ESPAÇO CATALISADOR | Stephanie Pereira de Andrade | UniEVANGÉLICA

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Espaço Catalisador 120

TĂ­tulo do trabalho


issuu.com/cadernostc

Cadernos de TC 2017-1 Expediente Direção do Curso de Arquitetura e Urbanismo Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Corpo Editorial Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Maryana de Souza Pinto, M. arq. Pedro Henrique Máximo, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Simone Buiati, E. arq. Coordenação de TCC Rodrigo Santana Alves, M. arq. Orientadores de TCC Alexandre Ribeiro Gonçalves, Dr. arq. Maryana de Souza Pinto, M. arq. Pedro Henrique Máximo, M. arq. Maquete Volney Rogerio de Lima, E. arq. Seminário de Tecnologia Jorge Villavisencio Ordóñez, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Seminário de Teoria e História Ana Amélia de Paula Moura, M. arq. Anderson Ferreira da Silva Jorge, M. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Expressão Gráca Madalena Bezerra de Souza, e. arq. Rodrigo Santana Alves, M. arq. Secretária do Curso Edima Campos Ribeiro de Oliveira (62)3310-6754


Apresentação Este volume faz parte da quarta coleção da revista Cadernos de TC. Uma experiência recente que traz, neste semestre 2017/1, uma versão mais amadurecida dos experimentos nos Ateliês de Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo (I, II e III) e demais disciplinas, que acontecem nos últimos três semestres do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA). Neste volume, como uma síntese que é, encontram-se experiências pedagógicas que ocorrem, no mínimo, em duas instâncias, sendo a primeira, aquela que faz parte da própria estrutura dos Ateliês, objetivando estabelecer uma metodologia clara de projetação, tanto nas mais variadas escalas do urbano, quanto do edifício; e a segunda, que visa estabelecer uma interdisciplinaridade clara com disciplinas que ocorrem ao longo dos três semestres. Os procedimentos metodológicos procuraram evidenciar, por meio do processo, sete elementos vinculados às respostas dadas às demandas da cidade contemporânea: LUGAR, FORMA, PROGRAMA, CIRCULAÇÃO, ESTRUTURA, MATÉRIA e ESPAÇO. No processo, rico em discussões teóricas e projetuais, trabalhou-se tais elementos como layers, o que possibilitou, para cada projeto, um aprimoramento e compreensão do ato de projetar. Para atingir tal objetivo, dois recursos contemporâneos de projeto foram exaustivamente trabalhados. O diagrama gráco como síntese da proposta projetual e proposição dos elementos acima citados, e a maquete diagramática, cuja ênfase permitiu a averiguação das intenções de projeto, a m de atribuir sentido, tanto ao processo, quanto ao produto nal. A preocupação com a cidade ou rede de cidades, em primeiro plano, reorientou as estratégias projetuais. Tal postura parte de uma compreensão de que a apreensão das escalas e sua problematização constante estabelece o projeto de arquitetura e urbanismo como uma manifestação concreta da crítica às realidades encontradas. Já a segunda instância, diz respeito à interdisciplinaridade do Ateliê Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo com as disciplinas que contribuíram para que estes resultados fossem alcançados. Como este Ateliê faz parte do tronco estruturante do curso de projeto, a equipe do Ateliê orientou toda a articulação e relações com outras quatro disciplinas que deram suporte às discussões: Seminários de Teoria e Crítica, Seminários de Tecnologia, Expressão Gráca e Detalhamento de Maquete. Por m e além do mais, como síntese, este volume representa um trabalho conjunto de todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo, que contribuíram ao longo da formação destes alunos, aqui apresentados em seus projetos de TC. Esta revista, que também é uma maneira de representação e apresentação contemporânea de projetos, intitulada Cadernos de TC, visa, por meio da exposição de partes importantes do processo, pô-lo em discussão para aprimoramento e enriquecimento do método proposto e dos alunos que serão por vocês avaliados. Alexandre Ribeiro Gonçalves Maryana de Souza Pinto Pedro Henrique Máximo

Título do trabalho



O Camelódromo e o Shopping Popular de Anápolis (popularmente chamado shopping dos bonecos) se encontram em estado precário. Os dois centros comerciais não atendem a demanda dos usuários, apesar de estarem alocados próximos ao Terminal Urbano da cidade. Os centros comerciais oferecem renda para as famílias dos comerciantes e preços baixos para consumidores. Portanto, consideramos importantes para a sociedade. Com isso o projeto aborda uma renovação do Camelódromo e Shopping Popular e uma requalicação do edifício do Varejão das Fábricas, na cidade de Anápolis- Goiás, criando um novo espaço catalisador para o centro da cidade.

Espaço CatalisadorCentro Popular de Anápolis

Stephanie P. de Andrade Orientador: Alexandre Ribeiro Gonçalves


1. Título 1.1. Título NOTAS: [1] Escrever o conteúdo aqui

Corpo do Texto ...

Corpo do Texto ...

LEGENDAS: [f.1] Para guras, que incluem grácos, fotograas, imagens, croquis, mapas, diagramas e etc. [t.1] Para tabelas

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Stephanie Pereira de Andrade


1. Título 1.1. Título Corpo do Texto ...

Corpo do Texto ...

NOTAS: [1] Escrever o conteúdo aqui

LEGENDAS: [f.1] Para guras, que incluem grácos, fotograas, imagens, croquis, mapas, diagramas e etc. [t.1] Para tabelas

Espaço Catalisador- Centro Popular em Anápolis

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CONSERVAR E ALTERAR O projeto consiste em uma renovação do Camelódromo e Shopping Popular dos Bonecos, no qual entendemos que uma renovação urbana está ligada à ideia de demolição do edicado para substituir por construções novas, geralmente com características diferentes, adaptadas às mudanças de atividades e de morfologias dos espaços. A renovação é uma intervenção em grande escala. Segundo Moura, et. al., (2006, apud GISLON 2016).

