Revista Curta – Edição nº35 – abril/2019

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Essa é a nossa segunda sessão! A próxima sessão será em 12 de maio.

Revista curta | edição 35 - Abril/2019 Orientador: Albert Ferreira Edição Geral: Beatriz Valente Projeto Gráfico: Brenda Scota,

Beatriz Valente Reportagem e Redação: Mariana

Ribeiro, Júlia Ennes e Bruno Gabriel Revisão: Enya Chaves Diagramação: Ana Vitória Crédito imagens: Reprodução (Capa e pag. 2-8)


REVISTA

CURTA


EDITORIAL No mês de abril decidimos trazer para vocês uma produção nacional e o filme escolhido foi a animação Uma História de Amor e Fúria. O longa narra a história de um guerreiro imortal em quatro datas da história brasileira, com discussões sobre política, preconceito, opressão e resistência. Ele foi indicado a quatro prêmios e venceu todos eles. É uma animação adulta e cheia de significação. Nessa revista curta ,trouxemos para vocês nossa breve crítica sobre o filme, uma reflexão sobre

os chamados heróis nacionais e um lembrete sobre como os momentos históricos do nosso país não devem ser esquecidos e nem ofuscados. Aproveite a pipoca e até a próxima sessão!

NESTA EDIÇÃO 3

Ficha Técnica e Sinopse

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A história que a História não conta

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Os momentos históricos de Amor e Fúria

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Amor através do tempo

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Dicas de cinéfilo, playlist e dicas cinecom

Beatriz Valente


dicas de Nosso cinéfilo do dia é o Felipe Silva, ele tem 20 anos, é de Ipatinga-MG e está no quinto período de Geografia na UFV. Seus gêneros de filmes preferidos são ficção científica, comédia, e claro, filmes de super-heróis. Hoje ele selecionou 5 filmes que gosta muito, vem conferir: Top 5 favoritos 1. Watchmen (Zack Snyder, 2009) 4. Logan (James Mangold, 2017) 2. Pequenos Guerreiros (Joe Dante, 1998) 3. A Nova Onda do Imperador(Mark Dindal,, 2000) 5. Rogue One: A Star Wars Story (Gareth Edwards, 2016)

playlist

História

Apesar de você - Chico Buarque A Rosa de Hiroshima - Secos e Molhados Que País É Este? - Legião Urbana Eu nasci há dez mil anos atrás - Raul Seixas Eu Não Matei Joana D’Arc - Zeca Baleiro

dica cinecom

Animações Brasileiras • O Menino e O Mundo (2014) • A Princesa e o Robô (1983) • Meow (1982) • Cassiopéia (1996) • Belowars (2007)

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Amor através do Tempo Uma história de amor e fúria foi lançado em 2013, um pioneiro da animação para adultos no país. O casal principal é dublado por Selton Mello e Camila Pitanga, apaixonados, lutam de época em época para viverem esse amor. O roteirista também é o diretor, e é conhecido pelos roteiros de Bicho de sete cabeças e As melhores coisas do mundo, Luiz Bolognesi se arrisca em um novo terreno ao construir um roteiro que se passa em 4 épocas distintas. Do Brasil colônia há um futuro distópico, todas as épocas marcadas pela jornada incessante do casal na busca pelo amor. Inspirado pela frase “Quem não conhece seu passado não terá como viver o futuro”, Bolognesi enfatiza a ideia de que não devemos cometer os erros da geração anterior. O filme pode passar bem longe do padrão Hollywoodiano de produções cinematográficas, às vezes beira a ingenuidade, mas cativa o coração do espectador de forma pouco comum no

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cinema nacional. Com uma estética artística maravilhosa, Uma História de Amor e Fúria traz toda a fúria que uma paixão pode ter, em forma de animação.

Mariana Ribeiro


uMA hISTÓRIA DE AMOR E FÚRIA Uma História de Amor e Fúria, 2013 Direção: Luiz Bolognesi Roteiro: Luiz Bolognesi Elenco: Selton Mello; Camila Pitanga; Rodrigo Santoro Nacionalidade: Brasil

Sinopse

Um índio guerreiro imortal vê 600 anos do passado e do futuro do Brasil enquanto procura a alma perdida de sua amada.

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A história que a História não conta

“Meus heróis nunca viraram estátua, morreram lutando contra quem virou”. A frase dita por Abeguar em certo momento de Uma História de Amor e Fúria resume bem o ponto que a trama quer tocar e levanta a problemática que diz respeito às muitas personagens nacionais e suas lutas apagadas da história do Brasil. Neste ano, a escola de samba Mangueira levou o título após desfilar na Sapucaí com o enredo História Para Ninar Gente Grande, cantando que “tem sangue retinto pisado atrás do herói emoldurado”. Assim como no desfile, o filme exibido nesta sessão coloca em xeque o papel dos ditos “heróis” nacionais, apresentando-os como responsáveis pela morte de milhares de indígenas, negros e militantes de oposição.

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Quer exemplos? O próprio Duque de Caxias, presente no filme, é raramente relacionado com a tamanha violência que usou na repressão da Balaiada; ruas de diversas cidades brasileiras carregam nomes símbolos da repressão do período ditatorial, como Emílio Médice. Uma História de Amor e Fúria, através das vivências de Abeguar, mostra como o Brasil, desde quando passou a receber este nome, é cenário de muita opressão e resistência. É preciso reconhecer esse passado triste e repensar a forma com a história dele foi escrita, para pararmos de reverenciar personagens que de heróis não têm nada.

Júlia Ennes


Os momentos históricos de amor e fúria Uma História de Amor e Fúria nos apresenta uma história de amor que ocorre durante momentos históricos que são fundamentais para o filme e para a compreensão da própria história brasileira. Aqui, abordaremos dois desses momentos. Começamos na época de 1500, com a chegada dos colonizadores às terras brasileiras. O nosso herói neste momento é conhecido como Abeguar, um índio tupinambá. Nesta época o filme retrata os sofrimentos que os indígenas foram submetidos com a chegada dos colonizadores em nosso país, incluindo toda a violência que eles sofreram. Seguimos para a época de 1800, onde retrata-se acontecimentos durante a escravidão, focando na revolta da Balaiada. Aqui, ele é conhecido como Manuel do Balaio, líder da revolta. Lutando contra aqueles que possuíam poder em um país escravocrata, nós vemos uma luta de índios, negros, vaqueiros, entre outras camadas civis, pelos seus direitos. O filme, além de nos apresentar uma história de amor, consegue nos trazer grandes

reflexões sobre o passado de um país que foi construído por meio de batalhas, sofrimento e sangue. E é de extrema importância que consigamos compreender essa nossa história, para que nós não cheguemos ao ponto de repetir episódios de tristeza que marcaram nosso Brasil.

Bruno Gabriel 5


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