an t es que seja tarde
          Boletim bibliográfico da Companhia das Ilhas
          
    mar 2024 6
        COMPANHIA DAS ILHAS | EDITORES
          Rua Manuel Paulino de Azevedo e Castro, 3 - 9930-149 LAJES DO PICO Telemóveis 912 553 059 || 917 391 275 || Rede fixa 292 672 748 www.companhiadasilhas.pt | companhiadasilhas.lda@gmail.com
          COMPANHIA DAS ILHAS | LIVRARIA
          Rua Capitão-Mor Garcia Gonçalves Madruga, 14 - R/C - 9930-129 LAJES DO PICO Telemóveis 912 553 059 || 917 391 275 || Rede fixa 292 672 692
          
    ISBN 978-989-9154-19-3
          14x22cm
          352 páginas
          Janeiro de 2024
          Ensaio
          Edição # 308
          Colecção terceira margem # 010
          PVP 18,75 €
          OS INFINITOS MODOS DA PALAVRA
          Caminhos e metamorfoses da poesia portuguesa contemporânea João Barrento [ Prémio Camões 2023 ]
          A linguagem secreta e discreta da poesia tende a dizer (tem de dizer?) o que outros géneros tantas vezes rejeitam. O poema é como um relógio de sol em cujo quadrante se podem ler as mais leves oscilações do tempo e dos tempos, as vibrações anímicas de um sujeito e as zonas de sombra e luz de uma visão da História. Também na poesia portuguesa que aqui se percorre, desde meados do século XX, os modos próprios da expressão pessoal se vão acastelando no nosso horizonte de leitura para configurar um tempo. Um tempo que, no que se refere à sua projecção no poema, tanto pode corresponder a um tempo histórico bem definido como remeter para uma atmosfera epocal mais difusa, ou mesmo apenas para aquele «lusco-fusco da consciência» de que fala o Livro do Desassossego.
          [
          João Barrento
          
          João Barrento
          
    Ensaísta e tradutor, João Barrento publicou diversos livros de ensaio, crítica literária e crónica, e traduziu literatura de língua alemã, do século XVII à actualidade (Goethe, Benjamin, Celan, entre outros). Tem sido distinguido com inúmeros prémios, de que é exemplo o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, 2012. Prémio Camões 2023.
          antes que seja tarde | boletim bibliográfico da companhia das ilhas | # 6, março de 2024 | 3
        
              
              
            
            Luísa Freire
          
    Castelo Branco, 1933.
          Completou a licenciatura em Filologia Germânica em 1958, em Coimbra; mestrado em Literaturas Comparadas em 1994, na F.C.S.H. da Universidade Nova de Lisboa.
          Foi professora do Ensino Secundário em Elvas e em Lisboa; orientadora dos Estágios Pedagógicos na Escola Superior de Educação de Portalegre e trabalhou no Ministério da Educação (D.R.E.L.). Aposentada em 1995, foi a partir daí membro do Instituto de Estudos sobre o Modernismo da F.C.S.H. da Universidade Nova de Lisboa e, nessa qualidade, dedicou-se à investigação da obra pessoana, sobretudo no campo da sua poesia inglesa, que publicou e traduziu. É autora de poesia, de ensaio e de tradução. Tem artigos e poemas editados em antologias, revistas e jornais.
          ◼ obras publicadas
          ¶poesia
          
    Da Raiz à Fronde, 1979 (esgotado)
          Na Pausa da Espera, 1980 (esgotado)
          Estar, 1981 (esgotado)
          Amor e Sempre, 1981 (esgotado)
          Verde-Nunca, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985 (esgotado)
          Imagens Acidentais, Lisboa, Assírio & Alvim, 2003 (esgotado)
          Ciclo da Cal, Porto, Campo das Letras, 2003 (esgotado)
          O Tempo de Perfil (1980 - 2005), Lisboa, Assírio & Alvim, 2009 Imagens / Uma Antologia de Inéditos de Luísa Freire (Selecção e Prefácio de Ricardo Marques), Lajes do Pico, Companhia das Ilhas, 2022.
          Caderno A4 (ficção poética), Lisboa, Edições Sem Nome, 2022.
          Monólogo para uma Janela no Escuro, Poema Dramático, Lajes do Pico, Companhia das Ilhas, 2024.
          Folhas Breves, Haikus, Lajes do Pico, Companhia das Ilhas, 2024.
          ◼ no prelo
          O Rio que Corre na Mão (2011-2017), Porto, Assírio & Alvim. Atravessar o Frio (2019-2023), Porto, Assírio & Alvim.
          
