Revista B2L Corporate 14

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CEO: Rodrigo Bertozzi

Presidente do Conselho: Rubens Serra

Sócios: Adriano Mezzomo, Ana Christina de Vasconcellos, André de Vasconcellos Chaves, André Elali, Carlos Colenci, Cesar Francisco de Oliveira, Danny Fabrício Cabral Gomes, Dayan Daniela da Rosa Luzzoli, Edson Antônio Sousa Pinto, Emilia Azevedo da Silva, Eugênio Vasques, Ezequiel de Melo Campos Netto, Felipe Lollato, Francisco Rangel Effting, Gleyse Gulin de Albanese, Gustavo Augusto Hanum Sardinha, Helder Nascimento, Ilson Cherubim, José Henrique Reis de Azeredo, Lara Selem, Luciana Farias, Marcelo Sartori, Marcus Grassano, Marina Emilia Baruffi Valente Baggio, Maurício Perucci, Mauro Moreira de Oliveira Freitas, Patrícia Brum, Priscila Spadinger, Raul Astutti Delgado, Ricardo Barros Brum, Ricardo Becker, Telmo Barros Calheiros Júnior, Tito Eduardo Valente do Couto, Ulisses César Martins de Sousa, Vitor Cardoso, Wilson Furtado Roberto, Wilton dos Santos Mello Júnior.

EXPEDIENTE Direção Editorial: Ana Lúcia Zotto Direção de Arte: Caio Savaris e Marcel Bozza

De controlador a acionista investidor na JBS, o empresário goiano José Batista Júnior revela aos leitores nesta edição seus planos futuros e fala da vontade de trilhar uma carreira solo no cenário empresarial e político, em que se declara preparado para assumir o governo de Goiás. Fatores que o levaram a trilhar um caminho próprio com a criação da holding JBJ, análise do cenário para investidores internacionais, dicas de investimentos e alternativas para as PMEs também são abordados em nossa matéria de capa. Com quase 20% do PIB industrial, o setor automotivo tem um significativo impacto na cadeia produtiva no Brasil. Para abordar o assunto - tema de nosso Especial -, conversamos com entidades do setor. Ouvimos representantes da Honda e da BMW, sobre a chegada das novas fábricas que aportam por aqui gerando oportunidades de emprego e crescimento para as cidades de Itirapina (SP) e Araquari (SC). Até 2017, a produção brasileira deve atingir 5,7 milhões de unidades.

Traremos também uma entrevista com o primeiro doutor em Saúde Pública e Administração Hospitalar no Brasil, Juarez de Queiroz Campos, um senhor de 82 anos que nos últimos 66 vem lutando pela humanização nas relações que envolvem o universo da saúde. A entrevista faz parte da série sobre gestão hospitalar pública e privada no Brasil.

Design: Caio Savaris Direção Comercial: Sergio Escaleira Redação: Ana Carolina Paiva e Ana Lúcia Zotto

Apresentaremos ainda um projeto inovador. Você já pensou em experimentar as melhores cervejas do mundo sem precisar sair de casa? Pois é justamente essa a ideia da Have a Nice Beer, um clube de cervejas especiais que surpreende pela diversidade oferecida.

Para notícias, informações e sugestões de pautas: carolpaiva@b2law.com.br | anazotto@b2law.com.br Fones: (41) 9940-3966 | 8867-8286 Revisão: Professor Adão Lenartovicz Publicidade: Sergio Escaleira Para anúncios e informações: escaleira@b2law.com.br Fone: (41) 9656-0186

na

Tempo de mudanças

Manoel Amorim, presidente da Abril Educação, apresenta números que refletem o envolvimento da empresa com a educação brasileira. Seguindo um ritmo forte de aquisições, nos últimos dois anos a companhia construiu um amplo portfólio de produtos e serviços a serem oferecidos a escolas públicas e privadas (mais de 130 mil escolas e 30 milhões de alunos).

Direção Executiva: Rodrigo Bertozzi

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AO LEITOR

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Boa leitura. Ana Lúcia Zotto Diretora Editorial

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b2law.com.br/revistacorporate


SUMÁRIO Abril Educação Empresa quer diversificar fontes de faturamento

Especial Automotivo Honda e BMW falam da nova fábrica

capa Planos de Batista Júnior: política e negócios

Gestão Hospitalar Primeiro doutor em Saúde Pública no Brasil abre nova série


COM A PALAVRA

Competitividade

invertida

Entre as milhares de definições que todos os dias surgem dos gurus da gestão moderna, você conhece a competitividade invertida?

sileira não nos salvará mais. Algo novo precisa ser adicionado à receita de sucesso, que, como se sabe, é um conceito momentâneo.

Muitas coisas acontecem em dez anos. A revolução pós-industrial a que estamos sendo submetidos, não tem precedentes.

Os clientes estão sufocados

Concorrência agressiva, clientes infiéis às marcas, moeda gradativamente estável e uma geração de vendedores surgindo que mescla expertise e vontade (uau! mas estamos falando de 1998). Foram geradas mais informações nos últimos 30 anos do que nos 3.000 anos anteriores. Isto produz o que chamamos de competitividade invertida. É tanta informação que é fácil sair do foco. Veja o exemplo da Dafiti (especializada em moda virtual) que recebeu um aporte de R$ 160 milhões do grupo canadense Ontario Teachers’ PensionPlan (OTTP) e que, segundo o sócio-fundador da Dafiti, os recursos serão alocados para ampliar, reforçar e melhorar o serviço ao cliente bem como um pesado investimento em uma gama de novos produtos.

Os clientes são sufocados com tantas informações e por todos os lados que não têm mais como se defender. Não há mais espaço nem nas gôndolas do varejo e atacado e nem na mente dos clientes. E se continuamos a fazer as velhas práticas, seja de vendas ou de qualquer outra forma dentro da empresa, é uma inversão dos novos tempos. Entramos definitivamente na zona de conforto, ou melhor, na zona fantasma, onde gerir riscos é o cotidiano. Isto é competitividade invertida. Temos que ensinar isto a nossa equipe de vendas. A conquistar o espaço para a venda (produtos ou serviços). Em nossa nova e hiperveloz mudança de hábitos (incluindo os antropológicos), o consumidor muda de opinião na tecnologia. É muito claro: a toda hora chega um produto novo, uma ideia nova. O impacto é rápido, e a resposta, óbvia.

Investimento em inovação financeira

A maioria dos empreendedores passa por uma notícia dessas como se fosse uma simples nota de cotidiano, como se não tivesse nada a ver com eles. É exatamente o contrário. O que preciso fazer para colocar minha empresa desta maneira?

Ter um plano inovador para se obter recursos livres de onerações para investir fortemente em equipamentos, produtos e ampliar as equipes e o marketing é o desejo de qualquer empreendedor.

Estar na competitividade invertida é justamente não cogitar ou preparar ideias assim. A velha cultura empreendedora bra-

Os bancos seguem metas. Seu gerente segue metas. Simples e perigoso assim. Sempre tenho batido na tecla de se

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COM A PALAVRA

Muitas coisas acontecem em dez anos. A revolução pós-industrial a que estamos sendo submetidos, não tem precedentes.

criar novas maneiras de captar recursos e com eles investir no negócio da empresa. Prepare sua empresa para isto. Seja proativo neste sentido. Pense como o melhor investimento que está realizando para sua empresa, e não como um custo. Este pensamento retrógrado impede um crescimento acelerado. As grandes empresas do Brasil fazem isto. Por que a sua não pode? A resposta é dura: medo do desconhecido. Medo de fazer uma operação. Repito – existem custos envolvidos. Há empresas de consultoria boas e pequenas que podem ajudá-lo a construir uma avaliação da empresa. Saber quanto ela vale – muito além de imóveis, maquinários etc. Quanto vale a marca da empresa. Porém, ao invés disto, pagam-se juros caros (metas dos gerentes). Invista na empresa para vender parte do negócio, prepare-se para a entrada de um novo sócio de investimento – que compre 30% do negócio. São recursos livres que serão integralmente investidos na empresa: • renovação de equipamentos • vendas • produtos • logística • aumento territorial de vendas • marketing para venda de curto, médio e longo prazo

DINHEIRO FARTO Investimentos estrangeiros em empresas brasileiras (US$ bilhões)

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O valor dos investimentos estrangeiros tem crescido e em inúmeras visitas que faço a fundos de investimento, sempre escuto o mesmo: dinheiro tem, mas não temos projetos. Some isto com a alta competição; ser pequeno demais não é mais vantajoso. Precisamos de escala, porém sem o endividamento que assumimos para crescer. Chega de ter que fazer as coisas sem recursos. Muitas vezes somos obrigados a utilizar criatividade demais. O que não podemos fazer é baixar os custos em demasia, para que não venhamos a perder a capacidade de crescer.

RODRIGO BERTOZZI CEO da B2L, Organização Especializada em Compra, Venda e Investimento em Empresas, Articulista, Professor, Palestrante, Autor de 16 obras, entre elas “Revolution Marketing Place”, “Marketing Jurídico Essencial”, Um Futuro Perfeito e “A Reinvenção da Advocacia”. Sócio-Fundador da Selem, Bertozzi & Consultores Associados. Empreendedor desde os 17 anos com a fundação da Empresa Jr da UFPR.

