. Ainda assim, o Comitê se manteve ativo e comprometido, ampliando o diálogo com a sociedade e reafirmando que cuidar da água é cuidar da vida.

Editorial CBH Rio das Velhas elege nova diretoria para o biênio 2025/2027

Nossas ações se basearam em três eixos estratégicos: produção de água, saneamento e fortalecimento institucional. Com o avanço da nova metodologia da Cobrança pelo Uso da Água, conseguimos transformar planejamento em ação, financiando programas estruturantes ao longo da bacia.

Dentre os marcos da gestão, destacam-se a execução do Programa de Conservação Ambiental e Produção de Água em quatro microbacias e a implantação do Pagamento por Serviços Ambientais em Itabirito, valorizando quem protege os mananciais. No saneamento, unimos forças com o CBH São Francisco para levar projetos de esgotamento a diversos municípios e lançamos o PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) para ampliar essa frente.

Na dimensão educadora, estruturamos o Plano de Educação Ambiental e o Plano de Formação de Conselheiros, fortalecendo o engajamento da população e a qualificação das nossas instâncias. Avançamos também no processo de reenquadramento dos corpos d’água da bacia, em curso, com ampla participação social.

A criação de novos Subcomitês, como os de PeixeBravo e dos Ribeirões Tabocas e Onça, ampliou a representatividade do Comitê em todo o território.

Deixo a presidência com sentimento de dever cumprido e a convicção de que o CBH Rio das Velhas segue mais forte, plural e legitimado. Agradeço a cada conselheiro, parceira e parceiro de caminhada. Que a próxima gestão siga firme no compromisso de proteger o Velhas e suas águas com responsabilidade e ação coletiva.

Poliana Valgas

Presidenta do CBH Rio das Velhas (2020–2025)

Gestão será liderada por Valter Vilela e aposta em integração com políticas públicas, foco na segurança hídrica e fortalecimento da participação social

A nova diretoria do CBH Rio das Velhas foi eleita, em plenária realizada em 04 de setembro, para o mandato 2025/2027. A chapa vencedora, batizada de “Comprometimento e Experiência”, representa a união de trajetórias, saberes e vozes diversas em torno de um mesmo propósito: cuidar do Velhas e garantir um futuro mais sustentável para todos que dele dependem.

Na gestão que se inicia, a presidência será exercida por Valter Vilela, tendo como vice-presidente Ronald Guerra, secretário Renato Constâncio e secretária adjunta Poliana Valgas. A posse da nova diretoria ocorrerá em 13 de setembro.

“Assumir a presidência do Comitê é, antes de tudo, um ato de responsabilidade. Nossa bacia carrega uma história de luta, de protagonismo e de participação que a diferencia em Minas Gerais. Temos, sim, enormes desafios diante de nós, mas temos também um patrimônio coletivo valioso: a força de uma gestão descentralizada, a presença ativa dos Subcomitês e a certeza de que só avançaremos com a população participando de cada decisão”, destacou Valter Vilela, que representa a sociedade civil no Comitê, pela ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental).

A proposta da nova diretoria é de manter o olhar atento à recuperação da bacia e a garantia dos usos múltiplos, buscando o desenvolvimento de ações integradas e com interface direta com as políticas públicas que visem aumentar a resiliência da bacia, principalmente os Planos Diretores de municípios.

Poliana Valgas se despede da presidência do Comitê, reforçando os avanços de sua gestão. “Fizemos parcerias importantes como por exemplo com o Ministério Público, em que conseguimos recursos para melhorias na bacia. Trouxemos recursos externos para avançar com as pautas do Comitê, visto que os recursos da Cobrança são limitados. Criamos Subcomitês, avançamos de projetos ambientais para programas mais estruturados, como o de Produção e Conservação de Água e o de Saneamento Rural. Seguimos reafirmando o nosso compromisso com a bacia, assumindo a missão de garantir que o Rio das Velhas continue sendo um rio de história e com águas de qualidade e quantidade”, disse.

