PontoAll Noivas Magazine - Janeiro/2011 - 2ªedição

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Revolução no Diabetes:

A Clínica-Escola

Para dar uma boa qualidade de vida ao obeso, a fim de que ele não se torne diabético, e ao diabético para conviver melhor com essa doença crônica, há uma solução garantida pela moderna medicina: a “Terapia do Carboidrato”. Na Clínica Escola Quali, em Campinas, a endocrinologista e diabetologista Dra. Walkyria Volpini*, em parceria com a nutricionista Maria Helena Sindlinger**, “dá aulas” de bom viver a uma vasta clientela que frequenta o consultório para se educar para o diabetes. E mais: serve para as crianças também, diabéticas ou não. Há ainda muito desconhecimento sobre o diabetes, pelo menos em nosso país. Ouve-se falar em “Diabetes tipo 1”, “Diabetes tipo 2”, obesidade, insulina, etc., mas até mesmo muitos diabéticos não sabem o que é, e nem que estão com essa doença, que não se cura, mas se domestica pela educação (tomando-se educação como um todo, uma forma de viver). Ainda há quem pense tratar-se apenas de evitar a hiperglicemia ou a hipoglicemia, à custa de sacrifícios heroicos. No entanto, o simples princípio aristotélico de que “a virtude está no meio” é bem o que se passa na convivência entre o doente e sua doença. Essa convivência é harmoniosa quando o doente controla seu organismo tanto para não ter hipoglicemia (pouco açúcar no sangue), como para evitar a hiperglicemia (excesso). Convivência é igual a equilíbrio. O diabetes tipo 2, o de maior incidência, é cerca de 8 a 10 vezes mais comum do que o tipo 1. No mundo, 6,6% da população com mais de 20 anos são diabéticos. No Brasil, essa percentagem dobra na população acima de 30 anos: 12,1%. O que são esses “1” e “2”? Há dois tipos de diabetes: o do tipo 1 pode ser descoberto em crianças e adolescentes (até 20 anos de idade), e o do tipo 2, geralmente em adultos com mais de 40 anos, mas, pode surgir antes. A diferença entre os dois tipos é que, no primeiro caso, o pâncreas da pessoa não produz insulina – o hormônio mais importante do ser humano, com função de introduzir açúcar no sangue. No caso do tipo 2, o pâncreas produz insulina, mas em nível insuficiente, ou as células do corpo resistem ao trabalho dela. A maior causa do desencadeamento do diabetes tipo 2, que é o mais frequente, é a obesidade, que prejudica a ação da insulina. Os principais sintomas do diabetes são formigamento nos pés, dificuldade na cicatrização de feridas, visão embaçada, frequentes infecções, aparecimento de furúnculos. Embora bem menos frequente, o diabetes tipo 1 também deve ser observado pela família, principalmente pelos pais. Transtornos no comportamento da criança, agitação, perda de peso e urina freqüente são os sintomas mais comuns.

Abordagem

A

té aqui falamos da doença. E sabemos que não tem cura, mas devemos saber que, se o diabético, com ajuda da família e mesmo da sociedade como um todo, conscientizar-se de que não se trata de um “bicho-de-setecabeças”, o convívio pode ser tranqüilo. Em primeiro lugar, o diabético deve ter em mente que não basta controlar a glicose com medicamentos, mas manter seu autocontrole como um todo, buscar um estilo de vida consonante com sua situação especial. Para isso, deve buscar a ajuda de uma equipe que lhe proporcione melhor controle da glicemia, como médico e nutricionista especializados. O diabético tem de fazer controle de glicemia várias vezes diariamente. Na clínica escola, o cliente-aluno recebe a reeducação para o diabetes: um plano alimentar muito saboroso e um planejamento de atividade física regular e rotineira que o farão sentir47

se um atleta... A nutricionista Maria Helena Sindlinger monta para ele um prato feito de alimentos de silicone, com os ingredientes que lhe são propícios. A mixagem das cores dos alimentos revela a ele, nesse prato de mentirinha, uma identidade inesperada, que suscita vontade de mudar seus costumes alimentares. Algo como os japoneses fazem nas vitrines de seus restaurantes no Japão, onde os clientes são atraídos da rua... Com o avanço da medicina no conhecimento da doença, foram rapidamente desaparecendo as restrições alimentares e se torna mais raro ouvir-se o tradicional “eu sou diabético”, quando alguém lhe oferece algo “proibido”. As restrições e proibições são mínimas, a alimentação é farta e saudável e a indústria alimentícia seguiu a ciência, colocando à disposição, produtos de segurança, sem falar dos alimentos naturais que, por sinal, devem encher os olhos e o estômago de qualquer um, com ou sem o diabetes: pães, frutas, legumes e verduras, queijos, leite, peixes etc., etc. Uma revolução.


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