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CARTAS
A ECONOMIA QUE VEM DO SOL
“Mais de um quarto da conta de luz residencial das famílias brasileiras refere-se ao chuveiro elétrico. Assim, substituí-lo representa significativa economia mensal, fator muito importante para o orçamento doméstico, em especial neste momento de redução da renda, desemprego e dificuldades provocadas pela Covid-19, bem como de pressão sobre as tarifas de eletricidade em decorrência da crise hídrica. A alternativa mais econômica, ambientalmente correta e capaz de proporcionar água quente com segurança e conforto é o aquecedor solar.
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Para instalar o novo equipamento, há, claro, um investimento inicial, cujo retorno financeiro é compensatório, em torno de 2 a 3 anos. Imaginem uma conta de energia elétrica mensal de cem reais. Deste total, 25 reais referem-se exclusivamente ao gasto com o chuveiro elétrico, fator que corrobora a pertinência de trocá-lo pelo calor que vem do Sol. É importante salientar que os coletores solares são completamente desconectados da rede elétrica, não gerando custos adicionais de medição.
Os aquecedores solares de água são cerca de quatro vezes mais eficientes do que os painéis fotovoltaicos e atendem a aplicações residenciais de baixa até alta renda. São a alternativa mais eficaz para a redução expressiva do consumo nos chuveiros elétricos, que sobrecarregam muito o sistema no horário de ponta (entre 18 e 21 horas), representando mais de 7% de toda a eletricidade gasta no País e 37% no setor residencial neste horário, segundo dados do Balanço Energético Nacional da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2020 e PPH, 2019).
A tecnologia dos aquecedores solares de água está presente no Brasil há mais de 40 anos. É 100% nacional, gera empregos apenas no País e usa matérias-primas totalmente brasileiras. ‘Além disso, nosso parque fabril está preparado para atender a demandas bem mais elevadas, pois, em razão das recentes crises econômicas e paralisação dos programas habitacionais e de eficiência energética, sua ociosidade atual é de aproximadamente 55%’.
As famílias brasileiras, além de reduzirem suas contas de luz, contribuirão muito para reduzir as ameaças de apagão e/ou de racionamento de energia, ao substituírem seus chuveiros elétricos. A eletricidade consumida por estes pode ser carreada para mover a indústria, a agricultura e os setores produtivos, o que também beneficia todas as pessoas, reduzindo os riscos de paralisação das empresas e aumento do desemprego.
Os aquecedores solares são uma importante, barata e fundamental solução para garantir a segurança energética, pois promovem a eficiência, proporcionam redução da emissão de gases de efeito estufa e, portanto, dos efeitos relativos às mudanças climáticas.
O aquecedor solar de água é o único eletrodoméstico que economiza energia, ante milhares de novos chuveiros elétricos, eletrodomésticos e eletroeletrônicos incorporados diariamente às residências, que aumentam de modo crescente a demanda atual de eletricidade. É um equipamento que faz bem ao bolso, ao País e ao meio ambiente.”
Oscar de Mattos Presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Térmica (Abrasol) São Paulo - SP
SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA: OPORTUNIDADE OU RISCO EM 2021?
“O reajuste da bandeira tarifária vermelha 2, anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), levou o mercado a revisar suas projeções para a inflação em 2021. As estimativas passaram a variar entre 6% e 6,71%, acima do teto da meta, que era de 5,25%.
O acréscimo no valor da conta de luz será usado para bancar os custos com a
maior utilização das usinas termoelétricas, em função da baixa recorde dos reservatórios de água e do risco de um novo desabastecimento de energia no País. A taxa extra cobrada passou de 6,24 reais para 9,49 reais a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
O fato é que a crise hídrica que vem se instalando no País já reúne prejuízos, principalmente para as geradoras dependentes das hidrelétricas, que, sem água nos reservatórios, terão de recorrer a preços elevados do mercado de curto prazo para honrar seus contratos de fornecimento.
As distribuidoras, por sua vez, podem sofrer com a queda de consumo, maior inadimplência e, ainda, com furtos de energia, consequências dos aumentos da conta de luz em meio à crise. E isso já se traduz em perda de valor. Desde o alerta do governo de emergência hídrica, em 28 de maio, as empresas do segmento foram as que mais se desvalorizaram na Bolsa.
As hidrelétricas já operavam com dificuldade em 2020. O fantasma do apagão só não apareceu à época porque, com a pandemia de Covid-19 e a economia desacelerada, o consumo também caiu.
Mesmo com o risco de um apagão batendo à porta do Brasil, ainda é possível assegurar a retomada das atividades empresariais, sem solução de continuidade, mantendo a aceleração da nossa economia. Para isso, investir em grupos geradores, com o objetivo de garantir a autonomia energética e assegurar a disponibilidade do sistema de geração de energia, tornou-se imprescindível.
