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A MULHER NO FUTEBOL
Entrevista com ALINNE FANELLI

26 DE ABRIL: DIA DO GOLEIRO
PRIMEIRO JOGO NO BRASIL Quando foi?
SANTOS: 112 anos

ADEMIR DA GUIA: 82 anos
INTERNACIONAL: 115 anos
Entrevista com ALINNE FANELLI
26 DE ABRIL: DIA DO GOLEIRO
PRIMEIRO JOGO NO BRASIL Quando foi?
SANTOS: 112 anos
ADEMIR DA GUIA: 82 anos
INTERNACIONAL: 115 anos
Nosso personagem principal na Bem Bolada deste mês é um profissional que extrapola nas medidas.
Márcio Canuto saiu lá das Alagoas para brilhar no Sul Maravilha, primeiro nas páginas do saudoso Jornal da Tarde, depois em outros veículos de comunicação do Rio de Janeiro como a TV Globo e, mais recentemente, na Pauliceia desvairada.
Canuto é grande no tamanho e também na competência, na facilidade de comunicação qualquer que seja o ambiente.
Suas entrevistas com os torcedores são rápidas, mas divertidas, e enriquecem a cobertura normal de um jogo de futebol.
Nesse começo de ano ele trabalhou na Record na transmissão do Paulistão.
Pena que a Record, com o final do Paulistão, desmontou o seu Departamento de Esportes.
Realmente, uma pena.
Estamos relembrando, neste número, histórias ricas do nosso futebol, como os 115 anos do Internacional de Porto Alegre. Uma vida cheia de conquistas e glórias.
Também gloriosa é a história do Santos e de seus 112 anos de vida. O momento santista não é dos mais gloriosos, pois o time, pela primeira vez em sua história, foi rebaixado para a Série B.
Resta fazer da queda um trampolim e cair para cima, voltando para a Elite. De preferência, campeão.
O mês de abril também marcou inesquecível momento de tristeza do nosso futebol: a morte precoce do craque Dener, aos 23 anos de idade.
Revelado pela Portuguesa de Desportos, estava emprestado ao Vasco da Gama quando ocorreu o acidente que tirou sua vida.
A voz feminina do mês é de Alinne Fanelli, tão nova e tão experiente no jornalismo esportivo.
Em toda a infância, lá em São João da Boa Vista, o futebol a acompanhou.
Vale a pena conhecê-la um pouco mais.
Aílton Fernandes, em Cadê Você?, fala de um luto do jornalismo brasileiro.
E mais: A Magia da Camisa 10, em Biblioteca; o Divino Ademir da Guia e seus 82 anos; o Primeiro Jogo no Brasil; o Dia do Goleiro; o Campeonato Paulista e o saborosíssimo Quiz para sua diversão.
Tudo preparado com muito carinho por mim e pelo Silvio Natacci. Divirta-se.
Mário MarinhoO repórter mais querido do público conta toda a sua vitoriosa trajetória, virando até nome de avenida em Maceió.
Como foi a infância do agitado repórter Márcio Canuto?
Foi uma infância de preparação para a vida, porque eu pertenci à turma da Praça Sinimbu, em Maceió. Era uma época só para os fortes. Lá, ou você dominava seu pequeno território ou você estava lascado... Na minha família, todos são agitados. Eu tinha oito irmãos, um faleceu. Minha mãe era uma heroína.
O cavalo passou arreado e eu subi. Eu frequentava muito a Federação Alagoana de Futebol. Meu pai gostava muito de futebol, chegou a jogar no Santa Cruz. Eu estudava num colégio bem em frente à Federação. Então, eu sabia tudo de futebol. Quando faltava um professor, eu ia para a Federação. Sabia todas as contratações, todos os uniformes etc. Por mera curiosidade. Um dia, ficou sobrando
uma credencial lá para um jogo de juvenis e me convidaram para ir dentro do campo. Comprei um caderno, uma caneta e fiz uma resenha da partida. A partir daí comecei a escrever para um jornal chamado O Semeador, da Arquidiocese. Aí, o pessoal do Diário de Alagoas veio me chamar. Fui para o Diário, catando milho na máquina. Um ano e meio depois eu já era chefe. Não diria que era talento: diria que era abnegação. Eu lia tudo. E tinha o Jornal da Tarde de São Paulo como parâmetro. Sempre fui muito dedicado. Até que fui indicado para ser correspondente do Jornal da Tarde lá em Maceió. Trabalhei para ele de 1972 a 1976. O JT era brilhante, inovador. Até que pintou uma oportunidade para fazer uma entrevista na Rádio Difusora. Era o cavalo arreado passando pela segunda vez. E deu certo, porque eu fazia umas perguntas mais contundentes. Daí, fui fazer reportagens esportivas. Como eu não tinha uma voz muito bonita, procurei ser o mais bem informado.
Faça uma sinopse da sua carreira.
Depois, passei a ser diretor geral da Rádio Gazeta de Alagoas. E fui para a TV Gazeta, afiliada da Globo, em 1975. Tinha uns 29 anos. Às vezes, não se tinha o tempo certo de uma entrevista. Foi aí que eu me valia de toda a minha experiência e dos meus conhecimentos. Eu improvisava bem na televisão. Eu mesmo comprava máquinas fotográficas para fotografar e ilustrar. Até que em 1981, a Globo me ligou para fazer uma matéria sobre o jogo Brasil e Irlanda, em Maceió, preparatório para a Copa do Mundo. E era a reinauguração do Estádio Rei Pelé. Eu fiz a matéria. Sempre com criatividade. Pensei que a Globo não fosse nem usar. Só que aconteceu um milagre: a Globo usou no Globo Esporte Nacional, foi o destaque do dia e foi reexibida na íntegra no Jornal Nacional.
