31ª Bienal de São Paulo (2014) - Livro

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Mujeres Creando, graffiti, sem data

Espacio para abortar (2014) [Espaço para abortar] é uma intervenção urbana, procissão-performance pública e participativa, contra a ditadura do patriarcado sobre o corpo da mulher. A ideia é promover um ambiente de discussão e diálogo com a ajuda de um enorme útero ambulante, temporiamente instalado na Bienal. Em pauta, as implicações do aborto, da colonização do corpo feminino e o que pode significar a decisão soberana, o livre-arbítrio e a liberdade de consciência em uma democracia contemporânea, como a de nossos países sul-americanos, nos quais o aborto é ilegal e penalizado. Fundado em La Paz em 1992, Mujeres Creando é um movimento autônomo (constituído por prostitutas, poetas, jornalistas, vendedoras de mercado, trabalhadoras domésticas, artistas, costureiras, professoras etc.) em luta contra o sexismo e o patriarcado institucionalizado. Com essa finalidade, as integrantes atuam como guerrilheiras, abrindo espaços de visibilidade e descobrindo outros com seus próprios corpos; na rua, nos meios de comunicação e nos espaços da arte contemporânea internacional, inserindo em seus circuitos ideológicos frases icônicas como: “Não se pode descolonizar sem despatriarcalizar!” ou “Não há nada mais parecido com um machista de direita que um machista de esquerda!”.

Mujeres Creando, Útero ilegal, 2014 31


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