cionar em rede. Por isso, os meios estão espalha-
na para resolver essas situações. O que há a
no país não é ideal nem nunca será mas é
dos de acordo com critérios demográficos, de
fazer? Temos de ensinar à população as mano-
muitíssimo boa.
bras de suporte básico de vida, paulatinamen-
O que se faz na Europa e o que se faz em Portu-
te, com os meios que temos. Se você tiver o
gal na área da emergência médica deve ser moti-
curso do INEM de suporte básico de vida, se
vo de orgulho de quem paga impostos e, por isso,
a alocução dos meios.
GH - São essas as unidades rápidas?
for na rua e alguém tiver uma paragem, você
suporta um sistema destes.
Outra característica é a complementaridade do
CR - Rápidas, queremos que elas sejam rodas!
é o primeiro elo na cadeia de sobrevivência. Se
Mas vai falhar? Em todo o mundo falham.
apoio. Nós temos o nível mais básico, que são as
Mas ainda não temos o acrónimo definido. São
não for o cidadão nunca teremos a população
Vamos imaginar que falhamos 1%. Ora 1o/o de
ambulâncias, com suporte básico de vida, temos
unidades capazes de providenciar cuidados de
toda coberta. É impensável que em cada esqui-
um milhão e 400 mil chamadas eram 14 mil cha-
a VMER, na outra ponta, mais sofisticada, de
suporte intermédio de vida.
na exista uma equipa de emergência. É a pró-
madas que falhávamos e nós não falhamos em 14
pria sociedade que tem que, devagar, adquirir
mil chamadas. Mas repare, isto é feito por
morbilidade e mortalidade, proximidade de hospitais. A rede permite que, se um meio estiver
"Não há redes perfeitas"
ocupado, o CODU faça a triagem da situação e
suporte avançado de vida. Falta-nos aqui um elo no meio, que já existe noutros países. Nin-
GH - O Alentejo vai receber quantas destas
essas competências.
homens e mulheres. É claro que também falha-
guém está a inventar nada!
unidades?
Nunca há uma área completamente coberta. O
mos, mas estamos aqui prontos a reconhecer
Este suporte intermédio .de vida é um meio
CR- Serão quatro, que vão entrar em funciona-
Alentejo vai ficar com uma capacidade de respos-
isso. Estamos permanentemente a auditar os
supletivo, com controlo e auditoria médica,
mento até ao fim do primeiro semestre.
ta de emergência médica que é infinitamente
nossos erros e aprendemos com eles.
superior à que tinha antes de Agosto de 2006,
em que uma ambulância, tripulada por um técnico de ambulância de emergência e um
GH- E acha que oAlentejo assim fica cober-
quando não havia nada. Eu diria que é uma
GH - Que meios é que gostaria de ter a mais
enfermeiro, treinado com o curso do INEM
to em termos de emergência médica?
capacidade de resposta francamente boa. É ideal?
no INEM?
para emergência médica, dará, a pedido do
CR - Quando um cidadão é vítima de uma
Não é nem nunca será.
CR- Não devemos confundir os nossos desejos
COOU, apoio a determinadas situações, fará
paragem cardiorespiratória tem uns minutos
um conjunto de manobras com controlo e
para ser socorrido e já não adianta nada uma
GH - Tendo tudo isto em conta, acha que o
que o país tem. O país é o que é e nós temos d e
auditoria médica e, se necessário, para esse
parafrenália de meios porque ele morre inevi-
serviço de emergência em Portugal funciona
compaginar a acrividade com o país real. Isw não
doente, será chamado o meio a seguir que é a
tavelmente. E não há um único país no mundo
bem?
é o país das m aravilhas da Alice.
com uma equipa de emergência em cada esqui-
CR - Sou médico, a minha formação é derma-
VMER ou o helicóptero.
com a realidade, com as condições concretas
tologista, mas devo dizer que tenho um pro-
GH - Mas reconhece que precisaria de ter
fundo respeito e admiração por todos os meus
mais meios. Que meios?
nosso interior não só têm uma grande dispersão
GH - A solução não passará por aumentar o
colegas, por todos os enfermeiros, todos os téc-
CR- Face à missão que nos é confiada, remos a
demográfica como cêm um brutal envelheci-
número das unidades rápidas com pessoal
nicos que trabalham nesta casa. Há cinco ou
consciência de que os meios que existem ao nosso
mento, o que significa que, por vezes, m esmo
não médico?
seis anos cobríamos a faixa litoral e as grandes
dispor, hoje, são muitíssimo superiores aos que
havendo recursos finan ceiros, não há recursos
CR - O pessoal não médico não substitui os
cidades. Neste curto espaço de tempo, demos a
tínhamos quando cá chegámos. Melhorámos
humanos.
médicos. Mas, num sistema em que funcionam
volta a esta situação, e passámos a dar cobertu-
imenso mas temos a noção de que Roma e Pavia
ra a todo o país; temos meios no país todo. O tra-
não se fizeram num dia e não esqueço tan1bém
GH - Hoje em dia não tem reivindicações de
com os meios disponíveis, é evidente que crian-
balho que aqui se concretiza, e que é feito por
que quando uma organização cresce muito devia
mais meios humanos ou materiais?
do lugares para paramédicos . .. a nós parece-
todos, é um trabalho de que me orgulho muito.
ir com pequenos passos para não criar entropias
CR- Um instituto público não é um sindicato.
nos mais lógico utilizar enfermeiros, que já estão
Temos um milhão e 400 mil chan1adas por ano!
dentro dela própria e tornar-se ingerível.
Discute com a tutela perante as necessidades
formados, já têm uma licenciatura, já têm trei-
E dessas 46% dão origem a accionamento de
O INEM cresceu imenso, aumentou recursos
que tem e discute quais são os meios possíveis de
no.
meios: mandar uma ambulância para o local,
humanos, a umentou os m eios disponíveis,
alocar. Como da parte do Governo há bom
Ainda por cima, começa a haver um superavit
uma mota de emergência, uma VMER, um
aumentou a cobertura do país para 100%. Temos
senso e grande vontade de resolver os problemas
destes p rofissionais, fruto de uma política na
helicóptero. O que quer dizer que, em cerca de
hoje, como já disse, um milhão e 400 m il cha-
tenta-se adequar as nossas solicitações aos meios
área da Educação completamente d iferente do
700 mil casos que ocorrem no país, há meios do
madas; quando entrámos cínhamos cerca de
possíveis e necessários em cada momento.
que se passo u nas faculdades r~e Medicina,
INEM para socorrer as pessoas, em casa ou na
600 mil. Amanhã será m elhor com certeza. Mas
rua, em caso de doença súbita ou acidente.
não podemos crescer exponencialmente, desor-
GH - Já se falou na falta de médicos no país.
privadas de enfermagem, tanto que o número de
Nós temos a tendência a esquecer-nos que a
ganizadamente, entropicam ente.
O INEM tem falta de médicos?
enfermeiros colocados no mercado começa a
emergência é um apanágio dos países ricos,
É preciso crescimento? É! E isso está a ser anali-
CR - O INEM não vive noucra galáxia! Se o país
exceder a procura.
os outros, infelizmente, nem sequer se preocu-
sado - foi analisado no Alentejo e está a ser an a-
tem falta de m édicos, o INEM tem falta de
Estando o país a formar jovens, com uma licen-
pam com a emergência. A cobertura que temos
lisado em Trás-os-Montes. Muitas zonas do
médicos. Não podemos inventá-los!
ciatura, que têm uma vocação dara para a área
em complementaridade funcional e estrutural
nomead amente, com o proliferar das escolas
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