A partir daí, eu fiquei com a obrigação de fazer, em Maceió, uma matéria por semana para a Rede Globo. Já pensou? Eu, bigodudo,
Foto: Divulgação/Reproduçãocareca, com essa voz rouca... Depois, me chamaram para fazer matérias no Rio. Sempre de forma criativa. Eu ia e voltava. Mas tudo exigiu muita determinação. Passei quase 20 anos sem um dia de folga. De domingo a domingo. Fui contratado efetivamente pela Globo em 1998. Na prática, foi uma coisa maravilhosa. Fui abraçado por São Paulo.
Vim para São Paulo porque, na época, a Globo resolveu reformular a sua linguagem no SP1. O Amauri Soares criou o SP1 Comunidade.
Vim para ser o fiscal do povo. Embora, pouco tempo depois, me mandaram para Copa do Mundo na França. Tudo ideia do Amauri Soares. Eu tenho uma energia que às vezes nem eu entendo. Estou com 78 anos... Eu adoro fazer ao vivo, eu adoro gente... Eu me adaptei a São Paulo, eu amo São Paulo. São Paulo é agitada como eu. E sou apaixonado por Maceió, onde nasci. O povo lá é muito atencioso, receptivo. Por exemplo: uma das principais avenidas de lá tem meu nome; o Salão de Imprensa do Estádio Rei Pelé tem meu nome; o Hall da Fama de lá foram meus pés que inauguraram; e agora está sendo lançado lá um documentário sobre a minha vida.
Das suas inúmeras reportagens, qual foi a mais marcante?
Foi a primeira que eu fiz para a Globo, lá em Maceió, sem nenhuma orientação. E logo entrou no Jornal Nacional. Para mim, é antológica. Outra foi a cobertura do
assassinato do PC Farias, em 1996. Eu estava chegando a Maceió, vindo de um trabalho. Trabalhava na TV Gazeta de Maceió, afiliada da Globo. Eu tinha que entrar no ar de 20 em 20 minutos. Depois, chegaram as “feras” do jornalismo da Globo e eu continuei com o comando da matéria. Segurei a peteca. E outra marcante, foi quando o Amauri Soraes resolveu, no Carnaval do Rio, que eu contasse o enredo de cada Escola de Samba. Então, quando as Escolas passavam, eu usava uma fantasia associada ao enredo. Tudo ao vivo. O Amauri Soares é gênio.
Falando de Seleção... O que você achou daquela ideia inicial da CBF de convocar um técnico “tampão” à espera do Ancelotti e esse técnico ser o Diniz?
Fico preocupado porque ninguém tem o rumo certo da Seleção. Aquela espera pelo Ancelotti foi uma coisa meio maluca. E todo mundo conhece a metodologia do Diniz, ele não monta um time em uma semana.
O que você acha do Dorival na Seleção?
Dos que estão aí, eu acho o mais indicado. Ele tem o grupo na mão, tem vivência, é conciliador e, quando necessário, toma medidas drásticas. No momento, é o cara ideal para a Seleção. Gostei da primeira convocação dele, mas estamos carentes de uma grande referência. O Neymar passou a ser uma incógnita. Ele é um talento indiscutível, só falta ter foco.
Alguns gostariam de ver o Abel Ferreira na Seleção...
Eu acho ele chato, mas é muito competente. Veja a quantidade de títulos que ele está conquistando.
Mas o Brasil tem chance para a Copa de 2026?
Se Deus quiser, mas não acredito tanto assim. Acho que tem chance, mas não tão forte como antigamente.
Quais os jornalistas/repórteres esportivos de todas as épocas que você aprecia?
Tem tanta gente... Vital Battaglia, Marcelo Rezende, Washington Rodrigues, Roberto Avalonne, Flávio Adauto e muitos outros. Não quero ser injusto. A geração antiga era mais marcante. Na TV, temos o Tino Marcos, Pedro Bassan, Juarez Soares, J. Hawilla e outros.
E com relação à narração feminina em jogos masculinos, o que você acha?
Me surpreende pela capacidade de evolução que está tendo. Mas eu ainda não gosto. Eu não sei se é a falta de hábito. Porém, está conquistando seu espaço. Vai ter um dia que irão surgir narradoras que me encantem.
Quanto ao Brasileirão, você gosta dos “pontos corridos”?
Eu acho que ele acaba fazendo justiça. Não tem tanta emoção como o mata-mata. O mata-mata é empolgante. Mas o campeonato por pontos corridos premia quem faz a melhor campanha durante o ano.
Com relação aos Campeonatos Estaduais, devem ser mantidos?
Eu defendo os Campeonatos Estaduais. Eles mantêm viva a grande rivalidade do futebol. Eles é que promoveram a grande rivalidade entre os clubes, em todos os estados. Eu, por exemplo, torço para o Santa Cruz que é onde meu pai jogou. A minha paixão é o Santa Cruz..
Quais são seus planos para 2024?
Tomar conta da minha filha especial. Ela tem síndrome de Down. Hoje eu sou pai e mãe. Ela morava com a mãe em Maceió, mas a mãe faleceu e eu a trouxe para São Paulo. Foi uma grande transformação para ela. Mas ela está se adaptando. E eu vou para o Exterior ver alguns shows: eu gosto muito.
Seu hobby: Ir a shows. Adoro shows.
Tipo de música preferido: Rock ’n’ roll.
Programa de TV preferido: Globo Repórter de tempos atrás.
Melhores narradores de Rádio: Osmar Santos, Pedro Luiz, Fiori Gigliotti, José Carlos Araújo, Jorge Cury, Oduvaldo Cozzi, José Silvério e Edson Mauro.
Melhores narradores de TV: Geraldo José de Almeida, Galvão Bueno e Luciano do Valle.
Prato preferido: Bife à milanesa.
Cantor brasileiro preferido: Tim Maia.
