Revista B2L Corporate 1

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CAPA

Possuímos um potencial técnico de 143 GW, entretanto, estudos do Ministério das Minas e Energia já apontam que, com a chegada de equipamentos mais potentes e alta tecnologia, este potencial pode chegar a 300 GW, ultrapassando assim o que o potencial hidrelétrico pode atingir. Para se ter uma ideia da grandeza desses números, todo o parque gerador brasileiro atual produz 96 GW. Ainda sob efeitos comparativos, a usina hidrelétrica de Itaipu tem capacidade de 14 GW, ou seja, o potencial eólico brasileiro seria equivalente a 10 Itaipus hoje, e com o avanço tecnológico poderá se equivaler a nada menos que 30 usinas de Itaipu. Somente o Estado do Rio Grande do Norte isolado possui um potencial de 22 GW, a mesma capacidade de uma usina e meia de Itaipu.

Para projetos de energia eólica com entrada em operação prevista até 2013, os investimentos somam R$ 25 bilhões.

Esses números extraordinários causam entusiasmo em um setor com perspectivas fantásticas de crescimento. Considerando que o Brasil precisa, a cada ano, algo em torno de 5 GW de energia a mais para atender a demanda, investir em eólica é o mesmo que estar se construindo “reservatórios virtuais” de energia, o que faz crescer o apetite dos investidores especializados e, ainda, dos aventureiros ou curiosos. Para projetos de energia eólica com entrada em operação até 2013, os investimentos somam R$ 25 bilhões. No BNDES, por exemplo, foram assinados ou estão em processo de assinatura, incluindo duas operações recém-aprovadas, 51 contratos de financiamento diretos e indiretos, no valor total de R$ 4,1 bilhões, para a implantação de 1.369 MW.

BENEFÍCIOS: • Uma usina eólica com geração de 100 MW pode fornecer energia para mais de 400.000 pessoas; • As usinas eólicas demoram, em média, apenas um ano e meio para ficarem prontas, contra três anos das termelétricas e cinco das hidrelétricas; • Em território brasileiro a regularidade dos ventos está entre as melhores do mundo; • As principais jazidas eólicas localizam-se nos arredores dos grandes centros urbanos, o que facilita as conexões com as redes de transmissão existentes.

Apenas no Rio Grande do Norte contabiliza-se, mediante os leilões já efetuados em energia vendida, investimentos da ordem de R$ 8 bilhões. O Estado está investindo pesado no setor e pretende fazer uma cadeia de energia eólica, construindo um Centro de Energia Eólica em nível de Brasil, de América do Sul e mundial. Para isso, já conta com interessados da Dinamarca, Espanha, Gibraltar e da França, dispostos em fazer um aporte de 1% do capital do faturamento para o centro que será nos moldes do CTGás, da Petrobras, oferecendo serviços ao Brasil e à região. Essas perspectivas também estimulam as empresas. Por exemplo, a Wobben Windpower (empresa alemã), pioneira e maior fabricante de aerogeradores no Brasil, dobrou sua capacidade instalada. Em abril desse ano, inaugurou uma terceira unidade no Rio Grande do Norte, somando-se a outras duas, uma em Sorocaba (SP) e outra em Pecém (CE). Hoje estão com 22 usinas para entregar no Brasil até 2012, e mais duas no exterior.

*Especialista em energia e sócio da B2L. Responde pelas Relações Governamentais do CERNE (Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia).

B2LCorporate DEZEMBRO 2011

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