Tanto que a Stemac, maior especialista nacional na fabricação e comercialização de grupos geradores, registrou um aumento de 35% em suas demandas nos últimos 60 dias. A procura se deve ao temor da falta de energia, nas prestadoras de serviços indispensáveis, como hospitais, supermercados e farmácias, além de empresas, shoppings, indústrias e até condomínios residenciais, numa tentativa de evitar grandes transtornos. Nesse sentido, a empresa oferece soluções eficazes, seguras e imediatas, capazes de garantir energia 24h, sem interrupção, com uma relação custo-benefício compatível com o atual momento.
No entanto, é importante que as pessoas também adotem um comportamento consciente e assumam o compromisso de evitar o desperdício de energia, revendo hábitos individuais e coletivos do dia a dia que contribuam para preservar água nos reservatórios e para reduzir a geração termoelétrica.
E, ainda, que o governo implemente uma campanha voluntária de economia, só assim poderemos diminuir o custo total da produção de energia. Por fim e não menos importante, vamos torcer para que chova. E muito!”
Valdo Marques Vice-Presidente Executivo da Stemac Porto Alegre - RS
A POLUIÇAO NO MÉDIO TIETÊ
“Na data de 29/08/2021 moradores de Salto, localizada a 100 km da Capital na região do Médio Tietê, despertaram abalados com tonalidade escura de lama na água do Rio Tietê que cruza o centro da cidade. Sabe-se que a tal lama é descarregada criminosamente pelo túnel de fundo da barragem de Pirapora, mediante operação de manejo de comporta sob a responsabilidade da EMAE.
A construção do túnel, por ordem do então governador Fleury, cujo relatório de impacto ambiental jamais foi dado ao conhecimento às autoridades e ambientalistas das cidades ribeirinhas do interior, data de aproximadamente 1995, portanto 6 anos após a aprovação da Constituição do Estado de São Paulo de 1989. O artigo 208 da referida Carta Magna proibiu ações que resultassem em incrementos de poluição nos rios do Estado.
A implantação desta obra, sob a complacência do CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente e das entidades ambientalistas sediadas em São Paulo, desrespeitou a Constituição do Estado. De fato, era sabido que o objetivo do projeto era aumentar a descarga de enchentes do rio e arrastar o lodo venenoso acumulado no fundo do reservatório de Pirapora, de modo a transferir o débito ambiental para o Médio Tietê. A função do túnel era promover a sucção de resíduos venenosos sedimentados no fundo daquele reservatório e transferir tais poluentes para o Médio Tietê. O plano de Fleury tinha em vista atender ao clamor de um conjunto de interessados na higienização da Capital, que incluíam ambientalistas a serviço de empreendedores imobiliários na região do Rio Pinheiros e políticos ávidos por votos dos eleitores da Região Metropolitana.
Desta forma, desde 1995, as águas do Tietê passaram a carrear a poluição de resíduos altamente venenosos, transferindo para as cidades ribeirinhas do Médio Tietê prejuízos à economia, meio ambiente, saúde da população no trecho de mais de 200 km desde Pirapora até a represa de Barra Bonita.
Em 2014, governo Alckmin, após um evento de descarga dos poluentes para a jusante da barragem, ocorreu um evento de mortandade de peixes que alcançou 40 toneladas na cidade de Salto, sem que o desastre despertasse o clamor das entidades ambientalistas da Capital. Na oportunidade a Cetesb, após análise do fenômeno apontou a causa da mortandade de peixes como decorrente de lodos venenosos descarregados pelo túnel de fundo da barragem de Pirapora. Laudo Técnico elaborado pela Cetesb determinou que o Governo do Estado deveria dragar esse lodo, promover a contenção do mesmo em depósitos apropriados e executar tratamento até recuperá-lo. Em seguida aplicou multa pesada sobre a EMAE, responsável pela liberação do lodo. A Empresa se recusou a pagar, enquanto que os governantes que se seguiram a Alckmin preferiram retirar o lodo acumulado no fundo do Rio Pinheiros ao invés de retirá-los do reservatório de Pirapora, atendendo aos interesses imobiliários da região e planos eleitorais de políticos da Capital.
Apesar da gravidade do problema, nenhuma das entidades que se intitulam como ambientalistas da Região Metropolitana de São Paulo, inclusive a mais conhecida delas a SOS Mata Atlântica, jamais se mobilizaram para denunciar os constantes acidentes no meio ambiente que se abatem sobre o interior.
Em meados de 1995 o Governador Covas convocou uma Audiência Pública para acontecer na cidade de Tietê, sob a coordenação do então Secretário de Estado da Energia e Saneamento, com a presença de todos os Prefeitos das cidades do Médio Tietê, desde Pirapora até Barra Bonita. O objetivo do encontro era definir uma solução para a questão das enchentes, lixo sobrenadante, águas lamacentas exportadas pela Região Metropolitana de São Paulo, em face dos prejuízos suportados pelas cidades do interior. Na oportunidade também estavam presentes duas entidades ambientalistas, a SOS Mata Atlântica e o Instituto de Estudos Vale do Tietê (Inevat). Ao final da Audiência Pública de Tietê, ficou registrado em Ata do CONSEMA, que o Governo do Estado deveria instalar barreiras de lixo dentro do território da cidade de São Paulo, de modo a impedir a exportação para o Médio Tietê. O compromisso assumido em Audiência Pública que o Governo de São Paulo cumpriu.