Cantora brasileira preferida: Gal Costa.
Ela respirava futebol em sua infância, lá em São João da Boa Vista, interior de São Paulo: seu pai, avô, tio, primo, todos jogavam... Não deu outra: hoje, é uma dinâmica repórter da BandNews FM.
Como e quando começou sua paixão pelo futebol?
Desde quando eu nasci... Nasci numa família muito apaixonada pelo futebol. Meu pai jogava futebol, meu tio, meu avõ, meu primo... Tudo lá em São João da Boa Vista, interior de São Paulo, onde nasci. Todo fim de semana eu estava com a família em jogo. Meu tio virou técnico lá. A minha infância inteira foi acompanhando futebol. Eu via muito os treinos do meu tio. Tudo, enfim, começou com a família.
Como você começou sua carreira?
Foi muito por acaso. Nunva tive o sonho de ser jornalista. Na minha cidade, a gente não tinha muito acesso a jornal, rádio... Era tudo muito distante. Quando fui fazer vestibular, eu prestei para Letras e Jornalismo. E passei nas duas. Como eu gostava de futebol, optei por Jornalismo. E aí todos os meus trabalhos eram voltados para o futebol.
No início, você sentiu alguma pressão machista?
Não senti muito isso porque eu cresci no ambiente de futebol, lá no interior. Depois, eu
vim para São Paulo e não senti muito isso. Graças a Deus eu sempre tive pessoas que me apoiaram demais. Nunca tive nenhum grande problema.
Faça uma sinopse da sua carreira. O interior dá a possibilidade de trabalhar em várias coisas ao mesmo tempo. Só que o valor pago pelas empresas não é muito alto. Lá eu fiz assessoria de imprensa, reportagem de rádio, trabalhei numa TV, em um jornal... E trabalhei de forma fixa no Depto. de Marketing de uma TV a cabo, onde fiz vários tipos de serviços.
E a sua passagem para São Paulo?
Terminei a faculdade em 2010 e, em 2011, tentei entrar em um programa do SporTV chamado Passaporte SporTV, que recrutava jovens para participar das principais coberturas esportivas pelo mundo. Naquele ano o programa visava a Olimpíada de 2012, em Londres. Eu entrei nesse processo seletivo. Acabei não passando nessa fase. Mas, resolvi fazer um intercâmbio e morei um mês no Canadá. Quando voltei, falei para minha mãe: Ou eu vou para o Canadá ou eu vou para São Paulo. Vim, então, para
São Paulo, em 2012, fazer a pós-graduação. Meses depois, consegui um trabalho na Associação Paulista de Municípios. Então, fui fazer um trabalho na faculdade sobre a Olimpíada com o jornalista Paulo Conde. Aií, ele me incentivou a fazer frila para a Folha de São Paulo. Depois, fui convidada a ficar 15 dias pós-Olimpíada na Folha. Quando acabou a pós, fui convidada de novo para ficar 15 dias por mês na Folha. E fiquei assim por seis meses. Aí, abriu uma vaga lá para folguista. Naquela época tinha treinos abertos todos os dias e a gente tinha conteúdo para fazer. Fiquei por seis meses assim. No começo de 2014, entrei no jornal Agora, do mesmo grupo. Em maio de 2015, comecei a fazer a cobertura do São Paulo. Fiquei lá até setembro de 2018. Aí eu fui para a BandNews FM, onde estou até hoje. E continuo na cobertura do São Paulo. Além disso, estou também no Youtube, no canal do Denílson, com um programa semanal chamado “Área Delas”, junto com a Giulia Vanni.
O que você achou da ideia inicial da CBF de a Seleção ter um técnico “tampão” e esse técnico ser o Diniz?
Acho que foi muito ruim. Ficou todo mundo esperando pelo Ancelotti e, no fim, ele não veio. Ficou muito constrangedor para o Diniz também. Depois, tivemos a saída do Ednaldo, a volta do Ednaldo... Foi tudo bastante confuso.
Você acha que em 2026 o Brasil tem chance?
Vai depender do que vai ser construído agora. Mas, o Brasil sempre tem chance. Afinal, é o único pentacampeão. Porém, não podemos cometer os mesmo erros.
Quais os repórteres/comentaristas que você aprecia, de todas as épocas?
Gosto de citar duas pessoas que foram muito importantes para a construção da minha carreira: Eduardo Affonso, da ESPN, e Ivan Drago, da Transamérica. Eles me deram muita força quando comecei. E como apresentadora, sempre admirei muito a Renata Fan, desde quando estava no interior.
fazendo isso. É claro que há narradoras que a gente prefere e outras que não, assim como os narradores também.
Você gosta do Brasileirão com “pontos corridos”?
Gosto. Acho bom que tenhamos uma competição com estilo diferente.
E dos Estaduais, você gosta?
Gosto. Adoro os Estaduais. Principalmente o de São Paulo, que dá para a gente ir para o interior. O nosso Estadual é muito forte.
Quais são seus planos para 2024?
Não tenho planos. Eu sou muito do “deixar acontecer”. Não tenho nada de muito planejamento, não.
Seu hobby: Ver série.
Tipo de música preferido: Pagode.
Programa de TV preferido: Jogo Aberto.
Finalmente, veio o Dorival. O que você acha dele?
Gosto bastante do trabalho dele. Ele tem ao lado dele muita gente que estuda demais. Ele é um cara muito inteligente, muito estudioso. O discurso dele de resgatar o amor do torcedor pela Seleção também foi muito bom. E gostei da primeira convocação dele. Fez boas escolhas. E acho que o Neymar ainda tem chance na Seleção, desde que esteja em boa forma. Mas, acho que a Seleção tem que ter um jeito de jogar sem o Neymar.
Alguns gostariam de ver o Abel Ferreira como técnico da Seleção. O que você acha da ideia?
