O QUE É UMA IMAGEM?
O QUE É UMA IMAGEM? W. J. T. Mitchell
Nota preliminar sobre a tradução W. J. T. Mitchell é professor titular do Departamento de Filologia e Literatura Inglesa e do Departamento de Arte da Universidade de Chicago, assim como editor da revista Critical Inquiry. Entre suas obras destacam-se os livros Iconology: Image, Text, Ideology (1986), Picture Theory: Essays on Verbal and Visual Representation (1995), a coleção de ensaios What Do Pictures Want? (2005), contemplada em 2006 com o prêmio James Russell Lowell da Modern Language Association, entre outras publicações. Todas elas frutos da pesquisa de um dos mais importantes teóricos contemporâneos da representação visual que oferece uma detalhada explicação do jogo entre o visível e o legível a partir da literatura, das artes visuais e dos meios de comunicação. Publicado originalmente em 1986 e logo influente no âmbito dos Estudos Visuais, Iconology: Image, Text, Ideology é uma dessas obras incontornáveis na luminosa produção de um dos relevantes teóricos desse campo de estudos, que propõe uma iconologia crítica e que ganha aqui contornos de um texto seminal de caráter transdisciplinar sobre a ideia de imagem, uma vez que cada um de seus aportes reluz com o brilho singular de uma das mais poderosas inspirações teóricas das últimas décadas. Mitchell se compromete a explorar a natureza das imagens, comparando-as com palavras, ou, mais precisamente, olhando-as do ponto de vista da linguagem verbal. Iconology é um livro sobre o que as pessoas dizem sobre imagens. Não se preocupa com imagens específicas e as coisas que as pessoas dizem sobre elas, mas fundamentalmente com a maneira como falamos sobre a ideia do imagético, e todas as suas noções relacionadas de retratar, imaginar, perceber, comparar e imitar. É um livro sobre imagens, portanto, que não tem ilustrações, exceto alguns diagramas esquemáticos, um livro sobre a visão escrita como se fosse um autor cego para um leitor cego. Se o livro contém algum insight em imagens reais e materiais, essa imagem é do tipo que pode chegar a um ouvinte cego, vislumbrando o ouvinte, por acaso, a conversa que os oradores com visão têm sobre imagens. A hipótese de Mitchell, expendida no capítulo de abertura 17