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cRIATIVIDADE

Um brinde aos apreciadores da boa cerveja Cerveja: uma paixão que talvez seja compartilhada por boa parte da população mundial, e que falou mais forte para os amigos Pedro Meneghetti, Rafael Borges e Rodrigo Sztelzer. Assim, estabeleceram um objetivo direto que, a princípio, parece um tanto ousado: ser o maior e-commerce de cervejas especiais do mundo. Por isso criaram a Have a Nice Beer, um clube de cervejas especiais. “Queríamos experimentar as melhores cervejas do mundo, mas não tínhamos como, pois teríamos que viajar atrás delas e não tínhamos dinheiro nem tempo para isso”, conta o CEO Meneghetti. Decidiram então criar um Clube de Cervejas com um único propósito: trazer o que há de melhor no mundo para a casa de seus associados. O funcionamento é simples. Basta o interessado acessar o site, cadastrar-se no clube e, a partir desse momento, passará a receber mensalmente uma seleção com as melhores cervejas do mundo, acompanhada de uma revista que aborda, além de cervejas, temas como:

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viagens, literatura e tudo que envolve o lifestyle cervejeiro.

O Clube de Cervejas tem um único propósito: trazer o que há de melhor no mundo para a casa de seus associados

Fundada em 2011, a empresa passou por um rápido crescimento, e a recepção do público não poderia ser melhor. Com pouco investimento, conseguiram chegar a mais de mil clientes em quatro meses. Como o mercado começou a demonstrar interesse pelas cervejas especiais, eles estavam no lugar certo, na hora certa; o crescimento foi muito rápido, saltando para cinco mil associados. “A mensalidade é de aproximadamente R$ 70,00, podendo variar um pouco conforme a seleção. Entregamos sempre quatro garrafas, duas de cada rótulo. Atendemos associados no Brasil inteiro”. Para chegar ao público-alvo, Meneghetti explica que a comunicação está fundamentada nas redes sociais. “Somos muito ativos no Facebook, Twitter, Instagram, e temos um dos blogs mais relevantes do mercado. Apostamos muito nestas plataformas”, reforça.


cRIATIVIDADE

Futuro

Seremos o maior

Recentemente, a empresa voltou sua atenção também para o mercado business to business (B2B), colhendo bons resultados, especialmente com a venda de gifts corporativos para as empresas que querem presentear seus clientes, fornecedores ou colaboradores com um produto diferente, que alia qualidade e personalidade.

e-commerce de cervejas

Também na linha B2B, oferecem degustações de cervejas para eventos, sempre orientadas por um especialista. “Ainda neste ano ampliaremos o nosso B2B para uma webstore, onde todos poderão comprar cervejas especiais, mas quem for sócio do Clube terá condições diferenciadas. Seremos o maior e-commerce de cervejas especiais do mundo. Estamos preparados para isso e chegaremos lá em alguns anos”.

Pedro Meneghetti, um dos idealizadores do maior Clube de Cervejas da América Latina

especiais do mundo. Estamos preparados para isso e chegaremos lá em alguns anos O negócio A empreitada é promissora. Meneghetti explica que um e-commerce possibilita que a empresa cresça com uma estrutura menor do que outras convencionais, mas o aumento da demanda pede investimento na estrutura, como logística e atendimento, por exemplo. Recentemente os sócios firmaram uma fusão com a Wine – e-commerce especializado em vinhos, e já começaram a colher bons resultados: melhores contratos com transportadoras, 8.000 m² de armazém climatizado e ampla equipe de TI especializada em e-commerce são apenas alguns exemplos.

Ficou interessado em apreciar cervejas dos quatro cantos do mundo? Acesse: www.haveanicebeer.com.br

“Chegamos bem até aqui, mas para chegarmos aonde queremos estar em cinco anos, a parceria fechada com a Wine é fundamental”.

Mensalidade: R$ 70,00 (varia de acordo com a seleção)

De acordo com o CEO, a empresa fechou 2012 com um faturamento de R$ 2,5 milhões e apenas sete funcionários. Mas eles querem mais: “somos, atualmente, o maior Clube de Cervejas da América Latina, com mais de 9 mil associados. Em 2013 recebemos o aporte da Wine.com. br, maior e-commerce de vinhos da América Latina e vamos dobrar o faturamento em relação ao ano passado”, finaliza.

Retorno: Quatro garrafas (duas de cada título), mais uma revista

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Educação

Abril Educação: ritmo forte de aquisições beneficia brasileiros 1

em 2010, 100% do faturamento era resultante da venda de livros didáticos 2013 será encerrado com menos da metade do faturamento nesse segmento

o restante deve resultar de outras frentes: •

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mais de 130 mil escolas atendidas hoje

30 milhões de alunos 7

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sistemas de Ensino

• ensino • outros

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de Inglês

• escolas

e cursos da Abril Educação

a Abril Educação encerrou o último trimestre de 2012 com lucro líquido de R$ 67 milhões

negócios complementares 9

lucro líquido da empresa no primeiro semestre de 2013: R$ 27,4 milhões 6

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lucro líquido no mesmo período seria de R$ 61,6 milhões - considerando o lucro líquido após a amortização dos ativos intangíveis adquiridos com as aquisições

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aumento de 16% quando comparado ao mesmo período de 2011

levando-se em consideração o acumulado do ano, o lucro mais que dobrou, atingindo R$ 100,1 milhões


Educação

A Abril Educação fez muitas aquisições ao longo dos dois últimos anos e construiu um portfólio robusto de produtos e serviços a serem oferecidos a escolas de nível fundamental e médio, públicas e privadas que buscam melhorar a qualidade de seu ensino. A empresa adquiriu ou lançou outras propriedades no intuito de preparar as pessoas para o mercado de trabalho, mesmo que não tenham concluído ou ingressado na universidade. Hoje são oferecidos livros didáticos, sistemas de ensino, preparação para concursos públicos, inglês, programas de formação de habilidades para crianças, programas de treinamento para professores, tecnologias educacionais, o que faz com que seja considerada a empresa com o leque de soluções mais completo do mercado. De acordo com o presidente da empresa, Manoel Amorim, a companhia é dona de quatro redes de escolas e cursos de excelência nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Recife. Embora seja possível mais uma aquisição nos próximos meses, o foco agora é o crescimento orgânico. “A Abril Educação atende mais de 130 mil escolas que têm em suas salas de aula mais de 30 milhões de alunos. No entanto, os estudantes estão utilizando - em média - apenas um de nossos produtos ou serviços.” O principal objetivo e projeto é atender essas mesmas escolas com mais soluções e aumentar a penetração dos produtos e serviços para atender cada vez melhor as escolas, professores e alunos, gerando mais receitas para a empresa.

se comparado ao concorrente mais próximo no Estado de São Paulo. “Isso é resultado não apenas do nosso material didático de qualidade, mas também do treinamento de professores oferecido como parte deste serviço”, comemora. A empresa está investindo em plataformas multimídia de distribuição de conteúdos, de avaliação continuada de desempenho de alunos e na área de ensino adaptativo. Uma das principais metas da Abril Educação é diversificar as fontes de faturamento da companhia, para não depender tanto da venda de livros didáticos das editoras do grupo, Ática e Scipione. Há três anos, 100% do faturamento era resultante da venda de livros didáticos. A intenção é encerrar 2013 com menos da metade do faturamento nesse segmento. O restante deverá ser resultado dos Sistemas de Ensino, do ensino de inglês através do sistema de franquias Red Balloon, Wise Up e You Move, das escolas e cursos e de outros negócios complementares. A Abril Educação registrou o dobro do lucro líquido, no terceiro trimestre do ano passado, se considerado o acu-

A empresa anunciou a venda de 30 milhões de livros para a edição 2014 do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático). A compra será financiada com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. A encomenda feita às editoras Ática e Scipione prevê a entrega de 12,4 milhões de livros para turmas de Ensino Fundamental II e outros 17,6 milhões para alunos de Ensino Fundamental I e Ensino Médio.

Compromisso A família Civita, fundadora do Grupo Abril, demonstra o comprometimento com a educação desde 1960, quando criou o primeiro material didático usado no Movimento Brasileiro de Alfabetização, projeto do governo voltado à alfabetização de jovens e adultos. Desde então, a família tem se dedicado à melhoria da qualidade da educação brasileira multiplicando suas linhas de atuação e incentivos no segmento. Em 2011, o fundo de private equity BR Educacional incorporou-se à Abril Educação e adquiriu 24,7% de seu capital, concentrando neste investimento a sua atuação em educação básica e pré-universitária.

Impactos positivos As escolas atendidas pelos produtos e serviços da Abril Educação têm desempenho superior, conforme aponta o presidente. Como exemplo, em 2011, a empresa registrou mais do que o dobro de escolas que utilizam os sistemas de ensino entre as 100 melhores do Enem

mulado do ano. Apesar de a empresa registrar um lucro líquido após a amortização dos ativos intangíveis adquiridos com as aquisições - tipo de despesa que não representa um desembolso de caixa - a evolução do lucro líquido vem do crescimento da empresa, tanto orgânico quanto inorgânico e da evolução de negócios de margens maiores.

Manoel Amorim, presidente da Abril Educação

A Fundação Victor Civita, criada em 1985 e desde então dedicada à melhoria da educação básica no país, deu início aos projetos de responsabilidade social do Grupo Abril. Com a revista Nova Escola, a Fundação atinge mensalmente milhões de professores, diretores e coordenadores em praticamente todas as escolas do país.

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Nós Construímos o Futuro

Conheça mais a fundo os responsáveis pelo grande sucesso do Grupo B2L. A seção segue o nome do lema, que tem mostrado, desde abril de 2011, a força e a ousadia destes profissionais.

Marcus Grassano Área de atuação: Direito societário e contratual com ênfase nos aspectos tributários e econômicos.

+

Expertise em qual área da B2L? Assessoria em fusões, aquisições e processos de sucessão empresarial.

