Bem Bolada - Fevereiro | 2024

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EDIÇÃO 4

Ano 1 - 2024

Entrevista com JANICE DE CASTRO

CAMAROTE:

Lançamento do livro "CORINTHIANS E OS ANOS DOURADOS" de ANDRÉ MARTINEZ

GRANDES CRAQUES

NASCERAM EM

FEVEREIRO:

CRISTIANO RONALDO, NEYMAR, MARTA, OSCAR SCHMIDT, PEPE E BEBETO

BIBLIOTECA:

Duas excelentes dicas de livros

CADÊ VOCÊ?

VANDERLEI CORDEIRO DE LIMA

a revista que está com a bola toda
ENTREVISTA COM FLÁVIO PRADO 50 anos de brilhante carreira
MULHER
FUTEBOL
A
NO
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EDIT RIAL

Neste número 4 da revista Bem Bolada que você recebe hoje, nós continuamos manter a medida certa entre os entrevistados: ele e ela.

O ele deste número é o Flávio Prado, jornalista com farta e excepcional bagagem ao longo dessa dura viagem, missão, que é ser repórter esportivo.

Ela é a repórter Janice de Castro, da Record TV.

Flávio Prado foi sempre um repórter combativo, duro nas críticas (mas, acertando na grande maioria delas), sério no seu trabalho, porém até proporcionando momentos de hilaridade.

Como, por exemplo, quando ele e o narrador Silvio Luiz decidiram se candidatar à presidência da Federação Paulista de Futebol.

Era uma candidatura-protesto, claro.

Eles se esmeraram e se apresentaram na porta da sede da FPF, então na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, trajando elegante smoking, o traje das mais sérias ocasiões.

E chegaram lá de charrete. Isso mesmo, uma charrete!

Com irreverência e bom humor acertaram em cheio o alvo: protestar contra a situação reinante na FPF de então.

Mas, Flávio Prado não foi apenas irreverência, foi também muita seriedade ao longo dos 50 anos de sua brilhante carreira, como reconheceu Pelé numa entrevista exclusiva, na casa do Rei, onde

Flávio reuniu aquele famoso ataque do Santos: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

Janice de Castro é jovem, porém experiente repórter, com cerca de 20 anos de profissão.

É descrita pelos companheiros de trabalho como muito competente repórter e excelente companheira de trabalho.

“Ela é um doce de pessoa”, afirma o também repórter Márcio Canuto. E tem mais: na seção Cadê Você?, o repórter Ailton Fernandes nos traz o atleta Vanderlei Cordeiro de Lima, aquele maratonista que foi impedido de vencer a prova em 2004, nos Jogos Olímpicos de Pequim.

Na página Biblioteca, damos indicações de obras importantes para o jornalista esportivo.

A seção Camarote nos traz o lançamento de um interessante livro sobre os Anos Dourados do Corinthians, do escritor André Martinez, realizado no Museu do Futebol.

E, claro, não podia faltar o aguardado Quiz, além de outras saborosas matérias preparadas com muito carinho por mim e pelo Silvio Natacci.

Tenha boa leitura!

Mário Marinho
04 - Entrevista exclusiva com Flávio Prado 10 - A Mulher no Futebol: Janice de Castro 12 - Camarote 15 - Aniversários dos Craques 22 - Biblioteca 23 - Quiz 24 - Cadê Você? FONE: +55 11 99695-6793 revistabembolada@gmail.com COMUNICAÇÃO INTEGRADA MÁRIO LÚCIO MARINHO mariomarinho@uol.com.br SILVIO NATACCI silvionatacci@terra.com.br DIRETORES E JORNALISTAS RESPONSÁVEIS PROJETO GRÁFICO NETO OLIVEIRA neto.oliveira@gmail.com
repórter,
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O
a repórter.

FLÁVIO PRADO

Um dos nossos comentaristas mais comentados fala dos seus 50 anos de carreira e muito mais.

Você está chegando aos 70 anos de vida. E quantos de carreira?

Estou completando 50 anos de carreira. Comecei com 20 anos na Faculdade e já procurei estágio. Comecei estudando na FIAM e, depois, fui para a Cásper Líbero. Consegui estágio na Gazeta Esportiva e, na sequência, na Rádio ABC de Santo André. Comecei a fazer programa lá. Era 1974. Fiz meu primeiro registro possional em 1976, na própria Gazeta Esportiva. Na Rádio Gazeta, havia a equipe fantástica do Milton Peruzzi e, às vezes, eu dava algumas manchetes lá. Olha só as pessoas com quem eu tive a honra de trabalhar: Flávio Iazzetti, João Bosco, Solange Bibas, Álvaro Paes Leme e outros grandes profissionais...

Faça uma sinopse da carreira.

Eu fiquei na Gazeta Esportiva até 1976. Aí, começo a fazer Rádio e TV Gazeta, onde fiquei dois anos. O Peruzzi saiu, porque teve um desentendimento com o Roberto Petri, e foi para a Rádio Record, levando uma equipe. Eu e o Galvão Bueno fomos juntos com ele. Em 1977, estávamos na TV Record. De vez em quando, a TV transmitia jogos, não havia essa questão de direitos. Havia um diretor artístico, que era o Hélio Ansaldo, e um diretor técnico, que era o Silvio Luiz. Nenhum dos dois fazia microfone naquele momento. Aí, eles começaram a narrar: um dia era o Hélio, outro dia era o Silvio... Até que eles definiram: o Silvio ficou só na narração e o Hélio nos comentários. Foi quando aconteceu, em 1977, aquele jogo que parou São Paulo: a final entre Corinthians e Ponte Preta, o terceiro jogo. Todas as emissoras transmitiram esse jogo. Aí, me botaram dentro do campo. Foi a prmieira conversa que eu tive com o Silvio Luiz: dentro de campo. Eu nunca tinha conversado com ele. E deu muito certo. Aí, a Record começou a fazer mais jogos. Foi quando houve um jogo que foi um divisor de águas: São José e Santo André, em São José, pela Série B. O São José começa perdendo o jogo. O Filpo Nuñes era o técnico do São José. Houve invasão de campo, até o prefeito invadiu. Uma confusão. E eu esculhambando. Aí, um segurança falou para mim: “Moleque, você é muito folgado. Você cala a boca senão eu vou arrebentar com a tua cara!”