Seria um ótimo técnico, mas acho que não é o momento dele na Seleção.
Entre os jogos que você assistiu ou trabalhou, qual foi o mais marcante?
É difícil responder, mas acho que dá para colocar como marcante o primeiro jogo da Copa do Mundo de 2022, no Catar, porque eu estava lá: Catar x Equador. Eu fui a primeira mulher que cobriu a Seleção Brasileira pela Band em Copas do Mundo e eu era a única mulher, naquele dia, como repórter no gramado. Depois, foi o segundo jogo da Seleção Brasileira nessa Copa: Brasil x Suíça.
Com relação à narração feminina em jogos masculinos, o que você acha?
Acho ótimo. Que mais mulheres estejam
Melhores narradores esportivos de Rádio: Fiori Gigliotti, Osmar Santos e Marcelo do Ó.
Melhores narradores de TV: Luís Roberto, Galvão Bueno, Everaldo Marques, Paulo Andrade e Isabelly Morais.
Prato preferido: Bife à parmegiana.
Cantor brasileiro preferido: Thiaguinho.
Cantora brasileira preferida: Ivete Sangalo.
Ademir Ferreira da Guia nasceu no dia 03 de abril de 1942, no Rio de Janeiro-RJ: exatamente no ano em que o Palestra Itália virou Palmeiras. E ele virou o maior ícone de todos os tempos do clube.
É filho de outro grande craque: Domingos da Guia, considerado por muitos como um dos melhores zagueiros do futebol brasileiro. Tão craque, que tinha o apelido de “Divino Mestre”. E do pai herdou parte do apelido: “Divino”.
Ademir chegou ao Verdão, vindo do Bangu, em 1961, com 19 anos. E logo formou com Olegário Tolói de Oliveira, o Dudu, uma antológica dupla, que durou 13 anos.
Atuou por 15 anos no clube. É o jogador que mais vezes vestiu o sagrado manto alviverde (902 partidas), o terceiro maior artilheiro (155 gols) e o primeiro no coração do torcedor.
Em 1986, foi o terceiro jogador até então a ter um busto erigido no clube (os dois anteriores foram o zagueiro Junqueira e o médio Waldemar Fiúme).
Participou das duas históricas Academias do clube, dos anos 60 e 70, conquistando muitos títulos: Campeonato Paulista (1963, 1966, 1972, 1974 e 1976); Rio-São Paulo (1965); Robertão (1967 e 1969); Taça Brasil (1967) e Campeonato Brasileiro (1972 e 1973).
Dono de habilidade incomum, passadas cadenciadas em campo, Ademir imprimia velocidade ao jogo com seus toques sutis. Raramente desperdiçava um passe e seus gols encantavam a torcida.
Neste mês, está comemorando 82 anos. Parabéns e obrigado, Ademir, por nos ter presenteado com a magia do seu futebol.
O Brasil é presidido pelo ditador Getúlio Vargas, que assumiu em 03/11/1930 • A população brasileira é de 42,9 milhões de habitantes • Nascem: Ademir da Guia, Arlete Salles, Caetano Veloso, Cassius Clay, Celly Campello, Gilberto Gil, Jimmy Hendrix, Milton Nascimento, Nara Leão, Paulinho da Viola, Paul McCartney, Susana Vieira e Tim Maia • O Brasil muda de moeda: o cruzeiro substitui o mil réis • A Coca-Cola abre sua primeira fábrica no Brasil • Em razão da guerra, o Palestra Itália de São Paulo passa a se chamar Palmeiras e, o de Minas, muda para Cruzeiro • Getúlio Vargas cria o território de Fernando de Noronha.
Na vida, o termo “fominha”, segundo dicionários, quer dizer pessoa de muito apetite, comilão e até avaro.
No futebol, o termo pode ser um tanto depreciativo: se refere àquele jogador que não passa a bola para o companheiro que, possivelmente, está em melhor condição de marcar o gol.
Mas, o mesmo conservador e criativo futebol admite o “fominha” como aquele que gosta de ganhar e que está sempre ganhando.
Esse conceito pode ser personalizado: Abel Ferreira, aquele que não se cansa de ganhar.
Mais do que ganhar, ele tem pressa: é voraz. Não perde tempo.
Com a conquista do Paulistão, no dia 07 de abril, Abel chegou ao seu 10º título no Verdão, empatando com o histórico mestre Oswaldo Brandão.
Porém, se for aplicado um critério de desempate, Abel Ferreira está na frente: conquistou seus 10 títulos num espaço de menos de quatro anos.
O primeiro título foi conquistado em janeiro de 2021, a Copa Libertadores da América, em cima do Santos.
O último foi no último dia 07 de abril.
Já o venerável Oswaldo Brandão conquistou seu primeiro título em 1947 e o último em 1973.
Portanto, é incomparável a velocidade e voracidade do português, que gosta de arranjar uma encrenca com a torcida e com a imprensa. Mas, para chegar a esse exagero de títulos acumulados, o Palmeiras precisou arrumar a casa com os presidentes Paulo Nobre, que terminou o mandato em 2016; Maurício Galiotte, que terminou em 2021, quando foi substituído pela empresária Leila Pereira, a primeira mulher a comandar o Palmeiras, em mais de 100 anos de história.
Leila deu continuidade ao trabalho sério desenvolvido por seus antecessores, colocando para escanteio cartolas que formavam a terrível “Turma do Amendoim” que tanto infernizou a vida de técnicos, jogadores e dirigentes.
Leila em sua primeira campanha para presidente.
Hoje, dentro e fora de campo, o Verdão tem direção rigorosamente profissional.
A organização de seu Departamento de Futebol é absolutamente impecável, com profissionais e equipamento de ponta. A época do achismo acabou: tudo é medido e pesado. As decisões são tomadas com forte e quase infalível embasamento.