Também consiste em uma requalicação do edifício Varejão das Fábricas no Setor Central de Anápolis, Goiás. A intenção é oferecer aos equipamentos urbano um convívio social gerando espaços saudáveis que permitirão encontros, vendas, compras e diversas atividades mantendo a tradição do local e preservando a cultura, conservando os usos e alterando a estrutura, no caso do camelódromo, e conservando a estrutura e alterando os usos no caso do edifício, porém complementando a necessidade dos usuários e de usos diversos do centro e seu entorno. Baseia-se em estudos de espaços que possuem uma mescla de atividades incluindo: compra e venda, lazer, serviços, e espaço público. A proposta parte da escassez de conforto aos comerciantes e consumidores que os atuais centros comerciais populares da cidades não oferecem. Pois faltam iluminação, ventilação, e estrutura adequada. Parte também da subutilização de quatro pavimentos do edifício ao lado, o Varejão das Fábricas. Ao observar o centro de Anápolis, percebe-se que o abandono, desinteresse e degradação dos espaços coletivos urbanos junto a outros fatores, como a falta de segurança, áreas sem uso entre outros,

faz com que esses espaços percam o sentido de convívio urbano. O projeto tem como objetivo catalisar a população para uma vivência urbana com atividades diversas, facilitar e dar conforto para os usufruidores do local reaproveitando os espaços existentes oferencendo-lhes novos usos. Na arquitetura, entendo por catalisar, criar espaços que propiciam encontros entre as pessoas da sociedade melhorando a vida dos indivíduos. O comércio na cidade de Anápolis surgiu a partir da estrada ferroviária. O Camelódromo e Shopping Popular dos Bonecos são pontos marcantes da cidade. Por conseguinte, o edifício do varejão das fábricas também, por está alocado na mesma área, apesar de não terem relevância histórica ou arquitetônica para o lugar. Independentemente de classes sociais, os equipamentos recebem grande uxo de pessoas durante maior parte do dia, sendo acessível a toda população Anapolina, acontecendo diversas formas de interação. No entanto, recebem também reclamações diárias dos usuários. O lugar é um espaço onde se misturam tradição, relações humanas e comércio. Sendo assim, justica-se dar comodidade aos que usam o local diariamente, valorizando as pessoas e o espaço. A metodologia do trabalho se divide em três etapas: referencial teórico, que consiste em um estudo para melhorar a compreensão do tema escolhido e também uma coleta de dados dos temas gerais do projeto: comércio informal, centros comerciais populares e espaços públicos. Seguido por um diagnóstico do lugar, onde através de levantamentos realizados da área, concluiu-se potencialidades, fragilidades e características do local que contribuíram para a realização do projeto. Por m, o projeto arquitetônico, que após unir dados dos referenciais teóricos, diagnósticos e estudos de referências projetuais, foi possível gerar uma proposta projetual.

LEGENDAS: [f.1] Camelódromo de Anápolis Fonte: Stephanie A.

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Stephanie Pereira de Andrade


[f.1] Centro Comercial Espaรงo CatalisadorPopular Centroem Popular Anรกpolis em Anรกpolis

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EM

BUSCA DE NOVOS USOS A requalicação urbana é, sobretudo, um instrumento para a melhoria da qualidade de vida da população, promovendo a construção e recuperação de equipamentos e infraestruturas e a valorização do espaço público com medidas de dinamização social e econômica, através de melhorias urbanas, de acessibilidade ou centralidade (Moura, et. al.,(2006, apud GISLON 2016). Ela engloba processos de alteração em uma área urbana com a ideia de lhe dar nova função, diferente daquela pré-existente.(GISLON, Jacinta 2016)

Para a proposta de dar novos usos para o edifício do varejão das fábricas, é relevante compreender que o Setor Central de Anápolis é o bairro mais acessível para toda a população Anapolina, considerando o tempo de deslocamento de cada pessoa para a região, pela presença do Terminal Urbano, e pela forte presença de comércios e outros equipamentos públicos.

LEGENDAS: [f.2] Edifício Varejão das Fábricas inserido no local de intervenção. [f.3] Mapa de Anápolis com marcação de raios de abrangências de equipamentos públicos de serviços. Fonte: Stephanie A. 112

Sendo assim, os equipamentos públicos concentrados em um lugar de referência e que seja um ponto superior de acessibilidade, maximiza as potencialidades e seu signicado, por isso é considerado o lugar mais dinâmico da cidade. ( RIBEIRO, p.63)

Tendo isso em consideração, analisou-se a pouca presença de equipamentos públicos de serviço na cidade e principalmente na região central. Portanto, foi escolhido equipamentos de serviços para novos usos do edifício. Após levantar os equipamentos de serviços, foi observado os raios de abrangências, de 800m, e também a distância considerada aceitável para caminhada pela maioria das pessoas, de 500m de acordo com Gehl (2014, p.121) «Cidades para as pessoas», nos casos onde houveram equipamentos próximo a área de intervenção. Conclui-se então, que os equipamentos não atendem a área de intervenção do projeto. (f. 3) Com base nesses apontamentos, justica-se implantar usos de serviços na área de intervenção com intenção de potencializar o espaço e dar mais acessibilidade a toda população devido a centralidade do lugar.

[f.2]

Stephanie Pereira de Andrade


Mapa de Anápolis: Raios de abrangências de equipamentos comunitários de serviços 53 Br 1

Legenda: 1-Restaurante Popular 2-Vapt-Vupt 3-Cartório Eleitoral 4/5-Restaurante cidadão Área de intervenção Área de abrangência(raio 800m) Distância aceitável de caminhada.(raio 500m) Fonte de raios:Jan Gehl, Cidade para as pessoas p. 121 e tabela do CASTELLO (2013)

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AEROPORTO

5

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Escala: 1/90000

[f.3] Centro Comercial Espaço CatalisadorPopular Centroem Popular Anápolis em Anápolis

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ESTUDOS INICIAIS ESPAÇOS PÚBLICOS Espaços Públicos é um tema que segundo Jordi Borja (2003): o espaço público é um conceito próprio do urbanismo que às vezes se confunde (erradamente) com espaços verdes, equipamentos ou sistema viário, mas que também é utilizado na losoa política como lugar de representação e de expressão coletiva da sociedade (p.1).

