ElegibliddeSelçãoTrigemdetifcaão
Artigos identificados através da pesquisa na base de dados Pubmed (n=59)
Artigos identificados através da pesquisa na base de dados SciELO (n=0)
Artigos identificados através da pesquisa(n=59)
Artigos selecionados após a aplicação de filtros (n=31)
Artigos selecionados com base no (n=10)título
Artigos excluídos após a aplicação de(n=28)filtros
Artigos excluídos com base no (n=21)título
Artigos excluídos com base no resumo(n=4)
Artigos selecionados com base no resumo(n=6)
Artigos selecionados para análise qualitativa e (n=6)quantitativa
Figura 1. Fluxograma da seleção de artigos
Figura 1. Fluxograma da seleção de artigos
dade, hipertensão arterial e neoplasia (Tabela 1). Todos os doentes analisados tiveram doença CO VID-19 grave (quatro dos estudos referem sintomas neurológicos e dois desses quatro estudos indicam sintomas respiratórios graves), com período de hos pitalização superior a 10 dias e 43.8% superior a 20 dias. Os estudos reportam ainda 96.9 % dos doentes com permanência em UCI, 99.6% ventilados meca nicamente, 44.2% intubados orotraquealmente para suporte respiratório e 76.3% com suporte nutricional (Tabela 2).
Atuação no âmbito da disfagia
A participação do terapeuta da fala (TF) na equi pa de avaliação da disfagia, foi mencionada na maio ria dos estudos (66.6%) contudo, num dos estudos (16.7%) foi mencionado que o rastreio da disfagia foi realizado por enfermeiros com recurso ao teste de água ‘3-ounce water swallow test’, tendo os casos iden tificados como estando em situação de risco, sido en caminhados para avaliação pelo TF (Tabela 3).
Na avaliação instrumental da disfagia, quatro dos seis estudos (66.6%) utilizaram a avaliação in
13 18 FIGURA
10-18
Dysphagia
REVISTA PORTUGUESA DE TERAPIA DA FALA | VOLUME 13 - ANO
Tabela 1. Caraterização dos doentes
Tabela 1. Caraterização dos doentes
Can et al.,(2021) Aoyagi et al., (2020)
Cavalagli et al., (2020) Archer et al.,(2021) Regan et (2021)al., Sandblom et al., (2021)
N 1 1 1 164 100 25
Género (Masculino|Feminino) 1 1 1 104|60 69|31 23|2
Idade média (min máx) anos 85 70 69 20 96 62 (17 88) 43 78 Comorbilidades/Fatores de risco Média (min máx) por doente 0 2 2 2 (1 3) 2 (0 5) Doença cardíaca (% doentes) Não
Forâmen oval patente 10 34 Coronária 24 Obesidade IMC >30 (% doentes) Não Excesso de peso 13 Sim 32 Hipertensão arterial (% doentes) Não Sim 34 64
Tabela 1. Caraterização dos doentes
Doença respiratória (% doentes) Não Pneumonia 21 AOS 16 AVC (% doentes) Não Sim 8 Diabetes (% doentes) Não 22 44 Neoplasia (% doentes) Não Próstata 8 Sim
N Amostra; IMC Índice de Massa Corporal; AOS (Apneia Obstrutiva do Sono); AVC Acidente Vascular Cerebral; ( ) Não referido
Can et al.,(2021) Aoyagi et al., (2020) Cavalagli et al., (2020) Archer et al.,(2021) Regan et (2021)al., Sandblom(2021)et
N 1 1 1 164 100 25 Género (Masculino|Feminino) 1 1 1 104|60 69|31 23|2 Idade média (min máx) anos 85 70 69 20 96 62 (17 88) 43 78
Tabela 2. Caracterização da doença COVID 19 e intervenções realizadas
Comorbilidades/Fatores de risco Média (min máx) por doente 0 2 2 2 (1 3) 2 (0 5)
Sintomas COVID 19
vasiva laringofaríngea, o Flexible Endoscopic Evalua tion of Swallowing (FEES) ou a videofluroscopia da deglutição (Can et al., 2021; Aoyagi et al., 2020; Ar cher et al., 2021; Sandblom et al., 2021). Após uma avaliação clínica inicial, os autores recorreram de forma complementar ao uso de escalas e questioná rios de avaliação clínica: Functional Oral Intake Scale (FOIS); Therapy Outcome Measures (TOM) (sub-esca las deglutição e traqueotomia); Dysphagia Outcome and Severity Scale (DOSS); e Penetration-Aspiration
Can et (2021)al., Aoyagi et al., (2020) Cavalagli et al., (2020) Archer et al., (2021) Regan et al., (2021) Sandblom et al., (2021) N 1 1 1 164 100 25
Doença cardíaca (% doentes) Não Forâmen oval patente 10 34 Coronária 24
Obesidade IMC >30 (% doentes) Não Excesso de peso 13 Sim 32 Hipertensão arterial (% doentes) Não Sim 34 64
Moderados Tosse Sim Febre Sim Sim Dispneia Sim Sim Sim Fadiga Graves Neurológicos (Sim ou % de doentes) Não DisguesiaAnosmia Não 13 4 37
Doença respiratória (% doentes) Não Pneumonia 21 AOS 16
Scale (PAS) (Tabela 3). Dois estudos (33.3%) refe rem a avaliação da força da língua com o Iowa Oral Performance Instrument (IOPI) (Cavalagli et al., 2020; Sandblom et al., 2021) e outro a perceção do doente através da Eating Assessment Tool (EAT-10) (Can et al., 2021) (Tabela 3).
AVC (% doentes) Não Sim 8 Diabetes (% doentes) Não 22 44 Neoplasia (% doentes) Não Próstata 8 Sim
N Amostra; IMC Índice de Massa Corporal; AOS (Apneia Obstrutiva do Sono); AVC Acidente Vascular Cerebral; ( ) Não referido
Respiratórios que exigiu hospitalização agravadaDispneia Pneumonia SRDA Hospitalização
O instrumento de avaliação clínica mais citado foi a FOIS e a consistência alimentar mais utilizada, na avaliação, foi a água (Tabela 3). Alguns estudos referem o uso de escalas para a análise da obser
Duração (dias) 42 65 33 111 382 61 (20 104)3 UCI (Sim ou % doentes) Não Sim Sim Sim Sim 68
Tabela 2. Caracterização da doença COVID 19 e intervenções realizadas
Tabela 2. Caracterização da doença COVID-19 e intervenções realizadas
Ventilação mecânica Não Sim Sim Sim Sim Sim Intubação (% de doentes) 78 7 100
Traqueotomia (Sim ou % de doentes) Não Não Sim 52 4 36 80 respiratórioSuporte
Can et (2021)al., Aoyagi et al., (2020) Cavalagli et al., (2020)
Extubação % de doentes 70 9 Tempo (dias) 11 21 19 142 (3 21)3
Archer et al., (2021) Regan et al., (2021) Sandblom et al., (2021) N 1 1 1 164 100 25
Suporte nutricional Sonda nasogástrica (Sim ou % de doentes) Sim Nutriçãoparental Sim 36 88 N amostra;UCI Unidade de Cuidados Continuados; 1Média; 2Mediana (Mínimo Máximo); 3(Mínimo Máximo); ( ) Não referido
Sintomas COVID 19
Moderados Tosse Sim Febre Sim Sim Dispneia Sim Sim Sim Fadiga Graves
Hospitalização
Neurológicos (Sim ou % de doentes) Não DisguesiaAnosmia
Não 13 4 37
Respiratórios que exigiu hospitalização agravadaDispneia Pneumonia SRDA
Duração (dias) 42 65 33 111 382 61 (20 104)3
UCI (Sim ou % doentes)
Não Sim Sim Sim Sim 68
Traqueotomia (Sim ou % de doentes) Não Não Sim 52 4 36 80 respiratórioSuporte
Ventilação mecânica Não Sim Sim Sim Sim Sim Intubação (% de doentes) 78 7 100
Extubação % de doentes 70 9 Tempo (dias) 11 21 19 142 (3 21)3
Suporte nutricional Sonda nasogástrica (Sim ou % de doentes) Sim Nutriçãoparental Sim 36 88 N amostra;UCI Unidade de Cuidados Continuados; 1Média; 2Mediana (Mínimo Máximo); 3(Mínimo Máximo); ( ) Não referido
14 19
X - 202210-18
Disfagia COVID-19 10-18COVID-19 Dysphagia
vação com a FEES como, a Murray Secretion Scale (MSS) [Escala de secreção de Murray], Penetration -Aspiration Scale (PAS) [Escala de penetração-aspi ração], Yale Pharyngeal Residue Severity Scale (YPRS) [Escala de gravidade de resíduos faríngeos], e o uso da International Dysphagia Diet Standardization Initia tive (IDSSI) na determinação das consistências ali mentares (Regan et al., 2021; Sandblom et al., 2021) (Tabela 3).
Três estudos (50%) identificaram na avaliação si nais neurológicos, por exemplo, ausência ou lentidão da ativação dos reflexos, alterações da sensibilidade, disfunção laringofaríngea, mas também sinais como, acumulação de resíduos e aspiração (Aoyagi et al., 2020; Cavalagli et al., 2020; Sandblom et al., 2021) (Tabela 3).
A utilização de estratégias compensatórias e/ou terapêuticas na gestão da disfagia foi mencionada em 83.3% dos estudos (Can et al., 2021; Cavalagli et al., 2020; Aoyagi et al., 2020; Archer et al., 2021; Re gan et al., 2021) (Tabela 3). As estratégias reportadas, ou seja, o conjunto de procedimentos operacionais para atingir os objetivos de forma eficaz, foram as manobras de compensação (p.e., alteração das con sistências alimentares), e exercícios de força e preci são (p.e., Chin tuck against resistance exercise (CTAR)).