Rio vivo, cidade viva

Comitê seleciona propostas para recuperação de mananciais e nascentes urbanas

O CBH Rio das Velhas concluiu o processo de seleção das propostas submetidas ao Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI nº 01/2025), que visa à implementação do Programa de Mananciais e Nascentes Urbanas (PMNU). A iniciativa busca promover a recuperação, preservação e revitalização de áreas com nascentes e fundos de vale em espaços urbanos dentro da bacia do Rio das Velhas.

Coordenador da CTPC, Leonardo Teixeira destaca o papel estratégico do PMNU na conexão entre recuperação ambiental e engajamento social nas cidades da bacia.

O processo seletivo foi conduzido com o envolvimento direto da Câmara Técnica de Planejamento, Projetos e Controle (CTPC) e da Diretoria Ampliada do Comitê. Após análise técnica das propostas recebidas, uma reunião realizada em julho confirmou a validação e homologação do resultado da seleção. A Agência Peixe Vivo atuou como suporte técnico em todo o processo.

Ao todo, sete manifestações de interesse foram inscritas. Dessas, quatro propostas foram classificadas de acordo com os critérios estabelecidos no edital. São elas:

• Associação Movimento Lagoa Viva - SOS Lagoa de Santo Antônio (Pedro Leopoldo);

• Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Contagem;

• Secretaria Municipal de Política Urbana de Belo Horizonte;

• Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte.

Essas instituições foram habilitadas para a próxima etapa do processo, que consiste na celebração de Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com a Agência Peixe Vivo, conforme previsto no edital.

O PMNU tem como objetivo implementar ações estruturantes e de mobilização comunitária em áreas urbanas críticas da bacia, especialmente aquelas marcadas pelo adensamento populacional e conflitos urbanos. O foco é recuperar mananciais e nascentes urbanas por meio de intervenções ambientais, educação ambiental e mobilização social, fomentando a valorização dos recursos hídricos em contextos urbanos.

Segundo Leonardo José Teixeira, coordenador da CTPC, o PMNU representa uma oportunidade concreta de integrar preservação ambiental e engajamento social em contextos urbanos. “Uma nascente recuperada, devidamente divulgada e visitada, torna evidente para as pessoas que a surgência da água pode estar muito próxima, ao alcance dos olhos, e não apenas distante, em zonas rurais ou nas cabeceiras dos rios”, afirmou.

Para ele, o programa é uma forma de “materializar a educação ambiental em áreas urbanas”, conectando natureza e cotidiano. Leonardo ainda destacou o papel do PMNU na mitigação dos impactos das mudanças climáticas e das inundações nas cidades: “O Programa não apenas preserva nossas nascentes, mas também nos lembra de nossa responsabilidade, especialmente diante da emergência climática”.

Ampliação da ETE Onça: rumo à modernização

Segunda maior estação de tratamento de esgoto da Copasa passará por ampla expansão que vai elevar sua capacidade e implantar o tratamento terciário

A Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) anunciou, em junho, a ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Onça, em Belo Horizonte. O projeto promete transformar o sistema de esgotamento sanitário da capital mineira e promover avanços importantes na qualidade das águas do Ribeirão Onça e do Rio das Velhas.

Com investimento estimado em R$ 1 bilhão, a Copasa afirma que a nova ETE Onça deverá ser a mais moderna do país, segundo a

companhia. Além de ampliar significativamente a capacidade de tratamento, a unidade contará com o tratamento terciário, que permitirá remover nutrientes como fósforo e nitrogênio, além de garantir a desinfecção do efluente com padrões de qualidade superiores aos aplicados na maioria das estações do país.

Para falar sobre a nova ETE Onça, conversamos com Nelson Cunha Guimarães, Superintendente de Desenvolvimento Ambiental e Inovação da Copasa e conselheiro do CBH Rio das Velhas.

Cenário ainda comum em áreas urbanas, a poluição dos corpos d’água reforça a urgência de investimentos em saneamento.
Nelson Guimarães, Superintendente de Desenvolvimento Ambiental e Inovação da Copasa e conselheiro do CBH Rio das Velhas, destaca os avanços tecnológicos e ambientais da nova ETE Onça.

