FotoVolt Novembro | Dezembro 2023

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Notícias 8

Instalações FV 28 Resolvendo problemas causados pela conexão de geradores distribuídos Perturbações decorrentes da conexão de geradores à rede de distribuição são, em muitos casos, esporádicas ou obscuras e podem resultar na desconexão aleatória do gerador ou em problemas como distorção harmônica, sobreaquecimento ou mesmo choques e incêndios.

Guia 1 42 Módulos solares fotovoltaicos O guia lista fabricantes e importadores de diversos tipos de módulos fotovoltaicos, detalhando características como tipo de célula, rendimento, potência, dimensões, peso e outras.

Descargas atmosféricas 48 Geradores FV em coberturas: um conceito de tríplice proteção Influências externas demandam critérios de segurança para pessoas e patrimônio contra os efeitos dos raios, sobretensões e incêndios. No artigo, uma abordagem prática para o projeto e a execução.

Estudo de caso – Segurança 52 Incêndios em sistema FV causados por vícios de projeto e execução O artigo relata a investigação das causas de incêndios em um sistema fotovoltaico com 600 kW de potência de inversores, ocorridos antes da conexão à rede. Fornece um diagnóstico das falhas de projeto e execução e de outros erros, bem como propõe ajustes para a instalação.

Guia 2 58 Sistemas de armazenamento de energia elétrica Dada a perspectiva de crescimento do mercado de armazenamento de energia, o guia lista diversos fornecedores desses sistemas, com dados de tecnologia empregada, tensão nominal, capacidades, etc.

Congresso 60 O sucesso do primeiro Intersolar Summit Brasil Sul Em 7 e 8 de novembro, o mais novo evento da marca Intersolar no Brasil reuniu acima de dois mil profissionais, discutindo evolução da energia solar e armazenamento de energia, modelos de negócios, tecnologias e regulação. FotoVolt acompanhou e traz aqui um breve relato.

Guia 3 68 Estações de recarga de veículos elétricos O levantamento lista fornecedores de estações para aplicações comerciais e residenciais, informando potência, tensão nominal, tipos de plugues, graus de proteção e outras.

Veículos elétricos 64 Agenda 70 Produtos 72 Publicações 73 Índice de anunciantes 73 Solar FV em foco 74 Capa Helio Bettega, com foto de Bilanol (Shutterstock) As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por FotoVolt, podendo mesmo ser contrárias a estas.

Sumário

Carta ao leitor 6


Por que Solis? Solis Confiabilidade Primeira fabricante de inversores que passou no teste de confiabilidade de inversores da (Ex-parte da DNV-GL) Solis Bancabilidade Listado pelos principais bancos e instituições financeiras dos EUA, incluindo BoA, JP Morgan Chase, Mosaic, Sungage Financial, Dividendos, Sunlight Financial, etc. Solis Serviço A Solis vai além com os especialistas em inversores do país, comprometidos com o seu sucesso: o serviço sem complicações, fornecido por técnicos locais, disponível por telefone e on-line, o novo suporte pós-venda em três etapas da Solis define a excelência do serviço. Solis History Fundada em 2005, Solis (Código de valores mobiliários: 300763.SZ) é um dos maiores e mais antigos fabricantes de inversores solares. Combinando uma supply chain global com recursos de P&D e fabricação de classe mundial, a Ginlong otimiza seus inversores Solis para cada mercado regional, atendendo e apoiando seus clientes com sua equipe de especialistas locais.


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Carta ao leitor

Inversão de fluxo: nas pautas do setor mas não na da Aneel Mauro Sérgio Crestani, Editor

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ão há, nos congressos e outros fóruns de discussão da comunidade fotovoltaica no Brasil, uma única sessão sobre os negócios, o mercado e a regulamentação da atividade de geração distribuída que não seja dominada em grande parte pelo problema da chamada “inversão fluxo de potência”. A saber: desde o primeiro semestre deste ano (em alguns casos, até mesmo desde o ano passado), distribuidoras de energia elétrica têm recusado, ao que consta sumariamente, pedidos de conexão de geradores distribuídos às suas redes com o argumento de que essa conexão implicaria inversão do fluxo de potência no posto de transformação ou no disjuntor do alimentador da unidade. A base é o artigo 73 da Resolução Normativa número 1000 da Aneel, que foi modificado em março deste ano pela agência para justamente ordenar o tratamento da inversão de fluxo pelas distribuidoras. O problema parece ser mais frequente nas áreas de determinadas concessionárias, mas está disseminado em todas as regiões brasileiras. São milhares de pedidos de conexão cancelados e suspensos. À falta de número mais recente: um levantamento da Absolar dava conta em agosto de que havia 1 GW de projetos represados por causa desse problema, envolvendo valores de R$ 3 bilhões. Em Porto Alegre, no recente congresso Intersolar Summit Brasil Sul, o mais novo evento com a marca Intersolar realizado no Brasil (já é o terceiro, depois da Intersolar South America em São Paulo e do Intersolar Summit Brasil Nordeste em Fortaleza), coorganizado pela Aranda Eventos, a inversão de fluxo mereceu boa parte da atenção dos palestrantes e da plateia, como o leitor pode verificar na reportagem sobre o evento que publicamos nesta edição, embora não constasse do programa (ao menos não nominalmente). Ocorre que, como dito, o tema é inescapável. De todas as explanações realizadas, depreendem-se duas coisas: 1) as recusas, ao menos em boa parte, estariam sendo baseadas em premissas errôneas ou mal consideradas; e 2) o problema do fluxo inverso (ou dos fluxos multidirecionais) veio para ficar, decorrência da nova realidade em que uma multiplicidade de recursos de energia distribuídos são, e serão cada vez mais, “pendurados” nos sistemas de distribuição. No mundo todo já se adaptam as redes e sua gestão para essa nova realidade. No Brasil, ainda se insiste em operar o sistema de distribuição como há 50 anos. A penalização, como sempre, atinge de forma mais dura o elo mais fraco. Não é o empresário que coloca uma usina solar de 1 MW que sofre mais num tal cenário. A falta de critérios de distinção entre as grandes gerações e as pequeninas, aquelas em que o cidadão comum faz um empréstimo para instalar 1 kW em seu telhado, revela uma face ainda mais dura do problema. Admira que, mesmo com todas as evidentes confusões que a regulamentação de março trouxe, resultando em interpretações equivocadas e mesmo em muitos abusos, a Aneel ainda não se tenha mexido para re-reformar o tal artigo 73 da RN 1000 e pôr ordem na casa. A promessa mais recente, divulgada via os meios de comunicação dedicados ao setor, é de que isto estaria acontecendo nos próximos dias ou semanas. A conferir.

Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam) REDAÇÃO Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225) Redatora: Jucele Menezes dos Reis PUBLICIDADE Gerente comercial: Elcio Siqueira Cavalcanti Contatos: Eliane Giacomett – eliane.giacomett@arandaeditora.com.br; Ivete Lobo – ivete.lobo@arandaeditora.com.br Pricilla Cazarotti – priscilla.cazarotti@arandaeditora.com.br Tel. (11) 3824-5300 REPRESENTANTES BRASIL: Interior de São Paulo: Guilherme Freitas de Carvalho; cel. (11) 98149-8896; guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br Minas Gerais: Oswaldo Alípio Dias Christo – R. Wander Rodrigues de Lima, 82 - cj. 503; 30750-160 Belo Horizonte, MG; tel./fax (31) 3412-7031; cel. (31) 99975-7031; oadc@terra.com.br Paraná e Santa Catarina: Romildo Batista – R. Carlos Dietzsch 541, cj 204, bl. E; 80330-000 Curitiba, PR; tel. (41) 3209-7500 / 3501-2489; cel. (41) 9728-3060; romildoparana@gmail.com Rio de Janeiro: Guilherme Freitas de Carvalho; cel. (11) 98149-8896; guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br Rio Grande do Sul: Maria José da Silva – Tel. (11) 2157-0291; cel. (11) 98179-9661; maria.jose@arandaeditora.com.br INTERNATIONAL ADVERTISING SALES REPRESENTATIVES: China: Hangzhou Oversea Advertising – Mr. Weng Jie – 55-3-703 Guan Lane, Hangzhou, Zhejiang 310003; tel.: +86-571 8706-3843; fax: +1-928-752-6886 (retrievable worldwide); jweng@foxmail.com Germany: IMP InterMediaPartners – Mr. Sven Anacker – Beyeroehde 14, 42389 Wuppertal; tel.: +49 202 27169 13; fax: +49 202 27169 20; www.intermediapartners.de; sanacker@intermediapartners.de Italy: Quaini Pubblicità – Ms. Graziella Quaini – Via Meloria 7 – 20148 Milan; tel.: +39 2 3921 6180; fax: +39 2 3921 7082; grquaini@tin.it Japan: Echo Japan Corporation – Mr. Ted Asoshina – Grande Maison Room 303; 2-2, Kudan-kita 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 102-0073; tel: +81-(0)3-3263-5065; fax: +81-(0)3-3234-2064; aso@echo-japan.co.jp Korea: JES Media International – Mr. Young-Seoh Chinn – 2nd fl, Ana Building, 257-1, Myungil-Dong, Kandong-Gu, Seoul 134-070; tel: +82 2 481-3411; fax: +82 2 481-3414; jesmedia@unitel.co.kr Switzerland: Rico Dormann – Media Consultant Marketing Moosstrasse 7, CH-8803 Rüschlikon; tel.: +41 44 720-8550; fax: +41 44 721-1474; dormann@rdormann.ch Taiwan: Worldwide Services Co. – Ms. P. Erin King – 11F-2, No. 540 Wen Hsin Road, Section 1, Taichung, 408; tel.: +886 4 2325-1784; fax: +886 4 2325-2967; global@acw.com.tw UK (+Belgium, Denmark, Finland, Norway, Netherlands, Norway, Sweden): Mr. Edward J. Kania – Robert G Horsfield International Publishers – Daisy Bank, Chinley, Hig Peaks, Derbyshire SK23 6DA; tel. +44 1663 750 242; mobile: +44 7974168188; ekania@btinternet.com USA: Ms. Fabiana Rezak – 12911 Joyce Lane – Merrick, NY, 11566-5209; tel. (516) 858-4327; fax (516) 868-0607; mobile: (516) 476-5568; arandausa@gmail.com ADMINISTRAÇÃO Diretor Administrativo: Edgard Laureano da Cunha Jr. PROJETO VISUAL GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Helio Bettega Netto DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO: Vanessa Cristina da Silva e Talita Silva CIRCULAÇÃO: Clayton Santos Delfino Tel.: (11) 3824-5300; csd@arandaeditora.com.br SERVIÇOS Impressão: Ipsis Gráfica e Editora S.A. Distribuição: ACF - Ribeiro de Lima TIRAGEM: 10.000 exemplares FotoVolt é uma edição especial da Revista Eletricidade Moderna, publicação mensal da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda. Redação, publicidade, administração e correspondência: Alameda Olga, 315; 01155-900 São Paulo, SP - Brasil. Tel.: +55 (11) 3824-5300; Fax: +55 (11) 3666-9585 em@arandaeditora.com.br – www.arandaeditora.com.br ISSN 2447-1615



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Brasil ultrapassa 35 GW em capacidade solar instalada

CO2 na atmosfera. Além disso, para o CEO da associação, Rodrigo Sauaia, a fonte alavanca o desenvolBrasil superou a marca de 35 GW vimento social, econômico de potência instalada da fonte e ambiental do País, em solar fotovoltaica, somando as usinas especial com a oportunidade grande porte e os sistemas de de de uso da tecnologia na geração distribuída, o equivalente habitação de interesse soa 15,9 % da matriz elétrica do país, cial, como casas populares com 35,2 GW no total. O cálculo é da do programa Minha Casa Absolar - Associação Brasileira de A marca, que reúne os dados de geração distribuída e centralizada, faz a fonte Minha Vida, escolas, hospirepresentar 15,9% da matriz elétrica nacional Energia Solar Fotovoltaica, com base tais, postos de saúde, deleem dados de acompanhamento da gacias, bibliotecas, museus e parques. cluindo as demais fontes, como biogás, Aneel. “Além também de contribuir no gás natural ou biomassa, somam 24,7 Em geração solar distribuída, de processo de descarbonização da GW de capacidade. acordo com os dados atualizados da Amazônia com utilização conjunta de Já em usinas solares fotovoltaicas agência, são 24,5 GW de potência insbaterias, o crescimento da fonte solar talada. De acordo com a Absolar, isso centralizadas de grande porte a potênpode acelerar ainda mais a atração de equivale a cerca de R$ 122,5 bilhões cia total instalada chegou a 10,7 GW, de investimentos, a geração de empregos em investimentos, R$ 31,2 bilhões em acordo com os dados da Aneel referene renda e a liderança internacional do arrecadação de impostos e mais de tes a 16 de novembro. Ainda de acordo Brasil na transição energética”, disse 730,8 mil empregos acumulados desde com cálculos da Absolar, essas UFVs, o CEO. 2012. A tecnologia solar é utilizada desde 2012, já trouxeram ao País cerca atualmente em 99,9% de todas as conede R$ 47,6 bilhões em novos investixões de GD no País, que no total, inmentos e mais de 318,8 mil empregos acumulados, além de arrecaInvestimentos em telhados solares somam dação aos cofres R$ 60,5 bi no Brasil públicos que Absolar - Associação Brasileira de instalação de telhados solares em residências no Brasil acumulou um total de invessupera R$ 16,7 Energia Solar Fotovoltaica protocotimentos de R$ 60,5 bilhões, segundo mapeamento da fintech Meu Financiamento bilhões. lou dois pleitos de desabastecimento Solar, do banco BV. A pesquisa tomou como base dados de acompanhamento da Aneel, De acordo junto ao governo federal e ao Mercosul que registram capacidade instalada solar de 11,7 GW com a Absolar, para tentar evitar aumentos de imposem consumidores residenos 35,2 GW instos de importação sobre módulos sociais brasileiros. talados já evitalares fotovoltaicos. As ações, feitas via O volume de investimentos ram a emissão Camex - Câmara de Comércio Exterior, também reflete os dados da de 42,8 milhões foram motivadas pela possibilidade Aneel, que revelam haver de toneladas de de derrubada de ex-tarifários vigentes

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Absolar quer evitar queda de ex-tarifários de módulos

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atualmente 1,69 milhão de residências com instala- Estimativa é de mapeamento da fintech Meu Financiamento ções solares em telhados Solar, com base em dados oficiais de capacidade em consumidores residenciais e pequenos terrenos, em cerca de 5.521 municípios. Ao se considerarem os créditos de energia gerados pelas instalações para outras unidades consumidoras, o benefício se estende a 2,1 milhões de residências.

Para a diretora do Meu Financiamento Solar, Carolina Reis, o crescimento da energia solar nas residências fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a possibilidade de os brasileiros investirem em áreas mais essenciais, como saúde, educação e alimentação, por exemplo. “O crescimento da geração própria da energia fotovoltaica nos telhados das residências movimenta de forma virtuosa a economia nacional, ampliando a atração de capital, e impulsiona a geração de mais emprego e renda aos brasileiros”, disse Carolina.

Pedidos envolvem manutenção de alíquota zero para módulos bifaciais e monofaciais e prazos para possível transição no regime tarifário


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que abrangem vários tipos de módulos hoje importados pelo setor. Os dois pleitos visam à manutenção de isenção de impostos de módulos fotovoltaicos bifaciais e monofaciais. As propostas encaminhadas pela Absolar solicitam alíquota zero para a aquisição de 11.428.571 unidades de módulos solares monofaciais, equivalentes a cerca de 6,4 GW de potência instalada, e para 16 milhões de unidades de módulos solares bifaciais, equivalentes a 9,6 GW. Segundo comunicado da Absolar, a alteração no mecanismo em vigor tem potencial para reduzir investimentos, com fuga de capital e cancelamento de projetos já contratados e em execução. A associação mapeou pelo menos 281 projetos fotovoltaicos em risco, caso os ex-tarifários caiam, que somam mais de 25 GW e R$ 97 bilhões em investimentos. “A Absolar propõe a estruturação de um plano bem delineado e efetivo para módulos fotovoltaicos, considerando um período de transição mínimo de 24 meses para os ex-tarifários efetivamente em uso pelo setor, mapeados pela entidade com o apoio de nossos associados. O objetivo é evitar a inviabilização de projetos já em andamento no País, assegurando a manutenção da segurança jurídica, previsibilidade e estabilidade tributária ao setor”, disse o presidente executivo da entidade, Rodrigo Sauaia.

anterior, de 32,65%, obtido pela mesma empresa, também no projeto da Nedo, em 2022. Segundo comunicado da Sharp, o protótipo do módulo de célula solar alcançou alta eficiência convertendo a luz de vários comprimentos de onda em energia. Isso foi possível por causa de uma nova estrutura com células solares de duas junções compostas na camada superior e células solares de silício na camada inferior. Além disso, continua a empresa, a espessura das células solares de dupla junção em tandem, com o desenvolvimento, pode ser reduzida para menos de um terço da espessura das células solares convencionais de junção tripla, o que diminui os custos de material. Antes da última conquista, a base do módulo era uma célula solar composta de junção tripla que empilhava três camadas de absorção de luz com índio/gálio/arseneto como camada inferior. Para atingir o resultado de 33,66% de eficiência, a equipe de pesquisadores da Sharp mudou o módulo para uma nova estrutura com uma junção de dois passos de índio/gálio/ fósforo e arseneto de gálio como a camada superior e silício na camada inferior. De acordo com a empresa, a célula de dupla junção em tandem na camada superior já foi projetada para alcançar a alta eficiência com baixa espessura e para melhorar a transmitância da luz para a camada inferior.

Módulo bate recorde mundial de conversão solar omo parte de pesquisa patrocinada pela agência japonesa de pesquisa e desenvolvimento tecnológico Nedo, o grupo Sharp, também do Japão, alcançou a maior eficiência já registrada no mundo de conversão solar em módulo empilhado que combina célula solar de dupla junção em tandem e célula solar de silício. Com 33,66% de eficiência, a marca supera o recorde mundial

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Pesquisa financiada por agência de pesquisa japonesa atingiu eficiência de 33,66%

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Com isso, tornou-se possível converter a luz de uma variedade de comprimentos de onda em energia de forma mais eficiente. A ideia é manter o projeto na busca por mais aperfeiçoamento da conversão solar e por redução de custos para permitir que os módulos sejam instalados em veículos elétricos, equipamentos móveis e nos campos aeroespacial e de aviação.

Intersolar Summit Brasil Sul atrai 2 mil visitas ersão específica para a região do Sul do maior encontro do setor solar fotovoltaico no Brasil e no mundo, a primeira edição do Intersolar Summit Brasil Sul, que aconteceu nos dias 7 e 8 de novembro, excedeu as expectativas dos organizadores, a Aranda Eventos e a alemã Solar Promotion International. Com 51 expositores, congresso debatendo os principais temas do setor, além de uma agenda de minicursos, o evento recebeu mais de dois mil visitantes no Centro de Eventos Fiergs, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. O encontro regional, dada a boa estreia, já tem sua segunda edição marcada para 2024, quando será realizado nos dias 29 e 30 de outubro, o que foi confirmado pelo diretor geral da Solar Promotion International, Florian Wessendorf. “Estamos muito satisfeitos com o lançamento do Intersolar Summit Brasil Sul em Porto Alegre. Expositores, visitantes e participantes da conferência nos deram um feedback muito positivo. A edição regional se enquadra perfeitamente na nossa estratégia de conectar a indústria de energia solar e renovável na América Latina”, disse. O sucesso da Intersolar Summit Brasil Sul tem relação direta com o desempenho do setor solar fotovoltaico no País, que recentemente ultrapassou 35 GW de capacidade instalada

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Evento já tem data marcada para sua segunda edição, que será nos dias 29 e 30 de outubro de 2024

Solar atende a 19,2% da demanda instantânea

(veja notícia na página 8). Aliás, como ressaltado pelo CEO da consultoria Greener, Marcio Takata, em painel sobre transição energética da matriz o recorde de demanda instantânea elétrica que encerrou o congresso no registrado no Sistema Interligado Nacional (SIN) em 13 de novembro, dia 8 de novembro, a tendência de a fonte solar fotovoltaica, incluindo a crescimento deve se manter. “O cresgeração distribuída e a centralizada, cimento médio anual do consumo de energia elétrica no país deve ser de atendeu a 19,2% da carga, ficando atrás 3,2% ao ano, com uma projeção de apenas da geração hidrelétrica, com 37% de aumento nos próximos dez 61,1%. Motivada pela forte onda de anos”, afirmou Takata. calor no Brasil, que aumenta o uso de aparelhos de ar condicionado e ventilaEm sua apresentação, o consultor dores, o novo maior pico de demanda apontou ainda que as fontes renováveis variáveis – eólica e solar – devem da história ocorreu exatamente às representar no próximo ano 28% da 14h17, segundo o acompanhamento do matriz elétrica nacional, com persOperador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), com a marca de 100.955 MW. pectiva de alcançar 33% em dez anos, apenas tendo como base projetos Também na primeira vez que a já autorizados, contratados ou em demanda de carga ultrapassa os construção. Para se ter uma ideia da 100.000 MW — o recorde anterior, tendência de alta, em janeiro de 2022 de 26 de setembro deste ano, foi de as duas fontes representavam juntas 97.659 MW —, vale destacar na marca 22% da matriz. inédita o desempenho da geração solar Entre outras entidades, a Intersolar distribuída, que atendeu a 10,8% do Summit Brasil Sul contou com as parcerias da Absolar Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, ABGD Associação Brasileira de Geração Distribuída, do Instituto de Redes Inteligentes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), da AHK - Câmara de Comércio Brasil Alemanha, do SebraeEm demanda instantânea, que pela primeira vez superou os 100 GW, a fonte ficou atrás apenas da geração hidrelétrica RS e do Senai-RS.

