Mesmo demorando cerca de 6 anos para dar fruto, uma das grandes vantagens da exploração da polpa, ao invés do palmito da juçara, é a possibilidade de maior aproveitamento da planta, tanto em termos de tempo quanto de produtos. A produção de polpa tem como subproduto as sementes, que podem ser vendidas ou empregadas na produção de mudas para comercialização e complementação de renda. É possível obter uma estimativa da quantidade de frutos de juçara que poderia ser explorada de maneira sustentável em florestas naturais. Uma planta produz cerca de 2 cachos por ano e cada cacho rende, aproximadamente, 4,6 kg de frutos. Com 275 indivíduos adultos por hectare, são produzidos 2.530 kg de frutos por hectare por ano. Se considerarmos que somente 70 % dos indivíduos adultos se reproduzem a cada ano , serão aprox. 1.771 kg de frutos por hectare por ano. Apesar do maior sucesso ser do açaí, os frutos da juçara têm rica composição de minerais, ácidos graxos e antocianinas. Mas o que significam todos esses nomes estranhos? As antocianinas, presentes em frutas como o açaí, juçara e uva, são pigmentos naturais antioxidantes que agem contra os radicais livres, melhorando a circulação sanguínea e protegendo o organismo contra o acúmulo de placas de gordura. As antocianinas também retardam os sinais do envelhecimento, como perdas de memória, coordenação motora e da visão, e ainda diminuem os efeitos do Alzheimer. O que chama mais atenção é o teor de antocianinas que, na polpa da juçara, é cerca de quatro vezes maior do que na polpa de açaí.
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