Quais são as principais diferenças da ampliação da ETE Onça em relação às demais estações de tratamento da Copasa?

A ETE Onça terá sua capacidade ampliada de 1.800 para 2.700 litros por segundo e contará com tratamento terciário — tecnologia rara no país — capaz de remover nutrientes como fósforo e nitrogênio, e realizar a desinfecção do efluente com padrões de qualidade superiores aos praticados na maioria das estações brasileiras. Isso fará da unidade uma das mais modernas e eficientes do país. O projeto também prevê o aproveitamento sustentável de subprodutos, como o reuso da água tratada, o biogás e o lodo. Outro diferencial é o planejamento da obra, que deve durar cerca de 72 meses, garantindo a continuidade e a qualidade da operação durante todo o processo, em conformidade com os requisitos ambientais.

De que forma o tratamento terciário se distingue das etapas convencionais?

Enquanto o tratamento convencional remove prioritariamente carga orgânica e sólidos suspensos, o tratamento terciário remove nutrientes (como o nitrogênio e fósforo) e também possíveis patógenos, gerando um efluente com padrão de qualidade superior. Vale ressaltar que o tratamento terciário ainda é pouco difundido no Brasil e envolve tecnologias mais avançadas e complexas de tratamento.

Como essas melhorias devem impactar, concretamente, a qualidade das águas do Ribeirão Onça e do Rio das Velhas?

Hoje, a ETE Onça já atende aos requisitos ambientais, com eficiência média de 81% na remoção de carga orgânica (DBO). Com as melhorias, essa taxa chegará a 90%, além da adoção de limites mais rígidos para fósforo, nitrogênio amoniacal e Escherichia coli. O efluente de maior qualidade lançado no Ribeirão Onça vai ampliar a capacidade de autodepuração do curso d’água, contribuindo para melhorar a oxigenação, reduzir o risco de eutrofização e diminuir a concentração de poluentes já presentes, impactando positivamente a qualidade do Rio das Velhas.

O mau cheiro gerado pela ETE Onça é uma das principais queixas dos moradores do entorno. Com a ampliação e modernização da estação, esse problema será resolvido?

A ETE Onça segue critérios rigorosos de operação e já adota práticas para reduzir odores, como a gestão adequada do lodo, controle dos sistemas de coleta e transporte, queima de biogás e barreiras vegetais. Tanto que, nos últimos 24 meses, não houve registros de reclamações de mau cheiro na Copasa. A nova ETE contará com rigoroso controle de odor de forma a garantir inexistência de impacto na população no entorno da unidade.

Há previsão de implantação de um sistema assim também na ETE Arrudas?

A Copasa está realizando estudos na ETE Arrudas que podem gerar, caso necessário, futuros investimentos para melhorias.

Quais outros investimentos de médio e grande porte são planejados para a bacia do Rio das Velhas nos próximos anos?

A Copasa está executando um programa de investimentos robusto, que prevê o aporte de R$ 16,9 bilhões até 2029 em todos os municípios onde possui concessão em Minas Gerais, contribuindo para o cumprimento das metas do Marco Legal do Saneamento. Esse marco estabelece a universalização até 2033, com atendimento de 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto. Na bacia do Rio das Velhas, a Companhia detém concessão de abastecimento de água em 40 municípios e de coleta e tratamento de esgoto em 28. Entre os principais investimentos na região, destacam-se as obras do Sistema de Esgotamento Sanitário de Sabará e as intervenções previstas no Programa Reviva Pampulha.

Com investimento de R$ 1 bilhão, a ETE Onça passará por ampla modernização, incluindo a implantação do tratamento terciário — etapa que elevará a qualidade do efluente lançado no Ribeirão Onça.

