Apostila

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POR QUE COLETAR SEMENTES?
COLETAR PARA RESTAURAR
REDE DE SEMENTES DO ARAGUAIA
O QUE É UMA SEMENTE?
FORMAÇÃO DAS SEMENTES
QUAIS ESPÉCIES IREMOS COLETAR?
ESPÉCIES QUE NÃO IREMOS COLETAR
SOBRE O NOME DE CADA PLANTA...
ONDE COLETAR SEMENTES?
INTRODUÇÃO AO CADERNO DO COLETOR!
As sementes criam novas vidas nas florestas e plantações. São usadas na alimentação de humanos e animais, em artesanatos, para tirar óleos e essências, como remédio, e é claro, para recuperar áreas de floresta que foram desmatadas, o qual será nosso propósito.
No Brasil, é obrigatório que ao redor de nascentes e rios seja mantida – ou recuperada – a vegetação natural. Outras áreas, como as Reservas Legais, também devem ter florestas para permitir a passagem e moradia de animais, a proteção das águas, a conservação do solo e manutenção do clima.
O Instituto Black Jaguar tem como único objetivo criar o Corredor de Biodiversidade do Araguaia , reflorestando e conectando áreas de Cerrado e Amazônia do entorno do Rio Araguaia. Para isso, o desafio é grande: precisaremos plantar cerca de 1.7 bilhão de árvores nativas!
O nosso objetivo com a criação da Rede de Sementes do Araguaia é de contribuir com esse projeto, fornecendo as sementes que serão usadas nos plantios – tanto as que serão semeadas diretamente no solo, como as que serão utilizadas para a produção de mudas em nosso viveiro – além de dar uma oportunidade para melhorar a renda das comunidades que vivem nas cidades de Santana do Araguaia, Caseara e Marianópolis.
Redes de sementes são grupos organizados de pessoas que coletam e beneficiam sementes de espécies nativas, principalmente árvores, para comercializá-las para projetos de pesquisa e restauração.
Para organizar a nossa rede de sementes, vamos aprender com outros grupos que já existem no Brasil e nos inspirar nas suas experiências, aprender juntos e praticar muito, fortalecendo as comunidades e ajudando a manter e recuperar as florestas da região.
As sementes são o meio de reprodução e sobrevivência das plantas. Elas resistem a condições desfavoráveis – como falta de água, temperaturas muito altas ou baixas - e cada semente contém um embrião, que dará origem a uma nova planta, continuando a espécie. Agora vamos entender como as sementes são formadas:
A formação das sementes começa na floração, que é todo o período em que a planta apresenta flores. As flores contêm os grãos de pólen (que vêm da parte masculina) e os óvulos (que estão na parte feminina).
O encontro do pólen de uma flor com os óvulos de outra é o que chamamos de polinização, momento em que acontece o cruzamento entre as plantas. Esse processo normalmente ocorre com a ajuda de insetos, como abelhas, borboletas e mariposas, de animais, como morcegos e beija-flores ou até mesmo da água e do vento.
Cada planta utiliza uma estratégia de polinização, que tem relação com o tamanho, formato, cor, aroma e horário de abertura das flores.
Beija-flores gostam de flores em formato de tubo, coloridas e que se abrem durante o dia, como a paineira. Foto: Valdison Aparecido Gil.
Borboletas foram de flores também em formato de tubo e com cheiro, como o angico. No caso das mariposas, visitam flores que se abrem à noite.
As flores que são polinizadas com ajuda do vento não precisam de cor, cheiro ou formas para atrair algum animal, mas produzem uma grande quantidade de pólen leve para ser levado pelo vento.
Abelhas gostam de flores pequenas ou grandes, coloridas e com aroma agradável, que se abrem durante a manhã, como a castanheira.
Morcegos gostam de flores grandes, com cheiro forte, branças ou “sem cor”, e que se abrem à noite, como o pequizeiro.
Após a polinização, a flor passa por várias modificações. O ovário da flor se desenvolve no fruto, e os óvulos polinizados se tornam as sementes. O período em que as plantas possuem frutos é chamado de frutificação.
Durante a frutificação ocorre o processo de maturação, ou seja, transformações no fruto até que as sementes estejam maduras e prontas para serem dispersadas. É muito comum vermos frutos carnosos que mudam de cor, de cheiro, ou no caso de alguns frutos secos, a sua abertura.
O peito-de-pombo muda de cor verde para roxo.
O pequi sofre mudança na textura da casca, mas sem mudança de cor.
Quando os frutos ficam maduros, se dá início a dispersão. Como o nome já diz, a dispersão é o momento em que as sementes são espalhadas para que cheguem a novos lugares. Assim como na polinização, esse processo também conta com a ajuda do vento, da água, e de animais, principalmente pássaros e pequenos mamíferos.