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Para quem gosta de exclusividade. Jardim Paulista R. General Mena Barreto, 766 (11) 3884-1022 Whatsapp: (11) 95840-4422 donatellihouse.com.br Vila Madalena R. Delfina, 277 (11) 3814-9958 Chácara Santo Antônio R. Antônio das Chagas, 626 (11) 5181-5659

E eu respondi: “Você não arrebenta nada!” Resultado: ele arrebentou mesmo! Havia um jornal, chamado A República, do Mino Carta, que colocou a minha cara machucada na capa! Aquilo teve muita repercussão. Começamos a aparecer. Foi quando, em 1980, no Mundialito, nós ganhamos da Globo pela primeira vez. Nós começamos a incomodar a Globo e não tínhamos estrutura alguma. E aí a Globo comprou os direitos da Copa de 82. Só que o Rui Viotti, que era da Record, teve a sacada de fazer a transmissão pelo rádio: “Baixe o som da TV e ligue na Rádio Record”. Foi a maior audiência do rádio até hoje. É claro que a Globo explodiu em audiência, mas a Record foi a primeira em rádio.

E depois da Copa de 82?

É claro que a Rádio Record ficou animada. E contratou gente de alto nível: Marco Antônio Rodrigues, Alberto Helena, Dante Matiucci e outros, que vieram ganhando bem. A gente não ganhava bem. Aí, nós fomos falar com o Paulinho Machado de Carvalho, para que ganhássemos bem também. E ele respondeu: “Eu não vou dar aumento pra ninguém: só se vocês trabalharem mais!” Naquela época, as emissoras iam ao ar só até meia-noite. Depois, ficavam fora do ar a madrugada inteira. Então, o Paulinho falou: “Vocês vão fazer um

programa da meia-noite até as 2 da manhã. Aí eu pago mais pra vocês!” E nós aceitamos, apesar de termos ficado bravos. Então, nós criamos um programa bem esculhambado, que era para o Paulinho não gostar: o Clube dos Esportistas. Só que o programa virou um sucesso! Era uma irreverência total e é comentado até hoje! Isso gerou o Balancê, com o Osmar Santos, no rádio, junto com o Juarez Soares e o Fausto Silva. Depois, o Fausto foi fazer o Perdidos na Noite. O Clube dos Esportistas só terminou quando aquela Record acabou, quando ela foi vendida para os bispos. Aí, nós fomos para a Bandeirantes, em 1986, no esquema do Luciano do Valle. Fomos eu, o Ely Coimbra, o Silvio Luiz, o Michel Laurence... Na Band, fiquei quatro anos. Até a Copa de 90. Uma coisa que me incomodava é que eu não queria ser chefe. E lá eu virei chefe.

E depois da Bandeirantes?

Aí apareceu a Jovem Pan TV, uma emissora do Tuta em sociedade com o João Carlos Di Genio. O Tuta me chamou e eu fui para lá. Durou três anos. Houve um desacerto entre os sócios. E o Tuta gentilmente me convidou para ficar na rádio e me liberou para fazer TV. Como o Michel Laurence tinha ido para a TV Cultura, eu comecei a fazer alguma coisa lá. Foi quando surgiu um programa com o Armando Nogueira, o José Trajano e o Luis Alberto Volpe. Era o Cartão Verde. Um dia, em 1993, me chamaram às pressas para ir lá porque o Armando Nogueira havia ficado sem voz. E lá fui eu fazer o Cartão Verde! Naquele dia, o convidado era o Jô Soares! Eu tive até um debate acalorado com ele! Comecei a apresentar o Cartão Verde e o programa fez um sucesso absurdo! O programa era simples, não tinha nada de especial. E eu continuava na Jovem Pan. Este ano estou fazendo 34 anos de Pan.

E o tradicional “No Mundo da Bola”?

Quando eu fui para a Pan, eu pedi para o Tuta, como “luva”, um horariozinho para falar sobre o futebol italiano. E ele me concedeu o sábado de manhã. O programa existe até hoje, só que agora aos domingos. E ele será totalmente reformulado. Eu considero o programa a melhor coisa que eu fiz na minha vida. Alguns craques do jornalismo começaram falando nesse programa. Por exemplo: o PVC, o Felipe Motta, o Fredy Júnior, o Everaldo Marques e outros. Eu sou apaixonado por esse programa. Esse ano está fazendo 34 anos.

Como foi aquele momento marcante em que o Silvio Luiz foi candidato a presidente da Federação Paulista e você foi de vice?

Isso foi na época do Clube dos Esportistas. Foi gerado lá. O presidente da Federação na época era o José Ermírio de Moraes. Aí, cresceu o olho do Nabi e do Marin. A gente não gostava daquilo. Mas nós éramos gozadores. Naquele tempo qualquer um poderia ser candidato. Então, resolvemos criar uma chapa e convocamos a imprensa inteira. O Silvio era o presidente e eu, vice. A chapa tinha nomes como Osmar Santos, Orlando Duarte, Wanderley Nogueira, José Silvério... Um timaço! A chapa chamava Chapa Meu Chapa! O nosso projeto tinha uma cláusula que dizia o seguinte: “No caso de ganharmos, em 24 horas nós indicamos um novo presidente”. Porque, obviamente, a Federação não era a nossa praia. Como estávamos naquele momento de economia de combustível, o pai do Savoia (Eduardo José Savoia, repórter esportivo) conseguiu uma charretinha do trote. E resolvemos colocar fraque e cartola. Descemos desse jeito a Av. Brig. Luiz Antônio. Resultado: foi uma loucura! O mais gozado é que os nossos concorrentes queriam negociar com a gente, mas nós éramos independentes! O Nabi e o Marin eram nossos concorrentes. Nós tivemos quatro votos! Se nós ganhássemos, colocaríamos o Antônio Leme Nunes Galvão. Houve muita confusão e foi marcada uma nova eleição. Aí, nós fomos de enfermeiros... Foi muito divertido...

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Falando de Seleção... O que você achou daquela ideia inicial da CBF de convocar um técnico “tampão” à espera do Ancelotti e esse técnico ser o Diniz?

Primeiro: esperar por um técnico estrangeiro que não assinou é um negócio muito louco! O Ancelotti nunca admitiu que conversou com o presidente da CBF! Claro, se o Ancelotti viesse seria fantástico! Se estivesse confirmado, teria que convocar um técnico do Brasil como “tampão” e o Diniz é muito bom. A CBF sempre foi varzeana. Agora está mais varzeana ainda. Ela não consegue ter presidente, não consegue ter técnico, não consegue ter diretor de futebol... E está cada vez mais distante do povo. A Seleção Brasileira não tem a menor importância hoje. Quando a gente coloca no ar coisas da Seleção, a audiência cai.

O que você acha do Dorival na Seleção?