Um giro pela bacia do Rio das Velhas

Subcomitê Poderoso

Vermelho e IFMG em

visita à Santa Luzia

Em julho, alunos do curso de Arquitetura do IFMG - Campus Santa Luzia, acompanhados por professores e membros do Subcomitê Poderoso Vermelho, realizaram uma visita de campo a diversos pontos do município. A atividade integrou as ações de reconhecimento das áreas priorizadas para a realização de projetos hidroambientais na UTE. O roteiro contemplou locais de relevância histórica, ambiental e urbana, como a Fazenda Baronesa, Fazenda Alcobaça, Cemitério do Carmo, Fazenda Boa Esperança, Pinhões, o Convento de Macaúbas e o Cemitério dos Escravos. Em cada parada, foram discutidos os aspectos ambientais e socioculturais que influenciam a dinâmica da região. A visita proporcionou aos estudantes uma imersão prática sobre os desafios e oportunidades da gestão hídrica e territorial em Santa Luzia, articulando temas como urbanização, patrimônio histórico, projetos imobiliários e conservação ambiental.

Subcomitê Rio Bicudo

dialoga sobre ações de desenvolvimento rural

Em julho, o Subcomitê Rio Bicudo promoveu uma reunião para discutir a Conferência Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. Prevista para dezembro de 2025, a conferência terá como tema central “Uma agenda política de transformação agroecológica para o Brasil Rural”. Entre os pontos discutidos na reunião, destacouse a ausência dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) em muitas localidades. Diante disso, foi sugerido que cada município avalie sua realidade e estrutura, de modo que aqueles mais organizados e atuantes possam oferecer apoio e orientação aos que ainda não contam com o conselho instituído. O coordenador do Subcomitê, Luiz Felippe Pedersoli, reforça que o valor dessas conferências está justamente na escalada das contribuições populares até as esferas decisórias. “As ideias nascem nos municípios, passam por etapas regionais e estaduais, e podem chegar ao nível federal, com potencial de se tornarem programas de governo”.

Voçorocas em

pauta nos Subcomitês Nascentes e Itabirito

Os Subcomitês Nascentes e Rio Itabirito realizaram, em julho, uma reunião conjunta com a participação da Diretoria do CBH Rio das Velhas, técnicos da Agência Peixe Vivo, representantes da empresa Tazay e membros da comunidade de Maracujá, em Ouro Preto. A pauta única do encontro foi a apresentação da Tazay sobre as atividades de recuperação de voçorocas com uso de rejeitos de mineração, desenvolvidas em parceria com empresas minerárias que atuam na região. Na ocasião, foram apresentados os desafios e soluções relacionadas ao tratamento de voçorocas, ressaltando a viabilidade ambiental e social do reaproveitamento de rejeitos de ferro não perigosos. Foram detalhados os processos de recuperação, como drenagem, deposição de insumos, revegetação e monitoramento das áreas, além das ações sociais promovidas pela empresa junto à comunidade local. O encontro foi marcado pelo debate aberto entre os participantes, que puderam esclarecer dúvidas e contribuir para a reflexão sobre alternativas sustentáveis de recuperação ambiental no território.

Reunião conjunta discutiu recuperação de voçorocas com uso de rejeitos em Ouro Preto.
Conselheiros do Subcomitê Poderoso Vermelho em visita de campo pelo patrimônio de Santa Luzia.

Subcomitê Águas da Moeda

atento a mudanças na turbidez e coloração

do Velhas

O Subcomitê Águas da Moeda realizou uma reunião, em junho, com a participação de técnicos da Semad e IGAM. O encontro teve como objetivo discutir as ações de fiscalização e monitoramento da qualidade das águas nas bacias dos córregos Fazenda Velha, em Rio Acima, e Luzia dos Santos, em Itabirito, afluentes do Rio das Velhas, em meio a um cenário de preocupação com a poluição recorrente na região. A situação do Velhas, marcada por problemas de turbidez e coloração anômalas, mais uma vez tem gerado apreensão entre comunidades locais e ambientalistas. Na ocasião, Semad e IGAM apresentaram informações sobre fiscalizações realizadas na região. O Subcomitê Águas da Moeda aproveitou a ocasião para reiterar uma denúncia já encaminhada ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), buscando o apoio do órgão para que as devidas providências sejam tomadas. O vicepresidente do CBH Rio das Velhas, Ronald Guerra, informou que o Comitê espera que o MPMG apure os fatos e tome as medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis, buscando a responsabilização em todas as esferas para que a situação seja resolvida.

