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How Colonialism Preempted Modernity in Africa por Olúfémi Táíwò
from 185 RIOT
Why hasn’t Africa been able to respond to the challenges of modernity and globalization?
Going against the conventional wisdom that colonialism brought modernity to Africa, Olúfémi Taíwò claims that Africa was already becoming modern and that colonialism was an unfinished project. Africans aspired to liberal democracy and the rule of law, but colonial officials aborted those efforts when they established indirect rule in the service of the European powers. Taíwò looks closely at modern institutions, such as church missionary societies, to recognize African agency and the impulse toward progress. He insists that Africa can get back on track and advocates a renewed engagement with modernity. Immigration, capitalism, democracy, and globalization, if done right this time, can be tools that shape a positive future for Africa.
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Colonialism: A Philosophical Profile

Taíwò nota que apesar de o Canadá e os EUA terem sido colónias estão muito mais modernizados do que África, onde também houveram diversas colónias. Estas ex-colónias não africanas, hoje em dia, também são responsáveis pela exploração de países que foram colónias africanas, contudo, este é apenas um dos fatores que não permitiram o “desenvolvimento natural” de África. Uma das causas mais determinantes foi o colonialismo em si e a forma como este foi “executado” durante o domínio colonial em África.

V. Y. Mudimbe (filósofo da República Democrática do Congo) e Delavignette (diretor da National School of Overseas France) apresentam divergências no assunto do colonialismo. Olúfémi propõe uma perspetiva à base da existência de dois tipos de colonialismo, que estariam na base dos problemas das colónias de África. Desta forma, a primeira forma de Colonialismo seria o mais pacífico entre os dois. Esta seria baseada na ocupação de territórios vazios ou com muito pouca população, a fim de evitar problemas de grande dimensão. Por vezes eram feitos acordos entre colonizadores e colonizados. Neste caso de colonização, era comum os colonizados manterem os seus costumes e práticas, desde que reconhecessem autoridade perante os ocupantes. Em certo casos, a definição de “territórios vazios” era relativamente deturpada, sendo que os poucos ocupantes existentes eram vistos como “floresta para desflorestar”. a superioridade natural do homem branco face ao homem negro, levando a que cientistas dividam o ser humano em raças, estabelecendo as relações de poder a partir da cor de pele que seriam aplicadas e adaptadas nas colónias portuguesas. Estas ideias são então disseminadas na sociedade portuguesa através de propaganda imperialista como no jornal O Século, Missões de Angola e Congo e o periódico O Pretinho, aliados a uma educação totalmente racista assente na ideia de indígena e não indígena em que os negros eram considerados aqueles que eram mais inferiores e assim, a cor da pele começa a suportar um império inteiro. Após a Segunda Guerra Mundial, o discurso altera-se: para Portugal conseguir manter o Império, as colónias passam a chamar-se
O segundo tipo de colonialismo, mais agressivo, seria visto como uma expansão do Estado, com o intuito de criar um sistema político em que o centro era a Metrópole. Este tipo de colonização é caracterizado pela imposição de uma “falsa modernização” que foi abandonada pelos próprios colonizadores. A ideia deste tipo de colonização estaria associada à redução de diferenças culturais entre o colonizador e o colonizado, abolindo costumes e criando leis que controlassem os “nativos”. Este género de colonização levou à conotação negativa de África, excluindo-a e desacreditando as suas capacidades de desenvolvimento.
Províncias Ultramarina no ano de 1951, transmitindo uma ideia de país multicultural e multirracial, utilizando como moleta doutrinária a teoria do lusotropicalismo e aqui, talvez, surge a ideia do bom colonizador e do país dos brandos costumes.
Um olhar histórico e incisivo sobre o passado colonial português entre o final do séx. XIX e o Estado Novo leva a entender a matiz estrutural do racismo no mantimento de um império conquistado à força, especialmente nos países Africanos, apesar de já em séculos anteriores encontrar-se no Brasil distinções a partir da cor da pele com termos que perduram mesmo hoje: mulato, pardo, cabra e crioulo. A verdadeira segregação por escrito é encontrada nas legislações portuguesas do início do séc. XX. O Acto Colonial de 1930 estabele-se os direitos e deveres daqueles que nasceram na metrópole e aqueles que são indígenas que, aliado ao decreto ministerial de 6 de fevereiro de 1929, desenha uma clara distinção entre os colonizados e os colonizadores. As bases deste claro racismo encontram-se no séc. XVIII com filósofos como Hume e Lineu, que defendiam

Colonialism: A Global History
por
Marc Ferro
Para se entender o fenómeno dos países colonizadores tem que se distinguir os conceitos de Colonização, subordinada ao Colonialismo e o fenómeno de Imperialismo, conceitos completamente interligados ao longo dos cinco séculos de hegemonização de países Europeus.
O colonialismo, como é definido nos dias de hoje, resulta de uma procura principalmente mercantil de países como Portugal e Espanha de encontrarem novas rotas de acesso a especiarias e a riquezas, face a fragilidades financeiras, aliado a preceitos religiosos de evangelização. Pelo menos até ao século XIX, o Colonialismo dominou e era classificado como o “poder” de um determinado grupo de pessoas ao conseguir “reproduzir-se” em diferentes territórios.
A partir de 1870, ocorre uma mudança de paradigma nas mentalidades dos colonizadores à luz da Revolução Industrial e do surgimento de potências industrializadas como a Alemanha, os EUA e a Rússia. Isto vem justificar a expansão territorial além-mar de países como Portugal, Inglaterra, França e Espanha que procuram agora nas suas colónias apropriarem-se dos bens materiais destes territórios como meios de produção industrial.
O imperialismo está aliado também a uma ideia de que a nação-mãe tem o dever e o direito de colonizar e civilizar outros territórios. São estes os impulsos primários do imperialismo: colonizar, civilizar, expandir e disseminar uma cultura em detrimento de outra.