Não se brinca de fazer futebol.
E o resultado está aí para o qual os adversários deveriam atentar e se espelhar.
Seus dirigentes enxergam longe.
Foram buscar o garoto Endrick, que logo assumiu protagonismo de craque e teve seu passe negociado por quantia milionária com o Real Madrid.
E aí? Saiu Endrick, como fica o time?
Fica bem porque lá já começa a brilhar o garoto Estêvão, que lá no seu time anterior, o mineiro Cruzeiro, tinha o apelido de Messinho.
Endrick deixará saudade, mas não deixará um buraco no elenco verde.
Ainda contando com o craque-garoto Endrick, eis os ótimos números alcançados pelo Palmeiras em sua conquista do título paulista de 2024:
Número de pontos____________
Número de jogos_____________
Número de vitórias___________
Número de derrotas___________
Número de empates___________
a favor__________________
Data: 07 de abril de 2024
Local: Allianz Parque, São Paulo-SP
Árbitro: Raphael Claus
Público: 41.446 pagantes
Renda: R$ 5.244.701,37
Palmeiras: Weverton; Mayke, Gustavo Gómez (Luan), Murilo e Piquerez; Aníbal Moreno, Zé Rafael (Richard Rios) e Raphael Veiga; Endrick (Marcos Rocha), Lázaro (Luís Guilherme) e Flaco López
Técnico: Abel Ferreira
Começa o Brasileirão e o Palmeiras já é apontado como franco favorito para o título, ao lado de Flamengo e Atlético Mineiro.
Santos: João Paulo; Aderlan (JP Chermont), Gil, Joaquim e Felipe Jonathan (Hayner); João Schmidt, Diego Pituca (Weslley Patati) e Giuliano; Otero (Pedrinho), Guilherme e Morelos (Furch).
Técnico: Fábio Carille
Gols: Raphael Veiga aos 32 do 1º; Aníbal Moreno aos 21 do 2º.
A gloriosa história do Colorado começou com sua fundação, no dia 4 de abril de 1909. Foram os irmãos Henrique Poppe Leão, José Eduardo Poppe e Luiz Madeira Poppe que se reuniram para fundar o time que, desde sua fundação, lutou muito por sua sobrevivência.
A luta para superar crises internas e externas, algumas delas financeiras, rendeu frutos e, em 1927, o clube conquistou seu primeiro título gaúcho e deu início à construção de sua primeira casa, o Estádio dos Eucaliptos.
As glórias foram tamanhas que o Estádio dos Eucaliptos ficou pequeno. E assim nasceram os planos e a posterior construção do Beira-Rio, hoje conhecido como o Gigante da Beira-Rio, inaugurado em 06 de abril de 1969.
O jogo inaugural foi contra o Benfica de Portugal e Claudiomiro fez o primeiro gol do Inter no novo estádio.
Ao longo de sua história, o Inter já foi campeão gaúcho por 45 vezes – dois títulos mais que o rival Grêmio.
Mas, sua história registra outros títulos importantes. Veja:
Mundial de Clubes: 2006.
Libertadores da América: 2006 e 2010.
Copa Sul-Americana: 2006.
Recopa Sul-Americana: 2007 e 2011.
Campeão Brasileiro: 1975, 1976 e 1979.
Falcão é, certamente, o craque mais festejado do Internacional. Encheu de glórias o seu time, defendeu a Seleção Brasileira e brilhou na Europa, onde levou a equipe da Roma ao título nacional, colocando fim a uma espera de 40 anos. A façanha rendeu-lhe o honroso título de “Il Re di Roma” (O Rei de Roma).
Taffarel é, sem dúvida, um dos maiores goleiros de toda a história do futebol brasileiro. Sua calma, sua determinação, sua incrível facilidade de defender pênaltis o colocaram na história da Seleção Brasileira, onde, aliás, ele ainda atua até hoje, agora como treinador de goleiros.
Batista foi um volante sóbrio, firme na marcação, perigoso no ataque. Há quem diga, até hoje, que se ele estivesse em campo, no Sarriá, na Copa do Mundo de 1982, o Brasil não teria sido eliminado pela Itália.
Figueroa foi um zagueiro que fez história com sua elegância em campo. A liderança e a habilidade o transformaram em lenda viva no Beira-Rio.
Carpegiani, outro meio-campista, é lembrado por sua técnica refinada e visão de jogo. Foi também um técnico vencedor.
O Brasil é presidido por Affonso Penna até 14 de junho, quando faleceu. Assume, então, seu vice, Nilo Peçanha • A população brasileira é de 22,10 milhões de habitantes • Inaugurado o Theatro Municipal do Rio de Janeiro • Fundados o Sport Club Internacional (RS) e o Coritiba Foot Ball Club (PR) • Escritor Euclides da Cunha, autor de “Os Sertões”, é assassinado a tiros pelo amante de sua esposa, o militar Dilermando de Assis • As festividades comemorativas do centenário de nascimeno de Abraham Lincoln atraem cerca de um milhão de pessoas a Nova York • Nascem: Ataulfo Alves, Burle Marx e Carmen Miranda. ACONTECEU
Foi num domingo, 12 de abril, que os três amigos Francisco Raymundo Marques, Mário Ferraz de Campos e Argemiro de Souza Júnior comandaram uma assembleia na sede do Clube Concórdia, em Santos, para discutir a formação de um time de futebol.
A reunião foi animada e logo surgiram as primeiras sugestões de nomes: Brasil Atlético, Euterpe e Concórdia. Mas, por decisão unânime, optou-se pela sugestão de Edmundo Jorge de Araújo: Santos Foot-Ball Club.
Começava-se ali a escrever uma das páginas mais bonitas do futebol mundial.
