Gestão Hospitalar - Nº25

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cionar em rede. Por isso, os meios estão espalha-

na para resolver essas situações. O que há a

no país não é ideal nem nunca será mas é

dos de acordo com critérios demográficos, de

fazer? Temos de ensinar à população as mano-

muitíssimo boa.

bras de suporte básico de vida, paulatinamen-

O que se faz na Europa e o que se faz em Portu-

te, com os meios que temos. Se você tiver o

gal na área da emergência médica deve ser moti-

curso do INEM de suporte básico de vida, se

vo de orgulho de quem paga impostos e, por isso,

a alocução dos meios.

GH - São essas as unidades rápidas?

for na rua e alguém tiver uma paragem, você

suporta um sistema destes.

Outra característica é a complementaridade do

CR - Rápidas, queremos que elas sejam rodas!

é o primeiro elo na cadeia de sobrevivência. Se

Mas vai falhar? Em todo o mundo falham.

apoio. Nós temos o nível mais básico, que são as

Mas ainda não temos o acrónimo definido. São

não for o cidadão nunca teremos a população

Vamos imaginar que falhamos 1%. Ora 1o/o de

ambulâncias, com suporte básico de vida, temos

unidades capazes de providenciar cuidados de

toda coberta. É impensável que em cada esqui-

um milhão e 400 mil chamadas eram 14 mil cha-

a VMER, na outra ponta, mais sofisticada, de

suporte intermédio de vida.

na exista uma equipa de emergência. É a pró-

madas que falhávamos e nós não falhamos em 14

pria sociedade que tem que, devagar, adquirir

mil chamadas. Mas repare, isto é feito por

morbilidade e mortalidade, proximidade de hospitais. A rede permite que, se um meio estiver

"Não há redes perfeitas"

ocupado, o CODU faça a triagem da situação e

suporte avançado de vida. Falta-nos aqui um elo no meio, que já existe noutros países. Nin-

GH - O Alentejo vai receber quantas destas

essas competências.

homens e mulheres. É claro que também falha-

guém está a inventar nada!

unidades?

Nunca há uma área completamente coberta. O

mos, mas estamos aqui prontos a reconhecer

Este suporte intermédio .de vida é um meio

CR- Serão quatro, que vão entrar em funciona-

Alentejo vai ficar com uma capacidade de respos-

isso. Estamos permanentemente a auditar os

supletivo, com controlo e auditoria médica,

mento até ao fim do primeiro semestre.

ta de emergência médica que é infinitamente

nossos erros e aprendemos com eles.

superior à que tinha antes de Agosto de 2006,

em que uma ambulância, tripulada por um técnico de ambulância de emergência e um

GH- E acha que oAlentejo assim fica cober-

quando não havia nada. Eu diria que é uma

GH - Que meios é que gostaria de ter a mais

enfermeiro, treinado com o curso do INEM

to em termos de emergência médica?

capacidade de resposta francamente boa. É ideal?

no INEM?

para emergência médica, dará, a pedido do

CR - Quando um cidadão é vítima de uma

Não é nem nunca será.

CR- Não devemos confundir os nossos desejos

COOU, apoio a determinadas situações, fará

paragem cardiorespiratória tem uns minutos

um conjunto de manobras com controlo e

para ser socorrido e já não adianta nada uma

GH - Tendo tudo isto em conta, acha que o

que o país tem. O país é o que é e nós temos d e

auditoria médica e, se necessário, para esse

parafrenália de meios porque ele morre inevi-

serviço de emergência em Portugal funciona

compaginar a acrividade com o país real. Isw não

doente, será chamado o meio a seguir que é a

tavelmente. E não há um único país no mundo

bem?

é o país das m aravilhas da Alice.

com uma equipa de emergência em cada esqui-

CR - Sou médico, a minha formação é derma-

VMER ou o helicóptero.

com a realidade, com as condições concretas

tologista, mas devo dizer que tenho um pro-

GH - Mas reconhece que precisaria de ter

fundo respeito e admiração por todos os meus

mais meios. Que meios?

nosso interior não só têm uma grande dispersão

GH - A solução não passará por aumentar o

colegas, por todos os enfermeiros, todos os téc-

CR- Face à missão que nos é confiada, remos a

demográfica como cêm um brutal envelheci-

número das unidades rápidas com pessoal

nicos que trabalham nesta casa. Há cinco ou

consciência de que os meios que existem ao nosso

mento, o que significa que, por vezes, m esmo

não médico?

seis anos cobríamos a faixa litoral e as grandes

dispor, hoje, são muitíssimo superiores aos que

havendo recursos finan ceiros, não há recursos

CR - O pessoal não médico não substitui os

cidades. Neste curto espaço de tempo, demos a

tínhamos quando cá chegámos. Melhorámos

humanos.

médicos. Mas, num sistema em que funcionam

volta a esta situação, e passámos a dar cobertu-

imenso mas temos a noção de que Roma e Pavia

ra a todo o país; temos meios no país todo. O tra-

não se fizeram num dia e não esqueço tan1bém

GH - Hoje em dia não tem reivindicações de

com os meios disponíveis, é evidente que crian-

balho que aqui se concretiza, e que é feito por

que quando uma organização cresce muito devia

mais meios humanos ou materiais?

do lugares para paramédicos . .. a nós parece-

todos, é um trabalho de que me orgulho muito.

ir com pequenos passos para não criar entropias

CR- Um instituto público não é um sindicato.

nos mais lógico utilizar enfermeiros, que já estão

Temos um milhão e 400 mil chan1adas por ano!

dentro dela própria e tornar-se ingerível.

Discute com a tutela perante as necessidades

formados, já têm uma licenciatura, já têm trei-

E dessas 46% dão origem a accionamento de

O INEM cresceu imenso, aumentou recursos

que tem e discute quais são os meios possíveis de

no.

meios: mandar uma ambulância para o local,

humanos, a umentou os m eios disponíveis,

alocar. Como da parte do Governo há bom

Ainda por cima, começa a haver um superavit

uma mota de emergência, uma VMER, um

aumentou a cobertura do país para 100%. Temos

senso e grande vontade de resolver os problemas

destes p rofissionais, fruto de uma política na

helicóptero. O que quer dizer que, em cerca de

hoje, como já disse, um milhão e 400 m il cha-

tenta-se adequar as nossas solicitações aos meios

área da Educação completamente d iferente do

700 mil casos que ocorrem no país, há meios do

madas; quando entrámos cínhamos cerca de

possíveis e necessários em cada momento.

que se passo u nas faculdades r~e Medicina,

INEM para socorrer as pessoas, em casa ou na

600 mil. Amanhã será m elhor com certeza. Mas

rua, em caso de doença súbita ou acidente.

não podemos crescer exponencialmente, desor-

GH - Já se falou na falta de médicos no país.

privadas de enfermagem, tanto que o número de

Nós temos a tendência a esquecer-nos que a

ganizadamente, entropicam ente.

O INEM tem falta de médicos?

enfermeiros colocados no mercado começa a

emergência é um apanágio dos países ricos,

É preciso crescimento? É! E isso está a ser anali-

CR - O INEM não vive noucra galáxia! Se o país

exceder a procura.

os outros, infelizmente, nem sequer se preocu-

sado - foi analisado no Alentejo e está a ser an a-

tem falta de m édicos, o INEM tem falta de

Estando o país a formar jovens, com uma licen-

pam com a emergência. A cobertura que temos

lisado em Trás-os-Montes. Muitas zonas do

médicos. Não podemos inventá-los!

ciatura, que têm uma vocação dara para a área

em complementaridade funcional e estrutural

nomead amente, com o proliferar das escolas

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