Já para Luiz Guilherme de Castro, o termo compreende: os lugares urbanos que, em conjunto com infraestruturas e equipamentos coletivos, dão suporte à vida em comum: ruas, avenidas, praças, parques. (CASTRO, 2013)

LEGENDAS: [f.4] Espaço público e m f r e n t e o Camelódromo. Ambulantes nas ruas. Fonte: Stephanie A. 114

Através desses conceitos, concluímos então que a vida urbana precisa de espaços públicos de qualidade. Nos espaços públicos acontece os encontros, trocas, interação, e circulação de uma cidade. Porém, não podemos deixar de lado os principais conitos dos espaços públicos deteriorados, com, por exemplo: Insegurança, criminalização, ocupação, e invasão. Por isso a importância de estar sempre criando espaços públicos de qualidade e preservando os existentes. Para isso, temos os 12 critérios para determinar um bom espaço público de Ghel (2006) em seu livro «New City Life» que são: 1- Proteção contra o tráfego 2- Segurança nos espaços públicos 3- Proteção contra experiências sensoriais desagradáveis 4-Espaços para caminhar 5- Espaços de permanência 6-Ter onde se sentar 7-Possibilidade de observar 8-Oportunidade de conversar 9-Locais para se exercitar 10-Escala Humana 11-Possibilidade de aproveitar o clima 12. Boa experiência sensorial

[f.3] Stephanie Pereira de Andrade


[f.4]

Espaรงo Catalisador- Centro Popular em Anรกpolis

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CENTRO COMERCIAL POPULAR

Corpo do Texto ...

O comércio informal de barracas e bancas já existe a muito tempo nas ruas de centros, mas os camelódromos e centros comerciais populares são novos tipos de comercialização nas cidades. Hoje, não é possível imaginarmos o centro sem esse comércio informal. As primeiras práticas de vendedores ambulantes relatados no Brasil de acordo com Ramires (2001) são os chamados mascates, brasileiros que levavam mercadorias de porta a porta. Esse tipo de comercialização de mercadorias vem da migração de campocidade onde pessoas sem trabalhos precisavam sobreviver. Para isso, começaram a própria forma de ganhar uma renda comercializando em áreas com grande uxo de veículos e pessoas. Ramires(2001) então arma que: Aqueles que migram em busca de uma vida melhor, quando chegam em outras cidades, precisam providenciar moradia e trabalho. Alguns conseguem empregos formais na indústria, no comércio ou mesmo no setor de serviços. Mesmo antes, não raro, acabam se deparando com o desemprego. Em meio a buscas constantes, por meio de parentes e amigos, acabam vendo a rua como possibilidade de sobreviver (ainda que provisória na cabeça de muitos). Os anos se passam e o provisório vai assumindo ares de algo que é permanente. (p. 30).

LEGENDAS: [f.5]Ambulantes no centro de Anápolis

No caso de Anápolis, considerando a procura de uma vida melhor, as pessoas buscaram as ruas. Devido a superlotação das ruas pelos vendedores ambulantes, surgiram os centros comerciais populares: o camelódromo e o shopping popular dos bonecos, localizados no centro da cidade.

[f.5] [f.5]

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Stephanie Pereira de Andrade


O COMÉRCIO INFORMAL

O comércio informal nas cidades faz parte do processo de formação e consolidação da centralidade urbana. As atividades de comércio informal necessitam estar locadas em áreas de grande uxos (veículos e pessoas), por isso grande parte são encontradas nos centros e também com proximidade dos terminais urbanos, como no caso da cidade Anápolis . Os centros das cidades geralmente estabelecem uma relação de identidade com a cidade para realização de atividades da vida cotidiana como consumir, trabalhar, morar e divertir. Consideramos o comércio informal como pessoas que vendem mercadorias em bancas situadas nas calçadas ou nos camelódromos . Então, os comerciantes do «setor informal»: [...] exercem sua atividade em bancas ou barracas instaladas em diversos pontos da cidade, sobretudo nos locais de grande trânsito de pessoas, como estações de metrô ou trens (ou seus arredores, terminais rodoviários ou regiões centrais da cidade por onde passa, diariamente, um grande contingente de pessoas). (MARTINS, DOMBROWSKI, 2000, p. 43).

Os camelódromos ou shoppings populares são novos espaços nas cidades de consumo associados «à rearmação da centralidade urbana», segundo Monterosso (2006). Pois esses espaços surgiram do poder público como solução para retirar os camelôs e ambulantes das ruas . Apesar dos camelódromos e ambulantes não serem relevantes quanto aos patrimônios históricos para as cidades, observamos a importância dos mesmos para a sociedade, tanto para os próprios comerciantes quanto para os consumidores. Pois, através de estudos realizados, observamos que a maioria dos vendedores que trabalham nesse local são decorrentes da falta de emprego nos setores econômicos, pois buscaram no setor informal um ponto de apoio para solução desse problema. E percebemos também que «não são apenas as pessoas de baixa renda que buscam os produtos que os camelôs e ambulantes comercializam, mas quem precisa de alguma mercadoria que está contida nesses espaços», diz Monterosso em sua tese (2006). Espaço Catalisador- Centro Popular em Anápolis

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NOTAS: ¹ Entrevista conscedida por SANTILLO, Adehmar. Entrevista I.[novembro.2004]. Entrevistadora: Claudia Cristina Monteresso. ² Entrevista conscedida por GRICON, Antônio. Entrevista 2, [Fevereiro.2016]. Entrevistadora:Steph anie Andrade

O CAMELÓDROMO DE ANÁPOLIS O atual Camelódromo de Anápolis, localizado ao lado do terminal urbano, foi construído pelo ex-prefeito Ademar Santillo em 1987, sem um projeto. Ele cita então que: Foi uma iniciativa tomada por mim para amenizar os problemas causados pelos camelôs que estavam se acomodando nas calçadas. Foi feito um levantamento de quantos haviam se instalado no centro, nas ruas que são as mais movimentadas dessa área, as ruas General Joaquim Inácio e Engenheiro Portela e que hoje convergem para o terminal urbano. Assim, foi construído este centro comercial para abrigar esses trabalhadores com registro na própria Prefeitura para que pudessem trabalhar e garantir o sustento. (Informação Verbal)¹.