O primeiro de muitos títulos paulistas veio em 1935, com a vitória do Santos, 2 a 0, sobre Corinthians, em pleno Parque São Jorge.
A escalação santista para a partida foi: Cyro; Neves e Agostinho; Ferreira, Marteletti e Jango; Sacy, Mário Pereira, Raul Cabral Guedes, Araken Patusca e Junqueirinha. Raul Cabral Guedes e Araken Patusca foram os autores dos gols.
O próximo título levaria mais 20 anos. Foi com a vitória sobre o Taubaté, 2 a 1.
No ano seguinte, 1956, o acontecimento que mudou todo o futuro do futebol.
Ex-centroavante, artilheiro por onde passou (em 1942, defendendo o São Paulo, jogou 26 partidas e marcou 26 gols), Waldemar de Brito chegou à Vila Belmiro, vindo de Bauru, com um garotinho pretinho, de olhos assustados, que atendia pelo apelido de Dico (mais tarde mudado para Gasolina – ainda bem que não pegou) e, anos depois,
reverenciado pelo mundo inteiro como o Rei do Futebol: Pelé.
Seu primeiro jogo como profissional foi no dia 7 de setembro de 1956, com 15 anos, contra o Corinthians da cidade de Santo André-SP
O primeiro título de campeão paulista veio em 1958. E os títulos foram se seguindo: 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969, 1973.
O Santos conquistou muitas glórias, muitos títulos e muito reconhecimento. Além dos títulos paulistas, o Santos foi também Campeão Brasileiro, Triampeão da Libertadores e Bicampeão Mundial Interclubes.
No ano de 2023, o Santos teve sua maior derrota: foi rebaixado pela primeira vez em sua história para a Série B do Brasileirão.
Os dois maiores artilheiros da Seleção Brasileira são jogadores do Santos: Neymar, com 79 gols (até agora) e Pelé, com 77.
Para se ter uma ideia da grandeza dessa façanha, o terceiro colocado é Ronaldo, o Fenômeno, com 62 gols.
O Brasil é presidido por Hermes da Fonseca, que assumiu em 15/11/1910 • A população brasileira é de 24,07 milhões de habitantes • Tragédia com Titanic, na época o navio mais luxuoso do mundo, morrendo 1.523 pessoas em sua viagem inaugural • Fundado o Santos Futebol Clube • Inaugurado o bondinho do Pão de Açúcar • Realizado no Rio de Janeiro o primeiro Fla x Flu • Realizados os Jogos Olímpicos em Estocolmo, na Suécia • O Brasil exporta 42 mil toneladas de borracha (40% do total de suas exportações) • Nascem: Gene Kelly, Herivelto Martins, Jorge Amado, Luiz Gonzaga, Nelson Rodrigues e Samuel Weiner.
ACONTECEU EM 1912...O goleiro só é chamado a intervir para o desprazer de um time, pois sua especialidade é impedir o gol, momento mais alegre do futebol.
O jornalista e humorista Don Rossé Cavaca definiu, há décadas, com perfeição, o goleiro: “Ele é tão desgraçado que onde ele pisa não nasce grama”.
A frase é antiga e se refere a um velho costume do futebol antigo de não cultivar grama ali na pequena área, na fronteira do gol, por considerar que a grama poderia atrapalhar o goleiro, provocando escorregões.
Nos tempos de infância, o goleiro era aquele garoto menos habilidoso em campo que se resignava ser goleiro para jogar.
Mas, o goleiro é o único jogador de futebol a ter o seu dia: 26 de abril. Esse é o dia de nascimento de Manga (1937), um dos goleiros marcantes na história do futebol brasileiro.
A distância entre o herói e o vilão, no caso do goleiro, é milimétrica.
Se num jogo ele defende 100 bolas, que poderiam ser transformadas em gols, é aplaudido e venerado como um herói.
Mas, se ali no finalzinho do jogo ele leva um gol, aquelas 100 defesas são esquecidas e ele passa a ser um vilão, um incompetente e, se houver chance, ele é imolado ali mesmo.
“Um atacante, um médio e até mesmo um zagueiro podem falhar. Só o goleiro tem que ser infalível”.
A frase é de Nélson Rodrigues, lembrada pelo jornalista Paulo Guilherme em seu livro “Goleiros – Heróis e anti-heróis da camisa 1”, da Alameda Casa Editorial.
A seguir, a lista de alguns grandes goleiros do futebol brasileiro.
Meu primeiro grande ídolo no futebol. Não esqueço sua atuação no primeiro jogo disputado entre Brasil e Inglaterra. Perdemos por 4 a 2, mas a tragédia poderia ser maior, não fosse a atuação de Gylmar que, inclusive, defendeu dois pênaltis. Só para matar saudades, eis o time do Brasil, comandado pelo técnico Flávio Costa: Gylmar (Corinthians-SP); Djalma Santos (Portuguesa de Desportos-SP), Pavão (Flamengo-RJ), Zózimo (Bangu-RJ) e Nilton Santos (Botafogo-RJ); Dequinha (Flamengo-RJ) e Didi (Botafogo (RJ); Paulinho (Flamengo-RJ), Álvaro (Santos-SP), Gino (São Paulo-SP) e Canhoteiro (São Paulo-SP). O jogo foi realizado no estádio de Wembley, Londres, no dia 09 de maio de 1956.
Gylmar foi Bicampeão Mundial com a Seleção Brasileira e com o Santos.
Goleiro que mais atuou com a Seleção Brasileira, num total de 108 jogos. Na Copa do Mundo de 1994, foi um dos grandes responsáveis pelo tetra brasileiro. É dele a seguinte frase: “Sem falsa modéstia, posso dizer que eu nasci para ser goleiro”.