Acho que ele pegou um mico. Se ele perder os próximos jogos, ele está fora também. O presidente está completamente perdido. É uma zona total. Os torneios interclubes estão se valorizando e a Copa do Mundo está perdendo seu valor. Agora, 48 países irão disputar. É piada!

Mas o Brasil tem chances para a Copa de 2026?

Acho até que tem. Todos os grandes jogadores estão jogando basicamente na Europa. Então, depende do dia. Por exemplo: para mim, na última Copa, a Seleção Brasileira era bem melhor que a da Argentina. Porém, o Messi se inspirou naquele período e desequilibrou. Acho que o Tite fez o que tinha que fazer. Hoje está tudo meio equilibrado, todos jogam na Europa, o que não acontecia antigamente. Até Marrocos evoluiu!

Alguns gostariam de ver o Abel Ferreira na Seleção...

Aí já é demais! Então, traz um técnico de fora! O Abel é um bom treinador no Palmeiras, que é o time mais estruturado do Brasil. Eu não o traria para a Seleção!

Não há muita escolha, não. É aquele grupo lá... Essa história que o Brasil faz duas ou três seleções, não existe mais.

Quais os comentaristas esportivos que você aprecia?

Gosto muito do PVC, do Mauro Beting, do Mauro Cezar, morro de rir com o Vampeta... Mas o melhor de todos é o meu filho, Bruno Prado (rsrsrs)... Acho mesmo!

Como é trabalhar com o filho?

É ruim porque ele é melhor do que eu (rsrsrs)... Eu hoje não tenho mais a mesma pegada... Não dá para discutir com ele porque ele pesquisa muito... As pessoas pensam que ele se inspirou em mim, mas ele se inspirou no Claudio Carsughi. Muito jogador está comentando bem: o Vampeta, o Pedrinho comentava bem legal...

Dos jogos que você comentou, qual foi o mais marcante?

Eu comentei “milhões” de jogos... Mas eu vou ressaltar as finais de Copas que eu comentei no estádio. Eu fiz 13 Copas. Duas finais eu estava no estádio com a Seleção Brasileira: 1994 e 1998. Eu era comentarista da Jovem Pan. Considero que o meu trabalho de 1998 foi muito melhor do que o de 1994. A Copa de 1994 foi num calor horroroso, condição de trabalho péssima. Foi pessimamente organizada. Aquela Copa foi deprimente, apesar de o Brasil ter sido campeão. O meu trabalho foi muito melhor em 1998.

E com relação à narração feminina em jogos masculinos, qual a sua opinião a respeito?

pessoas a ouvirem uma voz diferente. Por isso, as meninas hoje têm direito a ter o espaço delas. Normalmente, elas são muito bem informadas. É só uma quetão de tempo para as pessoas gostarem ou não gostarem. Assim como não é de todo narrador-homem que a gente gosta. Elas têm todo o direito de trabalhar e eu tenho o maior respeito. O que eu puder ajudar, vou ajudar.

Quanto ao Brasileirão, você gosta dos “pontos corridos”?

Sou muito favorável. A gente só pode apurar quem fez um trabalho mais organizado, mais planejado, através dos “pontos corridos”. É um campeonato com turno e returno, o clube precisa ser organizado. Pode ver que só ganha quem é realmente organizado..

Quais são seus planos para 2024?

Difícil fazer previsão de qualquer coisa. Mas, devo continuar comentando na Rádio e TV Jovem Pan, além de um grande projeto envolvendo o programa “No Mundo da Bola”. Porém, o meu grande foco hoje é meu trabalho individual, que é meu podcast, e também um trabalho voltado às empresas.

Seu hobby: Cinema.

Tipo de música preferido: Rock.

Programa de TV preferido: Juro que eu não vejo TV. A não ser séries.

Quais jogadores você convocaria que o Diniz não convocou?

Acho que todo mundo tem que procurar seu espaço. Existem hábitos que vão sendo modificados. As pessoas ainda não estão habituadas, isso é normal. Quando eu entrei no meio, os locutores tinham vozeirão. Os comentaristas também. Eu não tenho esse tipo de voz. Um cara que me ajudou muito no início de carreira foi o Henrique Guilherme. O Henrique me pegou pelo braço. Ele falava: “Você tem voz de menina!”. Até os repórteres tinham voz forte: Geraldo Blota, Henrique Guilherme, Márcio Bernardes, Datena, Lucas Neto, Roberto Silva... Eu entrei com voz pequena, mas com criatividade, irreverência... Então, eu acostumei as

Melhores narradores de TV: Silvio Luiz, disparado.

Cantor brasileiro preferido: Roberto Carlos.

Cantora brasileira preferida: Primeiro, Rita Lee; depois, Elis.

JOGORÁPIDO
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A MULHER NO FUTEBOL

JANICE DE CASTRO

A sua grande paixão pelo Galo desde pequena fez com que Janice de Castro, mineira da cidade de Patrocínio, hoje mãe de Kiara de dois anos, fosse levada para o jornalismo esportivo.

O que levou você ao futebol?

Verdade que foi sua paixão pelo Galo?

Foi. Eu venho de uma família de cruzeirenses e sempre gostei muito de provocar as pessoas. Comecei a estudar, desde pequena, a história do Atlético Mineiro, só para provocar os meus primos. E eu comecei a pesquisar muito a história do Atlético. De repente, virou uma paixão. Quando fui escolher uma profissão, aos 16 anos, eu quis fazer alguma coisa que pudesse falar do Galo. E resolvi fazer jornalismo esportivo.

Conte um pouco de sua trajetória...

Sou da cidade de Patrocínio e tentei muito emprego em Belo Horizonte. Em 2001, não era fácil para a mulher conseguir emprego no jornalismo esportivo. Até que resolvi procurar em Brasília, onde tenho familiares. Consegui uma vaga na Record de lá. Foi quando o Vampeta chegou ao Brasiliense, em 2005. Logo já estava participando, lá de Brasília, do programa do Milton Neves, Terceiro Tempo. E apresentei durante cinco anos o programa em

Brasília da hora do almoço. Até que em 2009 recebi uma proposta para vir a São Paulo. Estava começando o Esporte Fantástico, com a Mylena Ciribelli e o saudoso Maurício Torres. O programa durou até 2020, quando começou a pandemia. Ficou 10 anos no ar, mais de 500 programas. Fiquei, então, três anos no jornalismo da Record. Saí no meio do ano passado. Fui para a Paramount+ fazer a Libertadores. Viajei para a Bolívia, Paraguai, Argentina... Fiquei cinco meses lá. Agora, a Record me chamou de volta, para fazer o Paulistão.

No início, você sentiu alguma pressão machista?