Porém, apenas a construção do Camelódromo não foi suciente para abrigar todos os ambulantes que se encontravam nas ruas. Então após alguns anos houve a seguinte solução : Não dá para levá-los para outros bairros da cidade, o movimento é no centro e é aqui também que está o terminal de ônibus. Então buscamos uma outra solução. Eu tinha um terreno próximo ao primeiro camelódromo e um conhecido tinha um outro terreno, fato que nos levou a

pensar numa estratégia e, então resolvemos construir um local para esses camelôs que estavam nas ruas. A parte que eu construí, que esse conhecido construiu, deixou para ser alugada para quem quisesse ter um lugar mais organizado para trabalhar, pois o Shopping Popular tem capacidade para abrigar mais de 800 comerciantes no total." (Informação Verbal)¹.

Adhemar Santillo diz que a construção do Camelódromo foi também para retirar os comerciantes das ruas e dar mais proteção para desenvolvimento do seu trabalho. De acordo com Antônio Gricon, gerente de obras e serviços da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, em uma entrevista a respeito do Camelódromo, ele cita que: A permissão é dada pelo município ao permissionário, e o mesmo não pode alugar, não pode vender e nem transferir para qualquer que seja. Porém não é isso que acontece na prática. Existem várias bancas alugadas, várias que foram vendidas ( mas que não foram transferidas )(Informação Verbal) ².

Ele aponta também que o Camelódromo conta com 240 boxes, sendo que 15 pessoas são proprietários de 50% dos boxes. Já no Shopping Popular dos bonecos, contamos com 177 boxes, uma pessoa sendo dono de 30% dos boxes. Isso acontece devido os boxes terem dimensões pequenas, variando de 1m² a 10m². Então, os que possuem os boxes menores, acabam se apropriando de outros para aumentar a renda.

LEGENDAS: [f.6]Camelódromo atual de Anápolis [f.7] Mapa de transferência de ambulantes para Camelódromo e Shopping Popular Fonte: Stephanie Andrade 118

Stephanie Pereira de Andrade


Shopping Popular

Terminal Urbano

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[f.7]

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Espaรงo Catalisador- Centro Popular em Anรกpolis

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PROPRIETร RIOS DOS BOXES

119


NOTAS: [1] Dados para os gráficos é referente a uma pesquisa em campo realizada por Cláudia Monteresso em 2006 que informa dados sobre os comerciantes e os consumidores do comércio informal em Anápolis. É importante ressaltar o trabalho infantil nesse tipo de comércio, iniciando aos 11 anos.

USUÁRIOS

COMERCIANTES

atuais do comércio informal existente

Motivos

por trabalhar em camelôs

Falta de emprego Outros Ajudar família e aumentar a renda

Ter autonomia Problemas com a Idade

Produtos Comercializados Roupas Variados Outros Alimentos

Eletro-eletrônicos e variados Eletro-eletrônicos Roupas e outros

Idade 11-20 anos

31-40 anos

outros

CONSUMIDORES

LEGENDAS: [f.8] Comerciantes do Camelódromo Fonte: Stephanie Andrade 120

Escolaridade E. Superior incom. Analfabeto E. Médio com. E. Superior com. E. Fundamental com. E. Médio incom. E. Fundamental incom.

Motivos por consumir de camelôs Preços baixos Outros

Localização no centro Stephanie Pereira de Andrade


[f.8]

Espaรงo Catalisador- Centro Popular em Anรกpolis

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A CIDADE DE ANÁPOLIS SETOR CENTRAL Brasília

Anápolis

140 km 50 km

Goiânia

Como a maioria dos centros de cidades brasileiras, o centro de Anápolis se destaca pela aglomeração de comércios e serviços. Sendo assim, a cidade depende do centro para realização de várias atividades. Isso reete claramente no uxo de permanência onde notamos a presença da população apenas durante o dia tornando o centro um local perigoso no período noturno e nos nais de semana. (f.13)

Horários de funcionamento Segunda -Sexta A origem da cidade está ligada principalmente a comercialização de produtos para a região de Pirenópolis. A expansão de Anápolis se relaciona à estrada de ferro implantada em 1935. Segundo Polonial (2005) a chegada da ferrovia tornou a cidade o maior centro comercial de Goiás, além disso, a estrada também teve grande inuência no crescimento populacional da cidade, que a partir dai ganha feições urbanas. Assim que surge a ferrovia os bairros começam a acompanhar o transporte e as periferias passam a ser ocupadas. Segundo POLONIAL (1995, p.32):

LEGENDAS: [f.9] Gráco de horários de funcionamento [f.10] Gráco de permanência [f.11] Fluxo de pedestres Fonte: Autora

122

Entre 1870 e 1935, a região do município de Anápolis sofreu profundas mudanças. As poucas moradias existentes, habitadas por escassa população, deram lugar a uma aglomeração humana mais complexa. As casas foram reformadas com as construções de alvenaria e a cidade ganha feições urbanas mais denidas.

00:00

18:00

6:00

12:00

Sábados 00:00

18:00

Ainda hoje, a economia anapolina permanece vinculada ao comércio local onde grande parte deles podem ser encontrados no centro da cidade.

6:00

12:00 Terminal Urbano

Comércios/serviços

[f.9]

Stephanie Pereira de Andrade


Gráco de permanência

Segunda -Sexta

Final de Semana

7:00

7:00 (Sábado)

12:00

12:00(Sábado)

17:00

17:00

19:00

19:00 (missas e cultos)

21:00

21:00

[f.10]

[f.11] Fluxo de pedestre Intenso Médio Baixo

N Espaço Catalisador- Centro Popular em Anápolis

123


SITUAÇÃO FUNDIÁRIA Edicações que foram removidas: 6-Antigos galpões (estacionamento) 7Residência/Borracharia 8-Estacionamento 9-Ruínas 10-Edicação subutilizado

1- Borracharia e estacionamentos 2- Vidraçaria 3- Shopping Popular (shopping dos bonecos) 4- Residência 5- Camelódromo

2

1 1

LEGENDAS: Mapas de levantamentos: [f.12] Mapa de situação fundiária [f. 13] Mapa dp trânsito [f. 14] Mapa de uso e ocupação [f.15] Mapa de gabarito [f.16] Mapa de cheios e vazios [f.17] Trânsito no centro [f.18] Comércios na região em estudo [f.19] Baixo gabarito de um pavimento [f.20] Praça do Americano [f.21] -[f.28] Edicações demolidas [f.29] Maquete do entorno com intervenção Fonte: Autora 124