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total, com 10.898 MW de geração. Já a geração solar centralizada, de grandes usinas, respondeu por 8,4% do total, com a geração de 8.505 MW. Com os reservatórios em sua maioria cheios, as hidrelétricas geravam no momento 61.649 MW. Completaram ainda o atendimento as usinas termelétricas, com 10.628 MW (10,5%), e as eólicas, com 9.284 MW (9,2%). Além do recorde no SIN, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste também atingiu novo patamar máximo de carga, ultrapassando pela primeira vez os 60.000 MW. Isso ocorreu às 15h30 do dia 13 de novembro, com o registro de 60.735 MW. O recorde anterior de carga para o subsistema foi de 57.791 MW, ocorrido às 14h30 do dia 26 de setembro de 2023.

OAB de São Paulo lança editais para usinas solares OAB SP – Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo lançou dois editais para construção de usinas solares fotovoltaicas. A meta das iniciativas é instalar 15 usinas até 2025, a um custo aproximado de R$ 12 milhões, para atender por geração distribuída mais de 500 pontos de atendimento da instituição no estado paulista, com economia aproximada de R$ 2,25 milhões ao ano. O primeiro edital (02/2023) prevê a contratação de integradora solar para analisar cinco locais disponibilizados pela OAB na área de concessão da Neoenergia Elektro no estado de São Paulo. A partir daí, a empresa deverá indicar o melhor modelo de micro ou minigeração distribuída e elaborar o projeto para construção e instalação dos sistemas. Esse edital, disponível no Diário Eletrônico da OAB (deoab.oab.org.br), visa atender 131 unidades consumidoras da OAB no estado de São Paulo, que consomem, em média, mais de 34 MWh/mês. O planejamento envolve a

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Preço de energia solar cai 11% preço médio da energia solar em residências no Brasil caiu 11% no terceiro trimestre de 2023, em comparação com o trimestre anterior, registrando o valor de R$ 3,17/Wp, aponta pesquisa da Solfácil, empresa especializada em financiamento de GD solar e distribuidora de equipamentos da área. Segundo análise da empresa, a queda de preços tem relação direta com a leve desvalorização do dólar e principalmente do custo do frete internacional, cujos indicadores gerados pela pesquisa apontam uma redução de 77% no último ano. A pesquisa também destaca como importante para a redução nos preços o aumento da capacidade produtiva de equipamentos solares fotovoltaicos e a dinâmica entre o estoque e a rotatividade de fornecimento. Nesse caso, o preço do polissilício, principal matéria-prima para a produção dos módulos, se manteve estável no período considerado pelo estudo. A redução do preço médio foi observada em todas as regiões do País. O destaque ficou com o Centro-Oeste, que apresentou o menor preço médio, de R$ 3,05/Wp, uma queda de 10% no período. Entre os estados da região, o Mato Grosso do Sul tem o menor preço, com R$ 2,98/Wp, seguido por Mato Grosso (R$ 3,01) e Goiás (R$ 3,16). Por outro lado, o preço médio no Distrito Federal, de R$ 3,88, é o maior do País. Em segundo lugar entre as regiões aparece a Sudeste, que aliás registrou a maior queda no período, de 13%, chegando a uma média de preço de

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Segundo a entidade, serão investidos aproximadamente R$ 12 milhões e o projeto visa atender 500 pontos de consumo. meta de instalação de 763 módulos solares fotovoltaicos em locais indicados pelas subseções de Nhandeara, Votuporanga, Santa Rita do Passa Quatro, Ilha Solteira e Araras. Já em segundo edital (03/2023) são apresentadas localidades para instalação de usinas solares fotovoltaicas em duas cidades da região metropolitana de São Paulo atendidas pela Enel, em São Bernardo do Campo e Mauá. A previsão é que essas usinas produzam energia para outros 40 pontos de atendimento da OAB SP, que consomem, em média, 28 MWh/mês. A ideia aí é ter excedente de energia para obtenção de créditos que serão compensados por todas as unidades consumidoras da OAB na área de concessão da Enel. Os editais atendem a um programa de transição energética da OAB SP que se iniciou em março deste ano, com a construção de usina piloto na colônia de férias da instituição, em Três Fronteiras (SP). Essa instalação contemplou 200 módulos de 550 W e 75 kW em inversores. A usina já gerou mais de 112 mil MWh, com economia de aproximadamente R$ 12 mil por mês. Além disso, já está em fase final de implantação uma segunda usina, em Mogi das Cruzes, cuja previsão é gerar 7.975 kWh/mês, para injetar na rede da concessionária EDP e gerar créditos para 13 pontos de atendimento da OAB. A entidade tem ainda instalações solares off-grid nas seções de Aguaí, Miracatu, Santa Fé do Sul, Santa Rita do Passa Quatro, Tatuí e Teodoro Sampaio.

Pesquisa da Solfácil aponta que o valor médio no País foi de R$ 3,17/Wp e credita queda à redução do dólar e do custo do frete internacional



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R$ 3,14/Wp. O Espírito Santo tem o menor valor, com R$ 2,90/Wp, seguido por São Paulo e Rio de Janeiro, ambos com o mesmo preço médio de R$ 3,11. O estado de Minas Gerais, apesar de sua alta capacidade instalada, apresenta o maior preço médio da região, com R$ 3,22/Wp. Já a região Sul tem a média de R$ 3,16/Wp e apresentou redução de 12%, sendo que o Paraná tem o melhor preço (R$ 3/Wp), seguido por Rio Grande do Sul (R$ 3,37) e Santa Catarina (R$ 3,39). O Nordeste apresenta custo médio de R$ 3,17/Wp, com queda de 12% no período, sendo os menores preços no Maranhão (R$ 3,04), Piauí e Sergipe, ambos com R$ 3,07/ Wp, e na sequência Rio Grande do Norte (R$ 3,13), Alagoas (R$ 3,14), Paraíba (R$ 3,17), Ceará (R$ 3,20), Bahia (R$ 3,26) e Pernambuco (R$ 3,27). Por fim, a região Norte tem o preço médio mais elevado, com R$ 3,33/ Wp, apresentando queda de apenas 9% no período. Ao analisar os estados, porém, há bons resultados, como no Acre, com média de R$ 2,89/Wp, Rondônia (R$ 2,91), Roraima (R$ 2,99), Amazonas e Amapá, ambos com R$ 3,11/Wp. Os preços mais elevados ficam por conta do Tocantins, com R$ 3,26, e do Pará, este com o segundo maior preço médio do País, R$ 3,43/ Wp, atrás apenas do Distrito Federal.

Vertiv cria microrrede com solar e hidrogênio Vertiv, fornecedora de infraestrutura para data centers, está desenvolvendo tecnologia de microrrede de energia elétrica voltada especificamente para o mercado dessas centrais de processamento e armazenamento de dados. O desenvolvimento é uma parceria com a American Electric Power e está em operação para prova de conceito, em escala real, em fábrica da Vertiv em Delaware, no estado de Ohio, Estados Unidos.

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A microrrede se baseia em sistema solar fotovoltaico de 1 MW em corrente alternada e em célula a combustível de hidrogênio de 400 kW, além de sistema de armazenamento de energia em baterias (BESS, na sigla em inglês) da própria Vertiv, também com 1 MW de capacidade. Além disso, para garantir a segurança da rede, demanda fundamental em data centers, há redundância com sistema de alimentação de energia ininterrupta (UPS), também da Vertiv, com bateria de íon-lítio. Segundo a Vertiv, a microrrede reduz a vulnerabilidade às quedas de energia da rede elétrica ao usar diversos recursos de energia distribuídos conectados, com o BESS armazenando a energia para fornecimento conforme necessário. Além da geração solar e da célula a combustível de hidrogênio, a microrrede também recebe energia da rede de distribuição. A preocupação em criar a solução tem a ver com a crescente demanda energética dos data centers, cuja operação é ininterrupta e com tendência de aumento no consumo, tendo em vista o maior uso de inteligência artificial nas centrais. Além disso, de acordo com a Vertiv, as microrredes podem ser usadas para reduzir a dependência da rede elétrica em relação à capacidade e disponibilidade de potência e para reduzir a partida dos geradores de backup a diesel. “Nossos clientes estão avaliando o papel das microrredes e dos BESS para seus sistemas de alimentação de energia de missão crítica. A criação de uma microrrede que atua tanto como

Sistema está em prova de conceito na fábrica da empresa nos Estados Unidos

um centro de experiência do cliente como um laboratório de testes de desempenho permitirá à Vertiv ajudar os clientes a decidir se uma microrrede e um BESS são adequados para seus data centers”, disse o vice-presidente sênior da Vertiv, Kyle Keeper.

Pesquisa nacional mira rastreamento de baterias Cepetro - Centro de Estudos de Energia e Petróleo, ligado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), iniciou uma pesquisa para desenvolver sistema de rastreamento digital de baterias de armazenamento de energia. O programa tem previsão de durar três anos, conta com 15 pesquisadores e é financiado pela francesa TotalEnergies, como parte de acordo de R$ 22,9 milhões assinado com a Unicamp e que prevê seis projetos no total, todos na área de energia solar fotovoltaica e baterias.

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Em andamento no Cepetro, da Unicamp, projeto financiado pela TotalEnergies tem intenção de rastrear toda a vida útil das baterias Funcionando como uma espécie de “passaporte” das baterias, o sistema em desenvolvimento mapeará o ciclo de vida completo dos dispositivos, da extração do minério utilizado em sua fabricação até o reúso, reciclagem e eventual descarte. O rastreamento envolverá ainda a cadeia de transporte e a produção propriamente dita das baterias, em sua maioria feita na China, até o seu uso final em outros países. “Queremos entender as baterias desde o berço até o descarte ou recicla-



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de dados e um modelo preditivo da gem. É como se você colocasse um chip “saúde” das baterias, a ideia é que as nelas, em todas as etapas pelas quais informações possam ser acessadas onpassam, para mapear os processos e line. As informações sobre a vida útil saber o quanto elas emitem de CO2, do dispositivo ajudarão a desenvolver quanta energia elétrica e água foram esses modelos preditivos, determinanutilizadas e quem são os responsáveis do as estratégias para o carregamento por fazer a reciclagem delas”, disse o e descarregamento, classificação, avaprofessor Hudson Zanin, coordenador liação do nível de risco e otimizações do projeto no Cepetro e docente na para um segundo uso. Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp. Para Zanin, porém, a possibilidade de rastreamento precisaria vir acompanhada também de regulamentação. “Após a fabricação das células, elas terão vários donos, como importador, BYD Energy, fabricante chinesa fabricante de veículos ou eletrônico, de equipamentos fotovoltaicos, até chegar ao consumidor. É preciso baterias e carros elétricos, anunciou saber quem vai cuidar da reciclagem, sua entrada no mercado de EPC (do quem de fato é o dono da bateria entre inglês engineering, procurement and o fabricante e o usuário final. É preciso construction) para desenvolver projeregulamentar”, afirmou. Na sua opitos de usinas solares, principalmente nião, o Brasil deveria seguir o modelo as de grande porte, mas também as europeu, que em junho aprovou mecom menores potências. Segundo a didas de regulamentação, como por empresa, a ideia é atuar no modelo de exemplo a exigência de níveis mínienergia como serviço (energy as servimos obrigatórios de metais reciclados ce), desde a identificação da demanda na composição de novas baterias. até a manutenção durante o período O grupo de pesquisadores do Cede garantia técnica, que pode durar de petro pretende ainda desenvolver uma 6 a 12 meses. plataforma online com a tecnologia A nova oferta começa com estudos blockchain, na qual diversas empresas e dimensionamento para entender a estarão conectadas em uma mesma demanda e com o processo de engecadeia de dados. “Nenhuma empresa nharia executiva, de planejamento e que fabrica bateria quer dar informagestão das aquisições. Após isso, contição para outras; os dados serão criptonua com a construção e montagem da grafados, pois a informação é valiosa usina, incluindo comissionamentos e e é preciso tramitar essas informações testes necessários para a conexão. de maneira que os donos desses dados Na fase inicial dos projetos, a equipe fiquem protegidos”, disse Zanin. de engenharia fornece soluções persoO sistema valerá para qualquer bateria, independentemente da tecnologia utilizada para a sua fabricação ou de sua finalidade, seja para veículos elétricos, celulares ou para a indústria. Para desenvolver a plataforma, serão criados modelos a partir de dados públicos disponibilizados em artigos cien- Estratégia inclui identificação de demanda, elaboração de projeto, construção e manutenção durante período de garantia técnica tíficos. Com o pré-tratamento

BYD Energy oferta serviços de EPC para solares

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nalizadas, estudos e dimensionamentos, em atendimento às normativas dos projetos. Estão incluídas nessas fases também o uso de softwares para elaborar memoriais e quantitativos, além de programação de controle de custos. Na etapa de planejamento de compras e aquisições, uma equipe especializada em cadeia de suprimentos ativa um sistema de qualificação de fornecedores, que avalia importação e nacionalização de produtos. Feito todo esse processo, a construção é realizada por parceiros da BYD, que se responsabilizam não só pela execução e gerenciamento de obras como pela gestão de fornecedores e de subcontratados, o que inclui controle de qualidade e de riscos, fiscalização de obra e acompanhamento jurídico. Segundo o diretor de projetos da BYD Energy, Sócrates Rodrigues, o serviço de EPC da companhia pode atender também demandas de clientes de pequeno porte. “O EPC é mais uma solução que vem para agregar-se ao leque de produtos e serviços da companhia. Agora com a oferta, a BYD agrega ainda mais ao crescimento do setor, em linha com seu compromisso de redução da temperatura global em até 1 ˚C”, afirma.

CCEE emite certificados de hidrogênio renovável CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica emitiu os dois primeiros certificados de hidrogênio do Brasil, que atestam a origem de produção a partir de fontes renováveis de energia, comprovando a procedência “verde” do produto. Os contemplados foram as plantas de Furnas Centrais Elétricas, em Itumbiara, Minas Gerais, e da EDP, no complexo industrial e portuário do Pecém, no Ceará. Ambos os projetos, de pequena escala e no âmbito do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Aneel, utilizam energia solar fotovoltaica como

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instalada na usina termecom governança aprimorada. A prilétrica (UTE) Pecém, em meira versão foi lançada em dezembro São Gonçalo do Amarante do ano passado para atestar a origem (CE). Para alimentar o de produção de hidrogênio a partir de sistema de eletrólise instafontes de baixa emissão de carbono em lado, a unidade contempla projetos piloto no Brasil. As diretrizes usina solar fotovoltaica do programa levaram em consideração com capacidade de 3 MW exigências do mercado europeu. de potência. O módulo eletrolisador pode proDocumentos atestam que as produções de H2V de Furnas e EDP foram duzir 250 Nm3/h do gás alimentadas por energia renovável, com destaque para a solar fotovoltaica renovável. De acordo com fonte de alimentação dos eletrolisadoa CCEE, a análise para a certificação res. O de Furnas, porém, é híbrido e atestou que os 295 kg de hidrogênio integradora solar SolarVolt, de também utiliza a fonte hídrica, já que produzidos são de origem renovável. Minas Gerais, lançou a Solve está instalado na Usina Hidrelétrica “A certificação é uma iniciativa O&M, nova empreitada do grupo pioneira, que vai garantir ao cliente a concentrada em usinas de minigeraItumbiara, que fica entre os municípios compra de um produto verdadeiração, oferecendo serviços de limpeza de de Itumbiara (MG) e Araporã (GO). mente sustentável. Essa parceria com módulos, manutenção de terrenos, insTrata-se da primeira a entrar em operaas empresas representa um passo impeção visual de módulos e conexões, ção no Brasil, em 2021, desde quando portante na construção de uma relação verificação de componentes e outros. já foram produzidas 3 toneladas do de confiança com os investidohidrogênio verde. res do mercado de hidrogênio Da energia consumida em Itumbiarenovável brasileiro, que vai ra, uma parte é oriunda de usina solar garantir a liderança do nosso fotovoltaica de 800 kWp de potência, país nos esforços mundiais em instalada ao lado do sistema de hiprol da transição energética”, drogênio, e o restante da demanda é disse o presidente da CCEE, suprida por energia da UHE. Segundo Alexandre Ramos. comunicado da CCEE, a produção de A CCEE está desenvolven730 kg de hidrogênio de Furnas foi do uma segunda versão do feita a partir de energia solar e hidráusistema de certificação volunlica. tário. Com apoio do Banco Já a unidade de hidrogênio verde Nova empresa se concentra em usinas de minigeração e fornece de Mundial, a atualização contará limpeza de módulos a relatórios mensais de dados para os clientes da EDP, batizada de Pecém H2V, é

SolarVolt cria spin-off para O&M de UFVs

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Com mais de 10 anos de experiência no setor de energia solar e mais de 2.500 projetos entregues, a SolarVolt visa com a nova empresa atender a demanda de investidores de ativos e, em conjunto com seu negócio de EPC (engenharia, aquisição e construção), oferecer soluções para maximizar a produtividade e disponibilidade de usinas fotovoltaicas. O sócio e diretor comercial da SolarVolt e Solve O&M, Gabriel Guimarães, destaca que a empresa aproveita sua expertise na criação de projetos e na supervisão das instalações. Além dos serviços de O&M padrão, também são oferecidas soluções personalizadas de acordo com as necessidades dos clientes, apoiadas por um software de inteligência artificial que gera alertas em tempo real, diz o diretor. Segundo Guimarães, a Solve O&M utiliza análise preditiva baseada em engenharia de dados para atender às necessidades dos sistemas. A empresa possui clientes

atendidos por contratos anuais e tem a expectativa de aumentar sua receita em 20 vezes, atingindo R$ 10 milhões em 2024. Além dos serviços descritos, gera relatórios mensais para os clientes com base nos dados coletados, visando profissionalizar ainda mais a operação das usinas e otimizar os investimentos em energia fotovoltaica.

