Partiu-se da compreensão de que o pátio externo da EA é um espaço plural e, portanto, suscetível a vários usos. Assim, não existem limites, e o projeto Ágora elabora-se em busca de incitar, ao máximo, o diálogo que esse ambiente possibilita. Dado o seu caráter transicional, isto é, sua qualidade intrínseca enquanto espaço de passagem entre um abiente de teor privado para um público, a praça possui uma particularidade comunitária inédita diante do restante do prédio. Afinal, o prédio em si, mesmo que público, somente é frequentado pelos alunos dos cursos a quem são reservados os sentimentos de pertencimento. Diante disso, a estrutura enquanto expressão socioespacial atende somente a quem utiliza dela a nível cotidiano e, portanto, não é vivenciada pelo restante da população belorizontina. A praça, por outro lado, permite o rompimento dessa lógica na medida em que atua como um lugar de livre circulação que, apesar de estar encaixada dentro do complexo universitário, não está tão interiorizada como tão íntima aos estudantes como o restante do prédio. No entanto, apesar de seu vasto potencial, o pátio é geralmente esquecido e reduzido a um mero lugar de passagem, o que, dada a sua localização dentro da malha urbana belorizontina, é lamentável.
A análise de mapas elucida bem essa análise. A Escola de Arquitetura e Urbanismo está inserida em meio a um vivo centro artístico cultural de Belo Horizonte. A poucos minutos de distância estão a Praça da Liberdade e o seu circuito de edifícios históricos, o Edifício Maletta, o CentoeQuatro, o Viaduto Santa Tereza, o Teatro Espanca! a Funarte, o Palácio das Artes, entre tantos outros espaços históricos e comerciais que oferecem uma imensa diversidade de uso e ocupação. Dalí emerge o núcleo da cena cultural belo-horizontina e, entranhada em meio a tudo isso, a EA passa despercebida. Compreensível, dado o sentimento de pertencimento atribuído ao prédio enquanto instituição acadêmica. Nesse sentido, a praça externa possui imenso potencial, já que é capaz de dialogar com o restante da cidade sob uma ótica de espaço comum. Ela possibilita a aproximação do estudante e a cidade.
Sob essa ótica, o projeto ÁGORA prevê a transformação da praça em uma extensão simultânea de sala de aula e rua. Por que não a explorar ao máximo de modo a conciliar os interesses da escola e do cidadão comum, consequentemente transformando-a em um marco dentro da cidade?