HISTÓRIA E TEORIA DAS ARTES ARQUITETURA E URBANISMO II


Considerando os avanços comerciais, as cidades medievais se tornaram pequenas para acolher todos os burgueses. Nessas cidades, vão sendo formados subúrbios, que acabaram se tornando maiores do que a cidade original. Com isso, passa a ser necessário a criação de novos muros, além de incluir, nessas áreas, algumas instalações, como, por exemplo, castelos, igrejas e abadias (BENEVOLO, 1993).
O traçado dessas cidades era predominantemente orgânico e, por necessidade de defesa, elas estavam localizadas em áreas de difícil acesso, como, por exemplo, ilhas, imediações de rios, colinas e sítios distantes.
A forma radiocêntrica era a que mais prevalecia, existiam cidades com formas bastante irregulares ou também quadriculadas, como tabuleiros de xadrez. Segundo Benevolo (1993), eram as suas ruas bastante irregulares, que apresentavam uma certa hierarquia.
A cidade, segundo Castelnou, tornou-se um centro comercial, que intermediava o mercado do Oriente e do Ocidente. Seu formato é definido pelo território que sobra entre os vários canais. O centro político da cidade é a Piazza San Marco, que fica localizada em sua foz. Já o centro comercial está localizado no meio do território (CASTELNOU NETO, 2007).
A maior cidade fundada no período da baixa Idade Média, foi Veneza.
Por estar bem localizada, o que facilitou seu comércio marítimo, cresceu de forma rápida, atingindo 10 mil habitantes e, aproximadamente, 86 hectares de área.
Bruges, na Bélgica, é outro exemplo de cidade que surgiu no período medieval. Essa cidade foi criada, ao final do século IX, desenvolvendo-se por meio de um castelo fortificado.
A mudança da economia natural para economia monetária urbana, o despertar sensibilidade lírica, a emancipação da burgue e o início do capitalismo moderno configur um período profundamente rico em eventos q se refletem na arte. No período de transição entre a Alta e a Ba Idade Média, surge o Feudalismo (entre os sé IX e XIII), caracterizado como uma estraté militar defensiva. Constituía-se por estrutu descentralizadas sob a forma de feudos castelos, e cada castelo possuía armas e víve destinados à sobrevivência, uma vez que bárbaros poderiam chegar a qualquer momen
A Idade Média tinha a arte como símbolo divino, que refletia em si a perfeição divina e como meio pelo qual se podia contemplar a Deus. O artista continua a obra de Deus, quando, por meio de sua arte, imita a natureza, não no sentido de reproduzila, mas de continuar sua tarefa, como uma operação produtiva (CHAUÍ, 2000).
No medievo, a obra de arte era um símbolo, uma imagem, uma teofania (i.e., manifestação de uma divindade transcendente, do Divino), assim como tudo o que era criado (FISCHER, 2002).
A arte, além de uma teofania, era valorizada pela sua função pedagógica.
A Igreja, ocupando o lugar central do conhecimento, tornou-se particularmente poderosa: as igrejas eram as únicas instituições educacionais que estavam aptas a receber os filhos dos grandes proprietários. Após a morte de Carlos Magno, o centro cultural do império desloca-se da corte para os mosteiros. As oficinas monásticas se interessam pelos manuscritos e pelas iluminuras, mas também pela arquitetura, a pintura, a escultura e os demais trabalhos artesanais.
Os valores culturais e as expressões artísticas dos povos invasores são radicalmente diferentes das artes produzidas pelos gregos e os romanos. Percebemos a ausência da representação da figura humana e uma forte preocupação decorativa. A produção artística dos bárbaros destacou-se pelos trabalhos de ourivesaria, concretizando-se dentro de uma concepção decorativa.
O estilo artístico vigente entre o século XI e o início do século XIII na Europa foi denominado “Arte Românica” , correspondendo ao período caracterizado pela decadência do sistema feudal. O termo “românico” refere-se às influências da cultura do Império Romano, os mosteiros se fortaleceram paralelamente ao desenvolvimento comercial e ao surgimento de peregrinações religiosas, contribuindo para difundir os novos modelos artísticos. Destaque das pinturas românicas: deformação e o colorismo (JANSON; JANSON, 2009).