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permite aumentar a tensão de saída para a faixa de 1.500 Vca. Batizado de projeto MS-LeiKra, segundo comunicado do ISE, a chave para o desenvolvimento foi o uso de semicondutores de carboneto de silício, que têm uma tensão de bloqueio mais alta. A equipe de pesquisadores demonstrou que os inversores fotovoltaicos são capazes de lidar com níveis de tensão

Pesquisa alemã eleva tensão de inversores string ISE - Instituto Fraunhofer para Sistemas de Energia Solar, da Alemanha, desenvolveu e projetou o primeiro inversor tipo string de média tensão do mundo para usinas de energia solar de grande porte. Em projeto financiado pelo Ministério Federal Alemão para Assuntos Econômicos e Ação Climática (BMWK), em colaboração com as empresas Siemens e Sumida, o novo inversor de 250 kVA

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Com o desenvolvimento, baseado em semicondutores de carboneto de silício, será possível economizar com cabos de condutores nos projetos


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mais altos. Os benefícios com isso incluem economias de custos e recursos para componentes passivos e cabos. Também foi implementado no projeto um conceito de resfriamento mais eficiente usando tubos, o que reduz a quantidade de alumínio necessária. A necessidade de reduzir a quantidade de cabos é crucial para diminuir custos em uma usina solar fotovoltaica, que hoje requer dezenas de quilômetros de condutores de cobre. Com o aumento da tensão de um inversor string de 250 kVA para 1.500 Vca, segundo os pesquisadores, a seção transversal do cabo pode ser reduzida para 35 mm2, enquanto com um equipamento convencional com tensão de saída de 800 Vca seria necessária seção transversal mínima de 120 mm2. Isso reduz o consumo de cobre em cerca de 700 quilos por quilômetro de cabo. “Nossas análises de recursos mostram que, no médio prazo, a eletrificação do sistema energético tornará o cobre escasso. Aumentar a tensão nos permite economizar recursos valiosos”, disse o diretor do ISE, Andreas Bett. Além de o novo inversor servir de base para um novo conceito de sistema para a próxima geração de usinas fotovoltaicas de grande porte, a expectativa do ISE é que a tecnologia também seja aplicada em turbinas eólicas, em carregamento de mobilidade elétrica e em aplicações industriais.

Plataforma eletrônica conta com capacitação para solar startup 77Sol, que opera plataforma eletrônica para fornecimento de equipamentos solares e financiamento para GD solar, fechou parceria com a Oca Energia, empresa especializada em capacitação profissional para o setor. A ideia é ofertar a integradores solares o serviço batizado de Universidade 77, uma área na plataforma da startup que disponibilizará cursos

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específicos para o setor solar fotovoltaico, nos módulos de educação a distância e presenciais. Segundo comunicado, a capacitação é destinada tanto a integradores solares já atuantes no mercado quanto a novos profissionais interessados em ingressar no mercado. A proposta prevê conteúdos abrangentes, que vão desde conhecimentos básicos de elétrica até técnicas avançadas de instalação de sistemas e gestão de empresas. Segundo o coordenador de novos negócios da 77Sol, Guilherme Feltre, a iniciativa atende ao planejamento de “empoderar” os integradores, por meio de educação e treinamento dos profissionais da área. “Quando falamos em capacitação e profissionalismo, não pensamos apenas na parte técnica de instalação, mas também nas diversas etapas que envolvem o projeto solar, desde táticas de venda até conceitos de gestão empresarial”, afirma.

Serviço foi possível por meio de parceria com Oca Energia e envolve cursos para técnicos com ou sem experiência no mercado Até o momento, os cursos disponíveis são de eletricidade básica, projeto e instalação de sistemas fotovoltaicos, gestão de vendas, comercialização e gestão de riscos no mercado livre de energia e de gestão de unidades consumidoras de energia. Em uma primeira fase, todos os integradores participantes da plataforma da 77Sol terão descontos nos cursos mais avançados, além de acesso gratuito aos básicos. Além dos cursos a distância, a parceria também contará com turmas presenciais.

Aquecimento global demandará mais renováveis até 2030 m evento preparatório para a COP28 no dia 30 de outubro, batizado de Pre-COP, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, mesmo local onde vai ser realizada a conferência do clima entre 30 de novembro a 12 de dezembro, um relatório conjunto da Irena - Agência Internacional de Energia Renovável, da presidência da COP28 e da Global Renewables Alliance apontou que o mundo precisará triplicar a matriz de renováveis até 2030 para limitar o aquecimento global a apenas 1,5 ˚C acima dos níveis pré-industriais. Além de os países, segundo o relatório, também precisarem dobrar as médias anuais de ações de eficiência energética no mesmo período, a demanda em renováveis significa passar da capacidade instalada global de 3.382 GW de 2022 para 11.174 GW em 2030. Especificamente em energia solar, a necessidade seria passar dos 1.055 GW de 2022 para 5.400 GW em 2030. Na fonte eólica, a capacidade precisaria passar dos mais de 1.000 GW (2023) para 3.540 GW em 2030, sendo 3.040 GW onshore e 500 GW offshore. Das duas fontes renováveis variáveis, a geração de eletricidade, no cenário projetado, precisaria representar 46% do total gerado no mundo em 2030, contra 10% do registrado em 2021. Isso exigiria ainda, na análise do relatório, investimentos para suportar a flexibilidade adicional na operação do sistema energético global. Depois das fontes solar e eólica, o terceiro maior aumento na capacidade de geração precisará ser na fonte hídrica, com crescimento de quase 17% em relação a 2022, chegando a 1.465 GW para manter o cenário de 1,5 °C. Nessa conta, o relatório exclui aportes em hidrelétricas reversíveis. Com a projeção, que serve como alerta aos participantes da COP28, as adições médias de capacidade de energia renovável seriam de aproxima-

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A BOLT INOX, fornece Kits e componentes em aço inoxidável para fixação de painéis fotovoltaicos de acordo com a demanda de cada cliente.


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Empresas pedem pressa a governos no abandono de fontes fósseis

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m uma carta aberta dirigida aos chefes de estado e de governo que participarão da Conferência do Clima, a COP28, de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, 131 grandes grupos empresariais de todo o mundo estão pedindo a eliminação gradual dos combustíveis fósseis da matriz energética global. Juntas, as empresas que assinaram a carta representam quase US$ 1 trilhão em receita anual.

Em carta aberta dirigida a chefes de estado e de governo que participarão da COP28, grupos empresariais querem a eliminação gradual dos combustíveis fósseis

O movimento é coordenado pela We Mean Business Coalition, uma organização sem fins lucrativos voltada para acelerar a ação climática global com foco no mundo dos negócios. Segundo a carta, a preocupação das empresas é principalmente com os impactos e o custo sobre os negócios causados pelo aumento de eventos climáticos extremos resultantes das mudanças climáticas. Por um cálculo da carta, a transição energética para o net zero poderia impulsionar o PIB global em 4% até 2030. Os signatários apoiam a triplicação da capacidade de energia renovável nesse período, o que aliás foi acordado por líderes do G20 em reunião em setembro em Nova Delhi, na Índia. Isso significaria meta global de pelo menos 11 TW no período, além da duplicação da taxa de eficiência energética até 2030. Por aceleração da transição, as empresas entendem também que seria necessário os países avançados se comprometerem a alcançar sistemas de energia 100% descarbonizados até 2035 e, o mais tardar, em outros países, até 2040. Nesse sentido, ressaltam a demanda por apoio a países do “Sul Global” na diversificação de seus sistemas energéticos e no desenvolvimento de caminhos econômicos alinhados a aumento no aquecimento limitado a 1,5°C, inclusive por meio da provisão de financiamentos sustentáveis e capacitação para as economias mais desfavorecidas. A manifestação das empresas entende ainda que uma política de eliminação gradual das fontes poluentes seria suficiente para diminuir pela metade as emissões do setor energético nesta década. “Para descarbonizar o sistema energético global, precisamos aumentar a energia limpa tão rapidamente quanto eliminamos gradualmente o uso e a produção de combustíveis fósseis. Isso significa turbinar a revolução das energias renováveis, eletrificar setores-chave e melhorar massivamente a eficiência”, afirma a carta. Os 131 signatários da carta abrangem empresas da Europa, Ásia, Austrália, América do Norte e América do Sul, dos setores de energia, transporte rodoviário, saúde, tecnologia, logística, bens de consumo, entre outros. Entre as empresas signatárias estão Volvo, BT Group, Vodafone, Heineken, Mahindra Group, Godrej Industries Limited, Unilever, JLL, Bayer, Ørsted, Ikea, Nestlé, eBay, Decathlon e Iberdrola. Há apenas um grupo brasileiro na lista, a indústria de cosméticos Natura.

damente 1.000 GW a cada ano na atual década, mais de três vezes o que foi adicionado em 2022, quando entraram em operação 292 GW, sendo 189 GW de energia solar e 73 GW de eólica. Com incrementos médios de 551 GW de energia solar fotovoltaica e 329 GW de eólica até 2030, as duas fontes dominariam os investimentos na década. Além disso, segundo a projeção da demanda necessária, a capacidade de armazenamento de energia se expandiria em conjunto com a geração, com o acumulado de baterias aumentando em um fator de 21, de 17 GW em 2020 para 359 GW em 2030. Por fim, o relatório aponta como urgente a necessidade de aceleração

nos investimentos, dado os níveis anuais de instalação em 2022 terem representado menos de um terço do 1.000 GW médio necessário na década. Nesse caso, é animador para os autores do texto saber que há projeções de crescimento da fonte solar que consideram

Projeção é de estudo liderado pela Irena, que também projeta necessidade de duplicar ações de eficiência energética



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provável a média superior ao 1.000 GW de instalações solares fotovoltaicas anuais já em 2028. O relatório “Tripling Renewable Power and Doubling Energy Efficiency by 2030: Crucial Steps Towards 1.5˚C” pode ser baixado em https://www.irena.org/Publications/ 2023/Oct/Tripling-renewable-power-and-doubling-energyefficiency-by-2030 .

Notas Comerc inaugura UFV em Minas Gerais - A Comerc Energia inaugurou oficialmente no dia 9 de novembro o complexo solar de Hélio Valgas, de 662 MWp de potência instalada, em Várzea da Palma, Minas Gerais. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, trata-se da quinta maior usina solar fotovoltaica em operação no Brasil. Segundo cálculos da empresa, a energia gerada é suficiente para atender 800 mil residências ou 3 milhões de pessoas. Instalada em área de 1.154 hectares, o novo ativo eleva o portfólio da unidade de negócios de geração centralizada da Comerc para uma capacidade instalada de 1178 MWp em solar. Sob investimento de R$ 2 bilhões, a usina tem quase a totalidade da sua capacidade produtiva contratada pela Liasa, grupo nacional produtor de silício metálico. Solarian coloca UFV de GD em operação - A Solarian, especializada na implantação, operação e manutenção de usinas solares fotovoltaicas, colocou em operação uma UFV para geração distribuída de 700 kWp em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. A nova instalação, segundo comunicado da empresa, vai ampliar em 28% a capacidade de geração de energia do grupo na área da concessionária RGE Sul. Erguida em área de 45 mil metros quadrados, a usina vai produzir aproximadamente 1.091 MWh anuais e visa gerar créditos para várias filiais de uma empresa gaúcha do agronegócio não revelada pela Solarian. No projeto foram instalados mais de 1.200 módulos Jinko N-type de 570 W, quatro inversores Solis de 125 kW e estruturas fixas bi-poste da Sonnen. Trina supera 90 GW em vendas globais - A Trina Solar, fabricante chinesa de módulos solares fotovoltaicos, rastreadores solares e sistemas de armazenamento de energia, registrou entre janeiro e setembro deste ano receita 31,22% superior à de mesmo período do ano passado, chegando a US$ 11,58 bilhões. O resultado financeiro, segundo relatório da empresa, reflete o desempenho de vendas globais, com a marca de entregas de aproximadamente 46 GW registradas em módulos, o que a coloca em segundo lugar no mundo, e de 5,6 GW em rastreadores e racks de inclinação fixa. Já no acumulado de vendas até setembro de 2023, segundo comunicado, a Trina já supera os 90 GW em entregas globais


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de módulos, desde quando passou a produzir módulos solares de 210 mm. A empresa projeta continuidade no crescimento, em razão da expansão de uso de sua tecnologia i-TOPCon Advanced tipo N, dos módulos Vertex tipo N, layout vertical de capacidade tipo N e soluções integradas de armazenamento fotovoltaico e de energia. Voltalia fecha contrato de manutenção - A Voltalia Serviços, que atua em operação e manutenção de parques de renováveis, fechou contrato com a britânica Lightsource BP para ser a responsável pelos serviços de manutenção preventiva e corretiva do complexo solar Milagres, de 212 MWp de potência instalada, em Abaiara, no Ceará. A previsão de geração do complexo é de aproximadamente 460 mil MWh por ano. O projeto Milagres está em fase final de construção, ocupa área total de 440 hectares e deve entrar em operação no início do próximo ano. Fruto de investimento de R$ 800 milhões, sua conexão no Sistema Integrado Nacional (SIN) será por meio do seccionamento de uma linha de transmissão de 230 kV existente, de propriedade da Chesf. A Voltalia Serviços faz sua oferta a partir da operação remota dos parques de renováveis do Centro de Operações (COG), em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Os serviços, que incluem também as subestações das usinas, envolvem ainda a manutenção da área de infraestrutura, o chamado BOP (do inglês Balance on Plant), que engloba as redes, linhas e transformadores dos complexos. Para as usinas solares, os serviços também se estendem à manutenção anual e preventiva da subestação e das linhas de transmissão e inspeção de módulos por termografia aérea, operada por drones, para identificar pontos frios ou quentes dos painéis, para controle de desempenho de geração. A empresa também faz a lavagem dos módulos por meio de tratores acoplados ao dispositivo SunBrush Mobil, que tem um mecanismo giratório em 180º. Engie adquire complexos da Atlas - A Engie anunciou a aquisição integral das ações da Atlas Energia Renovável do Brasil, operação que envolverá a transferência para o grupo francês de 545 MW de capacidade instalada em cinco complexos solares fotovoltaicos da Atlas na Bahia, Ceará e Minas Gerais. Os projetos, todos em operação, têm capacidade comercial de geração de 145 MW médios e 142,2 MW médios de volume de energia vendido. O valor total da negociação envolve cerca de R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 2,26 bilhões em desembolso e os restantes aproximados de R$ 971 milhões em transferência de dívida. Segundo comunicado da Engie, os valores envolvidos poderão ser ainda modificados (earn-out), de acordo com o atingimento de determinadas condições previstas no contrato. Também será necessária a aprovação pelo Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica.




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Resolvendo problemas causados pela conexão de geradores distribuídos

Fotos dos autores

Robert Weller, da Electrical Investigation Ltd.; Kate Edwards e Duncan Dalton, da Outram Research Ltd., Reino Unido

Perturbações decorrentes da conexão de geradores e sistemas armazenamento de energia à rede de distribuição são, em muitos casos, esporádicas ou obscuras e podem resultar na desconexão aparentemente aleatória do gerador ou em problemas como distorção harmônica, sobreaquecimento ou mesmo choques e incêndios. O artigo descreve os problemas e as técnicas para identificar a causa raiz e prevenir recorrências.

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randes sistemas solares fotovoltaicos (FV) podem ocasionalmente experimentar correntes residuais mais altas do que o usual ou surtos de corrente de curta duração, especialmente quando conectados a instalações que tenham acionamentos de velocidade variável, bombas de calor, veículos elétricos e outras “cargas perturbadoras”. Isto pode causar operação indevida da proteção em determinados momentos, por exemplo quando a produção de energia solar é alta e coincide com chaveamentos significativos ou eventos operacionais. A presença de um efeito sazonal também foi observada. Este artigo descreve como esses fatores que causam tais problemas podem ser identificados, de modo a auxiliar os operadores a distinguir entre condições que são “normais” e aquelas que podem constituir um evento de “falha”. Outros problemas observados incluem operação/falha de dispositivos de proteção contra surtos (DPS), falhas em componentes ou placas de controle/comunicação, defeitos em transformadores, sobreaquecimentos de cabos e falhas de inversores.

Correntes de dispersão – características Os operadores de geradores solares frequentemente observam correntes fluindo pelas conexões de aterramento entre estruturas. Em geral essas correntes têm variação sazonal, e normalmente: • são correntes de fuga predominantemente c.a., de 50 Hz, com algumas componentes c.c. e harmônicas; • aumentam com a produção de energia solar; e • aumentam em climas chuvosos.

Alguns problemas típicos, resultantes de deterioração em serviço ou de erros de instalação: 1) Correntes de dispersão em condutores de equipotencialização; 2) Correntes harmônicas excepcionalmente altas em inversores; 3) Altas correntes circulantes causando aquecimento em prensa-cabos; 4) Fuga de corrente através de poste de madeira; 5) Falha em componente de inversor devido a surto de tensão nos cabos de comunicação Devido à relação com o tempo úmido, frequentemente se assume um nexo causal com a resistência do aterramento/resistividade do solo (que pode variar sazonalmente nas camadas superiores do solo), mas isto pode estar incorreto. Na maioria dos casos, a equipotencialização do sistema fo-


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na interface com tovoltaico depende o solo deve ser das conexões metá‑ Enrolamentos de baixa Inversores Capacitâncias feita para garantir licas em vez dos tensão do de cabos, transformador L1 que ao redor do(s) caminhos de retorno redes de filtros, c.c. da fonte etc. P-E eletrodo(s) o solo pelo solo e, portanto, Fuga c.c. do não secará, pois a resistividade do L3 L2 inversor, isso levará a um solo/resistência do módulos e Fuga no condutores aumento na resis‑ eletrodo tende a ser transformador Corrente residual tência do eletrodo menos relevante na Fuga através de blindagens, que pode ter um prática, desde que Retorno de fuga através de condutores Barramento de condutores de equipotencialização, de equipotencialização equipotencialização impacto negativo a integridade dos estruturas, etc. no aumento do condutores de equi‑ Caminho de fuga potencial de terra, potencialização pos‑ através do solo Caminho de fuga através do solo que é particular‑ sa ser atestada. Um mente relevante sistema típico é mos‑ Fig. 1 – Sistema fotovoltaico típico mostrando caminhos de corrente quando o eletrodo trado na figura 1. é considerado para cálculos de faltas O caminho de retorno pelo solo é torno de cabos unipolares e transfor‑ de AT. Se for identificado um fluxo relevante apenas para algumas corren‑ madores. Isto é particularmente ver‑ significativo de corrente c.c., este pode tes de fuga e circulantes, em que co‑ dadeiro quando os transformadores levar à erosão de estruturas enterradas nexões simples às estruturas formam são do tipo de estrutura aberta (por e exigirá uma avaliação da perda de laços através do solo. Campos magné‑ exemplo, encapsulados em resina), nos material e do impacto na longevidade. ticos de dispersão (que podem ser de quais o campo de dispersão é alto, ou A maioria dos inversores apresen‑ natureza harmônica) são uma fonte de onde os cabos unipolares são arranja‑ tará algum grau de “vazamento” na‑ corrente. Normalmente, como parte dos na horizontal e não em trifólios. tural, o que tende a estar relacionado de qualquer avaliação, a distorção de Os laços formados nas ligações entre à fuga c.c. do sistema, referido ao lado tensão harmônica c.a. será medida na as estruturas (incluindo as próprias c.a. (observando que os inversores sem estruturas de suporte dos módulos FV, fonte, juntamente com outros parâme‑ transformador modernos fornecem tros, incluindo correntes harmônicas, e condutores de equipotencialização isolação galvânica limitada entre os desequilíbrios de fases, etc.. Isto pode subterrâneos) cortam as linhas de lados c.a. e c.c.). Este problema é co‑ fluxo magnético e isso resulta na cor‑ fornecer informações valiosas, uma mumente observado em instalações vez que componentes harmônicas ou rente circulante fluindo pelos laços. solares residenciais, onde os disposi‑ tensões desequilibradas podem ser Uma simples adição escalar de cor‑ tivos DR padrão de 30 mA podem so‑ rente em um cabo pode ser enganosa acopladas (através dos inversores ou frer disparos indevidos, especialmente diretamente) por meio de capacito‑ quando inclui correntes de terra ou com tempo chuvoso. Exatamente o res de filtro e capacitância de cabos, blindagens. mesmo problema pode ser observado produzindo correntes de sequência A corrente circulante (em oposição em grandes sistemas solares, ou seja, zero. Estas correntes podem materiali‑ à corrente de fuga) pode causar pre‑ há algum grau de fuga aparente das zar-se como fugas à terra mensuráveis, ocupações, mas na realidade muitas séries fotovoltaicas, principalmente mesmo quando o sistema é instalado vezes não é problema, desde que flua através do cabeamento dos módulos por condutores dedicados e não cause como um sistema nominalmente não FV para a terra. Testes de resistência de aquecimento excessivo. É necessário aterrado. isolamento de rotina, realizados dia‑ cuidado para garantir que essas cor‑ Problemas de harmônicos, na prá‑ riamente ou em intervalos programa‑ tica, tendem a ser menos sérios do rentes não fluam em sistemas sensí‑ dos (conforme necessário em sistemas veis ou de maneira excessiva através que as correntes de fuga em sistemas “não aterrados”), muitas vezes não saudáveis, mas podem ser um fator de blindagens/armaduras de cabos, registram esses baixos níveis de fuga, importante se, por exemplo, houver pois isso pode causar redução da ca‑ mas haverá um efeito cumulativo. um problema com um inversor. pacidade de condução de corrente. A figura 2 mostra corrente residual É relativamente comum que o “va‑ Se a corrente flui através do solo, c.a. medida em um sistema fotovol‑ zamento” de c.a. em condutores de mostra uma relação com o teor de taico trifásico (capacidade de pico de umidade deste. Uma avaliação da den‑ equipotencialização se origine devido cerca de 1 MW) em função da corrente ao campo magnético de dispersão em sidade de corrente superficial [1, 2]