    MONÓLOGO PARA UMA JANELA NO ESCURO (poemas dramático)
          Luísa Freire
          Haverá muitas maneiras de olhar este novo livro de Luísa Freire: se «monólogo» é a palavra que a autora escolhe para o título, talvez «poema dramático», o subtítulo, seja a informação mais significativa aqui. Podemos pensar desde logo em Fausto, de Goethe, um dos maiores poemas dramáticos de sempre, mas aqui a estória é outra – e no feminino. Esta é a história de Penélope consigo mesma, na sua própria odisseia da espera, mas se aquilo que ela conta é do domínio da imaginação criativa, essa história paralela do que poderia ter sido, escrita que está em verso, confere à protagonista uma dimensão humanizadora. Em suma, ao tentar perceber interiormente esta personagem incontornável da literatura mundial, Luísa Freire põe-nos, a nós leitores, também diante de «uma janela no escuro», numa fábula poética que é metáfora para o decurso do tempo humano no mundo.
          [ Ricardo Marques
          
          ¶ ensaio
          O Feitiço da Quadra, Lisboa, Vega, 1999 (esgotado)
          Pedro Tamen: A Tenção em Tensão, Lisboa, Livros Horizonte, 1999.
          Fernando Pessoa – Entre Vozes, Entre Línguas, Lisboa, Assírio & Alvim, 2004. (Prémio Máxima de Literatura 2005 / Prémio Ensaio)
          ¶ edição e tradução
          Fernando Pessoa, Poesia Inglesa, Lisboa, Livros Horizonte, 1995 (Grande Prémio de Tradução 1996, Associação Portuguesa de Tradutores e Pen Clube) (esgotado)
          Alexander Search, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 1999.
          Fernando Pessoa, Poesia Inglesa (I), Lisboa, Assírio & Alvim, 2000.
          Fernando Pessoa, Poesia Inglesa (II), Lisboa, Assírio & Alvim, 2000.
          Fernando Pessoa, Quadras, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002. Imagens Orientais, Lisboa, Assírio & Alvim, 2003 (esgotado)
          Fernando Pessoa, Poesia Inglesa, Obra Essencial (com ed. Richard Zenith), Lisboa, Assírio & Alvim, 2007; 2ª edição, Porto, 2018.
          O Japão no Feminino I – Tanka, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007 (esgotado) [a reeditar em breve pela Companhia das Ilhas]
          O Japão no Feminino II – Haiku, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007 (esgotado) [a reeditar em breve pela Companhia das Ilhas]
          Maria Helena Branco, Em Silêncio, Lisboa, ed. autor, 2013.
          Fernando Pessoa, Antinous e Outros Poemas em Inglês (com edição de Richard Zenith), Porto, Assírio & Alvim, 2019.
          ISBN 978-989-9154-25-4
          13x18cm
          40 páginas
          Fevereiro de 2024
          Poesia
          Edição # 311
          PVP 15 €
          “ “
          — Diante deste tear teço palavras e tempo. O silêncio doba os fios que em versos se desenrolam e os sonhos em redor urdem a teia de encanto (encanto do desencanto!) que no cansaço das teclas cresce e sobra.
          FOLHAS BREVES (haikus)
          Luísa Freire
          Chegando aos 90 anos, e de forma a celebrá-los, Luísa Freire oferece-nos estes 90 novos haikus. Sendo os primeiros que escreveu em muitos anos, não deixam de reflectir a sua poética da contenção e da concisão, e essa é também a razão pela qual é uma das poucas poetas que em Portugal se dedicou à escrita desta composição oriental. O que lemos então nestes poemas atestam as suas próprias leituras e a sua experiência de vida, tornando-se assim num guia imprescindível para o tempo presente – e para qualquer tempo.
          [ Ricardo Marquess
          
    ISBN 978-989-9154-31-5
          13x18cm
          116 páginas
          Março de 2024
          Poesia
          Salto sobre salto a rã de Bashô continua viva.
          Edição # 316
          PVP 16 €
          Tiragem única de 150 exemplares.
          4 antes que seja tarde | boletim bibliográfico da companhia das ilhas | # 6, março de 2024 antes que seja tarde | boletim bibliográfico da companhia das ilhas | # 6, março de 2024 | 5
        
    
    
              
              