3 1

1 10

9

4 5

6 8

7

[f.12]

N Stephanie Pereira de Andrade


1- Estacionamento/borracharia

[f.21]

2- Vidraçaria

[f.22]

3- Shopping Popular (Shopping dos bonecos)

4- Residência

[f.23]

[f.24]

5- Camelódromo

7- Residência/borracharia

[f.25]

[f.26]

8- Estacionamento

9- Ruínas

[f.27]

[f.28]

126 Espaço Catalisador- Centro Popular em Anápolis


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LEVANTAMENTOS E ANÁLISES

[f.14]Uso

[f.13]Trânsito Vias coletoras

e Ocupação

Misto Comércio Estacionamento Serviços

Sentido das vias

Institucional/Igreja Habitação Vago

Percebemos a potencialidade da presença de vias locais e coletoras próximas ao terreno em estudo, o que facilita a chegada ao terreno. As vias são intercaladas em relação a direção do tráfego como podemos perceber através do mapa dando acesso ao terreno ambos os sentidos.

Destaca-se o uso comercial em toda a área e para o lado norte do terreno o uso residencial. Há pouca presença de áreas verdes na região, o contrário de áreas destinadas a estacionamentos.

[f.17]

[f.18] Stephanie Pereira de Andrade


[f.15]Gabarito

[f.16]Cheios Cheios

0 1-2 3-5

Nota-se através do mapa de gabarito que temos uma prevalência de baixa edicação com edifícios de 1-2 pavimentos o que acaba gerando uma baixa densidade nessa região, diferente do restante da cidade, que também se da provavelmente pela forte presença de comércio.

e Vazios Vazios

O mapa de cheios e vazios nos mostra que é uma área consolidada com pouca presença de áreas vazias provavelmente pela forte presença do comércio, que também não apresenta recuos. Os lotes vagos são destinados a estacionamento e contamos com apenas uma área livre para lazer, a praça do americano do brasil, neste recorte.

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[f.19]

[f.20] 125


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[f.29]

Rua Rui Barbosa [f.21]

Stephanie Pereira de Andrade Espaço Catalisador - Centro Popular de Anápolis


TERRENO E DIRETRIZES Para a implantação no novo Centro Comercial Popular de Anápolis será utilizado além do local atual do Camelódromo, o terreno ao lado conhecido como «terreno dos antigos Galpões de Pina(nº 6 no mapa de Situação Fundiária) » com 11.354,00 m². O local dos galpões faz parte da história de Anápolis. Ali era um local de encontro e troca de serviços. Hoje se encontra apenas alguns dos galpões, que não possuem relevância histórica ou arquitetônica, com outros usos, como de estacionamento. Com isso, os galpões não serão mantidos. Percebemos através de levantamentos e análises que o terreno e seu entorno imediato possui algumas potencialidades e demandas podendo gerar diretrizes para a proposta projetual. Com isso, tem-se como diretrizes: ligação entre o Terminal Urbano e o Centro Comercial, gerar uxo fora do horário comercial, criar locais de encontro, dar novos usos para edifício do Varejão das Fábricas que se encontra com pavimentos subutilizado.

[f.30]

Nota: As imagens informam algumas edificações que serão desapropriadas na área de intervenção para utilidade pública. Po i s n ã o p o s s u e m nenhuma relevância arquitetônica.

[f.31]

LEGENDAS: [f.30] Antigos Galpões de Pina [f.31] Galpões de Pina restante [ f . 3 2 ] Te r r e n o d e implantação Fonte: Autora

[f.25] [f.32] Espaço Catalisador- Centro Popular em Anápolis

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PROGRAMA Percebe-se através de estudos realizados na área de intervenção a falta de espaços de convívio saudáveis, de atividades diversas para o tempo livre da população, e de uma melhoria no Camelódromo. Com isso, o programa foi denido pela necessidade de uma renovação do Cameldódromo de Anápolis e da necessidade de usos diversos para população Anapolina . O espaço contará com praças para vivência urbana, boxes para comercialização, e a proposta de novos usos para o edifício do atual Varejão das Fábricas que se encontra com pavimentos subutilizados, como por exemplo: Serviços (Vapt-Vupt e Cartório Eleitoral),Cafeteria e Lanchonete, Acadêmica com piscina, Restaurante Popular, e um Centro de Convenções. As praças serão para circulação, permanência e também para eventos. Terão bancas de mercadorias diversas como de ores, revistas e até mesmo de alimentação e eventos diversos como: culturais, esportivos, educacionais, de saúde, e feiras. Além disso, contará também com áreas verdes para contemplação. Os 260 boxes de 10m² cada (5 x 2 m) manterão seus usos originais com venda de produtos eletrônicos, roupas, entre outros. Porém, terá o acréscimo de mais boxes para alimentação, que antes não era suciente. Houve a diminuição de quantidade de boxes no total e um aumento de metragem quadrada. Isto é para cada proprietário cumprir a permissão de ter apenas um box, de acordo com as regras da prefeitura, sem ter a necessidade de alugar ou comprar outros irregularmente, como acontece hoje, devido o espaço do próprio box ser insuciente para sua mercadoria. Para atender os equipamentos urbanos inseridos na área de intervenção, o programa contará com 130 vagas para veículos particulares no subsolo da praça.