Priscila Spadinger

Região de atuação: Londrina (PR) e Campinas (SP) Contato: E-mail: grassano@b2l.com.br

Região de atuação: São Paulo

Área de atuação: Assessoria para investidores em busca de boas oportunidades de negócios no Brasil. Intermedeia empresas interessadas em se apresentarem estrategicamente junto a investidores, estruturando operações financeiras e tributárias, agregando valor ao negócio intermediado. Expertise em qual área da B2L? Inteligência nos procedimentos de fusões e aquisições, com pesquisas, análises de mercado, planejamentos estratégicos, formulação de cenários, intermediação de empresas e assessoria negocial. É articulista esporádica em revistas especializadas na área de fusões e aquisições.

Francisco Rangel Effting

Contato: E-mail: priscila@b2law.com.br

Região de atuação: Estado de Santa Catarina

Área de atuação: Especialista em Private Equity e M&A, direito societário, planejamento sucessório e patrimonial e recuperação judicial. Expertise em qual área da B2L? Recuperação judicial, Private Equity e M&A

É articulista esporádico.

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Contato: E-mail: rangel@b2law.com.br


Mercado

automotivo

especial

Produção brasileira deve atingir 5,7 milhões de unidades até 2017 Em pouco mais de seis meses, o brasileiro pôde notar uma grande oscilação do dólar e, recentemente, uma estabilização em um patamar que muitos consideram alto. As consequências dessa desvalorização do real podem ser sentidas em muitos setores, e o automotivo não fica de fora. Somados a isso estão a estagnação econômica e o baixo crescimento do PIB. Nos últimos anos, o governo incentivou a compra de automóveis. Porém, o aumento da inadimplência fez com que os bancos apertassem as condições para a concessão de crédito, resultando numa redução das vendas nos últimos meses. As vendas de carros importados — das marcas sem fábrica no Brasil — sofreram os impactos na hora dos emplacamentos. De acordo com Flavio Padovan, presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores – Abeiva, no acumulado do ano (janeiro a julho), as 29 associadas da entidade - que reúne desde marcas como JAC Motors até montadoras como BMW, Ferrari e Audi, emplacaram 60.121 veículos (queda de 12,3% na comparação com o mesmo período de 2012). “Os emplacamentos realizados nos primeiros sete meses do ano representam 15,3% do total de novos veículos e comerciais leves importados que passaram a circular no país em 2013”. Padovan explica ainda, que os demais veículos importados emplacados no Brasil, que correspondem a 84,7%, foram importados pelas montadoras instaladas no país e por outros importadores. O resultado dos emplacamentos de julho de 2013 ficou abaixo das previsões anunciadas pela entidade, grande parte em decorrência da mudança repentina do câmbio. “Os fatores negativos sobrepõem-se ao incentivo às exportações que viria no médio e longo prazos. A desvalorização do real provoca uma grande insegurança nos consumidores, em função da incerteza do novo patamar do câmbio. Além disso, causa pressão inflacionária, devido ao aumento imediato nos custos de produção.” Por outro lado, a desvalorização do real frente ao dólar, em princípio, possui efeito positivo no incentivo às exportações. Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea, explica que a entidade projeta um crescimento das exportações


especial em 20% até o fim do ano, resultado que reflete o aquecimento dos mercados importadores. Segundo ele, o desempenho das exportações é fruto do aquecimento dos mercados importadores e não reflete melhoria da competitividade. “Nossa previsão para 2017 é alcançar a meta de um milhão Para o presidente da de veículos exportados, o que Anfavea, Luiz Moan, o Brasil representará 20% da produé hoje um dos principais ção daquele ano. Para isso, mercados mundiais estamos estruturando o programa Exportar-Auto e, quando alcançarmos este resultado, o grau de competitividade da indústria será mais elevado”, ressalta Moan. Quanto ao crescimento do mercado automotivo, o presidente estima uma produção de 5,7 milhões de unidades até 2017, com exportações de um milhão de unidades.

Brasil Segundo o presidente da Anfavea, o Brasil é hoje um dos principais mercados mundiais. “O país tem atraído investimentos para o desenvolvimento de novos produtos e para a implantação de novas unidades produtivas, bem como para modernização e ampliação das fábricas já existentes”. Com quase 20% do PIB industrial, o setor automotivo tem um significativo impacto em toda a cadeia produtiva, seja da indústria de autopeças, química ou metalúrgica. “Isso demonstra o potencial de crescimento do setor e a capacidade do país em atrair investimentos”, completa Moan. Mesmo com os incentivos, as maiores dificuldades para o setor são as altas cargas tributárias nos produtos locais

com relação a outros países, o que prejudica a competitividade da indústria. “A incidência dos impostos sobre automóveis de 1.0 a 2.0 flex no Brasil é de 26,8%, enquanto nos Estados Unidos é de 5,7% e na Itália de 17,3%”, pontua o presidente.

Veículos importados De acordo com Padovan, o impacto do aumento do IPI em novembro de 2011, com reflexos no mercado a partir de abril de 2012 e mais recentemente a alta do dólar, refletem diretamente no desempenho das associadas. Por isso, o desafio agora é conservar a confiança dos grupos internacionais de que vale a pena manter os investimentos no Brasil. “Nos últimos meses, já foram anunciadas instalações de fábricas pelas associadas da Abeiva, e outros estudos de viabilidade seguem seus cronogramas. Para a instalação de uma fábrica no país, as empresas precisam conhecer o real potencial do mercado e se assegurar que conseguem cumprir as regras do Inovar-auto - programa elaborado pelo governo federal, que oferece incentivos tributários para quem investir na nacionalização e no desenvolvimento de carros mais eficientes -, com retorno do capital investido”. Para o presidente da Abeiva, a importação é uma etapa necessária, pois decisões de investimento passam por distintos critérios de avaliação. “Temos sido bem recebidos pelas autoridades brasileiras e por isso trabalharemos para que nossas associadas mantenham a confiança no Brasil, apesar da queda nas vendas de nossos veículos”, finaliza.

Flavio Padovan, presidente da Abeiva


especial

Baixo nível de desemprego

Boa oferta de crédito

Fatores que contribuíram com o crescimento do mercado interno:

Elevação da renda das famílias

Manutenção do IPI reduzido

Números • Em julho a indústria automobilística comercializou cerca de 271,4 mil unidades, aumento de 5,4% quando comparado com junho, que fechou o mês com 257,5 mil unidades vendidas. • No acumulado do ano, houve um crescimento de 5,5% nas vendas de nacionais e uma queda de 6,4% na participação dos importados, gerando a necessidade de aumento da produção nacional.

Informações: Anfavea

Honda

Fábrica marca nova era

A chegada da nova fábrica da Honda na cidade de Itirapina (a 212 km da capital paulista) deverá transformar a cidade de 15 mil habitantes e toda a região. A unidade receberá mais de R$ 1 bilhão em recursos. Inicialmente, a Honda montará um novo modelo compacto e dobrará sua capacidade produtiva no país, dos atuais 120 mil para 240 mil carros por ano. A participação de mercado da marca deverá subir de 3,8% para mais de 5%. “A cidade de Itirapina foi escolhida devido à localização favorável do terreno, inclusive pelo acesso muito bom ao sistema viário”, afirma Paulo Takeuchi, Diretor Sênior de Relações Institucionais da Honda South America. A previsão é iniciar a operação com aproximadamente dois mil funcionários. A prioridade será a contratação do maior número possível de funcionários locais. Os detalhes

Nova fábrica da Honda, em Itirapina

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especial do processo de recrutamento ainda não foram decididos. A região possui fornecedores de peças e equipamentos que darão suporte à produção da Honda. Com o empreendimento bilionário, a montadora entra no segmento dos populares compactos, que representou 72% das vendas no Brasil no ano passado, segundo a Fenabrave, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores. Atualmente, a Honda fabrica três modelos no Brasil: o Civic, o City e o Fit. De acordo com a empresa, os três modelos são líderes absolutos em seus segmentos. O Fit é líder na categoria monovolume. O City lidera entre sedãs compactos e o Civic entre sedãs médios. Em 2015, a montadora irá apresentar o novo City, um novo Fit e um modelo inédito de SUV. Entrar no mercado de compactos populares é um grande desafio para a empresa. “Continuamos acreditando nos setores em que atuamos, o de duas e quatro rodas. Apesar de o market share ser um indicador importante para nos situar, nosso principal foco é continuar oferecendo produtos atrativos em todos os aspectos para exceder as expectativas dos consumidores brasileiros”, observa.

Impactos ambientais O diretor ressalta que é premissa básica da empresa em todo o mundo reduzir os impactos negativos causados por seus negócios. Sendo assim, na nova fábrica serão aplicadas todas as melhorias viáveis em um empreendimento deste porte. “Esperamos reduzir as emissões de CO2 com a implementação de processos mais eficientes, que consumam menos

BmW “O sucesso do BMW Group sempre foi construído com base no pensamento de longo prazo e ação responsável. Assim, a empresa estabeleceu critérios de sustentabilidade ecológica e social em toda a sua cadeia de valor, responsabilidade total pelos seus produtos e comprometimento claro com a conservação dos

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energia. Além disso, com o objetivo de reduzir danos à saúde causados pelos poluentes, vamos implementar um novo processo de pintura a base d’água, que demanda menor quantidade de tinta para a mesma qualidade de pintura, reduzindo a emissão de poluentes”, adianta. Foram adicionados alguns dos sistemas de produção eficientes adotados na fábrica Yorii, no Japão, com base nas exigências brasileiras. O novo processo de pintura à base de água e linha de produção de curto processo estão em linha com o sistema de produção Yorii. Questionado sobre as perspectivas de desenvolvimento do setor para os próximos anos, o executivo ressalta que o crescimento do mercado foi estabilizado para o crescimento de um dígito, ante dois dígitos em anos anteriores. “No entanto, considerando os mais de 30 milhões de consumidores no mercado, ciclos de recompra de automóveis novos muito curtos, apoiados pelo crescimento da economia estável, prevemos uma firme expansão do mercado automobilístico brasileiro, tornando-se um dos mais promissores do mundo.” Presente em 21 países, a Honda conta com 187 mil colaboradores. Líder absoluta no mercado brasileiro de motos - com mais de 80% do market share, possui aproximadamente 4% do mercado de autos.

Paulo Takeuchi, Diretor Sênior de Relações Institucionais da Honda South America

Região Sul é escolhida para abrigar nova fábrica

recursos naturais como parte integrante da sua estratégia.“ A afirmação é da Diretora de Relações Governamentais, Gleide Souza, ao falar sobre a postura da empresa com relação à nova fábrica, em Araquari, próximo a Joinville (SC), cuja inauguração está prevista para o próximo ano.

O BMW Group foi classificado como líder da indústria automotiva pelos Índices de Sustentabilidade Dow Jones (Dow Jones Sustainability Indexes) nos últimos oito anos. No Brasil, a empresa segue os mesmos conceitos adotados pela matriz. Com a instalação da fábrica, serão criados mais de 1.300 novos empregos dire-


especial

“O BMW Group está muito otimista em relação ao mercado”, afirma Gleide

tos e cerca de 5.000 indiretos. A fábrica terá um centro de treinamento, que está em fase final de preparação, com uma área em torno de 10.000 m², onde haverá uma linha de montagem dos veículos BMW. De acordo com a diretora, os colaboradores da marca terão treinamento teórico e prático para a montagem correta dos veículos, respeitando diferentes estações de trabalho de forma que os veículos passem pelo mesmo processo de produção das demais fábricas. Parte da equipe receberá treinamento adicional em outras plantas como Munique, Spartanburg, África do Sul, entre outras. Ações com a comunidade local estão previstas, porém os projetos ainda estão sendo avaliados e em fase de estudo.

anos, o que, sem dúvida, faz com que as atenções se voltem para cá.

da instalação de uma fábrica no Brasil”, comemora.

“O BMW Group Brasil cresceu muito. Todo este aumento do poder aquisitivo do brasileiro gerou um impacto positivo no segmento Premium. Desta forma, o BMW Group está muito otimista em relação ao mercado. Estes aspectos culminaram na aprovação do projeto

A previsão de investimentos é em torno de 200 milhões de euros na unidade fabril nacional, nos próximos anos. O planejamento inclui uma capacidade de produção instalada de 32 mil veículos por ano. Com a nova fábrica, a empresa pretende manter o crescimento gradativo.

• BMW Group opera 28 instalações de produção e montagem em 13 países • rede de vendas presente em mais de 140 países • em 2012, vendeu aproximadamente 1,85 milhão de veículos e mais de 117.000 motocicletas em todo o mundo • BMW do Brasil comercializou no ano passado cerca de 15.000 veículos (BMW, MINI e BMW Motorrad) • até o final de 2013 a previsão é de comercializar 25.000 veículos • BMW Group conta com aproximadamente 100.000 colaboradores • no Brasil este número chega a 120 colaboradores

Cenário O mercado brasileiro vem mudando de forma significativa nos últimos anos. Com a estabilidade da economia, através de programas fortes que foram montados, é nítido que há uma alteração no poder aquisitivo do brasileiro, bem como uma movimentação positiva das classes sociais, que vêm migrando. Gleide aponta que o Brasil hoje é visto como um dos países com grande potencial de crescimento e desenvolvimento para os próximos

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MAPA DE OPORTUNIDADES

Topo A China fechou o primeiro semestre de 2013 como a maior do mercado automotivo. De acordo com um estudo publicado pela Jato Dynamics, o país foi responsável pela venda de 9.293.287 veículos, aumento de 18,4% comparado aos primeiros seis meses do ano anterior. O Brasil ficou em 4º lugar, com 1.707.782 carros vendidos.

Campeão de vendas O Ford Focus foi o carro mais vendido no mundo durante o primeiro semestre de 2013. Os números chegam a 523.904 unidades, um aumento de 13,3% comparado a 2012. Em segundo lugar estão as picapes F-Series da Ford, com crescimento de 21,4% e 429.163 exemplares. O sedã Hyundai Elantra fecha a lista dos três mais vendidos, com 425.498 carros negociados e expansão de 32,3%.

Liderança A montadora japonesa Toyota lidera a lista das marcas que mais vendem no mundo. Somente no primeiro semestre, vendeu 3.169.106 carros. Mesmo com números altos, o desempenho é inferior ao obtido no mesmo período de 2012, quando a marca atingiu 3.236.470 unidades (queda de 2,1%). Em segundo lugar vem a Volkswagen, com aumento de 8,5% (2.938.241).

Liderança II Um estudo feito pela J.D Power Brasil, instituto especializado na análise do mercado automotivo, aponta que as fabricantes asiáticas têm os clientes mais satisfeitos do Brasil, e a Toyota foi a marca mais bem avaliada por seus clientes, com 814 pontos, seguida pela Honda, com 778 pontos. Na sequência surge a Hyundai (771 pontos), seguida de perto por Nissan (770) e Kia (768). O estudo foi realizado com proprietários de automóveis novos comprados há 12 e 36 meses e avaliou fatores como: custo de propriedade (consumo de combustível, valor do seguro e custo de manutenção e reparo), experiência pós-venda, design e desempenho do veículo e qualidade e confiabilidade do carro.

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Clientes A Jaguar Land Rover, luxuosa marca de carros, estuda formas de manter o crescimento adquirido nos últimos anos no país. Diante da tributação maior aos carros importados, a marca trabalha há mais de um ano em um plano para iniciar a produção no Brasil, estratégia que a ajudaria a pagar alíquotas menores. A fábrica seria uma operação pequena como alternativa para evitar a perda de clientes no país.

Nova postura Com o intuito de aproximar a tecnologia dos carros produzidos no Brasil aos padrões praticados em mercados desenvolvidos como Estados Unidos e Europa, as montadoras terão que detalhar, todo ano, ao governo, os investimentos aplicados em inovação, engenharia, tecnologia industrial e capacitação de fornecedores para ter acesso aos benefícios do novo regime automotivo, o Inovar-Auto.


MAPA DE OPORTUNIDADES

39%

Mercado de luxo

Foi a porcentagem de crescimento das vendas da Jeep no Brasil em 2013. A Cherokee lidera o crescimento, com 1.063 unidades, alta de 226% sobre os sete primeiros meses de 2012. Na sequência vieram os modelos Grand Cherokee, Compass e Wrangler.

Os carros considerados de luxo venderam 39,5% a mais que o primeiro semestre em relação ao mesmo período em 2012. A Mercedes-Benz liderou as vendas, e a marca Jaguar foi a que mais cresceu. Com 7,5 mil carros de janeiro a julho, a Mercedes-Benz teve um aumento de 30,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando comercializou 5.747 unidades. Já a Jaguar vendeu 159 unidades, contra apenas 32 nos sete primeiros meses de 2012.

Hermanos 80% de vendas. Esse foi o número registrado pela Peugeot na Argentina nos últimos três anos (45% a mais que a média do mercado). Por outro lado, a marca vê, no Brasil, sua participação despencar a cada ano. De acordo com uma pesquisa da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos), em junho – último dado disponível – a Peugeot detinha 1,90% do mercado de carros, ocupando o 11º lugar entre as mais vendidas. Há cinco anos a Peugeot era a 7ª colocada no ranking de vendas no Brasil.

Financiamento Os financiamentos impulsionaram as vendas e foram responsáveis por 63% da comercialização de automóveis comerciais leves no Brasil, segundo relatório divulgado pela ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras). Medidas como juro zero ajudaram a manter as vendas em alta durante o primeiro semestre de 2013, aquecendo o mercado e incentivando consumidores para a compra de veículos.

R$ 600 milhões Especialistas O Centro de Engenharia Automotiva da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) formou 27 especialistas em engenharia automotiva. Criado em 2010, o curso de Especialização em Engenharia Automotiva busca garantir formação superior de excelência em toda a cadeia automotiva.

Depois de sete anos, a Audi está de volta. O acordo prevê a retomada da linha de produção de automóveis da empresa na fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, com investimentos de R$ 600 milhões em retomada. A ideia é começar a operar em setembro de 2015, com uma meta de sete mil veículos por ano e a contratação de 700 funcionários. Para 2019, o plano é ampliar a produção para 25 mil a 30 unidades/ano e admitir três mil funcionários. A princípio, a nova linha vai trabalhar com o modelo A3, hatch e sedã, juntamente com o novo Volkswagen Golf, que viraria produto nacional.

Fontes: Quatro Rodas, Carros Uol, Exame, Carand Driver Brasil, Auto Estrada, Valor Econômico, O Estado de S. Paulo, Bloomberg, Folha de S. Paulo, Gazeta do Povo

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INSTITUCIONAL

Antonio Kandir Empresas devem estar alerta: atentas Em encontro com empresários, ex-ministro aponta caminhos para a gestão patrimonial e novos investimentos O mês de agosto foi marcado por dois grandes eventos promovidos pelo Grupo B2L - Business to Lawyers. O convidado, ex-ministro do Planejamento, Antonio Kandir, reuniu-se com empresários em Londrina (PR), para discutir o tema “A situação econômica e os desafios para a gestão patrimonial”. Já em Natal (RN), o debate envolveu “Conjuntura Brasileira e Alternativas para Investimentos”. Confira como foram os encontros aos olhos dos sócios participantes e dos empresários. Com o tema apresentado no Paraná, Kandir conseguiu traduzir em indicadores o sentimento de muitos brasileiros: o cenário econômico realmente é preocupante. Os ganhos de desempenho do país como um todo nestes últimos 20 anos, especialmente do governo federal, estão sendo colocados em risco. Apesar disso, o ex-ministro passou otimismo em longo prazo, confiante de que as pressões econômicas e sociais conseguirão trazer o Brasil de volta ao rumo certo, pois, afinal, ainda é o país do futuro. No aspecto da gestão patrimonial, reforçou a necessidade de as famílias empre-

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Rubens Serra (Presidente do Conselho da B2L), José Henrique de Azeredo (sócio B2L/RN), ex-ministro Antonio Kandir e André Elali (sócio B2L/RN) sárias estarem bem assessoradas para diversificar seus investimentos, planejar a evolução patrimonial levando em conta os cenários que interessam e que, em tempos de crise, podem ser muito favoráveis para aqueles que estiverem bem preparados. A variação do preço dos ativos significa oportunidade para quem planeja sintonizado com a realidade e dificuldades para aqueles que não se preparam para os momentos de turbulência.

Destacou o papel do advogado de confiança da família e conhecedor do patrimônio, com conhecimentos capazes de influenciar nos custos das atividades e dos objetivos traçados. Isto aliado à consultoria econômica acelera a evolução da riqueza familiar. Consultoria que hoje o ex-ministro desempenha para seus clientes, orientando investimentos e trazendo consistência na análise dos movimentos da economia.


INSTITUCIONAL Contando também com a presença de nosso Chairman – Rodrigo Bertozzi, com esses eventos, a B2L se firma ainda mais como referência em negócios e fonte de informação para as empresas da região, o que se traduzirá em novas operações e ganhos para todos. Fica aqui o meu agradecimento pessoal ao Antonio Kandir e à B2L, uma parceria de sucesso!

Marcus Grassano (sócio B2L/PR)

Marcus Grassano (sócio B2L/PR), ex-ministro Antonio Kandir e Rodrigo Bertozzi (CEO B2L)

Transmitiu informações muito precisas de fatos

O evento com o professor Kandir foi uma

recentes da economia brasileira sem deixar de fazer

demonstração da grande importância da B2L

as ligações políticas, mostrando claramente que

na vida de empresas familiares, que, além

as decisões políticas têm influência muito rápida

de orientação habitual em seus negócios,

na economia, sejam elas corretas ou não. Deixou

precisam de preparação para a complexidade

claro que as empresas e os investidores têm que

do mercado brasileiro. Da mesma forma,

se conscientizar de que acabou a moleza; não há

o evento demonstrou a vitalidade da

mais espaço para os incompetentes. Ou a pessoa/

economia do Nordeste, região com grandes

empresa toma o caminho correto e técnico agora,

perspectivas de investimentos públicos e

ou irá pagar muito caro num futuro próximo.

privados para os próximos anos.

Oswaldo Pitol – Presidente do Grupo Seven

André Elali (sócio B2L/RN)

Entendemos que os negócios têm se

O Encontro com o Kandir foi fantástico, essa é a

tornado cada vez mais complexos e a

melhor definição. O evento foi realizado em parceria

evolução do patrimônio da família precisa

com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL),

ser ordenada e pensada. Kandir despertou

em sua sede. Reunimos cerca de 20 empresários

em nós a necessidade de buscarmos ajuda

das mais diversas áreas, com destaque para o grupo

externa para direcionar o que hoje fazemos

Nordestão, rede de supermercados local (RN) que

intuitivamente, pois o risco de não haver

fatura cerca de R$ 100 milhões/mês.

orientação correta na hora de decidirmos

Kandir deu uma aula de economia e perspectivas a

os investimentos pode dificultar ou impedir

curto, médio e longo prazo, apontando importantes

nosso crescimento.

alternativas para investimentos.

Vinícius Felippe – Diretor da Indústria Têxtil Paranatex

José Henrique Azeredo (sócio B2L /RN) outubro 2013

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Aqueles que transformarem crise em oportunidade ser達o bem-sucedidos 22

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Com esta afirmação, o empresário goiano José Batista Júnior revela planos futuros, fala da importância da família e da vontade de trilhar uma carreira solo no cenário empresarial e político, qualificado por ele como parte do seu DNA, sua vocação. De controlador a acionista investidor na JBS, Batista está focado hoje em três setores: pecuário, imobiliário e mercado de ações. O empresário define crise como sinônimo de oportunidade. Fatores que o levaram a trilhar um caminho próprio com a criação da holding JBJ; valer-se de sua longa experiência em gestão para ajudar outros empreendedores a crescer, são temas abordados por ele. Impactos da crise nos investimentos na pequena e média empresa, análise do cenário para investidores internacionais, dicas de investimentos e alternativas de crescimento para as PMEs. Isso e muito mais você encontra nesta entrevista concedida à B2L Corporate.

B2L - O que pesou na decisão de trilhar um caminho próprio na cena empresarial com a criação da holding JBJ? A JBJ já existia como parte das ações da holding J&F, a empresa faz parte do conglomerado empresarial da qual a família detém o controle. A novidade é a mudança do meu perfil empresarial. Deixo de ser um acionista controlador da JBS e me torno um acionista investidor. Fico livre para aplicar meus recursos onde desejar. E, pode ter certeza, uma boa parte deles vai ser investida em ações da JBS. Conheço a empresa a que dediquei minha vida a construir. E conheço meus irmãos e a força de trabalho da minha família. Portanto, sei que há poucos investimentos tão bons quanto esse. Isso acontece muito nas empresas de capital aberto, como a Petrobras, a Vale e tantas outras, onde se pode investir em ações. Mas vou me dedicar a explorar outros ramos de negócios, com novos parceiros. Porque a vida é feita de desafios. Há alguns fatores que pesaram muito nessa decisão. O primeiro, é a vontade de estar mais perto dos meus filhos, que vivem em Goiás. Não existe nada mais importante que a família. Outro, foi a vontade de trilhar uma carreira solo, tanto do ponto de vista empresarial, quanto político. Do ponto de vista empresarial, eu poderia estar na holding sem problemas. Mas do ponto de vista político, não é adequado continuar como sócio, acionista e controlador da empresa. Como eu possuía minhas cotas e tinha o direito de tocar os dois projetos, preferi fazer isso. Vendi minhas cotas para meus irmãos e fiquei livre para trilhar meu caminho, com um projeto empresarial – ao qual darei continuidade – e outro político, que é meu DNA, minha vocação; o que quero fazer.

B2L - Como tem sido o assédio de potenciais parceiros? Sempre tem gente me procurando para fazer negócios, mas estou focado em três ramos de atividade: na pecuária, no segmento imobiliário e no mercado de ações. Todas as propostas que têm aparecido fora deste portfólio de investimento, não têm sido aceitas por mim.

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No caso da pecuária, trata-se de uma área da qual entendo. Me dedico a ela desde quando carregava carne nas costas, no açougue do meu pai, em Anápolis. Acredito na atividade imobiliária, porque o Brasil está crescendo tanto na parte de desenvolvimento urbano, quanto de incorporações. Há várias obras de prédios residenciais, shoppings e centros empresariais sendo tocadas. Essa é uma demanda crescente no Brasil. Com relação ao mercado de ações, penso que ele tenha boa rentabilidade. Tem a ver com meu perfil, de investir no que acredito, e que me dá a condição de fazer meu projeto político, porque estas três plataformas de negócios me deixam mais tranquilo. Com elas tenho receita e minha participação na empresa não é tão exigida, pois pode-se nomear executivos e CEOs para tocar o negócio.

B2L - Sobre a recente aquisição do controle da Brasil Desenvolvimento Urbano, o que o levou a mirar o setor imobiliário?

B2L - Usar sua longa experiência em gestão para ajudar outros empreendedores a crescer. A afirmação aponta para a formação de um fundo de private equity? Sempre tenho dito que é possível crescer. Tenho dado muitas palestras no Fórum dos Jovens Empresários, na Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), e sempre falo que uma das atividades interessantes é a criação de fundos de investimento, nos quais se pode fazer captação e gerenciamento. Quem tem capital, pode montar um fundo, tanto para gerenciar seus recursos, quanto para gerenciar o capital de terceiros. Falar sobre oportunidades de negócios é, na verdade, mostrar que é possível construir sua empresa, porque o Brasil é um país em crescimento, é hoje uma ótima opção para quem quer investir e fazer as coisas direito.

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Crise pra mim é sinônimo de oportunidade. O Brasil está em crise porque está crescendo. Países que não vivem crises são aqueles que estão estagnados. Se os aeroportos estão com problemas, é porque há mais pessoas viajando. Se falta energia elétrica, é porque estamos expandindo nossa estrutura. Se as estradas não são suficientes, é porque a produção está aumentando e precisamos escoar mais rapidamente. Se o trânsito está cada vez pior nas grandes cidades, é porque as pessoas estão produzindo mais, comprando mais carros e colocando a economia para girar. Aqueles que transformarem crise em oportunidade serão bem-sucedidos. É preciso primeiro acreditar em si mesmo e acreditar no país.

Me dedico a pecuária desde quando carregava carne nas costas

O Brasil vive um momento de desenvolvimento, as pessoas estão vivendo melhor. E um dos grandes sonhos de qualquer pessoa é a casa própria. Todo mundo quer um teto para si e para sua família. Como diz o ditado: “Quem casa quer casa”. É um campo em crescimento e no qual a gente tem a satisfação de ajudar as pessoas a construir seu futuro.

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B2L - Como a crise impacta os investimentos na pequena e média empresa?

B2L - Análise do cenário para investidores internacionais:

O Brasil sempre foi e continuará sendo um ótimo local para se investir, principalmente agora, com o câmbio flutuante e com a descoberta de nossas potencialidades por outros países. O Brasil é um país que, daqui a 20 ou 30 anos, estará no mesmo ritmo de crescimento que a China, até porque aqui temos três coisas que o restante do mundo não tem: água, terras férteis e sol.

B2L - O que fazer para que os investidores estrangeiros voltem a acreditar no Brasil? Eu não entendo como alguém pode não acreditar no Brasil. Somos um país de economia forte, mercado em crescimento e um ativo inigualável: a vontade de trabalhar e de crescer dos brasileiros.

B2L - Dicas de investimentos a médio e longo prazos: É preciso priorizar pelo menos três tipos de investimento, de preferência em algo com que a pessoa se identifique e domine, que possa gerar caixa na empresa. Recomendo que façam investimentos baseados naquilo que entendem, e não somente porque acham que vai dar certo ou que é uma tendência.

B2L - Quais as alternativas para as PMEs crescerem e internacionalizarem sua marca?


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A primeira atitude é buscar a formalização do negócio. Uma empresa informal não tem acesso a crédito, não é vista, não é reconhecida. O segundo passo é ter projetos consistentes, e o terceiro é achar seu financiador. Só se cresce com investimentos; é difícil crescer sem aporte de capital. O que se pode fazer é pegar o capital de terceiros, gerar caixa, pagar o recurso emprestado e continuar aumentando o crédito, e assim vai se liquidando os compromissos. Nossa empresa sempre teve crédito porque sempre pagamos nossas dívidas. Recomendo que o empresário lute para deixar de ser pequeno, suba para médio, mas não estacione ali, porque nessa categoria ele tem a receita do pequeno e a despesa do grande.

B2L - Como encarar os obstáculos e ampliar os negócios? Investindo naquilo que se conhece, percebendo as necessidades do mercado e inovando. Também é preciso estar no lugar certo na hora certa e qualificar um dos grandes patrimônios de um projeto de sucesso, que são os colaboradores.

B2L – Por que um empresário tão bem-sucedido resolve ingressar na política? Para um empresário tornar-se político é fácil; difícil é fazer um político tornar-se gestor ou empresário. Construí minha vida, servi minha família e hoje me sinto extremamente qualificado, com base em minha experiência de gestão, para servir meu Estado. Trata-se de um ato cívico, de uma vontade pessoal de ajudar as pessoas de Goiás. Não adianta apenas ser empresário, querer vender o seu produto, se as pessoas não têm condições de comprá-lo. Não adianta querer ganhar dinheiro, morar numa casa boa, se quem vive ao lado mora na rua. Precisamos pensar na qualidade de vida das pessoas, de quem vive na esperança de dias melhores, quem tem vontade de ter seu carro, seu apartamento.

Sou brasileiro, goiano e tenho legitimidade para servir ao meu Estado, em vez de me servir dele. Política, para mim, nada mais é que uma ação social.

B2L - O que levar de lições do mundo corporativo para gerenciar Goiás? A disciplina, a verdade, o compromisso e o espírito empreendedor. Isso significa gestão. Gestão é cuidar das pessoas, ter responsabilidade, identificar problemas e soluções. Assim como numa empresa é preciso respeitar o crédito e o débito, a entrada e a saída de recursos, o Estado deve respeitar os impostos que os cidadãos pagam e que querem ver revertidos em melhor qualidade de vida. Quero trazer para a vida pública tudo aquilo que me fez um empresário de sucesso. O governo não é, nem pode ser, uma empresa. Não deve gerar lucros. Mas, a exemplo das empresas, tem que produzir resultados. O empresário está acostumado a essa cobrança por resultados. A se cercar dos melhores e não de apadrinhados. Sabe que uma obra tem de ter dia para começar e dia para terminar. E que o preço combinado deve ser o preço pago.

B2L - Qual sua avaliação do governo Dilma e da atual política econômica? A presidente Dilma está dando continuidade a um Brasil que deu certo, a um planejamento que vem de anos e que tem se mostrado a melhor forma de governar. Ela tem feito isso com muita responsabilidade, pois não governa sozinha, já que necessita do apoio do Congresso, de seus auxiliares e do povo. Nesse momento, o crescimento brasileiro está acima da média, estamos atravessando bem as crises. A economia é crescente e forte, o Risco Brasil é baixo. Acredito que o Brasil é um dos grandes mercados, em termos de investimento, tanto que a sede da nossa empresa é aqui. O melhor do Brasil são os brasileiros.

Para um empresário tornar-se político é fácil; difícil é fazer um político tornar-se gestor ou empresário

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Gestão Hospitalar

Humanizar é a palavra de ordem A partir desta edição vamos apresentar uma ampla abordagem sobre a gestão hospitalar pública e privada no Brasil. Para abrir a reportagem, conversamos com o médico anestesista Juarez de Queiroz Campos, um jovem senhor de 82 anos e que por 66 vem lutando pela humanização nas relações que envolvem o universo da saúde. Abordaremos também, nesta primeira parte, o trabalho desenvolvido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), empresa pública vinculada ao Ministério da Educação (MEC).

“Iniciei minha vida docente com 16 anos num curso de alfabetização de adultos no Senac do Recife. A primeira aula foi Cristo e humanização. Hoje tenho 82. Durante 66 anos meu discurso tem sido humanização em todos os aspectos sociais”. Este foi o início da entrevista concedida à B2L Corporate pelo médico anestesista, professor e primeiro doutor em Saúde Pública e Administração Hospitalar da história da USP (mais precisamente há 60 anos, na primeira turma do curso de Administração Hospitalar), Juarez de Queiroz Campos. Em seu currículo, constam formações também em Filosofia e Direito. Administrando hospitais, aos 31 anos era secretário adjunto de Saúde de Santa Catarina, quando recebeu o convite para dirigir a Santa Casa de São Paulo. Autor de 113 livros, “Mestre Ju”, como é carinhosamente chamado, escreveu

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o primeiro livro em 1972, Hospital Moderno – Administração Humanizada. Seguindo um desejo ousado do autor, as obras não foram vendidas em livrarias devido ao seu atrevimento (como ele mesmo define) em se tornar doutrinador. “Não queria pessoas fora da minha área lendo meus livros. Por isso nunca foram vendidos e sim, distribuídos aos alunos”, conta. Campos dedicou dez anos de sua vida à Santa Casa de SP, três à Santa Casa de Santos e dois à Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, na época, os três maiores hospitais privados do Brasil.

Quem é bom, nasce feito; quem é ruim, não tem jeito

Qualidade como produto final

“No meu discurso, não é um processo e sim, um produto final, já que quem a avalia é o cliente, que recebeu os serviços. Como minha vida toda foi dirigindo serviços de saúde, consolidei minha ideia doutrinária de que qualidade não é operacionalização.”

A partir da década de 90 tiveram início os processos de controle de qualidade. Entendia-se que qualidade é um processo.

Sem deixar de reconhecer sua importância, Campos aponta que o avanço da tecnologia distancia os médicos


Gestão Hospitalar

dos clientes (usa este termo no lugar de pacientes). “Quando você procura determinado profissional, ele não põe a mão em você. Escuta com uma certa pressa, porque o tempo dele é muito caro e, em decorrência disso, em função do que apreende das queixas, já solicita uma série de exames. Isso torna o relacionamento muito tecnológico, impedindo um ser humano de interagir com outro”, observa.

Saúde é o silêncio dos órgãos O professor usa a frase de Hipócrates, quando defendia a atividade dos profissionais médicos, há mais de dois mil anos, para reforçar sua opinião. Em sua visão, enquanto você não sente dor de dente, não lembra que tem dente. “Até hoje concordo perfeitamente com ele, principalmente em função da evolução tecnológica da relação humana, que deveria ser diferente.” Quando o Brasil criou o SUS, a proposta do médico e de sua equipe era a de seguir o modelo inglês (onde o serviço de saúde era estatal, atendendo 97% da população, considerado um dos mais aperfeiçoados do mundo). “A base do sistema inglês é a humanização. Os médicos melhor pagos e melhor vistos pela Rainha da Inglaterra são os chamados médicos generalistas. Aqueles que, quando acolhem um cliente, o fazem de uma forma sistêmica, examinando em toda a sua fisiologia e humanismo. De cada dez atendidos, em sete não são solicitados exames complementares.” Campos diz

que no Brasil não há consciência do médico generalista, dificilmente encontrado, mesmo no modelo de saúde da família. “Não encaro mais o médico separadamente. Ele é importante, mas não único numa atividade humanística. Um hospital humanizado atua em qualquer programa de humanização, como se constata nos hospitais estatais.” O professor acredita que é preciso se ater à problemática genética e sociológica. Como você foi criado e tratado. Para ele, quem é criado no sofrimento, por incrível que pareça, não aprofunda questões sentimentais com relação a outros seres humanos. “Muitas pessoas são criadas em ambientes de revolta, de carência afetiva. Como podem devolver ao mundo aquilo que não conhecem? Por outro lado, você não será a Madre Teresa de Calcutá com facilidade, mas também não precisa ser Hitler.” Professor de Administração da Saúde da USP durante muitos anos, quando deixou a universidade, criou cursos de pós-graduação, ministrados até hoje

2010

R$2 bilhões

em 134 cidades, para 100 mil alunos. Campos finaliza citando a frase: “O espírito humanístico das pessoas é genético. Quem é bom, nasce feito; quem é ruim, não tem jeito.”

Ebserh Atender à necessidade de recomposição da força de trabalho dos hospitais universitários federais e empreender ações para garantir a reestruturação física. Este foi o objetivo que levou o Governo Federal a criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A empresa coordena o Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), executado em parceria entre os ministérios da Educação e da Saúde. Um dos problemas enfrentados pelas unidades era o subfinanciamento da rede. Para reverter esse quadro, o programa definiu como uma de suas diretrizes a ampliação do financiamento dos hospitais, destinando recursos para a recuperação das unidades e modernização do parque tecnológico.

data de criação do Rehuf (instituído pelo Decreto 7.082, de 27 de janeiro)

valor investido nos hospitais para a realização de reformas e aquisição de equipamentos (compras em grande escala, através de pregão eletrônico)

R$477 milhões economia alcançada desde o início do Rehuf

isso representa

R$73 milhões Juarez de Queiroz Campos é autor de 113 livros sobre humanização

economia estimada (considerando apenas os pregões executados desde a criação da empresa)

isso representa

34,28% em relação ao preço de referência

27,5%

em relação ao preço de referência

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Gestão Hospitalar

Autonomia De acordo com a assessoria de imprensa da entidade, os investimentos feitos por meio do programa contemplam todos os hospitais universitários da rede federal, independente da adesão à empresa. Esta adesão é uma decisão de cada universidade federal, e o contrato firmado assegura às instituições a autonomia didático-científica sobre os hospitais por elas mantidos. Por meio deste contrato, a Ebserh realiza concursos públicos para a contratação dos profissionais necessários à reativação dos leitos atualmente desativados devido à falta de recursos humanos e à ampliação dos serviços prestados à população no âmbito do SUS. A contratação de pessoal por meio da empresa atende a determinações dos órgãos de controle que recomendaram a regularização de vínculos trabalhistas precários, atualmente mantidos pelos

hospitais com parte dos profissionais que atuam nas unidades. Até o momento, 23 universidades federais que respondem por 34 hospitais universitários manifestaram a decisão pela contratação da empresa (existem hoje 47 hospitais universitários vinculados a 33 universidades federais). À medida que as universidades decidem pela adesão, a empresa inicia o trabalho em conjunto com o hospital para a assinatura do contrato. Com seis dessas universidades (UFTM, UFPI, UnB, UFES, UFMA, UFRN) os contratos já estão assinados e os concursos públicos em andamento. Com os demais, a empresa trabalha no dimensionamento de serviços e de pessoal para em seguida assinar o contrato.

Sanar fragilidades Outra ação é a capacitação dos profissionais da rede de hospitais. A Ebserh firmou

parceria com o Hospital Sírio-Libanês, para a capacitação dos gestores dos hospitais universitários. Entre as áreas: legislação de gestão de pessoas em saúde, gestão clínica e hospitalar, humanização do atendimento à saúde, adequação às normas e legislação do SUS, hotelaria hospitalar, gestão de obras e engenharia clínica e processos de regulação. A necessidade de qualificação da gestão nos hospitais foi apontada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em Acórdão publicado a partir de auditorias realizadas em 23 de 46 hospitais universitários federais. Foram identificadas fragilidades em relação aos processos de licitações e contratos executados pelas unidades hospitalares. Como se trata de uma empresa pública, constituída por recursos públicos e submetida ao controle dos órgãos públicos, todos os serviços prestados pelos hospitais continuam a ser feitos 100% pelo SUS.

Existem hoje no Brasil 47 hospitais universitários vinculados a 33 universidades federais. Podemos dizer que a gestão hospitalar é um dos pilares mais importantes para resolvermos os problemas enfrentados pela saúde em nosso país. E quando falamos de gestão, necessitamos investir no seu principal instrumento que são as pessoas. Convivemos durante muito tempo sem uma adequada e específica formação de gestores, sendo recente a criação de cursos de graduação e especialização nessa área, em sua maioria absorvidos pelas empresas privadas, existindo assim uma grande deficiência de profissionais no setor.

priorizar a gestão, especialmente pelos altos custos envolvidos.

E o reflexo disso é diretamente vivenciado pela administração pública, uma vez que precisando lidar com outras necessidades (estrutura, profissionais, equipamentos, recursos etc.) não tem como

Assim, parece-nos inevitável que caminhamos para um modelo de gestão onde será necessário utilizarmos da expertise das empresas privadas para suprir as deficiências do sistema público. Acredita-

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Sabe-se que a gestão direta da saúde é competência dos Municípios, sendo que muitos sequer dispõem de estrutura própria, gerando assim um número cada vez maior de ações dissociadas de um modelo que possa contemplar os pressupostos básicos de atendimento à população, especialmente na área de urgência e emergência. Inúmeros são os exemplos de gestão hospitalar privada bem-sucedida, o que não se reflete na administração pública.

mos assim, que se faz urgente e necessária a definição de um modelo de gestão hospitalar que possa ser implementado pelos Municípios e que contemple as especificidades e adversidades. Acreditamos ser importante fazer uso dos mecanismos legais criados, com atenção especial para as Parcerias Público-Privadas (PPPs) que poderão trazer os investimentos necessários para criação de uma infraestrutura aceitável de gestão, fazendo o uso eficiente dos recursos, priorizando a qualidade do atendimento por meio de profissionais especializados e mediante a disponibilização de equipamentos com inovações tecnológicas.

Maurício Perucci Sócio B2L


Onde foi

?

ARTIGO B2L

que eu errei O termo Avaliação de Empresas ou Valuation, já está amplamente difundido no meio empresarial. Mas, apesar de comum, ainda há desconhecimento da importância desta ferramenta no processo decisório e, em especial, quando se fala em compra e venda de operações empresariais. Tentaremos exemplificar algumas utilizações práticas, bem como o porquê dessa necessidade. Os nomes e valores são hipotéticos. Fomos procurados pelo proprietário do Hotel Barão de Mauá, que fica em uma cidade histórica, com uma taxa de ocupação interessante. O imóvel já havia sido avaliado em R$ 40 milhões. O empresário pedia R$ 50 milhões pelo hotel. Qual o embasamento? Empirismo. Puro e simples. E onde a avaliação se enquadra nesse caso? Em especial, no fato de que a avaliação da empresa levará em conta todos os seus ativos – tangíveis e intangíveis – bem como todos os passivos. Nesse exemplo, se a empresa possuir um passivo de R$ 40 milhões, dificilmente valerá os mesmos R$ 50 milhões que pretende o proprietário. E mesmo que ele não tenha interesse na venda do “fundo de comércio”, o comprador terá que atentar para todo esse passivo, pois poderá sofrer no futuro os efeitos de uma sucessão tributária, trabalhista etc. Ou seja, a avaliação é essencial para que o comprador saiba exatamente onde está pisando. Sem ela, esse negócio dificilmente será vendido. Outro exemplo simples e muito comum: A indústria de eletrônicos Fusion Ltda. trabalha alavancada e com um faturamento de R$ 600 milhões anuais e um EBITDA de 38% - R$ 228 milhões. Um novo sócio adquiriu 50% das quotas da empresa, investindo uma quantia importante para atualização do maquinário, possuindo agora dois sócios com iguais percentuais. Ambos resolveram vender a empresa por apenas duas vezes o EBITDA – pouco mais de R$ 450 milhões – mesmo sem ter uma avaliação precisa; afinal, as margens são bem interessantes. Parece mesmo um negócio atraente: EBITDA expressivo, e apenas duas vezes o EBITDA. Como aqui estamos falando dos problemas da falta de uma avaliação correta, você deve estar se perguntando: Onde está a pegadinha?

Sem conhecer bem os números da empresa, me arrisco a dizer – sem medo de errar – que ela não vale o que se pede. E as palavras-chave para diagnosticar esse erro são: “indústria de eletrônicos”, “alavancada”, “investindo... para atualização do maquinário” e “EBITDA”. Uma indústria de informática possui necessidade de reinvestimento constante, tanto que recebeu um novo sócio recentemente para o aporte e aquisição de equipamentos. Somando a isso a alta alavancagem, a análise do EBITDA será certamente incorreta. Isso porque o EBITDA não leva em conta o custo do capital – próprio, aportado pelos sócios, ou de terceiros, com os empréstimos – e nem mesmo a necessidade de reinvestimento, no nosso caso prático, para a aquisição de novos equipamentos que se defasam muito rapidamente. Em suma: método equivocado; resultado equivocado. É claro que a avaliação da empresa não é uma garantia de sucesso no momento da venda. Mas, mesmo não sabendo exatamente o que deve ser feito para dar tudo certo, sabemos sempre exatamente o que deve ser feito para dar tudo errado. E não mensurar corretamente o valor da empresa acarretará em fracasso no momento da venda.

Por isso a importância da avaliação como instrumento preparatório quando há intenção de venda, seja total ou parcial. Posteriormente, o comprador ou investidor irá sim, se cercar de medidas que se destinem à conferência dos dados apresentados. Também se resguardará de garantias contra possíveis passivos ocultos. Mas essa avaliação, previamente realizada, será o cartão de visitas. Será o que diferenciará o seu negócio de tantos outros disponíveis no mercado.

Gustavo Sardinha Sócio B2L

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TECNOLOGIA

Aquela ajudinha para a hora H Já imaginou um aplicativo que busque qual o motel mais próximo, independente de sua localização, apresente opções de quarto e ainda possibilite efetuar reservas online? Em outras palavras: ter aquela ajudinha da hora “H”. Pois os sócios-fundadores Daniel Aveiro e Pedro Papazian, sim, imaginaram. E foi aí que nasceu o MotelFinder.

Os interessados no aplicativo devem acessar o site e se cadastrar. Os serviços serão oferecidos por downloads do aplicativo na Apple Store, Google Play e na loja virtual do Windows Phone, além de uma versão web.