O termo gótico foi cunhado para a arquitetura, pois é nesta que se reconhece mais facilmente as características do estilo. Associada à arquitetura, a escultura gótica enriqueceu artisticamente os tímpanos dos portais, os umbrais e o interior das grandes igrejas. Além disso, as esculturas documentaram, na pedra, os aspectos da vida humana mais valorizados na época. A decoração escultórica das novas catedrais fornecia aos fiéis o vislumbre de um mundo diferente daquele mundo sombrio românico, onde as basílicas pesadas e escuras ofereciam abrigo contra o mal.
A pintura gótica prenunciou o Renascimento de forma gradativa, e, claro, durante muitos séculos antes. É perceptível
a procura do realismo na representação pictórica, sem, contudo, ter obtido êxito naquele momento.
Apresenta um aspecto puro e leve da religiosidade, que, caracterizada pelo simbolismo e o naturalismo, explorou as cores claras em suas composições (frequentemente afrescos).
A iconografia cristã já estava consolidada, e a linguagem das cores, definida: tons claros de azul para a Virgem Maria, e marrom para São João Batista, por exemplo. Esses padrões foram aplicados tanto nas pinturas murais e nos afrescos quanto na ilustração de livros (as iluminuras medievais).
As iluminuras e os vitrais são apartes importantes da arte gótica. As iluminuras são as ilustrações dos manuscritos bíblicos, os quais compartilham os princípios da pintura gótica. Já os vitrais multicoloridos são fortemente representativos da arte gótica, sobretudo da arquitetura gótica.
com a arte e o
mo depois de todo colapso sofrido nvasões bárbaras, o poder da igreja tólica não foi restringido, a igreja dou-se como depositária da cultura de todos os povos. o início da Idade Média e até o mento do estilo gótico, as basílicas e mais construções delas decorrentes, os mosteiros eram com frequência, nico edifício de pedra de todos os ovoados e essa arquitetura era tetura românica, construídas pelos nos a sua planta baixa era uma nave ral que conduz à abside e duas ou quatro naves colaterais.
Observa-se, em planta, que o desejo de construir igrejas em formato de cruz fez os construtores acrescentarem uma galeria transversal entre o coro e a nave, denominada transepto. Um aspecto que distingue as basílicas românicas das originais basílicas romanas.
Os arcos romanos foram fundamentais para prover as basílicas românicas de apropriados telhados de pedra, em substituição aos antigos telhados de madeira, comuns nas basílicas romanas, que se incendiavam com facilidade (BENEVOLO, 1997). Além do aspecto técnico, os arcos permitiam a elevação e a robustez das edificações, atingindo o objetivo de transformar esses espaços em “fortalezas de Deus” . A adoção do sistema de abóbadas — também originário da arquitetura romana — é associada aos arcos, criando espaços internos com grande altura e a consequente sensação de monumentalidade.
A consequência imediata do emprego dos arcos ogivais e das abóbadas de nervura é o “alongamento” da estrutura: as igrejas puderam atingir alturas muito maiores, e a própria forma ogival aponta para o alto, acentuando a impressão de elevação e verticalidade.
Outros importantes recursos construtivos que permitiram a criação das catedrais góticas foram os pilares e os arcobotantes. Associados aos arcos ogivais e às abóbadas de nervura, eles formam o sistema estrutural inovador dos espaços que parecem “alcançar o céu” .
Interior da Catedral de Speyer.As catedrais góticas podem ser compreendidas como imensos livros escritos em pedra, cuja leitura eleva o espírito dos fiéis. Elas são claras e exuberantes, a fim de representar a verticalização da fé e convidar as pessoas a uma união com o divino.
Esquema estrutural das catedrais góticas.
A consequência estética direta das inovações construtivas é impressionante: as sólidas paredes com aberturas estreitas das basílicas românicas foram substituídas pela combinação de pequenas áreas de paredes com grandes áreas preenchidas por vidros coloridos e trabalhados, os famosos vitrais góticos.
Dessa forma, as catedrais góticas podem ser compreendidas como imensos livros escritos em pedra, cuja leitura eleva o espírito dos fiéis. Elas são claras e exuberantes, a fim de representar a verticalização da fé e convidar as pessoas a uma união com o divino.