Eu sempre fui muito vaidosa. Nunca abandonei meu salto alto. Imagine isso há 25 anos. Sempre gostei de me maquiar... Naquela época, sofri muito preconceito por causa da aparência. Ainda bem que isso está mudando. Quem abriu muito as portas com relação a isso foi a Renata Fan. Ela nunca abandonou a feminilidade. Sempre linda. E eu peguei uma época muito difícil também nos estádios de futebol. Eu me

Foto: Divulgação
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sentia péssima, queria morrer de vergonha... Hoje, as coisas evoluíram, mudaram muito. Hoje, os homens têm uma conduta muito mais respeitosa. E há muito mais mulheres trabalhando. Eu cheguei a fazer curso de arbitragem em 2003, lá em Belo Horizonte! Só para aprender! E era só eu de mulher nesse curso! Eram 20 homens e só eu de mulher! Agora, há três anos, aconteceu um curso de arbitragem na Federação Paulista e havia muitas mulheres. Veja a evolução!

Como você concilia tantas atividades? Esposa, mãe, jornalismo esportivo...

Eu fui mãe há dois anos. Não é fácil. Jornalismo esportivo é muito difícil para a mulher porque não há horários definidos. Eu fui mãe com 41 anos! Eu tive a Kiara na pandemia. Quando estava na Paramount+, eu viajava muito e a Kiara mamava no peito. Era uma loucura. Foi uma temporada bem difícil. Porém, agora, de segunda a quinta, meu marido dá aula numa faculdade em Paraty, fica fora... Não é fácil! A Kiara fica na escolinha de manhã. Às vezes preciso pedir ajuda para a minha vizinha, para a minha diarista, para a babá... A gente se vira como pode...

O que você achou da ideia inicial da CBF de a Seleção ter um técnico “tampão” e esse técnico ser o Diniz?

Foi uma trapalhada atrás da outra. A gente vive na pior fase técnica da Seleção Brasileira, a gente não tem mais o respeito que tinha lá fora. Isso me entristece muito. Eu queria muito que a minha filha também admirasse a Seleção como eu admirei. Para mim, o Diniz nunca fez o estilo da Seleção. Ele precisa de tempo para treinar e isso ele não tem na Seleção. Respeito muito o Diniz, mas não na Seleção. Veja como está a Seleção nas Eliminatórias! Com relação ao Ancelotti, não dá nem para comentar: não deixaram nada assinado! O futebol não é para amadores.

Finalmente veio o Dorival. O que você acha dele?

Eu respeito o trabalho do Dorival. Fez um belo trabalho no Flamengo, no São Paulo... Mas acho ele muito pragmático.

Alguns gostariam de ver o Abel Ferreira como técnico da Seleção. O que você acha da ideia?

Eu gostaria muito de ver o Abel na Seleção. A gente sabe que ele não é muito conciliador, mas ele gosta de trabalhar. Acho ele um treinador completo! Ele está há pouco mais de três anos no Palmeiras, tem nove títulos e coleciona recordes! Ele é estrangeiro, mas conhece o futebol brasileiro. Acho ele mais moderno que o Dorival.

Você acha que em 2026 o Brasil tem chance?

Está vindo uma boa geração aí. Eu sou uma eterna otimista, mesmo a Seleção Olímpica tendo feito um papelão. A gente nunca pode desconfiar da Seleção. Temos Vinícius Jr., Rodrigo e o Endrick, que possui uma explosão impressionante... Uma geração boa no Palmeiras... Com relação ao Neymar, nós não podemos chegar ao luxo de dispensálo se ele estiver em forma. Às vezes falta profissionalismo nele. Mas acho ainda que a Seleção precisa do Neymar e o Neymar precisa da Seleção.

Quais os repórteres/comentaristas esportivos que você aprecia?

Tino Marcos sempre foi meu ídolo! Desde pequena! Aquela simpatia, aquele carisma, aquela humildade... E sempre gostei muito do PVC. É outra referência que eu tenho. E hoje, a minha maior referência é o Mauro Beting. Como ele consegue fazer tanta coisa ao mesmo tempo? Eu admiro muito ele! E ele sempre assumiu o time dele!

Entre os jogos que você trabalhou, qual aquele que foi mais marcante?

Sou torcedora do Galo e a Record me levou para cobrir a final da Libertadores de 2013: Atlético x Olimpia, lá no Paraguai, e o Galo perdeu por 2 a 0. Como profissional, foi um jogo que me marcou muito. Eu era repórter na arquibancada e não conseguia parar de chorar. Eu achava que o Galo não ia ser campeão. Mas, depois, aqui em Minas, o Galo ganhou por 2 a 0 e venceu nos pênaltis. Outro jogo foi no ano passado: eu estava na Paramount+. Em Minas, oitavas-de-final da Libertadores, segundo jogo, Galo x Palmeiras. Eu era repórter de campo. Foi um jogo em

que chorei muito. Eu sempre tive o sonho de cobrir o Galo no campo, no Mineirão. E lá estavam 50 mil pessoas. Passou um filme na minha cabeça. Fiquei muito emocionada. O Galo acabou perdendo, 1 a 0, e foi eliminado.

Com relação à narração feminina em jogos masculinos, o que você acha?

Demorou para acontecer. Agora está pegando. Várias mulheres narrando, inclusive no streaming. Sou muito fã da Renata Silveira, acho a melhor que nós temos. Chegou para ficar. A mesma coisa com relação à arbitragem. Começou em 2005 com a Silvia Regina e outras vieram.

Quais são seus planos para 2024?

Eu quero muito continuar no jornalismo esportivo. O mercado não está fácil, mas eu prefiro ser feliz e continuar no jornalismo esportivo. É a minha paixão.

Seu hobby: Futebol.

Tipo de música preferido: Sertanejo.

Programa de TV preferido: Futebol. Pode ser jogo, mesa redonda, meu negócio é futebol.

Melhores narradores esportivos de Rádio: Quem me marcou muito lá em Minas foi o Willy Gonser.

Melhores narradores de TV: Sempre gostei muito do Cléber Machado.

Prato preferido: Eu adoro pizza. Mas eu gosto muito da sobremesa, de doce.

Cantor brasileiro preferido: Roberto Carlos.

Cantora brasileira preferida: Maria Bethânia.

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CAMAR TE

LIVRO: CORINTHIANS E OS ANOS DOURADOS

Em 03 de fevereiro ocorreu, no Museu do Futebol, o lançamento do livro “Corinthians e Os Anos Dourados”, de autoria do jornalista André Martinez, pela editora que tem o seu nome. A publicação foca nos inúmeros títulos conquistados pelo Alvinegro na década de 50, principalmente na histórica conquista do Campeonato do IV Centenário da Cidade de São Paulo (1954).