Para um coletor de sementes é muito importante saber identificar os sinais de maturação do fruto e entender a estratégia de dispersão de cada espécie, pois esses sinais nos indicam o momento ideal de coleta.
O jatobá passa de verde para marrom escuro quando maduro, e fica preto quando passado.
O fruto da paineira se abre e expõe as sementes e a paina.
As imagens foram retiradas do Calendário Rede do Cerrado, e fotografadas por Marcelo Kuhlmann.
O jacarandá amarelo possui sementes aladas, que são dispersas pelo vento.
O fruto do assacu explode quando seco, liberando as suas sementes sozinho.
Os ingás que vivem na beira de rios e cursos d’água podem ser dispersos pela água e por peixes, além de aves e macacos.
A copaíba é muito apreciada por aves como o tucano e o sabiá, e por macacos.
O jatobá possui sementes envoltas em polpa que é atrativa para antas, cutias e macacos.
LEMBRE-SE!
TODAS as árvores produzem flores, frutos e sementes.
Os frutos SEMPRE aparecem depois das flores
Como nosso objetivo é fornecer sementes para a restauração, devemos coletar apenas sementes de espécies nativas.
Espécies nativas são aquelas que são naturais daquele lugar, ou seja, que crescem espontaneamente nas florestas da região. Já as plantas exóticas são naturais de outra região ou país, que foram trazidas e cultivadas aqui.
No caso do projeto de restauração conduzido pelo Instituto Black Jaguar, utilizamos as seguintes espécies:
Abricó-de-macaco, cuia-de-macaco
Açaí, açaizeiro
Andiroba, carapá
Angelim, angelim-da-mata, angelim-do-campo
Angelim-saia, paricá-grande, pau-de-arara
Angico, angico-branco, angico-cuiabano
Aroeira, aroeira-do-campo, aroeira-preta
Assacu, assacuzeiro
Bacaba, bacaba-de-leque Baru, cumaru, cumbaru Cacau, cacaueiro
Cajá, cajazinho, taperebá Caju, cajuzeiro
Cajuí, cajuzinho, caju-do-cerrado
Caroba-da-mata, carobinha, caroba-roxa, jacarandá
Carvoeiro-do-brejo, taxi-branco
Couroupita guianensis
Euterpe oleracea
Carapa guianensis
Andira vermífuga Parkia pendula
Anadenanthera spp. Astronium urundeuva
Hura crepitans
Oenocarpus distichus
Dipteryx alata
Theobroma cacao
Spondias mombin
Anacardium occidentale Anacardium microcarpum
Jacaranda copaia
Sclerolobium sp.
Cedro-do-brejo, cedro-cheiroso
Copaíba, copaíba-vermelha
Cupuaçu, cupu, pupu
Embaúba, embaúva
Fedegoso, fedegoso-gigante, mata-pasto
Gonçalo-alves, guarita
Ingá, ingá-vera, ingá-banana, ingá-de-metro
Ipê-amarelo, ipê-amarelo-cascudo
Jatobá, farinheira
Jatobá-do-cerrado, jatobá-de-casca-fina
Jatobá-de-brinco, pau-roxo, falso-jatobá
Jenipapo, jenipapeiro
Jequitibá-vermelho, cachimbo-de-macaco Guanandi, landi
Guapuruvu, paricá, ficheira
Mamoninha-do-mato, melzinho, canudeiro
Mirindiba, tarumarana
Mogno, mogno-brasileiro
Monguba, paquira, cacau-falso Monjoleiro, paricá-branco
Murici, murici-do-campo, muricizãoda-mata, muricizinho, murici-do-varjão
Mutamba, mutambo, envireira
Orelha-de-macaco, tamboril, timbaúva Orelha, fava-de-rosca, favela
Cedrela odorata
Copaifera spp.
Theobroma grandiflorum
Cecropia pachystachya
Senna allata
Astronium fraxinifolium Inga spp.
Handroanthus serratifolius
Hymenaea courbaril
Hymenaea stigonocarpa
Peltogyne confertiflora
Genipa americana
Cariniana rubra
Calophyllum brasiliense
Schizolobium parahyba
Mabea spp.
Buchenavia tomentosa
Swietenia macrophylla
Pachira aquatica
Senegalia polyphylla
Byrsonima spp.
Guazuma ulmifolia
Enterolobium contortisiliquum
Enterolobium schomburgkii
Paineira, paineira-rosa, paineirabranca, paineira-barriguda
Pau-formiga, pajaú, novateiro
Pau-balsa, pata-de-lebre Peito-de-pombo, fruta-de-pombo, cafezinho Pente-de-macaco, escova-de-macaco Pequi, piqui Rosquinha, jacaré Sangra d’água, urucurana Seringueira, seringa Sombreiro, palheteira Sumaúma, paina-lisa, árvore-da-seda Tinguí, tigui-do-cerrado Urucum, colorau Xixá, chichá, xixá-do-cerrado
Ceiba spp.
