Revista Curta – Edição nº18 – agosto/2017

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EDITORIAL Bonsoir, le public du Cinecom! Essa sessão foi preparada para ser interessante em muitos aspectos. A Família Bélier é um filme que trata da questão da deficiência auditiva, e, além disso, um filme francês. Desse modo, nosso trabalho poderia tanto ter o CELIB (Curso de Extenção em Libras) como parceiro – como teve -, quanto o CELIF (Curso de Extenção em Língua Francesa). Então, além da apreciação da boa história por todo o público, os amantes da língua terão no gramado uma oportunidade de exercitar sua compreensão oral do idioma. Como sempre, o conteúdo foi preparado com muito carinho, a fim de proporcioná-los uma noite de lazer cheia de significado. Leiam as matérias e não se esqueçam de guardar as indicações das últimas páginas da revista. Aproveitem a sessão e voltem sempre!

NESTA EDIÇÃO 3 Sinopse 4 Um filme feito na França 5 Quando é necessário partir 6 A importância da representatividade 7 CineCom indica

por Davi Medeiros


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A FAMÍLIA BÉLIER

(LA FAMILLE BÉLIER, 2014) Direção: Eric Lartigau Roteiro: Victoria Bredos, Stanilas Carré de Malberg Elenco: Louane Emera, Karin Viard, François Damiens Nacionalidade: França, Bélgica Sinopse Paula é uma adolescente que enfrenta todas as questões comuns de sua idade: o primeiro amor, os problemas na escola, as brigas com os pais. Mas sua família tem algo diferente: seus pais e seu irmão são surdos e é ela quem administra a fazenda e traduz a língua de sinais nas conversas com os vizinhos. Um dia, porém, ela descobre ter o talento para o canto e que pode integrar uma escola prestigiosa em Paris. Agora, Paula precisa fazer uma escolha que a distanciará da família e a forçará a crescer.


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UM FILME

FEITO NA FRANÇA Sendo um filme francês, A Família Bélier naturalmente carrega traços culturais da França, e inclusive trabalha com referências que só poderiam ser entendidas por lá. Hoje, meu trabalho será contextualizar algumas coisinhas do filme. Há uma cena no longa em que o professor de canto diz “quando tudo vai mal, Michel Sardou ainda é uma esperança”, ao que uma jovem responde “não podemos ensaiar algo mais moderno?”. Na audiência francesa, esse diálogo certamente provocou algumas risadas, mas não faz muito sentido aqui no Brasil. Isso acontece porque o ator que interpreta essa cena é o próprio Michel Sardou, um cantor das antigas lá da França. É tipo o Fábio Junior deles, talvez. A atriz que interpreta a Paula Bélier, Louane Emera, canta muito bem, e isso é aproveitado no enredo do filme – inclusive, preparem-se para chorar quando ela canta Je Vole (eu vôo). Ela foi semifinalista do The Voice Francês, o La Plus Belle Voix. Não ganhou, mas ficou famosa e já lançou um álbum, que se chama Chambre 12, além de ter feito boas participações em alguns filmes. É especialmente tocante que ela

tenha sido a escolhida para a trama de A Família Bélier, uma vez que ficou orfã de pai durante sua passagem pelo The Voice, e de mãe, logo depois. Espero que agora vocês dêem aquela risadinha na parte irônica do Sardou, e, se quiserem, ouçam as músicas da Louane Emera no Spotify! Bem, mas a parte de indicação de música é um pouco mais à frente...

por Davi Medeiros


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QUANDO É

NECESSÁRIO PARTIR Cada pessoa que decide ir morar sozinha possuí os seus motivos. Por mais que tudo esteja bem na casa dos seus pais, a vontade de ter o seu próprio espaço pode aparecer mais cedo ou mais tarde, e, principalmente, é na adolescência que nós sentimos essa vontade mais acelerada. Sair da casa dos nossos pais e se aventurar no mundo do “já sou grandinha para cuidar de mim” parece uma ótima ideia. Mas, muitas vezes, os pais não aceitam a libertação dos filhos do seu domínio e cuidado. Querem que eles não cometam os erros que cometeram, então interferem mais do que deveríam. Por vezes, acabam por não aceitar que os filhos se mudem e tracem seus próprios caminhos. Há, sim, a resistência por parte de grande parte dos pais. O curso na faculdade ou apenas o desejo por maior liberdade, muitas vezes, são justificativas usadas para convencer a família (e que ganha maior força quando o jovem consegue alguma ajuda financeira para se manter e não depende apenas da renda familiar). Porém, tais justificativas, apesar de serem aceitas, deixam o