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9 8

Corrente residual medida (A)

7 6 5

Residual Linear (residual)

4 3 2 1 0

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

Corrente de fase (A)

Fig. 2 – Corrente residual vs. corrente de saída do sistema fotovoltaico de saída, em um dia seco. Descobriu-se que o gradiente da linha aumenta com tempo úmido prolongado, com correntes de fuga elevando-se por um fator de 3 ou mais. Ocasionalmente, o tempo ventoso é citado como fator de disparos intempestivos quando a instalação solar é protegida contra corrente residual/ fuga à terra. O cabeamento de c.c. com fixação frouxa pode ser a causa, se houver atrito com as estruturas. A iso‑ lação comprometida pode passar despercebida com tempo seco ou em dias calmos. Mesmo com isolação saudável no sistema c.c., sua capacitância natural pode contribuir para o “vazamento” observado se houver ondulação (ripple) na forma de onda de c.c.; isso é facilmente verificado com um alicateamperímetro apropriado. Uma fuga de corrente mais significativa pode ocorrer devido à falha de capacitores de filtro. Podem ocorrer fugas “aparentes” significativas se os sistemas de c.a. ou de c.c. estiverem configurados incorretamente, por exemplo se houver mais de uma conexão deliberada com a terra. Normalmente os projetistas optarão por fornecer uma referência para o lado c.c. ou o lado c.a. do sistema,

mas não para ambos. O esquema IT é com frequência especificado para o sistema c.a. (necessitando de uma conexão estrela ou delta não aterrada do transformador AT/BT), em conjunto com uma referência de aterramento para o lado c.c. (seja uma conexão deliberada do lado +ve ou -ve para terra, seja para um ponto de polarização). O sistema c.a. fica então livre para “flutuar”. Se este sistema estiver comprometido (por exemplo, se o ponto estrela estiver ligado à terra, ou se houver uma “falta” do lado c.a. para a terra), uma corrente significativa pode fluir, uma vez que ambos os lados c.a. e c.c. estão ligados entre si durante parte de cada ciclo. Isto pode levar a um deslocamento de tensão que, sob certas circunstâncias, faz com que os dispositivos de proteção contra surtos atuem e comecem a conduzir. Se estes não estiverem adequadamente protegidos contra fluxos de corrente de longa duração, a situação pode evoluir para uma falta incendiária (sobreaquecimento e, potencialmente, incêndio). Problemas semelhantes podem surgir em esquemas TN-S onde o ponto estrela c.a. (neutro) fornece uma referência de terra mas os inversores estão configurados incorretamente



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Instalações FV

para fornecer também uma referência para o lado c.c.. Tais problemas são geralmente aparentes desde o primeiro dia e devem ser detectados na fase de comissionamento. Outros fatores que podem contribuir para correntes de fuga incluem deslocamento de tensão devido a falta monofásica à terra em um sistema trifásico, o que pode não fazer atuar a proteção em um esquema IT. Corrente circulante em enrolamentos também pode ocorrer se houver paralelismo inadvertido ou incorreto de transformadores, particularmente com enrolamentos primários duplos ou terciários, onde a relação de tensão de cada enrolamento pode ser diferente. A medição da corrente residual é descrita mais adiante.

Distorção harmônica A maioria dos sistemas inversores modernos produzem formas de onda de saída razoavelmente limpas, ou seja, têm baixo conteúdo de corrente harmônica (DHTi), o que resulta em um nível baixo de distorção de tensão. No entanto, isto nem sempre é garantido, uma vez que condições ressonantes e outros fatores podem significar que a impedância harmônica do sistema pode ser maior em algumas frequên‑ cias do que em outras. No Reino Unido, é requerido um estudo de projeto conforme a publicação ENA EREC G5/5 [3], da Energy Networks Association, para a maioria das novas conexões, o qual identifica (no Estágio 3) quaisquer condições ressonantes. Em todos os casos, alterações no sistema em operação (seja local, no site do sistema solar FV, ou em ponto do sistema de distribuição mais amplo) podem alterar a distorção de tensão medida no local. Para ajudar no diagnóstico (caso ocorra um problema de distorção de tensão fora dos limites), pode valer a pena medir tensões e correntes

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

harmônicas antes e após o site ser comissionado, e também em possíveis investigações subsequentes. Um desvio significativo em relação às recomendações dos fabricantes ou uma variação radical em serviço pode ser consistente com falha de filtro, ângulo de comutação ou ângulo de disparo do tiristor/IGBT, ou outro problema. Uma tendência nos últimos anos tem sido a conexão de geração solar a grandes instalações industriais. Esses locais geralmente têm conteúdo harmônico significativo devido a acionamentos de velocidade variável de motores e outras cargas não lineares, o que pode resultar em correntes harmônicas “drenadas” para os filtros dos sistemas solares. Isto pode levar à operação indevida da proteção ou a indicações incorretas nos sistemas de monitoramento/controle. A medição dos ângulos de fase das correntes harmônicas pode indicar se tais correntes estão fluindo para dentro ou para fora de uma instalação.

Operação da proteção Dependendo do seu tamanho, muitos sistemas fotovoltaicos são conectados à rede da distribuidora de eletricidade por meio de proteção contra sobrecorrente/fusível de alto calibre. Nesses casos, uma corrente de fuga moderada pode passar despercebida. No entanto, quando conectado a instalações internas dos clientes, com fre‑ quência é necessário que a proteção seja mais sensível para garantir a segurança e fornecer um nível de compatibilidade com a instalação. O “disparo” espúrio da proteção contra fuga à terra pode resultar de qualquer um dos problemas de fuga à terra identificados acima. Também pode ocorrer devido a uma mudança de nível de tensão no lado da “rede” dessa instalação, particularmente se a proteção de falta à terra já estiver propensa para disparo por fuga, correntes

triplo-N (componentes de sequência zero) ou outra causa. A mudança de nível de tensão pode produzir uma corrente de inrush suficiente para “carregar” o cabo e a capacitância do filtro, o que pode aparecer como uma corrente nos relés de proteção contra falta à terra. Muitos sistemas de proteção de BT implementam proteção de falta à terra por soma vetorial dos TCs das fases, e alguns sistemas podem produzir erros significativos se houver “ruído” na forma de onda. Componentes de frequência mais alta (por exemplo, ruído EMC induzido de inversores de velocidade variável) podem propender ainda mais os relés para o desarme, embora muitos relés rejeitem com sucesso tais componentes. (A substituição do relé de proteção pode ser uma solução mais fácil se os condutores não puderem ser roteados para longe do equipamento emissor). Se a proteção estiver integrada (por exemplo, como parte de um disjuntor), então a solução mais viável pode ser desabilitar essa proteção e usar relés externos e TCs e TPs apropriados para implementar a função de proteção desejada, mas com maior imunidade a ruídos. Em ambientes particularmente ruidosos, o roteamento cuidadoso dos condutores de proteção oferecerá benefícios (por exemplo, uso de pares trançados e blindagem em vez de cabos singelos sem blindagem). O emprego de um osciloscópio para visualizar as formas de onda nos terminais do relé de proteção é uma ajuda inestimável para o diagnóstico.

Sobreaquecimento do transformador Um problema que surge de tempos em tempos é a falha prematura dos transformadores. Os núcleos podem superaquecer por vários motivos e além disso muitas instalações solares



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Instalações FV

não têm margem de excesso de capacidade, portanto a planta opera perto de suas capacidades máximas. Quando se exploram níveis de sobrecarga planejados, deve haver um período de resfriamento suficiente, levando em consideração o período de pior caso (exportação de energia no verão) do gerador solar. Recomendamos tomar imagens térmicas a intervalos regulares, especialmente durante períodos de clima quente/ensolarado. A ventilação inadequada é frequentemente Fig. 3 – Imagem térmica de transformador em serviço um fator de sobreaquecimento, especialmente quando os transformadocurto prazo, antes da falha do transres dependem de ventilação forçada, formador. Campos magnéticos c.a. de dispersão em transformadores com de modo que os ventiladores/grades núcleo de três pernas encapsulados devem ser monitorados. Os transforem resina podem ser significativos e madores geralmente possuem sensores térmicos para ligar e desligar os induzirão correntes circulantes nos ventiladores, bem como dispositivo de condutores próximos (incluindo os de proteção por superaquecimento, comsistemas de proteção, monitoramento e controle, se não estiverem adequadaponentes simples e baratos cuja falha mente blindados). Observamos mais pode resultar em custos consideráveis de 100 A fluindo em conexões de aterse o transformador falhar em serviço. ramento em que são formados laços Operadores podem ficar tentados inadvertidos (por exemplo, blindagens a alterar ou desabilitar os ajustes da de cabos armados). Com o devido cuiproteção por sobreaquecimento do transformador para que, mesmo quendado isto é facilmente evitado. te, este permaneça em serviço. IneviOcasionalmente, os transformadores desenvolverão falhas internas; em tavelmente, essa medida conveniente nossa experiência, transformadores proporciona apenas benefícios de

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com encapsulamento em resina (como o da figura 3) parecem ser mais propensos a falhas do que equivalentes isolados a óleo, especialmente se instalados em ambientes úmidos. O monitoramento regular das condições (por exemplo, ensaios de tan-d, de resistência de isolamento, de resposta de frequência de varredura e assim por diante) é uma medida útil para detectar degradação precoce e evitar tempos de inatividade dispendiosos. Algumas instalações podem ter um elevado “fator K”, que é uma medida do aumento do aquecimento de componentes, como transformadores, causado por correntes harmônicas. Isso resulta em efeito pelicular nos enrolamentos e aumento das perdas no núcleo, devido a ampére-espiras não senoidais (FMM). Os transformadores precisam então ser reclassificados ou classificados como “fator K”, o que significa que medidas especiais são tomadas para reduzir tais perdas. A figura 4 mostra como o fator K pode variar com a geração de energia solar; em geral, a forma de onda da


Instalações FV

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energia solar é “mais limpa” (baixo K) à potência máxima, embora este possa não ser o caso para todos os sistemas. O aparente alto K em momentos de baixa produção não é tão significativo em termos de aquecimento do trans‑ formador; além disso, o “fator K” mo‑ difica o efeito de aquecimento e deve ser considerado para multiplicar a demanda efetiva ao transformador em qualquer momento.

Fator de potência O fator de potência no ponto de co‑ nexão à rede de distribuição costuma ser rigorosamente definido por meio de acordos de conexão. Geralmente há requisitos para se poder operar em uma variedade de fatores de potência. Isto é por vezes controlado por mo‑ nitoramento remoto, por exemplo no ponto de conexão de AT, permitindo que sejam feitos ajustes na BT.

Fig. 4 – Variação da corrente harmônica e “fator K” vs. geração de energia solar É importante que os pontos de monitoramento sejam imunes a ruídos e não sofram perturbação pelo con‑ teúdo harmônico normal previsível das formas de onda de tensão e corren‑

te. Medições independentes do fator de potência usando um analisador de rede de alta qualidade podem ser úteis para permitir que o sistema seja testa‑ do ou ajustado em relação a perdas por


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Instalações FV

energia reativa (var) em componentes específicos. A medição das relações de TC e TP pode fornecer fatores de correção apropriados se os sinais de controle forem derivados de dispositivos com de classe de exatidão mais baixa.

Suporte/inércia da rede No Reino Unido, um programa relativo à Fig. 5 – Usando alicate amperímetro para medir a corrente residual perda de rede (ALoMCP - Accelerated Loss of Mains Change Programme) implecausar fugas de corrente. Contudo, mentou recentemente alterações nos talvez de forma mais relevante, tais esquemas de proteção de geradores, dispositivos podem absorver energia significativa em algumas situações segundo as quais a proteção por des(particularmente se o aterramento locamento vetorial não é mais permitic.a./c.c. estiver incorreto). Correntes da e os ajustes de taxa de variação de circulantes altas e potencialmente frequência (RoCoF, na sigla em inglês) prejudiciais podem fluir através dos são agora menos sensíveis, para que DPS se estes não estiverem adequaum gerador conectado diretamente à rede de distribuição (embedded genedamente protegidos, causando sobreaquecimento e/ou incêndio. Muitos rator) possa continuar a dar suporte a todo o sistema caso haja uma grande fabricantes exigem um fusível ou perda de geração. A consequência disminidisjuntor externos para proteção so é que, em alguns casos, a proteção contra esta eventualidade. Os DPS contra perda de rede não funcionará devem ser verificados a intervalos com rapidez suficiente para descoregulares para garantir que os benenectar o sistema antes que ocorra um fícios da proteção contra surtos não religamento automático. Isso pode ser sejam comprometidos, e devem fazer prejudicial para máquinas síncronas e parte das inspeções de rotina por imaalgumas outras formas de geração, se gem térmica enquanto o sistema está houver perda de sincronismo durante gerando. a breve interrupção. Na maioria dos casos a perda de sincronismo será Métodos para identificação pequena, mas este é um fator a ser de problemas considerado em qualquer máquina/ Uma abordagem típica para detecgerador se houve dano ou falha coincidente com um religamento automáção de falhas começa com testes de tico. equipotencialização/continuidade, seguidos por medições de corrente, incluindo uma avaliação de conteúdo Falhas de DPS harmônico. São consideradas benéficas também as ações adicionais descriFalhas na atuação de dispositivos de proteção contra surtos podem tas nas seções seguintes.

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Alicate amperímetro em torno dos condutores A corrente residual verdadeira pode ser medida usando-se um alicate amperímetro disposto como um TC toroidal, ou seja, com o alicate envolvendo todos os condutores de fase (e neutro, se disponível) de cada inversor (figura 5). Este teste deve excluir o condutor de aterramento/proteção do circuito, uma vez que este pode estar conduzindo a corrente circulante conforme descrito acima e, portanto, não é uma fuga “verdadeira”. Uma variedade de alicates amperímetros pode ser usada para essa finalidade; geralmente aqueles com faixa de medição baixa (por exemplo, 0–10 A) fornecem maior sensibilidade.

Bobina de Rogowski A bobina de Rogowski é uma forma conveniente de agrupar vários condutores em um único “feixe” para fins de medição de corrente residual. A figura 6 mostra o ponto de conexão de um grande complexo industrial à sua usina fotovoltaica associada. Duas bobinas de Rogowski são mostradas (para verificação/comparação), colocadas sobre uma placa não ferrosa.

Fig. 6 – Medição de componente residual por bobinas de Rogowski

Alicate amperímetro envolvendo condutores de equipotencialização Um alicate amperímetro ou pinça de osciloscópio fornecerá informações sobre o fluxo de corrente nos condutores de equipotencialização. Dispositi-



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Fig. 7 – Fluxos de corrente incomuns em cabo longo vos de efeito Hall podem medir tanto c.c. quanto c.a.. A análise das componentes harmônicas dos condutores pode fornecer informações valiosas quanto à sua fonte. Pode ser proveitoso (em locais de uso misto) medir a corrente com a geração desligada e também ligada, uma vez que pode haver fluxos para a instalação vindos de, por exemplo, um local industrial. Isto é particularmente verdadeiro quando o sistema/gerador solar fornece um aterramento melhor ou mais extenso do que um outro local, caso em que correntes de fuga desse outro local podem fluir para o sistema solar.

Medidor Gauss (campo magnético) Medir o campo magnético de dispersão usando um gaussímetro ou um arranjo semelhante do tipo bobina de busca pode fornecer informação útil para o diagnóstico. Durante as pesquisas, utilizamos um dispositivo registrador de campo e muitas vezes somos capazes de correlacionar alterações na intensidade do campo com operações de manobra e outros. O uso de uma bobina de busca em conjunto com um osciloscópio é uma alternativa sim-

ples mas muito eficaz. (Medições de campo elétrico podem ser uma fonte adicional de informações se houver suspeita de ruptura dielétrica).

Levantamento de dados e conexões de qualidade de energia A análise de dados levantados muitas vezes revela informações úteis. Por exemplo (em um estudo recente), a corrente de inrush (para um cabo longo descarregado) em resposta a uma pequena perturbação de tensão era significativa porque estava causando atuação ocasional da proteção (ver figura 7). O motivo mais comum é o desequilíbrio momentâneo na proteção de falta à terra/corrente residual. Altos níveis de flicker podem produzir sintomas semelhantes.

Uso de osciloscópio para medir correntes nos condutores de proteção Um TC portátil do tipo núcleo dividido permite medir corrente com facilidade. A figura 8 mostra o ruído induzido (acoplado) por um inversor de velocidade variável próximo. Esses picos (spikes) nem sempre são rejeitados adequadamente pelos cir-


FotoVolt - Nov-Dez - 2023

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cuitos de proteção ou monitoramento e podem causar problemas.

Conclusão Houve um crescimento significativo da energia solar fotovoltaica nos últimos anos. A maioria dos sites opera sem incidentes, porém alguns desenvolvem problemas nos primeiros anos de operação e torna-se necessário identificar as causas. Este artigo descreveu uma série de técnicas que têm sido usadas com bons resultados para identificar as fontes de problemas em locais de geração de energia solar e de outras fontes. Um registador de qualidade de energia é talvez a ferramenta mais útil para identificar tenFig. 8 – Curva de corrente de TC particularmente dências ou capturar ruidosa em um local com problemas eventos de curta duração. Os outros mecanismos descritos neste artigo podem então ser usados para identificar a causa raiz.

Referências [1] Technical Specification 41-24: Guidelines for the design, installation, testing and maintenance of main earthing systems in substations, UK Energy Networks Association (ENA), Issue 2, 2018. [2] ENA Engineering Recommendation S34: A guide for assessing the rise of earth potential at electrical installations, UK Energy Networks Association (ENA), Issue 2, 2018. [3] ENA Engineering Recommendation G5: Harmonic voltage distortion and the connection of harmonic sources and/or resonant plant to transmission systems and distribution networks in the United Kingdom, UK Energy Networks Association (ENA), Issue 5, 2020.

Trabalho apresentado na Cired 2023 - 27th International Conference on Electricity Distribution, Roma, junho de 2023. Publicado por FotoVolt sob autorização dos autores e da coordenação da conferência. Tradução e adaptação da Redação de FotoVolt; supervisão de Celso L.P. Mendes.




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Este guia lista fabricantes e importadores de diversos tipos de módulos fotovoltaicos oferecidos no mercado nacional. Para facilitar a seleção do tipo mais adequado às necessidades do usuário, são detalhadas as características técnicas desses produtos, como tipo de célula, rendimento, potência, tolerância, dimensões, peso, etc.