Discussão
Caraterização dos doentes
A informação disponível indica que a maioria dos doentes hospitalizados por COVID-19 com disfagia
Tabela 3. Atuação no âmbito da disfagia
Tabela 3. Atuação no âmbito da disfagiaCan
Avaliação da disfagia Equipa envolvida
et (2021)al., Aoyagi et al., (2020) Cavalagli et al., (2020) Archer et al., (2021) Regan et al., (2021) Sandblom et al., (2021)
1 NeurologistaTF
FisioterapeutaEnfermeiroTF
Rastreio da disfagia Teste de água Avaliação
TF TF
Força da língua Não Não IOPI Não Não IOPI Observação laringofaríngea& Protocolosdeanálise FEES| PAS Videofluroscopia Não Videofluroscopia(43%)dosdoentes Não MSS|FEES&PAS|YPRS
Instrumentos clínicos funcionais EAT 10 FOIS| DOSS FOIS| TOM FOIS| FOIS Consistências alimentares usadas Líquido
Fino Água Água Água Água Espessado Água Água Pastoso Iogurte Sinais observados
Reflexos
Vómito Não Ausente Ausente Laríngeo Ausente Atraso Faríngeo Atraso Deglutição Ausente
Tosse Reduzida Reduzida Reduzida Alterações sensibilidadeda Laringofaríngea Sim Língua Sim Disfunção laringofaríngea Reduçãoelevaçãodalaríngea Mobilidadedaspregasvocais
Acumulação de resíduos Sim Sim Sim Sim Aspiração Pneumonia Pneumonia Sim Sim Sim Estratégias compensatórias e/ou terapêuticas
Manobras de compensação Sim Sim Sim Sim Sim Exercícios (força e função) Sim Sim Sim
TF – Terapeuta da Fala; IOPI - Iowa Oral Performance Instrument; FEES - Avaliação Endoscópica da Deglutição; PAS - Penetration Aspiration Scale; MSS - Murray Secretion Scale; YPRS - Yale Pharyngeal Residue Severity Scale; EAT 10 - Eating Assessment Tool; DOSS - Dysphagia Outcome and Severity Scale; FOIS Functional Scale of Oral Intake; TOM Therapy Outcome Measures; (-------) - Não referido
15
são do género masculino. A prevalência mais eleva da de homens com doença COVID-19 foi confirmada na literatura (Rodriguez-Morales et al., 2020). Quanto às idades, apesar de heterogéneas existe uma maior prevalência acima dos 65 anos o que confirma o refe rido na literatura para doentes mais velhos, nos casos de perturbações mais graves (Mao et al., 2020). As comorbilidades mais citadas (hipertensão, diabetes e doença cardíaca) assim como a prevalência de doen ças cérebro-vasculares (AVC) em doentes COVID-19, também identificadas na presente revisão, corrobo ram o descrito na literatura (Rodiguez-Morales et al., 2020, Mao et al., 2020).
O número médio de comorbilidades referidas (n=2) pode estar relacionado com a idade (enve lhecimento) e, naturalmente, constitui maior vul nerabilidade para perturbação da deglutição. As perturbações da deglutição têm sido cada vez mais reconhecidas pelos profissionais de saúde e o início destas alterações em idosos saudáveis, entendidas como presbifagia, podem ser silenciosas e de pro gressão lenta, uma vez que ocorrem em paralelo com o processo de envelhecimento normal (Lima Alva renga et al., 2018).
A duração do tempo de internamento reportada é tendencialmente elevada com relato de admissão em UCI, necessidade de suporte respiratório e suporte nutricional podendo verificar-se que as pessoas com doença COVID-19 grave, com idades mais avança das, com comorbilidades/fatores de risco, sujeitas a hospitalização prolongada e intervenções invasivas têm maior risco de disfagia. Este facto está em conso nância com a literatura (Mao et al., 2020; Rodriguez -Morales et al., 2020).
Atuação no âmbito da disfagia
O TF é mencionado na equipa de avaliação da dis fagia o que está de acordo com o seu perfil funcional (Archer et al., 2021). No estudo de Archer et al. (2021) é referido o rastreio realizado por enfermeiros e a avaliação clínica da deglutição por TF, estando em consonância com a declaração de posição da Euro pean Society for Swallowing Disorders (ESSD) que indi ca a necessidade de uma equipa multidisciplinar na abordagem da disfagia no adulto (ESSD, 2013). Con templar o rastreio e avaliação clínica está de acordo com as recomendações da declaração de posição da ESSD para a atuação na disfagia no adulto, isto é: o rastreio deve ser realizado em caso de suspeita de risco de disfagia ou falhas na proteção da via aérea inferior e, em caso positivo, deverá ser encaminhado para avaliação pelo TF (ESSD, 2013).
Na avaliação funcional da disfagia, na maioria dos estudos (66.6%), foram utilizados métodos ins trumentais (videofluroscopia da deglutição e vi
deoendoscopia da deglutição), clínicos funcionais (p.e., FOIS; TOM), diferentes consistências de ali mentos (tendo em atenção a segurança do doente), o que está de acordo com as orientações da ESSD (2013). Nos estudos de Cavalagli et al. (2020) e Regan et al. (2021) em que não foram usados métodos de avaliação instrumental os autores justificaram pela dificuldade de acesso a este tipo de avaliação (FEES) ou por imposição das regras sanitárias durante a pandemia (Cavalagli et al., 2020; Regan et al., 2021) o que é compreensível, embora assim que possível a opção deva ser a utilização desta avaliação de re ferência pois é a única que permite a visualização da morfologia e funcionalidade faringolaríngea e al guns sinais de disfagia, tais como acumulação de re síduos faríngeos e aspiração (Sandblom et al., 2021; ESSD, 2013). A escala de classificação mais usada foi a FOIS, o que para as situações graves reportadas, permite identificar o grau de ingestão oral. Já os as petos relacionados com o impacto dos sintomas na qualidade de vida, na opinião do doente, foi apenas abordado num dos estudos através da utilização do EAT-10 (Can et al., 2021). Poderá especular-se que a utilização deste Patient Reported Outcome Measure (PROM) foi possível porque o doente em causa foi analisado numa fase de readmissão hospitalar não urgente, enquanto nos outros estudos (n=291), os doentes foram avaliados em situação urgente de ne cessidade de internamento face à doença COVID-19 ou Após-extubação.utilizaçãode estratégias compensatórias e/ou terapêuticas no momento da avaliação, referido na maioria dos estudos (83.3%), cumpre os princípios elementares da atuação do TF na disfagia: segurança (p.e., diminuição do grau de aspiração de alimentos) e saúde (p.e., diminuição do risco de pneumonia por aspiração) dos doentes.
Limitações do estudo
O estudo apresenta algumas limitações que de vem ser consideradas em estudos futuros. A presente revisão aborda apenas a disfagia e ignora as altera ções laríngeas e disfonia mencionadas em dois estu dos (Regan et al., 2021; Sandblom et al., 2021) o que não contribui para a evidência de todas comorbilida des no âmbito da atuação do TF. Em próximas revi sões sugere-se a inclusão da análise sobre a disfonia em doentes COVID-19. Por outro lado, apesar da pre sente revisão evidenciar a importância do estudo da disfagia associada à doença COVID-19, as limitações metodológicas dos estudos analisados (p.e., idades, dimensão das amostras, limitações nas informações disponibilizadas) podem não representar a verda deira «imagem» da situação. Por exemplo, embora a maioria dos doentes sejam de idades avançadas não
16
REVISTA PORTUGUESA DE TERAPIA DA FALA | VOLUME 13 - ANO X - 202210-18
Disfagia COVID-19 10-18COVID-19 Dysphagia
é possível identificar nos dois estudos que incluem jovens qual a percentagem dos mesmos em relação às idades mais avançadas. Neste caso desconhece-se se a idade contribuiu para o viés dos resultados nes ses estudos. Ainda, na utilização da avaliação instru mental com FEES e videofluroscopia da deglutição a maioria dos estudos não informa se todos os doentes foram avaliados ou se pelo contrário foi apenas uma parte, como informa um estudo em que a videoflu roscopia da deglutição só foi utilizada em 4.3% da população estudada. Deste modo a evidência sobre os sinais fisiológicos da disfagia é limitada. Por fim, embora tenha sido referido o tipo de estudos anali sados, não foi considerada a análise do nível de evi dência dos mesmos, o que limita a possibilidade de interpretação da qualidade da informação disponi bilizada. De facto, os estudos incluídos na presente revisão (estudos de caso e de coorte) são de nível de evidência 4 e 3 de acordo com o Oxford Centre for Evi dence-Based Medicine (Howick et al., 2011) pelo que a síntese da informação realizada permite identificar a eficiente de atuação na disfagia pós-COVID, mas não a sua eficácia face à inexistência de estudos clínicos aleatorizados, o que constitui uma limitação para a prática baseada na evidência em terapia da fala.
Conflito de interesses
Os autores declaram não terem atividades, com pensações financeiras e/ou interesses que possam ter interferido nos resultados do estudo.
REFERÊNCIAS
Aoyagi, Y., Ohashi, M., Funahashi, R., Otaka, Y., & Saitoh, E. (2020). Oropharyngeal Dysphagia and Aspiration Pneumonia Fol lowing Coronavirus Disease 2019: A Case Report. Dysphagia, 35(4), 545–548. https://doi.org/10.1007/s00455-020-10140-z
Archer, S. K., Iezzi, C. M., & Gilpin, L. (2021). Swallowing and Voice Outcomes in Patients Hospitalized With COVID-19: An Observational Cohort Study. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 102(6), 1084–1090. https://doi.org/10.1016/j. Branco,apmr.2021.01.063C.,Portinha, S. (2017). Disfagia no adulto – da teoria à prática (1º edição). Lisboa: Papa-Letras.