É o jogador que mais vestiu a camisa de um clube de futebol: 1117 vezes ele vestiu a número 1 do São Paulo. Além disso, marcou 131 gols – marca jamais alcançada por muitos atacantes do futebol. E, ao longo dos 25 anos de carreira, defendeu 51 pênaltis.
Foi um goleiro forte, seguro, ágil, que fez carreira no Palmeiras e disputou as Copas do Mundo de 1970, 1974, 1978 e 1986.
Revelado pelo clube baiano Vitória, foi no Cruzeiro que ganhou fama nacional por sua competência, frieza em campo e a facilidade de defender pênaltis. Fez 91 jogos pela Seleção Brasileira, sendo Campeão Mundial em 2002, na reserva de Marcos. E foi Campeão Mundial Interclubes pelo Corinthians, em 2000.
Há 129 anos, exatamente em 14 de abril de 1895, ocorreu aquela que é considerada a primeira partida de futebol no Brasil.
Aconteceu na Várzea do Carmo, no Brás, em São Paulo, entre dois times de funcionários: Companhia de Gás de São Paulo (São Paulo Gaz Company) 2 x 4 Companhia Ferroviária de São Paulo (São Paulo Railway Company).
O paulistano Charles Miller, então funcionário da São Paulo Railway Company, na época com 20 anos, foi quem a organizou. Ele é tido como o introdutor do esporte no Brasil e jogou naquela partida.
Charles Miller é filho de um pai escocês chamado John d’Silva Miller, que veio ao Brasil trabalhar na São Paulo Railway Company, e de uma mãe brasileira, de ascendência inglesa, chamada Carlota Antunes Fox.
Aos dez anos, foi estudar na Inglaterra. Aprendeu a jogar futebol na Bannister Court School. Atuou como jogador, árbitro e dirigente.
Retornou ao Brasil em 18 de fevereiro de 1894 para trabalhar na São Paulo Railway, trazendo na bagagem duas bolas da marca Shoot, uma bomba de ar, dois uniformes e um livro de regras.
Miller foi fundamental na montagem do time do São Paulo Atlhetic Club (SPAC) e da Liga Paulista de Futebol. Com ele como artilheiro, o SPAC ganhou os três primeiros campeonatos: em 1902, 1903 e 1904.
Para John Mills, biógrafo de Charles Miller, a história da primeira partida é ratificada pelo livro “História do Futebol no Brasil”, escrito por Thomaz Mazzoni, icônico jornalista esportivo de A Gazeta Esportiva.
Miller foi casado com Antonieta Rudge, exímia pianista brasileira de prestígio internacional. Ela, no entanto, o abandonou na década de 1920 para viver com o poeta Menotti Del Picchia.
O Brasil é presidido por Prudente de Morais, que assumiu em 15 de novembro de 1894, sucedendo ao Marechal Floriano Peixoto. Ele foi o terceiro presidente do Brasil, o primeiro civil a ocupar o cargo e o primeiro presidente por eleição direta
• A população estimada do Brasil é de 18,50 milhões de habitantes
• Acontece o primeiro jogo de futebol no Brasil, na Várzea do Carmo, em São Paulo
• Em dezembro, surge, na França, o cinema, invenção dos irmãos Lumière • Fundado o Clube de Regatas do Flamengo.
• O vôlei é criado pelo norte-americano William G. Morgan, em Massachusetts. O primeiro nome desse esporte foi mintonette
Morador da periferia de São Paulo, pobre, órfão aos 8 anos de idade, Dener foi obrigado, muito cedo, a trocar o sonho de jogador de futebol pelo trabalho para ajudar a família.
Nas andanças pela periferia, acabou se envolvendo em malfeitos que o levaram à delegacia: aos 17 anos foi preso e levado em companhia de outros amigos.
A rápida ação de Rubinho, diretor do Colégio Bilac onde Dener estudava, e a sensibilidade do delegado de plantão naquela delegacia da Zona Norte, livraram Dener de problemas mais sérios.
O delegado escreveu em seu despacho: “O menor é primário, não denota vivência infracional e é oriundo de família de boa índole”.
O policial estava certo: era craque de boa índole.
Aos 11 anos de idade, Dener teve uma rápida passagem pelo São Paulo. Não foi aproveitado e acabou treinando na
Portuguesa de Desportos, clube pelo qual se profissionalizou.
Em 1991, marcou o gol mais bonito de sua história e da história do Canindé, estádio da Lusa.
Era jogo válido pelo Campeonato Paulista entre Portuguesa e Inter de Limeira, Dener arrancou de antes do meio de campo, driblou três rivais e incontáveis buracos no gramado, que fazem a bola perder completamente a direção, e tocou na saída do goleiro.
Três anos depois, foi emprestado para o Vasco da Gama. Suas atuações empolgavam a torcida que o saudava com estrepitoso grito de "É cafuné, é cafuné, o Dener é a mistura do Garrincha com o Pelé!".
Foi nessa época que numa excursão do Vasco à Argentina, em jogo contra o Newel’s Old Boys, que Maradona o viu jogar e fez questão de ir até o vestiário para cumprimentar o jovem craque.
Na manhã do dia 19 de abril de 1994, há exatos 30 anos, Dener morreu num acidente
de automóvel, no Rio de Janeiro. Seu carro, um Mitsubish Eclipse, placa DNR 0010, dirigido por seu amigo Otto Gomes Miranda, chocou-se contra uma árvore.
Dener, que estava dormindo, havia baixado demasiadamente o seu banco, anulando, assim, a ação do cinto de segurança.
Resultado: teve o pescoço fraturado e morte instantânea. Acabava ali, aos 23 anos de idade, uma carreira que tinha tudo para dar certo. Era um jogador muito acima da média, um craque. Quem o viu jogar não tem a menor dúvida.
No contrato assinado entre a Portuguesa e o Vasco, havia uma cláusula que obrigava o Vasco a fazer seguro de vida e de acidentes pessoais, com indenização para a Lusa e a família do jogador.