Subcomitê Rio Paraúna

discute desafios e oportunidades para a conservação

da microbacia

Em agosto, reunião do Subcomitê Rio Paraúna discutiu o Programa de Conservação Ambiental e Produção de Água do Comitê, a ser desenvolvido na UTE numa segunda rodada. No momento, a Agência Peixe Vivo está visitando as áreas secundárias para elaborar os termos de referências dos projetos. A microbacia do Rio Paraúna tem grande parte de seu território preservado, mas a presença de solos rasos e de baixa coesão limita intervenções como terraceamento, barraginhas e plantio de mudas. As atividades agropecuárias ocorrem de forma esparsa, em pequenas glebas, muitas vezes em áreas de preservação permanente, enquanto grande parte da bacia é inacessível por veículos. Entre os principais desafios está a mobilização dos proprietários rurais para adesão ao programa, diante da falta de locais apropriados para atividades agropecuárias. Por outro lado, foram identificadas oportunidades de promover ações de Educação Ambiental, cercamento de nascentes e áreas de preservação permanente, além de intervenções de saneamento rural, como esgotamento sanitário, fortalecendo a conservação da microbacia e a proteção de seus recursos hídricos.

Subcomitê Caeté-Sabará questiona TAC e pede audiência pública

O Subcomitê Ribeirões Caeté-Sabará enviou, em junho, um ofício com apontamentos complementares sobre o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) celebrado entre a Mineração Ravena e o MPMG. Neste TAC foi exigida a elaboração e execução de um Plano de Recuperação de Área Degrada (PRAD), além do pagamento de uma quantia de R$ 75 mil a título de compensação ambiental. O PRAD propõe, basicamente, a estabilização dos taludes e a posterior cobertura do solo. No entanto, o Subcomitê sinaliza que o caso não se encaixa em um pequeno empreendimento e, portanto, muitos pontos no TAC e no PRAD precisam ser mais bem esclarecidos e debatidos antes de uma massiva retirada de minério sem compensação ou recuperação ambiental. Em vista disso, o Subcomitê sugeriu a paralização imediata das atividades do PRAD e a realização de uma audiência pública para a discussão de termos, condições e valores para que o TAC e o PRAD sejam executados a fim de cumprir o seu objetivo principal.

Visita à Lagoa do Fluminense aponta degradação e propõe ações de recuperação

Ao final de julho, representantes dos Subcomitês Ribeirão da Mata e Carste realizaram uma visita técnica à Lagoa do Fluminense, em Matozinhos, para avaliar as condições ambientais do local. Durante a vistoria, foram constatados problemas como a redução da lâmina d’água, assoreamento, desmatamento das margens, drenagens irregulares e ocupações em áreas de inundação já consolidadas como urbanas. Além disso, foi observada a presença de um poço artesiano da Copasa em processo de regularização ambiental, bem como animais soltos pastando na área. As discussões em campo destacaram a necessidade de um levantamento detalhado sobre as ocupações existentes e as pressões sobre o ecossistema da lagoa. Como encaminhamento, os participantes propuseram a criação de um grupo multissetorial, envolvendo comunidade local, poder público e demais atores estratégicos, para pensar ações conjuntas de recuperação e manejo sustentável do espaço.

“Deixem o Onça Beber Água Limpa” reforça luta por Ribeirão de Classe 2

Moradores do bairro Ribeiro de Abreu, estudantes, lideranças, parceiros e membros do Subcomitê Ribeirão Onça se reuniram na 17ª edição do tradicional evento “Deixem o Onça Beber Água Limpa”, promovido pelo Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro de Abreu (Comupra). Membros do Subcomitê apresentaram uma moção oficial em defesa do Enquadramento do Ribeirão Onça como corpo d’água de Classe 2. A proposta reforça a urgência de consolidar avanços ambientais já em curso, como a ampliação do Parque Ciliar do Onça, o controle do lançamento de esgoto doméstico in natura e os esforços do Programa Reviva Pampulha, desenvolvidos em parceria com a Copasa e as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem. O evento contou com um estande informativo do CBH Rio das Velhas, apresentando materiais sobre ações desenvolvidas na UTE Ribeirão Onça e dados sobre a bacia.