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• • •

contato@balfarsolar.com.br

Brasilsat (41) 98844-4723

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• 144 144 • 72 72 • 144 144 • 144 144 • 72 72

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Solis Trina, • • Sunova/China

Eterbright (*) www.eterbright.tw info@eterbright.tw Eternit Solar 0800 021 1709 sac@eternit.com.br

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(*) A empresa procura por representante para o Brasil

72

• •

80

525 a 575 42 a 49 12,87 335 38,07 8,89 450 5 42,84 10,41 550 42,40 12,98 400 41,10 9,7

21,6 400 a 670 21,6 0 a 5 15

54 a 62

12 a 5 a 115 10,8

9,83 a 135

• 144 144 22,26 555 a 575

414

66 a 144

670

2,2

Garantia contra defeitos fabricação (anos)

Peso (kg)

Corrente curto-circuito (Isc)

Tensão circuito aberto (Voc) 43,4

15,01 a 30/ 2.278×1.134×35 29,95 12 31,75 87,4 1,89

420×1.280×38,3 8,9 25

25/ 80

10/ 6,54 a 1,37 a 8,14 a 1,52 a 420×33×15 a 5,37 a 5 80 12 10,67 15,58 11,38 2.440×1.100×6 34,5 42,06 a 12,84 a 49,75 a 13,63 a 43,22 12,96 50,68 13,76

2.278×1.13 a 30/35

0 a 39,53 a 10,82 48,76 11,47 2.278×1.134×30 1 40,13

27,8 12

25/ 30

32

12 30

2.279×1.134 ×30

28

15

30/ 87

16,98 46,90 18,06 2.384×1.303×35

39

15

30/ 84,95

22,86 575 a 590 5

43,14 a 13,75 52,76 14,64 43,98

21,2

38,9

660

Dimensões (mm)

49,98 13,66 2.256×1.133×35 28 10 46,42 9,34 992×1.956×35 22 10 10/ 49,10 10,97 2.095×1.039×35 26,5 10 25 50,20 13,82 2.279×1.134×35 25,6 10 48,60 10,2 992×1.956×35 23 10,2

31,7 a 1,71 a 41,3 36,7 1,69

21,7 540 a 560 5

Corrente máxima potência (Impp)

Tolerância (%)

Potência máxima (Wp)

Rendimento módulo (%)

Número de células on-grid

Silício monocristalino Silício policristalino Silício amorfo Cd-Te CIGS Células orgânicas Perovskita Bifaciais

Fabricante/País

Empresa, telefone e e-mail

Outras características

Outros

Número de células off-grid

Película fina

Características elétricas (STC)

Garantia desempenho (anos/% potência nominal)

Da Redação de FotoVolt

Tensão máxima potência (Vmpp)

Guia - 1

Módulos solares fotovoltaicos

2.278×1.134×30

27,3 a 25/ 12 32,5 30



Guia - 1

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

Rendimento módulo (%)

Potência máxima (Wp)

Tolerância (%)

Tensão máxima potência (Vmpp)

Corrente máxima potência (Impp)

Tensão circuito aberto (Voc)

Corrente curto-circuito (Isc)

• 132 132

21,1

655

3

37,8

17,33

45,6

18,26 2.384×1.303×35 38,7 12

energiasolar@lojaeletrica.com.br

Kript/China

• •

36

Mysolar (*) www.imysolar.com sales@mamibot.com

China

• •

54 a Até 0 a 30,84 a 395 a 670 13,74 51,21 14,57 2.278×1.134×30 72 22,65 3 42,58

• •

144

Qn Solar (11) 98608-5808

afonso.meireles@qn-solarpv.com

ReneSola (15) 99848-0302

felipe.leme@renesola-energy.com

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Serrana Solar (54) 3039-9999 serrana@serranaenergia.com.br

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Tsun/China

Silício monocristalino Silício policristalino Silício amorfo Cd-Te CIGS Células orgânicas Perovskita Bifaciais

Osda, Renesola e ERA Solar/ • China

WEG (47) 3276-4000 automacao@weg.net

144

21,3 10 a 575 5

30/ 84,95

25/ 16,5 a 0,60 a 22,10 a 1,20 a 350×294×17 a 1,14 a 10 80 38,8 14,83 46,1 16 2.384×1.134×35 30

28

15

30/ 87,4

30/ 19,21 a 0 a 33 a 10,58 a 40,50 a 11,01 a 1.755×1.038×30 a 20 a 10 350 a 705 87,4 22,7 3 43,33 16,27 50,39 17,27 2.384×1.303×35 38,7

3

22,5 675 a 700

85/ 38,60 a 13,69 a 46,20 a 14,47 a 2.384×1.303×35 a 27,5 a 12 30 42,37 17,36 51,02 18,45 2.278×1.134×30 38 30/ 35,11 a 14,11 50,56 13,47 2.278×1.134×30 28,4 12 87,4 42,69

21,3 a 460 a 575 22,26

Dimensões (mm)

30/ 41,8 a 16,51 a 50,44 17,55 2.384×1.303×35 38,8 30 91,75 42,4 16,75

132 a 108 a 22,86 700 a 710 144 120

132 a 21,57 a 580 a 144 22,50 690,1

Trina Solar (11) 2971-4860 ts_latam@trinasolar.com

Número de células off-grid

TW Solar/ China

Fabricante/País

Loja Elétrica (31) 3218-8000

Garantia contra defeitos fabricação (anos)

Outros

Empresa, telefone e e-mail

JNG (11) 2090-0550 jng@jng.com.br

Outras características

Número de células on-grid

Película fina

Características elétricas (STC)

Garantia desempenho (anos/% potência nominal)

Tipo de módulo

Peso (kg)

44

0a 40,5 5

21,5 550 a 555 5

17,29

48,6

18,32 2.384×1.303×33 38,3 12 30

41,96 a 13,11 a 49,9 a 14,00 a 2.278×1.134×30 27,3 12 25 42,11 13,18 50,02 14,07

(*) A empresa procura por representante para o Brasil

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 52 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, novembro/dezembro de 2023 Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/





Descargas atmosféricas

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A

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

Geradores FV em coberturas: um conceito de tríplice proteção Julia Beltz, da OBO Bettermann, Menden (Alemanha)

Influências externas demandam critérios de segurança para pessoas e patrimônio contra os efeitos dos raios, sobretensões e incêndios. Aqui, uma abordagem prática para o projeto e a execução.

tualmente, cerca de 24 % da eletricidade gerada na Alemanha por energia renovável é produzida por meio de sistemas fotovoltaicos (SFV). De acordo com o Departamento Federal de Estatística, as emissões de gases de efeito estufa evitadas pela fonte fotovoltaica chegam a 41,71 milhões de toneladas equivalentes de CO2. Em março de 2022, havia 2,2 milhões de geradores fotovoltaicos instalados naquele país, com uma potência nominal total de 58,4 GW. [N. da R. – Consoante dados da Aneel/ Fig. 1 – Indispensável manter as distâncias de segurança “s” entre o SPDA e o sistema fotovoltaico Absolar de 09/2023, a fonte solar fo‑ Proteção externa contra geralmente são instalados em telhatovoltaica responde por 15,4% da matriz raios e incêndio elétrica no Brasil, com uma potência no‑ dos, coberturas ou espaços abertos, minal instalada de 33,7 GW e 2,1 milhões A integração de um sistema fotoonde são particularmente vulneráveis de SFV conectados à rede. Foram evi‑ voltaico ao conceito de proteção conao impacto de descargas atmosféricas tra raios pré-existente em uma edifitadas emissões de 42,3 milhões de tone‑ diretas, sobretensões e aos riscos de ladas de CO2.] cação é frequentemente negligenciada incêndio daí decorrentes. Em vista destes auspiciosos númeUm conceito de proteção abrandurante as instalações adicionadas posteriormente. Isso aumenta o risco ros, os SFV têm se tornado cada vez gente é, portanto, essencial, e deve de danos consideráveis devido às desmais importantes e exibem crescente contemplar todos os requisitos perticargas atmosféricas diretas. nentes de engenharia elétrica: desde popularidade. O aumento da participação dessa fonte também pode ser sistemas de proteção contra surtos e de Em edifícios públicos, por exemplo, explicado pela redução de custos e por os decretos estaduais de construção aterramento, até elementos de suporte alemães, assim como em outros países, uma ampla conscientização sobre as e roteamento de cabos. O objetivo é energias renováveis e sustentabilidade. exigem sistemas externos de proteção que a instalação seja protegida contra contra raios (SPDA) para proteção de Apesar de todas as suas vantagens, raios, surtos e incêndios, além de aspessoas, inclusive contra incêndio. O segurar a proteção das linhas elétricas os geradores fotovoltaicos apresentam conjunto de componentes necessário contra condições climáticas adversas. um ponto fraco: sua localização. Eles



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Descargas atmosféricas

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

nessas aplicações, tais como captores, suportes diversos e cabos, deve ser testado pelo fabricante, de acordo com as normas técnicas correspondentes.

Manter a distância de segurança do SPDA Ao instalar um gerador fotovoltaico, um sistema externo de proteção contra raios pré-existente na edificação não deve ser prejudicado em sua função. Os módulos fotovoltaicos devem estar localizados dentro da área protegida dos subsistemas captores de raios. Deve-se ter o cuidado de assegurar que a distância de segurança “s” prescrita nas normas entre o sistema fotovoltaico e o SPDA seja observada, bem como a distância para antenas, calhas e demais instalações. Esta é a única maneira de evitar que perigosas correntes parciais de descargas atmosféricas possam atingir instalações elétricas e outras partes metálicas. A figura 1 mostra um sistema captor com isolação de alta tensão, como solução para preservar a distância de segurança. Neste caso, tanto a haste captora quanto as descidas são ensaiadas conforme DIN IEC/TS 62561-8 (VDE V 0185-561-8:2019-12) [1]. Um adequado projeto técnico permite minimizar o sombreamento do SFV.

Edificações sem SPDA externo: a proteção contra surtos Nos geradores fotovoltaicos, a proteção contra surtos deve analisar sempre dois lados: tanto do lado de corrente contínua (c.c.) como no de corrente alternada (c.a.) podem ser acopladas sobretensões no sistema e danificar o inversor, entre outras consequências. Em sistemas fotovoltaicos sem SPDA externo, a proteção contra sobretensão no lado de c.c. não é exigida por norma. No entanto, é recomendável usá-la para assegurar que o SFV esteja

Fig. 2 – Caixas de junção do SFV devem considerar influências externas adversas protegido no caso de sobretensões, que podem ser acopladas, por exemplo, devido a operações de manobra na rede.

Caixas de junção Caixas de junção pré-montadas para o gerador fotovoltaico contêm a prote‑ ção contra sobretensão do lado de c.c. (figura 2). Podem ser encontradas em diversas variantes, com dispositivos de proteção contra surtos (DPS) classe I + II para edifícios com sistema externo de proteção contra raios, e com DPS classe II para edifícios sem SPDA externo. Estas variantes também estão disponíveis para até três rastreadores de ponto de potência máxima (MPPT), e até quatro séries fotovoltaicas (strings) por MPPT. Quando destinadas à instalação externa, exposta às intempéries, as ca‑ racterísticas das caixas de junção devem contemplar tais influências. Um invólucro robusto de policarbonato, por exemplo, deve ser resistente ao calor e aos raios UV, e apresentar grau de proteção IP 66.

Segurança contra incêndio Cabos compostos de material combustível não podem ser roteados por cima de paredes corta-fogo sem me‑ didas de proteção contra incêndio. Caso contrário, conduziriam o fogo para o telhado ou cobertura do compartimento de incêndio adjacente. Contudo, pode haver casos específicos em que o roteamento de cabos transpondo paredes


Descargas atmosféricas

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

Cabos FV no interior

corta-fogo não possa ser evitado. Nesdas edificações tas aplicações, os cabos devem ser insEm certas instalações, os cabos fototalados adequadamente protegidos. voltaicos de corrente contínua precisam Na Alemanha, o Ministério Fedeser roteados pelo interior da edificação ral do Interior (BMI) e um Grupo de até o inversor. Se este percurso passar por Trabalho de Mecânica e Eletrotécnica rotas de fuga e resgate, os cabos devem (AMEV) definiram duas possíveis ser instalados em dutos fechados. Uma alternativas: os cabos fotovoltaicos solução disponível consiste em dutos podem ser instalados em dutos rode concreto leve reforçado com fibra bustos de aço inoxidável, ou os feixes de vidro, cuja superfície não condutora de cabos podem ser envolvidos em também protege de tensões de contato bandagens resistentes às intempéries. perigosas em caso de incêndio. Ambas as soluções disponíveis no fabricante ora em análise (eletrocalha rígida de aço inoxidáMeios de vel Pyroline ou bandafixação para gem flexível Pyrowrap) cabos FV são providas de mateNão apenas o rial intumescente, que roteamento de cabos em caso de incêndio FV pelo interior das se expande e impede edificações constitui a propagação de fogo Fig. 3 – Duto de cabos c.c. com selagem resistente ao pelos cabos fotovoltai- fogo impede a propagação entre compartimentos riscos à segurança. De um modo geral, cos (figura 3). de incêndio adjacentes

51

todos os cabos de um gerador fotovoltaico estão permanentemente expostos a calor intenso, radiação UV, chuva, vento e inclusive neve. Estes fatores requerem uma criteriosa seleção de sistemas de instalação de cabos, sejam calhas aramadas, bandejas ou dutos fechados, em especial aqueles com requisitos normalizados de resistência ao fogo.

Referência [1] DIN IEC/TS 62561-8 (VDE V 0185-5618:2019-12) Lightning protection system components (LPSC) - Part 8: Requirements for components for isolated LPS

Artigo publicado originalmente na revista alemã de – das Elektrohandwerk, edição 13-14/2023. Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München. www.elektro.net. Publicado por FotoVolt sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.


Estudo de caso - Segurança

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FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

Incêndios em sistema FV causados por vícios de projeto e execução Vinicius Ayrão Franco, da Sinergia Consultoria

Aqui se relata a investigação das causas de dois incêndios em um sistema de energia solar fotovoltaica com 600 kW de potência de inversores, ocorrido antes da conexão à rede. O artigo fornece um diagnóstico das falhas de projeto e execução e de outros erros que teriam aumentado os riscos, bem como propõe ajustes para a instalação.

A

geração distribuída (GD) a par‑ tir de fontes renováveis, princi‑ palmente em usinas que fazem parte do sistema de compensação de energia elétrica, tiveram um forte crescimento nos últimos anos, predo‑ minantemente as de fonte solar foto‑ voltaica, que são 98,87% do total insta‑ lado em GD. Esse crescimento trouxe uma série de desafios técnicos que ainda não foram superados, e como consequência se verificam diversos problemas, como baixa performance das usinas, acidentes, desabamento de telhados e incêndios. A partir da análise de um caso real, identificamos aqui as falhas que ocorreram e propomos soluções para eliminar ou mitigar esses riscos. As informações referentes a fabricantes, modelos de equipamentos, projetistas, instaladores e localização exata do projeto foram propositadamente omi‑ tidas neste artigo, e as imagens foram editadas com o mesmo objetivo.

Descrição da usina em estudo Trata-se de uma usina fotovoltaica (UFV) de telhado, localizada no mu‑ nicípio do Rio de Janeiro, na área de

Seis inversores foram incendiados em dois sinistros distintos, que também danificaram os circuitos de corrente contínua dos arranjos e os de corrente alternada dos inversores concessão da Light Serviços de Ele‑ tricidade S.A. (Light SESA). Ela está instalada junto à carga (autoconsumo), sendo que a unidade consumidora possui mais de 10 anos de existência.

Características da unidade consumidora A unidade consumidora (UC) é atendida em tensão primária de distri‑ buição nominal de 13,8 kV pela Light SESA. Possui subestação de entrada de energia (SEE) do tipo cubículo blin‑ dado, com seccionamento, medição e proteção. Dessa subestação de entrada seguem alimentadores para outras su‑ bestações no empreendimento, onde estão instalados os transformadores. A UC possui potência total instala‑ da de 8225 kVA em transformadores. Todos os transformadores são do tipo a seco, Dyn1 e com secundário em 380/220 V.

Características da usina solar fotovoltaica A UFV é composta por seis inver‑ sores de 100 kW cada e 2235 módulos de 330 Wp, totalizando 737,55 kWp. As características dos modelos de módulo e inversor utilizados estão detalhadas nas tabelas I e II. Tanto os módulos quanto os inver‑ sores estão instalados na laje da edifi‑ cação. A alimentação em corrente al‑ ternada (c.a.) fornecida pelos inverso‑ res parte de um quadro de distribuição em baixa tensão (BT) instalado no re‑ cinto de uma das subestações de trans‑ formação, no subsolo da edificação.

Histórico do projeto O contrato de fornecimento e ins‑ talação da UFV foi fechado na moda‑ lidade turnkey. A empresa contratada, que aqui designaremos por integrador,



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Estudo de caso - Segurança

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

tinha como responsa‑ bilidade o desenvol‑ vimento dos projetos, a legalização junto à Light, o fornecimento, instalação e comissiona‑ mento do sistema, bem como as adequações nas instalações elétricas de baixa e média tensão do empreendimento, necessárias para o per‑ feito funcionamento do sistema e o atendimen‑ to das normas técnicas Fig.1 – Condutores danificados após o segundo sinistro vigentes da ABNT e da Light SESA. realizada, uma vez que ainda faltava a O integrador contratou uma em‑ adequação da proteção na rede de mé‑ presa de montagem para realizar as dia tensão. As instalações em baixa ten‑ instalações do sistema FV, aqui desig‑ são estavam concluídas, mas os disjun‑ nada por instalador A, que executou tores que atendem aos circuitos dos praticamente toda a montagem. Po‑ inversores encontravam-se desligados. rém, divergências comerciais entre o integrador e o instalador A fizeram com Após a conexão das séries aos inver‑ sores, houve ocorrência de incêndio em que o escopo não fosse integralmente dois dos 10 inversores. O integrador en‑ cumprido. O integrador contratou então tão entrou em contato com o fabricante outra empresa para a conclusão do ser‑ dos inversores com o intuito de acionar viço, aqui chamada de instalador B, que a garantia. finalizou as conexões elétricas entre as A equipe técnica do fabricante dos séries (strings) e os inversores. Todas as empresas envolvidas inversores foi ao empreendimento nesse processo (integrador, instalador verificar o problema e constatou que todas as séries estavam com tensão de A e instalador B) possuem registro no circuito aberto (Voc) superior ao limite do CREA-RJ, estando legalmente aptas a exercer os trabalhos contratados. inversor (1100 V). Essa equipe não fez nenhum comentário ou solicitação para que as séries fossem desconectadas dos Relato dos sinistros inversores, limitando-se apenas a infor‑ mar que a garantia não cobriria o dano Os sinistros ocorreram antes que a conexão dos inversores à rede c.a. fosse e a entregar um relatório com as medi‑ ções realizadas. Tab. I – Características elétricas do módulo fotovoltaico Após a visita da equipe técnica do Tensão de circuito aberto (Voc) 45,9 V fabricante, não houve nenhuma ação Tensão de máxima potência (Vmp)

37,5 V

Corrente de curto-circuito (Isc)

9,12 A

Tab. II – Dados elétricos do inversor fotovoltaico

Corrente de máxima potência (Imp)

8,8 A

Potência máxima c.c.

72 kW

Max Fus

15 A

Tensão máxima c.c.

1100 V

Faixa de tensão MPPT

200-1000 V

Coeficientes de temperatura Potência máxima (Pmáx)

-0,39 %/°C

Máxima corrente de entrada por MPPT

28,5 A

Voc

-0,30 %/°C

Número de MPPTs

4

Isc

0,05 %/°C

Séries (strings) por MPPT

3

do integrador para verifi‑ cação ou ajustes no siste‑ ma, a fim de identificar o motivo da sobretensão apontada no relatório. Transcorridas algumas semanas, houve um novo incêndio, desta vez em quatro dos oito inversores restantes. Esse incêndio, além de danificar os inversores, queimou os cabos de corrente contínua (c.c.) e de corrente alternada que estavam instalados nas eletrocalhas junto aos inversores (figura 1).

Análise do ocorrido Para analisar as causas dos incên‑ dios, utilizamos o Diagrama de Ishi‑ kawa [1] (figura 2). Um incêndio na parte de c.c. de um sistema solar ocorre na maioria das vezes por formação de arcos decorrentes de falhas de isolamento. Estas falhas, por sua vez, têm como causas: • correntes de sobrecarga; • surtos de tensão; • níveis de tensão superiores aos dos equipamentos; • equipamentos com defeito; • condutores com baixa isolação; e • conectores crimpados incorreta‑ mente. Levantadas as principais causas possíveis do sinistro, iniciamos a avaliação dos projetos. Em função das características de um sistema fo‑ tovoltaico, tanto sobrecargas quanto Projeto Corrente de sobrecarga Sobretensão Defeitos em equipamentos

Materiais/ equipamentos

Instalação Condutores com baixa isolação Falhas nos conectores Surtos de tensão

Causas externas

Fig. 2 – Diagrama de Ishikawa

Formação de arco voltaico



56

Estudo de caso - Segurança

tensões superiores à suportabilidade dos equipamentos apenas ocorrem se houver falha de projeto ou de execu‑ ção. Dessa forma, devemos avaliar se o dimensionamento dos arranjos, subar‑ ranjos e séries estão dentro dos limites do inversor.