O Vasco, porém, não fez o seguro. Somente 13 anos depois é que o Clube e a viúva do jogador, mãe de seus três filhos, receberam a indenização, após exaustiva batalha judicial.
O Brasil é presidido por Itamar Franco, que assumiu em 02/10/1992 • A população brasileira é de 153,81 milhões de habitantes
• O Brasil sagra-se Tetracampeão Mundial de Futebol, nos EUA • Seleção Brasileira Feminina de Basquete conquista o Campeonato Mundial na Austrália • Implantação do real na economia brasileira • Fernando Henrique Cardoso vence Lula nas eleições para presidente da República • Ocorre o triste acidente de carro com o locutor Osmar Santos • Morrem: Ayrton Senna, Burle Marx, jogador Dener, Dionísio Azevedo, Henry Mancini, Jacqueline Kennedy, Mário Quintana, Ronaldo Bôscoli e Tom Jobim.
Copa do Mundo de 1958. Um jogador, que mais tarde seria chamado de Rei, entra em campo com um número 10 nas costas. A partir desse momento, o futebol jamais seria o mesmo.
Tem início a magia da camisa 10. Numa mística que a transformou em sinônimo de craque, essa camisa tem história. Eternizada por Pelé, fez os olhos do mundo voltarem-se para aqueles homens mágicos que fazem do jogo de futebol uma arte. Mesmo antes dele, vários mestres da bola já brilhavam pela genialidade e raça dentro de campo, como Di Stéfano e Puskas. E depois dele… Platini na França, Eusébio em Portugal,
Bobby Charlton na Inglaterra, Gianni Rivera na Itália e tantos outros! Gênios, souberam honrar a magia da camisa e transformaram-se em heróis para seus países e clubes. Os autores André Ribeiro e Vladir Lemos conseguiram captar toda essa magia e transformar em livro a história dos grandes jogadores de todo o mundo. Histórias às vezes dramáticas, às vezes edificantes e inspiradoras, mas sempre com um mesmo destino: a linha de fundo, uma
Título: A Magia da Camisa 10
Ano: 2006
Autores: André Ribeiro e Valdir Lemos
192 páginas - Editora Verus
Um número que mudou o esporte
bola na rede e um grito de gol! Uma camisa e um número… Como algo tão simples poderia encantar torcedores de todos os continentes e fazer jogadores sonharem com o estrelato? A resposta está nas mãos do leitor… e nos pés de Maradona, de Zico, de Zidane…, na magia que irradiava de suas jogadas, na magia da camisa 10.
Prêmio Esso de Jornalismo foi extinto há oito anos
AILTON FERNANDES
A fusão entre a multinacional anglo-holandesa Shell e o conglomerado brasileiro Cosan provocou o fechamento dos postos, a extinção da marca Esso e, depois, do Prêmio no Brasil. Até hoje, os jornalistas de todas as áreas estão “órfãos”. Nenhuma outra premiação apareceu com a mesma importância para ocupar o seu lugar.
O Prêmio Esso existiu de 1956 a 2016. Durante 60 anos, foi considerado “Prêmio Pulitzer“ do jornalismo e objeto de desejo dos profissionais da notícia de todo o País pela independência, transparência e alto nível na apuração dos vencedores. Os melhores trabalhos de cada ano eram escolhidos por uma comissão julgadora. O “Essão” era entregue para a principal reportagem e recebia o melhor prêmio; os demais vencedores de acordo com as categorias: informação econômica, esportiva, política, científica e fotografia, por exemplo. Outro detalhe: Para aumentar o clima de suspense, nos últimos anos passou a apontar os três melhores trabalhos de cada categoria e divulgar os nomes dos vencedores só no dia da grande festa.
No ano de 1967, com apenas um ano de vida e mostrando a que veio, o Jornal da Tarde conquistava o seu primeiro de muitos Prêmios Esso, o chamado “Essão”, com a cobertura da tragédia que se abateu sobre a cidade de Caraguatatuba, com enchentes e desmoronamentos que causaram a morte de cerca de 450 pessoas. Foi o “Essão” por equipe. Em 1968, os jornalistas Vital Battaglia e Hedyl Valle Jr., da Edição de Esportes do Estadão, conquistaram o “Essão” com uma série de reportagens chamada “Juiz, Ladrão e Herói”, na qual relatava sofisticada rede de corrupção envolvendo dirigentes e árbitros do futebol paulista. Quase 20 anos depois, em 1987, o repórter Ailton Fernandes, do Jornal da Tarde, ganhou o “Prêmio Esso de Informação Esportiva” com a matéria “Dá para confiar neles?”, na qual denunciou forte esquema de corrupção no futebol de São Paulo.
Neste mesmo ano, o jornalista Jânio de Freitas, da Folha de S. Paulo, faturou o prêmio principal com a matéria “Concorrência da Ferrovia Norte-Sul foi uma farsa”. Para fazer a denúncia, teve acesso aos nomes das construtoras vencedoras antes da abertura dos envelopes e publicou seus nomes com antecedência, de maneira cifrada, nos classificados do jornal.
A icônica capa da edição que noticiou a derrota brasileira na Copa do Mundo de 1982.
Destaque também para o Prêmio Esso de Fotografia para o jornalista Reginaldo Manente, do Jornal da Tarde. Lembrada até hoje: a foto ocupou a capa inteira do JT, com o título “Barcelona, 5 de julho de 1982” e nasceu da sensibilidade do editor, Mário Marinho. Mostrava um garoto tentando conter o choro, com a camisa da Seleção, no estádio de Sarriá, após a eliminação do Brasil na Copa do Mundo de 1982.
É, o Prêmio Esso deixou muitos órfãos. E muita saudade.
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