ARQUITETURA EGÍPCIA

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EGITO ANTIGO E Q U I P E : A N A C L A R A M A R I N H O A N A P A U L A L I N S Â N G E L A M A R I A F E L I P E L I M A M A R I A J A T A N I E L E

SUMÁRIO

03 O EGITO COMO LABORATÓRIO DE ARQUITETURA

A história e o processo de estudo da arquitetura do Egito.

04 AS NOÇÕES DE ORIENTAÇÃO E ORTOGONALIDADE

Elementos estruturais para a organização e disposição do território; Dualidade e simbolismo; Relações arquitetônicas

05 HORIZONTAL E VERTICAL

Arquitetura egípcia; plano horizontal; trama retilínea; diretriz vertical.

06 AXIABILIDADE E SIMETRIA

Simetria; representação das colunas; eixo longitudinal; linear e uniforme

LABORATÓRIO DE ARQUITETURA

C a p í t u l o d o l i v r o : I n t r o d u ç ã o a H i s t ó r i a d a A r q u i t e t u r a : d a s o r i g e n s a t é o s é c u l o X X I J o s é R a m o n P e r e i r a .

Na exposição dos problemas arquitetônicos é importante encontrar um laboratório de arquitetura, um lugar onde os problemas básicos possam ser reduzidos na sua complexidade

A arte e a construção do Egito o transforma em um verdadeiro laboratório arquitetônico, cujo país seja tão organizado e planejado, facilitando a abstração e o simbolismo dos conceitos fundamentais

O Egito se apresenta como a essência da antiguidade, seus limites físicos são uma das bases para sua singularidade

Situado ao nordeste da África, junto ao trópico, o Egito se desenvolveu ao longo do Rio Nilo, entre a primeira catarata e o Mar Mediterrâneo, na barda ocidental do Saara, o maior deserto do mundo, onde não chove quase nunca O Rio Nilo se transforma então numa dádiva dos céus e o Egito numa dádiva do Rio Nilo como definiu Heródoto é a espinha do país, cujas cheias regulares fertilizam suas margens, permitindo a vida ao seu redor e tornando possível o florescimento dos assentamentos urbanos

Durante o inverno, as neves se acumulam nas montanhas da África centro oriental Na primavera, chegam as chuvas e a neve derrete; enormes quantidades de água descem dos morros em direção aos rios e nos grandes lagos da região

O Rio Nilo é enchido por causa dessas águas e transborda a partir do mês de julho, enchendo o vale com um aluvião

A partir do mês de setembro, as águas começam a recuar e o rio recupera voltando a estabilidade em dezembro, depois de dar ao povo duas coisas fundamentais: água e limo fertilizador Desse modo, a terra se renova tornando possível a prática de agricultura

Assim, os encarregados das irrigações mediram e estudaram o nível das águas do rio dia após dia e isso levou aos habitantes locais a elaborar o calendário solar, no qual se baseia no calendário que usamos atualmente

As enchentes apoiam os limites entre as propriedades de terras individuais, tornando necessário descobrir algumas fórmulas para determinar esses limites, isso deu lugar a métodos por cálculos como geometria, que significa medição de terra, demarcando outros ramos como matemática e a escrita, esse marco geográfico também condicionou o marco histórico

O Egito presenciou muitos anos de civilização antes de alcançar sua unidade política ao se unificar o Alto Egito e o Baixo Egito

O Egito resulta em uma arquitetura de civilização própria que admite a linearidade como dimensão urbana, sendo estável e permeável

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O curso anual do Nilo marca um eixo fluido unidirecional, de grande importância, porque está ligado ao processo da vida, que depende dele A clara organização do tempo em dias determina a aparição de um eixo menor definido pelo curso diário do Sol, o qual por sua proximidade dos trópicos, nasce e se põe todos os dias no mesmo lugar