ÁREAS

CAMELÓDROMO

Total de 260 boxes de produtos variados -10 m² cada Térreo: 6.293,38 m² Subsolo:6302,60 m² Praça aberta no nível do subsolo: 4,503,84 m² Circulação: 898,63 m²

EDIFÍCIO

SUBSOLO

Arquivo deslizante(cartório eleitoral): 365,70m² Arquivo deslizante (vapt-vupt): 417,05m²

TÉRREO Restaurante popular: 692,00 m² Café: 65,00m² Área de convivência: 430,94 m² Cartório Eleitoral: 444,00 m² Vapt-Vupt: 648,00m²

SEGUNDO PAVIMENTO Centro de Convenções: 652,00 m² Café: 84,50m² Área de convivência: 387,51 m² Academia: 1131,00 m²

TERCEIRO PAVIMENTO Segundo pavimento da academia (área de piscinas): 1140,00 m² Circulação: 47,44

PRAÇAS Praças de conexão (abertas): 6514,69 m² Estacionamento subsolo: 2971,18 m² Circulação: 718,75 m² Área permeável: 3312,32 m² Área pavimentada: 3202,37 m²

TOTAL: 36.193,86 m² 128

Stephanie Pereira de Andrade


ÁREA VERDE

PRAÇA

ESPAÇO PARA

EVENTOS PÚBLICOS ESTACIONAMENTO

Terminal Urbano

NO SUBSOLO

RESTAURANTE

260 BOX

ES

10M² /CA D TÉRREO+SU A BSOLO

S/ NETE PT AL FÉ OR -VU CA CHO T I N LA ELE PT A

POPULAR

VARANDA CENTRO DE CONVENÇÕES

BANCAS

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EX N CO ÃO DE LAÇ A U AÇ IRC R C P

PRAÇA ABERTA (SUBSOLO)

Centro de Convenções Restaurante Popular Varanda/ circulação

Circulação

PROGRAMA EDIFÍCIO- CORTE ESQUEMÁTICO

Academia- Área piscina

Academia Cartório eleitoral e Vapt Vupt Arquivo deslizante

Espaço Catalisador- Centro Popular em Anápolis

129


LEGENDAS: [f.33] e [f.34] Boxes metálicos do mercado San Pablo Oztotepec [f.35] Markthal Rotterdam Disponível em: r e d f u n d a m e n t o s .com/ e archdaily.com

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Percebemos a falta de alguns equipamentos comunitários no centro e nos bairros vizinhos. Com isso, surge a ideia de inserir novas funções e atividades sociais com o objetivo de complementar o Centro Comercial Popular. Para isso temos as os projetos mencionados como referências e inspirações, tanto para o programa como também para volumetria, materialidade e estrutura.

[f.33]

O mercado San Pablo Oztotepec de Taller de Arquitectura localizado no Mexico (2003) com uma superfície construída de 1550 m² utilizou uma estrutura metálica devido à facilidade e rapidez na construção. As lojas seguem um módulo de 3x3m podendo ser transformados em módulos múltiplos, de acordo com a necessidade de cada proprietário ou locatário.

[f.27] [f.34]

[f.25]

O Markthal Rotterdam (2014) é o maior mercado coberto da Holanda. É um espaço coberto por um edifício residencial em forma de arco, que cobre uma mercado de alimentos frescos, um supermercado, praça de alimentação e um estacionamento subterrâneo. O Mercado é um novo e atrativo ícone no centro de Rotterdam. A sua forma e cores do interior convidam o público a entrar no edifício. O exterior de pedra cinza natura, a mesma que as calçadas, para enfatizar o seu interior.

[f.35] 130

Stephanie Pereira de Andrade

[f.6]


LEGENDAS: [f.36] Mercado Barceló [ f . 3 7 ] C e n t r o Po l i d e s p o r t i v o d o Mazzanti [f.38]Mercado Santa Caterina Disponível em: archdaily.com e barcelona.com

O Mercado, Polidesportivo e Biblioteca Barceló (2014)de Nieto Sobejano Arquitectos vai além do programa básico de um Mercado Municipal. Pois o edifício abriga além do Mercado um espaço poliesportivo e uma biblioteca. Assim complementando o programa para o entorno. Como revestimento foi utilizado chapas metálicas no edifício do mercado e centro de esportes. Já para biblioteca, optaram por uma pele de vidro fundido. Assim, unica a aparência externa além de trazer leveza e unidade para o complexo. [f.36]

O cenário esportivo do Giancarlo Mazzanti (2009), localizado em Medellín, Colômbia usa uma cobertura que permite a entrada de iluminação e ventilação natural, e ao mesmo tempo, protege contra as imtempéries. A estrutura de treliças metálicas permite um grande vão e ao mesmo tempo garante um aspecto visual agradável tanto visto por dentro, quanto por fora com seu revestimento de placa superboard com tons de verde.

[f.37]

O Mercado Santa Caterina (2005) em Barcelona é marcante pela colorida cobertura mosáica pela memória de frutas e legumes. Seu entorno é composto por edifícios acima de quatro pavimentos, o que torna a cobertura colorida visível a todos.

[f.38] Espaço Catalisador- Centro Popular em Anápolis

131


O PROJETO

132

Stephanie Pereira de Andrade

[f.6]


Espaรงo Catalisador- Centro Popular em Anรกpolis

133


PARTIDO praça

ão

ex

n Co

N

Centro Comercial Popular Edifício Terminal Urbano

A primeira demanda ao pensar em um novo projeto para o Camelódromo e o Shopping Popular em uma nova área é uma ligação direta com o Terminal Urbano. Pois como percebemos através das análises, grande parte do seu uxo vem do terminal. Então primeiramente foi pensado em uma praça linear de conexão, utilizando o espaço do Camelódromo atual, permitindo a chegada até o novo espaço do Centro Comercial Popular. Como o atual edifício do Varejão das Fábricas está implantado no meio da área de intervenção e possui apenas térreo como comércio e outros quatro pavimentos subutilizados, propusemos uma requalicação de sua estrutura com a intenção de aprimorar os usos da área e a proposta arquitetônica.

DA

PAGINAÇÃO A COBERTURA

3

1-

Desenho de linhas que conectam o Terminal Urbano com Centro Comerical, criando as praças de conexões e uma paginação do piso permitindo uma conexão.

2-

2

Pintura e materialidade do piso nos tons de cinza com intenção de intensicar a conexão.

3-

Rebatimento do desenho e cores do piso para cobertura dando um sentido poético à conexão.