Brugliera, L., Spina, A., Castellazzi, P., Cimino, P., Arcuri, P., Ne gro, A., Houdayer, E., Alemanno, F., Giordani, A., Mortini, P., & Iannaccone, S. (2020). Nutritional management of COVID-19 patients in a rehabilitation unit. European Journal of Clinical Nutrition, 74(6), 860–863. https://doi.org/10.1038/s41430-020-0664-x
Can, B., İsmagulova, N., Enver, N., Tufan, A., & Cinel, İ. (2021). Sarcopenic dysphagia following COVID-19 infection: A new dan ger. Nutrition in Clinical Practice : Official Publication of the American Society for Parenteral and Enteral Nutrition, 36(4), 828–832. https:// Cavalagli,doi.org/10.1002/ncp.10731A.,Peiti,G.,Conti, C., Penati, R., Vavassori, F., &
Taveggia, G. (2020). Cranial nerves impairment in post-acute oropharyngeal dysphagia after COVID-19. European Journal of Physical and Rehabilitation Medicine, 56(6), 853–857. https://doi. deorg/10.23736/S1973-9087.20.06452-7Sire,A.,Andrenelli,E.,Negrini,F., Patrini, M., Lazzarini, S. G., Ceravolo, M. G., Kiekens, C., Arienti, C., Ceravolo, M. G., Côté, P., Cusick, A., Gimigliano, F., Heinemann, A., Mills, J. A., Ratho re, F., Rizzi, M., Verheyden, G., Walshe, M., & Negrini, S. (2021). Rehabilitation and COVID-19: A rapid living systematic review by cochrane rehabilitation field updated as of December 31st, 2020 and synthesis of the scientific literature of 2020. European Journal of Physical and Rehabilitation Medicine, 57(2), 181–188. https://doi. deorg/10.23736/S1973-9087.21.06870-2LimaAlvarenga,E.H.,Dall’Oglio, G. P., Murano, E. Z., & Abrahão, M. (2018). Continuum theory: presbyphagia to dyspha gia? Functional assessment of swallowing in the elderly. European Archives of Oto-Rhino-Laryngology, 275(2), 443–449. https://doi. Europeanorg/10.1007/s00405-017-4801-7SocietyforSwallowing Disorders (2013). Dysphagia, 28(2), 280–335. https://doi.org/10.1007/s00455-013-9455-z Frajkova, Z., Tedla, M., Tedlova, E., Suchankova, M., & Geneid, A. (2020). Postintubation Dysphagia During COVID-19 Outbrea k-Contemporary Review. Dysphagia, 35(4), 549–557. https://doi. Groher,org/10.1007/s00455-020-10139-6M.,E.,Crary,M.,A.,(2012). Dysphagia Clinical Manage ment in Adults and Children (2º edição). Missouri: Elsevier. House, N. (2020). Intensive care national audit & research centre reporto n COVID-19 in critical care. May, 1-35. Howick, J., Chalmers, I., Glasziou, P., Greenhalgh, T., Heneghan, C., Liberati, A., Moschetti I., Phillips, B., & Thornton, H. “The 2011 Oxford CEBM Levels of Evidence (Introductory Document)” Oxford Centre for Evidence-Based Medicine. patientstodrade,Lima,2022resources/levels-of-evidence/ocebm-levels-of-evidence.https://www.cebm.ox.ac.uk/25-05-23:47.M.S.de,Sassi,F.C.,Medeiros,G.C.,Ritto,A.P.,&AnC.R.F.de.(2020).PreliminaryresultsofaclinicalstudyevaluatetheperformanceandsafetyofswallowingincriticalwithCOVID-19. Clinics (Sao Paulo, Brazil), 75, e2021. ht Mao,tps://doi.org/10.6061/clinics/2020/e2021L.,Jin,H.,Wang,M.,Hu,Y.,Chen, S., He, Q., Chang, J., Hong, C., Zhou, Y., Wang, D., Miao, X., Li, Y., & Hu, B. (2020). Neurologic Manifestations of Hospitalized Patients with Coro navirus Disease 2019 in Wuhan, China. JAMA Neurology, 77(6), 683–690. https://doi.org/10.1001/jamaneurol.2020.1127
Regan, J., Walshe, M., Lavan, S., Horan, E., Gillivan Murphy, P., Healy, A., Langan, C., Malherbe, K., Flynn Murphy, B., Cremin, M., Hilton, D., Cavaliere, J., & Whyte, A. (2021). Post-extubation dysphagia and dysphonia amongst adults with COVID-19 in the Republic of Ireland: A prospective multi-site observational cohort study. Clinical Otolaryngology : Official Journal of ENT-UK ; Official Journal of Netherlands Society for Oto-Rhino-Laryngology & Cervico-Facial Surgery, 46(6), 1290–1299. https://doi.org/10.1111/ Richardson,coa.13832
S., Hirsch, J. S., Narasimhan, M., Crawford, J. M., Mc Ginn, T., Davidson, K. W., Barnaby, D. P., Becker, L. B., Chelico, J. D., Cohen, S. L., Cookingham, J., Coppa, K., Diefenbach, M. A., Dominello, A. J., Duer-Hefele, J., Falzon, L., Gitlin, J., Hajizadeh, N., Harvin, T. G., … Zanos, T. P. (2020). Presenting Characteristi cs, Comorbidities, and Outcomes among 5700 Patients Hospitali zed with COVID-19 in the New York City Area. JAMA - Journal of the American Medical Association, 323(20), 2052–2059. https://doi.
Rodriguez-Morales,org/10.1001/jama.2020.6775A.J.,Cardona-Ospina, J. A., Gutiérrez-Ocam
17
REVISTA PORTUGUESA DE TERAPIA DA FALA | VOLUME 13 - ANO X - 202210-18
findings in COVID-19 patients treated in the ICU—An observa tional clinical study. PLoS ONE, 16(6 June), 1–17. https://doi. So,org/10.1371/journal.pone.0252347H.,Mak,J.W.Y.,So,J.,Lui,G., Lun, F., Lee, J., Chan, S., Ho, C., Chan, J. M. C., Kong, S. P., Ng, W. L., & Tam, L. S. (2020). In cidence and clinical course of COVID-19 in patients with rheuma tologic diseases: A population-based study. Seminars in Arthritis and Rheumatism, 50(5), 885–889. https://doi.org/10.1016/j.semar thrit.2020.07.012
Zhu, N., Zhang, D., Wang, W., Li, X., Yang, B., Song, J., Zhao, X., Huang, B., Shi, W., Lu, R., Niu, P., Zhan, F., Ma, X., Wang, D., Xu, W., Wu, G., Gao, G. F., & Tan, W. (2020). A Novel Coronavi rus from Patients with Pneumonia in China, 2019. New England Journal of Medicine, 382(8), 727–733. https://doi.org/10.1056/ne jmoa2001017
18 po, E., Villamizar-Peña, R., Holguin-Rivera, Y., Escalera-Antezana, J. P., Alvarado-Arnez, L. E., Bonilla-Aldana, D. K., Franco-Pare des, C., Henao-Martinez, A. F., Paniz-Mondolfi, A., Lagos-Grisa les, G. J., Ramírez-Vallejo, E., Suárez, J. A., Zambrano, L. I., Villa mil-Gómez, W. E., Balbin-Ramon, G. J., Rabaan, A. A., Harapan, H., … Sah, R. (2020). Clinical, laboratory and imaging features of COVID-19: A systematic review and meta-analysis. Travel Medi cine and Infectious Disease, 34(February), 101623. https://doi.or Sá,g/10.1016/j.tmaid.2020.101623R.,Pinho-Bandeira,T.,Queiroz, G., Matos, J., Ferreira, J. D., & Rodrigues, P. P. (2020). COVID-19 and Its Symptoms’ Panoply: A Case-Control Study of 919 Suspected Cases in Locked-Down Ovar, Portugal. Portuguese Journal of Public Health, 38(3), 151–158. Sandblom,https://doi.org/10.1159/000514925H.O.,Dotevall,H.,Svennerholm, K., Tuomi, L., & Finizia, C. (2021). Characterization of dysphagia and laryngeal
REVISTA PORTUGUESA DE TERAPIA DA FALA
Submetido: 13-04-2022 Aceite: 07-07-2022 Online: 26-07-2022
SYSTEMATICINSTRUMENTS:ABILITIESAUDITORYREVISÃOTEMPORAISDASDEINSTRUMENTOSAVALIAÇÃOHABILIDADESAUDITIVAS:SISTEMÁTICATEMPORALASSESSMENTREVIEW
RESUMO
Andrezza Gonzalez Escarce1, Danielle Cristine Marques2, Stela Maris Aguiar Lemos3
1Programa de Pós Graduação em Neurociências, Instituto de Ciências Bioló gicas, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Belo Horizonte (MG), 2Brasil.
Fonoaudióloga, Programa de Pós Graduação em Ciências Fonoaudiológi cas, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Belo Horizonte (MG),
3Brasil.Programa
de Pós Graduação em Neurociências, Instituto de Ciências Bioló gicas, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Belo Horizonte (MG), Brasil.
Objetivo: Realizar revisão sistemática de artigos publicados que utilizaram instrumentos para avaliação dos aspectos temporais auditivos em crianças e adolescentes. Métodos: A pergunta norteadora foi “Quais os instrumentos mais utilizados na avaliação dos aspectos auditivos temporais em crianças e adolescentes?”. As bases de dados incluídas na pesquisa foram Biblioteca Nacional de Medicina (PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Cochrane, Scopus e CINAHL. Como critérios de inclusão adotou-se: estudos artigos originais de pesquisa que respondessem a pergunta norteadora e excluídos os duplicados, com faixa etária diferente da do estudo, relatos de casos, cartas ao editor, resumos em anais de congresso, cartas ao editor, dissertações ou teses e capítulos de livros. Para análise dos dados, inicialmente, duas pesquisadoras realizaram, de forma independente, a leitura dos títulos e resumos. Posteriormente essa seleção foi comparada, em reunião de consenso, e os casos divergentes resolvidos por uma terceira pesquisadora. Após essa definição, os artigos selecionados foram lidos na íntegra para análise. Resultados: 2.124 artigos entraram para a leitura de títulos e resumos, sendo 121 selecionados para reunião de consenso. Após reunião, 101 foram lidos na íntegra, dos quais 28 foram incluídos na revisão. Conclusão: A revisão siste mática revelou que os instrumentos mais utilizados foram os de ordenação temporal, seguidos dos de resolução temporal. A maior parte dos estudos abordaram alterações de habilidades temporais auditivas e linguagem. Os instrumentos mais utilizados foram os que avaliam a habilidade de ordenação temporal simples (memória de sons verbais e não verbais). A maioria dos estudos pesquisou apenas uma das habilidades.