No presente momento a mesma SOS Mata Atlântica promove a instalação de uma barreira de lixos flutuantes exportados pela Região Metropolitana de São Paulo que deverá acumular o total anual avaliado em 25.000 toneladas de entulhos, sem qualquer debate com as comunidades ribeirinhas do Tietê. Ocorre que a obra em execução pela entidade constitui crime ambiental, de vez que a seção escolhida para a instalação da barreira, encontra-se na linha em que o rio estabelece limite entre as cidades de Itu e de Salto, posicionada ao montante da corredeira no rio dentro do Parque das Lavras, área de incalculável valor ambiental e cultural.
Neste caso a SOS Mata Atlântica precisa explicar para as comunidades ribeirinhas do Médio Tietê, a quem esta entidade presta seus serviços, que envergonham o movimento ambientalista do Estado de São Paulo.”
Ismar Ferrari Coordenação técnica no Inevat Instituto de Estudos Vale do Tietê São Paulo - SP
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA BORDA: POSSIBILIDADES PARA O VIDEOMONITORAMENTO
“Computação em borda significa mais capacidade para dispositivos conectados. Em um sistema de videomonitoramento, representa que mais ações podem ser realizadas nas próprias câmeras. O papel da inteligência artificial (IA), (aprendizado de máquina e aprendizado profundo) em vigilância por vídeo vem ganhando força, uma vez que podemos ‘ensinar’ nossas câmeras a serem mais intuitivas sobre o que filmam e analisam em tempo real. Por exemplo, o veículo na cena é um carro, ônibus ou caminhão? É um humano ou um animal próximo ao prédio? São essas sombras ou um objeto na estrada?
Os avanços reduzem a necessidade do envolvimento humano na análise de dados e tomada de decisões. Em último caso, deve acelerar o tempo de resposta, o que poderá salvar vidas e fornecer informações valiosas que podem moldar o futuro dos edifícios, cidades e sistemas de transporte.
Como podemos transformar a vigilância por vídeo? Atualmente, a maior parte das análises de imagens de câmeras de segurança na borda apenas mostram quando algo ou alguém está em movimento. Após essa análise inicial do sistema de gerenciamento de vídeo (VMS) em servidores centralizados, é preciso um ser humano para interpretar exatamente o que é o evento e se apresenta alguma ameaça ou risco à segurança.
Para entender se um objeto é um veículo, um ser humano, um animal ou qualquer coisa, podemos ‘treinar’ um sistema de vídeo para detectar e classificar o objeto. A análise detectaria que um veículo acionou um alerta e com a
tecnologia de aprendizado profundo (Deep Learning) inteligente poderíamos entrar em mais detalhes: que tipo de veículo é? Esta é uma área que pode causar problemas em potencial ou há perigo imediato? É um ônibus quebrado que pode colocar as pessoas em perigo durante o desembarque?
Benefícios da análise na Borda. A maior precisão da análise de borda e a capacidade de distinguir entre várias classes de objetos reduzem a taxa de falsos positivos. Com isso, diminui também o tempo e os recursos para investigar falsos alarmes. De forma proativa, a análise de borda cria uma resposta mais apropriada e efetiva. Por exemplo, a execução de análises de IA na borda pode identificar objetos em uma rodovia e alertar os motoristas.
Ainda assim, a capacidade de aprendizagem ajuda a distinguir entre um ser humano e um veículo, podendo ajudar a definir o nível de gravidade dos avisos emitidos aos motoristas. Se as câmeras avistassem alguém em perigo na estrada, poderiam ativar automaticamente e de maneira autônoma a sinalização para reduzir a velocidade do tráfego e alertar os serviços de emergência.
Com o tempo, os desenvolvedores por trás da análise são capazes de identificar tendências úteis para o planejamento e gerenciamento de tráfego, assim como para outras autoridades interessadas no comportamento e conservação de animais silvestres que possam atravessar a pista, por exemplo. Ser capaz de diferenciar o tipo de tráfego (pedestres, ciclistas, motoristas, veículos comerciais) fornece informações valiosas sobre tendências que colaboram com o trabalho dos engenheiros civis no planejamento das cidades inteligentes do futuro.
Converta dados brutos em informações analíticas. Outro benefício importante da análise de borda é que o processo é realizado nas imagens de vídeo da mais alta qualidade, o mais próximo possível da fonte. Em um modelo tradicional, quando a análise ocorre em um servidor, o vídeo geralmente é compactado antes de ser transferido, portanto, a análise é feita em vídeo de qualidade reduzida.
Além disso, quando a análise é centralizada, ocorrendo em um servidor, quanto mais câmeras são adicionadas à solução, mais dados são transferidos, criando a necessidade de adicionar mais servidores para lidar com a análise. Implementar análises poderosas na extremidade significa que apenas as informações mais relevantes são enviadas pela rede, reduzindo o uso da largura de banda e de armazenamento.”

Sergio Fukushima Gerente de Soluções da Axis Communications São Paulo - SP
Como contatar a BRASIL ENGENHARIA
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