1

LEGENDA: [f.39]-[f.50]maquetes que mostram o processo Fonte: Autora 134

Stephanie Pereira de Andrade


PROCESSO Proposta 1

Entorno

[f.39]

[f.40]

[f.43]

[f.45]

Teste de cobertura

[f.44]

Proposta 3

Proposta de fachada

[f.48]

[f.41]

Teste de cobertura

Teste de cobertura Proposta 2

[f.42]

Desenho do paginação

[f.46]

Proposta 4

[f.47]

Proposta 5

[f.49] Espaço Catalisador- Centro Popular em Anápolis

[f.50] 135


IMPLANTAÇÃO A área da implantação possui o total de 21,015m² incluindo as praças, o edifício com diversos usos e a área do novo Centro Comercial Popular, podendo ser acessado por todas as vias. Na quadra ao lado do Terminal Urbano, entre a Rua Quatorze de Julho e a R. Gen. Joaquim Inácio, onde se encontra o atual Varejão das Fábricas, o atual Camelódromo e o Shopping dos Bonecos, terá a demolição de ambos: o Camelódromo e o Shopping dos bonecos, onde será as praças de conexão. A praça que substitui o Shopping dos Bonecos conta com estacionamento subsolo para o edifício com total de 130 vagas e acesso ao edifício. Já a praça que substitui o atual Camelódromo conta com uma rampa de acesso ao subsolo da quadra do Centro Comercial Popular e também dá acesso direto ao edifício e entrada ao Vapt Vupt e Cartório Eleitoral. A quadra entre a R. Quintino Boicaiúva e Rua Quatorze de Julho abriga o novo Centro Comercial Popular, podendo ser acessado por ambas as praças e as suas duas vias laterais.

Seu subsolo pode ser acessado através de três rampas: uma que desce da praça, e outras duas (uma ao sul e outra ao norte do projeto) que descem pela Rua Quintino Bocaiúva, que dão acesso ao subsolo e a praça descoberta. A implantação dos boxes comerciais do Centro Comercial Popular segue o mesmo sentido da paginação de piso que sai do Terminal Urbano em direção ao Centro Comercial, e as áreas verdes também seguem o sentido da paginação.

[f.22]

N

Rampa veículo/pedestre Rampa

Pedestre

estre

ed pa P

Ram

LEGENDA: [f.51] MaqueteImplantação [f.52-56] Fotos da maquete nal Fonte: Autora 136

[f.51]

stre

Ram

ede pa P

Stephanie Pereira de Andrade


Espaรงo Catalisador- Centro Popular em Anรกpolis


c

D E

c

D

E

Stephanie Pereira de Andrade Stephanie Pereira de Andrade


B

A

A

B

E

B

E

Implantação com Cobertura 1

5

10

Corte E

1

5

10 137


C

D

E

C

D

E

138


1

2 3

A

A

E

E

LEGENDA: 1- Estacionamento (subsolo da praça) 2- Arquivo deslizante do Vapt-Vupt 2- Arquivo deslizante do Cartório Eleitoral

Nível -5,00 1

5

10

Espaço Catalisador - Centro Popular de Anápolis


c

D E

c

D E

Stephanie Pereira de Andrade


B

ho

Boicaiúva

Rua 14 de Jul

Rua Quintino

A A

E

E

Planta Térreo Geral

1

5

10

139

B


Legenda do Restaurante Popular (Área: 692 m²):

Rua Quintin o Boicaiúva

1- Recepção e Higienização de funcionários 2-DML 3-Ármários de funcionários 4-WC Feminino Acesso 5-WC Masculino funcionários 6-Área de expedição de alimentos 7 7-Câmara fria 8-Câmara fria 9Despensa 8 10-Sala de capacitação e cozinha experimental 11-Área de pré-preparo 11 12-Área de cocção 13-Área de pré-preparo 14-Lixo 13 A 15-Higienização de utensílios 16-Sala do nutricionista 14 17-Distribuição de marmitex 18-Devolução e higienização de bandejas e utensílios 18 19-Linha de destribuição 20-Bilheteria 21-Recepção/Higienização de mãos 22-Refeitório 23-WC Feminino 24-WC PPD 25-WC Masculino

1

2 3

4

5

6

9

10

12 15 16 19

17 20

23 22

24 25

Legenda do Cartório Eleitoral (Área: 444m²): 1-Ante Câmara 2-Área de atendimento 3-WC Feminino 4-WC PPD 5-WC Masculino 6-Copa 7-Arquivo 8-Cartório/Área de trabalho 9-Gerência 10-DML 11-WC Feminino 12-WC Masculino

Legenda Vapt Vupt (Área :648m²): 1-Ante Câmara 2-Área de espera 3-Área de atendimento 4-WC Feminino 5-WC PPD 6-WC Masculino 7-DML 8-Copa 9-Gerência 10-Sala de exames

Legenda Cafeteria (Área: 65 m²): 1-DML 2-Lixo 3-Lavabo 4-Hall de carga e descarga 5-Área de atendimento

0,80 cm

140

21


B

Praça

Acesso público

Entrada funcionários/ Carga/descarga

Circulação e Área de convivência

2 5

4

Entrada de Funcionários

1 10 10

3

8 7 6

9

5 3

ulho

4

Rua 14 de J

Ver Detalhe

2

9 7

10 11 12

2

1

6

8

5

Acesso público

4 3

2

Acesso público B

1 Ver detalhe

Acesso público

Planta Térreo NÍVEL 0,00 1

5

10

Praça Detalhe do encaixe da pele de vidro: Vidro jateado translucido que permite uma transparência nas janelas. Afastamento de 80cm da parede Parafusos engastados na laje.