PALAVRAS-CHAVE: Percepção Auditiva; Testes Auditivos; Inquéritos e Questionários; Criança; Adolescente.
ABSTRACT Purpose: To perform a systematic review of published articles using instruments to assess auditory temporal aspects in children and adolescents. Me thods: The guiding question was “What instruments are used to assess temporal auditory aspects in children and adolescents?” and consisted of the first stage of the review. The databases included in the research were the National Library of Medicine and the Virtual Health, Cochrane, Scopus e CINAHL. The following inclusion criteria were adopted: studies original research articles that answered the guiding question and the duplicates were excluded, with a different age range than the study, case reports, letters to the editor, abstracts in conference proceedings, letters to the editor, dissertations or theses and book chapters. For data analysis, initially, two researchers independently performed the reading of the titles and abstracts. This selection was later compared at a consensus meeting and the divergent cases were resolved by a third researcher. After this definition, the selected articles were thoroughly read for the analysis. Results: 2.124 articles were referred for reading for titles and abstracts, of which 121 were selected for the consensus meeting. After the meeting, 101 have a careful reading, of which 28 were included in the review. Conclusion: the systematic review revealed that the most used tests were those of temporal ordering, followed by those of temporal resolution. Most studies have addressed changes in temporal auditory and language skills. The most used instruments were those that evaluate the ability of simple temporal ordering (memory of verbal and non-verbal sounds). Most studies researched only one of the skills.
KEYWORDS: Auditory Perception; Hearing Tests; Surveys and Questionnaires; Child; Adolescent.
Autor correspondente: Andrezza Gonzalez Escarce, Email: andrezza.ge@gmail.com dx.doi.org/10.21281/rptf.2022.13.03
19 ARTIGO REVISTA PORTUGUESA DE TERAPIA DA FALA | VOLUME 13 - ANO X - 2022
Introdução
O processamento auditivo central refere-se aos mecanismos e processos do sistema auditivo respon sáveis pelas habilidades de localização e lateraliza ção sonora, discriminação auditiva, reconhecimento de padrões auditivos, aspectos temporais e desempe nho auditivo (American Speech-Language-Hearing Association ASHA, 1996). Dessa forma, o desenvol vimento dessas habilidades permite ao indivíduo in terpretar o que ouvir (Terto & Lemos, 2011).
Dentre essas habilidades do processamento audi tivo, ressaltam-se as habilidades temporais, respon sáveis pela capacidade de o indivíduo perceber um som, assim como uma alteração no seu padrão, em um espaço limitado de tempo (Pereira & Schochat, 2011; Shinn, 2003). Além disso, estudos (Bazílio, 2010; Jiang et al., 2015; Pereira & Schochat, 2011; Ronen et al., 2018; Vollmer & Beitel, 2011) apontam as habili dades auditivas temporais como a base do processa mento auditivo, visto sua importância e ligação com o desenvolvimento/percepção da linguagem e fala (identificação de fonemas, sílabas, palavras e frases).
As habilidades auditivas temporais são divididas em quatro categorias - ordenação ou sequencializa ção temporal (capacidade de processar múltiplos es tímulos auditivos apresentados em uma determinada ordem de apresentação) (Pereira & Schochat, 2011; Shinn, 2003; Terto & Lemos, 2011); resolução ou acui dade temporal (o menor tempo no qual é possível pro cessar e discriminar dois estímulos auditivos) (Pereira & Schochat, 2011; Shinn, 2003; Terto & Lemos, 2011); integração ou somação temporal (somação da ativida de neuronal decorrente da adição da duração de outra energia sonora) (Samelli & Schochat, 2008); e mascara mento temporal (permite a percepção de um estímulo mesmo na presença de um som mascarador ou mais intenso) (Samelli & Schochat, 2008).
Vale considerar que os testes clínicos para avalia ção das categorias das habilidades do processamento temporal são restritos e avaliam apenas as habilida des de ordenação e resolução temporais (Pereira & Schochat, 2011; Terto & Lemos, 2011). Assim, para avaliação dessas habilidades poderão ser utilizados tanto testes comportamentais, realizados em cabina tratada acusticamente, quanto exames eletrofisio lógicos (Carvalho et al., 2015). Tais testes permitem identificar as habilidades alteradas e, consequen temente, ajudam na proposição de intervenção. No entanto, como não há uma padronização ou um teste padrão ouro, não existe um consenso sobre quais tes tes devem ser utilizados. Dessa forma, a presente re visão justifica-se como forma de identificar quais são os instrumentos mais utilizados, na literatura, para avaliação das habilidades auditivas temporais.
O objetivo deste estudo foi realizar revisão siste mática de artigos publicados que utilizaram instru mentos para avaliação dos aspectos temporais audi tivos em crianças e adolescentes.
Métodos
Trata-se de revisão sistemática de literatura, cujo delineamento seguiu recomendação nacional (Berwanger et al., 2007) e internacional (Page et al., 2021). O relato apresentado está em consonância com o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews (PRISMA) (Page et al., 2021) e registrado na base In ternational Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) (University of York, 2015), sob número CRD42020153278
Procedimentos
A primeira fase da pesquisa constou da elabora ção da pergunta norteadora - “Quais os instrumentos mais utilizados na avaliação dos aspectos auditivos tempo rais em crianças e adolescentes?”
Definida a pergunta, foram selecionados os des critores a serem utilizados com base nos temas au dição, aspectos auditivos temporais e instrumentos, crianças e adolescentes. Para tal, foi realizada a busca pelos por meio de descritores e temas livres (concei tos amplos que não precisam ser necessariamente descritores). A pesquisa pelos descritores foi reali zada no Descritores em Ciências da Saúde (DeCS)/ Medical Subject Headings (MESH). Após a seleção, os descritores em inglês, espanhol e português, foram combinados em equação de busca por meio do uso dos operadores booleanos “AND” e “OR”.
Seguido da definição da equação foi realizada a pesquisa bibliográfica com nas bases de dados ele trônicas Biblioteca Nacional de Medicina (PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Cochrane, Scopus e CINAHL, no período compreendido entre junho de 2019 e outubro de 2020. A busca contemplou artigos nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa e não teve restrição de período.
Com o objetivo de evitar vieses foram utilizadas as orientações contidas no manual da Cochrane.
Critérios de seleção
Foram incluídos na seleção dos estudos artigos originais de pesquisa que respondessem à pergunta norteadora. Foram excluídos artigos duplicados nas bases de dados e com população fora da faixa etária proposta (crianças e adolescentes, ou seja, até 18 anos de idade), levando em consideração os níveis de evi dência científica, os relatos de casos, cartas ao editor, resumos em anais de congresso, cartas ao editor, dis sertações ou teses e capítulos de livros.
20
REVISTA PORTUGUESA DE TERAPIA DA FALA | VOLUME 13 - ANO X - 202219-30
Quanto ao processo operacional da pesquisa, as fases de leitura e avaliação dos títulos e resumos foram realizadas por duas pesquisadoras indepen dentes. As fases de leitura de textos na íntegra, de extração de dados e de elaboração da síntese foram conduzidas por uma pesquisadora.
Análise dos dados
A análise dos dados constou de três etapas. Na primeira etapa, duas avaliadoras realizaram, de for ma independente, a leitura dos títulos e resumos dos artigos, tendo como referência os critérios de seleção estabelecidos. A análise foi realizada em planilha padronizada no Microsoft Excel e cada avaliadora deveria responder “sim”, “não” ou “tal vez” para inclusão do artigo na pesquisa. Após essa análise inicial, foi realizada uma reunião de con senso, no qual as duas avaliadoras iniciais e outra pesquisadora verificaram os artigos selecionados. Dessa forma, os artigos que receberam classificação “sim” pelas duas avaliadoras foram incluídos para leitura na íntegra, assim como os que receberam a resposta “sim” e “talvez”. Já para os casos em que as duas avaliadoras classificaram como “não”, o ar tigo foi excluído, o mesmo ocorrendo para a classi ficação “não” e “talvez”. Por fim, quando uma ava liadora respondeu “sim” e a outra “não”, a terceira pesquisadora realizou a leitura do título e resumo para definição e consenso final, ou seja, se o artigo entraria ou não para leitura na íntegra (1ª matriz de evidência).
A segunda etapa foi composta pela a leitura na ín tegra, agora por uma avaliadora, dos artigos que fo ram selecionados após a reunião de consenso. Após leitura, foi definido se o artigo seria ou não incluído na revisão (2ª matriz de evidência).
Na terceira etapa foi realizada análise detalhada dos artigos selecionados, por meio do método Prisma (Page et al., 2021). A extração dos dados foi realiza da em planilha eletrônica que constou das seguintes informações: a) dados descritivos do estudo (local de realização, ano da coleta); b) aspectos de amostragem tamanho da amostra, faixa etária, sexo; e c) dados metodológicos (objetivo do estudo, aspecto temporal avaliado, instrumentos utilizados).
Resultados
A análise inicial realizada nas bases PubMed, BVS, Cochrane, Scopus e CINAHL revelou 2.301 ar tigos, dos quais 1.878 estavam na primeira base, 203 na segunda, 60 na terceira, 160 na quarta e 0 na últi ma, respetivamente. Após leitura inicial do título e resumo, 177 foram excluídos por estarem replicados nas bases e 2.003, após leitura de título e resumo, por
não estarem de acordo com os critérios, totalizando 121 artigos para a reunião de consenso.
Após a reunião de consenso (1ª matriz de evidên cia), 101 artigos foram selecionados para leitura na íntegra. Após a leitura, 73 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão (não responde ram à pergunta norteadora, nível de evidência cien tífica e faixa etária dos participantes). Dessa forma, 28 artigos foram incluídos na análise final (Figura 1).