            
            Cláudia Lucas Chéu
          
    As mulheres aqui retratadas não têm idade, os seus corpos são reais e palpáveis, ocupam espaço, têm cheiros, movimentos, desatinos. Conhecem o travo do suor e da menstruação, são poderosamente sexuadas e exploram sem pudor nem hipocrisia os recônditos do desejo, da solidão, da alegria e da tristeza. São mulheres sábias, com amores e humores, com hesitações e ímpetos, paixões e desamores. São mulheres que não recuam perante as apreensões e os medos e que avançam para as vitórias, os feitos, as afirmações, a alegria, o regozijo, o amor, o sexo e a liberdade. Cláudia Lucas Chéu levanos a conhecê-las, ou melhor, a reconhecêlas. Porque estas mulheres – e estes homens – são (somos) todos nós.
          Helena Vasconcelos (do Prefácio a UM QUARTO SOVBRE O MEU QUARTO de Cláudia Lucas Chéu)
          
    
    
    UM QUARTO COM
          VISTA SOBRE O MEU QUARTO
          ISBN 978-989-9154-18-6
          13x18cm
          300 páginas
          Janeiro de 2024
          Crónica
          Edição # 307
          azulcobalto # 122
          PVP 16,40 €
          
    A CABEÇA MUDA
          ISBN 978-989-9154-23-0
          13x18cm
          52 páginas
          Janeiro de 2024
          Teatro
          Edição # 309
          azulcobalto | teatro # 51
          PVP 15 €
          Obra editada em parceria com o Município do Funchal
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    Yvette K. Centeno nasceu em Lisboa, em 1940, numa família de origem germano-polaca. É casada, tem quatro filhos, e em sua casa a música e a literatura estiveram sempre presentes. Licenciou-se em Filologia Germânica com uma dissertação sobre O homem sem qualidades, de Musil, e doutorou se com uma tese sobre A alquimia no Fausto de Goethe. É desde 1983 Professora Catedrática da Universidade Nova de Lisboa, onde fundou o Gabinete de Estudos de Simbologia, actualmente integrado no Centro de Estudos do Imaginário Literário. Ainda em estudante interessou-se por teatro, escreveu peças e rábulas, fundou o CITAC em Coimbra. Tem publicado literatura infantil, ensaio de investigação, poesia, teatro e ficção, com romances como Três histórias de amor (1994), Os jardins de Eva (1998) e Amores secretos (2006), tendo parte da sua obra traduzida em França, Espanha e Alemanha. Entre os autores que traduziu contam-se Shakespeare, Goethe, Stendhal, Brecht, Celan e Fassbinder.
          AINDA (poemas 2023)
          Yvette K. Centeno
          Yvette K. Centeno
          
    ISBN 978-989-9154-26-1
          16x23cm
          40 páginas
          Fevereiro de 2024
          Poesia
          Edição # 312
          PVP 16,50 €
          
    «Estranham se calhar o título: AINDA.
          O meu primeiro livro de poemas data de 1961. Eu tinha 21 anos e a ideia de que poderia ser escritora para sempre. Sei que o para sempre não existe. Ainda menos com a poesia, matéria fugidia que escapa ao nosso desejo, feita de uma substância de que só nos apercebemos quando chegamos à palavra certa, a que se busca e nem sempre se encontra. AINDA, neste ano de 2024, significa que se mantém o desejo, e de algum modo o sentido do poético me encontrou e veio ter comigo, neste momento em que o planeta explode, e o nosso olhar tem de se virar para fora e não apenas para dentro, onde as palavras se escondem. Direi, como na Menina e Moça de Bernardim Ribeiro, que o livro “é o que vai escrito nele”. AINDA.»
          [ Yvette K. Centeno
          
          
    ISBN 978-989-9007-74-1
          14x22cm
          108 páginas
          Junho de 2022
          Ensaio
          Edição # 268
          PVP 16 €
          antes que seja tarde | boletim bibliográfico da companhia das ilhas | # 6, março de 2024 | 9
        Colecção terceira margem # 007
          
