Gestão Hospitalar - Nº17_maio_2006

Page 13

Quadro 10 Despesas com a saúde Despesas em Total das medicamentos despesas em o/o em o/o do total do PNB (2003) das despesas em saúde (2003)

Quadro 11 Camas e médicos (% por 1000 habitantes) 1

' '

Percentagem Percentagem de caro-as por de médicos por · 1000 habitantes 1000 habitantes (2003)

(2003)

Áustria

7.6

16.1

Áusrria

6.0

3.4

Bélgica

9.6

16.6

Bélgica

4.0

3.9

República Cf eca

6.5

3.5

'--·

~

Rep. Checa

7.5

-

-

-

-----~---~

21.9 lc

No entanto, nos vários trabalhos consulta-

- fazendo orçamentos fixos para a despesa de

menta para cada hospital público - contrato

Isto significa que os doentes deixam o hospi-

dos os resultados não são similares. H á autores

medicamentos;

programa - existindo sistemas de restrições de

tal no dia seguinte havendo todo um sistema

que responsabilizam este factor em apenas

- e na oferta:

custos de hospitais privados na Holanda e

de cuidados domiciliárias que asseguram o

1%(2) e outros em 2,4% do aumento dos

- controlando os preços dos medicamentos

Luxemburgo.

tratamento pós-operatório, nos seus domicí-

custos(3), porque afirmam que os indivíduos

procurando mantê-los baixos e regulando os

com 65 ou mais anos consomem quatro vezes

lucros da indústria farmacêutica;

3. O pagamento aos médicos

and old age houses).

mais cuidados de saúde do que os mais jovens.

- desenvolvendo o mercado dos genéricos;

O pagamento aos médicos dos cuidados

Na Dinamarca os hospitais são financiados

D e qualquer modo ainda n ão é um factor

- limitando as despesas de publicidade dos

primários é feito na base do pagamento por

pelos condados (counties), mas as comuni-

muito relevante quanto à elevação dos custos,

medicamentos;

serviço (fee-for-service) como acontece na

dades locais ou municípios (prefeituras) finan-

embora o seja em relação ao tipo de cuidados

- controland o o número de produtos;

Alemanha. Contudo , nesse país os clínicos

ciam os lares (nursing houses ou old ages

prestados.

- tendo um menor número de unidades por

recebem só 90 % do que anteriormente fo ra

houses). É assim ada ptado um sistema em

embalagem

previsto e é definido, em simultâneo, um

que, quando o doente está em condições de

padrão máximo de produção para cada região.

passar para um lar e nenhum está disponível

lios ou em lares adequados (nursing houses

Dinamarca

9.0

9.8

Dinamarca

3.4

2.9

Finlândia

7.4 .

16.0

Finlândia

2.3

2.8

França

10.1

20.9

3.8

3.4

Após recordar as razões fundamentais do

11.1

14.6

6.6

3.4

acréscimo dos custos, importa conhecer algu-

Uma tentativa de redução do preço dos medi-

Se eles ultrapassam esse padrão recebem um

para o receber, o hospital envia a conta, que é

-

4.4

mas acções emp reendidas para esse efeito:

camentos em Portugal, que não obteve os

pagamento decrescente dos 10% remanes-

o custo médio por dia do internamento, ao

resultados pretendidos, foi a adopção do Sis-

centes.

município. O resultado é que os municípios se

1. A partilha de custos

tema de Referência dos Preços. No início da

Como é dado um montante máximo para

esforçam por adquirir novos espaços para os

A única áre a onde se tem ve rificado uma

década de 90 iniciaram-se os primeiros estu-

cada região e estabelecido um padrão máximo

transformar em lares recebendo os doentes

consistente partilha de custos é a dos medi-

dos comparativos dos custos dos medica-

de produção, a distribuição dos 10% faz com

que os p rocuram.

camentos. Os sistemas de partici pação nos

mentos em quatro países de referência (Espa-

que eles controlem os seus colegas. Os clínicos

Nestes países o desenvolvimento dos cuidados

m edicamentos são m uito variados no espaço

nha, Itália, França e Portugal). Este Sistema

que têm comportamentos profissionais razoá-

domiciliários tem sido feito em simultâneo

Alemanha

--

--

1--- - - - - -

__________

,___França

Alemanha

-

----

i-------

Grécia

9.9

16.0

Hungria

7.8

27.6

Hungria

5.9

3.2

Irlanda

7.3

11.0

Irlanda

3.0

2.6

Itália

8.4

22. 1

Itália

3.9

4. 1

Luxemburgo

6.1

11.6

Luxemburgo

5.7

2.7

Holanda

9.8

11.4

Holanda

3.2

3.1

Polónia

6.0

-

Polónia

5.1

2.5

europeu. No Reino Unido e Holanda pagam-

considera um grupo de m edicamentos simi-

veis criticam os colegas que tentam aumentar

com a estratégia de redução do internamento

Portugal

9.6

23.4

Portugal

3. 1

3.3

-se os mesmos valores por medicamento,

lares e determina um preço próximo do valor

os seus rendimentos (mais consultas, etc.) à

hospitalar, com êxito no decréscimo dos cus-

Eslováquia

5.9

38.5

Eslováquia

5.9

3. 1

qualquer que seja o medicam ento prescrito

mais baixo desse grupo como referência para

custa dos outros médicos.

tos hospitalares e na maior humanização do

Espanha

7.7

21.8

Espanha

3. 1

3.2

(flat rate charges). Noutros países existe um

os medicamentos semelhantes.