Figura 1. Fluxograma da seleção de artigos para re visão
Discussão
Dos 28 artigos incluídos na revisão (Tabela 1), observa-se que 21, ou seja, a maioria, foram publica dos no Brasil (Amaral et al., 2019; Balen et al., 2009; Barreira et al., 2011; Durante et al., 2017; Dutra et al., 2016; Escalda et al., 2011; Fortes et al., 2007; Garcia et al., 2019; I. M. P. Souza et al., 2018; Souza et al., 2015; Leite Filho et al., 2017; Melo et al., 2016; Mourão et al., 2012; Nardez et al., 2019; Oliveira et al., 2018; Re zende et al., 2016, 2019; Shinn et al., 2009; Souza et al.,
Figura 1 Fluxograma da seleção de artigos para revisão
Figura 1 Fluxograma da seleção de artigos para revisão
Avaliação habilidades temporais: Revisão sistemática 19-30Auditory temporal abilities: Systematic review
21
25
REVISTA PORTUGUESA DE TERAPIA DA FALA | VOLUME 13 - ANO X - 202219-30
2019), além de um ter sido realizado em parceria do Brasil com o Estados Unidos (Zaidan & Baran, 2013). Outros países com publicações foram Grécia (Iliadou & Bamiou, 2012; Iliadou et al., 2014), com duas publi
Tabela 1. Estudos selecionados para revisão
cações; Índia (Yathiraj & Maggu, 2013), Nova Zelân dia (Hautus et al., 2003), Portugal (Nunes et al., 2013) e Reino Unido (Dawes et al., 2009), todos com uma publicação.
AUTOR(ES)
Fortes et al.
Balen et al.
Dutra et al.
Barreira et al. Escalda ETÁRIA AMOSTRA
5 a 6 anos 90 (44 Grupo 1 e 25 Grupo 2)
OBJETIVO
UTILIZADOESTUDADATEMPORALHABILIDADEAUDITIVAETESTE
Verificar o comportamento auditivo de resolução temporal de crianças na faixa etária de cinco a seis anos, nascidas pré-termo, sem evidência de alterações neurológicas e compará-lo com o mesmo comportamento de crianças na mesma faixa etária, nascidas a termo, com baixo risco para alteração do desenvolvimento, considerando as variáveis: limiar de detecção de intervalo de tempo por frequência sonora apresentadanapré-estabelecidaformabinaural e monoaural por ordem de orelha que iniciou o teste e o gênero
7 a 10 anos 31 escola).aulasescola;aulas(Grupodivididas565377exposiçãoeforma–gruposdivididos5212-17criançasauditivaG2-comgruposdivididosparticipantesemtrês(G1-criançasaudiçãonormal;criançascomperdacondutiva;eG3-comTPAC)anosparticipantesemdois(GrupoExpostoexpostosdealgumaaomercúrioGrupoCaso–semaomercúrio)a12anosparticipantesanosparticipantesemdoisgruposEstudo-comdemúsicanaGrupoCaso-semdemúsicana
Comparar a resolução temporal de crianças com audição normal, perda auditiva condutiva e distúrbios do processamento Compararauditivo o desempenho nos testes comportamentais de processamento auditivo central entre adolescentes expostos e não expostos ao mercúrio Investigarmetálico.
o desempenho de escolares de 7 a 12 anos de idade, sem queixas auditivas, no teste Gaps-in-Noise (GIN).
Investigar as relações entre experiência musical, habilidades de processamento auditivo e de consciência fonológica de crianças de 5 anos de idade com e sem experiência musical
- Resolução temporal temporal -(RGDT)Ordenação temporal (MSV e MSNV, TPD e TPF)
- Resolução temporal -(GIN)Ordenação temporal (MSV e MSNV)
22
et al. ANO 20112011201020092007 LOCAL BrasilBrasilBrasilBrasilBrasil DELINEAMENTO comparativoDescritivoanalíticoObservacionalComparativoComparativoComparativotransversal FAIXA
E
-(RGDT)Resolução
OBJETIVO
UTILIZADOESTUDADATEMPORALHABILIDADEAUDITIVAETESTE
Verificar a correlação entre os resultados da avaliação do processamento auditivo envolvendo a habilidade de ordenação temporal simples de sons verbais e não verbais, com as variáveis: idade, sexo, queixas e hipóteses fonoaudiológicas.
Investigar ordenação temporal simples e localização sonora de crianças, associação com recursos do ambiente familiar e desenvolvimento da linguagem
Investigar os aspectos temporais auditivos de crianças de 7 a 12 anos de idade com mau desempenho escolar e a associação com comportamentais,aspectospercepção de saúde, perfil escolar e saúde e fatores sociodemográficos
Avaliar processamento auditivo central de crianças expostas ao mercúrio no período pré-natal.
Investigar os efeitos do treinamento computadorizadoauditivo(TAC) por meio da análise do desempenho em testes comportamentais e da Escala de Funcionamento Auditivo (SAB), em crianças com distúrbio do processamento auditivo (DPA) e sistema fonológico típico e atípico.
Determinar o efeito do tabagismo passivo no desempenho na resolução temporal auditiva em crianças do ensino fundamental, com base na hipótese que a exposição ao tabagismo compromete o desempenho nessa
Compararhabilidade.crianças com SAOS ou ronco primário (PS) para crianças sem distúrbios respiratórios do sono no que diz respeito ao desempenho no teste Gaps-in-Noise (GIN) e no questionário Scale of Auditory Behaviors (SAB).
- Ordenação temporal (MSV e MSNV)
- Ordenação temporal (MSV e MSNV)
- Ordenação temporal (MSV e MSNV)
- Resolução temporal
-(RGDT)Ordenação temporal (MSV e MSNV)
- Resolução temporal
-(RGDT)Resolução temporal
-(GIN)Resolução temporal (GIN)
23 Avaliação habilidades temporais: Revisão sistemática 19-30Auditory temporal abilities: Systematic review AUTOR(ES) Mourão et al. Souza et al. Rezende et al. Dutra et al. Melo et al. Durante et al. Filho et al. ANO 2017201720162016201620152012 LOCAL BrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasil DELINEAMENTO TransversalCaso-controleexperimentallongitudinaltransversal,Comparativo,TransversalanalíticoObservacionalanalíticoObservacional,descritvoRetrospectivotransversaltransversaltransversale FAIXA ETÁRIA E AMOSTRA 4-7 eRonco(Grupoem376-1290MédiaTPAC)transtornoTPACtranstorno(G1-Criançasem147-8908-10897924-5400anosparticipantesanoscriançasa12anosparticipantesanosparticipantesanosparticipantes,divididosdoisgruposcomfonológicoeeG2-Criançassemfonológicoe10anos(45emcadagrupo)anosparticipantes,divididostrêsgruposSAOS;GrupoprimárioGrupocontrole)
OBJETIVO
UTILIZADOESTUDADATEMPORALHABILIDADEAUDITIVAETESTE
Analisar a associação entre habilidades de ordenação temporal simples e complexa e tarefas de competência leitora em escolares.
Analisar as habilidades auditivas, de linguagem, motoras e sociais e propor uma triagem do desenvolvimento infantil para Associarpré-escolares.acompetência leitora
em palavras e pseudopalavras de escolares de 7 a 10 anos de idade, segundo as variáveis sexo, idade, desempenho escolar e habilidades Analisarauditivas.o
desempenho de escolares em uma bateria de triagem do processamento auditivo e comparar com um questionário de autopercepção. Além disso, comparar as respostas das crianças com questionário respondido pelos
Estudarpais.
a versão inicial e propor ajustes e melhorias para a versão final de um novo programa online, elaborado para triagem das habilidades auditivas em escolares, denominado “audBility”.
Verificar se alunos rastreados com processamento auditivo temporal alterado possuem maior probabilidade de apresentar processamento visual alterado.
Caracterizar o desempenho de adolescentes brasileiros no Teste de Padrão de Frequência e, comparar os resultados com os valores normativos da Auditec®.
Investigar a qualidade de vida de crianças de 7 a 12 anos de idade com mau desempenho escolar e a associação com as características comportamentais e habilidades auditivas.
- Ordenação temporal (MSV e MSNV; TPD e TPF com três e quatro
-sons)Ordenação temporal (MSV e MSNV)
- Ordenação temporal (MSV e MSNV)
- Ordenação temporal (MSV e MSNV)
- Ordenação temporal (TPF e TPD)
- Resolução temporal (adaptação do RGDT)
- Ordenação temporal
-(TPD)Ordenação temporal temporal (MSV e MSNV)
24 REVISTA PORTUGUESA DE TERAPIA DA FALA | VOLUME 13 - ANO X - 202219-30 AUTOR(ES) Souza et al. Oliveira et al. Souza et al. Souza et al. Amaral et al. Garcia et al. Nardez et al. Rezende et al. ANO 20192019201920192019201820182018 LOCAL BrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasil DELINEAMENTO transversalObservacionalprospectivotransversalObservacional,transversalObservacionaltransversalprospectivoDescritivo,transversalanalíticodoProspectivo,transversalanalíticoObservacionalanalíticoobservacionalTransversal,transversalObservacionaltipodescritivoedecorteee FAIXA ETÁRIA E AMOSTRA 8 a 10 anos 22 997-123012-18689-12438desempenhoescolar;(G1:divididos1348-121097-101293-6participantesanosparticipantesanosparticipantesanosparticipantes,emdoisgruposbomdesempenhoG2:mauescolar).a11anosparticipantesanosparticipantesanosparticipantesanosparticipantes
-(TPF)Ordenação
Avaliação habilidades temporais: Revisão sistemática 19-30
AUTOR(ES)
DELINEAMENTO
Shinn et al. Zaidan e Baran
Iliadou et al.
Iliadou et al. Yathiraj et al.