    ISBN 978-989-9154-31-5
          13x18cm
          278 páginas
          Março de 2024
          Poesia
          Edição # 317
          PVP 18 €
          VOX HUMANA
          Joaquim M. Palma
          A música e a poesia sempre foram o rosto duplo da beleza. E, de um modo manso, esses dois vibrantes semblantes surgiram no caminho do escrevinhador destas linhas como que a pedir-lhe que os trouxesse para o corpo do mundo, que neste caso tem a forma de livro.  E ele começou a guardar de entre as mais variadas sonoridades dos instrumentos com acompanhamento da voz humana cantada aqueles momentos sonoros em que uma qualquer corda órfica dentro dele vibrou muito para além da sua condição terráquea. E para quem passa e é saudavelmente curioso, aqui fica o convite: ler os poemas e escutar as músicas - ou vice-versa -, pois pode acontecer que os dois rostos, de repente, se transformem, magicamente, num só, para contento dos amantes das presenças transcendentes.
          [ Joaquim M. Palma
          ““Quando a gente gosta...”
          CAETANO VELOSO Sozinho
          Quando a gente gosta tudo parece continuar igual mas por dentro é que não.
          São os meticulosos cientistas da ínfima e invisível matéria a dizerem que o gostar transforma
          em igual grandeza os universos mais fundos de quem gosta e de quem é gostado.
          Só que essa mudança o olhar diário não a detecta por vir equipado desde a origem com dois radares de curto alcance.
          
    ISBN 978-989-9154-27-8
          13x18cm
          72 páginas
          Fevereiro de 2024
          Poesia
          Edição # 314
          PVP 15 €
          POESIA DA VIDA E DA MORTE
          Joaquim Costa
          Eis-nos a vida: nascemos e morremos. Temos dois aniversários: qual deles é o mais importante?
          [ Joaquim Costa
          
    ISBN 978-989-9154-28-5 13x18cm
          98 páginas
          Março de 2024
          Poesia
          Edição # 315
          PVP 15 €
          “
          Uma mesa de pinho um pano cru um copo de vinho tu uma porta de batente pouca gente uma pomba grávida no alpendre: a minha internet das coisas.
          
    ISBN 978-989-9154-24-7 14x22cm
          104 páginas
          Janeiro de 2024
          Edição: # 310
          Poesia
          PVP: 16 €
          Obra editada em parceria com o Município do Funchal
          Uma mão direita à troca por uma fora de mão, o jogo sempre viciado e aceite pelas diferentes partes de um todo em colapso. A próxima carta tiras tu!
          : : : : : : : : : : : : : : : : :
          ALTO DOS BONECOS Luís Chacho “
          pimenta na língua – o truque é não haver truque – gera corrente alternada
          A música vai já no cartão, Maestro vira o disco e toca o mesmo
          cambalhotas pra frente pra trás de braços abertos à volta do Mundo Perdido não voltas a fazer isso
          o estado da arte, fundeado ao largo do exoesqueleto do Arrependido chamado à pressa ao piquete da Régie
          [ Luís Chacho
          transmitimos noite dentro o que pensávamos de ti antes de apareceres de cara lavada no ecrã azul
          compreendemos rápido as instruções junta QB a hidráulica ao prato da antena
          interpretamos o papel de uma vida passada, impressionante e terrível: HUMANA
          
              
              
            
            À LUZ DOS OLHOS DAS BORBOLETAS
          José António Gonçalves
          (...) Este conjunto poético contém 56 textos inéditos de José António Gonçalves, escritos entre 2003 e 2005, na sua maioria no âmbito de uma mailzine intitulada A Poesia dos Calendários, um projeto pessoal que o meu pai dinamizou ao longo do ano de 2004. Foi uma espécie de compêndio cultural diário, distribuído por correio eletrónico, em todos os 365 dias desse ano, que este endossou a milhares de destinatários localizados um pouco por todo o mundo, com particular incidência em Portugal, Brasil, Argentina, Itália e, imagine-se lá, Japão. Agente cultural desde jovem, apesar de autodidata assumia um indefetível espírito de missão de promoção das artes, dos livros, e de todas as causas humanas. Não perdia uma oportunidade, nas mais inusitadas ocasiões, para divulgar um literato, um autor ainda nos seus primeiros passos, um livro, de modo que a criação dessa revista digital diária surgiu naturalmente, num mecanismo para alcançar eventuais leitores interessados, providenciando-lhes o que chamava ser um sistema organizado de leitura e de aquisição de conhecimentos, com autores criteriosamente selecionados, mas de forma diversificada e abrangente. (...)
          [ Marco Gonçalves
          
          10 antes que seja tarde | boletim bibliográfico da companhia das ilhas | # 6, março de 2024 antes que seja tarde | boletim bibliográfico da companhia das ilhas | # 6, março de 2024 11
        ÀS DUAS HORAS DA MANHÃ
          Falk Richter
          