Detalhe de pilar reforçado com preenchimento de concreto:

Pele de vidro de 5 cm de espessura. Reforço para suportar piscina no último pavimento Diâmetro de reforço: 50cm Pilar: 12x30cm

Fonte: bendheim.com/professional/systems/ Espaço Catalisador - Centro Popular de Anápolis

A


iúva

2

tino Boic a

Legenda do Centro de Convenções (Área 652 m²): 1-Recepção 2-Armazenamento de cadeiras 3-Salão para fechamento de salas 4-Bar 5-WC Feminino 6-WC PPD 7-Masculino 8-Salão 9-Auditório 10-Palco 11-Camarim Masculino 12-Lavabo Feminino 13-Lavabo Masculino A 14-Camarim Feminino 15- Câmara/ Entrada para auditório 16-Elevador Plataforma para PPD

Rua Quin

3

Stephanie Pereira de Andrade

5

8

6 4

Legenda Café (Área: 84,50 m²): 1-DML 2-Lixo 3-Lavabo 4-Atendimento Legenda Academia (Área: 1131 m²) : 1-DML 2-Vestuário Feminino 3-Vestuário Masculino 4-Copa 5-Recepção 6-Sala do nutricionista 7-Gerência 8-Sala de modalidades extra (zumba, abdominal, dança, muay thai, yoga, karatê, etc) 9-Academia 10-WC PPD

1

15 7

16

14 13 12 11

10

9


B

2 4

1

1

e Julho

3 2

Rua 14 d

3

A

4 9 5

6 7

B

8

Planta Térreo NÍVEL 3,00

Corte B 141


B B

Rua Quin

1-Copa 2-Gerência A 3-Entrada/catracas 4-Vestuário Feminino 5-WC PPD 6-Vestuário Masculino 7-DML 8-Piscina de aprendizagem 9-Piscina infantiL/Hidroginástica 10-Bebedouros

tino Boic aiúva

Legenda (Área: 1140 m²):

142


7 6 4

A

10 3 8 2

1 9

Planta Terceiro Pavimento Nร VEL 9,00

Corte A Espaรงo Catalisador - Centro Popular de Anรกpolis


Stephanie Pereira de Andrade


Corte A

Corte B 5 Escala 11/300

10

143





[f.53]

[f.52]

[f.55]

[f.54]

[f.56] Espaรงo Catalisador- Centro Popular em Anรกpolis

145


TECNOLOGIA

E MATERIALIDADE ESTRUTURA A estrutura do edifício é existente com pilares de 15x30cm. Porém, para adequar o projeto, houve algumas modicações: o segundo e quarto pavimento foram transformados em pédireito duplo, com remoção das lajes, foi retirado parte da cobertura no último pavimento para criar a área da piscina descoberta, reforço nos pilares existentes que apoiam as piscinas no último pavimento, recorte na laje da área central de circulação e acréscimos de pilares circulares também na área central. Para o fechamento desta área com cobogó, foi necessário acrescentar vigas de 20x50cm. No bloco do Centro de Convenções, no último pavimento foi removido alguns pilares e alterada a laje para uma laje nervurada que sustenta maiores vãos. Instalações Mecânica: um par de escada rolante e quatro elevadores de dupla entrada com capacidade para 8 pessoas (1,10x1,40) Cobertura: Telha Termoacústica (tipo sanduíche).

MATERIALIDADE Pele de pranchas de vidro jateado distanciadas 80 cm da parede. cor: branco Fechamento perfurado, modelo cobogó cor: chumbo Viga de concreto 50x20cm Placas metálicas cor: branca Piso exterior: Concreto com dois tons de [f.3]e pedras cor clara. cinza 146

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CENTRO COMERCIAL POPULAR Estrutura da cobertura Com objetivo vencer grandes vãos e sustentar sua cobertura, foi utilizado treliças metálicas de altura mínima de 1 m, pilares com diâmetro de 50 cm metálicos e laje nervurada (60cm de altura total e espaçamento entre nervuras de 80cm ). Para a cobertura, placas «superboard», uma placa drywall própria para coberturas que é resistente a condicionantes climáticas, possui resistência mecânica, é incombustível, é de fácil aplicação, permite pigmentação e é voltada à xação mecânica sobre estruturas metálicas.

[f.57]

Fundação: tipo Tubulão Instalações Mecânica: Um par de escada rolante e dois elevadores com capacidade de 8 pessoas (1,10x1,40)

Centro Comercial Espaço CatalisadorPopular Centroem Popular Anápolis em Anápolis

[f.58]

147


A COBERTURA LEGENDA: [f.57] Estrutura da cobertura na maquete [f.58] MaqueteCobertura [f.59] Maquete de testes da cobertura [f.60] Últimas duas propostas para cobertura Fonte: Autora

Após o rebatimento da paginação para cobertura, para cada faixa que foi gerada de seu desenho, foi feito sua estrutura com treliças e cada treliça com desenho e volumetria diferente constituindo sua forma. Além da cobertura proteger contra as intempéries, a sua forma permite o escoamento de águas pluviais, e a entrada de iluminação e ventilação natural proporcionando conforto aos usuários. Seu pé-direito varia entre 4,511m.

[f.59]

[f.60] Stephanie Pereira de Andrade 148


CORTE

DE PELE-

COBERTURA

Tubo cilindrico Treliça Metálica pintura anticorrosivo Tipo: PVC Esmalte Sintético Cor: Cinza fosco. Cor: Cinza Tubo cilindrico d: 30 cm Placa Superboard Tipo: PVC Cor: Cinza Cor: Cinza Espessura: 10 mm Forro de PVC d: 30 cm Espessura: 10mm Perl metálico Cor: Cinza Tipo: Ferro Formato U Tubo cilindrico para escoamento de água tipo: PVC cor: cinza d: 20mm Pilar metálico cilindrico Tipo de metal: Ferro Piso de concreto esborrachado espessura: 5cm Pintura: cinza Laje nervurada espessura: 60 cm

Nível: 0,00

Chapa metálica de ferro Pintura: Anticorrosivo Esmalte sintético Cor: Cinza

Chumbadores Pintura: Anticorrosivo Esmalte sintético Cor: Cinza

Nível: -5,00 Parafusos Pintado com óleo lubricante para evitar ferrugem. Modelo cabeça sextavada

Detalhe A: ligação do pilar Espaço Catalisador- Centro Popular em Anápolis

Fundação: Tubulão

Detalhe A

CORTE DE PELE DA COBERTURA ESCALA: 1/100 149


DETALHAMENTO DOS BOXES (MODELO PADRÃO)

Para melhor organização do espaço e visibilidade dos transuentes, todos os boxes serão padronizados. Os boxes serão feitos de chapas metálicas e fechamento com porta de correr metálica na cor cinza escuro. No topo, um tom de cinza mais claro com letreiros de tamanho padronizados e uma caixa cinza escuro no tamanho ,70 x ,70a, com numeração do box. Seu interno poderá ser variado de acordo com a necessidade de cada proprietário.

150

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