Não existe um sistema de pagamento aos

tratamento do doente.

Suécia

9.2

13. 1

Suécia

2.4

3.3

sistema percentual ou seja, diferentes medi-

médicos perfeito e universal, daí que se te-

Como os hospitais constituem uma grande

Reino Unido

7.7

15.8

Reino Unido

3.7

2.2

camentos tê m diferentes percentagens de

2. Orçamentos

nham ensaiado sistemas mistos.

parte das despesas de saúde, sobre eles tem

comparticipação, como em França, em que o

A arma mais eficaz para moderar os custos da

A tendência acrual é efectuar o pagamento aos

incidido grande parte destas restrições. Daí

co-pagamento é baixo para "medicamentos de

saúde é o controlo dos orçamentos. Claro

médicos dos cuidados primários por capitação

que se tenha seguido a política de fechar hos-

Fonte - OCDE Health Dara, 2005

,. Grécia

-

Fonte - OCDE H ealrh Dara, 2005

Europeia deverá ter muito melhor acesso aos

a) O desenvolvimento tecnológico é das mais

conforto" e alto para os que previnem situa-

que isso torna-se mais fácil em países que

(número de doentes afectos a um médico) e

pitais e reduzir o número de camas, como

cuidados de saúde primários, apoiados em

importantes razões. E ao contrário do que

ções fatais. Existem outros países com ambos

possuem u m sistema de saúde integrado,

não por serviço prestado, porque este se tem

aconteceu sobretudo no Reino Unido, Irlan-

sistemas hospitalares mais flexíveis e colabo-

aco ntece no sector industrial, as novas tec-

os sistemas, como a Itália.

como é o caso de Portugal e da Espanha, que

revelado indutor da procura. Na Alemanha

da, França, Holanda e Portugal (cujo fecho de

rantes com estes cuidados de saúde;

no lo gi as não su b st i tuem as ant igas,

O custo com os medicamentos tem merecido

têm uma hierarquia de hospi tais e médicos

este sistema é aperfeiçoado com a existência de

serviços e camas vai contin uar a verificar-se

- Desenvolvimento (dos conhecimentos, ati-

sobrepõem-se com elas nos serviços de saúde,

particular atenção porque em relação às des-

assalariados do Estado.

um outro pagamento por serviços particu-

nos próximos tempos).

tudes e comportamentos) dos recursos huma-

exigindo sempre mais pessoal que é, por sua

pesas totais com a saúde assume proporções

Alguns países como a Holanda, Alemanha e

larmente cornplexos.

Nem sempre é verdade que maiores custos

nos da saúde;

vez, mais qualificado. Num sector de trabalho

preocupantes na UE, como se referiu.

Bélgica fazem orçamentos para cada um dos

- Etc.

intensivo isto é dramático, pelo que provoca

Na contenção dos custos dos m edicamentos

principais itens das despesas de saúde, tendo

Os objectivos para o século XXI podem resu-

na subida dos custos.

tem -se actuado na procura:

mir-se na intenção de continuar a melhorar

b) O acesso graruito (ou quase) a cuidados de

a saúde dos países membros, tendo em aten-

unitários são evidência de ineficiência. Daí que o caminho que tem sido feito para a pri-

um total determinado pelas contribuições a

4. Alternativas aos cuidados hospitalares

- acwando nos doentes - partilha de custos

haver para o efeito. Em períodos de cresci-

Uma maneira de tentar moderar os custos

a intenção (não garantida) de obter mais efi-

saúde pela grande parte ou totalidade da

e programas de educação para a saúde;

mento económico mais será atribuído aos

hospitalares tem sido a procura de alternativas

ciência, mas sim também a intenção de afas-

ção ganhos de eficiência com ênfase na redu-

pop ul ação dos países membros, que tem

- acruando nos prestadores - com a finali-

serviços de saúde e em períodos de declínio o

ao internamento como o aumento das cirur-

tar recursos h umanos e m ateriais do sector

ção de custos.

vindo a ocorrer nos últimos 50 anos.

dade de minimizar a redução da procura,

mverso acontece.

gias com um dia de internamento como está

público. Dadas as fortes pressões q ue têm

Vejamos primeiro quais são as ra zões do

c) O envelhecimento da população é tam-

através de incentivos, penalizações ou m edi-

O u tros países ainda, como a França, Ale-

acontecendo na Dinamarca, Irlanda, Reino

tido os governos para gerir os seus orçamen-

aumento de custos com a saúde:

bém acusado do aumento dos custos da saúde.

das reguladoras;

manha, Bélgica e Portugal, fixam um orça-

Unido e Holanda.

tos, isso constitui um aliciante expediente.

vatização não terá sido, na verdade, somente


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.