Hautus et al. Nunes et al.
analíticotransversalObservacional,TransversaltransversalObservacionalComparativoprospectivoCaso-controleexperimentallongitudinaltransversal,Comparativo,-randomizada.pseudo-prospectivaInvestigaçãoee
FAIXA ETÁRIA E AMOSTRA
Auditory temporal abilities: Systematic review
OBJETIVO
UTILIZADOESTUDADATEMPORALHABILIDADEAUDITIVAETESTE
7-18 anos 572 divididosparticipantes,em7grupos (de acorco com a faixa etária)
8 a 9 anos 61 participantes 12 anos 97 divididosparticipantes,emtrês grupos (Grupo controle, Grupo com TPAC e Grupo sem 7TPAC)a15 anos 22 crianças adolescentes,e divididas em dois grupos (Grupo co TPAC e Grupo de pacientes com psicose)
8 a 13 anos 400 participantes 6 a 9 anos 18 5110-13participantesanosparticipantes
Determinar a viabilidade do teste GIN no população Determinarpediátrica.seoteste
GIN
poderia diferenciar crianças com dislexia e déficits significativos de consciência fonológica de um grupo de crianças com habilidades normais de leitura.
Investigar a utilidade clínica da escala de desempenho do processamento auditivo infantil para avaliar a habilidade auditiva em crianças de 12 anos encaminhadas para avaliação do processamento auditivo.
Avaliar os resultados de resolução temporal em três populações diferentes (crianças com transtorno do processamento auditivo, e pacientes com psicose).
- Resolução temporal -(GIN)Resolução temporal -(GIN)Ordenação temporal (TPF e TPD)
- Resolução temporal (adaptação do RGDT)
- Resolução temporal (GIN e RGDT)
Avaliar a independência de quatro subseções do Teste de Triagem para Processamento Auditivo (STAP) desenvolvido por Yathiraj e Maggu (2012). O teste foi projetado para abordar a separação / fechamento auditivo, integração binaural, resolução temporal e memória auditiva em crianças em idade escolar. O estudo também teve como objetivo examinar o número de crianças que correm risco de apresentar alterações em diferentes habilidades auditivas.
Investigar o desenvolvimento relacionado à acuidade temporal auditiva em leitores disléxicos e não comprometidos na mesma Investigaridade.
as habilidades auditivas de crianças portuguesas e verificar se há correlação entre aquelas e o escore do Scale of Auditory Behaviors (SAB).
- Resolução temporal (Screening Test for Auditory Processing – STAP)
- Resolução temporal (teste de acuidade temporal auditiva
– gaps em uma sucessão de ruídos)
- Ordenação temporal (MSV e MSNV)
- Resolução temporal (GIN)
25
ANO 2013200320132014201220132009 LOCAL PortugalZelândiaNovaÍndiaGréciaGréciaBrasil/EUABrasil
REVISTA PORTUGUESA DE TERAPIA DA FALA | VOLUME 13 - ANO X - 202219-30
AUTOR(ES)
Caso-controle
FAIXA ETÁRIA E AMOSTRA
6 a 13 anos 139 e(Grupodivididosparticipantes,emtrêsgruposCaso,GrupoTPACGrupodedisléxicos)
OBJETIVO
UTILIZADOESTUDADATEMPORALHABILIDADEAUDITIVAETESTE
Examinou a hipótese de que a causa o distúrbio do processamento auditivo é um déficit específico do processamento temporal auditivo e também considerou em o déficit do processamento auditivo é diferente em crianças com dislexia
- Ordenação temporal (TPF e TPD)
MSV - Memória sons verbais; MSNV - Memória sons não verbais; RGDT - Random Gap Detection Test; TPD - Teste de Padrão de Duração; TPF - Teste de Padrão de Frequência; GIN - Gaps-in-Noise; TPAC - Transtorno do Processamento Auditivo Central
Quanto ao tempo de publicação, embora não te nha sido aplicado filtro para determinar um perío do específico, foram encontrados e incluídos artigos com, no máximo, 18 anos de publicação. O mais an tigo foi o realizado em 2003 (Hautus et al., 2003) e os mais recentes publicados em 2019 (Amaral et al., 2019; Garcia et al., 2019; Nardez et al., 2019; Rezen de et al., 2019). Cabe ressaltar o crescimento de estu dos nessa área nos últimos anos, principalmente os com foco nas habilidades auditivas temporais.
Catorze artigos selecionados apresentaram ob jetivos similares, ou seja, verificar a associação dos aspectos temporais auditivos com questões de aprendizagem e/ou desenvolvimento fonológi co, consciência fonológica e leitura (Barreira et al., 2011; Dawes et al., 2009; Durante et al., 2017; Escal da et al., 2011; Hautus et al., 2003; Melo et al., 2016; Mourão et al., 2012; Oliveira et al., 2018; Rezende et al., 2016; Souza et al., 2015; Souza et al., 2018; Sou za et al., 2019; Yathiraj & Maggu, 2013; Zaidan & Baran, 2013). Destes, observa-se interesse no estudo com crianças/adolescentes disléxicos (Dawes et al., 2009; Hautus et al., 2003; Zaidan & Baran, 2013). Tal achado é justificado pela relação existente entre as habilidades auditivas temporais, principalmente as de ordenação e resolução, e o desenvolvimento da linguagem, visto que são um pré-requisito para a aquisição da leitura e escrita. Além disso, alterações nessas habilidades podem ocasionar alterações de consciência fonológica, discriminação auditiva, di ficuldade em leitura e escrita, dentre outros (Abdo et al., 2010; Fortunato-Tavares et al., 2009; Muniz et al., 2007; Murphy & Schochat, 2009). Também foi observado a preocupação na realização de es tudos com foco em triagem em escolares (Barreira et al., 2011; Oliveira et al., 2018), bem como no uso de questionários para facilitar esse processo (Nunes
et al., 2013). Ressalta-se que a ASHA e outros auto res vêm incentivando o uso de questionários para identificação precoce de crianças/adolescente que apresentam risco para apresentar Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) (American Speech-Language-Hearing Association, 1996; Nu nes et al., 2013; Volpatto et al., 2019). Outros estu dos incluíam associação com tabagismo (Durante et al., 2017); exposição a mercúrio (Dutra et al., 2016), ocorrência em portadores da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) (Leite Filho et al., 2017), pacientes com perda auditiva condutiva (Balen et al., 2009) e com alteração no processamento visual (Garcia et al., 2019), independência de testes para triagem auditiva no Screening Test for Auditory Pro cessing (STAP) de diferentes habilidades auditivas, incluindo as temporais (Yathiraj & Maggu, 2013), comparações entre o desempenho em testes de ha bilidades auditivas temporais em diferentes grupos (Durante et al., 2017; Fortes et al., 2007), comparar o desempenho em teste já existente com os valores normativos da Auditec (Nardez et al., 2019), as sociação com queixas fonoaudiológicas (Melo et al., 2016; Mourão et al., 2012; C. A. Souza et al., 2018; Souza et al., 2019), qualidade de vida e recursos am bientais (Rezende et al., 2019) e exposição musical (Escalda et al., 2011). Houve também um estudo que teve como objetivo comparar o desempenho de adolescentes no teste de Padrão de Frequência com valores normativos de outro teste (Nardez et al., 2019), do uso do teste o Gaps-in-Noise (GIN) na população pediátrica (Shinn et al., 2009), verificar o treinamento auditivo computadorizado em crianças com e sem alterações fonológicas (Melo et al., 2016).
Quanto ao delineamento do estudo, a maior par te, 18 estudos, era transversal (Amaral et al., 2019; Barreira et al., 2011; C. A. Souza et al., 2018; Dutra et
Dawes et al. ANO 2009 LOCAL UnidoReino DELINEAMENTO
26
al., 2016; Garcia et al., 2019; Hautus et al., 2003; Leite Filho et al., 2017; Melo et al., 2016; Mourão et al., 2012; Nardez et al., 2019; Nunes et al., 2013; Oliveira et al., 2018; Rezende et al., 2016, 2019; Souza et al., 2015; I. M. P. Souza et al., 2018; Souza et al., 2019; Yathiraj & Maggu, 2013), três caso-controle (Dawes et al., 2009; Durante et al., 2017; Iliadou & Bamiou, 2012); cinco comparativo (Balen et al., 2009; Dutra et al., 2016; Fortes et al., 2007; Iliadou et al., 2014; Melo et al., 2016), um prospectivo (Zaidan & Baran, 2013) e um prospectivo pseudo-randomizado (Shinn et al., 2009). Deste modo, observa-se que houve pre dominância de estudos com menor nível evidência, ou seja, estudos transversais. Ressalta-se esse tipo de estudo é mais propenso a ocorrência de vieses (Tomaz-Morais et al., 2016).
A faixa etária variou entre três anos (Oliveira et al., 2018) a 18 anos de idade (Nardez et al., 2019; Shinn et al., 2009). Além disso, foi observado que a menor amostra estudada foi composta por 14 par ticipantes (Melo et al., 2016) e as maiores por 400 (Mourão et al., 2012; Yathiraj & Maggu, 2013). Res salta-se que tanto no estudo de menor (Melo et al., 2016) quanto nos de maior amostra (Mourão et al., 2012; Yathiraj & Maggu, 2013), adotou-se o mesmo delineamento - transversal. Assim, infere-se que tal fato possa estar relacionado a especificidade do gru po de estudo, ou seja, se disléxico, com comprome timento escolar, com TPAC, com alteração fonoau diológica, com exposição passiva a nicotina, entre outros.
Quanto à resposta à pergunta norteadora, a ha bilidade mais estudada foi a de ordenação tempo ral. Dessa, 12 estudos utilizaram o teste de memória para sons verbais e não verbais (Dutra et al., 2016; Escalda et al., 2011; Nunes et al., 2013; Mourão et al., 2012; Oliveira et al., 2018; Rezende et al., 2016, 2019; Souza et al., 2015; Souza et al., 2018, I. M. P. Souza et al., 2018; Souza et al., 2019) e sete os de padrão de frequência e de duração (Amaral et al., 2019; Dawes et al., 2009; Dutra et al., 2016; Garcia et al., 2019; Ilia dou & Bamiou, 2012; Nardez et al., 2019; Souza et al., 2018).
