Gestão Hospitalar - Nº37_2008

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!·==H=o=s===p=it=a=is============~=========================: Parceria entre a DGS e o SUCH

Inquérito de Prevalência Protocolo quer controlar infecções nos hospitais da lnfeccão Nosocomial

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ontrolar e diminuir as infecções adquiridas em hospitais e outros cen-

Outro projecto a ser desenvolvido ao abrigo deste protocolo, é a realização de um inquéri-

tros hospitalares, é o objectivo principal do protocolo assinado, recentemente, entre a

to de Prevalência de Infecção Nosocomial de âmbito nacional. Todos os hospitais públicos e privados vão ser convidados a participar neste inquérito que irá decorrer de 5 em 5 anos e que visa obter uma visão conjunta da problemática da infecção nosocomial. A intervenção do SUCH tem lugar ao nivel da transferência de conhecimento e oferta de solução tecnológica que permita aos hospitais realizarem o inquérito através de uma aplicação em ambiente Web com informação de retomo aos utilizadores em tempo útil, o que constitui, relativamente ao último inquérito realizado em 2003, uma inovação que se reveste de elevado valor acrescido, quer para os hospitais quer para o Ministério da Saúde.

Direcção Geral de Saúde (DGS) e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH). Este protocolo será materializado através de diversos projectos focando-se a colaboração do SUCH no apoio técnico nas áreas da comunicação e das tecno~ogias de informação. A resistência aos antimicrobianos é actualmente uma das maiores ameaças à Saúde Pública na Europa, constituindo as infecções devidas a estes microrganismos um grave problema nos serviços prestadores de cuidados de saúde, quer em regime de internamento quer de ambulatório. São cerca de 3 milhões de indivíduos na União Europeia que todos os anos sofrem uma infecção associada aos cuidados de saúde (IACS) e, desses, aproximadamente 50 mil morrem. Nos hospitais europeus um em cada dez doentes adquire uma IACS. Actualmente, vários estudos epidemiológicos demonstram uma associação consistente e estatisticamente relevante entre o nível de consumo de classes específicas de antibióticos e resistência a essas mesmas classes de antibióticos. Portugal é um dos países da Europa que apresenta as taxas mais elevadas de resistência aos antimicrobianos, encontrando-se entre os nove países em que as taxas apresentam tendência para continuar a aumentar. Considerando as experiências europeias de boa prática nesta área, que demonstram ser possível reverter esta pandemia através da implementação de medidas adequadas, verificou-se a necessidade urgente de, em Portugal, conceber e implementar o Programa Nacional de Prevenção das Resistências aos Antimicrobianos (PNPRA), coordenado pela Direcção Geral da Saúde. «Este vai ser um trabalho muito sério porque nos vamos colocar do lado do doente. Temos que ver o outro lado. Todo este processo implica uma modificação no sistema. Em termos de inovação vamos criar um sistema de notificação

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parência nestas situações assumindo responsabilidades. Este é um trabalho que tem que perdurar no interesse dos portugueses». Paula Nanita, presidente do Conselho de Administração do SUCH, informou que «a parceria entre o SUCH e a Direcção Geral da Saúde no âmbito deste Programa surge como natural. Há 42 anos que esta entidade se dedica em exclusivo

>>> «Este é um trabalho que tem que perdurar no interesse dos portugueses», referiu Francisco George

Lavar as mãos é obrigatório Uma das acções a desenvolver no quadro do Protocolo de Cooperação é a Campanha Nacional de Sensibilização para a Higienização das Mãos, a ser lançada em Outubro. Esta campanha, dirigida principalmente aos profissionais de saúde, é um dos projectos inseridos no desafio para a redução do problema da infecção associada aos cuidados de saúde, lançado pela Organização Mundial de Saúde através da World Alliance for Pa-

tient Safety, e ao qual Portugal vai aderir, através do Ministério da Saúde. O principal objectivo da DGS com a implementação desta campanha é informar e sensibilizar os profissionais de saúde, doentes e visitantes e também o público em geral, para a importância da prática da higiene das m ãos no quadro da prevenção da infecção associada aos cuidados de saúde (IACS).

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que vai ser punitivo. Quem não notificar leva uma sanção. A era da não notificação das infecções vai seguramente acabar» referiu Francisco George, director geral da Saúde, acrescentando que «a lei 2036 de 1949 vai ser substituída e darlugar a uma que introduza a obrigatorieda-

ao apoio das instituições prestadoras de cuidados de saúde, detendo um conhecimento ímpar das suas necessidades e especificidades». «Üs serviços que prestamos exigem uma abordagem cuidada e focada na prevenção e no controlo da infecção associada à prestação de cuidados de saúde, nomeadamente ao nível das condições de segurança e higiene das instalações e equipamentos hospitalares» destacou Paula Nanita. A presidente do Conselho de Administração do SUCH referiu ainda que «apoiar a Direcção Geral da Saúde na sua competência de concepção e coordenação do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção Associada aos

IACS; a elaboração e divulgação de normas de boa prática na área de controlo de infecção; a formação dos profissionais dos Grupos Coordenadores Regionais de Prevenção e Controlo de Infecção e das Comissões de Controlo de Infecção; a consultoria e apoio às unidades de saúde, em matéria de prevenção e controlo da infecção e segurança clínica. As quatro grandes linhas estratégicas de actuação e suporte do presente Programa - a organização; o desenvolvimento individual e organizacional; o registo e a monitorização; a comunicação procuram dotar as unidades de saúde de instrumentos facilitadores da melhoria da organização dos serviços, da prestação de cuidados e da medição dos resultados respeitantes às infecções associadas aos cuidados de saúde. A Direcção Geral da Saúde, enquanto entidade promotora deste Programa, vai emitir normas essenciais sobre a prevenção e o controlo da infecção, e reforçou o modelo de organização das Comissões de Controlo de Infecções (CII) e respectivas competências. Todas as unidades de saúde devem organizar e operacionalizar as CCI, as quais deverão ter um forte apoio dos

Cuidados de Saúde, com recursos financeiros e com o know how de que dispomos é, da parte do SUCH, um exercício de responsabilidade social. F.stamos certos de assim contribuir para uma maior eficácia dos resultados deste Programa».

órgãos de gestão para que possam cumprir os seus objectivos na implemen<.ação do plano

Linhas estratégicas do Programa

operacional de prevenção e controlo da IACS. A organização das actividades de prevenção e

de de notificação e a implicação de coima». Francisco George salientou que «com o departamento especializado e os consultores que dão apoio neste âmbito e o SUCH, podemos ter bons ganhos nesta área. E esses ganhos passam por controlar surtos epidémicos de problemas identificados nos hospitais;

O novo Programa está integrado na Direcção de Serviços de Qualidade Clínica, Divisão

combater as infecções; diminuir a taxa de incidência das infecções e trazer mais trans-

de Segurança Clínica, da Direcção Geral da Saúde e inclui a vigilância epidemiológica das

controlo da infecção deve ser adequada às características e especificidades de cada unidade de saúde e respeitar a reforma em curso no sistema de saúde. DID

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