          
    Hamburgo, 1969.
          Falk Richter estudou linguística, filosofia e encenação. É autor de peças traduzidas para mais de 25 idiomas e produzidas um pouco por todo o mundo. Além de escrever e encenar os próprios textos, tem trabalhado autores contemporâneos e clássicos tais como Shakespeare, Tchékhov, Schiller, Brecht. Foi encenador residente no Schauspielhaus Zürich (2000 - 2004), no Berliner Schaubühne (2006 - 2010) e no Düsseldorfer Schauspielhaus (2011 - 2012). É, desde 2015, artista associado no Teatro Nacional de Estrasburgo e, desde 2017, encenador residente no Deutschen Schauspielhaus de Hamburgo. Com os coreógrafos Anouk van Dijk e Nir de Volff, vem criando produções que transpõem fronteiras entre diversas disciplinas: teatro, dança, música. Às duas horas da manhã (Zwei Uhr nachts) estreou a 1 de Fevereiro de 2015 em Frankfurt. Ente outros prémios, Richter recebeu em 2019 um Teddy Award Especial no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
          
    ISBN 978-989-9154-33-9
          14x22cm
          84 páginas
          Março de 2024
          Edição: # 318
          Colecção azulcobalto | teatro | série mundo # 012
          PVP: 16,85 €
          Obra editada em parceria com o Teatro da Rainha
          Esta é uma peça contra as virtudes badaladas do progresso sem fim em que andamos metidos narrativamente, pelo menos desde o início do consumo em massa, da sociedade do espectáculo e do consumo de massas. Opta por estar na contracorrente.  Sobe o rio a caminho da nascente. É o incómodo total, nenhuma corrente a favor.
          Para isso, é uma experiência radical na forma, mesmo sem um corte absoluto com a tradição, antes a cavalo nela. Um texto que aposta num devir cénico sem receita e que revisita formas monologadas reconhecíveis — a primeira cena — e outras, a terceira e a entrevista de emprego, logo a seguir, que são “teatros” que não fogem à convenção, antes as usando. Mas os discursos ganham outras formas e a presença do autor está por toda a parte. A ideia de uma “personagem” autónoma reivindicando uma existência própria não existe — algumas naufragam e de repente são visitadas pelo autor tão aflito quanto elas. Os discursos remetem, mais directa ou menos directamente, para um sujeito de enunciação autoral que, e essa talvez seja a novidade, se apresenta também num estado caótico, expondo a sua fragilidade e nenhumas certezas. Não há teses neste teatro, há indagações em devir, reflect/acção, um caminhar possível para a introspecção que se faz análise, um bruto dos dados a associar para ensaiar como as palavras se ordenam enquanto compreensão através do jogo e da fala, actos físicos íntegros, complementares e integrados. O autor também se despe, nada vela, nem as memórias familiares íntimas. Quando Lisa fala dos pais, vemos Richter a falar dos seus, dessa incomunicabilidade que nunca permitiu o encontro e que quando se tornou evidente já era tardia.
          [
          Fernando Mora Ramos
          
          A COMPANHIA DAS ILHAS
          A Companhia das Ilhas foi fundada em Maio de 2011, na ilha do Pico, onde tem a sua sede. Começou a publicar um ano depois.
          A Companhia das Ilhas faz livros: deixa ao cuidado de outros a manufactura de sucedâneos.
          A Companhia das Ilhas é uma editora livreira independente e de pequena dimensão. Se um dia, por infelicidade, vier a crescer até se tornar “média” ou “grande”, “entrega a pasta”.
          Opções maiores da Companhia das Ilhas: língua portuguesa, contemporaneidade, diversidade formal.
          A coerência da Companhia das Ilhas é o seu Catálogo.
          A Companhia das Ilhas pratica preços justos: uma opção política, não um estratagema comercial (o que implicaria a subalternização de textos e de autores). Esta política agiliza a edição e passa ao lado das máquinas (demasiado) bem oleadas do mainstream
          A Companhia das Ilhas não serve de trampolim para autores que aspirem a “voos maiores”: não batam a esta porta, por favor.
          A Companhia das Ilhas não tem editores geniais e iluminados, donos da verdade da coisa literária e poética. Já basta quem.
          A Companhia das Ilhas não quer ser a melhor e a mais revolucionária editora portuguesa. Já basta quem.
          A Companhia das Ilhas é um território movente que deita âncora aqui e ali: livrarias (reais e virtuais), formas várias de distribuição. Atenta às perversidades do sistema. E sempre pronta a zarpar para outras geografias.
          antes que seja tarde | boletim bibliográfico da companhia das ilhas | # 6, março de 2024 13
        Falk Richter