A habilidade de resolução temporal foi estuda da por meio dos testes de Random Gap Detection Test (RGDT) (Amaral et al., 2019; Balen et al., 2009; Fortes et al., 2007; Iliadou et al., 2014; Melo et al., 2016; Rezende et al., 2016, 2019), o GIN (Barreira et al., 2011; Durante et al., 2017; Iliadou et al., 2014; Leite Filho et al., 2017; Nunes et al., 2013; Shinn et al., 2009; Zaidan & Baran, 2013), e outros estudos (Hautus et al., 2003; Iliadou & Bamiou, 2012; Yathi raj & Maggu, 2013) por meio de testes propostos es pecificamente para pesquisa, mas também com foco na resolução temporal. Um deles, chamado Scree
ning Test for Auditory Processing (STAP) (Yathiraj & Maggu, 2013), e os outros com o objetivo de de tectar gaps em ruído (Hautus et al., 2003; Iliadou & Bamiou, 2012). Ressalta-se que dentre os estudos, os testes RGDT e GIN apareceram com a mesma fre quência, em sete estudos. Apesar do GIN apresen tar maior tempo para sua realização, isso parece não ter sido fator determinante para a escolha dos testes nasApenaspesquisas.cinco estudos (Amaral et al., 2019; Ilia dou & Bamiou, 2012; Nunes et al., 2013; Rezende et al., 2016, 2019) analisaram as habilidades de re solução e ordenação temporal na mesma pesquisa, sendo duas associadas ao mau desempenho escolar (Rezende et al., 2016, 2019), uma avaliação de um novo programa para triagem das habilidades au ditivas (Amaral et al., 2019) e outro para verificar a correlação entre o escore de um questionário de triagem com os resultados dos testes de processa mento auditivo (Nunes et al., 2013). Os demais ti veram como foco exclusivo a ordenação temporal (Durante et al., 2017; Fortes et al., 2007; Hautus et al., 2003; Iliadou et al., 2014; Yathiraj & Maggu, 2013; Zaidan & Baran, 2013) ou a resolução (Balen et al., 2009; Barreira et al., 2011; Dawes et al., 2009; Durante et al., 2017; Fortes et al., 2007; Hautus et al., 2003; Iliadou et al., 2014; Leite Filho et al., 2017; Melo et al., 2016; Shinn et al., 2009; Yathiraj & Mag gu, 2013; Zaidan & Baran, 2013).
Dos que estudaram a ordenação temporal foi ve rificada a associação com tarefas de leitura de pala vras e pseudopalavras (Souza et al., 2015; Souza et al., 2018) e comparação no desempenho em disléxi cos (Dawes et al., 2009; Hautus et al., 2003; Zaidan & Baran, 2013), crianças e adolescentes com alteração de processamento auditivo e crianças e adolescen tes sem alteração (Balen et al., 2009; Iliadou & Ba miou, 2012; Hautus et al., 2003) e de crianças com alteração de linguagem (Melo et al., 2016; Oliveira et al., 2018; Souza et al., 2015). Além disso, verifi cou-se a comparação entre adolescentes expostos e não expostos ao mercúrio (Dutra et al., 2016) entre crianças com experiência musical (Escalda et al., 2011), com hipóteses fonoaudiológicas e fatores de mográficos (Mourão et al., 2012). Outro verificou a associação entre alteração da habilidade de orde nação temporal e com alteração de processamento visual (Garcia et al., 2019).
Já os que avaliaram a resolução temporal, uma pesquisa, realizada no Brasil, teve como critério ve rificar a hipótese de que o tabagismo passivo altera o desempenho em habilidades temporais auditivas, visto que a exposição a nicotina pode ocasionar comprometimentos auditivos (Durante et al., 2017). Outra pesquisa (Iliadou et al., 2014), realizada na
Avaliação habilidades temporais: Revisão sistemática 19-30Auditory temporal abilities: Systematic review
27
REVISTA PORTUGUESA DE TERAPIA DA FALA | VOLUME 13 - ANO X - 2022
Grécia, buscou a comparação entre grupos que se diferenciavam quanto à faixa etária, profissão e presença de patologia. Também com foco na com paração entre grupos, estudos comparavam o de sempenho entre disléxicos e não disléxicos (Balen et al., 2009; Rezende et al., 2016), a diferença entre crianças nascidas a termo e pré termo (Fortes et al., 2007), a diferença em crianças com perda auditiva condutiva (Balen et al., 2009), entre crianças com e sem TPAC (Barreira et al., 2011), entre crianças com transtorno fonológico e TPAC (Melo et al., 2016) e com distúrbios do sono (Leite Filho et al., 2017). Vale destacar, ainda, que dentre os estudos que ava liaram a resolução temporal houve a proposição de uma nova bateria de testes de processamento audi tivo, cujos testes, além da resolução temporal, ava liam o fechamento auditivo, integração binaural e memória auditiva (Yathiraj & Maggu, 2013), outro com o objetivo de propor ajustes em novo progra ma para triagem de habilidades auditivas (Amaral et al., 2019). Também foi realizado estudo para ve rificar a viabilidade do teste GIN para a população pediátrica (Shinn et al., 2009).
Os principais resultados dessa revisão sistemá tica fundamentaram-se nos dados da análise de 28 artigos, incluídos após o cumprimento de todas as etapas de elegibilidade, cujos estudos foram com crianças e adolescentes. Dos artigos selecionados, 22 foram nacionais e seis internacionais, com o nú mero de participantes bastante diversificado.
Vale, ainda, destacar as diferenças metodológi cas adotadas, ainda que a maior parte dos estudos tenha delineamento transversal. Além disso, ressal ta-se que, dentre os artigos incluídos na revisão, vá rios, tanto nacionais quanto internacionais, tiveram como objetivo verificar a associação das habilida des temporais auditivas e alterações de linguagem. Quanto aos instrumentos, os mais utilizados foram os de ordenação temporal e em apenas cinco estu dos as duas habilidades (resolução e ordenação) fo ram pesquisadas.
Conclusão
A presente revisão sistemática revelou que dos artigos em análise os instrumentos mais utilizados foram os testes de padrão de frequência e de dura ção, RGDT e GIN. Dentre esses testes, observa-se preferência pelos de avaliação da ordenação tem poral. Além disso, a maioria dos estudos pesquisou apenas uma das habilidades temporais auditivas. Os estudos envolvendo habilidades auditivas temporais buscaram relacionar o desempenho nessas habilida des com o desempenho em atividades acadêmicas. A faixa etária das crianças/adolescentes incluídos
variou de três anos à 18 anos de idade, assim como também foi observada variabilidade no tamanho da amostra e delineamento do estudo.
Conflito de interesses
Os autores declaram não terem atividades, com pensações financeiras e/ou interesses que possam ter interferido nos resultados do estudo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abdo, A., Murphy, C., & Schochat, E. (2010). Habilidades auditi vas em crianças com dislexia e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, 22(1), 2530. Amaral,https://doi.org/10.1590/S0104-56872010000100006M.I.R.,Carvalho,N.G.,&Collela-Santos,M. F. (2019).
Computer-based central auditory processing screening for schoolage children (audBility): an initial investigation. CoDAS, 31(2), e20180157. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20182018157
American Speech-Language-Hearing Association (1996). Central Auditory Processing: Current Status of Research and Implications for clinical practice. American Journal of Audiology, 5:41-54.
Balen, S. A., Bretzke, L., Mottecy, C. M., Liebel, G., Boeno, M. R. M., & Gondim, L. M. A (2009). Resolução temporal de crianças: comparacao entre audição normal, perda auditiva condutiva e distúrbio do processamento auditivo. Revista Brasileira de Otor rinolaringologia, 75(1), 123-129. https://doi.org/10.1590/S003472992009000100020
Barreira, H. A. B., Silva, M., Branco-Barreiro, F. C. A., & Samelli, A. G. (2011). Performance of 7 to 12-year-old children on the Gapsin-Noise test. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 16(4), 441-444. https://doi.org/10.1590/S1516-80342011000400013
Bazílio, M. M. M. (2010). Avaliação do Processamento Auditivo Tem poral (ordenação e resolução temporal) em trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos em Campos, Estado do Rio de Janeiro [Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro].
Berwanger, O., Suzumura, E. A., Buehler, A. M., & Oliveira, J. B. (2007). Como avaliar criticamente revisões sistemáticas e metaná lises. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 19(4), 475-480.
Carvalho, N. G., Novelli, C. V. L., & Colella-Santos, M. F. (2015). Fatores na infância e adolescência que podem influenciar o pro cessamento auditivo: revisão sistemática. Revista CEFAC, 17(5), Dawes,1590-1603.P., Sirimanna, T., Burton, M., Vanniasegaram, I., Tweedy, F., & Bishop, D. V. (2009). Temporal auditory and visual motion processing of children diagnosed with auditory processing dis order and dyslexia. Ear and hearing, 30(6), 675-686. https://doi.