Estiveram presentes: o jornalista Marcelo Duarte, que entrevistou o autor; os radialistas Maércio Ramos, Pedro

André Martinez mostra algumas de suas publicações. Natural de Mogi das Cruzes-SP, é formado em História, Pedagogia, Geografia e Jornalismo.

Rafael e José Américo, que contaram fatos curiosos de suas vidas envolvendo o Timão; e filhos de alguns ídolos corinthianos daquela época: Patrícia Trujillo, filha do grande Luizinho, o “Pequeno Polegar”; Ricardo e Américo Oppi, filhos do zagueiro Homero, o “Mago da Área”; e Rodolpho Carbone, filho de Carbone, o “Artlheiro Espetacular”.

Ainda foi prestada uma tocante homenagem ao narrador Osmar Santos, o “Pai da Matéria”, tido por muitos como o maior locutor esportivo de rádio de todos os tempos.

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1 Silvio Natacci cumprimenta o autor, André Martinez.

2 Jornalista Marcelo Duarte entrevista o autor.

3 Pedro Rafael, André Martinez, Marcelo Duarte e José Américo contam histórias curiosas que vivenciaram com o Timão.

4 Ricardo e Américo, filhos do zagueiro Homero, foram homenageados.

Rodolpho Carbone, filho do grande artilheiro Carbone, também recebeu homenagem.

O autor homenageia Patrícia Trujillo, filha do grande ídolo Luizinho, o “Pequeno Polegar”.

Osmar Santos, ícone da narração esportiva, o “Pai da Matéria”, recebe tocante homenagem de André Martinez.

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O auditório de pé aplaudiu Osmar Santos.

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ANI VER S

ANIVERSÁRIOS

FE VE REI RO VER

Seis craques, seis carreiras vitoriosas, com um ponto em comum: todos nasceram em fevereiro. Conheça um pouco mais sobre: Cristiano Ronaldo, Neymar, Marta, Oscar Schmidt, Pepe e Bebeto.

NEYMAR JR OSCAR SCHMIDT MARTA PEPE BEBET0 Cristiano Ronaldo
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ANIVERSÁRIOS

CRISTIANO RONALDO

Nome:

Nascimento:

Primeiro Clube

39 ANOS

Cristiano Ronaldo baseia sua vida em três pilares: a Família, o Futebol e os carros pelos quais tem a paixão de colecionador.

É também colecionador de títulos, como se viu acima, e já conquistou o título de Melhor do Mundo, da Fifa, por cinco vezes.

Também é um dos maiores goleadores da história do futebol mundial com 874 gols até o dia 05-02-24, seu aniversário.

Considerado por toda a imprensa como um atleta perfeito: não bebe, não fuma e é avesso às baladas tão comuns em jogadores famosos.

Certa vez, perguntaram-lhe por que não tinha tatuagens como tantos outros jogadores. Sua resposta: “Eu respeito o meu corpo como respeito um templo”.

ACONTECEU EM 1985...

05-02-1985, Funchal, Ilha da Madeira, Portugal

Sporting, 2001 a 2003

Profissional:

Títulos mais importantes na carreira: Clube atual :

Sporting CP: Supertaça Cândido de Oliveira: 2002.

Manchester United: Copa da Inglaterra: 2003–04; Copa da Liga Inglesa: 2005–06 e 2008–09; Premier League: 2006–07, 2007–08 e 2008–09; Supercopa da Inglaterra: 2007; Liga dos Campeões da UEFA: 2007–08; Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 2008

Real Madrid: Copa do Rei: 2010–11 e 2013–14; La Liga: 2011–12 e 2016–17; Supercopa da Espanha: 2012 e 2017; Liga dos Campeões da UEFA: 2013–14, 2015–16, 2016–17 e 2017–18; Supercopa da UEFA: 2014 e 2017; Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 2014, 2016 e 2017.

Juventus: Supercopa da Itália: 2018 e 2020; Serie A: 2018–19 e 2019–20; Copa da Itália: 2020–21.

Al-Nassr: Copa dos Campeões Árabes: 2023

Seleção Portuguesa: Eurocopa: 2016; Liga das Nações da UEFA: 2018–19.

Al-Nassr, Arábia Saudita (desde 2023)

• General João Baptista Figueiredo fica no cargo de presidente até 15 de março. Ocorreram, pela primeira vez após a implantação do regime militar, eleições indiretas. Venceu Tancredo Neves, que não assume por motivo de saúde, vindo a falecer em 21 de abril. Quem assume é o vice José Sarney, em 15 de março

• A população brasileira é de 131,97 milhões de habitantes • Censurada por 10 anos, a TV Globo regrava e lança a novela “Roque Santeiro”, de Dias Gomes

• Acontece o primeiro “Rock in Rio” • Nasce Cristiano Ronaldo • Morrem: Carlos Galhardo, Ema D’Ávila, Rock Hudson, Rodolfo Mayer, Tancredo Neves e Yul Brynner.

Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro
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NEYMAR

Nome:

Nascimento:

Primeiro Clube

Neymar da Silva Santos Júnior

05-02-1992, Mogi das Cruzes, São Paulo

Santos, 2009 a 2013

32 ANOS

Profissional:

Títulos mais importantes na carreira:

Santos: Campeonato Paulista: 2010, 2011 e 2012; Copa do Brasil: 2010; Libertadores: 2011; Recopa Sul-Americana: 2012.

Polêmico, mas craque, Neymar é, sem dúvida, a maior revelação do futebol brasileiro nos últimos 20 anos. E continua sendo nosso maior e mais importante jogador.

Por onde passou, conquistou títulos e gerou polêmicas. Embora na França tenha conquistado um número maior de títulos, o auge de sua carreira foi no Barcelona, quando conquistou o Mundial de Clubes da Fifa.

Ao longo de sua carreira tem sofrido contusões graves que têm impedido a conquista de títulos, como o da Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil.

Aliás, este é o título que falta e pelo qual Neymar tem sido muito cobrado: Campeão do Mundo pelo Brasil.

ACONTECEU EM 1992...

Clube atual :

Barcelona: Supercopa da Espanha: 2013; La Liga: 2014–15 e 2015–16; Copa do Rei: 2014-15, 2015–16 e 2016–17; Liga dos Campeões da UEFA: 2014–15; Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 2015.

Paris Saint-Germain: Ligue 1: 2017–18, 2018–19, 2019–20, 2021–22 e 2022–23; Copa da França: 2017–18, 2019–20 e 2020–21; Copa da Liga Francesa: 2017–18 e 2019–20; Supercopa da França: 2018, 2020 e 2022.