Triplaris spp. Ochroma pyramidale
Tapirira guianensis
Apeiba timbourbou
Caryocar coriaceum
Chloroleucon spp.
Croton urucurana
Hevea brasiliensis
Clitoria fairchildiana
Ceiba pentandra Magonia pubescens
Bixa orellana
Sterculia spp.
No nosso dia a dia somos acostumados com muitas plantas exóticas, que por serem muito bem adaptadas ao nosso clima e cultivadas há muito tempo, podem dar a falsa ideia de que são naturais da nossa região. Por isso temos que ter cuidado com as plantas que selecionamos para a coleta, e sempre confirmar com o comprador se há interesse por aquela espécie.
Algumas espécies exóticas que não iremos coletar:
Você percebeu que na tabela anterior (páginas 13, 14 e 15), na coluna da esquerda temos vários nomes para se referir à mesma planta? E que na coluna da direita temos um nome esquisito, que também serve para se referir a essa planta?
Esse nome esquisito é o nome científico da planta. É como se fosse o nome que está no RG da planta, enquanto que os nomes populares são como seus apelidos.
É muito comum que regiões diferentes conheçam a mesma planta por nomes diferentes,
assim como pode acontecer de usarmos o mesmo nome para nos referirmos a mais de uma planta.
O nome científico existe justamente para que todos “falem a mesma língua”, mesmo em diferentes regiões e até países, e é sempre composto por duas partes:
A primeira é o gênero a que a planta pertence. Quando duas plantas possuem o mesmo gênero, significa que são da mesma família, e são como primas. Já a segunda parte é o nome específico, que dá uma característica para a planta.
Theobroma grandiflorum
Theobroma cacao
Essa informação é muito importante para a qualidade das sementes comercializadas. Sempre iremos separar os lotes por espécie, e registrar qual o nome popular e científico da espécie em questão.
Coletar um galho com folhas, flores e/ou frutos e deixar guardado no meio de jornais e debaixo de algo bem pesado para preservar; Tirar fotos do tronco, folhas, flores, frutos e sementes; Coletar algumas sementes
Com esse material, podemos então consultar um especialista que nos ajude a identificar. Nesse caso, é importante também anotar as informações de coleta, como dia e local.
Em primeiro lugar, temos que identificar as áreas onde existam as espécies de interesse, que falamos anteriormente. Elas podem estar em florestas fechadas, no nosso quintal ou até mesmo na rua.
O ideal é sempre preferirmos Áreas de Coleta (AC) mais conservadas, com maior extensão, que tenham várias espécies e sejam próximas do local onde vamos beneficiar as sementes.
Dentro das ACs, devemos então selecionar as matrizes, ou seja, as árvores-mães das quais iremos coletar as sementes.
Como nosso objetivo é fornecer as sementes para restauração, para cada lote devemos tentar coletar sementes do maior número possível de indivíduos.
Isso porque, para a formação de uma nova floresta, é importante termos plantas com diferentes características. Assim, caso haja algum evento adverso, como um incêndio, período de seca ou doença, teremos maior possibilidade de que pelo menos algumas árvores sobrevivam.
Já se as plantas forem todas “aparentadas” e com características muito parecidas, muitas delas podem morrer por causa de um mesmo problema.
Sendo assim, devemos coletar sementes de árvores com frutos maiores ou menores, mais altas
ou mais baixas, com a copa mais ou menos frondosa e outras características.
No entanto, é importante coletar sementes apenas de árvores que produzam frutos e sementes de qualidade e saudáveis, sem doenças ou cupins, por exemplo.
Após a identificação dessas árvores matrizes, devemos fazer a sua marcação. Podemos fazer isso com o auxílio de plaquinhas, fitas ou tintas, além de GPS e mapas. Também devemos fazer uma “ficha”, anotando as informações mais importantes sobre aquela árvore.
A marcação facilita no dia a dia da coleta, pois se torna mais rápido identificar as árvores no campo, e ainda garante a procedência dessas sementes, ou seja, podemos informar ao comprador de onde vieram.
Nas próximas semanas vamos treinar a observação e criar o hábito de registrar informações. Ande pela sua comunidade, e observe:
Qual é essa árvore? Ipê amarelo
Qual a localização dessa árvore? Atrás da igreja
Como são suas flores?