Um processo normal para os egípcios é determinar um eixo transversal cujos extremos são o leste, por onde nasce o Sol, e o oeste, onde se oculta O leste está ligado à vida, e o oeste está relacionado com a morte, criando uma dualidade e um simbolismo que fez dedicar a margem oriental do território aos vivos, enquanto a parte ocidental ficava reservada aos mortos

O Nilo corre de sul a norte, estabelecendo uma direção espacial primária; o Sol aponta à outra direção Unidos, os elementos fundamentais da natureza egípcia estabelecem uma estrutura espacial simples Assim, se no mundo egípcio a orientação determina a localização dos vivos e dos mortos, no mundo medieval ela será responsável pela implantação dos edifícios sagrados, tanto cristãos como islâmicos

Etimologicamente, orientar se significa voltar se para o oriente, localizar o nascer do Sol, ponto fixo na cultura egípcia Leste e oeste como extremos opostos da jornada diária dos egípcios, são conceitos reais, perfeitos e mensuráveis na realidade Surge um conceito abstrato que define o sul ou meio dia, e seu oposto, o norte, ponto absolutamente irreal, o qual, em que pese sua abstração, tem sido considerado atualmente a origem e o determinante da orientação e, em particular, da orientação arquitetônica Esse norte já não é uma direção de vida, mas um fato racional: um conceito intelectual, básico para o estabelecimento das relações arquitetônicas abstratas no futuro

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ORIENTAÇÃO E ORTOGONALIDADE A S N O Ç Õ E S D E

HORIZONTAL E VERTICAL

O plano horizontal, o que é a origem de uma arquitetura, se refere a ele como elemento orientado Toda arquitetura parte do conceito de plano horizontal e se baseia na distinção entre o mesmo e a estrutura espacial Com o arado, o homem traça as primeiras linhas sobre a superfície do solo A trama retilínea satisfaz tudo isso e permite planejar o uso do território

O Sol se ergue na abóboda celeste durante o dia e se coloca diretamente sobre nossa cabeça ao meio dia A direção vertical é resultado da relação do plano horizontal em que estamos com a abóboda celeste, ou seja, da realidade com o infinito

A diretriz vertical também faz parte do início da arquitetura, podendo dizer que se origina com um plano horizontal real e funcional; que não perde seu caráter simbólico

A introdução na vertical como princípio de organização na arquitetura egípcia, é uma das maiores mudanças desde a isotopia pré histórica.

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AXIABILIDADE E SIMETRIA

Simetria é quando as duas partes de um elemento dividido ao meio são iguais Esse conceito é utilizado na matemática, geometria, gramática, arte, natureza e arquitetura. O termo simetria vem do grego syn (junto) mais metron (medida ou qualidade do que tem a mesma medida). Sendo assim, se um elemento é separado em partes e ambas, quando sobrepostas, têm o mesmo tamanho, é considerado simétrico.

Junto com a ortogonalidade, axiabilidade é o conceito fundamental característico da arquitetura egípcia, resultado da mesma limitação geográfica que fazia do Egito um território linear vertebrado em torno do Nilo e organizado como sistema uniforme de comunicação e transporte, tanto pela sua corrente quanto pelos ventos que sopram no sentido contrário e reforçam essa direção ou eixo primário no percurso do ser humano Tendo em vista que, na pré história essa modalidade de simetria surge do deslocamento horizontal de determinada forma, como em uma ornamentação linear cujo motivo se repete regularmente e cria uma ordem compositiva

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"A REPRESENTAÇÃO DAS COLUNAS DO SALÃO HIPOSTILO REPRESENTA A SIMETRIA EM SÉRIE".
" O EIXO LONGITUDINAL QUE REBATE A FORMA DO TEMPLO REPRESENTA A SIMETRIA EM AXIAL"
REFERÊNCIAS ELABORAÇÃO DA REVISTA BASEADO NO CAPÍTULO: "O EGITO COMO LABORATÓRIO DE ARQUITETURA" DO LIVRO INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA ARQUITETURA: DAS ORIGENS ATÉ O SÉCULO XXI JOSÉ RAMON PEREIRA IMAGENS DO GOOGLE E PINTEREST

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