Seleção Brasileira: Superclássico das Américas: 2011, 2012, 2014 e 2018; Copa das Confederações FIFA: 2013.

Seleção Brasileira Sub-23: Jogos Olímpicos: 2016.

Al Hilal, Arábia Saudita (desde 2023).

• Fernando Collor de Mello sofre “impeachment”, assumindo a presidência seu vice, Itamar Franco, em 02/10/1992, interinamente. Assumiu efetivamente em 29/12 • A população brasileira é de 149,35 milhões de habitantes • A inflação acumulada brasileira de um ano é de 1.119% • A Seleção Brasileira Masculina de Vôlei conquista a medalha de ouro nas Olimpíadas de Barcelona • Morrem: Antônio Marcos, Astor Piazzolla, Augusto César Vanucci, Daniela Perez, Herivelto Martins, Jânio Quadros, Marlene Dietrich, Otto Lara Resende, Paulo Machado de Carvalho, Sérgio Murilo e Ulysses Guimarães.

17

ANIVERSÁRIOS

MARTA

Nome:

Marta Vieira da Silva

Nascimento:

Primeiro Clube

Profissional:

19-02-1986, Dois Riachos, Alagoas

Vasco, 2000 a 2002

38 ANOS

Assim como o futebol masculino tem o seu Rei, Pelé, no feminino esse título de realeza está com a Marta

Veja os números:

Eleita a melhor futebolista do mundo por seis vezes, sendo cinco de forma consecutiva. Um recorde não apenas entre mulheres, mas também entre homens.

Desde 2015 é a maior artilheira da história da Seleção Brasileira (contando a masculina e a feminina), com 116 gols. No duelo entre Itália e Brasil, pela fase de grupos da Copa do Mundo de 2019, Marta marcou seu 17º gol, consagrandose como a maior artilheira de Copa do Mundo de Futebol Feminino e também a pessoa com o maior número de gols em Copas do Mundo (entre homens e mulheres). Além disso, é a primeira/primeiro atleta a marcar em cinco edições diferentes da Copa do Mundo (considerando homens e mulheres).

ACONTECEU EM 1986...

Títulos mais importantes na carreira:

Clube atual :

Vasco da Gama: Campeonato Brasileiro Sub-19: 2001

Umeå IK: Liga dos Campeões da UEFA: 2003–04; Supercopa da Suécia: 2003–04;; Campeonato

Sueco: 2005, 2006, 2007 e 2008; Copa da Suécia: 2007

Santos: Copa Libertadores da América: 2009; Copa do Brasil: 2009

Gold Pride: Liga de Futebol Feminino dos Estados Unidos: 2010

Western New York Flash: Liga de Futebol Feminino dos Estados Unidos: 2011

Tyresö FF: Damallsvenskan: 2012; Supercopa da Suécia: 2012

FC Rosengård: Damallsvenskan: 2014 e 2015; Supercopa da Suécia: 2014, 2015 e 2016; Copa da Suécia: 2016

Seleção Brasileira: Jogos Pan-americanos: medalha de ouro (Santo Domingo 2003 e Rio 2007); Copa América Feminina: 2003, 2010 e 2018; Torneio Internacional Cidade de São Paulo: 2009, 2011 e 2012.

Al-Nassr, Arábia Saudita (desde 2023)

O Brasil é presidido por José Sarney, que assumiu em 15 de março de 1985 • A população brasileira é de 134,65 milhões de habitantes • O ministro da Fazenda, Dílson Funaro, lança o Plano Cruzado, congelando preços e salários por um ano e cortando três zeros do cruzeiro • Acontece a XIII Copa do Mundo, no México, e a Argentina é campeã • Em 15 de novembro, são realizadas eleições diretas para governadores, senadores e deputados estaduais e federais • Nasce a jogadora Marta • Morrem: Flávio Cavalcanti, Lilian Lemmertz, Nelson Cavaquinho, Ronnie Cord, Sadi Cabral e Simone de Beauvoir.

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OSCAR SCHMIDT

Nome:

Oscar Daniel Bezerra Schmidt

66 ANOS

Nascimento:

Primeiro Clube

16-02-1958, Natal, Rio Grande do Norte

Palmeiras, 1975 a 1978

Profissional:

Oscar tornou-se um dos maiores jogadores de basquete do Brasil e do Mundo, mas não apenas pelos seus 2,04 metros de altura. Mesmo sem ter atuado na NBA.

Começou no esporte em Brasília e, aos 15 anos, foi para o Palmeiras, em São Paulo. Logo depois, passou a jogar pela Seleção Brasileira e pelo clube Sírio, onde, entre outros títulos, conquistou o Mundial Interclubes em 1979.

Fez mais de mil pontos nas cinco Olimpíadas que disputou e foi o cestinha da competição em Seul (1988), Barcelona (1992) e Atlanta (1996).

É considerado o maior pontuador da história do basquete, com 49.737 pontos (número extraoficial) e é recordista de carreira mais longa de um jogador profissional de basquete (26 anos).

Em 2010, ele foi incluído no Hall da Fama da FIBA; em 2013, entrou para o Basketball Hall of Fame dos EUA; e em 2016 também foi incluído no Hall da Fama do Basket da Itália.

Atuou na Europa de 1982 a 1995, jogando por times da Itália e da Espanha. O ponto alto de sua carreira, e do basquete brasileiro, foi a medalha de ouro conquistada nos Jogos PanAmericanos de Indianápolis, nos Estados Unidos. Foi a primeira e única vez que os EUA perderam um jogo em casa. Deitado na quadra, chorando, Oscar fez mais do que jus ao seu apelido: “Mão Santa”.

ACONTECEU EM 1958...

Títulos mais importantes na carreira:

Palmeiras: Copa Interamericana de Basquete: 1977; Campeonato Brasileiro: 1977; Campeonato Paulista: 1974; Campeonato Paulistano: 1974, 1975 e 1976; Torneio de Preparação da FPB: 1976 e 1977; Torneio de Aniversário da FPB: 1976.

Sírio: Campeonato Mundial Interclubes: 1979; Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões: 1979; Campeonato Brasileiro: 1979; Campeonato Paulista: 1978 e 1979.

Juvecaserta Basket: Copa da Itália: 1988.

Corinthians: Campeonato Brasileiro: 1996

Mackenzie/Microcamp: Campeonato Paulista: 1998.

Flamengo: Campeonato Carioca: 1999 e 2002.