Amarelas, grandes, as pétalas formam um tubo, sem cheiro, abre por vários dias, tem várias flores no mesmo ramo
Qual(is) pode(m) ser seus polinizadores? Pode ser o beija-flor e abelhas
Você nota a presença de algum polinizador? Qual? Sim, vi uma mamangava
Na mesma árvore, já existe também algum fruto? Sim Outras observações: Árvore saudável Data do registro: 27/06/2022
Qual é essa árvore?
Qual a localização dessa árvore?
Como são suas flores?
Qual é essa árvore?
Qual a localização dessa árvore?
Como são suas flores?
Qual é essa árvore?
Qual a localização dessa árvore?
Como são suas flores?
Qual(is) pode(m) ser seus polinizadores?
Você nota a presença de algum polinizador? Qual?
Na mesma árvore, já existe também algum fruto?
Qual(is) pode(m) ser seus polinizadores?
Você nota a presença de algum polinizador? Qual?
Na mesma árvore, já existe também algum fruto? Outras observações:
Qual(is) pode(m) ser seus polinizadores? Você nota a presença de algum polinizador? Qual?
Outras observações: Data do registro:
Data do registro:
Na mesma árvore, já existe também algum fruto? Outras observações: Data do registro:
Qual é essa árvore?
Qual a localização dessa árvore?
Como são suas flores?
Qual é essa árvore?
Qual a localização dessa árvore?
Como são suas flores?
Qual é essa árvore?
Qual a localização dessa árvore?
Como são suas flores?
Qual é essa árvore?
Qual a localização dessa árvore?
Como são suas flores?
Qual(is) pode(m) ser seus polinizadores?
Você nota a presença de algum polinizador? Qual?
Na mesma árvore, já existe também algum fruto? Outras observações: Data do registro:
Qual(is) pode(m) ser seus polinizadores?
Você nota a presença de algum polinizador? Qual?
Na mesma árvore, já existe também algum fruto? Outras observações: Data do registro:
Qual(is) pode(m) ser seus polinizadores?
Qual(is) pode(m) ser seus polinizadores?
Você nota a presença de algum polinizador? Qual?
Na mesma árvore, já existe também algum fruto? Outras observações:
Você nota a presença de algum polinizador? Qual?
Data do registro:
Na mesma árvore, já existe também algum fruto? Outras observações: Data do registro:
Qual é essa árvore? Ipê amarelo
Qual a localização dessa árvore? Atrás da igreja
Como são seus frutos?
Vagem, algumas de cor verde e outras marrom-claro, coberta de “pelos”, várias vagens no mesmo galho.
Qual é essa árvore? Qual a localização dessa árvore?
Como são seus frutos?
Qual é essa árvore? Qual a localização dessa árvore?
Qual é essa árvore?
Qual a localização dessa árvore?
Como são seus frutos?
Como são seus frutos?
A árvore apresenta frutos maduros? Qual o indicativo? Sim, vagens mudando de cor e se abrindo
A árvore apresenta frutos maduros? Qual o indicativo?
A árvore apresenta frutos maduros? Qual o indicativo?
A árvore apresenta frutos maduros? Qual o indicativo?
De qual tipo pode ser sua dispersão? Pelo vento
Você nota a presença de algum animal nessa árvore? Qual? Não
De qual tipo pode ser sua dispersão?
De qual tipo pode ser sua dispersão?
Você nota a presença de algum animal nessa árvore? Qual? Outras observações:
De qual tipo pode ser sua dispersão?
Outras observações: Presença de sementes no chão
Data do registro: 27/06/2022
Você nota a presença de algum animal nessa árvore? Qual?
Outras observações:
Data do registro:
Data do registro:
Você nota a presença de algum animal nessa árvore? Qual? Outras observações: Data do registro:
Qual é essa árvore?
Qual a localização dessa árvore?
Como são seus frutos?
Qual é essa árvore?
Qual a localização dessa árvore?
Como são seus frutos?
Qual é essa árvore? Qual a localização dessa árvore?
Qual é essa árvore?
Qual a localização dessa árvore?
Como são seus frutos?
Como são seus frutos?
A árvore apresenta frutos maduros? Qual o indicativo?
A árvore apresenta frutos maduros? Qual o indicativo?
A árvore apresenta frutos maduros? Qual o indicativo?
A árvore apresenta frutos maduros? Qual o indicativo?
De qual tipo pode ser sua dispersão?
Você nota a presença de algum animal nessa árvore? Qual? Outras observações: Data do registro:
De qual tipo pode ser sua dispersão? Você nota a presença de algum animal nessa árvore? Qual? Outras observações: Data do registro:
De qual tipo pode ser sua dispersão?
Você nota a presença de algum animal nessa árvore? Qual? Outras observações:
De qual tipo pode ser sua dispersão?
Data do registro:
Você nota a presença de algum animal nessa árvore? Qual? Outras observações: Data do registro: