2016 jun TC Arte urbana: intervenções no espaço- Jucele Dorneles de Souza

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Arte Urbana: Intervenções no Espaço

Jucele Dorneles De Souza


UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL- ULBRA Canoas/ RS UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS Jucele Dorneles de Souza

Arte Urbana: Intervenções no Espaço

Canoas, 20 de junho de 2016.

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Jucele Dorneles de Souza

Arte Urbana: Intervenções no Espaço

Trabalho de Curso apresentado como pré-requisito parcial para obtenção de título acadêmico de Licenciada em Artes Visuais, pelo Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Luterana do Brasil, sob orientação da Dra.Prof.Rejane Reckziegel Ledur e Ms.Renato Garcia Santos.

Canoas, 20 de junho de 2016.

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Dedico este trabalho à Prof. Janaí Pedroso e aos meus pais Zenilda Teresa da Gama Dorneles de Souza e Sadi Lauto de Souza, e a minha irmã Gisele Souza de Oliveira que não só acreditaram no meu sonho como também sonharam junto, incentivando e acreditando no meu esforço e empenho para realização desta conquista.

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Agradeço à Dra.Prof. Rejane Reckziegel Ledur pelo incentivo e orientação nos estágios I, II e III, e ao Ms. Renato Garcia dos Santos pela orientação no estágio IV. E aos professores Ana Lúcia Beck, José Antônio Schenini Giuliano e Miguel Augusto Pinto Soares que fizeram parte do meu aprendizado na jornada acadêmica. Agradeço a Equipe Diretiva da Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco de Assis e em especial a Professora Rosecler Ruthner de Souza pelo acolhimento e apoio durante a Prática de Ensino. Também agradeço aos alunos do 9° ano do Ensino Fundamental-turma 91 pelo carinho e as experiências que me proporcionaram durante a prática docente. Enfim agradeço a Deus por ter vivido esta experiência de aprendizado gratificante.

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Resumo:

O trabalho foi desenvolvido a partir da pesquisa e aplicação do projeto de ensino “Arte Urbana: Intervenções no espaço”, desenvolvido a Prática de Ensino com alunos do 9° ano do Ensino Médio, na Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco de Assis. Localizasse na Rua Campinas, número 2020, no Bairro Mathias Velho, na Cidade de Canoas- RS. O tema desenvolvido foi “Arte Urbana: Intervenções no Espaço”, baseado em pesquisas sobre alguns artistas visuais como Regina Silveira, Alexandre Orion Criscuolo, Sérgio José Toniolo, Dione Martins. Este tema foi escolhido, através das observações silenciosas, pois os alunos em seus questionários demonstraram interesse em aprender sobre Arte Urbana, e também durante as suas aulas não eram utilizadas imagens artísticas. O objetivo foi valorizar e reconhecer a arte urbana como manifestação artística da contemporaneidade, identificando as diferentes formas de arte pública como: o grafite, o stencil, os stickers, a instalação e a intervenção, assim como oportunizar a criação de exercícios de arte urbana pelos alunos. A metodologia de ensino ocorreu através de atividades diferenciadas, com diferentes técnicas baseadas nos trabalhos dos artistas estudados, criando oportunidades para desenvolver a expressão e criação dos alunos. Ao fim da Prática de Ensino houve uma aprendizagem significativa dos alunos. Ao final do projeto, os alunos haviam compreendido a Arte Urbana como manifestação artística, como forma de expressão e interação da arte com o público, além de desenvolver a criatividade e o senso crítico.

Palavras - Chave: Arte Urbana. Intervenções. Manifestações.

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Sumário:

Introdução....................................................................................................pag.8 Capítulo 1. Reconhecimento do Espaço de Ensino...................................pag.13 1.2 Observações silenciosas no Ensino Fundamental...............................pag.16 1.3 Análises das observações....................................................................pag.24 1.4 Análises do questionário da professora:...............................................pag.25 1.5 Análise do questionários dos alunos................................................... pag.26 1.6 Motivos da escolha do tema de pesquisa em artes visuais.................pag.32 Capítulo 2. Arte Urbana: Intervenções no Espaço......................................Pag36 2. 1 O que é Arte Urbana?..........................................................................pag36 2.2. O que é Instalação?.............................................................................pag37 2. 3 O que é Intervenção?..........................................................................pag.40 2. 4 O que é Graffiti?..................................................................................pag.43 2.5 O que é Stencil?...................................................................................pag.49 2. 6 O que é Sticker?..................................................................................pag.59 Capítulo 3. Projeto e Prática de Ensino......................................................pag.65 Pratica de Ensino 1.....................................................................................pag.67 Pratica de Ensino 2....................................................................................pag.89 Pratica de Ensino.3................................................................................. pag.108 Pratica de Ensino 4..................................................................................pag.122 Pratica de Ensino 5................................................................................. pag.137 Pratica de Ensino 6...................................................................................pag.143 Pratica de Ensino7...................................................................................pag.155 Conclusão................................................................................................ pag.162 Bibliografia................................................................................................pag.175

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Introdução: Durante o trabalho de conclusão relatarei sobre a realização das observações silenciosas, e da Prática de Ensino ocorreram na Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco de Assis. Localizasse na Rua Campinas, número 2020, no Bairro Mathias Velho, na Cidade de Canoas- RS. No primeiro capitulo serão apresentados os dados gerais da escola ao qual escolhi para a realização dos Estágios e sobre as observações silenciosas realizadas nas turmas 91 (9° ano do Ensino Fundamental) e a turma 202 (2° ano do Ensino Médio). A escolha desta Escola ocorreu por dois fatores: Primeiro porque nesta Escola iniciei a minha trajetória escolar, aos seis anos de idade. Quando naquela época foi negada a vaga nas outras escolas próximas de casa, e esta 8


escola foi onde houve vaga. Apesar de haver estudado apenas dois anos nesta escola por ser longe de casa, tenho boas recordações, e quis voltar na Escola, não como só estudante, mas com um novo olhar e objetivos a trilhar. Segundo porque a Escola localiza- se no caminho de casa para o meu trabalho. Então optei por realizar os estágios no turno da manhã, pois após iria para o trabalho. Antes de iniciar o estágio de observações silenciosas no primeiro semestre de 2015 fui visitar a Escola por várias vezes, e quando retornei, no segundo semestre de 2015, para o estágio de Prática de Ensino, novamente fui várias vezes a escola até que tudo se resolvesse, e entregasse os documentos na Secretária de Educação (27º CRE). Mas posso afirmar que fui bem recepcionada pela Equipe Diretiva da Escola. No capítulo dois será abordado o tema de pesquisa: Arte Urbana: Intervenções no Espaço. Esta escolha nasceu no estágio de observações silenciosas, pois através destas observações realizadas possibilitou conhecer a turma, dando a mim alguns motivos para realização deste projeto. Primeiro acreditei que seria um tema interessante para os alunos por ser um público jovem, pois os jovens gostam de expor suas opiniões, e a Arte Urbana não só expressa os sentimentos e opiniões do artista como também proporciona outras opiniões e criticas, para o público que transita pelas ruas. Também queria desenvolver a criatividade e o senso critico dos alunos. Segundo, devido a duas perguntas que, nos questionários, realizados durante as observações silenciosas, os alunos responderam: “Quais são as linguagens artísticas que você conhece?” Respostas: Desenho e grafite. (Foram as mais citadas). “O que você gostaria de aprender nas aulas de arte?” Respostas: Desenho, escultura e pintura com tinta. (Foram as mais citadas). Já que o desenho foi o mais citado, como resposta de ambas as perguntas, conclui que mesmo fazendo desenhos nas aulas de arte, os alunos 9


tinham interesse em desenvolver mais a habilidade do desenho. Já que o graffiti, era uma linguagem artística da Arte Urbana conhecida pelos alunos, acreditei que haveriam de se interessar pelo tema da Arte Urbana. Além disso, o tema Arte Urbana deveria propor uma aprendizagem nova aos alunos nas aulas de arte, já que isto não havia sido trabalhado pela professora titular. Outro motivo é que os alunos não trabalhavam com imagens de artistas, somente com imagens de Xerox de personagens de desenhos e de animes. Durante Projeto de Ensino Arte Urbana: Intervenções no Espaço, trabalharemos diferentes técnicas, na linguagem Artística da Arte Urbana como: stencil, stickers e intervenções. Também serão trabalhadas produções de artistas brasileiros como: Regina Silveira, Alexandre Orion Criscuolo, Sérgio José Toniolo, Dione Martins. De Regina Silveira, serão apresentadas intervenções feitas na cidade de São Paulo, onde ocorre à interação do público que transita na cidade. Do artista Alexandre Orion Criscuolo, será mostrado o projeto Metabiótica no qual ele realiza uma intervenção urbana na qual mescla o estêncil (técnica de grafite), a fotografia e os milhares de transeuntes que circulam pela cidade. Os artistas Dione Martins e Sérgio José Toniolo, ambos gaúchos, que trabalham com stickers, que são adesivos para serem colados em portas, placas de trânsitos, sinaleiras, etc..., e tem o objetivo de deixar sua mensagem desenvolver criticas sociais para os passantes das ruas das cidades. Realizei os Estágios de Prática de Ensino nas duas turmas as quais eu havia observado durante o primeiro semestre de 2015, estas sendo a turma 91 (9° ano do Ensino Fundamental) e a turma 202 (2° ano do Ensino Médio). A Prática de Ensino realizada na turma 91, o 9°ano do Ensino Fundamental, ocorreu no turno da manhã na terça-feira, no segundo e terceiro períodos. O turno da manhã iniciava às 07: 30 min., o que me possibilitou a organização dos recursos a serem utilizados durante a aula. Já o segundo período tinha início às 08: 20 min. Apesar de ser o segundo período, os alunos chegavam sempre nos horários e dispostos nas aulas, que tinha seu fim às 10: 10


00 hora para o intervalo. A disposição e a participação dos alunos facilitava o rendimento da aula, além de serem dois períodos juntos. Era uma turma de 33 alunos com faixa etária de 13 anos a 19 anos de idade, tendo a maioria 14 anos de idade. Já na Prática de Ensino realizada na turma 202, o 2°ano do Ensino Médio, também ocorreriam no turno da manhã na terça-feira, porém sexto período que era o ultimo da manhã, iniciando às 11: 10 min. e finalizando às 12: 50 min. Apesar dos recursos estarem organizados para a aula, assim como a do Ensino Fundamental, tinha um período apenas, e este não era tão produtivo, pois os alunos não eram participativos. Era uma turma de 35 alunos com faixa etária de 16 anos a 32 anos de idade, tendo a maioria 17anos de idade. Somente durante a sexta aula na Prática de Ensino, é que percebi porque os alunos saiam antes do horário do fim da aula, e não participavam. Estes alunos, por a maioria trabalhar após aula, saiam antes do término, pois necessitavam almoçar na escola e de conduções para chegar ao trabalho, e tinham o habito de apresentar a professora titular as atividades anteriormente solicitadas. Isto dificultou o rendimento dos alunos, mas apesar disso alguns alunos ainda participaram, e de certa forma me surpreenderam, pois houve uma combinação de que continuariam a sair mais cedo, mas teriam que trabalhar em sala de aula, sem levar para casa, pois assim eu teria como avaliá-los. Se não fizessem o combinado teriam que fazer novas atividades e apresentar a professora titular. No decorrer do capítulo três irei expor, de modo mais detalhado, minha experiência na turma 91 (9° ano do Ensino Fundamental). Isto porque acredito que o desenvolvimento do projeto Arte Urbana: Intervenções no Espaço com os alunos do Ensino Fundamental foi mais interessante, pois os alunos mostraram-se mais participativos em sala com realização das atividades e explicações e também demonstrando mais interesse em fazer os trabalhos solicitados durante a semana e participativos em relação às postagens no grupo do facebook, criado nas redes sociais, e porque durante o projeto foram adquirindo outra visão sobre o projeto Arte Urbana: Intervenções no Espaço, observando que a arte tem significado para quem fez e para quem as observa.

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CAPÍTULO 1: RECONHECIMENTO DO ESPAÇO DE ENSINO. E que também a arte é uma maneira de expressar-se e sendo uma forma de interagir com o público que passa pelas ruas da cidade. Ou seja, o Ensino Fundamental mostrou-se mais empenho, dedicação e compreensão pelo projeto abordado. E finalizando na conclusão relatarei a aprendizagem dos alunos, mas também a minha aprendizagem como futura professora de artes.

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Capítulo 1. Reconhecimento do Espaço de Ensino

1.1Dados gerais da Escola observada:

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Foto da Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco de Assis (Fonte: facebook E.E.E.M. São Francisco de Assis – Canoas).

A Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco de Assis ao qual foi realizada as observações silenciosas localizasse na Rua Campinas, número 2020, no Bairro Mathias Velho, na Cidade de Canoas- RS. A Escola possui em seu espaço físico 23 salas de aulas temáticas, sala de diretoria, sala de professores, sala da secretaria, laboratório de informática, laboratório de ciências, sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado (AEE), dependências e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, banheiro adequado a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, banheiro dentro do prédio, banheiro adequado à educação infantil, banheiro com chuveiro, quadra de esportes coberta, pátio descoberto, parque infantil, área verde, cozinha, refeitório, biblioteca, sala de vídeo, despensa, almoxarifado. Sendo que esta escola funciona durante os três turnos, manhã, tarde e noite. Possui Ensino Fundamental, Ensino Médio. Quando fui visitar a Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco de Assis observei que o corredor ao qual dava acesso para a sala de artes 14


possuía desenhos em suas paredes ao qual não possuíam temáticas, mas eram diversos, com muitos personagens da Disney, outros de jogos e frases.

Imagem da parede pintada do corredor localizada próxima à porta da sala de Artes. (Fonte: Dorneles, Jucele)

O que me chamou atenção de primeiro momento foi que a Escola tem uma nova metodologia, onde há salas temáticas de acordo com a disciplina do professor, e os alunos que se deslocam até essas salas de aula. A sala de artes na escola esta decorada com CDs, discos de vinis e também com muitas colagens em seus tijolos sendo cada diferenciado dos outros, onde depois a professora Rosecler relatou-me que foi feito pelos alunos.

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Imagem da estrutura da sala de Artes e sua decoração. (Fonte: Dorneles, Jucele)

Sendo uma sala bem estruturada com duas pias, um micro-ondas, um bebedouro, uma cafeteira, uma televisão e um aparelho de DVD, um rádio, dois armários onde há materiais da professora e também materiais de empréstimo para os alunos. Sendo estes materiais lápis de cor, réguas, revistas, jogos pedagógicos, e ursos de pelúcias.

Imagem da estrutura da sala de Artes e sua decoração e materiais de empréstimo. (Fonte: Dorneles, Jucele)

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1.2 Observações silenciosas no Ensino Fundamental:

Primeira Observação Silenciosa Data: 13/04/2015. Turma: 91- 9º Ano do Ensino Fundamental. 1° período horário: 07h45min min. à 08h30min min.

Quando cheguei à escola fui bem recebida pela Vice Diretora Jacira, que me acompanhou até a sala de Artes. Ao entrar na sala conversei com a professora Rosecler ao qual me recebeu gentilmente e pediu-me que escolhesse um lugar para que me colocasse para observações silenciosas. Os alunos já estavam em sala de aula e não demonstraram nem uma reação a minha chegada.Os alunos teriam dois períodos semanais de Artes, na segunda-feira o primeiro período e na terça-feira o quarto período de 45 minutos cada período. Então conversei com a professora Rosecler da possibilidade apenas de observar um período por semana, pois não teria disponibilidade do meu local de trabalho liberar-me duas vezes por semana. A professora relatou que não haveria problema, pois ela daria a atividade na segunda-feira e na outra aula terça-feira iria continuar a mesma atividade. Logo que após me colocar ao fundo da sala a professora realizou a chamada que possui 32 alunos, e solicitou aos alunos que não cheguem após o segundo sinal para que não fiquem com falta. E depois solicitou os cadernos para ver a atividade anterior ao qual seria pintura livre com tempera. A professora explica que a aula será de desenho livre. Enquanto passa aos alunos que estão sentados em grupos alguns saquinhos com muitos desenhos em Xerox, para que tirem ideias deste mesmo material ao qual ela disponibiliza.

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A professora liga o rádio, e também distribui a alguns alunos café e balas. Enquanto isso os alunos conversam, olham o celular e também trabalham. Sendo que alguns alunos fazem cópias destes desenhos apenas passando por cima do mesmo. Após dar o sinal do fim da aula, a professora solicita aos alunos que guardem o Xerox dentro dos saquinhos. A professora explica-me que os alunos vão até a sua sala de artes, porque a escola tem um sistema novo ao qual todas as salas são temáticas, ou seja, cada professor possui sua sala destinada a sua disciplina de atuação e os alunos se dirigem a ela respeitando os horários. O próximo período da turma 91 seria Ciências. Também me relatou que esta nesta escola desde 1992, atuando na área de Artes e que gosta de suas aulas com barulhos, e trabalha mais com técnicas de prática, porque não gosta de trabalhar com a história da arte.

Segunda Observação Silenciosa Data: 27/04/2015. 2° período horário: 08h30min min. à 09h15min min. Turma: 91- 9º Ano do Ensino Fundamental.

Quando cheguei à escola havia trocado o horário dos períodos, então como não sabia deste ocorrido entrei na sala e assisti também à aula da turma 72 da 7° série, que era o 1° período. E fiquei lá aguardando pelo 2° período que seria turma 91. Sendo que o horário dos períodos mudou para: 1° período Matemática, 2° período Educação Artística, 3° período Educação Física e o 4° período também Educação Física.

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Os alunos chegam à sala agitados, mas logo se colocam em seus lugares. A professora aos alunos que coloquem na mesa dela os cadernos para que a mesma realize as avaliações. E comunica aos alunos que a capa do caderno irá valer 40pontos, quem não o tiver pronto, na outra semana irá valer 35 pontos. Enquanto realiza esta avaliação, distribui aos alunos jogos. Os alunos escutam o rádio ao qual a professora ligou e jogam UNO, e Xadrez enquanto ela faz a avaliação. Um aluno Samuel Guimarães, percebeu minha presença no fundo da sala, e faz perguntas diretamente a mim: -Quem eu sou? -Se irei observar o comportamento dos alunos? -Se eu irei falar ou só observar? -Se serão apenas as aulas de Artes? As minhas respostas foram apenas que sim, sem muitos detalhes. A professora desliga o rádio e realiza a chamada, e solicita atenção para falar dos trabalhos a serem avaliados: 1° trabalho: Colagem da capa; 2° trabalho: Dobradura; 3° trabalho: Desenho da Páscoa; 4° trabalho: Pintura livre com tinta tempera; 5° trabalho: Desenho livre. E relata que ele tem até aqui 65 pontos, quem entregou todos os trabalhos, quem não trouxe poderá mostrar amanhã no primeiro período. E a professora distribui balas aos alunos que mostraram as atividades no caderno. Após o comunicado a professora volta a ligar o rádio, alguns alunos meninas e meninos dançam e cantam a música em inglês e também brincam de encenar. Os alunos guardam os jogos, organizam a sala de aula e se retiram antes do sinal tocar, às 09h30min minutos.

Terceira Observação Silenciosa Data: 04/05/2015. 19


2° período horário: 08h30min min. à 09h15min min. Turma: 91- 9º Ano do Ensino Médio. Cheguei à sala juntamente com alunos que aguardavam no corredor assim como eu, eles entraram na sala reclamando do frio, que queriam ficar no sol. Logo após a entrada dos alunos, eles se organizam em seus lugares. A professora realiza a chamada. Depois explica que a aula de hoje será pintura. Ela distribui aos alunos uma folha com o loro José. E relata aos alunos que não é porque ele é verde que deve ser pintado todo da cor verde. A professora diz que também vai pintar um.

Imagem do Xerox do Louro José que foi dado aos alunos em folha A4 para colorir. (Fonte: www.flickr.com)

Os alunos demonstram-se empolgados em pintar o desenho, mas conversam sem perturbar a aula. Enquanto isso a professora distribui balas a alguns alunos. Após liga o rádio, deixando no volume baixo. Os alunos estão sempre sentados dispostos em grupos na sala de aula. E é possível observar que o grupo sentado ao canto da sala próximo a professora são alunos que trabalham em silêncio com interesse, o grupo de alunos localizado ao meio da sala também estão concentrados na atividade, e o outro grupo de alunos que estão sentados no outro canto da sala próximos à 20


porta trabalham mais estão empolgados em conversar sobre o Jogo do Grenal que ocorreu no Domingo. E alguns alunos jogam Xadrez. A esses alunos que jogam Xadrez a professora chama atenção, diz a eles que não ganharam café, e que o momento não é para jogar e sim para trabalhar. Também diz aos alunos que não precisam ter presa para pintar o desenho, já que poderão terminá-lo amanhã no primeiro período. Durante a aula perguntei a professora se as pinturas feitas ao corredor seriam dos alunos. Então ela levou-me até o corredor para mostrar-me os trabalhos dos alunos. A professora relatou-me que os trabalhos foram feitos pelos alunos com sua supervisão, e a escola havia doado um galão de tinta PVA. E só depois de terem visto a realização do trabalho dos alunos e a professora é que forneceram mais um galão de tinta. Mas segundo a Professora a principio o projeto começou para pintar a biblioteca. Então foi feito o trabalho no corredor da biblioteca, enquanto a professora estava de licença, pois havia feito uma cirurgia na mão. Quando retornou a escola pediu aos alunos que fizessem pinturas no corredor de sua sala, após o projeto expandiu-se para todo o corredor. E no momento estão com um projeto para desenvolver essas pinturas no saguão da escola, no ginásio e também na parte do andar de cima na escola. Após o sinal tocou e os alunos saíram da sala.

Quarta Observação Silenciosa Data: 11/05/2015. 2° período horário: 08h30min min. à 09h15min min. Turma: 91- 9º Ano do Ensino Fundamental.

Hoje quando cheguei à escola, os alunos aguardavam no pátio da escola e estava chovendo, isso ocorreu porque a pessoa responsável para abrir o portão estava hospitalizada. Então o problema foi resolvido pelo guarda da escola. E o portão foi aberto às 08 horas e 05 minutos. 21


O segundo período inicia às 08 horas 30 mininutos, devido ao ocorrido a professora não deu aula aos alunos do primeiro período, apenas realizou a chamada e pediu que esperassem ali para não aguardarem o próximo período na chuva. Após o sinal os alunos saíram da sala e dirigiram se a sua próxima aula. E entraram na sala os alunos da turma 91, já se organizando em seus lugares, enquanto a professora conversa com outros alunos sobre a possibilidade de criar uma sala de jogos para aula de educação física para esses dias de chuva. Logo após os alunos se retiram. Antes de aula se iniciar, os alunos Luís Henrique e Thaís jogam Xadrez, e outro grupo joga UNO. A professora realiza a chamada, após solicita que peguem seus cadernos para realizara a atividade que será um desenho transformado. Explicando que ira disponibilizar os saquinhos com os seus imagens de seus xerox, e solicita para escolherem o desenho e façam a cabeça de um, corpo de outro ou acrescentem elementos novos nos desenhos. E pede àqueles alunos que já tem o desenho do louro José pintado que mostre a ela. Um aluno pede a professora que lhe empreste uma folha de ofício, pois relata ter esquecido seu caderno em casa. A professora providencia a folha de oficio para que realize sua atividade proposta. Os alunos começam visualizando os xerox e escolhendo quais desenhos irão realizar. Enquanto isso a professora liga o rádio. A aluna Thaís que perde no jogo de xadrez, vai jogar UNO, e o aluno Thaylor que observava o jogo de xadrez, agora joga com o aluno Luís Henrique. A professora chama atenção da aluna Thaís, dizendo: “Tu tá pulando de jogo em jogo.” E aluna diz: “É que eu estou perdendo”. Depois a professora distribui balas a alguns alunos. Após um aluno pergunta a professora, por que a escola não abriu no horário? A professora responde: “Não sei, a pessoa que tinha que abrir não veio hoje. Não sei, não sou mais vice-diretora”.

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Os alunos que estão interessados fazem a atividade, mas é possível observar que alguns alunos apenas passam por cima do desenho, juntando vários em um. Ao terminar a aula a professora solicita aos alunos que guardem os desenhos nos saquinhos, os mesmos organizam tudo. Aqueles alunos que estavam jogando, não realizaram a atividade proposta. Os alunos saem após a ordem da professora.

Quinta Observação Silenciosa Data: 18/05/2015. 2° período horário: 08h30min min. à 09h15min min. Turma: 91- 9º Ano do Ensino Fundamental.

Quando cheguei à sala, conversei a professora sobre a aplicação do questionário para os alunos e que tem um para a professora também. Já deixando o dela para a sua realização. E também me pediu para ver o questionário dos alunos para não ficar na expectativa. Logo após os alunos chegam agitados, mas vão organizando-se em seus lugares e se acalmando. Após a professora solicita aos alunos que deixem os cadernos em cima de sua mesa para realização da avaliação. E relata aos alunos que a pontuação é de noventa e cinco pontos referentes aos trabalhos e que cinco pontos são qualitativos. Sendo que quem entregou todos os trabalhos em dia terá os cinco pontos, mas quem não entrega em dia terá apenas três pontos. Depois a professora distribui aos alunos balas. A professora faz uma pequena pausa no rádio para a realização da chamada. Enquanto isso alguns alunos jogam xadrez e UNO, pois a ela havia liberado, já que faria a avaliação. E alguns alunos organizam seu caderno antes de mostrara a professora. Depois a professora pede silêncio aos alunos para dizer suas notas pelos números da chamada. E também diz aos alunos: ”vocês sabem os trabalhos que faltam ainda tem como melhorar, mas essa semana fecho as notas, então só na próxima”.

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Após a professora devolve os cadernos e trabalhos. E quando toca o sinal, os alunos se retiram da sala de aula.

Sexta Observação Silenciosa Data: 25/05/2015. 2° período horário: 08h30min min. à 09h15min min. Turma: 91- 9º Ano do Ensino Fundamental.

Os alunos chegam a sala de aula, logo após a professora pede silêncio aos alunos e realiza a chamada. Após apresenta-me a eles como futura professora de artes, e relata que estou ali para desenvolver um trabalho para minha formação. Que estava ali para observar as aulas, e que precisava que respondesse a algumas perguntas ao qual será parte do meu trabalho. E que depois voltarei para realizar em outro momento um trabalho com eles. Os

alunos

demonstraram

compreensíveis

e

responderam

ao

questionário após a sua distribuição, assim que terminaram já ia devolver a mim. Após a professora segue sua aula com desenho livre. Que será o primeiro trabalho do segundo trimestre. Enquanto isso a professora passa o novo horário de períodos no quadro. Alguns alunos copiam outros tiram foto de celular do novo horário. A professora solicita aos alunos que quem quer bala, traga o valor de RS 1,00 real, e que quer café traga o açúcar ou o café. Alguns alunos jogam UNO, ao invés de realizara atividade. E outros passam por cima daqueles desenhos disponibilizados pela professora. Após o sinal guardam o xerox nos saquinhos e saem da sala de aula.

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1.3 Análises das observações:

Ao observar as aulas da professora Rosecler foi possível perceber que ela não trabalha com a visualização de imagens de arte, apenas com xerox da internet desses desenhos da Disney e jogos. Temos atualmente as imagens presentes no nosso cotidiano através das mídias e meios tecnológicos de comunicação.

Mas em sala de aula as

imagens estão ausentes no cotidiano desses os alunos. Segundo Ana Mae Barbosa: “... a imagem não é usada nas aulas de arte. Eles lecionam arte sem a possibilidade de ver. É como ensinar a ler sem livros na sala de aula”. (A imagem no ensino da arte, pag.13) Sendo assim poucos alunos demonstraram em seus questionários conhecer algum artista plástico. E também demonstram não ter conhecimento da historia da arte. Porque a professora havia relatado que não gostava de ensinar a história da arte aos seus alunos. “A história da arte ajuda as crianças a entender algo do lugar e tempo nos quais as obras de arte são situadas. Nenhuma forma de arte existe no vácuo: parte do significado de qualquer obra depende do entendimento de seu contexto. A estética esclarece as bases teóricas para julgar a qualidade do que é visto.” ( Ana Mae Barbosa, A imagem no ensino da arte, pag. 38)

Pode observar que há certa resistência da professora em ensinar algo novo, de buscar imagens para trazer um novo conhecimento. Ela distribuiu sempre aos alunos, uns saquinhos com xerox para tirarem suas ideias deste material. Acontece que os alunos realizam a cópia deste mesmo apenas passando por cima da folha xerocada. Segundo Roger: “A aprendizagem que envolve mudança na organização do eu na percepção de si mesmo – é ameaçadora e tendia a suscitar resistência.” (Desenvolvimento da aprendizagem).

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Com essa aula baseada em desenhos livres com inspirações em Xerox os alunos os copiam, mas não aprendem nada sobre artistas, sobre história da arte, não frequentam exposições, ou mesmo desenvolvem a criatividade porque não lhe foi oportunizada. Segundo Rogers: ”A aprendizagem significante ocorre quando a matéria de ensino é percebida pelo aluno como relevante para seus objetivos.” (Desenvolvimento da aprendizagem). Pode se observar que para esses alunos eles fazem o solicitado porque vale nota, não porque estão interessados. Pois eles não desenvolvem nada de novo nas suas aulas, apenas há cópia. Quando na verdade a arte deveria estimular a criatividade e participação individual e coletiva. Segundo Ana Mae Barbosa: “A cópia diz respeito ao aprimoramento técnico, sem transformação, sem interpretação. Já na releitura há transformação, interpretação, criação com base num referencial, num texto que pode estar explicito ou implícito na obra final. Aqui o que se busca é a criação e não a reprodução”. (A imagem no ensino da arte pag.XXIX)

1.4 Análises do Questionário da Professora:

A professora Rosecler é formada em Belas Artes, mas não tem o hábito de frequentar exposições ou cursos de formação. Relata em seu questionário trabalhar com os alunos procurando desenvolver a observação e a criatividade. Não aponta qual o plano para o semestre, só relata ser um plano diferenciado, trabalhando mais com as técnicas prática e não utilizando a teoria para dar aula. Mas relata que os conteúdos a serem trabalhados em sala são para desenvolver as habilidades como observação, atenção, percepção, criatividade e etc. Ela relata que a escola oportuniza visitações as exposições, mas não cita quais são essas exposições. A escola oferece recursos de uso comum como: lápis, lápis de cor, tesoura, cola, têmperas, pincéis, cartolina, papeis coloridos, réguas e etc. 26


Relata que os alunos já aprenderam sobre algumas linguagens artísticas como: desenho, pintura, colagem e recorte. Para que a mesma desperte o interesse dos alunos em sua aula ela procura se envolver com trabalho que vai desenvolver com os alunos. E procura avaliar os alunos pelo capricho apresentado e a pontualidade na entrega dos trabalhos realizados.

1.5 Analises dos questionários dos Alunos:

A professora Rosecler é formada em Belas Artes, mas não tem o hábito de frequentar exposições ou cursos de formação. Relata em seu questionário trabalhar com os alunos procurando desenvolver a observação e a criatividade. Não aponta qual o plano para o semestre, só relata ser um plano diferenciado, trabalhando mais com as técnicas prática e não utilizando a teoria para dar aula. Mas relata que os conteúdos a serem trabalhados em sala são para desenvolver as habilidades como observação, atenção, percepção, criatividade e etc. Ela relata que a escola oportuniza visitações as exposições, mas não cita quais são essas exposições. A escola oferece recursos de uso comum como: lápis, lápis de cor, tesoura, cola, têmperas, pincéis, cartolina, papeis coloridos, réguas e etc. Relata que os alunos já aprenderam sobre algumas linguagens artísticas como: desenho, pintura, colagem e recorte. Para que a mesma desperte o interesse dos alunos em sua aula ela procura se envolver com trabalho que vai desenvolver com os alunos. E procura avaliar os alunos pelo capricho apresentado e a pontualidade na entrega dos trabalhos realizados.

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Alunos do 9Âş Ano do Ensino Fundamental:

52 % meninos 48% meninas

1. VocĂŞ gosta das aulas de artes:

93% sim 7% mais ou menos

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3. Você costuma frequentar locais com exposições de arte?

85% não 15% sim

2. Você considera a arte importante na sua vida?

93 % sim 22 % não 11 % branco

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4. Você conhece ou sabe o nome de algum artista plástico que pinta quadros, desenha ou faz esculturas?

52% não 41% sim 7% branco

De 41% que conhecem artístas plásticos citam:

26% Leonardo Da Vinci 15% Pablo Picasso

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5. Você considera importante estudar a história da arte e conhecer obras artisticas?

82% sim 11% não 7% branco

6.Quais são as linguagens artisticas que você conhece? 96% desenho 88% grafite 85% artesanato 81% mosaico, recorte e colagem

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Quais são as linguagens aristicas que você conhece?

77% escultura 74% pintura e fotografia 44% gravura 40% cerâmica

Quais são as linguagens artisticas que você conhece?

33% cópia de modelo 7% instalação

32


7.O que você gostária de aprender nas aulas de arte? 25% desenho

18% escultura

!!% pintura com tinta

7% fotografia,grafite, artesanato

1.6 Motivos da escolha do tema de pesquisa em artes visuais

A escolha da temática sobre as manifestações artísticas na Arte Urbana surgiu a partir do estágio de observações silenciosas. Estas observações que foram realizadas possibilitaram conhecer a turma, dando a mim muitos motivos para realização deste projeto. Primeiro acreditei que seria um tema interessante para os alunos por ser um público jovem, pois os jovens gostam de expor suas opiniões e Arte Urbana não só expressa os sentimentos e opiniões do artista como também proporciona outras opiniões e criticas, para o público que transita pelas ruas. Também queria desenvolver a criatividade, o senso critico dos alunos. Segundo, devido a duas perguntas que, nos questionários, os alunos haviam respondido: “Quais são as linguagens artísticas que você conhece?” Respostas: Desenho e grafite. (Foram as mais citadas). “O que você gostaria de aprender nas aulas de arte?”

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Respostas: Desenho, escultura e pintura com tinta. (Foram as mais citadas). Já que o desenho foi o mais citado, como resposta de ambas as perguntas, conclui que mesmo fazendo desenhos nas aulas de arte tinham interesse em desenvolver mais a habilidade do desenho. E o graffiti sendo uma linguagem artística da Arte Urbana conhecida pelos alunos, acreditei que haveriam de se interessar pelo tema da Arte Urbana, e que também, ao desenvolver o tema nas aulas, poderia trabalhar com tinta como os alunos desejavam. Terceiro porque a professora relata, no questionário, que trabalhou linguagens artísticas como: desenho, pintura, recorte e colagem, ou seja, o tema escolhido sobre Arte Urbana deveria propor uma aprendizagem nova aos alunos nas aulas de arte, já que isto não havia sido trabalhado por ela. Quarto motivo significativo é que pude perceber que os alunos não trabalhavam com imagens de artistas, somente com imagens de Xerox de personagens de desenhos e de animes, e queria fazer uma aula diferenciada, embora no primeiro estágio não soubesse como. Nas aulas observadas os alunos tinham disponíveis uns saquinhos com muitos desenhos de imagens xerocadas, estes mesmos deveriam ser utilizados para estimular a criatividade, mas o que de fato acontecia é que os alunos copiavam passando por cima estes desenhos de Xerox para seus cadernos de desenhos. Então pensei que deveria levar, aos alunos, situações diferenciadas que desenvolvessem a criatividade e a habilidade de criação desenhos. Justificando assim a importância da realização do projeto de ensino, devido à falta de conhecimento dos alunos sobre as linguagens técnicas de manifestações artísticas no espaço urbano, como expressão cultural da arte contemporânea. Pois pode observar que há necessidade de apresentar esse conhecimento aos alunos, porque em suas aulas não conhecem imagens de artistas e também só trabalham a linguagem artística do desenho em folhas A 4 e Xerox. A escola precisa, assim, acolher, criticar e colocar em contato diferentes saberes, diferentes manifestações culturais e diferentes óticas. A contemporaneidade requer culturas que se misturem e

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ressoem mutuamente, que convivam e se modifiquem. (Nelson de Luca Pretto. Educações e culturas: em busca de aproximações).

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Capítulo 2: Arte Urbana: Intervenções no Espaço.

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Capítulo 2. Arte Urbana: Intervenções no Espaço.

2. 1 O que é Arte Urbana?

A Arte Urbana caracteriza as práticas artísticas que ocorrem em espaços públicos das cidades. Entre as manifestações artísticas que acontecem nas ruas das cidades é possível encontrar intervenções, instalações, espetáculos e apresentações, graffiti e stickes. A Arte Urbana são manifestações de liberdade de expressão, com críticas sociais, reivindicando a autonomia da arte e a construção do coletivo. Na arte pública hoje, percebe-se a necessidade que o artista tem com encontro entre o público e o espaço. Este novo lugar de exposição que são as ruas das grandes cidades não exigem um público conhecedor da arte, mas sim um público leigo e ocasional. Sendo a proposta do artista é que este público ocasional venha a olhar, a observar, a interrogar, a admirar e a se emocionar com essas manifestações artísticas no espaço urbano das cidades. Portanto a interação com obra se da através da abertura deste público, e não simplesmente do fato da abra não estar exposta no museu e sim em um espaço público. “Segundo Blanca Brites:” Assim dizemos que a Arte Pública atual, não é a arte retirada do museu e colocada em um espaço público, mas exige uma outra postura do artista e também do observador.(Simpósio:Arte pública e espaço urbano,pag. 33).

Street art, graffiti e intervenções urbanas são algumas maneiras de nomear as manifestações artísticas que acontecem nas ruas das grandes cidades. Embora o graffiti tenha surgido na década de 70, estas intervenções urbanas cresceram na década de 90, sendo que na virada do milênio o graffiti explodiu.

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Artistas e designers, amadores e profissionais passaram a usar as ruas para se expressar com as mais variadas técnicas e estilos, através de cartazes, adesivos, sticker, stencil, e sprays do graffiti. Mesmo com toda esta expansão da arte urbana, ela ainda é vista como um ato de vandalismo, que causa poluição visual, e também é vista como algo ilegal. Mas apesar disso a arte urbana tem ganhado seu espaço nas ruas e tem sido explorada comercialmente, e segue forte com o surgimento de novos artistas e com trabalhos cada vez mais instigantes, sendo incorporada na arte contemporânea. Segundo Carlos Augusto Cabral Arouca: “Ainda que alguns considerem mera poluição visual e vandalismo, trata-se inegavelmente de uma forte expressão artística contemporânea que tem a cidade como suporte, como se fosse uma grande tela coletiva, em que são questionados os padrões dominantes da cultura.” (Arte na escola: Como estimular um olhar curioso e investigativo nos alunos dos anos finais do ensino fundamental, pag.64)

2.2. O que é Instalação?

A instalação é uma manifestação artística que surgiu no século XX e no inicio do século XXI. Incorpora várias linguagens como vídeos, filmes, esculturas, performances, computação gráfica e o universo virtual, fazem com que o público se surpreenda e participe da obra de forma mais ativa, pois ele é o objeto último da própria obra, sem a presença do qual a mesma não existiria em sua plenitude. Ou seja, a Instalação é uma arte organizada no tempo e no espaço, que só passa a existir a partir da interação com o público. Como por exemplo o trabalho da artista Ana Flávia Baldisserrotto, que chama se Armazém de Histórias Ambulantes. Este projeto é comércio itinerante em atividade nas ruas da cidade de Porto Alegre desde 2007.

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Atualmente esta localizado na Parque Farroupilha, quinzenalmente, sempre as quartas-feiras, das 14h às 18h, nas proximidades do largo central. Esta instalação tem sua proposta de venda de fotografias que não deram certo e escritos de gaveta. Como particularidade deste comércio, a moeda necessária para adquirir o item desejado é a disposição do comprador de contar uma história ao vendedor(a) de plantão, podendo ser contada qualquer tipo de histórias: histórias vividas, inventadas, alegres ou tristes, engraçadas ou trágicas, lidas, sonhadas ou escutadas, histórias sem começo, histórias sem fim, histórias boas ou ruins, aceitando o pagamento com narrativa oral ou escrita, para maior conveniência do freguês.

Artista Ana Flávia Baldisserotto Fonte: WWW.atelierlivre. Wordpress.com

Carrocinha do “Armazém de Histórias ambulantes” Fonte: WWW.atelierlivre. Wordpress.com

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Imagem de fotografias que não deram certo, são transformadas em cartões postais. Fonte: WWW.atelierlivre. Wordpress.com

Imagens dos primeiros escritos de gaveta, que são a inspiração para uma nova linha de produtos. Fonte: WWW.atelierlivre. Wordpress.com

Escritos de gavetas, já embalados e etiquetados para a venda. Fonte: WWW.atelierlivre. Wordpress.com

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2. 3 O que é Intervenção?

A intervenção é uma manifestação artística que acontece no meio urbano. Sendo esta intervenção uma interação entre o objeto artístico existente e o espaço público ao qual esta inserida, procurando aproximar a arte com o cenário urbano e o público.

Como por exemplo a mosca da artista plástica

Regina Silveira, a sua mosca gigantesca era reproduzida através de um projetor em prédios importantes da cidade.

A Mosca de Regina Silveira. Fonte: WWW.atelierlivre. Wordpress.com

Imagem da obra TRANSIT - a mosca varejeira que voa pelas ruas de São Paulo visitando diversos pontos da cidade, carrega em sua luminosidade uma incomoda e humorada simbologia, conforme citado na página 199, no catálogo Rede de Tensão Bienal 50 anos de 2001. A Mosca faz parte da exposição Bienal: os primeiros 50 anos, que ocorreu em 2001 em São Paulo. Sendo projetada fora do espaço do Museu, o inseto cumpre função de Arte extramuros, operando no cotidiano do trânsito, imprimindo a ação de percorrer a cidade, como um signo de deterioração.

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O Super- X de Regina Silveira. Fonte: WWW.artnexus.com

Este Super-Herói de Regina Silveira, da obra -SUPER – HERÓI (NIGHT AND DAY) 1997, foi projetado na Avenida Paulista, porque, segundo ela, este lugar é onde se concentra companhias, empresas e o dinheiro, o poder, indicando um signo de transformação.

Artista Regina Silveira. Fonte: WWW.artnexus.com

Regina Silveira (Porto Alegre, 18 de janeiro de 1939) é uma artista plástica e arte-educadora brasileira. Iniciou sua formação em Porto Alegre, tendo se formado no Instituto de Artes da UFRGS em 1959. Estudou pintura e gravura com Iberê

Camargo e

estabeleceu

com

ele

duradoura

convivência. Começou a trabalhar como ilustradora e pintora e chegou à fazer xilogravuras com pacientes do Hospital Psiquiátrico de Porto Alegre, de onde surgiu uma de suas primeiras séries, "As Loucas". Surgem viagens para a 42


Europa, onde entrou em contato com a arte conceitual. Neste período casa-se com o artista conceitual espanhol Julio Plaza. Entre 1969 e 1973 o casal passou a lecionar na Universidade de Puerto Rico no Campus de Mayaguez para em seguida mudarem-se para São Paulo em 1974. A partir do convite de Walter

Zanini,

Regina

lecionou

na Fundação

Armando

Álvares

Penteado entre 1973 e 1985 e mais tarde na Universidade de São Paulo entre 1974 e 1994, e na pós-graduação da Universidade de São Paulo até meados do anos 2000. A artista realiza a intervenção da Mosca e o Super-X são personagens criados por Regina para dialogar com os sujeitos passantes, aqueles que jamais vão ao MASP, e com a imensidão de sinais luminosos de uma metrópole. A Mosca faz parte da exposição Bienal: os primeiros 50 anos, em cartaz em São Paulo, dentro de um segmento que revela a complexa relação da arte com um sistema de circulação de pessoas, energia e informação que é uma cidade. Signo de deterioração, de transformação, a Mosca vai sendo projetada por um equipamento em cima de uma camionete e interfere em diversos espaços de poder da cidade, conforme o desejo e o percurso afetivo de sua autora. Provoca diversas leituras, desde críticas até comemorativas. Regina recebe vários pedidos para projetar sua elegante e luminosa mosca varejeira. A artista Regina Silveira também tem outros trabalhos como:

Artista Regina Silveira. Fonte: WWW.artnexus.com

Nesta imagem da obra de Passeio Selvagem, de 2009, Regina passou por grandes cidades como São Paulo e Sevilha projetando no cenário urbano 43


(prédios, monumentos e fachadas) uma sequência de pegadas de animais que dialogam com a subjetividade e diversidade de valores. As pessoas tinham apenas uma fração de segundos para perceber que a projeção referia-se a uma arrancada de animais, que existem vários tipos de animais e que eles se chocam e atropelam em determinado momento.

Artista Regina Silveira. Fonte: WWW.artnexus.com

Esta obra UFO foi realizada em 2006, e o que sei é que se trata de um objeto não identificado o, que parece um disco voador. Ao projetar super-heróis, ufos, pegadas de insetos gigantes, a artista expõe tanto imagens de desejo, forjadas ao longo do século XX, ou seja, toda uma série de super-heróis redentores, como também brinca com a estética do sublime e do medo, explorando aquilo que Freud detectara tão bem em seu Totem e tabu: os demônios nada mais são do que projeções de medos normalmente não conscientes. 33 Assim, os insetos expressam sentimentos ligados ao amorfo e ao abjeto, são expressões daquilo que está na origem da cultura, na medida em que remetem a recalcamentos originários. São o avesso e a negação do simbólico. Já os superheróis seriam uma reversão dessa angústia: expressão do desejo de redenção. Essas imagens de super-heróis se tornaram parte da cultura moderna, da indústria cultural e, desde o pop, foram incorporadas ao “alto” circuito das artes. ( SILVA, 2011, p.155)

2. 3 O que é Graffiti?

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O grafite contemporâneo consiste em uma forma de manifestação artística em ruas e espaços públicos. A definição mais popular diz que o grafite é um tipo de desenho feito com spray que exprime ideias e modifica a paisagem urbana. Os Grafiteiros Os Gêmeos:

Os Gêmeos Otávio e Gustavo Pandolfo Fonte: WWW.artnexus.com

Os gêmeos idênticos Gustavo e Otávio Pandolfo são referência no grafite não só no Brasil, como no mundo, abordando temas como família e críticas sociais. Os irmãos começaram a grafitar pelas ruas de São Paulo em 1986 quando tinham apenas 12 anos de idade. Começaram a ter experiências com parcerias internacionais até que, em 2003, conseguiram a primeira exposição solo em São Francisco. Em 2005 foi a vez de Nova York e, após conquistarem o exterior, realizam sua primeira mostra no Brasil em 2006. Seus grafites estão espalhados por cidades dos EUA, Inglaterra, Alemanha, Grécia, Cuba e vários outros. Os irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo, nascidos em São Paulo em 1974, são os conhecidos grafiteiros Os Gêmeos. Desenhistas desde crianças, Os Gêmeos conheceram o movimento hiphop e logo depois o grafite. Atualmente são conhecidos mundialmente como ícones da street art brasileira, com personagens próprios, um elo entre a vanguarda e a cultura nacional.

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Os Gêmeos são os artistas brasileiros que estão entre os nomes mais importantes da cena de arte urbana contemporânea, encontraram em São Paulo um universo de expressão que moldou o seu estilo original e reconhecível dos irmãos. Os homens amarelos, que retratam o Nordeste com um olhar paulistano, já foi pintado em países como Estados Unidos, Espanha, Portugal, Grécia, Brasil e Chile. E em museus ao redor do mundo ao lado de Banksy, ROA, Space Invader e Shepard Fairey, além de homenagens a artistas falecidos, como Keith Haring entre outros países.

Muro localizado na Avenida 23 de Maio, São Paulo-SP

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Grafite dos Gêmeos Fonte: WWW.artnexus.com

Grafite dos Gêmeos no Castelo Kelburn, na Escócia. Fonte: WWW.artnexus.com

O grafiteiro Eduardo Kobra:

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Eduardo Kobra é um grafiteiro que emerge por volta de 1987, na periferia de São Paulo, e logo e espalha pela cidade. Ele desenvolve o projeto “Muros da memória” que busca transformar a paisagem urbana através da arte e resgatar a memória da cidade. Síntese do seu modo peculiar de criar, por meio do qual pinta, mas também adere, interfere e sobrepõe cenas e personagens das primeiras décadas do século XX, esse projeto é uma junção de nostalgia e modernidade, resultando em pinturas cenográficas, algumas monumentais. Através delas cria portais para saudosos momentos da cidade. Kobra apresenta obras ricas em traço, luz e sombra. O resultado é uma série de murais em várias cidades e também tem obras em outros países, como Inglaterra, França, Estados Unidos, Rússia, Grécia, Itália, Suécia e Polônia, que permitem ao público interagir com a obra. A ideia é estabelecer uma comparação entre o ar romântico e o clima de nostalgia, com a constante agitação característica dos grandes centros, como é São Paulo hoje.

Imagem do Artista Eduardo Kobra, retrata a Disney. Fonte: WWW, conexãocultural.org

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Artista Eduardo Kobra Fonte: g1. globo.com

Na imagem do muro com o Einstein em uma bicicleta em São Paulo, ele traz a questão da poluição em São Paulo para introduzir a bicicleta. Aqui tem uma placa na imagem que é um coração no caso: AMOR + EU = VOCÊ.

Artista Eduardo Kobra Fonte: WWW, conexãocultural.org

A Imagem acima foi grafitada em Nova Iorque em um muro da cidade. Esta imagem é um retrato que já havia sido fotografado em Nova Iorque e publicado em jornais na época, quando houve o fim da segunda guerra mundial. O Artista Eduardo Kobra utiliza as memórias da cidade para compor seus murais neste projeto “Muros da Memória”.

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2.4 O que é Stencil?

O stencil é uma técnica que é utilizada para obter desenhos ou ilustração que pode representar um número, letra, símbolo tipográfico ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstrata, através da aplicação de tinta, aerossol ou não, através do corte ou perfuração em papel ou acetato. Resultando em uma prancha com o preenchimento do desenho vazado por onde passará a tinta. O stencil obtido é usado para imprimir imagens sobre inúmeras superfícies, do cimento ao tecido de uma roupa. Como fazer um stencil? Primeiro passo fazer o desenho em uma folha de oficio, escolhendo se irá vazar o fundo ou as linhas do desenho. Segundo passo desenhar da folha de oficio para a lamina de raio x ou para o papelão. Terceiro passo perfurar a matriz de stencil com o estilete e recortá- lo com a tesoura. Quarto passo após o recorte colocá-lo em cima da superfície desejada, e colocar o spray nos espaços vazados, para formar o desenho. Esta técnica do stencil é muito utilizada nos desenhos de graffiti, assim como o trabalho do Artista Alexandre Orion Criscuolo, que se apropria desta técnica em seu trabalho Metabiótica.

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Artista Alexandre Orion Criscuolo. Fonte: WWW.alexandreorion.com

Alexandre Orion aproxima a ficção da realidade com o compromisso da casualidade. É um trabalho de intervenção urbana que mescla o stencil [técnica de grafite], a fotografia e os milhares de transeuntes que circulam pela cidade. Alexandre Orion Criscuolo (São Paulo SP 1978). Artista visual, fotógrafo e designer. Inicia como autodidata, em 1993, seu trabalho com grafite e arte pública, e em 2001, com fotografia. Em 2004, gradua-se em artes visuais pela Faculdade

Montessori

-

Famec,

São

Paulo.

Cria,

em

2002,

o

projeto Metabiótica. Onde este projeto tem como objetivo fazer desenhos de pinturas preto e branco nos muros da cidade em locais pensados para que depois flagrasse o público que por ali passasse interagindo com essas imagens. Sendo registradas em fotografias essas interações entre as figuras pintadas e as situações reais, que são o resultado final do trabalho. As fotografias da série Metabiótica são todas espontâneas, tudo aconteceu de verdade, mas esse diálogo entre pintura e fotografia pode dar uma sensação de desconforto, de que há uma montagem que não existiu. “Meus projetos surgem do pensamento, penso muito antes de começar algo. Em Metabiótica, tentei resolver grandes incômodos que tinha em relação ao grafite e à fotografia. Sempre me preocupou a ideia de o grafite ser egoísta, de usar o espaço público para expressar algo pessoal, e eu queria que ele fizesse parte da vida, queria que a cidade não fosse apenas o suporte, mas a plataforma. E na fotografia me aborrecia muito essa carga de verdade que ela tem essa ideia de que tudo que é fotográfico é real, existe ou existiu.”(ORION, 2010).

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Série fotográfica Metabiótica Fonte: WWW.alexandreorion.com

Série fotográfica Metabiótica Fonte: WWW.alexandreorion.com

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Série fotográfica Metabiótica Fonte: WWW.alexandreorion.com

Série fotográfica Metabiótica Fonte: WWW.alexandreorion.com

Série fotográfica Metabiótica Fonte:WWW.alexandreorion.com

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Série fotográfica Metabiótica Fonte: WWW.alexandreorion.com

Série fotográfica Metabiótica Fonte: WWW.alexandreorion.com

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Série fotográfica Metabiótica Fonte: WWW.alexandreorion.com

Série fotográfica Metabiótica Fonte: WWW.alexandreorion.com

Série fotográfica Metabiótica Fonte: WWW.alexandreorion.com

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Série fotográfica Metabiótica Fonte: WWW.alexandreorion.com

Série fotográfica Metabiótica Fonte: WWW.alexandreorion.com

O Artista Alexandre Orion também realiza outras intervenções Urbanas, como no seu projeto Ossário, na qual utiliza apenas panos para remover a fuligem impregnada nas paredes do Túnel Max Feffer, na cidade de São Paulo,

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criando imagens de caveiras humanas. Passando dezessete madrugadas removendo e limpando esta fuligem deixadas pelos meios de transporte.

Fotografia do Ossรกrio Fonte: www.cargocollectivo.com

Fotografia do Ossรกrio Fonte: www.cargocollectivo.com

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Fotografia do Ossário Fonte: www.cargocollectivo.com

Em outro projeto Poluição sobre Muro, o Artista Alexandre Orion utiliza a mesma fuligem, recolhida enquanto “limpava” as caveiras, agora como material para a pintura de murais. Na série, ele usa uma mistura do pó com tinta acrílica incolor para pintar grandes intervenções urbanas. A maior delas é “Apreensão”.

Imagem Apreensão 2014, do projeto Poluição sobre o Muro. Fonte: www.cargocollectivo.com

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A imagem criada pelo artista Alexandre Orion foi chamada de "Apreensão" e mostra uma criança que parece destruir casas, mas dependendo do ponto de vista, aparenta estar apenas brincando. A ideia foi mesmo criar uma composição cruzada, mas não antagônica, da brincadeira e destruição; da inocência e inconsequência; do fazer por querer e querer fazer. Outras imagens sobre o projeto: Poluição sobre Muro:

Imagem Crash Test 2012, do projeto Poluição sobre o Muro. Fonte: www.cargocollectivo.com

Imagem Meditação 2013, do projeto Poluição sobre o Muro. Fonte: www.cargocollectivo.com

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2. 5 O que é Sticker?

Os stickers são pequenos desenhos em adesivos que interagem com sinais de trânsito, portas, caixas de correio, postes, tudo que se possa fixar um adesivo acaba virando suporte. A forma mais comum de stickers é o chamado de free style, ou “estilo livre”. A praticidade dos stickers para interagir com o espaço público tem tornado essa forma de expressão cada vez mais comum nas grandes cidades.

Artista Dione Martins Fonte: zh.clicrbs.com.br

Como por exemplo, nas ruas de Porto Alegre, o sticker de Xadalu, pelo artista Dione Martins. Xadalu é o adesivo de um indizinho, geralmente preto e branco, mas há alguns coloridos, com olhos grandes e iluminados sem proporção com o resto do corpo e pena centralizada na cabeça forrada de cabelos negros. Martins diz que o desenho representa mais: é uma causa, uma lembrança dos povos indígenas brasileiros que foram quase dizimados. Seria “um protesto silencioso”. 60


Com o sucesso da figura, surgiram novos projetos. Há um da Zeppelin Filmes, sob o comando do diretor Tiago Bortolini de Castro, de fazer um documentário sobre o trabalho de Martins. Ele foi atraído para o projeto, que já tem um ano, pela convergência de assuntos do tema: arte de rua, Porto Alegre e questão indígena. Parte das imagens que será usada no filme foi gravada por Leandro Abreu, câmera que acompanha o artista filmando e fotografando pela cidade desde 2011. Abreu ajudou a espalhar o trabalho do amigo pela América Latina em 2013. Vindo de Alegrete para Porto Alegre aos 12 anos com a mãe e a avó, ambas faxineiras, o artista teve uma infância difícil. Foi pedreiro, trabalhou como gari e acabou aprendendo a arte da serigrafia, técnica usada na produção dos adesivos. Ele, então, se tornou um artista de rua, que conhece a rua e foi, de certo modo, abraçado por ela. Deu forma ao personagem que batizou de Xadalu e passou a colá-lo anonimamente pela cidade. Martins realiza cursos para aprimorar seu trabalho: são três técnicos (Publicidade e Propaganda, Colorimétrica, Designer Gráfico) e mais um da História da Arte, Desenho e Fotografia.

Xadalu na sinalização de Porto Alegre. Fonte: zh.clicrbs.com.br

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Xadalu no Centro de Porto Alegre Fonte: zh. clicrbs.com.br

Xadalu na Estação Rodoviária Fonte: zh.clicrbs.com.br

Imagem em placas de Canoas, próximo ao Café Imperial. Fonte: Dorneles, Jucele

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Imagem de Xadalu, em na Estação Canoas. Fonte: Dorneles, Jucele

Artista Sérgio José Toniolo:

Sérgio José Toniolo é um ex-policial Civil, que começa nos anos 70 nas sessões “Cartas dos Leitores” dos jornais da capital, onde desferia suas críticas à tudo e a todos. Tempos pacatos que não duraram muito. Após uma crítica a seu próprio chefe de polícia, Toniolo foi aposentado e suas cartas passaram a ser recusadas. Foram-se as folhas dos jornais, mas ainda restavam paredes, prédios e muros prontos para serem transformados em veículos de comunicação. Toniolo criou seu trabalho com sticker para desenvolver criticas sociais, para protestar na tragédia ocorrida na boate Kiss, e questionando a Justiça do Brasil. Em outros adesivos ele reivindica a Justiça do Brasil.

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Fonte: WWW.subsololoarte.com

A sociedade KISS dinheiro. A justiça KISS dinheiro. O Legislativo KISS dinheiro. Imagem dos adesivos espalhados por Porto Alegre e também na frente da boate Kiss em Santa Maria, onde ocorreram também pinturas no chão representando os 242 mortos daquela tragédia, para protestar que até os dias de hoje a Justiça não resolveu nada, diante do fato acontecido.

Fonte:WWW.subsololoarte.com

Imagem do adesivo do Toniolo das ruas de Porto Alegre protestando sobre STF é palhaço. O STF refere se ao Supremo Tribunal Feder

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CapĂ­tulo 3: Projeto e Pratica de Ensino

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Capítulo 3. Projeto e Prática de Ensino

3.1.1Dados Gerais do Projeto de Ensino:

3.1.1 Titulo: A arte urbana- intervenções no espaço. 3.1.2 Tema do projeto: Arte Urbana. 3.1.3 Justificativa: Justifica-se a importância da realização do projeto de ensino, com enfoque na arte urbana devido à presença destas manifestações artísticas no espaço urbano, como expressão cultural da arte contemporânea, que muitas vezes passam despercebidas pelos alunos. Pois pode observar que há necessidade de conhecer tal linguagem artística, já que em suas aulas não trabalham com a manifestação artística da arte urbana. 3.1.4 Objetivo Geral: Valorizar e reconhecer a arte urbana como manifestação artística da contemporaneidade, identificando as diferentes formas de arte pública como: o grafite, o stencil, os stickers, a instalação e a intervenção. Assim como também oportunizar a criação da arte urbana pelos alunos.

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3.2 Prática de Ensino

3.2.1 PLANEJAMENTO DE ENSINO 1° e 2° ENCONTRO Definição da Turma/Ano: 91/ 9º ano do ensino fundamental. Data: 22/09/2015. Horário: 08h20min min. até às 10 h. Tema da Aula: Arte Urbana.

Objetivos: Perceber a arte urbana como uma forma de manifestação artística da contemporaneidade. Identificar as diferentes formas de expressão da arte urbana. Pesquisar e observar espaços da cidade em que há a manifestação da arte urbana. Realizar um desenho sobre o que costuma e gosta de desenhar.

Conteúdos: Manifestações da Arte Urbana: grafite, stencil, stickers, instalações e intervenções. Arte Urbana na cidade.

Lista de Atividades: 1° Momento: Apresentação dos alunos e da professora. Solicitação de dados pessoais para criação de um grupo da turma no facebook. 2° Momento: Introdução do tema da Arte Urbana através de apresentação de power

point,

contextualizando

estas

produções

artísticas

na

contemporaneidade. 3°Momento: Instigar os alunos a pesquisar e fotografar os espaços da cidade em que percebem essas manifestações artísticas. 4° Momento: Propor aos alunos que façam desenhos, do que costumam desenhar. 67


Metodologia: Aula expositiva dialogada, apresentação de data show, pesquisa de campo.

Materiais e recursos a serem utilizados: Data show, pen drive, máquina fotográfica, celular e material de uso comum.

Avaliação: Através da participação e interesse do aluno nas discussões sobre o tema, assim como a interação do grupo com a professora.

Planejado: No início da aula irei me apresentar e explicar que no decorrer das próximas aulas iremos desenvolver um projeto de ensino sobre arte urbana. Em seguida solicitarei aos alunos que se apresentem também, dizendo o nome, a idade, onde moram e se desenvolvem alguma atividade artística. Após solicitarei que anotem seus dados de facebook em uma folha com o objetivo de criar um grupo de interação ao longo do projeto. Depois irei passar os slides trazendo o contexto do que é Arte Urbana, com imagens de grafite, stencil, stickers, instalações e intervenções. Explicarei que essas imagens irão trazer alguns trabalhos dos artistas como: Os Gêmeos Gustavo e Otávio Pandolfo, Eduardo Kobra (grafite), Alexandre Orion (stencil), Dione Martins e Sérgio Toniolo (stickers), Regina Silveira (intervenção), Ana Flávia Baldisserotto (instalação) que produzem arte urbana na atualidade. Explicarei que a arte urbana são manifestações artísticas com liberdade de expressão que ocorrem nas ruas das cidades. Estas produções artísticas interagem diretamente com o público que transita pelas ruas, podendo se manifestar de diferentes formas, como o grafite, o stencil, os stickers, a instalação e a intervenção. Perguntarei se eles conhecem ou já viram essas obras pela cidade e se eles conseguem diferenciar essas diferentes manifestações de arte. O grafite se caracteriza pelos desenhos feitos com sprays nas ruas e espaços públicos. Exprimindo assim suas ideias e interagindo com o público no espaço urbano, modificando a sua paisagem. Os grafiteiros Gêmeos Gustavo e Otávio Pandolfo são referencias no grafite no Brasil. Eles começaram a grafitar 68


ainda jovens aos doze anos de idade nas ruas de São Paulo. E hoje grafitam pelo mundo todo, apresentando temáticas como família e críticas sociais representadas pelos personagens próprios, como os homens amarelos que retratam a família nordestina com um olhar paulistano. Também o Grafiteiro Eduardo Kobra começou a grafitar os muros de São Paulo, depois passou a viajar grafitando outros estados do Brasil e também outros países. Com o projeto “Muros da Memória” o artista tem por objetivo transformar a paisagem com a arte e resgatar a memória da cidade. O stencil é uma técnica para aplicar os desenhos ou ilustrações nos muros da cidade. Estes desenhos são feitos em um papel mais grosso e após são recortados e perfurados. Neste papel vazado será aplicada a tinta ou sprays, sendo transmitido o desenho para o muro. Alexandre Orion é um artista visual, fotógrafo e designer. Inicia seu trabalho com o grafite, após com fotografia. E em 2002 cria seu projeto Metabiótica. Onde este projeto tem como objetivo fazer desenhos de pinturas preto e branco nos muros da cidade em locais pensados para que depois flagrasse o público que por ali passasse interagindo com essas imagens. Sendo registradas em fotografias essas interações entre as figuras pintadas e as situações reais, que são o resultado final dos trabalhos. As fotografias da série Metabiótica são todas espontâneas, tudo aconteceu de verdade, mas esse diálogo entre pintura e fotografia pode dar uma sensação de desconforto, de que há uma montagem que não existiu. Os stickers são desenhos em adesivos que podem ser feitos manualmente ou graficamente. Estes stickers são encontrados nas placas de trânsito, portas, caixas de correios, postes e etc, estando espalhados pelos espaços das cidades. Como por exemplo, nas ruas de Porto Alegre, podemos encontrar o sticker de Xadalu, criado pelo artista Dione Martins. Xadalu é o adesivo de um indizinho, geralmente preto e branco, mas há alguns coloridos, com olhos grandes e iluminados sem proporção com o resto do corpo e pena centralizada na cabeça forrada de cabelos negros. Em reportagem veiculada no jornal Zero Hora, Dione Martins diz que o desenho representa mais: é uma causa, uma lembrança dos povos indígenas brasileiros que foram quase dizimados. Seria “um protesto silencioso” (ZH, 24 de maio de 2014). 69


A instalação é uma manifestação artística organizada no tempo e no espaço, que só passa a existir a partir da interação do público com a mesma. Sendo que a instalação pode ser em várias linguagens artísticas como: vídeos, filmes, esculturas, performances, computação gráfica. Como exemplo de instalação temos o trabalho da artista gaúcha Ana Flávia Baldisserrotto, intitulado de Armazém de Histórias Ambulantes. Este projeto é um tipo de comércio itinerante em atividade desde 2007nas ruas da cidade de Porto Alegre. Atualmente o trabalho está localizado no Parque Farroupilha, ocorrendo quinzenalmente, sempre às quartas-feiras, das 14h às 18h, nas proximidades do largo central. Esta instalação tem como proposta a venda de fotografias que não deram certo e escritos de gaveta. Como particularidade deste comércio, a moeda necessária para adquirir o item desejado é a disposição do comprador de contar uma história ao vendedor (a) de plantão. Pode ser contado qualquer tipo de história: histórias vividas, inventadas, alegres ou tristes, engraçadas ou trágicas, lidas, sonhadas ou escutadas, histórias sem começo, histórias sem fim, histórias boas ou ruins. Aceitando como forma de pagamento uma narrativa oral ou escrita, para maior conveniência do freguês. A intervenção é uma manifestação artística que ocorre no espaço urbano. O objeto artístico intervém no espaço público onde ocorre à interação do público que transita na cidade. A intervenção da Mosca e o Super-X são personagens criados por Regina Silveira para dialogar com os sujeitos passantes, aqueles que jamais vão ao MASP, e com a imensidão de sinais luminosos de uma metrópole. A Mosca fez parte da exposição Bienal: os primeiros 50 anos, que ocorreu em São Paulo em 2001, dentro de um segmento que revela a complexa relação da arte com um sistema de circulação de pessoas, energia e informação que é uma cidade. Signo de deterioração, de transformação, a Mosca vai sendo projetada por um equipamento em cima de uma camionete e interfere em diversos espaços de poder da cidade, conforme o desejo e o percurso afetivo de sua autora. Provoca diversas leituras, desde críticas até comemorativas. Regina recebe vários pedidos para projetar sua elegante e luminosa mosca varejeira.

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Após essa explicação inicial da arte urbana, solicitarei que os alunos observem no decorrer da semana as manifestações artísticas que encontram nas ruas da cidade onde moram e as registrem por meio da fotografia. O objetivo é que essas imagens sejam compartilhadas no grupo de facebook pela turma. Explicarei que no decorrer das aulas iremos aprofundar cada uma dessas manifestações. Em seguida irei distribuir uma folha de ofício para cada aluno e solicitarei que desenhem aquelas imagens que geralmente costumam riscar nos cadernos, classes e outros lugares públicos como forma de expressão da sua individualidade. Que desenhos costumam fazer? O que esses rabiscos querem comunicar? Ao final, pedirei aos alunos que desejarem que mostrem seus desenhos para a turma. Recolherei os trabalhos e reforçarei o pedido de observarem as formas de arte presentes nas ruas da cidade.

Realizado:

Cheguei à escola um período anterior ao que estaria em sala de aula para a organização dos materiais disponíveis da sala de vídeo para apresentação de power point. Antes de deslocar-me a sala de vídeo, dirigi-me a sala de Artes, e lá conversei com a professora Rosecler perguntando a ela se não se importaria que eu realizasse a aula sozinha, pois assim estaria mais a vontade para desenvolver o projeto em sala de aula. Ela disse que não haveria problemas, que seria melhor para que eu colocasse em prática a docência, e que poderia realizar as aulas sozinhas sempre para desenvolver a experiência, mas que qualquer coisa que necessitasse poderia pedir o seu auxilio. Durante esta conversa também me orientou que iria conversar com seus alunos, e fazer a chamada após eu deveria busca- lós para a sala de vídeo. Estando na sala de vídeo solicitei a ajuda da supervisão que providenciou um aluno que pudesse ajudar com o equipamento na sala. Mesmo com a ajuda levei algum tempo a organizar-me com o data show, sendo assim logo tocou o sinal para o segundo período o qual seria minha primeira aula com a turma 91.

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Após o sinal fui buscá- los na sala, no primeiro momento a professora Rosecler realizou a chamada e após explicou que eu estava ali para dar aula desenvolvendo com a turma um projeto, ao qual durariam doze semanas, podendo se estender pelo mês de dezembro. Depois da breve orientação da professora Rosecler, solicitei aos alunos que se dirigissem a sala de vídeo. Eles então foram até a sala de vídeo fazendo certo barulho pelos corredores e escadas da escola. Só após a chegada à sala de vídeo é que se acalmaram e se organizaram nas cadeiras para a aula, parecendo surpresos com a professora, e o local escolhido para a aula. Estando eu e a Turma 91 na sala de vídeo solicitei que os alunos se apresentassem dizendo o nome e idade, percebi que não haveria de decorar todos os nomes na primeira aula. Conforme se apresentavam percebi que não estavam satisfeitos em realizar a apresentação e nem a colocação de idade havendo certa resistência e até brincadeira ao se apresentar mentindo sobre a idade.

Mas ao término da apresentação falei a eles que eu iria me apresentar, expliquei então que era a Professora Jucele e que estava lá para desenvolver um projeto que durariam doze aulas que poderia se estender ao mês de dezembro. Este projeto ao qual estaria desenvolvendo é sobre Arte Urbana. Após perguntei: “- Alguém aqui sabe o que é Arte Urbana?” Eles respondem aos gritos que não, apenas a aluna Vitória diz que é a arte de rua.

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Então disse que explicaria: “- A arte urbana são manifestações de liberdade de expressão, e elas acontecem na rua, como a colega disse. Podem ser ações coletivas ou individuais. Essas imagens são de um murro do artista Eduardo Kobra, e ao lado a imagem dos Gêmeos.” Pergunto: “- Alguém já ouviu falar nos Gêmeos?” Alunos respondem: “– Não.” Expliquei: “- Otavio e Gustavo Pandolfo são artistas irmãos gêmeos que trabalham sempre juntos no seu grafite.”

A arte urbana se caracteriza também, além do grafite, pelo stencil, pelo stickers que são os adesivos, e também por intervenções e instalações. Que ao longo do desenvolvimento do projeto explicarei melhor o que seria intervenção.

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Aqui, nestas imagens mostrei os stickers, que são adesivos que são colados em placas de trânsitos e postes, sendo uma maneira também de se manifestar. Ao trocar a imagem o aluno Samuel relata: Que o Toniolo é “fudido”, porque ele pichou o Palácio do Piratini. Disse ao aluno que era isso mesmo o artista Toniolo havia pichado sim. E comentei que os Stickers são adesivos que normalmente desenvolvem críticas sociais.

Após mostrei outra imagem do grafite de Eduardo Kobra em no estilo 3d, depois outra do mural realizado em Tóquio. O Eduardo Kobra é um artista Brasileiro que começou a grafitar pelas ruas de São Paulo e agora viaja pelo mundo grafitando muros com o seu projeto Muros da Memória. Este aqui foi em Tóquio, e ele representa a musicalidade do Brasil. Aqui são os gêmeos o Gustavo e o Otávio que grafitaram um castelo na Escócia.

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Esta imagem é dos irmãos gêmeos iguais que desenvolvem temáticas, neste momento interrompi a aula e pedi que parassem com a conversa. Após continuei as temáticas dos gêmeos são sobre a família e criticas sociais. Mostrei algumas imagens nas quais é possível reconhecer o seus trabalhos porque seus grafites têm os homens amarelos que representam a família nordestina, e possuem roupas bem coloridas.

Este é Eduardo Kobra que começou seu grafite em 1987 em São Paulo, e se espalhou pelo Brasil e também em outros países.Ele viaja com o projeto Muros da Memória.Este aqui é a imagem da Disney, ele vai grafitando murais. 75


Esta imagem foi grafitada em Nova Iorque em um muro da cidade. Sendo que esta imagem é um retrato que já havia sido fotografado em Nova Iorque e publicado em jornais na época, quando houve o fim da segunda guerra mundial. O Artista Eduardo Kobra utiliza as memórias da cidade para compor seus murais neste projeto “Muros da Memória”.

Como aqui ele fez o Einstein em uma bicicleta em São Paulo, ele traz a questão da poluição em São Paulo para introduzir a bicicleta. Aqui tem uma placa na imagem que é um coração no caso: AMOR + EU = VOCÊ. Neste momento um aluno comenta: “- Ai que fofo”. Continuo a aula, repetindo quando ele faz seus murais pensa sempre na memória da cidade e também faz esboços em folhas quadriculadas e depois marca a parede e realiza seus grafites junto de uma equipe. Tem também trabalhos seus em 3d.

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Neste momento os alunos se espantam e exclamam: “– Bah!!” A seguir mostrei o Alexandre Orion, que trabalha com stencil.

Os alunos questionam: “- Achei que stencil era o nome dele?”. Respondo: “- Não stencil é o trabalho do Alexandre Orion, além de ter seu trabalho com stencil e grafite, ele também é fotógrafo. Então vamos ver o trabalho dele agora”.

O stencil é uma técnica utilizada no grafite, ele pode ser feito em um papelão ou em papéis mais grosso. Nele é feito o desenho que, após, é

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recortado, que ficara vazado, depois passa- se o spray para passar o desenho para a parede como neste muro. Aqui nesta imagem ele fez desenho de pessoas. Como podem observar aqui temos um orelhão e uma pessoa utilizando, atrás ao muro temos uma fila de imagens de stencil, ou seja, a pessoa esta interagindo com esta imagem e ele fotografa este momento de interação.

Nesta outra imagem também há outro stencil e este seu projeto é sempre preto e branco, o artista espera nestes locais as pessoas passarem por ali para registrar este momento da interação com o público. Seu projeto se chama Metabiótica que seu significado é META = objetivo, BI = repetição, ÓTICA = visão e a luz.

Aqui temos uma pintura próxima a uma obra onde esta pessoa esta interagindo a imagem. O stencil dele interage com o que esta acontecendo nas ruas.

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Depois falei sobre os stickers que são adesivos que podem ser feitos manualmente ou em gráficas. Este aqui é o Xadalu que acho que alguns aqui devem conhecer esta imagem. Os alunos respondem: “– Não”. Eu: “- Nunca viram esta imagem? Então vou dizer onde encontram se imagens como esta do Indiozinho”.

Esta imagem do adesivo do Indiozinho pode ser encontrada no Centro e nas Ruas de Porto Alegre, como também aqui em Canoas na Estação La Salle na frente do Café Imperial. Agora quando passarem por lá se lembrem de olhar. Esse é o Dione Martins que faz o Xadalu o Indiozinho, é artista Gaúcho. Observando esta imagem vocês conseguem perceber que este Xadalu localizasse em uma placa próximo ao Mercado Público em Porto Alegre, e ele quer passar através deste adesivo que a cultura do Índio esta acabando. Todos os índios deles são iguais à maioria preta e branca, alguns deles são coloridos.

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Após mostrei adesivos do Toniolo que também estão pelas Ruas de Porto Alegre. Nesta imagem ele faz referência a Boate Kiss, fazendo uma crítica ao que ocorreu lá. Que acredito que vocês lembram-se do que aconteceu. Alunos respondem: “– Sim pegou fogo em tudo.”

Depois falamos sobre as intervenções. Esta é a Regina Silveira ela trabalha com intervenção, ao longo do projeto explicarei melhor, agora vou passar as imagens para vocês verem.

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Ela faz intervenções nas ruas, fazendo com que objetos intervenham nesses locais. Aqui a imagem da obra do Super X, e aqui a Mosca Varejeira. Esta Mosca interagiu em uma Bienal em São Paulo. Ela projetou esta imagem em um Hospital onde esta Mosca não pode entrar. Ela projeta essas imagens através de um projetor em um caminhão.

E aqui o trabalho de instalação que só vai ocorrer através da interação com o público. É uma carroçinha que se localiza no Parque Farroupilha, aqui em Porto Alegre no Horário das 14 horas até às 18 horas nas quartas- feiras. A proposta do seu trabalho de instalação é trocar fotos que não deram certo de câmeras antigas, aquelas de rebobinar o filme, lembram? Os alunos respondem: “- Não”. Respondo: “- Naquelas máquinas fotográficas os filmes queimavam ou já estavam no fim dele e as fotos não ficavam tão boas”.

Essas fotos viraram cartões postais, que estão lá na carroçinha da Ana Flávia, onde as pessoas podem levar um desses cartões postais, mas para levá-los devem contar uma história que pode ser da sua vida ou inventada. Ela começou o projeto com fotos e hoje ela tem poemas para trocar. 81


“- E agora eu quero saber se alguém de vocês conhece estas imagens que eu trouxe?” “- Já viram elas alguma vez”? Os alunos respondem: “- Não”. Os alunos comentam entre si, ao ver a imagem: “- É um pirata!”. “-Estas imagens ficam...” (Neste momento tinha muita conversa). Então disse aos alunos que iria aguardar que fizessem silêncio, e perguntei:

“- Alguém quer falar? Eu deixo, é só levantar a mão.” Os alunos respondem: “- Não”!

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Então continuo a explicar: “-Estas imagens ficam localizadas no prédio em frente à Praça do Avião, agora quando vocês passarem ali irão se lembrar de olhar.”

Pergunto: “- E essas imagens?” Um dos alunos responde: “–E da Estação”.

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Eu complemento: “- Sim da Estação La Salle aqui em Canoas. Esses grafite tem um vídeo de como foi feito que eu vou postar lá no grupo par vocês verem.” Eu explico: “- Vou passar uma folha de ofício para que nela vocês escrevam seu nome e ao lado o facebook. O objetivo disso será criar um grupo fechado à turma onde todos podem interagir postando imagens sobre nosso tema da Arte Urbana”. Alguns alunos falam que não possuem facebook, para participar dessa interação. Então questiono porque não tem facebook, se a maioria das pessoas tem muitas vezes para fuxicar a vida das pessoas. Então sugiro que criem facebook para interagir de forma a trocar informações e imagens sobre Arte Urbana. O facebook não serve para compartilhar, então vamos compartilhar ideias boas neste grupo. Também propus a eles um a atividade para realizar em casa: “- Quero propor para vocês uma atividade para fazer em casa. Que vocês postem imagens sobre grafite que vocês veem pela cidade, pelas ruas onde vocês passam. Fotografem e postem no grupo do facebook.”. Neste momento os alunos questionam: “- Mas como vamos fotografar?” “- Com o celular”?

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Respondo: “- Vocês vão fotografar com o celular, porque aqui acredito que todos têm celulares inclusive melhor que o meu. Porque o de vocês tem câmera frontal, o meu só tem a traseira”. Completei dizendo: ”- Caso alguém não tenha como fotografar pesquisem na internet imagens de grafite aqui em Canoas, em Porto Alegre, em São Paulo de onde desejarem o importante é trazer essas imagens e interagir no grupo, e também porque vai valer nota, pois na Escola vocês sabem que vale até respirar; tudo que eu for fazer com vocês irá valer nota”. Depois passo a atividade aos alunos: “- Agora vocês vão fazer uma atividade, vou dar a vocês uma folha de ofício, nesta folha vocês devem desenhar aqueles desenhos que costumam fazer na última folha do caderno de vocês. Pois os grafiteiros também começaram assim fazendo desenhos em seus cadernos, depois passaram a se expressar nos muros o que estavam sentindo. Depois irei recolher esses desenhos porque quero vê-los”. Também comentei: “-Que eu tinha um caderno de desenho, e que um desses desenhos meus era um grafite. Quem sabe um dos desenhos de vocês não vira grafite também”. Após convidei os alunos para voltarem para a Sala de Artes, e perguntei: “- Alguém quer falar algo sobre a aula”? Os alunos respondem: “-Não”. Então pergunto: “- Se compreenderam o que é Arte Urbana”? Os alunos respondem: “- Sim”. Então complemento explicando: “- O que ao longo do projeto explicarei melhor sobre o tema e o que vamos trabalhar”. Então solicito que desçam para a Sala de Artes que logo estarei lá. Quando chegamos à sala falei: ”- Como combinamos distribuirei as folhas de ofício, não se esqueçam de colocar nome atrás desta folha”.

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Os alunos começam a trabalhar em seus desenhos. Neste momento aproveitei para fotografar eles trabalhando. Alguns demonstraram não quererem ser fotografados. Então expliquei que seriam tiradas fotos apenas deles trabalhando que não precisavam olhar para a foto, que continuassem a trabalhar. O aluno Jeferson e a aluna Ester levantam para perguntar se “o desenho esta bom assim”. Eu explico que devem desenhar o que desejam e o como sabem desenhar. (Neste momento penso que já imaginava que isto aconteceria, esse desespero de não saber o que desenhar, se estava bom, porque durante as observações das aulas percebi o quanto faziam desenhos prontos de xeroxs levados pela Professora). Enquanto realizam a atividade há conversa, o aluno Gabriel canta música do comercial do Pão Quentinho. (Neste momento percebo o quanto na verdade é uma turma agitada, talvez por esse motivo que a professora em suas aulas costumava deixar o rádio ligado. Mas compreendo que mesmo com a agitação, eles trabalham e fazem suas atividades). Após a aula é interrompida por um grupo de alunos do seminário da outra turma que solicita licença para falar. Então falam que estão ali para entregar o questionário sobre a conscientização da utilização da água dentro da comunidade Escolar. Leem as perguntas aos alunos. “- O que você acha sobre a conscientização da água?” “- Você economiza água?” “- O que você faz para ajudar a economizar a água?” A turma 91, para com o trabalho dos desenhos responde o questionário, após os alunos do Seminário se despendem agradecendo a turma pela colaboração no questionário. 86


Depois os alunos voltam a trabalhar em seus desenhos. E eu solicito: “– Semana que vem que tiver lâminas de raio x trazê-las para mim na próxima semana.” Os alunos questionam: “- Que lâminas de raio x?” Respondo: “- Aquela de exames de raio x , se alguém já quebrou o braço deve ter um exame de raio x em casa, então é só trazer na próxima semana.” Mostro a eles a lâmina de raios x limpa para terem ideia do que é. Neste momento a aluna Vitória comenta com os colegas onde estaria a Professora Rose, porque ela não distribuiu balas aos alunos. (Então me lembrei das observações que todas as suas aulas ela distribuía balas a alguns alunos que colaboravam trazendo o valor que ela solicitava. Mas optei por não fazer distribuições de balas). Termino a aula recolhendo os trabalhos e solicitando que observem as ruas por onde passarem e registrem fotografando imagens de Arte Urbana pra que depois postem no grupo que irei criar, e solicito que podem sair para o intervalo.

Conclusão:

Durante a primeira aula já preferi ficar sozinha com os alunos para desenvolver a aula, acredito que este momento foi importante para desenvolver em mim a prática da docência. Mas na primeira aula pode-se observar a resistência dos alunos em se apresentarem, porque não pareciam estar interessados em participar desta apresentação e falar sobre a idade. Quando me apresentei a eles como a professora que desenvolveria um projeto durante doze encontros, os alunos pareciam não gostar desta ideia, pois estavam com expressões de assustados. 87


Quando comecei a apresentação de Power point, questionando sobre o que era arte urbana, os alunos demonstraram não ter participação em aula, tendo durante a aula apenas respostas de não, talvez pela falta de conhecimento sobre o assunto. Mas demonstraram interesse, pois estavam quietos para escutar e visualizavam as imagens no Power point. Essa falta de conhecimento de assunto demonstrou-se quanto as perguntas e também quando disseram não conhecer as imagens de arte urbana da cidade onde moram. Apenas alguns alunos conheciam os locais ao qual tinham arte urbana. Pude observar que os alunos eram resistentes a inovações em sala de aula, pois não queriam usar recursos do qual convivem e possuem no seu cotidiano. Como por exemplo, o uso de celular para fotografar e o acesso a internet para participação em um grupo fechado no facebook. Inventaram muitas desculpas que não possuíam facebook, ou que não havia acesso na internet. Que eu como professora queria buscar metodologias e inovações para aula, para não ser tradicional. Mas ao mesmo tempo pedi aos alunos que participassem no grupo do facebook e postassem as fotos que seriam realizadas pelo celular, pois isso também iria valer nota. Percebo que através disso retomei o lado tradicional dos professores, onde todas as atividades em aula ou fora dela devem valer pontuações para serem realizadas pelos alunos. Pedi aos alunos que realizassem seus desenhos do que costumavam e gostavam de desenhar em suas ultimas folhas de caderno. Percebi através deste momento que alguns alunos tinham seus receios sobre o que desenhar o que fazer já em que suas aulas não havia o habito de criar. Pois através das observações silenciosas pode se observar que realizam mais pinturas de Xerox em suas aulas de artes, ou que desenhavam sobre aquelas cópias xerocadas, ou seja, estavam acostumados a ganhar tudo pronto, sem esforço para a criação. Segundo Buoro o primeiro passo nessa direção é favorecer a autoconfiança, a capacidade de enfrentara desafios, o autoconhecimento e imaginação criadora, a fim de resgatar a criança inventiva. (Bouro, 2003, p.38)

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Mas alguns alunos estavam dispostos a realizar a atividade proposta trabalhavam com o material que possuíam e o que tinham também na sala de arte da escola. Já alguns meninos não estavam preocupados em realizar a atividade em sala já que não haveria tempo para terminá-la. Então propus que trouxessem na próxima aula os desenhos prontos, imaginando eu que assim seria. Conclui através da aula que os objetivos propostos nesta aula não foram atingidos no momento, pois alguns deles como: demandavam mais tempo para serem alcançados. Já aos mais práticos como: a realização das atividades estes mesmos ficaram para tema de casa. Mas tinha eu esperança de que na próxima aula teria os alcançado já que ficaram trabalhando para o mesmo. Durante a semana também criei o grupo ao qual havíamos combinado de que seria com o objetivo para interagir e trocar ideias sobre os temas tratados em sala de aula. E postei um vídeo referente ao trabalho realizado na Estação Canoas, já que os alunos não tinham conhecimento dessas imagens. Achei que dessa maneira os alunos também iam interagir, mas de momento apenas visualizavam.

Imagem da postagem no facebook, sobre o vídeo: VibeConnection-Canoas Multicultural.

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3.2.2 PLANEJAMENTO DE ENSINO 3° e 4° ENCONTRO Definição da Turma/Ano: 91/9º ano do ensino fundamental. Data: 29/09/2015. Horário: 8h20min às 10 h Tema da Aula: Intervenção no espaço Objetivos: Compreender a intervenção como manifestação artística no espaço público. Conhecer o trabalho da artista Regina Silveira. Criar um esboço para a realização de uma intervenção na sala de aula.

Conteúdos: Intervenção artística Projeções da Regina Silveira

Lista de Atividades: 1° Momento: Explicar aos alunos o que é intervenção na arte e o trabalho de projeção da artista Regina Silveira. 2° Momento: Propor aos alunos que realizem um desenho de objetos e temas nas lâminas de raio x para realizar uma intervenção com o mesmo em sala de aula.

Metodologia: Aula expositiva dialogada Apresentação de imagens em lâminas no retroprojetor. 90


Materiais e recursos a serem utilizados: Retroprojetor, lâminas de raios x, canetinhas hidrocores, canetas de retroprojetor de diversas cores.

Avaliação: Será considerado satisfatório a atenção, o empenho e a criatividade do aluno.

Planejado: Iniciaremos a aula recolhendo novamente os dados daqueles alunos não encontrados na página do facebook, e solicitando a participação dos mesmos no grupo de interação. Também solicitarei aos alunos que finalizem seus desenhos da aula anterior e venham explicar para professora porque desenharam este. E conforme o combinado eu irei mostrar alguns desenhos meus feitos no caderno. Após explicarei recordando o que foi apresentado anteriormente na aula passada sobre o que intervenção. Questionando aos alunos se recordam o que é intervenção. Depois explicarei que intervenção é uma manifestação artística que ocorre no meio urbano. Esta intervenção acontece na interação do objeto artístico com o espaço e o público que transita pelas ruas da cidade. Darei como exemplo o trabalho da artista gaúcha Regina Silveira que trabalha com intervenções em espaços públicos na cidade de São Paulo, projetando imagens em edifícios. Seus personagens são criados para dialogar com os sujeitos passantes, aqueles que jamais vão ao MASP, e com a imensidão de sinais luminosos de uma metrópole. Mostrarei as imagens de alguns trabalhos de Regina Silveira como: 1997-SUPER – HERÓI (NIGHT AND DAY)

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O Super-Herói Regina Silveira projetou na Avenida Paulista, Porque segundo ela este lugar é onde se concentra companhias, empresas e o dinheiro, o poder. Signo de transformação. 2001-TRANSIT Transit, A mosca varejeira que voa pelas ruas de São Paulo visitando diversos pontos da cidade, carrega em sua luminosidade uma incomoda e humorada simbologia. A Mosca faz parte da exposição Bienal: os primeiros 50 anos, em 2001 em São Paulo, sendo projetado fora do espaço do Museu, o inseto cumpre função de Arte extramuros, operando no cotidiano do trânsito, imprimindo a ação de percorrer a cidade. Signo de deterioração. A mosca não pode passar aqui no Hospital da Mulher, que está há tanto tempo parado? “Virou instrumento de crítica e de vingança”. 2006- UFO 2009- PASSEIO SELVAGEM Em seu projeto Passeio Selvagem, de 2009, Regina passou por grandes cidades como São Paulo e Sevilha projetando no cenário urbano (prédios, monumentos e fachadas) uma sequência de pegadas de animais que dialogam com a subjetividade e diversidade de valores. Sendo que as pessoas tem apenas uma fração de segundos para perceber que a projeção refere-se a uma arrancada de animais, que existem vários tipos de animais e que eles se chocam e atropelam em determinado momento. Segundo Regina Silveira: “Todo o seu trabalho tem se dado nesta vertente de relação com a arquitetura, procurando uma ideia de sobreposição, de animação, de resignificação do lugar”. Após breve explicação, irei propor aos alunos que pensem na proposta da artista Regina Silveira, ela tem como objetivo intervir com o seu objeto artístico em locais em que é proibida a existência daquele objeto artístico. Se pondo no lugar da artista tem a sala de aula que será o espaço para a projeção e os alunos terão que pensar quais os objetos que nela não podem entrar.

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Depois de terem pensado na proposta solicitarei que em dupla façam um esboço na metade da folha de ofício e irão passar este esboço para a lâmina de raios x. Explicarei que na próxima aula seus trabalhos serão projetados na sala através do retroprojetor, fazendo uma intervenção artística no espaço.

Realizado: Comecei a aula falando: “- Bom Dia!” Os alunos respondem: “- Bom dia!” Começo a explicar que criei o grupo no facebook, mas que na encontrei todos os alunos que irei falar os nomes agora: “- Ester, Gabrielly, Jenan, Yan. Então vou colocar aqui no quadro o meu que fica mais fácil para vocês me procurarem lá no facebook, depois eu os coloco á no grupo.” E vocês já podem começar a interagir lá no grupo que eu não vou interagir sozinha esta bem. “- Bom agora eu vou devolver os seus desenhos da aula anterior para finalizarem vocês terão 20 minutos. E tem aqueles alunos que não fizeram, pois estes tratem de fazer, pois irá valer nota, depois eu irei passar para a Professora Rose todos os trabalhos e notas também”. Os alunos então começam a trabalhar nos seus desenhos da aula anterior. Depois pergunto aos alunos: “- Quem trouxe a lâmina de raio x que irei passar para recolher.” Apenas a aluna Giselli trouxe a lâmina de raio x. Enquanto finalizavam a sua atividade mostrei a eles, meu caderno, na verdade um pequeno bloco com o desenho que tinha se transformado em um grafite. 93


Perguntei então aos alunos: “- Se vocês querem ver o grafite que fiz desse desenho posso postar no grupo. Vocês querem?” Os alunos respondem: “- Sim.” Após continuam trabalhando em seus desenhos sempre conversando, mas trabalhando. O tempo que havia dado de 20 minutos, se estendeu por um período. Pois além de fazerem tudo com muita calma e conversa, não tinham materiais e um aluno emprestava para o outro, quando eu também tinha emprestava o meus lápis para os alunos. Algumas vezes quando os alunos não tinham lápis de escrever quebrava todos os meus para poder fazer de um, dois para emprestar aos alunos. Quando alunos terminam o desenho deixam em cima da minha mesa. E eu comecei a organizar o retroprojetor para dar continuação à aula. Alguns alunos se perguntam o que é aquilo e fazem seus comentários: “- Isso é um projetor?” “– Meu Deus!” Quando começo a falar os alunos silenciam- se para escutar a explicação: “- Semana passada falamos...” Os alunos completam: “- Arte Urbana”. E eu falei também sobre intervenção. “- Alguém lembra o que é intervenção?” Os alunos respondem: Não. Peço silencio porque estão conversando demais. Intervenção é aquela obra que vai interferir no espaço urbano. Os alunos comentam: “– Ah eu sabia.” Intervenção é interferir com um objeto no espaço urbano. Mas essa interferência vai acontecer no espaço e com o público, porque o público vai parar para olhar e interagir com esta obra. O aluno Gabriel interrompe a aula, levantando a mão e dizendo: “- Com licença Professora?” Respondo: ”– Sim!” Gabriel diz: ”- Acabei de intervir na sua aula!” Respondo: “- Sim!” 94


Continuo a aula para não perder o fio da meada, porque penso que eles levariam na brincadeira. Mas na verdade através de uma brincadeira pode se observar que o aluno Gabriel havia compreendido a sua maneira o que é uma intervenção.

Após mostrei a imagem da Mosca e continuei: ”- E semana passada falei sobre uma Artista a Regina Silveira, ela trabalha com intervenções. Uma artista gaucha que trabalha em são Paulo, com intervenções”.

Neste momento a aluna Cássia diz: “- Essa não é aquela da Mosca no Hospital”. Eu respondo: “- Sim, é a Mosca do Hospital, a mosca varejeira”. Os alunos fazem alguns comentários: “- Eca!”. O aluno Gabriel até canta: “- Eu sou a mosca que pousou na sua sopa...” Explico: Como vocês mesmo estão lembrando esta é a artista que projetou a mosca no prédio do Hospital, porque neste local uma mosca não pode entrar. Este símbolo da mosca representa a deterioração. Porque este 95


símbolo é para fazer uma critica e chamar atenção porque isto jamais poderá entrar em um Hospital. Esta outra imagem se chama Transit, porque ela transita pelo espaço Urbano. Essas obras que ela projeta são obras passantes, que depois eu vou publicar um vídeo no grupo do facebook, para que vocês entendam melhor como é feito a projeção das imagens, por isso não se esqueçam de ver o grupo lá no facebook. Ao invés de perder tempo na internet com que não presta. Esta imagem é o Super Herói.

Neste momento interrompi a aula porque havia muita conversa. Solicitando que colaborassem. Como não houve resultado, perguntei: “- Alguém quer vir aqui na frente?” Os alunos respondem: “- Não, sora!”. Respondo: “– Então vamos colaborar e fazer silêncio!”. Explico: “- Este Super Herói ela projetou na Avenida Paulista”. Neste momento o aluno Gabriel diz: ”- É o Super x?”. Respondo: “- Sim é!”. O Gabriel completa: “- Viu lembro-me das aulas da senhora!” E eu completo: “- Que bom!”. Depois sigo com a explicação: ”-Ela projeta na Avenida Paulista, porque esta obra discute a questão do poder. Nessa avenida está localizado nas empresas, o dinheiro, o comércio. Então a artista chama a atenção para isso o super- herói seria o poder centralizado lá”.

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Nesta outra obra, a artista projeta pegadas de animais no prédio do SESC, onde lá não podem entrar. O nome desta obra é Selvagem. Aqui nesta obra ela foi realizada em 2006, e o que sei é que se trata de um objeto não identificado o UFO, que parece um disco voador.

A Mosca foi projetada em uma Bienal em São Paulo em 2001 em um hospital como vocês já sabem. Ela criou esses símbolos para que as pessoas interagissem com isso, e pensassem sobre o que isto provoca nelas. O que podemos compreender é que estes objetos não podem entrar nesses lugares ao qual são projetados. Como aqui na sala de aula também há objetos ao qual não podem entrar aqui, assim como alguns assuntos. Agora a proposta de trabalho é que em duplas vocês pensem em um objeto que não pode entrar na sala. Realizem um esboço em uma metade de folha de oficio, já que as lâminas de raio x são pequenas. Então agora vocês se juntem em duplas e pensem em um objeto ou assunto que não possa entrar em sala de aula, porque na semana que vem vocês irão projetar aqui no retroprojetor no espaço da sala. A aluna Ana Julia pergunta: 97


“- Mas é para desenhar o objeto?” Respondo: “- Vou explicar de novo, nessa meia folha de ofício em dupla, vocês vão pensar em um objeto ou em um assunto que não pode entrar em sala de aula, e fazer um esboço, um desenho, e na próxima semana irão passar o esboço para a lâmina de raio x, para apresentar projeção aqui na sala. Por isso na próxima aula tragam canetinhas de retroprojetor para passar o desenho para a lâmina. Quando falei em apresentar a aluna Brenda perguntou: “- Sora tem que pesquisar sobre o objeto?” Respondo: “- Não, mas tem que saber qual o significado do objeto, porque o escolheu. Irei trazer algumas perguntas na próxima aula.”. A aluna Brenda: “- Não é porque se tenho que falar do objeto, irá pesquisar.”. Pergunto: “- Do que você quer falar?”. A aluna Brenda: ”- Da maconha. Tenho que pesquisar sua história?”. Respondo: ”- Não, vai ter que explicar só o porquê escolheu isto e porque não pode entrar na sala.”. A aluna Brenda: “- Ah entendi!”. Distribui as folhas de ofício e pedi que realizassem o esboço e colocassem o nome atrás da folha e quando terminassem entregassem na minha mesa. Então os alunos começam a trabalhar nos esboços. Enquanto trabalhavam observava que algumas duplas haviam se identificado com a proposta de animais da artista, e faziam trabalhos com animais também. Já outras duplas traziam temas diferenciados de objetos que não poderiam estar ali como telefones, facas, etc. Antes dos alunos saírem solicito que deixem os esboços na minha mesa e que tragam canetas de retroprojetor, coloquem o nome atrás dos esboços. E também solicito que entrem no facebook para postar imagens de arte urbana e que irei postar vídeos sobre essa aula, e peço que coloquem as réguas no lugar e organizem a sala. O aluno Josefá sai da aula se explicando que irá terminar na próxima aula ou vai fazer o desenho no trabalho de artes gráficas no SESI. Então todos os alunos saem para o intervalo.

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Conclusão:

Nesta aula pude observar que ainda não havia os desenhos prontos que solicitei na aula anterior, então conclui de que teria muito trabalho com eles, e de que nada seria como o planejado. Então solicitei que terminassem seus desenhos e eles o fizeram. Então pude observar que todos os desenhos havia seus sentimentos, mas que alguns alunos ao desenhar faziam o uso de estereótipos. Mas outros faziam uso de simbologias da qual costumavam visualizarem em seu cotidiano. Outros realizaram desenhos expressando algo ou com criando um significado para a realização do mesmo. A expressar-se por meio da Arte o aluno manifesta seus desejos , expressa seus sentimentos, expõe enfim sua personalidade. Livre de julgamentos, seu subconsciente encontra espaço para se conhecer, relacionar, crescer dentro de um contexto que o antecede e norteia sua conduta.(BUORO,2003,p.33)

Desenho da aluna Vitória Micaeli tem duas montanhas nas laterais e encontrasse no centro da folha na cor marrom de lápis de cor. Um sol amarelo com traços longos na cor laranja e traços curtos na cor amarela. O céu esta na cor branca, e por ele estão espalhados oito pássaros que são feitos em linhas curvas na cor azul. 99


Desenho da aluna Brenda possui uma pintura azul e contornos curvados de canetinha azul, deste contorno possui uma lua amarela com contorno de canetinha. E após tem traços de canetinha na cor preta junto a esses traços do céu encontrasse vinte e uma estrelas na cor amarela. Nas laterais da folha tem quatro flores de cores diferentes apenas com o miolo amarelo e todas estão ligadas com linhas curvadas na cor verde, fazendo uma moldura que ao centro desta localizasse um coração vermelho com um contorno vermelho mais intenso, e tem uma fecha amarela neste coração.

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Desenho da aluna Vitória Ferreira realizado com lápis de cor, há cinco montanhas na cor verde, há um girassol localizado ao centro da folha de desenho. E ao fundo na lateral esquerda esta localizada uma árvore com sete frutos vermelhos com canetinha hidrocor. O desenho e feito com contornos de hidrocor, havendo três nuvens que parecem estar chovendo delas, mas ao lado esquerdo há também um sol alaranjado, e o céu esta azul claro. Observando os desenhos das alunas, Vitória Micaeli, Brenda e Vitória Ferreira pude perceber o uso de estereótipos. Os desenhos com montanhas e o sol no centro ou no canto da folha, o uso de flores e pássaros nas paisagens. E também desenhos de corações. O Estereótipo torna-se alternativa facilmente adotada na expressão plástica por se apresentar como forma segura de representação, um modo de não se arriscar, de não se expor. Essa busca de garantia de aprovação resulta em trabalhos mecânicos, acomodados, sem desafios.(BUORO, 2003, P.36)

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Desenho do aluno MĂĄrcio ĂŠ uma bola caracterizada de basquete, na cor amarela com lĂĄpis de cor e com contornos pretos. O aluno fez o seu desenho observando a bola de basquete que havia levado para a sala de aula.

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Desenho do aluno Gabriel é um circulo laranja realizada com lápis de cor, e ao centro do circulo há um símbolo. Ao ser questionado sobre o desenho, disse ser um desenho do Naruto.

Desenho do aluno Tiago desenhou com canetinha hidrocor um coelho na cor preto, e contornos lilás. Pintando o fundo do desenho com o preto claro. Quando o aluno questionado sobre o desenho, ele disse ter feito o símbolo da revista Playboy. Já em alguns desenhos pode se observar que os alunos utilizam em seus desenhos simbologias do que gostam e que costumam visualizar em seu cotidiano. Como o aluno Márcio que fez a representação da bola de basquete por gostar de jogar. O aluno Gabriel fez a representação de desenhos do Naruto e o aluno Tiago fez a representação do logotipo da Playboy, por serem símbolos que gostam e que são presentes em seu cotidiano. Segundo os professores Brent e Marjorie Wilson suas pesquisas vêm confirmar ser impossível ignorar a realidade de que a expressão artística da criança de hoje está carregada de imagens vinculadas pela mídia: o mundo da imagem pronta, sem tempo para ser pensada. (1982,Revista Ar´te)

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O desenho da aluna Cássia é bem colorido, ela transformou os desenhos dos alimentos em personagens, acrescentando rostos nos mesmos. Ela deu vida aos alimentos, pois durante a realização do desenho disse que estava com fome, e que gostava muito de desenhar. .

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Já o desenho da aluna Aline, ela criou uma história em seu desenho de que havia uma senhora fazendo sessenta e nove anos de idade, e um ratinho havia feito o bolo para a comemoração. Mas caiu um meteorito e acabou com a festa. Ela disse que gostava de criar histórias para seus desenhos. Nesta aula também percebo o interesse de alguns alunos em participar das aulas e das atividades propostas, pois solicitei que enviassem convites para o nosso grupo do facebook, e aqueles alunos que obtinham internet fizeram naquele momento. Também solicitei o material para fazer as lâminas de raio x e uma aluna Giselli trouxe sua colaboração, o que me deixou feliz pois de alguma maneira começavam a participar e se interessar pela aula. Percebi nesta aula que nem sempre conseguimos cumprir com o tempo previsto para a realização das atividades, pois eles teriam que finalizar seus desenhos em vinte minutos, e levaram o período todo para a finalização do mesmo, não sendo possível fazer o planejado. Apenas expliquei o próximo conteúdo sobre intervenções, e expliquei as atividades que ficariam para a próxima aula e o esboço seria realizado nesta aula, pois os mesmos ficariam comigo. Quando expliquei sobre intervenção percebi a compreensão dos alunos sobre o assunto e que estavam dispostos a participar, e que ainda lembravam das aulas anteriores. Em uma brincadeira do aluno Gabriel ,

este

faz

uma 105


pausa na aula pedindo com licença, após completa dizendo que acabou de fazer uma intervenção na aula. Também houve a participação da aluna Cassia, fazendo referência de que na aula anterior havíamos visto a Mosca no Hospital desta artista ao qual eu me referia. Mas enquanto alguns alunos participam, há os que conversam muito, por isso foi necessário explicar mais de uma vez sobre as atividades dos esboços para fazer em suas lâminas na próxima aula. Também foi necessário explicar o que era o esboço, e que teriam perguntas para responder ao apresentar o desenho na lâmina do retroprojetor. Concluo que nesta aula atingi os objetivos propostos que foram: compreender

a

intervenção

como

manifestação

artística

no

espaço

público,conhecer o trabalho da artista Regina Silveira e criar um esboço para a realização de uma intervenção na sala de aula. Percebi que tais objetivos foram atingidos através da participação dos alunos, e aqueles objetivos: identificar as diferentes formas de expressão da arte urbana,realizar um desenho sobre o que costuma e gosta de desenhar, esses objetivos da aula passada também foram atingidos pois os desenhos foram apresentados nesta aula, e também os alunos começaram a perceber que existem outros tipos de arte que acontecem no espaço urbano. Também concluo que há um objetivo da primeira aula que será atingindo só ao fim do projeto como: Perceber a arte urbana como uma forma de manifestação artística da contemporaneidade, pois acredito que este demandará mais tempo para compreensão conforme o projeto será apresentado aos alunos. Nesta aula havia solicitado aos alunos que interagissem no grupo do facebook, que postassem imagens de arte urbana. E obtive resposta neste mesmo dia e durante a semana. Percebi que de certa maneira a ideia do facebook começava a nascer. A aluna Vitória faz suas postagens referentes ao graffiti e eu comentei sua postagem no facebook como maneira para incentivá-los: ” Vitória Moreira gostei muito dessas imagens que postou. Pois é exatamente o que conversamos em sala de aula sobre o grafite em 3 D, e também a interação do público com a arte urbana”. 106


Postagem da aluna Vitória sobre o graffiti.

Durante a semana também realizei postagens de dois vídeos da Artista Regina Silveira, um sobre a Projeção UFO, outro sobre a projeção Transit para que os alunos visualizassem, mas durante as aulas muitas vezes não comentava o que postava no grupo do facebook.

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A aluna Brenda vendo as postagens dos vídeos, também postou imagens do graffite e comenta: ”Aqui são algumas imagens do meu conhecido que mora em São Paulo e faz grafites. Eden Greenfield. É muito show o trabalho dele”.

E eu respondo sua postagem: “Gostei muito do trabalho Eden Greenfield. Pelo que podemos ver nas imagens Brenda Costa, ele trabalha com a técnica do estêncil e também sticker, como temos visto em sala de aula”.

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3.2.3 PLANEJAMENTO DE ENSINO 5° e 6° ENCONTRO Definição da Turma/Ano: 91/9º ano do ensino fundamental. Data: 06/10/2015. Horário: 8h20min às 10h Tema da Aula: Intervenção no espaço Objetivos: Criar um desenho na lâmina de raios-X para a realização de uma intervenção na sala de aula. Expor aos colegas o significado de seus trabalhos de projeção.

Conteúdos: Intervenção artística Criação de uma projeção Lista de Atividades: 1° Momento: Os alunos irão projetar seus trabalhos e explicar as perguntas. 2° Momento: Os alunos irão assistir aos slides sobre intervenções do artista Alexandre Orion com uma breve explicação. 3° Momento: Será proposta a atividade de intervenção artística na escola.

Metodologia: Aula expositiva dialogada, apresentação de lâminas.

Materiais e recursos a serem utilizados: Retroprojetor, lâminas de raio, canetinhas hidrocores, canetas de retroprojetor de diversas cores.

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Avaliação: Será considerada satisfatória a criatividade, a participação de cada aluno e a interação entre eles.

Planejado: Irei retomar a aula anterior ao qual tínhamos combinado que fariam projeções dos esboços feitos na última aula. Esses esboços foram feitos inspirados na proposta da artista Regina Silveira que tem como objetivo intervir com o seu objeto artístico em locais ao qual é proibida a existência daquele objeto. Se pondo no lugar da artista temos a sala de aula que será o espaço e deverão pensar em quais são os objetos que nela não podem entrar, fazendo um desenho deste objeto. Depois de relembrar o que combinamos anteriormente devolverei os esboços para que estes sejam passados para as lâminas de raio-x. Após isso os alunos com suas duplas, irão projetar através do retroprojetor no espaço da sala de aula o seu trabalho, e dar significado a ele. Com os seguintes questionamentos: Que objeto é esse? Por que este objeto não pode entrar neste espaço da sala de aula? Vocês gostariam que este objeto fosse utilizado em sala de aula? Apesar de alguns objetos serem proibidos a sua entrada em sala de aula, por que alguns desses estão presentes em sala de aula? Logo após o término da apresentação da atividade iniciarei perguntando se os alunos lembram o que é estêncil. Retomarei explicando que estêncil é uma

técnica

usada

para

aplicar

um desenho ou ilustração que

pode

representar um número, letra, símbolo tipográfico ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstrata. Esse processo é feito em um papel mais grosso, após o corte e perfuração deste papel, se faz o preenchimento do desenho em seu vazado por onde passará a tinta ou sprays. O estêncil obtido é usado para

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imprimir imagens sobre inúmeras superfícies, do cimento ao tecido de uma roupa. Depois irei mostrar as imagens em A4 de trabalhos de Metabiótica do artista Alexandre Orion, com seu trabalho em estêncil e fotografia. Explicando que o Artista aproxima a ficção da realidade com o compromisso da casualidade. É um trabalho de intervenção urbana que mescla o estêncil [técnica de grafite], a fotografia e os milhares de transeuntes que circulam pela cidade.

O trabalho do artista tem como objetivo fazer desenhos de pinturas preto e branco nos muros da cidade, em locais pensados para que depois flagrasse o público que por ali passa, interagindo com essas imagens, sendo registradas em fotografias essas interações entre as figuras pintadas e as situações reais, que são o resultado final dos trabalhos. As fotografias da série Metabiótica são todas espontâneas, tudo aconteceu de verdade, mas esse diálogo entre pintura e fotografia pode dar uma sensação de desconforto, de que há uma montagem que não existiu. Logo após irei propor aos alunos que realizem uma intervenção artística (estêncil) a ser realizada no pátio da escola que interaja com os transeuntes. Pensando no trabalho do artista Alexandre Orion que faz seus estênceis interagir com os passantes por ali, onde as pessoas entram nas suas obras. Primeiramente irei solicitar aos alunos que se dividam em grupos de cinco alunos e pensem juntamente qual o espaço da escola seria possível haver essa interação entre as imagens e o público. Assim iremos sair pelo pátio para pensar nesta proposta, escolhendo o local os alunos deverão realizar esboço em A4 de qual a imagem irão produzir para interagir com este espaço e com o público. Depois de finalizado o esboço irei recolher, e explicarei que na próxima aula iremos fazer este trabalho em papel pardo e ele deverá ser nas cores preto e branco, por isso é necessário que tragam este material. Então finalizarei a aula solicitando que tragam na próxima aula os materiais como: papel pardo, tinta tempera preta e branca, pincéis, esponjas e tesoura. 111


Realizado: No inicio da aula a Professora Rosecler faz a sua chamada, como havia combinado de que ela mesma faria, também distribuiu suas balas aos alunos e encarregou a aluna Vitória de servir os cafezinhos. Após a saída da Professora Rosecler, inicio a minha aula. Inicio a aula perguntando: “- Vocês lembram o que combinamos a aula passada?” Os alunos respondem: “-Não.” Explico: “- Combinamos de passar o esboço para as lâminas de raio x e depois apresentar a projeção na sala. Só que junto com isso tem umas perguntinhas para que vocês respondam e apresentem.” A aluna Brenda comenta: “- Bem que a minha mãe falou, que não é tão fácil assim!”. Então distribuo os esboços, também as lâminas e juntamente as perguntas para os alunos que estão com suas duplas. Deixo a disposição dos alunos doze canetas coloridas de retroprojetor para que realizem o desenho nas lâminas. A aluna Vitória pergunta: ”- Sora dá para contornar?”. Eu explico: “– Você pode colocar o desenho em baixo da lâmina e passar por cima, como também pode desenhar de novo”. Novamente reforcei sobre as canetas de retroprojetor que tinha diversas cores e estavam disponíveis para que utilizassem, mas que devolvessem para o lugar após sua utilização. 112


O aluno Gabriel pensou como vai responder as perguntas lendo-as em voz alta: “- Que objeto é esse? Um cavalo.” “- Vocês gostariam que esse objeto entrasse em sala de aula? Sim seria legal, já pensou um cavalo em sala de aula.” Questionei: ”- Talvez em sala de aula não, mas no espaço do pátio da escola talvez, poderia ser usado nas aulas de biologia”. Os alunos trabalham e se emprestam o material disponível. Mas neste momento a aula é interrompida pelas alunas da turma 101. Comunico: “- Pessoal, as meninas tem um recado para vocês”. As meninas explicam que são da turma 101 e que estão ali para convidar para assistir a palestra na sala de vídeo é bem rapidinho. Então liberei a turma, comunicando: “-São 20 minutinhos, está bem pessoal?”. Alguns alunos permaneceram na sala junto a mim, e continuaram a trabalhar. Aproveito para solicitar a o aluno Marcos Daniel que faça o trabalho, já que também havia faltado a aula passada. O aluno Genan pensa como responder as perguntas lendo-as em voz alta: “- Porque este objeto não poderia entrar em sala de aula? Porque ele poderia machucar as pessoas”. “- Vocês gostariam que esse objeto entrasse em sala de aula? Provavelmente não, mas na dúvida poderá ser útil.” Antes dos alunos retornarem da palestra, o Professor Tita aguardava os alunos para comunicar que não haveria aula amanhã. Os alunos retornaram aproximadamente uns 30 minutos depois da palestra. 113


Então o Professor Tita comunicou aos alunos que não haveria aula amanhã para a turma 202, pois teriam conselho de classe com os professores. Após a aluna Vitória distribuiu os cafés, com a ajuda das alunas Mariana e Brenda. Após o café solicitei que se organizassem para apresentar os trabalhos, projetando e lendo as perguntas, e que todos colaborassem com o silêncio já que havia se agitado por causa do café. Antes fiz uma breve explicação sobre a artista Regina Silveira, sobre suas projeções para alguns alunos que não tinham ido à aula passada, mas os alunos estavam bem agitados. Então solicitei que grupos se apresentassem e projetassem as imagens dentro da sala de aula, pedindo novamente a colaboração da turma para haver silêncio. Os alunos então apresentaram seus trabalhos, e aqui relato algumas das apresentações significativas:

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As alunas Ana Julia e Gabrielly projetaram e relataram que o celular é visto como um objeto que não pode entrar em sala de aula, pois acreditam que isso dificulta a aprendizagem dos alunos. Mas que o celular acaba por estar em sala de aula, pois os alunos não ficam sem o mesmo, e eles de fato gostariam da utilização do mesmo. O mesmo aconteceu com os alunos Tiago e Marcio que projetaram e relataram que gostariam do uso do celular, mas que ele é proibido na escola, mas mesmo com sua proibição os alunos levam por serem teimosos. O aluno Marcio relata que o celular tem sua importância nas aulas de matemática, ele utiliza para fazer cálculos na calculadora, na aula de história utiliza para pesquisar e que o celular às vezes ajuda. Neste momento questionei que se acha que o celular pode entrar então nas próximas aulas faremos uso dele para fotografar os trabalhos que faremos e realizar a postagem no grupo do facebook. Apesar de haver certa resistência, a maioria dos alunos concorda com a utilização do celular.

115


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As alunas Vitória e Cássia relatam sobre o uso do fone de ouvido que proibido em sala, pois atrapalha o rendimento da aula, mas que gostariam de ouvir fones de ouvido, porque gostam para se distrair. Então questiono que se forem se distrair, irão de fato prejudicar seus rendimentos em sala de aula. Sendo assim a aluna Vitória relata que se tiver bom senso ao utilizar o fone de ouvido não haverá problema. Ela diz que se escutar durante as 117


atividades não atrapalha, mas parar de ouvi-lo durante a explicação do professor é fundamental, para entender a explicação do conteúdo.

A aluna Brenda e o aluno David relatam sobre o uso do cigarro e da maconha que é proibido na escola, mas eles não gostariam de utilizar nenhuma das drogas. Mas muitas vezes essas drogas estão presentes na escola porque os pais e a direção da escola não estão atentos aos alunos.

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Então questiono se gostariam de utilizar essas drogas em outros ambientes. A maioria dos alunos relata que não porque é prejudicial para a vida. Questiono se já utilizaram alguma dessas drogas, alguns alunos relatam que apenas o cigarro, mas que este também é prejudicial á saúde. Então apenas concluo dizendo que também nunca utilizei nenhum um tipo de droga e que acredito que todas são prejudiciais, e que acabam com a vida.

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Os alunos Josefá e William relatam sobre a proibição da faca em sala de aula, que eles acreditam que pode ser útil a faca, pois traria mais segurança para eles, e acreditam que quando este objeto vai para a aula é par ser utilizado para se defender. Já os alunos Marcos e Tiago também relatam sobre a utilização da faca em sala de aula, e acreditam que a utilização da faca seja desnecessária, pois traria insegurança aos alunos por ser um objeto perigoso. Então concluo aos alunos que de fato é um objeto perigoso e que jamais devemos utilizá-lo para nos defendemos tanto na escola, como em qualquer outro ambiente. Até mesmo na rua quando vamos ser assaltados, não devemos reagir, pois quem pode sair machucado somos nós mesmos.

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CONCLUSÃO:

Conclui nesta aula que nem sempre o tempo esta a nosso favor, pois nesta aula não consegui iniciar o assunto sobre stencil, pois os alunos tiveram uma palestra , cerca de trinta minutos. Então quando voltaram terminaram as lâminas e apresentaram a mesma, levamos algum tempo debatendo sobre a utilização dos objetos em sala. Apesar de não ter tempo suficiente para dar aula prevista acredito que alcancei juntos com os alunos os objetivos, pois tinham que criar um desenho na lâmina de raios x para a realização de uma intervenção na sala de aula e após expor aos colegas o significado de seus trabalhos de projeção, e isso foi realizado e até mesmo debatemos sobre questões que surgiram durante a apresentação dos objetos em suas lâminas. Percebi o quanto haviam interessados pela a atividade, quando aluna Brenda havia questionado na aula anterior sobre fazer uma breve pesquisa sobre a maconha. Mas ela e seus colegas apresentaram o trabalho de forma coerente, neste momento se expressaram e desenvolveram a criatividade e também o senso critico, de forma que alcançaram os objetivos propostos. Segundo Buoro: “acreditamos, sim, na possibilidade de que todos temos condições de desenvolver a imaginação criadora, assim como acreditamos ser 121


o trabalho de Educação em Arte fundamental para a formação de indivíduos críticos e criativos.”(BUORO, 2003, p.86). Algumas fotos das apresentações dos alunos nas projeções de lâminas, de objetos proibidos em sala de aula:

Projeção do Celular realizado pelos alunos Thiago e Marcio.

Projeção da aluna Vitória Micaelli, faz projeção sobre o uso dos fones de ouvido na sala de aula.

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Projeção dos alunos Marcos e Thiago, sobre a faca o objeto proibido em sala de aula.

3.2.4 PLANEJAMENTO DE ENSINO 7° e 8° ENCONTRO Definição da Turma/Ano: 91/9º ano do ensino fundamental. Data: 13/10/2015. Horário: 8h20min às 10h Tema da Aula: Intervenção no espaço Objetivos: Criar intervenções artísticas pelo pátio da escola.

Conteúdos: Intervenção artística Criação de uma projeção Lista de Atividades: 123


1° Momento: Os alunos irão assistir aos slides sobre intervenções do artista Alexandre Orion com uma breve explicação. 2° Momento: Será proposta a atividade de intervenção artística na escola. Metodologia: Aula expositiva dialogada, apresentação de slides.

Materiais e recursos a serem utilizados: Projetor, tinta branca e preta, papel pardo, pinceis.

Avaliação: Será considerada satisfatória a criatividade, a participação de cada aluno e a interação entre eles.

Planejado: Iniciarei perguntando se os alunos lembram o que é estêncil. Retomarei explicando

que

estêncil

um desenho ou ilustração que

é

uma

pode

técnica

representar

usada

para

aplicar

um número, letra, símbolo

tipográfico ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstrata. Esse processo é feito em um papel mais grosso, após o corte e perfuração deste papel, se faz o preenchimento do desenho em seu vazado por onde passará a tinta ou sprays. O estêncil obtido é usado para imprimir imagens sobre inúmeras superfícies, do cimento ao tecido de uma roupa. Depois irei mostrar as imagens em A4 de trabalhos de Metabiótica do artista Alexandre Orion, com seu trabalho em estêncil e fotografia. Explicando que o Artista aproxima a ficção da realidade com o compromisso da casualidade. É um trabalho de intervenção urbana que mescla o estêncil [técnica de grafite], a fotografia e os milhares de transeuntes que circulam pela cidade.

O trabalho do artista tem como objetivo fazer desenhos de pinturas preto e branco nos muros da cidade, em locais pensados para que depois flagrasse o público que por ali passa, interagindo com essas imagens. Sendo registradas em fotografias essas interações entre as figuras pintadas e as situações reais, 124


que são o resultado final dos trabalhos. As fotografias da série Metabiótica são todas espontâneas, tudo aconteceu de verdade, mas esse diálogo entre pintura e fotografia pode dar uma sensação de desconforto, de que há uma montagem que não existiu. Logo após irei propor aos alunos que realizem uma intervenção artística (estêncil) a ser realizada no pátio da escola que interaja com os transeuntes. Pensando no trabalho do artista Alexandre Orion que faz seus estênceis interagir com os passantes por ali, onde as pessoas entram nas suas obras. Primeiramente irei solicitar aos alunos que se dividam em grupos de cinco alunos e pensem juntamente qual o espaço da escola seria possível haver essa interação entre as imagens e o público. Assim iremos sair pelo pátio para pensar nesta proposta, escolhendo o local os alunos deverão realizar esboço em A4 de qual a imagem irão produzir para interagir com este espaço e com o público. Depois de finalizado o esboço, iremos fazer este trabalho em papel pardo e ele deverá ser nas cores preto e branco, para após a finalização do mesmo deverá ser colocado expostos nos locais escolhidos depois fotografado a interação dos alunos.

Realizado:

Cheguei à escola antes como de costume, levei o projetor para a sala de Artes no primeiro período. Mas tive dificuldade em ativá-lo, então solicitei ajuda do Professor de Informática, que prontamente fez o aparelho funcionar antes que eu iniciasse a aula no segundo período. A Professora Rosecler fez a chamada com os alunos, como havia combinado que a faria, e logo saiu da sala sem distribuir as balas, porque eu comentei que a minha Professora Orientadora Rejane estaria lá para observar as aulas. Então ela rapidamente saiu da sala embora a Professora Orientadora Rejane ainda não houvesse chegado. Iniciei a aula falando:

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“- Eu trouxe para distribuir com vocês, duas caixas de bis pelo dia das crianças que foi ontem.” Enquanto distribuía os alunos agradeciam e iam comendo. Então após a distribuição, ia começar a aula, apagar as luzes quando alguém bate na porta. Ao abrir a porta para a Professora Rejane, fiquei espantada e os alunos também, pois silenciaram- se naquele momento. A Professora Rejane tratou de se apresentar aos alunos e disse que era a Professora Rejane lá da Ulbra, que estava ali para fazer uma visita à turma e observar as aulas da Professora Jucele, para ver o seu trabalho. Então retomo a aula: “- Então deu tá pessoal, já comeram doces, então vamos começar a aula.”

Hoje eu vou falar sobre o Alexandre Orion, não sobre ele, mas sim sobre seu trabalho. Ele é um artista que trabalha em São Paulo, um artista visual e também fotógrafo, e ele trabalha com intervenções na Arte Urbana, intervenções com stencil. Pergunto: “- Vocês lembram que eu mostrei isso na primeira aula?” Não obtenho resposta dos alunos. Então insisto: “- Vocês lembram o que é stencil?” Os alunos respondem: “- Não!”

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A aluna Cássia esforça se para lembrar-se da aula passada, tentando formular uma resposta. A aluna Cássia responde: “- É meio que quando a imagem interage com o ambiente.” Complemento: “- Sim intervenção. Stencil é um desenho em um papel mais grosso, e ele vaza esse desenho, e depois passa a tinta nesse vazado que foi perfurado, isso é stencil. Intervenção é o que a colega falou que o público interage com a obra dele. Tá certo Cássia isso é intervenção.”

Imagem registrada pela Professora Orientadora Rejane, quando eu explicava sobre o projeta Metabiótica. Aqui este projeto é o METABIÓTICA, que ele fez em 2002, esse trabalho é através de stencil e é preto e branco. Ele faz no muro os desenhos dele e as pessoas interagem com esses desenhos.

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Aqui nesta imagem temos uma fila que esta grafitada no muro com a técnica do stencil, esta fila é composta por seres diferentes e esta próxima a um orelhão, onde há uma pessoa fazendo uma ligação. De maneira não intencional esta pessoa esta interagindo com o grafite no muro, e esta interação com a imagem é flagrada casualmente pelo artista Alexandre Orion que aguarda o melhor momento de flagrante e fotografa esta interação com o público.

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Aqui tem outras obras dele, do público interagindo com suas obras. Chamo a atenção do aluno dizendo :”- Eu quero que vocês preste bem a atenção nestas imagens, porque depois terá um trabalho sobre elas. Ouviu Márcio”. O aluno Márcio responde: “- Oi?” Respondo: “- Prestar atenção nas imagens, porque depois vai ter o trabalho para fazer.”

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Esta imagem é do cachorro, mas o cachorro é o passante o desenho é da pessoa, ele fotografou o momento que o cachorro passou.

Aqui também é uma pessoa passando onde ele havia feito uma janela com vasos caindo. E ele fotografou esta pessoa interagindo com a imagem.

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Aqui a mesma coisa a pessoa de moto estava passando e fotografou este momento de interação.

Aqui também é a imagem de alguém grafitando, depois ele fotografou alguém que estava pintando retirando o grafite da parede.

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Este projeto chama-se METABIÓTICA, e eu já expliquei o que significa. Pergunto: “- Alguém lembra o que significa METABIÓTICA?” Não obtenho resposta dos alunos. Então explico:”- METABIÓTICA, META é o objetivo, BI é a repetição, ÓTICA é a luz e a visão. Por que METABIÓTICA? Porque ele mistura o trabalho de stencil no muro com a fotografia, e ele espera o momento da pessoa estar interagindo com a imagem para fotografar.

Aqui esta imagem ele levou mais de dois meses para fotografar, porque como vocês conseguem observar o menino esta segurando a flor, e levou algum tempo para conseguir esta melhor imagem de interação.

Este trabalho foi realizado em 2006, chamasse OSSÁRIO, que ele realizou em um túnel. Pergunto: “- Esse trabalho parece grafite feito com tintas?”

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Os alunos respondem: “- Parece!” Respondo: “- Parece, mas não é!.” Complemento: “ -Ele começou a observar que a poluição daquele túnel, onde passava os carros deixava as paredes cobertas com esta fuligem. Um dia ele foi até lá e passou o dedo nesta parede, e viu que ficava nesta cor amarelada. Então se passou dois anos ele pensando o que poderia fazer lá. Até que teve a ideia de fazer o OSSÁRIO, então na verdade ele só limpa, e não esta grafitando.”

Explico: “- Como vocês podem ver na imagem ele limpa com um pano branco para fazer seus desenhos. Ele passou dezessete madrugadas limpando, e fez trezentos metros do túnel, só que toda vez que ele fazia isso a policia ia até lá umas sete vezes por madrugada, ia para prendê-lo porque ele estava fazendo grafite em um lugar proibido. Só que na verdade a policia não prendia ele porque não estava grafitando, mas sim limpando” Completo: ”- Sabe como terminou essa história, a prefeitura lavou, mas não todo o túnel, mas sim só onde ele havia feito o OSSÁRIO, infelizmente. Porque aquilo incomodava de alguma maneira. O Artista Alexandre Orion não pensava em fazer arte, mas sim em provocar alguma mensagem ou alguma situação. Que através deste trabalho ele provocou.” Explico: “- E esta fuligem que ele tirava com panos brancos, ele lavava e deixava esta água por alguns dias e ela virava uma pedra. Que depois ele diluía essas pedras e usava junto com um produto acrílico, fez tinta disso e começou a trabalhar em outros murais. Estes murais chamam se POLUIÇÃO 133


SOBRE O MURO. Porque ele se apropriou daquela poluição da fuligem para fazer uma tinta para usar nestes murais.”

Esta imagem é apreensão, tem uma menina que parece que esta brincando, mas quando olhamos a imagem de perto podemos observar que a criança tira as casas desse local. Esta imagem se refere sobre a apropriação e 134


desapropriação dos lugares urbanos. Desta maneira o Artista pensou em provocar alguma situação através desta imagem. Aqui tem outras imagens que ele fez com essa fuligem. Explico: ”- Mas o que eu quero hoje que vocês prestem atenção nas imagens do trabalho da Metabiótica, que são os stencils projetados na parede onde as pessoas interagem com essas imagens. A proposta de trabalho é essa que vocês pensem em um local da escola, onde vocês queiram fazer imagens em papel pardo, que não vamos sair pintando a escola. Para depois colar a imagem no pátio da escola para haver essa interação dos os alunos com as imagens”. Pergunto: ”- Vocês conseguiram entender?”. Os alunos respondem: ”- Não!”. Então explico: “- Vocês vão fazer essas às imagens em papel pardo, pensando o local ao qual querem colar, depois para haver a interação das pessoas que estão passando pelo local e fotografar. Como por exemplo, esta imagem do garçom poderia ser lá no refeitório.” Completo: ”- Mas isso é só um exemplo pensem nas suas ideias. A ideia principal é usar imagens de pessoas como o artista. Também pensem o espaço para depois registrar com a fotografia”. Argumento: ”- Vocês irão precisar usar o celular para registrar a fotografia”. Alguns alunos questionam: ”- Mas não tenho celular?”. Respondo: “- Mas na aula passada todos vocês tinham! O que discutimos, que mesmo o celular sendo proibido em sala de aula eles poderiam utilizá-lo. Então agora estou abrindo espaço para isso, e vocês não querem, ou ninguém tem!” O aluno Wiliam insiste: “- Não pode porque é proibido”. Eu insisto: “- Pode sim na minha aula pode. Mas isso é para semana que vem”. Explico: ”- Primeiro vamos pensar no espaço que querem esta imagem. Depois fazer o esboço na folha de ofício.Para depois fazer o desenho no papel pardo, e por último registrar a interação com a imagem através da fotografia”.

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Então solicitei aos alunos que se dividissem em cinco grupos de cinco pessoas mais ou menos. Após realizei a contagem de alunos presentes no dia e completei: “- Cinco grupos de quatro alunos, e um grupo de três alunos. O colega que faltou, na próxima aula se incluiu em algum grupo.” Distribuo a folha e falo que ali e para fazer só a ideia depois faremos o desenho no papel pardo, e que coloquem nome atrás dos componentes dos grupos.

Imagem dos alunos que começam a pensar e desenvolver seus esboços estando divididos em cinco grupos: quatro dos grupos resolvem o esboço, dois grupos destes grupos realizam já o desenho no papel pardo, e um dos grupos ainda pensa no que fazer e qual o espaço. Mas todos permanecem trabalhando até o fim da aula. Combino com eles de que na próxima aula iram terminá-los de fazer, pintando os desenhos e os colocando no espaço da escola. Solicito que assistam no grupo do faceebook ao próximo vídeo que irei postar sobre o trabalho do Artista Alexandre Orion.

CONCLUSÃO:

Nesta aula compreendi a importância de chegar mais cedo na escola. Como na primeira aula, também tive dificuldades ao instalar o projetor de data show, havendo necessidade de auxilio para instalar o mesmo. Também compreendi que não importa a dificuldade para realizar a aula com diferentes 136


recursos sempre é possível, pois haverá alguém para ajudar, e também se a escola oferece recursos porque não usá-los para melhor interação e aprendizado em sala de aula. Nesta aula tivemos a visita da Professora Orientadora Rejane. Pude perceber que isso não atrapalhou a aula, pois os alunos não se intimidaram com a sua presença e participaram da aula como de costume.

Quanto

a

mim, fiquei nervosa ao recebê-la, com receio do comportamento dos alunos, mas vendo que isso não interferiu. Pude realizar a aula com mais tranquilidade, mesmo

sabendo

que

estava

sendo

observada,

na

verdade

estava

entusiasmada com a situação. O objetivo desta aula, de criar intervenções artísticas pelo pátio da escola, demandou mais tempo para alcançá-lo. Nesta aula apenas foi desenvolvido pelos alunos suas ideias de desenhos para interação em determinado local, através de esboços realizados. Alguns alunos se propuseram a ir até os locais da escola onde imaginavam que ocorreria a interação da imagem e público. Dois grupos já haviam começado a trabalhar seus desenhos no papel pardo, após seus esboços realizados. Pude observar a importância da realização do esboço para iniciativas de ideias, as quais depois seriam o trabalho finalizado no papel pardo e ocorreria a interação em outro momento. FUNDAMENTAR Durante a semana foi postado no facebook mais um vídeo referente aoa Artista Alexandre Orion.

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3.2.5PLANEJAMENTO DE ENSINO 9° e 10° ENCONTRO Definição da Turma/Ano: 91/9º ano do ensino fundamental. Data: 20/10/2015. Horário: 8h20min às 10h Tema da Aula: Intervenção no espaço Objetivos: Confeccionar painéis para intervenções artísticas pelo pátio da escola.

Conteúdos: Criação de Intervenção artística

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Lista de Atividades: 1° Momento: Será proposto que finalizem a atividade de intervenção artística na escola. Metodologia: Aula expositiva dialogada, e trabalho em grupo.

Materiais e recursos a serem utilizados: Tinta branca e preta, papel pardo e pinceis. Avaliação: Será considerada satisfatória a participação e a dedicação de cada aluno e a interação entre eles. Planejado:

Iniciarei a aula revendo sobre o que falamos na aula anterior mostrando as imagens em A4 de trabalhos de Metabiótica do artista Alexandre Orion, com seu trabalho em estêncil e fotografia. Relembrando que o Artista tem como objetivo fazer desenhos de pinturas preto e branco nos muros da cidade, em locais pensados para que depois flagrasse o público que por ali passa, interagindo com essas imagens. Sendo registradas em fotografias essas interações entre as figuras pintadas e as situações reais, que são o resultado final dos trabalhos. Logo após irei relembrar aos alunos que irão realizar uma intervenção artística (estêncil) a ser realizada no pátio da escola que interaja com os transeuntes. Pensando no trabalho do artista Alexandre Orion que faz seus estênceis interagir com os passantes por ali, onde as pessoas entram nas suas obras através da casualidade. Após irei solicitar aos alunos que se organizem em seus grupos da aula anterior e finalizem os seus desenhos no papel pardo pensando juntamente qual o espaço da escola seria possível haver essa interação entre as imagens e o público. Após a finalização, o mesmo deverá ser colocado expostos nos locais escolhidos, e depois fotografado, registrando a interação com os alunos. Lembrarei que o artista Alexandre Orion flagrava na casualidade os passantes interagindo com sua obra, nada era planejado ou pousado naquele momento. 139


Neste momento irei solicitar que assistam no grupo do facebook o vídeo de entrevista do artista Alexandre Orion pois lá ele relata todos os seus trabalhos, e que o grupo do facebook foi criado para haver a interação dos alunos.

Realizado: Cheguei á sala de aula antes do horário, e comoo de costume a professora Rosecler realizou sua chamada e após retirou-se da sala. Então iniciei a aula propondo aos alunos que finalizem seus trabalhos no papel pardo para que na próxima aula, já possam estar expostos na escola para interação do público com as imagens. Fiz uma pequena revisão com os alunos que haviam faltado na aula anterior explicando e mostrando três imagens em A4 do artista Alexandre Orion com o seu trabalho Metabiótica.

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E solicitei que procurassem um grupo para a realização do trabalho já que eles haviam apenas começado o esboço, apenas dois grupos já estavam realizado a pintura preto e branco do mesmo. Mas deixei claro determinando que naquela aula teriam que finalizar a pintura, para que ela secasse e na próxima aula esta estivesse pronta para recortar e colar nos ambientes da escola. Pois daríamos inicio as interações e intervenções a partir do momento que as imagens estivessem expostas pela escola. E depois seriam registradas as interações das imagens e o público a partir de câmeras de celulares e postadas no facebook. Por isso alguém do grupo deverá ficar responsável pela postagem no grupo do facebook. Os alunos então trabalham como o solicitado durante toda a aula:

Imagens das alunas Mariana, Brenda,Vitória, Cássia e Júlia realizando a pintura preto e branco de duas nuvens de pensamentos, ao qual uma das nuvens é quadro e a outra nuvem possui material de pintura. Elas pretendem colocar o seu desenho no refeitório na próxima aula, pois nesta aula elas finalizam a pintura e aguardam a secagem.

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Imagem das alunas Aline e Ester que estão desenhando uma menina correndo, pretendem colocá-la no ginásio da escola na próxima aula. Pois devido à secagem não será possível nesta, mesmo quando o trabalho foi finalizado.

Imagem do grupo dos alunos Yan, Brayan, William, Daniel e Josefá realizam um desenho da maçã, e querem colocá-lo no refeitório da escola o mesmo é finalizado nesta aula e será colocado no local na próxima aula.

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Imagens dos alunos Márcio, Samuel, Giulia, Paola e Tiago trabalham na construção de uma árvore com um balanço, pretendem colocá-la exposto no pátio. Este trabalho foi pensado para este local, pois a escola não possui árvores no pátio. Também teve outro grupo do alunos David, Gissele, Gabrielly e Ana Julia que realizou um desenho da árvore pensando na mesma situação de não haver árvores no pátio da escola. Mas o mesmo grupo não finalizou o mesmo e levará os materiais( tintas preto e branco, pincéis e esponjas), concedidos por mim, para a finalização do trabalho no papel pardo. Combinei com este grupo que devem trazê-lo na próxima aula pronto para a colagem do mesmo no pátio. No final da aula colocamos os trabalhos pendurados nas janelas e corredores para a secagem do mesmo, e eu fiquei responsável para recolhêlos e guardá-los até a próxima aula para colagem nos locais da escola.

CONCLUSÃO:

Nesta aula pude perceber que haveria necessidade de uma próxima aula para alcançar o objetivo que não foi alcançado na aula anterior que seria criar intervenções artísticas pelo pátio da escola. Mas pude perceber que nesta aula foi possível atingir apenas o objetivo proposto de hoje que era confeccionar painéis para intervenções artísticas pelo pátio da escola. Sendo 143


que um dos grupos não atingiu tal objetivo, pois levariam para finalizar em casa. Acredito mesmo assim que a aula foi produtiva, pois a maioria dos alunos demonstrou-se interessados e participativos na realização dos painéis e finalizaram o mesmo. Compreendi que às vezes é necessário organizar melhor o planejamento para a realização das atividades propostas, pois estas podem demandar mais tempo de execução. Também é necessário organizar os materiais utilizados para a pintura destes painéis, pois eles também influenciaram no tempo para a secagem dos trabalhos produzido pelos alunos. Acredito que deveria ter pensado também nesta secagem, e ter organizado mais o tempo ou ter substituído a tinta tempera que foi o material disponibilizado para os alunos, por outro tipo de tinta que secasse mais rápido.

3.2.6PLANEJAMENTO DE ENSINO 11° e 12° ENCONTRO Definição da Turma/Ano: 91/9º ano do ensino fundamental. Data: 27/10/2015. Horário: 8h20min às 10h Tema da Aula: Intervenções de Stickers Objetivos: Compreender o que é stickers como manifestação artística. Criar um desenho que gostariam que fosse transformado em um adesivo de sticker.

Conteúdos: 144


Stickers na arte urbana.

Lista de Atividades: 1° Momento: Será proposto que os alunos finalizem a atividade de intervenção artística na escola. 2° Momento: Será feito uma explicação do que é sticker e alguns trabalhos de artistas como Dione Martins, e Sérgio José Toniolo. Metodologia: Aula expositiva dialogada, trabalho individual.

Materiais e recursos a serem utilizados:

Imagens em A4, quadro, fitas durex, dupla face, cola quente, material de uso comum. Avaliação: Será considerada satisfatória a atenção e a participação de cada aluno.

Planejado: Iniciarei a aula falando que no primeiro período iremos finalizar a atividade proposta nas aulas anteriores. Solicitarei que recortem seus desenhos do papel pardo, após iremos ao pátio da escola fazer a colagem dos desenhos para haver interação das pessoas passantes por ali, e o objetivo e registrar esse momento durante a semana e postar em nosso grupo essas imagens. Depois ao retornar para a sala de aula explicarei sobre stickers:

Os stickers são pequenos desenhos em adesivos que interagem com sinais de trânsito, portas, caixas de correio, postes, tudo que se possa fixar um adesivo acaba virando suporte. A forma mais comum de stickers é o chamado de free style, ou “estilo livre”. A praticidade dos stickers, para interagir com o espaço público, tem tornado essa forma de expressão cada vez mais comum nas grandes cidades.

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Como por exemplo, nas ruas de Porto Alegre, o sticker de Xadalu, pelo artista Dione Martins. Xadalu é o adesivo de um indizinho, geralmente preto e branco, mas há alguns coloridos, com olhos grandes e iluminados sem proporção com o resto do corpo e pena centralizada na cabeça forrada de cabelos negros. Martins diz que o desenho representa mais: é uma causa, uma lembrança dos povos indígenas brasileiros que foram quase dizimados. Seria “um protesto silencioso”(ZH, 24/05/2014). Sérgio José Toniolo é um ex-policial Civil, que começa nos anos 70 nas sessões “Cartas dos Leitores” dos jornais da capital, onde desferia suas críticas à tudo e a todos. Tempos pacatos que não duraram muito. Após uma crítica ao seu próprio chefe de polícia, Toniolo foi aposentado e suas cartas passaram a ser recusadas. Foram-se as folhas dos jornais, mas ainda restavam paredes, prédios e muros prontos para serem transformados em veículos de comunicação. Toniolo criou seu trabalho com sticker para desenvolver criticas sociais referentes à boate Kiss, também a também ao Tribunal de Justiça. Usando um desses seus adesivos para protestar na tragédia ocorrida na boate Kiss, questionando a Justiça do Brasil. Assim como também outros adesivos que reivindicam a Justiça do Brasil. Depois desta breve explicação irei solicitar aos alunos que façam desenhos que seriam adesivos, qual a mensagem gostariam de passar a sociedade pensando na proposta dos artistas Sérgio José Toniolo ou Dione Martins porque ambos deixam uma mensagem a sociedade. Após terminarei a aula solicitando que interajam com as intervenções que realizaram no pátio da escola, e fotografem este momento, depois postem no grupo. Se não for possível a postagem devem trazer essas imagens para ser passado para notebook.

Realizado: 146


A professora Rosecler realizou a chamada conforme o combinado que ela mesma o faria. Após já inicio a aula solicitando aos alunos peguem seus desenhos do papel pardo no armário lá atrás, recortem e saiam pelo pátio da escola para colar que irei ajudá-los. Anúncio que na próxima semana será a última aula realizada com a turma, e que embora eles fiquem felizes com essa noticia eu fico bem triste com isso, pois gostei muito de trabalhar junto com eles. Os alunos trabalham recortando os desenhos do papel pardo e um grupo ainda finaliza a pintura do desenho. Após relembro: ”- Não se esqueçam de fotografar alguém interagindo com a imagem e não uma foto pousada. E postem no grupo essas fotos.” “O “aluno Jeferson reclama:” - O sora eu vou colar, mas os alunos pequenos vão arrancar e estragar”. Alguns alunos saem para fazer a colagem no pátio com fita durex e cola quente, material aS qual eu disponibilizei aos alunos. Fico na sala com o grupo que ainda trabalha pintando a imagem de uma árvore no papel pardo, e com os demais grupos que finalizam o recorte. Conforme os alunos terminavam de recortar iam colar no pátio. Um dos grupos solicita a ajuda para a realização da colagem para fazer no ginásio da escola. Então acompanho essas alunas e junto a mim os alunos Gabriel e Jeferson que se prontificaram em ajudar na colagem e também em mostrar a mim os locais onde os outros grupos haviam colado.

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Imagem dos alunos Gabriel e Jeferson colando o trabalho das alunas Aline e Ester na parede do ginásio da escola. Neste momento pude registrar os trabalhos pela escola, e após voltei para a sala já que os outros grupos haviam retornado. Mas ainda havia um grupo finalizando sua pintura.

Imagens dos alunos colando os trabalhos das alunas Brenda, Vitória, Cássia, Julia e Mariana que foi colocado no espaço do refeitório da escola.

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Mesmo assim organizei as imagens de fotografias em A 4 e no quadro, para que todos visualizassem.

A turma estava bem agitada, então solicitei

que sentassem e que colaborassem, pois quero continuar a aula, já que na próxima semana teremos a última aula. O aluno Marcos pergunta: ”- O que são as imagens?”, Então respondo: ”- Vou explicar a agora!”. Mas antes de começara a explicar relembro novamente, que agora já haviam colado as imagens pelo pátio da escola, então não deveriam esquecerse de fotografar as interações com as imagens e postá-las no facebook. Caso não consigam postar tragam as imagens em pen drive que eu irei salvar e avaliar. Explico: “- Agora vou falar sobre sticker!”. Pergunto: ”– Alguém lembra o que é sticker?” O aluno Marcos responde: “-Sim, eu. É adesivo!” Eu respondo: “- Sim, isso!”. Como já disse os alunos estavam bem agitados, então pedi silêncio e colaboração, e alguns alunos interessados em ouvir pedem para os colegas calarem a boca. Então me silêncio por alguns segundos e obtenho resultado. Começo a explicação: “– Aqui é a imagem do Indiozinho do Dione Martins, que o Gabriel já tinha perguntado se era no Centro. Sim é o Centro de Canoas.”.

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Há uma proposta do artista que espalha o Índio pela cidade, primeiramente em Porto Alegre, depois em Canoas na frente do Café Imperial. O aluno Gabriel: ”– Foi tu sora, que tirou as fotos?” Respondo: “– Sim foi!”

Completo: “– Aquela ali é do trem na frente do Café Imperial na Estação La Salle.”

A mensagem que o artista quer passar é chamar a atenção para a Cultura dos Índios que esta acabando. 150


Aqui temos o Toniolo, que se chama José Sergio Toniolo. E ele também tem uma proposta com os seus adesivos. Ele faz criticas sociais. Chamando a atenção e falando sobre o Brasil. Como neste adesivo:

A sociedade KISS dinheiro. A justiça KISS dinheiro. O Legislativo KISS dinheiro. Aqui ele faz uma critica sobre o que ocorreu na boate Kiss. Agora vou passar as imagens para que vocês vejam. Ele espalhou vários desses adesivos pela cidade e na frente da boate Kiss e também pintaram o chão representando os 242 mortos daquela tragédia. Para protestar que até os dias de hoje a Justiça não resolveu nada. É para este fato que ele chama a atenção.

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E aqui também é outro adesivo do Toniolo das ruas de Porto Alegre protestando sobre STF é palhaço. Pergunto: “- Alguém sabe o que é STF?” Alunos respondem: “- Não!” Explico: “- STF é o Supremo Tribunal Federal.” O Toniolo era um ex escrivão da policia, e ele escrevia na década de 70 para o Jornal. Mas como não podia fazer suas criticas acabou saindo do jornal. E passou há fazer criticas sociais da atualidade. Sticker são adesivos feitos em gráficas ou manualmente, quando manualmente passasse a cola na frente e atrás do desenho para fazer a colagem nas ruas. Solicito: “- E agora a proposta que eu trouxe para vocês é que vocês façam um adesivo que pode ser uma mensagem ou critica. Eu irei distribuir as folhas de ofício. Coloquem o nome e a turma e entreguem.” Os alunos começam a trabalhar seus desenhos fazendo em toda a folha de ofício e não pequeno como adesivo.

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Os alunos Jeferson e Gabriel discutem porque estão fazendo uma cruz, quem esta imitando quem, mas deixo que eles se resolvam. Até que Gabriel diz que esta fazendo uma cruz funerária. Questiono?”– Qual a mensagem?” Gabriel responde: “- É sobre o sistema funerário.”. Já o aluno Jeferson mostra seu desenho é a representação de um Hospital e cruz vermelha, e explica que o sistema de saúde do SUS é uma merda. Durante esta aula alguns alunos me pedem material para realizar as atividades e eu empresto. Percebo que todos tem interesse em fazer as atividades. Ao final da aula reforço para que postem no grupo as fotos, pois irei avaliar, e complemento: “- Vai valer nota porque vale até respirar!” Aquele grupo que finalizava a pintura do trabalho havia terminado. Solicitei que aguardassem a secagem do mesmo, mas que retornassem ali no último período antes de irem para casa, para fazer a colagem e fotografar já que na próxima aula queria tudo postado no grupo. Os alunos se despedem e saem para o intervalo. Ao fim do último período os alunos foram até a sala, pegaram o trabalho seco e foram fazer a colagem. Fotografaram e depois descolaram, pois não queriam que os alunos da educação infantil estragassem se no pátio permanecesse, mesmo eu havendo explicado que se as crianças não estragassem, o tempo iria fazer isso, porque o grafite a arte urbana também é assim se apaga com o tempo. Durante esse mesmo dia e a semana obtive resultados finais das fotos postadas no facebook das intervenções realizadas no pátio da escola, onde os alunos se propuseram a interagir com as imagens criadas por eles mesmos. Já que não tinham como flagrar pessoas interagindo durante a semana e

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fotografar e tinham medo dos alunos pequenos estragarem( foi o que de fato aconteceu com um dos grupos). Ent찾o resolveram os alunos dos grupos interagirem com a imagem:

Imagens da aluna Brenda interagindo com as imagens no ambiente do refeit처rio da escola. Diferente do artista que utiliza stencil de pessoas e animais, as alunas preferiram utilizar objetos. Quais as imagens s찾o duas nuvens, uma com o material de pintura e a outra com a tela. E a aluna se coloca como se estivesse pesando naquilo que esta nas nuvens e constr처i um desenho em seu caderno.

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Imagem de uma menina criança, que esta interagindo com a imagem posta ao ginásio da escola, esta imagem é de uma menina que pode estar correndo ou caminhando.

Imagem da aluna Gabriela interagindo com a imagem da árvore, que estava localizada no pátio da escola. A menina esta sentada ao pé de uma árvore fazendo a leitura de uma revista Época. Como o grupo mesmo havia mencionado gostariam de árvores no pátio da escola, por isso escolheram ela como imagem de interação, diferente do artista Alexandre Orion que seus stencils são de pessoas ou animais. CONCLUSÃO: Compreendi que às vezes levamos mais tempo a alcançar nossos objetivos em sala, e que nem sempre conseguimos cumprir prazos em sala de aula. Mas também neste dia e durante a semana pude perceber que o objetivo do projeto foi alcançado. Isto porque tive o retorno no dia e durante a semana das postagens no facebook das fotos de interação com as imagens de intervenções artísticas, criadas pelos alunos. Ou seja, o objetivo da aula anterior de criar intervenções artísticas pelo pátio da escola foi alcançado durante a semana.

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Quanto aos objetivos desta aula pude perceber que os alunos compreenderam o stickers como manifestação artística, e já trabalhavam na criação de um desenho que gostariam que fosse transformado em um adesivo de sticker, pensando em desenvolver criticas sociais através de seus adesivos. Assim como o aluno Jeferson mostra seu desenho, que é uma representação de um Hospital e cruz vermelha, e explica que o sistema de saúde do SUS “é uma merda”. Através da aula pude perceber que os objetivos foram alcançados, mas que se daria o resultado final desta criação de sticker só na próxima aula.

3.2.7PLANEJAMENTO DE ENSINO 13° e 14° ENCONTRO Definição da Turma/Ano: 91/9º ano do ensino fundamental. Data: 03/11/2015. Horário: 8h20min às 10h Tema da Aula: Intervenção com stickers. Objetivos:

.

Criar um desenho transformado em um adesivo de sticker. Responder ao questionário sobre arte urbana.

Conteúdos: Stickers na arte urbana.

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Lista de Atividades: 1° Momento: Será proposto que os alunos finalizem a atividade de sticker. 2° Momento: Será feito uma avaliação sobre o que aprenderam de arte urbana. 3° Momento: Será feito um fechamento do projeto de ensino. Metodologia: Aula expositiva dialogada, trabalho individual, avaliação.

Materiais e recursos a serem utilizados: Material de uso comum, folhas de oficio e papel contate. Avaliação: Será considerada satisfatória a compreensão, a criatividade e a participação de cada aluno. Planejado: Iniciarei a aula falando que no primeiro período iremos finalizar a atividade proposta na aula anterior que realizem os desenhos que seriam adesivos, qual a mensagem gostariam de passar a sociedade pensando na proposta dos artistas Sérgio José Toniolo ou Dione Martins porque ambos deixam uma mensagem a sociedade, desenvolvendo suas críticas sociais.

Onde devem fazer três adesivos para colar um em sala de aula, outro para a professora e outro para colarem na rua, onde nosso objetivo e fazer com que nossa expressão saia para as ruas assim como a arte urbana que trabalhamos durante as aulas. Explicar que nosso espaço de expressão foi a sala de aula através da arte de intervenção com projeção das lâminas no trabalho de Regina Silveira, depois ganhamos o espaço da escola com a expressão de intervenção em stickers com o Alexandre Orion e agora nosso objetivo é ganhar o espaço das ruas assim como a arte urbana tem de se expressar através de sticker como Toniolo e Dione Martins assim como também os grafiteiros Gêmios e Eduardo Kobra. Após irei distribuir aos alunos a avaliação e explicar as perguntas. No segundo período iremos até a rua fazer colagens de sticker em alguns postes da rua da escola mesmo a frente. Se houver tempo também irei finalizar a aula fazendo registros de interação com as imagens de stencil espalhados pela escola. 157


Realizado:

A professora Rosecler faz chamada como havia combinado de que faria. Após sua saída da sala inicio a aula. Iniciei a aula falando que para fazer o fechamento do projeto iríamos fazer duas atividades. A primeira seria terminar os três adesivos e expliquei: “- Dobrem a folha de ofício em quatro partes porque quero adesivos pequenos como o da colega Aline, utilizem três partes desta folha para fazer três adesivos iguais. Um para colar na sala, outro para colar na rua e outro para eu levar para mim”. “- Entenderam? Eu não quero reclamação comecem a fazer quero o trabalho porque o tempo é até às 9 horas, e o adesivo tem que passar uma mensagem porque o artistas fazem isso lembram?” Os desenhos de vocês, seus adesivos, devem ter uma mensagem que gostariam de passar a sociedade pensando na proposta dos artistas Sérgio José Toniolo e Dione Martins. Porque que eles realizam seus stickers ambos deixando uma mensagem a sociedade e desenvolvendo suas críticas sociais. Enquanto os alunos trabalhavam em seus adesivos com muita conversa, eu cortei os papeis contat e após distribui, e pedi que aguardassem, pois eu explicaria depois como colar. Mas como sempre tem um ou dois que não esperam, como o aluno Gabriel que colou o lado contrário. Então pedi que fizesse outro e expliquei que ele deveria colar o papel contat no desenho na parte da frente. Depois quando eram nove horas e dez minutos, agora no segundo períodos

temos

outra

atividade,

darei

quatro

perguntas

para

vocês

responderem, vou dar vinte minutos, às nove horas e trinta minutos vou recolher. Então li as perguntas aos alunos. ”- O que você compreendeu sobre a arte urbana?” “-Quais as manifestações urbanas você considerou mais importante?” “-O que mudou no seu olhar para o entorno da cidade?” “- Como você avalia as aulas?” 158


Distribui as folhas aos alunos. Que logo começaram a responder as perguntas. Anúncio: ”- São nove horas e vinte e cinco minutos, vou recolher daqui a cinco minutos, terminem a avaliação!” Então quando eram nove horas e trinta minutos recolhi as perguntas da avaliação, conforme havia combinado. E os alunos estavam ansiosos para saber como colar o papel contate no desenho. Então pedi que esperassem a explicação. Após recolher todas as avaliações, expliquei: ”- Vocês vão colar o desenho com a parte da frente para o papel contate onde ira grudar. Esses vocês colam na sala, o outro vamos depois lá para a rua colar.” O que quero é que vocês entendam que arte urbana tem vários tipos de manifestações, e que o sticker é mais uma expressão da arte urbana. E como a arte urbana acontece nas ruas, vamos manifestar suas críticas aqui na escola e nas ruas. Após subi em uma cadeira com o meu adesivo e colei em cima do quadro, próximo ao ventilador. Com isso todos os alunos começaram a colar o seus adesivos com muito interesse.

E depois convidei os alunos para guardarem o material e saíssem para a rua para fazer a colagem assim como os artistas que trabalhamos se expressavam nas ruas, vamos fazer o mesmo. Apesar desta explicação os alunos não compreenderão que deveriam sair as ruas, acredito pelo fato de não terem o habito de fazer isso em suas aulas. Então os alunos colaram seus adesivos no pátio da escola, apenas as

159


alunas Brenda e Cássia foram às ruas me acompanhando e colaram seus adesivos em postes da rua próximos a escola.

Os alunos que coloram no pátio da escola me chamaram para ver, dizendo que entenderam que a rua, era o pátio. Foi deste momento que tirei a conclusão de que não estavam habituados a tal situação. Mas quando me chamaram pude fotografar os corredores da escola ao qual coloram os adesivos. Após foram embora porque não havia mais aula.

160


E assim terminou a aula, somente na outra semana consegui reunir os alunos para fotografar a turma. Após o término da aula fiz a leitura dos questionários: - O que você compreendeu sobre a arte urbana? Compreendi algumas coisas, percebi também que a arte é mais legal do que eu pensava e tem vários tipos de arte. A arte esta espalhada pelo mundo, é uma maneira muito boa de se expressar, arte hoje, arte amanhã e arte sempre.( Escreve Samuel Guimarães.) -Quais as manifestações urbanas você considerou mais importante? Intervenção. Porque achei legal ver as imagens interagindo com o ambiente.(Escreve Cássia) -O que mudou no seu olhar para o entorno da cidade? Hoje eu saio nas ruas e observo as imagens e consigo ver se há uma mensagem ou não. Antes era simplesmente apenas uma imagem. (Escreve Brenda Costa) “- Como você avalia as aulas?” É um jeito diferente de arte, principalmente aqui na escola, então gostei das

aulas,

gostei

dos

trabalhos

diferentes

e

alguns

trabalhos

diferentes.(Escreve Jaqueline)

CONCLUSÃO: Conclui que os objetivos desta aula, de responder ao questionário sobre arte urbana e criar um desenho transformado em um adesivo de sticker, foram atingidos. Percebi que alguns alunos não tinham colocado seus adesivos nas ruas ao redor da escola, e sim espalhados pelo pátio da escola. Não acredito que não entenderam, mas sim que não acreditaram na possibilidade de sair para as ruas, já que isso não é comum em suas aulas de arte. Também nesta ultima aula pude perceber que todos os objetivos do projeto foram alcançados. Isto após leitura dos questionários respondidos pelos alunos, pois pude perceber que alguns alunos compreenderam o que eu tinha proposto na primeira aula como objetivo que era perceber a arte urbana como uma forma de manifestação artística da contemporaneidade. 161


Entรฃo concluo que ao final do projeto todos os objetivos foram atingidos, sรณ que alguns levaram mais tempo, talvez o tempo do projeto inteiro para serem alcanรงados.

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Conclusão:

A escolha da temática sobre as manifestações artísticas na Arte Urbana surgiu a partir do primeiro estágio de observações silenciosas. Estas observações que foram realizadas possibilitou conhecer a turma, dando a mim muitos motivos para realização deste projeto. Primeiro acreditei que seria um tema interessante para os alunos por ser um público jovem, pois os jovens gostam de expor suas opiniões e Arte Urbana não só expressa os sentimentos e opiniões do artista como também proporciona outras opiniões e criticas, para o público que transita pelas ruas. Também queria desenvolver a criatividade, o senso critico dos alunos. Segundo, devido a duas perguntas que, nos questionários, os alunos responderam: “Quais são as linguagens artísticas que você conhece?” Respostas: Desenho e grafite. (Foram as mais citadas). “O que você gostaria de aprender nas aulas de arte?” Respostas: Desenho, escultura e pintura com tinta. (Foram as mais citadas). Já que o desenho foi o mais citado, como resposta de ambas as perguntas, conclui que mesmo fazendo desenhos nas aulas de arte tinham interesse em desenvolver mais a habilidade do desenho. E o graffiti sendo uma linguagem artística da Arte Urbana conhecida pelos alunos, acreditei que haveriam de se interessar pelo tema da Arte Urbana, e que também, ao desenvolver o tema nas aulas, poderia trabalhar com tinta como os alunos desejavam. Terceiro porque a professora relata, no questionário, que trabalhou linguagens artísticas como: desenho, pintura, recorte e colagem, ou seja, o tema escolhido sobre Arte Urbana deveria propor uma aprendizagem nova aos alunos nas aulas de arte, já que isto não havia sido trabalhado por ela. Quarto motivo significativo é que pude perceber que os alunos não trabalhavam com imagens de artistas, somente com imagens de Xerox de personagens de desenhos e de animes, e queria fazer uma aula diferenciada, embora no primeiro estágio não soubesse como. 163


Nas aulas observadas os alunos tinham disponíveis uns saquinhos com muitos desenhos de imagens xerocadas, estes mesmos deveriam ser utilizados para estimular a criatividade, mas o que de fato acontecia é que os alunos copiavam passando por cima estes desenhos de Xerox para seus cadernos de desenhos. Então pensei que deveria levar, aos alunos, situações diferenciadas que desenvolvessem a criatividade e a habilidade de criação desenhos. Isto, de fato, foi frustrante para os alunos, pois já na primeira aula após a apresentação de slides sobre a arte urbana, solicitei aos alunos que realizassem desenhos sobre o que costumavam e gostavam de desenhar nas ultimas folhas de seus cadernos, relatei que os grafiteiros também começaram a desenhar em seus cadernos, assim como eu também tinha um caderno ao qual desenhava. Percebi a frustração dos alunos, quando o aluno Jeferson e a aluna Ester levantam-se para perguntar se “o desenho esta bom assim”, e eu apenas expliquei que deviam desenhar o que desejavam e o como sabiam desenhar. No momento percebi o quanto estavam receosos com os seus desenhos, só por não terem o habito desenhar nas aulas de arte, e eu não consegui deixar claro que todos nos temos a capacidade de desenhar, e de criar. Mas percebi que haviam atingido os objetivos, pois demonstraram a através do resultado dos trabalhos dos alunos, mesmo havendo alguns estereótipos nos desenhos, eles haviam feito o que solicitei, isto é, a representação do que gostavam. Representaram em seus desenhos as imagens cotidianas, do que visualizavam e realmente eles gostavam nesta fase da adolescência, como desenhos de animes, marcas, jogos, criação de histórias. O que mais considerei importante nestas duas primeiras aulas foram três fatos. Um fato relacionado aos alunos foi que demos fim aos saquinhos com cópias xerocadas, e, pelo menos em minhas aulas, estavam criando seus próprios desenhos, sem copiar. Outro fato é que eu queria que minhas aulas fossem diferenciadas, e isso já ocorria pelo fato do tema ser algo diferente do que os alunos haviam 164


trabalhado com a professora titular na sala, e também pelo uso dos recursos disponíveis da escola, pois a professora titular não havia utilizado Data Show, e nem saia do ambiente da sala de artes. E já na primeira aula propus que assistissem ao Power Point, na sala de vídeo. Outro fato significativo é que agora ao fim do projeto, percebo que errei ao não repetir está mesma atividade de criação de desenhos na ultima aula, acredito que teria ótimos resultados. Concluí que somente ao fim do projeto de ensino sobre a Arte Urbana: Intervenções no Espaço, que os alunos de fato haviam demonstrado uma conquista de aprendizado, não como gostaria. Mas de acordo com o que foi possível realizar em cada aula. Aqueles alunos, que de fato estavam interessados, foram construindo seu conhecimento e aprendizagem durante cada aula. Percebi isso através da primeira aula quando fiz perguntas em relação ao tema Arte Urbana e apresentação do Power Point, e não obtive respostas de conhecimento sobre o tema dos alunos. As respostas eram mais negativas de conhecimento sobre o tema do que positivas. Mas ao longo das aulas no desenvolvimento do projeto trouxe a participação dos alunos em sala de aula e também para o grupo do facebook. O grupo do facebook foi criado com objetivo de propor a interação dos alunos, realizando postagens sobre os temas tratados em sala de aula, e também trazer novidades sobre Arte Urbana. Visava sair das rotinas de sala de aula, para um mundo o qual já é pertencente aos adolescentes, isto é as redes sociais, aqui utilizadas como meio também para aprendizagem. Na segunda aula também foi possível perceber a participação e interesse dos alunos, porque solicitei o material de lâminas de raio x para a utilizá-las em um outra aula na atividade de projeção de desenhos de objetos proibidos em sala de aula que seriam feitos pelos alunos. Mesmo sem a aluna Giselli saber ao certo como seriam utilizadas as lâminas de raio x, ela trouxe sua colaboração do material solicitado, o que de fato surpreendeu- me pois de alguma maneira começavam a participar e se interessar pela aula. Também 165


quando expliquei sobre a intervenção percebi a compreensão dos alunos sobre o assunto, que estavam dispostos a participar, e ainda se lembravam das aulas anteriores. Em uma brincadeira do aluno Gabriel, percebo que mesmo com sua maneira de se expressar, e de certa forma “zoar” com a situação, ele havia compreendido o que estava explicando naquele momento sobre intervenção. Este aluno Gabriel faz uma pausa na aula, pediu a mim licença, e então parei a explicação para escutá-lo. O aluno Gabriel completou dizendo: “que acabou de fazer uma intervenção na aula”, alguns alunos riem, outros ficaram muito bravos com a brincadeira do colega. Eu só retomei a aula de onde estava explicando, porque no momento achei que ele estava apenas querendo atrapalhar e “zoar”. Só depois revendo as aulas é que pude compreender que sua brincadeira foi valida como forma de compreensão das aulas sobre o termo intervenção. Também houve a participação da aluna Cássia, fazendo referência de que na aula anterior havíamos visto a imagem da obra Mosca no Hospital da artista Regina Silveira ao qual eu havia me referido. Na obra TRANSIT, a artista projetou em diversos pontos da cidade de São Paulo, sua mosca varejeira como símbolo de deterioração, no ano de 2001, na Bienal em São Paulo. A demonstração de interesse e dedicação da aluna Brenda, que após solicitação da atividade nas lâminas, que seriam para apresentar, a aluna Brenda pergunta: “- Sora tem que pesquisar sobre o objeto?”, eu respondi: “Não, mas tem que saber qual o significado do objeto, porque o escolheu. Irei trazer algumas perguntas na próxima aula.” A aluna Brenda complementou: “Não é porque se tenho que falar do objeto, irei pesquisar.” Então responda com a pergunta: “- Do que você quer falar?”, A aluna Brenda respondeu: ”- Da maconha. Tenho que pesquisar sua história?” Eu respondi novamente: ”- Não, vai ter que explicar só o porque escolheu isto, e porque não pode entrar na sala.” Então a aluna Brenda respondeu que entendeu. Nesta aula também percebi o interesse de alguns alunos em participar das aulas e das atividades propostas, pois solicitei que enviassem convites para o nosso grupo do facebook, e aqueles alunos que tinham internet o 166


fizeram naquele momento. Durante o dia e na semana também houve duas postagens das alunas Vitória e Brenda sobre imagens de grafite, conforme eu havia solicitado. Neste momento compreendi que o objetivo de interação com o grupo no facebook, começava a nascer, talvez só porque eu havia dito aos alunos que valeria nota todas as postagens feitas no grupo. Depois quando eu fiz outras postagens no grupo do facebook, obtive apenas visualizações dos alunos no grupo, o que fez com que eu percebesse que os objetivos foram alcançados parcialmente. Só teriam novas postagens no grupo, feitas pelos alunos, quando estes fossem trabalhos que seriam avaliados por mim. O que me fez rever dois aspectos sobre: “Como estamos inseridos na Escola Tradicional, na tradicional forma de avaliar, por meio de nota. Por esse motivo os alunos estão acostumados a realizar as suas atividades, só porque vale nota, não porque estará aprendendo ao realizar atividade.” “E também fez com que eu repensasse sobre a ideia de interação nos meios da internet”. Na terceira aula embora não houvesse tanto tempo disponível, os alunos realizaram as apresentações de suas lâminas, sobre os objetos que eram proibidos a sua entrada em sala de aula, respondendo a quatro perguntas: “Que objeto era esse? Por que este objeto não poderia entrar neste espaço da sala de aula? Se os alunos gostariam que este objeto fosse utilizado em sala de aula? E se apesar de alguns objetos serem proibidos a sua entrada em sala de aula, por que alguns desses estão presentes em sala de aula?” e conforme apresentavam surgiam novos debates e questionamentos, mas pude perceber que haviam de fato compreendido o que a artista Regina Silveira queria ao projetar, que era questionar sobre aquele ser projetado, nesta aula havia atingindo o objetivo de criar um desenho na lâmina de raios-X para a realização de uma intervenção na sala de aula.

Em outras aulas também pude perceber a participação e também o interesse em aprender, como na quarta aula que perguntei: “- Vocês lembram o que é stencil?”, os alunos responderam: “- Não!”. Mas a aluna Cássia esforçouse para lembrar-se da aula passada, e tentou formular uma resposta. 167


Então a aluna Cássia respondeu: “- É meio que quando a imagem interage com o ambiente.” E eu complementei: “- Sim isso é intervenção. Stencil é um desenho em um papel mais grosso, e ele vaza esse desenho, e depois passa a tinta nesse vazado que foi perfurado, isso é stencil. Intervenção é o que a Cássia falou que o público interage com a obra artista”. Nesta aula recebemos a visita da Professora Orientadora, e os alunos não ficaram constrangidos com isso, e participaram com o mesmo interesse. Logo após a explicação sobre os trabalhos do artista Alexandre Orion, começaram a realizar suas atividades de esboços e alguns grupos já realizaram seus esboços para o papel pardo.

Solicitei que realizassem

esboços de desenhos em folha A4, antes de realizar os desenhos no papel pardo. Pois tinham que pensar no desenho e também no espaço da escola ao qual seu desenho haveria de interagir, e qual o público que haveria de transitar pelo espaço escolhido da escola. Na quinta aula esta participação continuou através da construção dos painéis de papel pardo, estavam entusiasmados para finalizar seus desenhos, e empenhados para realizar a pintura. Mas apesar deste empenho, seria necessário mais uma próxima aula para finalização desta atividade, pois ainda teriam que esperar a secagem do trabalho da pintura, para após recortar e colar no espaço pensado da escola. O que de fato era frustrante para mim, pois eu estava me encaminhando para finalização do projeto, e isso atrasaria por mais uma aula, também atrapalhando com que as postagens das fotos no facebook ocorressem, não cumprindo com o tempo previsto. Mas isso fez com que eu ao fim do projeto tivesse outra reflexão. Somente na sexta aula tivemos o termino desta atividade de painéis de interação, nos quais os alunos recortaram e colaram os painéis das imagens, mas ainda teriam que aguardar as postagens das fotos no facebook dos grupos. Nesta aula percebi que, mesmo ao fim do projeto, houve envolvimento ao finalizar a atividade dos painéis, e dedicação dos alunos ao registrarem, pelo meio da fotografia, a interação com os painéis, e fazer a postagem no grupo do facebook. Mesmo que esta interação tenha sido, de certa forma, intencional, por os alunos já terem conhecido o projeto Metabiótica, do Artista Alexandre Orion, e não casualmente como o objeto da aula, assim como o artista Alexandre Orion trabalhava em seu projeto. O projeto Metabiótica tem 168


desenhos em stencil que eram expostos em lugares propostos para a interação ocasional das pessoas que por esse local passavam. Alexandre Orion com sua câmera fotográfica esperava durante dias pelo melhor momento casual de interação e fotografava este flagrante. Acredito que certa forma o resultado foi positivo, pois levo em conta o esforço e interação dos alunos para realizar o solicitado na atividade proposta. Considero que esta atividade foi a mais significativa em termos de envolvimento e participação do grande grupo. Quanto às postagens das fotos de interação com as imagens dos grupos ocorreram durante a semana, este atraso nas atividades propostas me preocuparam, pois queria eu cumprir com o prazo estabelecido com minhas programações, o que, depois, deixou-me frustrada, porque acredito que não dei a atenção e o retorno merecido desta atividade que teve mais envolvimento, dedicação e participação dos alunos. Isto porque me preocupei mais em cumprir com o planejado, do que com os resultados que havia obtido desta aprendizagem. Este erro cometido deixa-me com uma nova reflexão sobre o tempo, conteúdo, aprendizagem. Ainda na ao final da sexta aula expliquei sobre stickers, que eram adesivos feitos manualmente ou gráficas, e mostrei dois artistas gaúchos Sérgio José Toniolo e Dione Martins que trabalhavam com stickers. Ambos os Artistas deixavam uma mensagem a sociedade e desenvolviam suas críticas sociais. Então propus aos alunos que desenvolvessem também um adesivo com uma mensagem ou critica a sociedade. Os alunos então começaram a desenhar seu adesivo na folha A4 já ao fim da aula, pois já haviam demorado a finalizar a atividade anterior de recorte e colagens dos painéis pela escola. Na sétima e ultima aula retomei as explicações da aula anterior sobre sticker, levando em conta o que já haviam produzido durante a aula anterior, pois eram alunos participativos, mas eu imaginei que fariam adesivos pequenos nas folhas de A4, o que de fato não ocorreu, pois não fui clara ao solicitar a atividade. Isto porque haviam produzido desenhos em tamanhos grandes em A4. Então nesta aula expliquei que deveriam fazer três desenhos menores como os adesivos do artista Sergio José Toniolo que depois iriam colar na sala, na rua e o outro ficaria comigo. Quando terminado os três desenhos, percebi o entusiasmo e pressa dos alunos, pois alguns não esperaram o término da explicação de como colar no 169


papel contate e nem a definição do local para colar. Alguns alunos colaram virado no papel contate, então expliquei passo a passo, como se explica para criança, fazendo junto, e depois colei o adesivo na sala e pedi que fizessem o mesmo. Sendo assim o aluno Gabriel, que havia colado virado, pode consertar o seu adesivo. Quando pedi aos alunos que colassem seus adesivos na rua, e que sairia junto com eles para fotografar a ação, apenas duas alunas a Brenda e a Cássia, o fizeram. O restante dos alunos não saiu para a rua e sim para o pátio, pois haviam entendido que deveriam colar no pátio da escola, que quando me referi que colassem na rua, acharam que me referia a colar no pátio, como relata o aluno Gabriel ao voltar do pátio, quando questionado por mim. Nesta situação levantei questionamentos a mim: Será que os alunos tinham dificuldades de entendimento do solicitado? Será que não fui clara quanto ao proposto aos alunos? Será que não entenderam o significado de sair às ruas, porque isso era desconhecido deles, já que rua era pátio? Apesar do projeto Arte Urbana: Intervenções no Espaço, ter alguns erros durante o percurso, compreendo que ao fim dele, foi possível ver a aprendizagem dos alunos, não de todos da turma, mas de alguns alunos. O que de fato deixou-me, surpresa e realizada. Mas lamentável que eu perceba esta aprendizagem só ao fim do projeto quando li os questionários respondidos pelos alunos. Talvez porque quando olhei para traz percebi que faltou dar mais espaço para que os alunos se manifestassem quando realizavam suas atividades.

Mas

algumas

das

respostas

dos

questionários

foram

surpreendentes, escolhi as que foram significativas para mim: - O que você compreendeu sobre a arte urbana? O aluno Samuel Guimarães escreveu que “compreendi algumas coisas, percebi também que a arte é mais legal do que eu pensava e tem vários tipos de arte. A arte esta espalhada pelo mundo, é uma maneira muito boa de se expressar, arte hoje, arte amanhã e arte sempre.” -Quais as manifestações urbanas você considerou mais importante? A aluna Cássia escreveu: “Intervenção. Porque achei legal ver as imagens interagindo com o ambiente.” -O que mudou no seu olhar para o entorno da cidade? 170


A aluna Brenda Costa escreveu: “Hoje eu saio nas ruas e observo as imagens e consigo ver se há uma mensagem ou não. Antes era simplesmente apenas uma imagem.” - Como você avalia as aulas? A aluna Jaqueline escreveu: “É um jeito diferente de arte, principalmente aqui na escola, então gostei das aulas, gostei dos trabalhos diferentes e alguns trabalhos diferentes.” Quando li as respostas eu conclui que de alguma maneira os alunos não só haviam construído sua aprendizagem como também haviam compreendido o que eu esperava como objetivo geral do projeto: “Valorizar e reconhecer a arte urbana como manifestação artística da contemporaneidade, identificando as diferentes formas de arte pública como: o grafite, o stencil, os stickers, a instalação e a intervenção. Assim como também oportunizar a criação da arte urbana pelos alunos.” Quanto aos recursos de Data show com o uso do Power Point, Retroprojetor com a projeção de imagens em lâminas, acredito que esses recursos que foram utilizados para a execução da aula não tenham contribuído para aprendizagem dos alunos, pois acredito que poderia realizar a mesma aula e talvez todas as aulas apenas com imagens em A4, sendo o recurso mais acessível que aula teria a mesma qualidade. Acredito que, de certa maneira, até as aulas que mostrei imagens em A4, foram diferenciadas, pelo fato dos alunos, nas suas aulas de arte, não terem o habito de visualizar obras de arte. Mas o que mudou em utilizar os recursos disponíveis da escola foi que influenciou na dinâmica da aula, fez com que se tornasse diferenciada e despertou a curiosidade dos alunos, em saber o que viria por trás de um retroprojetor, por exemplo, quando na segunda aula alguns alunos me perguntaram o que era aquilo, e fizeram seus comentários: “Isso é um projetor?”, “– Meu Deus!”. O que de certa maneira mais influenciou na aprendizagem dos alunos foram as propostas das atividades e os diferentes materiais como tintas guache e pincéis, papel pardo, lâminas de raio x, canetas de retroprojetores, papel contat, os quais eu levei, para serem utilizados pelos alunos. Isso despertou, nos alunos, o interesse e entusiasmo para realizar atividades com materiais 171


diferenciados, ao qual nunca tinham sido disponibilizados para as aulas de arte. Mesmo que houvesse na escola algum recurso como material de uso comum como lápis, lápis de cor, tesoura, cola, têmperas e pincéis, cartolina, papeis coloridos, réguas e etc., conforme a professora titular mencionou em uma das respostas no questionário, mas que, nas observações silenciosas, percebi que os mesmos não foram utilizados. Os alunos estavam acostumados à mesmice das folhas xerocadas para colorir, ou dos saquinhos com Xerox para incentivá-los a criar, sem propor situações diferenciadas. A proposta que fiz foi diferenciada, pois os alunos tinham o material ao qual eu disponibilizava, e tinham apenas que criar seus trabalhos com as provocações propostas pelo conteúdo daquela aula. Quanto à proposta da utilização do facebook como recurso para a aprendizagem, acredito que tenha sido mais interessante para mim como forma de aperfeiçoar este recurso para a sala de aula. Tinha como objetivo propor a interação dos alunos, realizando postagens sobre os temas tratados em sala de aula, e também trazer novidades sobre Arte Urbana. Também visava sair das rotinas de sala de aula, utilizando esse meio também para aprendizagem. Acredito que este recurso funcionou de maneira positiva e alcançou parcialmente seu objetivo. Isto porque duas das alunas Brenda e Vitória realizaram postagens no grupo do facebook, e no fim do projeto houve as postagens dos trabalhos das fotos de interação com os painéis de papel pardo realizado pelos alunos. Mas durante o decorrer do projeto eu realizei postagens de vídeos sobre os temas tratados em sala de aula e alguns alunos visualizavam e a maioria não. Percebi que certa maneira este recurso do grupo na facebook foi valido como complemento da aprendizagem. Está lá para quem quiser ter mais conhecimento sobre o que foi tratado em sala de aula, mas eu esperava mais interesse dos alunos por esse recurso do grupo no facebook. Creio que poderia ter estimulado mais o uso do facebook, talvez levando, para sala, os comentários dos vídeos que eu havia postado, e assim incentivaria a

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assistirem. Também quando houve a postagem dos trabalhos dos alunos deveria ter disponibilizado um tempo em sala para falar destes. Através destas falhas cometidas é possível haver uma mudança para a próxima utilização deste recurso, pois eu faria diferente, iria disponibilizar um tempo no laboratório de informática, para todos terem acesso, mas também em minhas aulas iria comentar mais sobre o que foi postado no grupo do facebook, sejam os vídeos quanto os trabalhos dos alunos. Concluo que durante as aulas meus medos de estágios foram se diluindo. Pois durante as primeiras aulas eu estava insegura quanto aos alunos e também nervosa, mas conforme o tempo passou já não me sentia insegura, mas ainda nervosa em relação às aulas porque queria que tudo desse certo com o planejado e o realizado. Além de toda conquista de aprendizagem com os alunos, também foi muito significativo a minha aprendizagem, como futura professora de artes. Concluo que adquiri ao longo do tempo aprendizagem e sempre devemos aprender com os nossos erros e acertos. Aprendi muito com meus erros, o que fez com que eu repensasse sobre a ideia de interação nos meios da internet. Não que este recurso não possa ser utilizado em sala de aula, mas que quando utilizado o recurso como facebook deve ser como meio de complemento da aprendizagem, e que tudo que for postado deve ter um retorno em sala de aula, ou seja, o que acontece no grupo do facebook deve permanecer em união com o que acontece em sala de aula, e não como um fato isolado. Pude ver através das aulas que o planejado e o realizado são bem diferentes, porque atravessam os limites do tempo, ou coisas imprevisíveis, como palestras acontecem, e é por isso que o planejamento não tem receita como bolo. Planejamento é uma questão de organização, é como um roteiro a ser seguido, mas ainda pode ser modificado a cada cena. Também através desta experiência da docência, pude fazer uma nova reflexão sobre o tempo, conteúdo e aprendizagem. É importante seguir o conteúdo no tempo planejado, mas é mais importante adquirir aprendizagem 173


mesmo que esta leve mais tempo. Do que adianta seguir com o conteúdo no tempo estimado, se não houver aprendizagem significativa do conteúdo anterior, ou seja, às vezes é necessário deixar o planejado com o tempo previsto de lado, esquecer o tempo e retomar os conteúdos para haver aprendizagem significativa. Mas essa reflexão de tempo, espaço e conteúdo faz com que eu perceba as modificações que podem ser realizadas num próximo projeto no planejamento deste, como na ultima aula, na qual poderia ter proposto a mesma atividade, pois penso que os resultados seriam diferentes em relação à primeira aula, e não teriam medo de desenhar, ou ainda sair para as ruas para graffitar um espaço do muro da Escola. Hoje se fosse realizar o mesmo projeto de ensino acrescentaria novas ideias, novos artistas, novas atividades, mas não deixaria para trás o que foi realizado só daria mais tempo para realização das mesmas atividades, pois senti falta de mais diálogos com os alunos, devido ao tempo proposto. Compreendi que professor não é o dono do saber, pois deve estar sempre pesquisando e buscando conhecimento, porque vai surgir aquela pergunta que você não sabe responder. Mas isso não é um problema porque o conhecimento é um processo de construção que pode ser conjunta e que muitas vezes os alunos têm mais a oferecer do que nós, como professores. Aprendi que muitas vezes pensamos que o que fizemos em sala é o nosso melhor, mas sempre é possível fazer mais do que o melhor, isso porque erramos e acertamos. Aprendi que nem tudo o que acontece não é como planejamos, que pode ser melhor ou pior. Mas se for pior do que o esperado, temos o hoje para refletir e o amanhã para melhorar. Acredito que apesar de todos os contratempos do estágio, foi melhor do que eu esperava da turma e de mim. Hoje se fosse aplicar o projeto em outras turmas, eu aplicaria sem dúvidas. Mas o faria diferente é claro, acrescentando mais conhecimento e também ousadia!

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. Que de certa maneira aprendi mais com meus erros, do que com algum acerto, mas tive mais ganhos com os erros. Pois atravĂŠs destes pude refletir sobre conceitos sobre planejamento, conteĂşdo e o tempo.

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