O intuito: agilizar, facilitar e maximizar a possibilidade de a demanda e a oferta se encontrarem, onde a demanda é o cliente e a oferta, o motel. O projeto tem como base a geolocalização do estabelecimento e do cliente, que pode ser acessado pelo usuário através de um smartphone ou tablet.

Segundo pesquisas de mercado, atualmente existem aproximadamente 100 milhões de consumidores de motéis no Brasil e cerca de 5 mil motéis, com faturamento médio anual em torno de R$ 4 bilhões. Somente em São Paulo, sede da empresa e cidade escolhida para o lançamento, pesquisas indicam um movimento de 52% desse mercado, com previsão de crescimento de R$ 15 bilhões dentro de 10 anos.

“Atualmente a empresa encontra-se em fase final de estruturação e contratação de colaboradores, bem como desenvolvimento do aplicativo, que deverá ser lançado até dezembro de 2013”, conta Aveiro. A inovação irá beneficiar os dois lados: o usuário poderá pesquisar, encontrar e reservar suítes de motéis por meio da tecnologia GPS, que proporciona conforto, comodidade, segurança, além de fugir das filas para entrar no estabelecimento. Para os motéis afiliados, o projeto agrega valor à marca, através da visualização que o aplicativo trará, e aumenta receitas, seja com reservas das suítes em dias de baixa rotatividade ou com a venda de serviços e produtos adicionais.

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setembro 2013

Mercado

B2L e o sucesso do negócio Aveiro ainda ressalta que, por meio da assistência prestada pelos profissionais da B2L, os empresários tiveram acesso ao mercado de investidores profissionais. “Contamos com três sócios-investidores que nos auxiliam tanto no desenvolvimento técnico do aplicativo, quanto na estruturação de marketing, campanhas de publicidade e divulgação, além de respaldo e investimento financeiro, para concretização do nosso sonho”.


TECNOLOGIA

Como funciona o aplicativo

Público-alvo: 55% homens 45% mulheres

1

Usuário acessa o aplicativo MotelFinder e por meio de geolocalização, informa sua necessidade de reservar uma suíte

2

Os motéis cadastrados no sistema serão informados sobre essa demanda; responderão à solicitação com as disponibilidades de suítes, preços, características, fotos etc

O improviso para empresas e empreendedores está com os dias contados! Na maioria das vezes, um negócio novo nasce de um sonho, do espírito empreendedor e da ousadia de seu

3 Usuário

define qual suíte irá reservar, e o motel escolhido será informado

fundador. Para que este sonho se torne uma realidade lucrativa, é necessário prever variáveis de caráter mercadológico, para se tornar competitivo frente aos concorrentes e novas tecnologias, e também de âmbito financeiro, preparando-se para o aumento da taxa de juros para financiamentos, inadimplência de clientes, gestão de riscos, entre outros imprevistos. As-

Sendo que 60% deles têm entre 18 e 30 anos de idade.

Conheça: www.motelfinder.com.br

sim aconteceu com a plataforma digital “MotelFinder”, que contou com a expertise dos sócios B2L para sua decolagem rumo ao sucesso!

Priscila Spadinger Sócia B2L


SAÚDE EMPRESARIAL

Pressão por todos os lados

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outubro 2013


SAÚDE EMPRESARIAL

Pressão: “grandeza física definida pelo quociente entre a força exercida sobre um elemento de superfície de um corpo e a área de superfície sobre a qual se exerce.” (Dicionário da Língua Portuguesa – Ed. Porto) Nós somos este corpo. Em nós, nos mais diversos setores de vida, trabalho, família, saúde, está a área sob a qual a pressão é feita. Mas e a força? Quem a exerce? Vemos nossas carreiras como quem trabalha a cada dia carregando um, ou melhor, vários sacos de areia nas costas. E a cada momento alguém te pede para levar mais um. Os executivos brasileiros percebem que estão sob uma pressão constante, levando em conta o cenário da atual economia brasileira, espaço para crescimento existente, e demanda por mão de obra cada vez mais qualificada. Segundo 92% dos gerentes, diretores, superintendentes, vice-presidentes e presidentes de empresa ouvidos na segunda edição da pesquisa Empresa dos Sonhos dos Executivos, realizada pela consultoria DMRH com a Nextview People, o que conta é sempre o RESULTADO. E sejamos bem francos: na maioria dos casos é isso sim o que queremos. Desde sempre queremos ter bom desempenho, bons resultados. Quando a criança faz uma prova na escola, sua intenção qual é? Ter uma boa nota. Quando um médico opera um câncer, quer extirpar a doença. Quando fazemos regime e atividade física, é porque queremos sim perder peso. Nossa vida é motivada por resultados. É claro que o aprendizado é válido, que os caminhos devem ser corretos, os meios justos e saudáveis. Mas em todas as esferas de nossa vida os resultados são grandes propulsores de sucesso. E sabemos disso. As empresas sabem disso. E a pressão vem proporcionalmente ao tamanho de resultado que você quer ter. Vejo que as pessoas colocam culpa sempre na empresa, no trabalho, no chefe, na necessidade de lucro, enfim, sempre em uma terceira pessoa. As queixas de falta de reconhecimento imperam entre os mais diversos setores. 44% dos executivos se sentem mal avaliados, assim como 41% para os diretores e 49% para os gerentes. Novamente a pressão da avaliação é externa: Alguém é que me avaliou mal. Nesse clima a insatisfação cresce e a rotatividade entre as altas lideranças também. Segundo a consultoria Bozz & Company, o índice brasileiro de demissões entre os CEOs foi de 19,8 % em 2012, contra 15 % no resto do mundo. Muito bem! Queremos resultado sempre, não queremos ser mal avaliados, queremos reconhecimento, temos alto índice de rotatividade. É um cenário ambíguo, cheio de

pressão, de cobranças e de medos. Somos seres humanos, passíveis de erros, ficamos cansados, nem sempre tiramos 10 numa prova. Essa é a pressão da vida moderna: uma carreira sólida, infalível, cheia de sucesso, sempre com bons resultados e economicamente viável. Associado a uma vida pessoal perfeita: ser um bom marido/esposa, bom filho (a), pai/mãe presente e excelente, ter saúde perfeita, uma casa linda e quitada, reservas sólidas no banco, enfim... é uma grande pressão. Porém, temos que ter a audácia de admitir que os grandes causadores da força que aplica essa pressão somos nós mesmos. A pressão que vem de fora é algo que muitas vezes não podemos controlar. É o meio quem a produz. O quanto você deixará que esta pressão externa o perturbe é, sim, problema seu. Não precisamos e nem devemos assimilar e internalizar todas as culpas, pressões, responsabilidades que nos são impostas. Muita coisa é lixo, e deve ser tratada como tal. Deve ser jogada fora. Isso não me cabe, não me ajuda, não me soma: é lixo! Comece a filtrar mais antes de dizer que está muito pressionado. Mas a pior das pressões é aquela que vem de dentro, que nós produzimos, consciente e inconscientemente. Muitas vezes nos colocamos metas que são dos outros, sonhos que são bonitos, mas não são seus e não servem para a sua existência e a sua realidade. Quanto dessa pressão interna é realmente urgente? Quanto também não é lixo que criamos dentro da gente? A evolução e o crescimento são também frutos de pressões, mas calculadas e bem dimensionadas àquela situação. O que quero mostrar é que nos cobramos muitas vezes por bobagens, apressamos nossa vida quando ela nem é tão urgente assim (aliás, a vida não deve ser urgente!). Em sua carreira, em suas inúmeras atividades e compromissos, em seus contatos pessoais passe a separar melhor o que é válido e o fará crescer daquilo que só lhe coloca pressão sem nada valer. Sacos de areia que não precisamos carregar...

Raquel Heep Bertozzi CRM 22080 – Especialista em Psiquiatria – Integrante da Sociedade Paranaense de Psiquiatria.

outubro 2013

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Na casa dos bilhões

O investidor anjo Cassio Spina, Lead Partner da Altivia Ventures recebeu o prêmio SparkAwards promovido pela Microsoft BizSpark & Startup Farm como Investidor Anjo do Ano. Spina também é fundador e líder da Anjos do Brasil, entidade que busca se relacionar com todas as empresas e organizações que tenham algum envolvimento com empreendedorismo e investimento, proporcionando oportunidades para os empreendedores apresentarem seus projetos para investidores.

Após dois anos utilizando o sistema operacional Windows Phone, a Nokia finalmente se rendeu à Microsoft e vendeu suas operações com celulares para a gigante norte-americana por 5,44 bilhões de euros (7,2 bilhões de dólares). Superada pela Apple e Samsung, a Nokia já foi a maior empresa de celulares do mundo. A organização continuará atuando como fabricante de equipamentos para telecomunicações e detentora de patentes.

Rivais A distribuidora e importadora de equipamentos médicos, Advance Medical, comprou a concorrente Imunotech Sistemas Diagnósticos. Fundada em 2010 no Brasil, a Advance tem como acionistas três venture capital (capital de risco) especializados no setor de saúde: Venrock, Aberdare e Arboretum. A instituição possui ainda outros sócios investidores pessoa física além do fundador, FreAslan. Os fundos fizeram um aporte de US$ 26 milhões na Advance, que fez uso destes recursos para expansão e aquisição da Imunotech.

Foto: Divulgação

Reconhecimento

Fonte: Terra, Exame, Anjos do Brasil

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Entrevista com os executivos

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Análise das projeções financeiras e DREs e Balanços

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A B2L construiu gradativamente uma reputação em centenas de fundos nacionais e internacionais (de todos os portes), grandes empresas em expansão que possuem uma questão em comum: querem investir em bons negócios.

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