Análise do projeto O sistema foi projetado conforme a tabela III. A Voc dos módulos em condições padrões de teste (STC) é de 45,90 V (valor obtido da tabela I). O Rio de Janeiro possui temperatu‑ ras mínimas médias na faixa de 18 °C (figura 3). A tabela IV mostra o recál‑ culo da Voc dos módulos para 18 °C. Considerando que a tensão limite dos inversores é 1100 V, o número má‑ ximo de módulos que podem ser liga‑ dos em série é dado pela equação:

Análise dos equipamentos O sistema não possuía string boxes externas. Os dispositivos de seccio‑ namento e proteção obrigatórios para essa topologia estavam instalados no interior do inversor e atendiam as prescrições mínimas da ABNT NBR 16690 [3]. Dessa forma, os úni‑ cos equipamentos no sistema são os próprios inversores e, de acordo com o laudo do fabricante, o problema foi ocasionado por sobretensão.

Análise de causas externas A principal causa externa para a formação de arcos são surtos de ten‑ são, que podem ser oriundos de des‑ cargas atmosféricas incidindo direta‑ mente na edificação, em edificações próximas e nas redes elétricas e de sinal externas, ou ainda ter origem em manobras na rede da concessionária.

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

Tab. III – Distribuição do arranjo nos inversores Inversor MPPT Séries Módulos Inversor MPPT Séries Módulos 1 1 2 28 6 1 2 28 1 2 2 29 6 2 2 29 1 3 2 29 6 3 2 29 1 4 3 29 6 4 2 29 2 1 2 28 7 1 2 28 2 2 2 29 7 2 2 29 2 3 2 29 7 3 2 29 2 4 2 29 7 4 2 29 3 1 2 28 8 1 2 29 3 2 2 29 8 2 2 29 3 3 2 29 8 3 2 29 3 4 2 29 8 4 2 29 4 1 2 28 9 1 2 29 4 2 2 29 9 2 2 29 4 3 2 29 9 3 2 29 4 4 2 29 9 4 2 29 5 1 2 28 10 1 2 29 5 2 2 29 10 2 2 29 5 3 2 29 10 3 2 29 5 4 2 29 10 4 2 29

nou o defeito foi causada por falha de projeto, submetendo o inversor a sobretensão. No entanto, também houve 40 °C 40 °C falhas no pro‑ 35 °C 35 °C cesso de insta‑ Como visto na tabela III, todas as 30 °C 30 °C 25 °C 25 °C lação e inspeção séries têm mais de 23 módulos, ou 20 °C 20 °C que, se não seja, o arranjo projetado já supera os 15 °C 15 °C ocorressem, limites de tensão do inversor. 10 °C 10 °C os danos pode‑ Quanto à corrente, o inversor pos‑ 5 °C 5 °C 0 °C 0 °C sui um limite de 28,5 A por MPPT. riam ter sido -5 °C -5 °C Como a corrente varia pouco com a evitados ou ao -10 °C -10 °C temperatura, adotaremos Isc em STC menos minimi‑ -15 °C -15 °C para determinar o número máximo zados: -20 °C -20 °C jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez de séries em paralelo em cada MPPT: a) As empre‑ Fig. 3 – Temperaturas RJ (extraído de Weather Spark [2]) sas instaladoras A e B deveriam Como o sistema não estava conec‑ ter verificado que a tensão estava tado à rede, os surtos de tensão oriundos acima dos limites ao fazer a conexão Como no projeto original não há de manobra ou de descargas atmosféri‑ das séries ao inversor. A medição de cas em redes elétricas e de sinal externas mais de três séries em paralelo, fica tensão nos terminais é uma ação ne‑ cessária para verificar que não houve descaracterizado o risco de sobrecarga. à edificação puderam ser descartados. Os sinistros ocorreram no período falhas nas instalações. Análise da instalação diurno, em dias sem chuvas ou tem‑ b) A equipe do fabricante dos in‑ pestades na região, podendo portanto versores, ao realizar a verificação em Em inspeção realizada após o se‑ gundo sinistro, verificou-se que vários ser descartadas também as descargas campo após o primeiro sinistro, diag‑ atmosféricas diretas como causa. conectores MC4 das séries estavam sol‑ Tab. IV – Voc corrigida para 18 °C tos ou mal crimpados. Nos condutores, Conclusões foi realizada inspeção visual e medi‑ tinicial (°C) t final (°C) Dt DVoc Voc_25 Voc_18 ções de resistência de isolamento, não Após a análise, podemos concluir 25 18 7 -0,30 45,9 46,86 sendo encontrado nenhum problema. que a falha no isolamento que origi‑


FotoVolt - Nov-Dez - 2023

57

nosticou a sobretensão, mas não fez qualquer alerta ao integrador quanto à necessidade de desconexão dos demais inversores. Caso tivessem chamado a atenção do integrador, os danos teriam se restringido a dois inversores apenas. Cabe ressaltar que o segundo incêndio teve uma proporção maior, danificando os condutores de c.c. de todos os arranjos e os condutores de c.a. dos inversores.

Ajustes a serem realizados no projeto As séries precisarão ser reduzidas para 23 módulos, o que obrigará a aumentar o número de séries em paralelo e modificar o layout da usina visando manter a potência c.c.. No entanto, o uso de três séries em paralelo obrigará à utilização de dispositivos fusíveis para proteção de sobrecorrente reversa, conforme prescrições da ABNT NBR 16690 [3]. Mas o inversor não possui espaço disponível e, portanto, o acréscimo desses fusíveis demandará a instalação de string box junto aos inversores.

Referências [1] Diagrama de Ishikawa: o que é e como fazer <disponível em: https://www.siteware.com. br/metodologias/diagrama-de-ishikawa/ – acesso em 2/jul./2023. [2] Condições meteorológicas em julho em Rio de Ja‑ neiro <disponível em: https://pt.weatherspark. com/m/30563/7/Condi%C3%A7%C3%B5esmeteorol%C3%B3gicas-caracter%C3% ADsticas-de-Rio-de-Janeiro-Brasil-em-julho# Figures-Temperature - acesso em 2/jul./2023. [3] Associação Brasileira De Normas Técnicas:. NBR 16690: instalações elétricas de arranjos foto‑ voltaicos – Requisitos de projeto. Rio de Janeiro: ABNT, 2019. 75 p.

Trabalho apresentado no congresso Eletrotec+EM Power 2023 (Aranda Eventos/SPI/FMMI), realizado em 29 a 31 de agosto de 2023 em São Paulo, SP, publicado aqui com adaptações realizadas pela Redação de FotoVolt e sob autorização do autor e da coordenação do congresso.


FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

Sistemas de armazenamento de energia elétrica

Com a perspectiva de crescimento do mercado de armazenamento de energia, este guia tem o objetivo de apontar diversos fornecedores desses sistemas, que podem ser implementados tanto em sistemas isolados como conectados à rede. O guia apresenta características técnicas, como tecnologia empregada, tensão nominal, capacidades, etc.

Beny New Energy

(11) 91919-0007 andre.mattioli@beny.com

EnerSys

SolaX Power

Victron Energy (*) www.victronenergy.com

jortiz@victronenergy.com

WEG (47) 99144-5342 estefano@weg.net

CSB/ Taiwan, Vertiv/ China

3

Chumbo ácidas Até 7 a 1,5 a 1,0 a 10% VRLA e 400 2.500 2,4 1,85 C10 ventiladas

10 a 25 20

3

127 a 220

48

60

1 < 2 93

Chumbopuro, Redox

24

200 2,4 1,75 60 20

5,8

220 a 115 380

32

0,8 < 3 98

Lítio-Íon, Redox, LiFePo, etc.

40

50 3,27 2,5 30 30 > 6.000 10

1

VRLA Chumbo

110 a 440

0,05 a 180

100 a 12 a 10 a -1 2 a 90 a Li-Ion 380 48 1.200 a 1 20 98

4,5 a 2 a 1.500 12

4a8

50 a 300

4

0 85 a 40 a 100 a 220 a 500 a 180 a 24 por 50 a • • 100.000 400.000 34.500 1.500 1.700 0 a 1 a 5 90 Lítio-Íon módulo 280 3,7

6,5 a 176

340× 466× -20 a 178 a 28 a +60 370× 44 570× 178

50 a 0,25 0,5 57,6 44.8 5.000 100 a 0,5 a 1

LFP

Massa (kg)

Vida útil (anos)

Vida útil (ciclos)

Dados gerais Corrente máxima de descarga (A)

Corrente máxima de carga (A)

Tensão mínima da bateria (V/cel)

Tensão máxima da bateria (V/cel)

Capacidade da bateria (Ah)

Número de células

Eficiência do sistema (%)

0,92 ≥ 5 90

Tecnologia

Distorção harmônica total (DHT) (%)

Fator de potência da rede (cos ϕ)

Corrente alternada máxima (A)

Tensão nominal CC (V) 480

1a

• • 1.000

• • • •

690

2.500 a 2.56 a 5.000 5.12

• • • • 3 a 15

(34) 99667-0319 gilberto.camargos@solaxpower.com

(11) 99357-2392 sayar@unionsistemas.com.br

• • • •

(11) 99800-7359 info@br.enersys.com

Union

Energia máxima CA (kWh)

• • • • 1.000

(11) 4199-7524 bruno@adelco.com.br

Tensão nominal da rede CA (V)

Adelco

Para conexão CA Para conexão CC Monofásico Trifásico

Fabricante/País

Empresa, telefone e e-mail

Potência nominal CA (kW)

Dados da bateria

Dimensões (mm)

Da Redação de FotoVolt

Faixa de temperatura ambiente (°C)

Guia - 2

58

> 10 25

-20 a 50

3

100 100 3.000 a 2 a -20 a a a 6.000 15 +50 600 600 50 a 50 a 4.000 a 15 a -10 a 280 280 6.000 20 50

(*) A empresa procura por representante para o Brasil

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 52 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, novembro/dezembro de 2023 Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/



FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

O sucesso do primeiro Intersolar Summit Brasil Sul

Em 7 e 8 de novembro, o mais novo evento da marca Intersolar no Brasil reuniu acima de dois mil profissionais em congresso, minicursos e feira com 51 expositores, discutindo evolução da energia solar e armazenamento de energia, modelos de negócios, tecnologias e regulação. O relacionamento entre integradores, prossumidores e distribuidoras de energia mereceu destaque. FotoVolt acompanhou diversos painéis e traz aqui um breve relato.

N

Wanderlei Oliveira

Wanderlei Oliveira

a sessão de abertura, Florian Wessendorf, diretor da Solar Pro‑ motion International, elencou os motivos para a escolha do local Summit Brasil Sul: programação diversificada e mais de 50 empresas do evento: “O Rio na exposição, com ampla visitação Grande do Sul possui a terceira maior base instalada de ge‑ 5,0 kWh/m² por ano, a menor incidên‑ tarina, em Florianópolis, entre outros ração fotovoltaica e é o terceiro maior cia das cinco regiões brasileiras ―, por “grandes polos de conhecimento e produtor de grãos do país. Por isso, isso impressiona a força que demons‑ de formação de profissionais, de pes‑ a Solar Promotion International, a tram as empresas locais nesse setor: quisadores que atuam no dia a dia do FMMI e a Aranda Eventos (as três setor e do mercado”. estão no Sul mais de 26% dos 34,85 GW promotoras do evento) escolheram instalados em mini e microgeração Porto Alegre para sediar o primeiro solar distribuída do País. “É a única re‑ A GD solar no Sul Intersolar Sum‑ gião que tem todos os seus estados na mit Brasil Sul.” Em um painel sobre o estágio de lista dos top 10 da geração distribuída”, Não por acaso, desenvolvimento da geração distri‑ disse também na sessão de abertura dois assuntos o CEO da Absolar - Associação Brasi‑ buída solar na região, Sauaia mos‑ de destaque nas leira De Energia Solar Fotovoltaica, trou os indicadores que atestam a apresentações do Rodrigo Sauaia. contribuição da fonte solar para a Summit foram economia: os pouco mais de 6 GW E lembrou também as aplicações instalados em GD representaram da importância da rurais da energia Florian Wessendorf: RS é investimentos de mais de R$ 31 academia da região fotovoltaica e os bilhões, geraram de mais de 184 para o setor de terceiro estado do País em GD instalada sistemas de ar‑ mil postos de trabalho e levaram à sistemas e tecnolo‑ arrecadação de R$ 7 bilhões para mazenamento de gias fotovoltaicas, os cofres públicos do Rio Grande energia agregados a sistemas solares a exemplo das uni‑ versidades federais distribuídos. Rodrigo Sauaia: ampliação do do Sul, Paraná e Santa Catarina. A radiação incidente na região Sul de Santa Maria, no mercado livre vai abrir ainda E, segundo o dirigente, a amplia‑ mais oportunidades RS, e de Santa Ca‑ ção do mercado livre de energia não é das melhores ― em média, recebe

Fotos: Wanderlei Oliveira

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geração distribuída está sangrando por causa da inversão de fluxo”, com destaque para áreas da Energisa. Mas o problema, reconheceu, está generalizado em todo o País. Ela disse que 90% das análises de inversão de fluxo não consideram a simultaneidade geração-consumo de forma correta. “Em geral, a distribuidora pega o pior ponto de simultaneidade e faz disso base para toda a geração da usina e consumo da usina. Se, por exemplo, no domingo há uma simultaneidade menor, a distribuidora restringe a injeção durante toda a semana, mesmo que em dias de semana aquela injeção não seja problema por causa da simultaneidade”. Outra questão apontada: em grande parte dos casos analisados a inversão de fluxo é preexistente e em montante superior à que seria causada pela usina, o que, segundo Rubim, não autoriza a distribuidora a limitar Fluxo reverso, discussão o projeto por inversão de fluxo. acalorada Sistema da década de 1930 – Em termos puramente físicos, não existe Em março deste ano a Resolução “contramão” nas linhas elétricas. PorAneel número 1059 alterou disposititanto, o problema não seria o fluxo re‑ vos de uma outra resolução que reguverso, em si, mas uma cultura de opela o serviço público de distribuição, ração e controle de redes ultrapassada, a RN 1000. Especificamente, inseriu incapaz de lidar com a nova realidade no artigo 73 desta os procedimentos a da geração distribuída conectada. serem adotados pelas distribuidoras “Em termos conceituais , estamos tra‑ caso verifiquem que a potência injebalhando com um sistema das décadas tada de microgeração ou minigeração de 1920, 1930“, afirmou no Summit distribuída cause inversão do fluxo de Sul o professor Leandro Michels, da potência no posto de transformação Universidade Federal de Santa Maria ou no disjuntor do alimentador. São e diretor do INRI - Instituto de Redes cinco as ações que podem ser adoInteligentes da UFSC, no painel sobre tadas, mas as empresas têm optado desenvolvimento da GD na região bastante por uma delas, a “redução da Sul. “Hoje temos um relé e, em muitos potência injetável em dias e horários casos, uma pré-estabelecidos” ― até restrinmedição na gindo essa injeção de potência a saída da superíodos esdrúxulos para a geração bestação para solar, como durante a madrugada. um monte de No painel sobre geração distrialimentadobuída solar on-site, Bárbara Rubin, res. O sistema CEO da consultoria Bright Stratede potência gies e vice-presidente de GD da não sabe mais Absolar, apresentou um mapa do Bárbara Rubin: análises de inversão como e onde de fluxo incorretas Brasil mostrando “onde o setor de Wanderlei Oliveira

elétrica vai abrir ainda mais oportunidades para a geração solar de pequeno e médio porte locais. Sauaia ressalvou, porém, que há hoje muitas empresas integradoras e prossumidores enfrentando desafios para conectar sua geração distribuída às redes de baixa e média tensão, como se sabe, inclusive nas áreas das distribuidoras gaúchas CEEE e RGE. Empresas têm recusado pleitos de ligação sob alegação sumária de que, se conectados, os geradores causariam inversão de fluxo de potência em suas redes. “Por isso a Absolar faz um monitoramento junto aos seus associados, um levantamento de informações para levar à Aneel e às agências reguladoras estaduais, que fazem o trabalho de fiscalização das distribuidoras”, disse Sauaia.

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a energia está sendo gerada, a concessionária não sabe qual o carregamento nos transformadores, nos secundários. Por não ter a informação, alega que aparece um fluxo reverso em um dado momento do dia e que isso é um problema. Mas não é. O problema é não saber e não controlar”, disse. Michels, que tem estudado como a questão é tratada em outros países, diz que a princípio a adaptação não exige grandes investimentos, ao contrário do que se imagina. “Um ponto que [as empresas] questionam é com relação à proteção. Mas hoje os relés são dinâmicos, podem ter mudadas suas parametrizações (...), não é nada que não se saiba fazer. É possível ampliar ainda muito [a capacidade] sem um grande investimento”. E continuou: “Tecnicamente, o maior problema é sobrecarga em linhas e transformadores, um problema físico. Em vários países do mundo, se fazem estudos e se comanda que o consumidor module a potência em determinado horário apenas, ou se envia um sinal para despacho de cargas dos consumidores”. Mas para isso é preciso tornar o sistema inteligente e que a informação gerada seja auditável, afirmou. Um dispositivo fundamental é o medidor inteligente. “Onde temos geração distribuída, tem de ter medidor inteligente, fundamental para o modelo de negócio e para não ocorrer abuso por parte de concessionária, para enviar informações para o operador nacional do sistema e possa ser feita uma arbitragem eficiente e independente. Porque o problema não é só a geração distribuída, às vezes é má gestão da concessionária.” Com mais e melhor informação é possível maximizar a inserção de geração renováveis, principalmente solar fotovoltaica, com um mínimo de investimento, diz o especialista. “A maior parte dos países está indo nessa direção: modernizar o sistema com informação, gestão e inteligência.”


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Armazenamento Segundo o espee sistemas híbridos cialista, os Scada são hoje catalisaJá o armazenamento de energia A programação do Intersolar dores de inovação, operando com energia solar em sisSummit Brasil Sul foi pensada permitindo gestão para transmitir aos participantes temas isolados foi objeto de painel do mais inteligente e qual participaram Markus Vlasits, CEO novidades tecnológicas e tendêneficiente dos recurda NewCharge e integrante do comitê cias que moldarão o mercado Leandro Michels e a hosting sos da plataforma, do congresso, Jocelino Azevedo, ennos próximos anos. Na tarde do capacity: falta informação, gestão agregando análises e inteligência às redes dia 7, o professor Leandro Migenheiro da empresa Moura, Eldomir diversas, controles, chels juntou-se a Siqueira Neto, Xavier, líder de soluções de armazenaprocesso de manutenção, interação CEO da PV Operation, plataforma de mento de energia da empresa UCB, e com equipes e outras variáveis que asoperação remota de usinas solares, e José Antonio Rodrigues Neto, diretor sumem importância crescente. a Anderson Severo, gerente técnico de engenharia da Micropower Energia. Anderson Severo apresentou em no INRI-UFSC, na apresentação de Ainda existem na Amazônia mais parte o trabalho e a estrutura do Labopanoramas e alternativas para o agrode 200 localidades isoladas das redes ratório de Ensaios em Inversores Fode energia, das quais 150 não têm negócio, gestão remota de plantas tovoltaicos do INRI-UFSC, acreditado sequer previsão de interligação, de fotovoltaicas e novas tecnologias de pelo Inmetro do Brasil para ensaios em tão remotas. “Falamos de cidades de inversores. Michels discorreu sobre inversores de até 75 kW. Mas principal10 mil, 20 mil, até 40 mil habitantes”, a agregação e integração da energia mente falou sobre as novíssimas tecnodisse Markus Vlasits. A busca por um solar fotovoltaica e do armazenamento logias de inversores que começam a ser atendimento mais confiável do que de energia à atividade agrícola, que enviadas para ensaios no laboratório, os atuais sistemas a diesel é, além depende cada vez mais da eletricidade como os chamados equipamentos “all de uma necessidade ambiental, uma e em geral é atendida por redes elétriin one”, que integram inquestão de justiça social. cas precárias. Destacou, entre outros versores off-grid, baterias exemplos, plantas fotovoltaicas flutuE também de economia, e controlador de cargas pois o alto custo da compra antes instaladas em lagos de irrigação, num único equipamento, e transporte de combusem associação com armazenamento ou os sistemas “zerotível até esses locais é de energia em baterias, em substituigrid”, que operam em bancado por toda a socieção aos geradores a diesel. paralelo com a rede elédade por meio da Conta A apresentação de Siqueira Neto trica mas não injetam no Consumo de Combustíveis. discutiu o papel dos sistemas Scada Markus Vlasits: aumento da sistema a energia gerada A solução passa então pela na transição energética e na inovação geração variável no sistema localmente. dos modelos de negócios do setor. sublinha papel do armazenamento energia solar fotovoltaica Wanderlei Oliveira

Wanderlei Oliveira

Solar no campo e novas tecnologias


Congresso

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com armazenamento, em substituição aos grupos diesel. Ou mesmo consorciadas a estes, mas com sua operação otimizada e tornada mais econômica pela presença do armazenamento. Entre os diversos cases descritos pelos painelistas, destacaram-se uma micro‑ rede isolada para alimentação de um grande sistema de irrigação no Nordeste, agregando sistema fotovoltaico (1,75 MWp), sistema de armazenamento (1 MWh), parque de geração diesel (8,28 MW), uma PCH pré-existente (3,2 MW), apresentada por Rodrigues Neto, da Micropower; e o de duas cidades isoladas com cerca de 30 mil habitantes, antes alimentadas por 6 MW de geração diesel e onde este ano começaram a operar 2 MW fotovoltaicos e 1,4 MWh de armazenamento de energia, descrito por Jocelino Azevedo, da Moura. Aplicações de pequeno porte, os chamados SIGFIs - sistemas individuais de geração por fonte intermiten-

te, e também as aplicações de microrredes para pequenas vilas foram o tema de Eldomir Xavier, da UCB. Ele descreveu projetos para locais remotos de que sua empresa participa e apresentou o conceito de “energia 5D”: democratizada, descarbonizada, descentralizada, diversificada e digitalizada.