Atuação do Subcomitê Caeté-Sabará reforça a defesa ambiental no território.
Representantes dos Subcomitês avaliaram impactos ambientais na Lagoa do Fluminense, em Matozinhos.

Voz ativa por nossas águas

Eleições para composição dos Subcomitês do CBH Rio das Velhas acontecem entre agosto e outubro

As eleições para novos membros dos Subcomitês, instâncias do CBH Rio das Velhas, ocorrem de agosto a outubro deste ano. Mas o que são essas eleições? Por que elas são importantes? O que faz um membro de um Subcomitê de bacia hidrográfica? Quem pode concorrer? Entenda melhor o processo e participe das decisões sobre a água que abastece seu município!

O pleito para os Subcomitês acontece a cada dois anos e os colegiados podem ter de três a seis representantes de cada segmento (poder público estadual e municipal, usuários de água e sociedade civil).

Como participar

Para se candidatar às eleições dos Subcomitês é necessário representar uma entidade que atua na região entre os três segmentos. Os interessados devem comparecer com uma carta de indicação da entidade que representa, contendo os dados do titular e de um suplente que pretendam compor o Subcomitê.

Após essa etapa, a mesa diretora promove a eleição dos membros e coordenadores de cada segmento. Cada Subcomitê tem três coordenadores

(sociedade civil, poder público e representante dos usuários de água) e, entre eles, os conselheiros elegem um coordenador-geral, que será a pessoa responsável pela condução dos trabalhos e pela articulação com o CBH Rio das Velhas e com outras entidades.

O processo eleitoral do Subcomitê é auxiliado pela equipe de Mobilização Social e Educação Ambiental do CBH Rio das Velhas, e a eleição em si acontece, preferencialmente, na data da reunião ordinária do Subcomitê.

Os membros dos Subcomitês (titulares e suplentes) devem fazer parte ou manter interesse nas sub-bacias que compõem um território. Uma vez eleitos, participam de reuniões mensais, que ocorrem sempre em algum desses municípios ou de forma on-line. Ali, eles são consultados sobre questões que envolvem a preservação e o uso das águas na sub-bacia em que atuam.

É papel de um conselheiro ser atuante, agindo de forma conjunta com os outros participantes, para que os debates sejam produtivos e as decisões contribuam efetivamente para a melhoria ambiental da bacia.

INFORMATIVO CBH Rio das Velhas. Mais informações, fotos, mapas, apresentações e áudios no portal www.cbhvelhas.org.br

Diretoria CBH Rio das Velhas

Presidenta: Poliana Valgas

Vice: Ronald de Carvalho Guerra

Secretário: Renato Júnio Constâncio

Sec. Adjunta: Heloísa França

@cbhriodasvelhas cbhvelhas.org.br

Produzido pela Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas comunicacao@cbhvelhas.org.br

Tiragem: 3.000 unidades. Direitos reservados. Permitido o uso das informações desde que citada a fonte.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA

DO RIO DAS VELHAS

Rua dos Carijós, nº 244, Sala 622 - Centro Belo Horizonte - MG - 30120-060 (31) 3222-8350 - cbhvelhas@cbhvelhas.org.br

Comunicação: TantoExpresso (Tanto Design LTDA)

Direção: Paulo Vilela, Pedro Vilela e Rodrigo de Angelis

Coordenação de Jornalismo: Luiz Ribeiro

Redação e Reportagem: Henrique Ribeiro, João Alves e Luiza Baggio.

Fotografia: Bianca Aun, João Alves e Ohana Padilha

Diagramação: Sérgio Freitas

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