“ninho” vazio, o que gera um sentimento inicial de perda. Lidar com este sentimento é necessário, apesar de ser difícil. Nós sabemos que não é fácil romper o laço da convivência diária entre pais e filhos. E mesmo que o desejo pela liberdade seja grande, a saudade aperta nos diversos momentos. Aí passamos a compreender o motivo dos nossos pais de nos quererem por perto. Mas, ao mesmo tempo, percebemos que somos os reis de nós mesmos e de nossos futuros e que precisamos de nossas asas para conquistarmos o mundo que tanto desejamos.

por Ana Luísa Medeiros


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A IMPORTÂNCIA

DA REPRESENTATIVIDADE É inegável a importância da mídia para o resto da sociedade e também na apresentação de valores e contribuição na formação de opinião dos indivíduos. Tornando assim os assuntos que pautados pelo cinema e televisão fundamentais, ainda mais quando falamos sobre a maneira como eles são expressados em tela. O que transforma a representatividade em algo importante pelo papel que ela desempenha ao deixar evidente os conflitos e a vida de quem antes não era visto. A luta pela representatividade é antiga, sendo uma reivindicação de muitos grupos marginalizados, mas que vem ganhando espaço. Agora - finalmente - conseguimos ver filmes estrelados por mulheres, negros e pessoas LGBTs, séries que retratam personagens com autismo, surdez e cegueira, além de algumas outras pautas tão importante quanto as já citadas. Antes não era incomum vermos em filmes, séries e novelas negros, gays, lésbicas e demais minorias serem tratados de forma errônea e repleta de estereótipos. Distorcendo e reforçando assim a imagem pejorativa que muitos ainda insistem

em ter sobre tais grupos. Moana, Moonlight e Mulher-Maravilha são ótimos exemplos - e indicações - de ótimos filmes tratam bem aspectos que não eram vistos e tratados de forma correta antigamente e que hoje além de serem incríveis retrata bem uma parcela das pessoas que pertencem as ditas minorias. Assim como é A Família Belier que vocês poderão desfrutar ai no gramado.

por Yan Gabriel


DICAS DE CINÉFILO

7 Lis Lopes é estudante de física na UFV e achou complicado pensar em apenas cinco filmes favoritos. Os gêneros são diversos e entre clássicos e dramas, ela chegou a uma lista com direito a musical e animação. 1. O fabuloso destino de Amélie Poulain (Jean-Pierre Jeunet, 2001) 2. Bonequinha de Luxo (Blake Edwards, 1961) 3. Os excêntricos Tenenbaums (Wes Anderson, 2001) 4. Cantando na chuva (Walter Plunkett, 1952) 5. Túmulo dos vagalumes (Isao Takahata, 1988)

PLAYLIST: A NOVA GERAÇÃO FRANCESA > Zaz – Les Passants > Jonathan Joyce – Ça Ira > Rose – La Liste > Stromae – Alors on Danse > Coeur de Pirate – Adieu

CINECOM INDICA

FILMES SOBRE DEFICIÊNCIA AUDITIVA

O albergue espanhol < (L’auberge espagnole, 2002)

A delicadeza do amor < (La délicatesse, 2012)

Filhos do Silêncio < (Children of a Lesser God, 1986)

Bethoven < (Bethoven’s Great Love, 1937)

A Linguagem do Coração < (Marie Heurtin, 2014)


AJUDE O CINECOM A ESCOLHER O FILME DA PRÓXIMA SESSÃO:

Janela Indiscreta (Rear Window, 1954)

Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950)

Conta Comigo

(Stand by Me, 1986)

a votação vai ocorrer na nossa página do facebook, não perca! revista curta | edição 18 - agosto/2017

NA PRÓXIMA SESSÃO

? 17 de setembro às 19h

Orientador: Rennan Mafra Edição geral: Davi Medeiros Reportagem e redação: Davi Medeiros, Ana Luísa Medeiros, Yan Gabriel Revisão: Tayná Gonçalves Diagramação: Beatriz Valente Projeto gráfico: Andre Aguiar, Déborah Médice, Tayná Gonçalves Crédito imagens: Marina Gouveia (pág. 2) Reprodução (Capa, pág. 2-8)

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