Durante,org/10.1097/AUD.0b013e3181b34cc5A.S.,Massa,B.,Pucci,B.,Gudayol, N., Gameiro, M., & Lopes, C. (2017). Effect of passive smoking on auditory temporal resolution in children. International journal of pediatric otorhinolaryngology, 97, 18-23. https://doi.org/10.1016/j.ijporl.2017.03.024
Dutra, M. D. S., Cavadas, M., Jesus, I. M., Santos, E. O., & Câma ra, V. M. (2016). Effects of prenatal exposure to methylmercury in children auditory processing. Cadernos Saúde Coletiva, 24(1), 70-76. Escalda,https://doi.org/10.1590/1414-462X201600010278J.,Lemos,S.M.,&França,C.C.(2011).Auditory process ing and phonological awareness skills of five-year-old children
28
19-30
Avaliação habilidades temporais: Revisão sistemática 19-30
with and without musical experience. Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 23(3), 258-263. https://doi.org/10.1590/s2179Fortes,64912011000300012A.B.,Pereira, L. D.; & Azevedo, M. F. (2007). Resolução temporal: análise em pré-escolares nascidos a termo e pré-termo. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, 19(1), 87-96. https://doi. Fortunato-Tavares,org/10.1590/S0104-56872007000100010T.,Rocha,C.,Furquim, C. A., Befi-Lopes, D., Schochat, E., Hestvik, A., & Schwartz, R. (2009). Processamento Lingüístico e Processamento Auditivo Temporal em Crianças com Distúrbio Específico de Linguagem. Pró-Fono Revista de Atuali zação Científica, 21(4), 279-284. https://doi.org/10.1590/S0104Garcia,56872009000400003A.C.O.,Vilhena, D. A., Guimarães, M. R., Pinheiro, A. M. V., & Momensohn-Santos, T. M. (2019). Association between auditory temporal and visual processing in Reading skill. Re vista CEFAC, 21(5), e6119. http://dx.doi.org/10.1590/1982Hautus,0216/20192156119M.J.,Setchell, G. J., Waldie, K. E., & Kirk, I. J. (2003). Age-related improvements in auditory temporal resolution in reading-impaired children. Dyslexia (Chichester, England), 9(1), 3745. Iliadou,https://doi.org/10.1002/dys.234V.V.,Bamiou,D.E.,Chermak, G. D., & Nimatoudis, I. (2014). Comparison of two tests of auditory temporal resolution in children with central auditory processing disorder, adults with psychosis, and adult professional musicians. International journal of audiology, 53(8), 507-513. https://doi.org/10.3109/14992027.20 Iliadou,14.900576V., & Bamiou, D. E. (2012). Psychometric evaluation of children with auditory processing disorder (APD): compari son with normal-hearing and clinical non-APD groups. Journal of speech, language, and hearing research: JSLHR, 55(3), 791-799. Jiang,https://doi.org/10.1044/1092-4388(2011/11-0035)C.,Xu,X.,Yu,L.,Xu,J.,&Zhang,J.(2015). Environmental enrichment rescues the degraded auditory temporal resolution of cortical neurons induced by early noise exposure. The European journal of neuroscience, 42(5), 2144-2154. https://doi.org/10.1111/ Leiteejn.12975Filho, C. A., Silva, F., Pradella-Hallinan, M., Xavier, S. D., Miranda, M. C., & Pereira, L. D. (2017). Auditory behavior and auditory temporal resolution in children with sleep-disordered breathing. Sleep medicine, 34, 90-95. https://doi.org/10.1016/j. sleep.2017.03.009
Melo, A., Mezzomo, C. L., Garcia, M. V., & Biaggio, E. P. V. (2016). Effects of computerized auditory training in children with audito ry processing disorder and typical and atypical phonological sys tem. Audiology - Communication Research, 21, e1683. https://doi. Moher,org/10.1590/2317-6431-2016-1683D.,Liberati,A.,Tetzlaff, J., Altman, D. G., & PRISMA Group (2009). Reprint--preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. Physical the rapy, 89(9), 873-880.
Mourão, A. M., Esteves, C. C., Labanca, L., & Lemos, S. M. A. (2012). Desempenho de crianças e adolescentes em tarefas envol vendo habilidade auditiva de ordenação temporal simples. Revista CEFAC, 14(4), 659-668.
Muniz, L. F., Roazzi, A., Schochat, E., Teixeira, C. F., & de Luce na, J. Á. (2007). Avaliação da habilidade de resolução temporal, com uso do tom puro, em crianças com e sem desvio fonológi co. Revista CEFAC, 9(4), 550-562. https://doi.org/10.1590/S1516Murphy,18462007000400016C.F.B.,& Schochat, E. (2009). Correlações entre leitu ra, consciência fonológica e processamento temporal auditivo.
Auditory temporal abilities: Systematic review
Pró-Fono Revista de Atualização Científica, 21(1), 13-18. https://doi. Nardez,org/10.1590/S0104-56872009000100003T.M.B.,Guijo,L.M.,Lucas,P. A., & Cardoso, A. C. V. (2019). Characterization of the performance of brazilian adolescents in the Pitch Pattern Sequence (PPS) test developed by Auditec®. Revista CEFAC, 21(2), e13418. https://doi.org/10.1590/1982Nunes,0216/201921213418C.L.,Pereira, L. D., & Carvalho, G. S. (2013). Scale of Audi tory Behaviors e testes auditivos comportamentais para avaliação do processamento auditivo em crianças falantes do português eu ropeu. CoDAS, 25(3), 209-15.
Oliveira, A. C., César, P. H. A. R., Matos, G. G., Passos, P. S., Pe reira, L. D., Alves, T., & Guedes-Granzotti R. P. (2018). Hearing, language, motor and social skills in the child development: a screening proposal. Revista CEFAC, 20(2), 218-227. https://doi. Page,org/10.1590/1982-0216201820216617M.J.,McKenzie,J.E.,Bossuyt,P. M., Boutron, I., Hoffmann, T. C., Mulrow, C. D., Shamseer, L., Tetzlaff, J. M., Akl, E. A., Bren nan, S. E., Chou, R., Glanville, J., Grimshaw, J. M., Hróbjartsson, A., Lalu, M. M., Li, T., Loder, E. W., Mayo-Wilson, E., McDonald, S., Moher, D. (2021). The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ (Clinical research ed.), 372, n71. https://doi.org/10.1136/bmj.n71
Pereira, L. D., & Schochat, E. (2011). Testes auditivos comportamen tais para avaliação do processamento auditivo central. Editora Pro-Fo no.
Rezende, B. A., Lemos, S. M. A., & Medeiros, A. M. (2016). As pectos temporais auditivos de crianças com mau desempenho escolar e fatores associados. CoDAS, 28(3), 226-33. https://doi. Rezende,org/10.1590/2317-1782/20162015170B.A.,Lemos,S.M.A.,&Medeiros, A. M. (2019). Quality of life of children with poor school performance: association with hearing abilities and behavioral issues. Arquivos de neuro-psiquia tria, 77(3), 147-154. https://doi.org/10.1590/0004-282X20190011
Ronen, M., Lifshitz-Ben-Basat, A., Taitelbaum-Swead, R., & Fosti ck, L. (2018). Auditory temporal processing, reading, and phono logical awareness among aging adults. Acta psychologica, 190, 1-10. Samelli,https://doi.org/10.1016/j.actpsy.2018.06.010A.G.,&Schochat,E.(2008).Processamento auditivo, re solução temporal e teste de detecção de gap: revisão de literatura. Revista CEFAC, 10(3):369-377. https://doi.org/10.1590/S1516Shinn,18462008000300012J.B.(2003).Temporal processing: the basics. Hearing Jour nal, 56(7), 52.
Shinn, J. B., Chermak, G. D., & Musiek, F. E. (2009). GIN (GapsIn-Noise) performance in the pediatric population. Journal of the American Academy of Audiology, 20(4), 229-238. https://doi. Souza,org/10.3766/jaaa.20.4.3C.A.,Escarce,A. G., & Lemos, S. M. A. (2018). Ordena ção temporal e competência leitora de palavras e pseudopala vras: estudo preliminar. CoDAS, 30(2), e20170102. https://doi. Souza,org/10.1590/2317-1782/20182017102C.A.,Escarce,A.G.,&Lemos, S. M. A. (2019). Reading competence of words and pseudo words, school performance and listening skills in primary schools. Audiology - Communication Re search 24, e2018. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-2018
Souza, I. M. P., Carvalho, N. G., Plotegher, S. D. C. B., Collela-San tos, M. F., & Amaral, M. I. R. (2018). Triagem do processamento auditivo centra: contribuições do uso combinado de questionário e tarefas auditivas. Audiology - Communication Research, 23, e2021. Souza,https://doi.org/10.1590/2317-6431-2018-2021M.A.S.,Passaglio,N.J.,Souza,V.C., Scopel, R. R., &
29
REVISTA PORTUGUESA DE TERAPIA DA FALA | VOLUME 13 - ANO X - 202219-30
Lemos, S. M. A. (2015). Temporal ordering and sound localiza tion: association with environment and language development. Audiology - Communication Research, 20(1), 24-31. https://doi. Americanorg/10.1590/S2317-64312015000100001443Speech-Language-HearingAssociation (1996). Central Auditory Processing: Current Status of Research and Implica tions for clinical practice. American Journal of Audiology, 5(2), 41-54. Terto,https://doi.org/10.1044/1059-0889.0502.41S.S.M.,&Lemos,S.M.A.(2011).
Aspectos temporais audi tivos: produção de conhecimento em quatro periódicos nacionais. Revista CEFAC, 13(5),926-936. https://doi.org/10.1590/S1516Tomaz-Morais,18462011005000050J.,Lima, J. A. S., Luckwü-Lucena, B., Batista, A. U. D., Limeira R. R. T., Silva, S. M., & de Castro, R, D. (2016). Análi se da produção científica brasileira em Motricidade orofacial: es tado da arte perspectivas futuras. Revista CEFAC, 18(2), 520-532. Universityhttps://doi.org/10.1590/1982-0216201618218115ofYork(2015). Centre for Reviews and Dissemination. In ternational Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO)
National Institute for Health Research. http://www.crd.york. Vollmer,ac.uk/PROSPERO/M.,&Beitel, R. E. (2011). Behavioral training restores temporal processing in auditory cortex of long-deaf cats. Journal of neurophysiology, 106(5), 2423-2436. https://doi.org/10.1152/ Volpatto,jn.00565.2011F.L., Rechia, I. C., Lessa, A. H., Soldera, C., Ferreira, M., & Machado, M. S. (2019). Questionnaires and checklists for central auditory processing screening used in Brazil: a systematic review. Brazilian journal of otorhinolaryngology, 85(1), 99-110. https://doi. Yathiraj,org/10.1016/j.bjorl.2018.05.003A.,&Maggu,A.R.(2013). Screening Test for Auditory Processing (STAP): a preliminary report. Journal of the American Academy of Audiology, 24(9), 867-878. https://doi.org/10.3766/ jaaa.24.9.10
Zaidan, E., & Baran, J. A. (2013). Gaps-in-noise (GIN©) test results in children with and without reading disabilities and phonological processing deficits. International journal of audiology, 52(2), 113-123. https://doi.org/10.3109/14992027.2012.733421
30