Encerramento No debate que encerrou o Intersolar Summit Brasil Sul, foi destacada a impressionante capacidade da geração solar nacional, as novas tecnologias e as oportunidades em diversas partes de uma cadeia produtiva. Marcio Takata, CEO da Greener, empresa especializada em inteligência em transição energética, mostrou que, em janeiro de 2022, 22% da matriz energética brasileira era suprida por geração variável de fontes solar e eólica. Em 2024, esse patamar já deve chegar a 28%,

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com estimativa de alcançar 33% em 10 anos, apenas com base nos projetos já autorizados, contratados ou em construção. No entanto, esse aumento da geração variável, não despachável, traz reflexos para toda a matriz energética e sublinha a relevância crescente do papel do armazenamento de energia, disse Markus Vlasits da NewCharge. O Intersolar Summit Brasil Sul contou com parcerias da Absolar - Asso‑ ciação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída, do Instituto de Redes Inteligentes da Universidade Federal de Santa Maria (INRI-UFSM), da Câmara de Comércio Brasil Alemanha (AHK), Sebrae-RS, Senai-RS, Sindienergia-RS, Movimento Solar Livre, Greener, Instituto Nacional de Energia Limpa e NewCharge. A próxima edição do evento já está agendada para os dias 29 e 30 de outubro de 2024.


Veículos elétricos

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Padronização dos conectores Rafael Cunha*

“No Brasil, a limitação de tipos de conectores

possibilitando ainda o uso dos conectores utilizados pelas principais montadoras não chega a ser um grande problema.

O

geral para auxiliar o entendimento em futuras mudanças próximas.

Tipos de conectores

Owlie Productions/Shutterstock

grande número de conectores para recarga de veículos elétricos disponíveis no mercado frequentemente levanta a discussão sobre a necessidade de padronização, para que somente alguns modelos possam ser utilizados em território nacional. A mudança ou limitação de padrões naturalmente atinge todo o mercado, de modo que onerando a importação de produtos, determinada alteração baseada em mas por outro lado gera melhor expepremissas técnicas afeta diretamente riência para o usuário, o que auxilia pessoas leigas, o que por sua vez gera no crescimento do mercado, e otimiza uma maior insatisfação em relação à o processo de manutenção e reposição mudança. O Brasil passou há alguns de componentes. No atual momento anos por uma alteração no padrão dos do mercado brasileiro, ainda de peplugues e tomadas e vimos uma rejeiquenas proporções, é oportuna essa ção por parte da população na prática, discussão e a possível padronização, sendo ainda hoje possível encontrar pois os impactos serão relativamente pessoas a relembrar o episódio em tom pequenos. conspiratório. Porém, aquela foi uma A compreensão dos caminhos que decisão sábia e necessária, dada a dio mercado vai seguir no sentido da versidade de plugues então existente e padronização exige uma compreensão a incompatibilidade com os requisitos sobre as motivações das padronizações de segurança preconizados pelas noranteriores, formanmas técnicas. do um panorama O tema da padronização dos conectores para veículos elétricos está em alta entre as entidades do segmento, com recentes movimentações do mercado exigindo posicionamento sobre qual rumo o Brasil tomará. Por um lado, a padronização é um Fig. 1 - Conector Magne Charge Fig. 2 - Conector Tipo 1 processo de barreira técnica,

O primeiro padrão de conector criado foi o SAE J1772, no ano de 2001, nos EUA, o qual foi desenvolvido como contraponto ao Magne Charge (figura 1), um padrão de recarga indutivo que a indústria automotiva utilizava para veículos da General Motors e Toyota, como EV1 e RAV4 EV. O J1772 tornou-se internacional pela IEC 62196, sendo posteriormente adotado pelo Japão, e hoje é reconhecido como padrão Tipo 1 (figura 2). O padrão de recarga indutivo não foi muito bem aceito pelo mercado e órgãos reguladores, sendo o Tipo 1 o candidato para substituí-lo e tornar-se um padrão nacional norteamericano. A partir da necessidade de alcançar maiores potências, o Tipo 1 passou por revisões e melhorias até alcançar os 19,2 kW com tensão de alimentação de 120 a 240 V, sendo limitado por uma alimentação monofásica. No ano de 2011, a SAE desenvolveu o SAE 1772/CCS - Combined Charging System, também chamado de CCS1 ou Combo 1 (figura 3), o qual realiza a recarga em corrente contínua, alcançando potências maiores para as recargas de Modo 4 (recargas rápidas). A novidade do CCS1 foi a de permitir o mesmo encaixe mecânico



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Veículos elétricos

do conector Tipo 1, mas agora com pinos adicionais para os polos positivo e negativo da alimentação em corrente contínua, chegando até 350 kW, com tensões de 200 a 920 V em alimentação trifásica. Paralelamente ao desenvolvimento do conector Tipo 1, nascia outro padrão, mas agora na Europa. Este padrão utiliza o mesmo protocolo de comunicação e tem vantagens, pois permite alimentação trifásica para o conector em corrente alternada, provendo mais potência para a recarga dos veículos. Trata-se do conector Mennekes, mais conhecido como Tipo 2, que ganhou o mercado europeu, sendo normalizado em 2013 por meio da IEC 62196. Além do Tipo 2, a norma também especificou o Tipo 3 (Schame), que não teve a mesma adesão que o Tipo 2, sendo descontinuado em 2016. Após o lançamento do Tipo 2, foi desenvolvido o CCS2 (figura 4), o conector de corrente contínua compatível com o Tipo 2, com potência máxima de 350 kW. No lado oriental do mundo, outros dois importantes tipos de conectores foram desenvolvidos: o CHAdeMO (figura 5), em 2010 no Japão, que é um conector de corrente contínua, e o GB/T (figuras 6 e 7), em meados 2009 na China, com um padrão para corrente alternada e outro para corrente contínua. Ambos com uma diferença fundamental dos conectores do ocidente, pois Fig. 3 - Conector CCS1 possuem pinagem CAN para

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comunicação, portanto com protocolo de comunicação incompatível, de modo que não é possível somente com um acoplamento mecânico realizar a adaptação de um modelo CHAdeMo ou GB/T para o CCS1 ou CCS2. Outro modelo que ganhou notoriedade pelo seu design simples e elevada capacidade de transferência de potência foi o conector proprietário da Tesla (figura 8), que é capaz de realizar recarga tanto em corrente alternada quanto em corrente contínua.

Padronizações nos países As normalizações técnicas são responsáveis pela padronização dos conectores, provendo qualidade e segurança por cada tipo, porém cada país ou zona comercial pode adotar ou não padrões desenvolvidos por outros países. O Brasil, por exemplo, não desenvolveu um padrão próprio de conector, e além disso é signatário do Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT), portanto se compromete a buscar compatibilização entre os regulamentos nacionais e as normas internacionais, como as da IEC - International Electrotechnical Commission. Foi o que ocorreu no caso dos conectores para veículos elétricos, com a norma IEC sendo adaptada para uma ABNT. Assim, os mesmos conectores estão normalizados no Brasil. O mencionado CHAdeMO, desenvolvido no Japão, é muito utilizado para carga em corrente contínua, assim é o conector padrão para as recargas rápidas. Para as recargas em corrente alternada foi selecionado o conector Tipo 1. O Japão está desenvolvendo junto com a China um novo padrão

para cargas ultrarrápidas, o ChaoJi, também conhecido como CHAdeMO 3.0, capaz de fornecer potências de até 900 kW, além de ser compatível com o CHAdeMO, GB/T e o CCS, tornando-se um potencial conector universal. A Europa utiliza amplamente o conector Tipo 2 para corrente alternada e o CCS2 para corrente contínua, apesar de que se encontram com frequência conectores CHAdeMO para corrente contínua. Os padrões americanos também estão presentes na Europa, mas em menor quantidade. O padrão americano se baseia essencialmente na SAE J1772 e no padrão Tesla, agora conhecido como NACS (North American Charging Standard), para a recarga em corrente contínua no CCS1 e no NACS, porém outros padrões também são usados em menor quantidade. Uma recente mudança que repercutiu no mercado global foi a abertura das patentes e desenhos industriais por parte da Tesla para os fabricantes usarem, sendo esse padrão já normatizado pela SAE J3400 e incluído como um padrão americano, e isto foi tema de amplas discussões sobre os caminhos das padronizações dos conectores. O Brasil possui a NBR IEC 62169, sendo a mesma IEC usada na Europa, porém adaptada para o mercado brasileiro, ou seja, todos os conectores abrangidos na norma podem ser utilizados, de modo que o País apresenta hoje uma grande gama de conectores. Recentemente, com a mudança do mercado norte-americano, a discussão sobre reduzir o número de padrões para o mercado brasileiro voltou à tona e está seguindo como projeto de lei para o Congresso Nacional.

Conclusão

Fig. 4 - Conector CCS2

Fig. 5 - Conector CHAdeMO

Fig. 6 - Conector GB/T AC

Fig. 7 - Conector GB/T CC

A padronização de conectores é algo complexo e guarda semelhanças com a de tomadas de plugues de uso doméstico ou similar. Há diversas soluções boas


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e seguras, cada uma principais montadoras não com determinadas chega a ser um grande problema, já que apenas uma vantagens e desvanparte mínima do mercado tagens. Quando há a necessitaria de algum ajuste. possibilidade de se Dos carregadores públicos usar um adaptador e instalados no Brasil, a maior permitir que o usuário Fig. 8 - Conector Tesla/NACS parte utiliza os padrões consiga transitar de Tipo 2, CCS2 e CHAdeMO, um modelo para oue assim devem continuar pelos próxitro, esse é apenas um ponto de maior mos anos com uma crescente na opção atenção, porém quando o modelo não pelo CCS2 para recarga rápida. Caso a permite adaptação ou exige algum tipo limitação dos padrões se concretize, é específico de adaptação, então torna-se dever da comunidade técnica ter clareza uma frustração para os usuários, o que sobre o tema, já que uma decisão errada gera uma barreira para os mais leigos pode afetar significativamente o mere insegurança em quem tem a intenção cado. Por outro lado, é esperado que a de adquirir o veículo elétrico. Os conectores já estão bem desenvolpadronização seja flexível o suficiente para permitir sistemas universais, desde vidos e não devem mais sofrer grandes que certificados e homologados. transformações, com as promissoras novidades em compatibilidade com os modelos existentes, como é o caso do Bibliografia ChaoJi. Portanto, a limitação de tipos de conectores possibilitando ainda o [1] Versinetic: EV Charging Connector Types uso dos conectores utilizados pelas Guide. Disponível em: https://www.

Veículos elétricos

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versinetic.com/news-blog/ev-chargingconnector-types-guide/#:~:text=J1772%20 (Type%201)%20EV%20Connector,in%20 North%20America%20and%20Japan. Acesso em: 03 nov. 2023 [2] NBR IEC62196-1/2021 - Plugues, tomadas, tomadas móveis para veículos elétricos e plugues fixos para veículos elétricos - Recarga condutiva para veículos elétricos - Parte 1: Requisitos gerais. [3] https://www.chademo.com/wp2016/wpcontent/uploads/ChaoJi202006/ChaoJi_ Presenataion_EN.pdf [4] https://driivz.com/glossary/northamerican-charging-standard-nacs/ [5] https://www.chademo.com/technology/ protocol-development

* Rafael Cunha é engenheiro eletricista e COO da startup movE Eletromobilidade. Nesta coluna, apresenta e discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, afinidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica, e assuntos correlatos. E-mail: veletricos@arandaeditora.com.br, mencionando no assunto “Coluna Veículos Elétricos”.


Guia - 3

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Estações de recarga de veículos elétricos

Este levantamento apresenta fornecedores de estações de recargas de veículos elétricos. São informadas as principais características desses sistemas, os quais podem ser aplicados em instalações residenciais e comerciais, como potência, tensão nominal, tipo de plugue, grau de proteção, etc.

Da Redação de FotoVolt

• • •

IEC61851-1, 61851-21-2, CE

3,7 a

220 a 380

50 a 60

32

65 a 1 ou • • • • 2 • 3 pinos 6 55

• • •

IEC61851-1, 61851-21-2, CE

I-charging/ 7,4 a 7,4 a 220/ 220/ 50/ • • 22 22 380 380 60 Portugal

32

65 e IK • • • • 10

Delta Electronics

Eletrocentro (11) 98870-1341 comercial03@eletrocentro.ind.br

(kW)

• • 22

(12) 3932-2300 jose.santana@deltaww.com

Enel X Way

thiago.roza@enel.com

220 220 a 50 a a/ 380 60 380

32

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• • • 1 •

7,2

22

230 a 50 a 400 60

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54

7

• 44

2 a 220 a 220 a 60 22 400 400

Até 64

54 • • • •

2

3A, CEE 7, • 3, F, 4, 5 CEE E

110 a 110 a 60 380 380

32

65 • • • •

1

Ingeteam (19) 3037-3700 comercial.br@ingeteam.com

• • 22

PowerCharge (*) www.powerchargeev.com Senku (*)

www.senkumachinery.com bake@senkumachnery.com

Wallbox (11) 93949-0735 lucas.demoraes@wallbox.com

22

32a/40a 208 a 50 a = NEMA 4, 240 60 80a = NEMA 3R

9,6 a 7,68 a

• • 24 19,2

mmoser@powerchargeev.com China

5

22

www.i-charging.pt info@i-charging.pt

(11) 4118-6394 contato@neocharge.com.br

• • 22

I-charging

Neocharge

1

Comprimento do cabo (m) Interface RS 485 Acesso RFiD Acesso SMS Acesso cartão crédito Montagem totem Montagem parede

Grau de proteção IP Proteção I >> Proteção DR Proteção DPS Medidor de energia incorporado Quantidade de tomadas Plugue 2

65 a 1 ou • • • • 2 • 3 pinos 6 55

Plugue outro

Corrente nominal de saída até (A) 32

Frequência nominal (Hz) 50 a 60

Tensão nominal de saída (Vca)

220 a 380

(11) 91919-0007 andre.mattioli@beny.com

(Vca)

3,7 a

Beny New Energy

Aplicação residencial Aplicação comercial Potência máxima de entrada

• • 22

Fabricante/País

Empresa, telefone e e-mail

Potência máxima de saída (kW) Tensão nominal de alimentação

Estações de recarga de corrente alternada

• • 22

(*) A empresa procura por representante para o Brasil

22

22

22

380

350 a 50 a 500 65

220 a 220 a 60 380 380

63

32

• 2 •

1

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55

1 ou

5,5; 7,6 4a

EN 61000-6-1, 61000-6-2, 61000-6-3, 61000-6-4, 61000-3-11, • • 61000-3-12, 62423, 62311, 62479; IEC 61851-21-2, 61008-1, 61008-2-1, 62196-1, 62196-2, 61851-1, 62955. NBR 5410, 17019; IEC 61851-1:2017, 61851-21-2; Anatel Atos14448 e 6506, • • CoC IEx 21.xxxx e Anatel 12345-22-12345

• •

• • •

IEC 61851-1

• •

UL 50, 991, 1449, 1998, 2231

• 2 • 1, GBT 10 • • • • • •

1

5a

• 1, GBT 7

IEC61851-1

• • • • • IEC-61851-1, 61851-21-2, 61000

5 • •

J1772

Normas

EC

IEC 61851-1, 61851-21-2, 62196-2, LVD 2014/35/EU, • CE mark, EMC Directive 2014/30/EU, ROHS Directive 2011/65, BS 7671:2018 + A1:2020 + A2:2022


Guia - 3

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

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Zletric

54, 1 ou 55 e • • • • • 1, 2 2 65

7

• •

IEC 61851-1, 61851-21, 62955, 61439-7, Anatel, CE, Nom-Ance, RETIE, EV READY 2.0

54 • • • •

4,7 • •

• • •

IEC 61439-7/IEC 61851-1

3,7 a 3,7 a 220 a 220 a 60 16 a 32 22 380 380

• • 22

(51) 2160-9798 info@zletric.com

1

Comprimento do cabo (m) Interface RS 485 Acesso RFiD Acesso SMS Acesso cartão crédito Montagem totem Montagem parede

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Plugue outro

Grau de proteção IP Proteção I >> Proteção DR Proteção DPS Medidor de energia incorporado Quantidade de tomadas Plugue 2

Frequência nominal (Hz)

Tensão nominal de saída (Vca)

(Vca)

Potência máxima de saída (kW) Tensão nominal de alimentação

2,2 a 2,2 a 100 a 100 a 50 a 45 415 415 60

• • 45

(47) 99144-5342 estefano@weg.net

Corrente nominal de saída até (A)

WEG

(kW)

Aplicação residencial Aplicação comercial Potência máxima de entrada

Empresa, telefone e e-mail

Fabricante/País

Estações de recarga de corrente alternada

Normas

Beny New Energy

20 a

• 262

(11) 91919-0007 andre.mattioli@beny.com

Delta Electronics

Eletrocentro

I-charging/ Portugal

I-charging

Corrente nominal de saída até (A)

Frequência nominal (Hz)

Grau de proteção IP Proteção I >> Proteção DR Proteção DPS Medidor de energia incorporado Quantidade de tomadas Plugue CCS Plugue CHAdeMO Comprimento do cabo (m) Interface RS 485 Acesso RFiD Acesso SMS Acesso cartão crédito Montagem totem Montagem parede 3,5

Ingeteam Nansen Neocharge (11) 4118-6394 contato@neocharge.com.br

• •

EN 61851-1, 61851-23; IEC 61851-21-2, 62196-3, 61000-6-4, 61000-6-3, 61000-6-2; ISO15118; DIN70121; CHAdeMO; UL 2202, 2231-2; CSA C22.2#107.1 e #281.2

• •

EC; Anatel

IEC61851, CE

150 a até 1 ou • • 60 60 380 1.000 60 200 65 • • • • 2 • • 5 • • • • • •

IEC 61851

30 a 30 a

• • • 2 • • 4,8 • •

65 220 a 220 a 50 a 16 a a IK • • • • 1 • 380 380 60 32 10

50 a 50/

150 a 50/ • • 250 250 400 1.000 65 250 55

(47) 99144-5342 estefano@weg.net

• • •

22

China

WEG

IEC 61851-1, 61851-23, 62479-1/-7, 61851-21-2; EN 55011; DIN 18040

IEC 61851-1, 61851-23, 61851-24 e 61000; CHAdeMO 1.0.0; DIN 70121; ISO 15118

• 360 360 380 1.000 60 400 54

Wallbox

• • • • •

340 a 150 a 50/ até até 54 • • • • • • 4,7 • • 530 1.000 60 500 4

China

(11) 93949-0735 lucas.demoraes@wallbox.com

IEC 61851-21-2:2021, 61000-6-2:2019, 61851-1:2019; EN61000-6-4:2019, 61851-23:2014, 61851-24:2014

• •

(31) 98301-19551 vendas@nansen.com.br

• • •

IEC 61851-1; 61851-23; 61851-21-2; ISO15118; DIN70121; CHAdeMO; UL 2202, 2231-2; CSA C22.2#107.1, C22.2#281.2; IEC 62196-3) ; JEVS (G105) ; GB/T 20234.3

600

380 a 500 a • 400 400 820 1.00 60 250 54

(19) 3037-3700 comercial.br@ingeteam.com

• • 1, 2 • • a 5

Normas

• •

www.i-charging.pt info@i-charging.pt

Senku (*) www.senkumachinery.com bake@senkumachnery.com

400 a 50/

• 150 150 400 1.00 60 200 54

thiago.roza@enel.com

SCU Sicon Chat Union (*)

340 a 150 a 50/ até 1a • 600 350 530 1.000 60 500 54 • • • • 4 • • 4, 7 30 a 30 a

Enel X Way

www.scupower.com yujiao.liu@scupower.com

50/ 32 a 1a 55 • • • • • • 5 60 250 3

200 a 50/ 2,2 • • 213 200 400 920 60 500 56 • • • • 2 • • a 5

(12) 3932-2300 jose.santana@deltaww.com (11) 95917-1016 comercial03@eletrocentro.ind.br

380

Tensão nominal de saída (Vca)

Aplicação residencial Aplicação comercial Potência máxima de entrada (kW) Potência máxima de saída (kW) Tensão nominal de alimentação (Vca)

Empresa, telefone e e-mail

Fabricante/País

Estações de recarga de corrente contínua

5 • •

• • • 2 • • 5 • • 1a

5a

2 •

5

30 a 380 a 150 a 50/ • • 180 180 480 920 60 300 54 • • • • 3 • • 5

150 a • 150 150 380 1.000 60 400 54 • • •

• •

IEC 61851-21-2:2021, 61000-6-4:2019, 61000-6-2:2019, 61000-3-12:2011, 61000-3-11:2019, 61851-1:2019; EN 1851-23:2014 e 61851-24:2014

• 3 • • 10 • • • • • •

EC

• • • •

CE, IEC IEC 61851-1, 61851-21, 61851-23, 61439-1; Anatel

(*) A empresa procura por representante para o Brasil

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 52 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, novembro/dezembro de 2023 Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/


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Agenda

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

No Brasil

Cursos

CBENS – A próxima edição do CBENS - Congresso Brasileiro de Energia Solar, evento bienal promovido pela ABENS - Associação Brasileira de Energia Solar, será realizado de 27 a 31 de maio em Natal, RN, com organização do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER). O evento tem o objetivo de apresentar o estado da arte do desenvolvimento científico e tecnológico das aplicações da energia solar, em particular no Brasil, promovendo a troca de informações e experiências entre universidades, institutos de pesquisa, empresas, órgãos governamentais, agentes do setor energético e associações da sociedade civil. Informações em www.abens.org.br/evento. php?evento=3.