Seleção Brasileira: Jogos Pan-Americanos: 1987; Campeonato Sul-Americano de Basquetebol: 1977, 1983 e 1985.

O Brasil é presidido por Juscelino Kubitschek, que assumiu em 31/01/1956 • A população brasileira é de 65,74 milhões de habitantes • O Brasil conquista, pela primeira vez, a Copa do Mundo, na Suécia • Tom Jobim e Vinícius de Moraes lançam “Chega de Saudade” • Jorge Amado lança o livro “Gabriela, Cravo e Canela” • Estreia da peça “Eles Não Usam Black-Tie”, de Gianfrancesco Guarnieri • Estreia do programa “Discoteca do Chacrinha”, na TV Tupi • Nascem: Cazuza, Edson Celulari, Lilia Cabral, Maitê Proença, Madonna, Michael Jackson, Oscar Schmidt e Pedro Bial • Morrem: Assis Valente e Papa Pio XII.

19

ANIVERSÁRIOS

PEPE

89 ANOS

Pepe é um desses casos raros de jogadores que defenderam uma só equipe durante toda a carreira. E uma carreira recheada de títulos.

Nasceu na própria cidade de Santos e foi fazer um teste na Vila Belmiro aos 16 anos. E de lá não saiu mais. Aos 19 anos teve sua primeira chance na equipe principal. Em 1955 foi Campeão Paulista antes da chegada de Pelé. Depois, com o Rei, formou o maior ataque de todos os tempos: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

Graças ao seu chute potentíssimo ganhou o apelido de “Canhão da Vila”. Tornou-se o segundo maior artilheiro de toda a história do Peixe (405 gols em 741 jogos), atrás somente de Pelé. Foi muito importante na conquista do Bicampeonato Mundial Interclubes, em 1963, na melhor de três contra o Milan. O feito do Santos, por sinal, foi ainda maior pelo fato de que Pelé, machucado, não participou das duas partidas finais no Brasil. Na Seleção Brasileira, como reserva de Zagallo, também foi Bicampeão, conquistando as Copas do Mundo de 1958 e 1962. Em seus 15 anos de jogador de futebol, Pepe nunca foi expulso de campo e, por isso, recebeu o Troféu Belfort Duarte, honraria conferida pela CBF aos jogadores que chegavam a 10 anos de carreira, e no mínimo 200 partidas, sem jamais terem sido postos para fora de campo.

Pepe afirmou, certa vez, ser o maior artilheiro do Santos. “Mas, e o Pelé?”, perguntaram-lhe. “Pelé não conta, ele não é humano”, respondeu o espirituoso Canhão da Vila.

ACONTECEU EM 1935...

Nome:

Nascimento:

Primeiro Clube

Profissional:

Títulos mais importantes na carreira:

25-02-1935, Santos, São Paulo

Santos, 1954 a 1969

Santos: Copa Intercontinental: 1962 e 1963; Recopa dos Campeões Intercontinentais:1968; Copa Libertadores da América: 1962 e 1963; Supercopa Sul-Americana dos Campeões Intercontinentais:1968; Campeonato Brasileiro:1961, 1962, 1963, 1964, 1965 e 1968; Torneio Rio–São Paulo: 1959, 1963, 1964 e 1966; Campeonato Paulista: 1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968 e 1969Juventus: Supercopa da Itália: 2018 e 2020; Serie A: 2018–19 e 2019–20; Copa da Itália: 2020–21.

Seleção Brasileira: Taça do Atlântico: 1956 e 1960; Copa Rocca: 1957 e 1963; Copa do Mundo FIFA: 1958 e 1962; Taça Bernardo O'Higgins: 1961; Taça Oswaldo Cruz: 1961 e 1962.

20
O Brasil é presidido por Getúlio Vargas, que assumiu em 3 de novembro de 1930, depois de uma revolução que depôs o presidente Washington Luís e impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes • A população brasileira é de 37,74 milhões de habitantes • Nascem: Alain Delon, Boni, Elvis Presley, Geraldo Vandé, Glória Menezes, Juca de Oliveira, Julie Andrews, Luciano Pavarotti, Maurício de Sousa, Norma Bengel, Pepe, Plínio Marcos, Renato Aragão, Ruth Escobar, Tarcísio Meira, Woody Allen e Yoná Magalhães • Morrem: Carlos Gardel e Chiquinha Gonzaga • Getúlio Vargas institui o programa “A Voz do Brasil”

BEBETO

Nome:

Nascimento:

Primeiro Clube

José Roberto Gama de Oliveira

16-02-1964, Salvador, Bahia

Vitória, 1982 a 1983

Profissional:

60 ANOS

A imagem de Bebeto embalando um imaginário bebê na Copa de 1994, jogo contra a Holanda, numa época em que a comunicação fácil das redes sociais era também imaginária, viralizou, correu mundo e até hoje é muito repetida nos estádios.

Bebeto fez excelente Copa do Mundo em 1994, ao lado de Romário, e os dois foram considerados os melhores da disputa.

Bebeto conseguiu a proeza de ser ídolo das torcidas do Flamengo, Vasco e Botafogo, clubes super-rivais que ele defendeu no Rio de Janeiro.

Encerrada a carreira, tornou-se treinador de futebol, porém longe do sucesso alcançado nos gramados como jogador.

Foi também eleito e reeleito deputado estadual pelo Rio de Janeiro.

ACONTECEU EM 1964...

Títulos mais importantes na carreira:

Flamengo: Copa de Ouro Nicolás Leoz: 1996; Campeonato Brasileiro: 1983; Copa União (Módulo Verde): 1987; Campeonato Carioca: 1986; Taça Guanabara: 1984, 1988 e 1989; Taça Rio: 1983, 1985 e 1986; Troféu Naranja: 1986; Torneio Air Gabon: 1987; Troféu Colombino: 1988.

Vasco da Gama: Campeonato Brasileiro: 1989; Copa Rio Estadual: 1992; Taça Guanabara: 1990; Taça Adolpho Bloch: 1990; Campeonato da Capital: 1992; Torneio da Amizade (África): 1991.

Deportivo La Coruña: Copa do Rei: 1994-95; Supercopa da Espanha: 1995; Troféu Emma Cuervo: 1994; Troféu Teresa Herrera: 1995.

Vitória: Copa do Nordeste: 1997; Campeonato

Baiano: 1997 e 2000; Troféu Cidade de Valladolid: 1997

Botafogo: Torneio Rio-São Paulo: 1998.

Kashima Antlers: Campeonato Japonês: 2000; Copa do Imperador: 2000; Copa da Liga Japonesa: 2000.