Capacitação – A Blue Sol oferece um programa de capacitação na área de energia solar, que aborda desde a introdução à tecnologia até a execução (projeto e instalação). O objetivo é abordar o dimensionamento e a instalação do sistema fotovoltaico conectado à rede e o procedimento para solicitação de acesso junto à concessionária de energia. O treinamento contempla nove cursos online, incluindo um específico para a área de vendas. As aulas são gravadas e todo conteúdo pode ser baixado. Além disso, a empresa oferece um treinamento prático presencial de Instalação de sistemas fotovoltaicos, que é ministrado em três localidades distintas: São Paulo, Búzios e Curitiba. Informações: https://bluesol.com.br/curso-deenergia-solar/treinamento-completo.

Enase – O Enase – Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico acontecerá nos dias 19 e 20 de junho no Hotel Windsor Oceânico, no Rio de Janeiro, RJ. O evento pretende discutir as perspectivas para o setor elétrico nos próximos anos, visando a atualização profissional, networking e negócios. Serão realizados painéis com a presença de especialistas e autoridades no setor. Mais informações em www. enase.com.br.

Projetos e fundamentos – O Canal Solar realiza diversos cursos voltados ao setor fotovoltaico, oferecidos nas versões online ao vivo/presencial e exclusivamente online ao vivo. O curso avançado Projeto de sistemas FV com PVSyst e Solergo, em formato EAD, é destinado a profissionais de engenharia, técnicos ou profissionais de outras áreas que possuem conhecimentos básicos de eletricidade e sistemas fotovoltaicos. Também são oferecidos em formato EAD os cursos Fundamentos da energia solar fotovoltaica e Energia solar FV – Módulo comercial – vendas. Informações: https://cursos.canalsolar.com.br.

The smarter E – O evento The smarter E South America vai acontecer de 27 a 29 de agosto de 2024 em São Paulo, SP. Realizado no Expo Center Norte, congre‑ gará os eventos: Intersolar South Ameri ca - A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; Power2Drive South America - Feira de Eletromobilidade; e Eletrotec+EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia. A organização é da Solar Promotion International GmbH e da Freiburg Management and Marketing International, com co-organização pela Aranda Eventos & Congressos. Informações: www.thesmartere.com.br.

Sistemas on e off grid e híbridos – A Neosolar oferece vários cursos voltados ao segmento solar, como Energia solar off grid com bateria, cujo objetivo é apresentar desde os fundamentos da energia solar até o cálculo dos equipamentos para uso em diversas aplicações; Energia solar: sistemas híbridos com bateria, que visa ensinar como dimensionar um sistema utilizando inversores híbridos com apoio da rede elétrica, gerador ou baterias, apresentando as vantagens oferecidas por esses sistemas; e Energia solar on grid – microgeração distribuída, que visa oferecer uma visão geral sobre legislação, instalação, equipamentos,

dimensionamento, custos e o funcionamento dos sistemas de energia solar fotovoltaica conectados à rede. A entidade também oferece os cursos Mapeamento aéreo com drones para desenvolvimento de projetos de energia solar, Normas de instalação e comissionamento em energia solar e Carro elétrico: mobilidade elétrica e carregadores – Online e ao vivo. https://www. neosolar.com.br/cursos-energia-solar. Tecnologias, instalação – A Elgin, fabri‑ cante e distribuidora de equipamentos fotovoltaicos e provedora de soluções nas áreas de climatização, refrigeração, iluminação, automação e costura, oferece uma série de treinamentos gratuitos para profissionais e empresas que atuam com geração de energia solar no Brasil. Os cursos abordam temas como aplicação técnica e comercial para sistemas fotovoltaicos, tecnologias e inovações no setor e boas práticas de instalação e também apresentam o portfólio de produtos da Elgin. Informações em https://loja.elgin.com. br/energia-solar/cursos-e-treinamentosde-energia-solar.

No exterior Solar Quality – O Solar Quality Summit 2024 acontecerá de 23 a 24 de janeiro em Barcelona, Espanha. O evento vai reunir prestadores de serviços de EPC, O&M e gerenciamento de ativos, inves‑ tidores, financiadores, consultores jurídicos e proprietários de ativos. O objetivo é incentivar negócios, explorar as melhores práticas na redução de risco de projetos solares e apresentar tecnologias disruptivas. Mais informações em www.solar-quality-summit.com. The smarter E/Intersolar Europe – Principal evento mundial do setor de energia solar, composto por feira e congresso, a Intersolar Europe 2024 vai acontecer de 18 a 21 de junho no centro de exposições Messe München, em Munique, na Alemanha, sob a plataforma de soluções de energia The smarter E Europe. Mais informações podem ser obtidas em https://www.thesmartere.de.


ideiadois

Networking

Especialistas à disposição

Plantão de Dúvidas

Eventos

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construindo a transição energética para você! A ABSOLAR é a única associação que reúne todos os elos da cadeia solar fotovoltaica e suas tecnologias agregadas. Tudo para trazer informação exclusiva, relacionamento e negócios para a sua empresa. São mais de 50 benefícios que o associado acessa em um portal exclusivo de forma rápida, ágil e na palma da mão! É você 100% conectado, 24 horas, com tudo o que mais precisa!

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72

Produtos

Proteção para cabos A Nexans Brasil lançou recentemente uma solução que tem o objetivo de proteger cabos de baixa e média tensão contra cupins, garantindo maior longevidade aos sistemas elétricos. Denominado Fortis, o produto possui barreira dupla de proteção, composta por uma camada repelente e uma blindagem de fita de cobre helicoidal, que assegura a integridade e a flexibilidade do cabo. Segundo a empresa, a solução foi especialmente desenvolvida para fazendas

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

da nova tecnologia, a Livoltek destaca a proteção contra surtos robusta, utilização de disjuntores, inspeção e manutenção mais práticas, agilidade de reposição de peças e redução de gastos por indisponibilidade do inversor, além de auxílio ao rápido payback do investimento. www.livoltek.com.br

Armazenamento de energia

solares e eólicas, e possui diversas vantagens para os instaladores de parques solares em relação às opções disponíveis no mercado. Uma delas é não afetar o raio de curvatura dos cabos, que permanecem com a mesma flexibilidade de um cabo regular; outra é assegurar a integridade dos fios de blindagem, sem causar quebra na curvatura nas entradas dos painéis; e o projeto dedicado a instalações diretamente enterradas, conforme determina a NBR 14039, suportando as condições mais rigorosas de instalação e dos ciclos de carregamento típicos das fontes de energias renováveis. www.nexans.com.br

Proteção contra surtos elétricos A Livoltek fornece uma linha de dispositivos de proteção contra surtos elétricos para sistemas fotovoltaicos, que inclui um novo modelo de string box composto por DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos Elétricos) e disjuntores para aplicação em corrente contínua. Segundo a empresa, a solução oferece alto desempenho de proteção contra sobretensão e sobrecorrente, reduzindo custos com eventuais danos em equipamentos. Entre as vantagens

A Growatt fornece a bateria APX HV, indicada principalmente para o armazenamento de energia no mercado solar. O equipamento conta com tecnologia de conexão paralela de comutação suave, para melhorar o desempenho, e permite que cada módulo carregue e descarregue de forma independente, afirma a companhia. Ainda segundo a empresa, o produto garante maior flexibilidade para instalação e expansão com baterias de diversos State of Charge (SoC) e de diferentes lotes, economizando custos de Operação e Manutenção (O&M) e da cadeia de suprimentos. Também apresenta design de redundância para evitar o desligamento do sistema devido a um módulo defeituoso. O equipamento possui cinco níveis de proteção: Sistema de Gerenciamento de Bateria (BMS) ativo para cada célula, otimizador de energia em nível de conjunto e proteção integrada contra incêndio de aerossóis para cada módulo, um interruptor de circuito de falha de arco (AFCI) e um fusível substituível para todo o sistema. Conta com classificação IP66 e tecnologia de auto-aquecimento inteligente para permitir a operação ao ar livre e em uma temperatura baixa de até -10 ℃. https://br.growatt.com

Monitoramento e controle A PcVue oferece ao mercado a plataforma de software de monitoramento e controle PcVue 16, que permite aos usuários desenvolver aplicações em controle de supervisão e aquisição de dados (Scada), Internet das Coisas e interface homem-máquina (IHM). Segundo a empresa, o sistema suporta sala de controle e operadores de campo móveis com assistência digital que inclui bots inteligentes para instruções interativas, relatórios automatizados e acesso a especialistas. O PcVue 16 oferece um conjunto de aplicativos para monitoramento do sistema de usina solar fotovoltaica, além de suporte a aplicações que monitoram e controlam as estações de carga de EV, incluindo o protocolo padrão aberto OCPP (Open Charge Point Protocol) para monitorar estações de carregamento. Também

conta com recursos de cibersegurança, como integração de PKI e driver OPC UA Client integrado para uma arquitetura de sistema segura. A nova versão do PcVue permite a otimização do consumo de energia em edifícios, além de recursos para proteção por vídeo, controle de acesso e detecção de intrusão. A tecnologia utiliza modelagem de informações de construção (BIM) para renderização 3-D de instalações e campi, afirma a companhia. O PcVue 16 é capaz ainda de se integrar a câmeras OnVif ou fluxo RTSP. Para operação BIM, é compatível com arquivos IFC e inclui um visualizador BIM integrado com todos os recursos, animado com valores de campo em tempo real, oferecendo um primeiro caminho para o gêmeo digital. www.pcvuesolutions.com


Publicações

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

Manual para instaladores A Fronius lançou recente‑ mente o Guia de Introdução a Sistemas Fotovoltaicos, um manual técnico com infor‑

mações para executar boas práticas de instalação de sistemas fotovoltaicos. De‑ senvolvida pela equipe téc‑ nica da unidade de negócio de energia solar, a publica‑ ção, de 213 páginas, aborda desde normas técnicas que

regulamentam processo de instalação, os conceitos bá‑ sicos do sistema fotovoltaico até procedimentos de como montar uma estrutura foto‑ voltaica integrando os inversores, os módulos solares e outros componen‑ tes com eficiência e segurança, além das características, procedimentos de instalação e recursos de todas as soluções da Fronius. A obra tem o objetivo de ser fonte de consulta para os profissionais que lidam com a ins‑ talação de sistemas fotovoltaicos e pode ser baixada gratui‑ tamente no site da Fronius: www.fronius.com. Riscos - O relatório global “Atlas Setorial”, divulgado pela Allianz Trade, empresa de seguro de crédito comer‑ cial, aponta que o montante

de investimentos em energia atingirá em 2023 cerca de US$ 2,8 trilhões, com mais de US$ 1,7 trilhão destinado à energia limpa, incluindo energia renovável, nuclear, redes, armazenamento, com‑ bustíveis de baixa emissão, melhorias de eficiência e energias renováveis de uso fi‑ nal e eletrificação. O restante, um pouco mais de US$ 1 tri‑ lhão, tem como destino o fornecimento de combustí‑ veis fósseis não controlados e energia, dos quais cerca de 15% destinados ao carvão e o restante ao petróleo e gás. O relatório analisou os riscos de não pagamento de empre‑ sas em 18 setores da econo‑ mia, em 70 países, e mostra que os investimentos em energia limpa foram impul‑ sionados por uma variedade de fatores, incluindo melho‑ res condições econômicas em um momento de preços ele‑ vados e voláteis dos combus‑ tíveis fósseis. Os economistas que desenvolveram o estudo

73

listaram forças e fraquezas do setor de energia. Entre as forças, destacam-se aumento do investimento em energia limpa, melhoria da economia em um momento de preços altos e preços voláteis dos combustíveis fósseis, maior apoio político, alinhamento das metas climáticas e de segurança energética e foco na estratégia industrial à medida que os países bus‑ cam fortalecer sua soberania. Entre as fraquezas estão: desequilíbrios geográficos no investimento, infraestrutura de rede elétrica fraca, incer‑ tezas sobre a demanda de longo prazo de combustíveis fósseis, elevados requisitos de financiamento e vulne‑ rabilidade a riscos geopolí‑ ticos. Mais informações em https://www.linkedin.com/ company/allianz-trade.

Índice de anunciantes Absolar..........................................71

Growatt ..................................2ª capa

Mi Omega .....................................50

Romiotto .......................................16

Boltinox........................................21

Hoymiles .......................................15

Nansen..........................................13

SAJ........................................26 e 27

Bradesco.........................................7

Huawei ..................................40 e 41

New-Fix.........................................65

Sengi Solar..............................4ª capa

BYD..............................................55

Inox-Par ................................10 e 11

Novemp ........................................17

Serrana Solar..........................3ª capa

Dominio Solar................................51

Instituto Mi Omega.........................62

NTC Somar.....................................67

Solar Group ...................................37

Elgin.............................................49

JA Solar.........................................53

Perkus ..........................................33

Solis..........................................4 e 5

Embrastec .....................................30

Ludufix .........................................35

Pextron.........................................59

Spin Estruturas...............................25

ENGM ...........................................44

Marvitec ........................................24

QN Solar........................................43

Trael .............................................18

Geo Design....................................22

Megatron ......................................38

Renesola .......................................57

Tsun ............................................. 63

GLD Energia ..................................19

Metallight......................................31

Ribeiro Solar..................................34


Solar FV em foco

74

FotoVolt - Novembro-Dezembro - 2023

A energia solar em MG precisa continuar a crescer

Bruno Catta Preta, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk *

“ A tecnologia fotovoltaica representa um enorme potencial

de geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas .

A

energia elétrica é um serviço imprescindível e essencial ao crescimento econômico e às atividades dos setores produtivos, incluindo a fabricação de bens, comércio de mercadorias, atividades de agricultura, e prestação de serviços públicos, como saúde, educação e segurança pública. A demora na conclusão de obras de ampliação da infraestrutura elétrica pode acarretar enormes prejuízos à sociedade. A Cemig enfrenta desafios significativos, como a necessidade de expandir a capacidade de geração distribuída (GD) para impulsionar o desenvolvimento do estado, haja vista que a GD contribui para o setor elétrico e gera empregos e riquezas para Minas Gerais. É crucial que a distribuidora acelere a construção da infraestrutura necessária para atender essa crescente demanda da sociedade. Desde 2012, a concessionária já autorizou a conexão de 236 mil unidades de geração distribuída em Minas Gerais, com capacidade instalada de cerca de 3 GW. A expectativa é mais do que dobrar essas aprovações de conexão até 2027. O programa “Mais Energia”, da Cemig, prevê a expansão de 200 subestações até 2027. Essa iniciativa representa um investimento de cerca de R$ 159 milhões. Porém, a demora na entrega das obras de infraestrutura é um fator complicador e a falta de linhas de distribuição, transformadores

e subestações se tornou um obstáculo para o desenvolvimento da geração renovável em Minas Gerais. Por conta do déficit de instalações adequadas, frequentemente pedidos para novas conexões de geração distribuída solar são negados. A Cemig tem alegado que a rede de distribuição está sobrecarregada ou com equipamentos obsoletos. Como resultado, consumidores e profissionais do setor solar enfrentam longos atrasos na conclusão de suas instalações, perda de clientes, de investimentos, de empregos e de renda. Um relatório publicado pela Irena Agência Internacional de Energias Renováveis mostrou que 13,7 milhões de pessoas em todo o mundo trabalharam diretamente com energias renováveis em 2022 – um aumento de 1 milhão de novos empregos em relação a 2021. Ainda segundo a Irena, apenas no setor de energia fotovoltaica brasileiro, foram criados mais de 200 mil empregos em 2022 (115 mil, em 2021). Além disso, desde 2012, o setor solar fotovoltaico gerou mais de 1 milhão novos postos de trabalho acumulados no Brasil, sendo mais de 90 mil em Minas Gerais (72% na área de instalação). Agora, imagine os prejuízos causados pela paralisação de parte desse mercado de trabalho por falta de documentação probatória e de acesso às redes de distribuição... A energia fotovoltaica continua a crescer, com mais de 24 GW instalados. Em 2023, quase 500 mil novos sistemas foram conectados, somando cerca de

6 GW de capacidade instalada. Minas Gerais é o segundo estado brasileiro com maior potência instalada de geração solar distribuída, com mais de 3,1 GW em operação. O estado responde por 13,4% de toda a potência instalada de GD e possui cerca de 253,2 mil conexões operacionais. Atualmente, mais de 635 mil consumidores contam com redução na conta de luz, maior autonomia e confiabilidade elétrica trazidas por sistemas solares. A tecnologia fotovoltaica representa um enorme potencial de geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas. É uma alavanca para o desenvolvimento do País. Em especial, há a oportunidade de uso da tecnologia em programas sociais, como Minha Casa Minha Vida e Luz para Todos, bem como em prédios públicos, ajudando a reduzir os gastos dos governos com energia elétrica para que tenham mais recursos para saúde, educação, segurança pública e outras prioridades da sociedade brasileira. Para enfrentar os desafios da demanda crescente e aproveitar as oportunidades da revolução solar, é vital que a Cemig acelere seus planos de melhoria e investimentos em infraestrutura, para que Minas Gerais possa colher imensos benefícios sociais, econômicos e ambientais propiciados pela geração própria solar. * Bruno Catta Preta é diretor da Genyx e coordenador estadual da Absolar em Minas Gerais; Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar; e Ronaldo Koloszuk é Presidente do Conselho de Administração da Absolar - Associação Brasileira da Indústria Solar Fotovoltaica.


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