Seleção Brasileira: Copa do Mundo FIFA: 1994; Copa das Confederações FIFA: 1997; Copa América: 1989; Copa da Amizade: 1992; Torneio Bicentenário da Austrália: 1988; Torneio Pré-Olímpico: 1987; Copa do Mundo FIFA Sub-20: 1983.

• Ocorre o golpe militar em 31/03 e o general Castello Branco assume a presidência da República em 15/04, sucedendo a João Goulart, que foi deposto • A população brasileira é de 78,14 milhões de habitantes • Os EUA iniciam sua intervenção militar no Vietnã • Estreia do “Show Opinião”, com Nara Leão, Zé Kéti e João do Valle, no Teatro de Arena do Rio de Janeiro • Estilista britânica Mary Quant lança a minissaia • Martin Luther King conquista o Prêmio Nobel da Paz • Nascem: Ailton Graça, Chico César, Dalton Vigh, Denise Fraga e Patrícia Pillar • Morrem: Anita Malfatti, Antônio Maria, Ary Barroso e Cecília Meirelles.

21

BIBLI TECA

Felizmente, a literatura do Jornalismo Esportivo cresceu muito nos últimos anos. São publicações voltadas para a técnica de escrever, técnica de entrevista e, sobretudo, alertando para a ética jornalística. Aqui, trazemos duas sugestões.

MÁRIO MARINHO

LIVRO: MANUAL DO JORNALISMO ESPORTIVO

A essência do jornalismo - qualquer que seja sua área - está intimamente ligada às regras da ética e ao interesse público. Com base nesse pensamento, os autores de MANUAL DO JORNALISMO ESPORTIVO, Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel, duas autoridades no assunto, abordam os temas específicos do jornalismo esportivo. Além de apresentarem algumas técnicas e sugestões para a prática desse tipo de jornalismo, tratam de leis desportivas e de termos utilizados em vários esportes, que podem facilitar o dia a dia de quem atua na área. Apresentam ainda uma proposta de um novo modelo esportivo com o objetivo de melhorar o desempenho da profissão e, finalmente, convidam a refletir sobre os rumos do jornalismo. Indicado para estudantes, professores, e também para jovens e veteranos profissionais da área.

FICHA TÉCNICA

Título: Manual do Jornalismo Esportivo

Autores: Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel 192 páginas - Editora Contexto

LIVRO: JORNALISMO ESPORTIVO

Quem decide ser jornalista esportivo? Considerada por muitos uma editoria pouco importante, o que atrai excelentes profissionais para essa área? Como fazer para desvencilhar-se da pecha de "palpiteiro" que muitas vezes vem colada ao exercício da profissão? Esse livro apresenta as respostas pregando a necessidade de uma atuação mais profissional, baseada nos princípios consagrados do bom jornalismoesforço, independência, imparcialidade e criatividade.

FICHA TÉCNICA

Título: Jornalismo Esportivo

Autor: Paulo Vinícius Coelho 120 páginas - Editora Contexto

ESPORTIVO
JORNALISMO
Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel
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Paulo Vinicius Coelho

Quando o Corinthians foi Campeão Paulista pela primeira vez:

Quando o Corinthians foi Campeão da Libertadores pela primeira vez?

Qual técnico dirigiu mais vezes o Corinthians, com 435 jogos?

Quando o Palestra/Palmeiras foi Campeão Paulista pela primeira vez?

Quando o Palmeiras foi Campeão da Libertadores pela primeira vez?

Qual técnico dirigiu mais vezes o Palmeiras, com 562 jogos?

Quando o São Paulo foi Campeão Paulista pela primeira vez?

Quando o São Paulo foi Campeão da Libertadores pela primeira vez?

Qual técnico dirigiu mais vezes o São Paulo, com 555 jogos?

Quando o Santos foi Campeão Paulista pela primeira vez?

Quando o Santos foi Campeão da Libertadores pela primeira vez?

Resultados:

a a a a a a a a a a a b b b b b b b b b b b c c c c c c c c c c c d d d d d d d d d d d 1911 2000 Rato 1918 1998 Ventura Cambon Vicente Feola 1930 1990 1935 1959 1912 2012 Tite 1919 1999 Vanderlei Luxemburgo Muricy Ramalho 1931 1991 1936 1960 1913 2014 Mano Menezes 1920 2000 Felipão
Santana 1932 1992 1937 1961 1914 2016 Oswaldo Brandão 1921 2001 Oswaldo Brandão José Poy 1933 1993 1938 1962
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QUIZ

CADÊ V CÊ ?

Lição de ouro

Vanderlei Cordeiro de Lima coleciona vitórias dentro e fora das pistas

Quem gosta de esporte e costuma acompanhar os Jogos Olímpicos, vai se lembrar sempre do corredor Vanderlei Cordeiro de Lima. Na maratona da Olimpíada de Pequim, em 2004, liderava a prova com mais de 50 segundos de vantagem para o segundo colocado. De repente, foi “atropelado” pelo padre irlandês Cornelius Horan perto da parte final do percurso. Algo totalmente inesperado e que interrompeu o ritmo forte que imprimia na corrida. Com ajuda de uma pessoa, conseguiu voltar para a pista. Chegou em terceiro e conquistou a medalha de bronze.

A cena rodou o planeta. Vanderlei perdoou na hora o homem que lhe tirou a chance de vencer a prova e preferiu comemorar a medalha de bronze. Seu espírito esportivo lhe valeu, depois, a medalha Pierre de Coubertin, honraria concedida pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) para atletas que demonstram alto grau de esportividade e espírito olímpico.

Em 2016, foi escolhido para acender a pira olímpica nos Jogos Olímpicos do Rio. No ano passado, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) convidou Vanderlei para atuar como embaixador do “Time Brasil” nos Jogos Olímpicos de Paris em julho deste ano ao lado da Janete, do basquete. Lá, vai ter a missão de conversar com os atletas na Casa Brasil e na sede da delegação brasileira na cidade de Saint-Ouen. "Vamos passar um pouco da nossa experiência, como comprometimento e dedicação em qualquer circunstância”, explicou, orgulhoso.

Patrocinado pela Olympikus, Vanderlei dá palestras e participa da abertura de provas de atletismo e corridas nas principais capitais do País. Há seis anos criou, em Campinas, um instituto que leva seu nome e que atende 80 crianças e adolescentes, a maioria em situação de vulnerabilidade social, incentivando a prática lúdica do atletismo, aliada às atividades educativas e culturais. Lá, recebem orientação técnica para a prática do atletismo, uniformes, equipamentos, acompanhamento médico, psicológico, social e fisioterápico, além de transporte, alimentação e hospedagem em dias de competições.

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