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Bons e maus exemplos
from Revista Antral 209
by Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros
José Monteiro
O desafio que as plataformas digitais, com as suas tecnologias ditas de disruptivas, ainda hoje muito pouco regulamentadas, vieram lançar sobre o nosso sector, obrigou a todos sem exceção, a uma reflexão profunda quanto ao caminho que deveríamos trilhar, como maneira de nos salvaguardamos desta concorrência, não raras vezes desleal, já que as leis que as regem são bem mais benevolentes e simpáticas para com estas plataformas do que, para com os transportadores em táxi.
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Exemplo disso, são as cargas horárias dos cursos de formação e os requisitos de acesso aos mesmos, bem como, a organização do mercado, pois no nosso caso estamos limitados geograficamente, enquanto que os nossos concorrentes podem operar livremente em todo o território nacional, e pasme-se, sem limite de viaturas afetas a contingentes.
Face a este contexto, e confrontados com estas novas realidades, interiorizaram os profissionais do nosso setor, tanto empregador, como assalariados, que urgia rapidamente promover uma melhoria na qualidade de atendimento aos nossos utilizadores, e simultaneamente, disponibilizar a estes, melhores e mais asseadas viaturas, pois eram estes os itens, aos quais a opinião pública era mais sensível.
Foi por isto mesmo, que nós temos vindo paulatinamente a melhorar a nossa frota de viaturas, que hoje estão bem mais modernas e bem mais apresentadas do que outrora, e temos hoje uma classe de profissionais de táxi com uma melhoria nítida na qualidade de atendimento ao público.
Vem tudo isto a propósito, de um recente comentário, e que eu não estranhei, proferido por um conhecido jornalista num programa televisivo e que passo a citar:
“Tenho tido a sorte de andar em táxis limpíssimos, novos, com taxistas impecáveis. Ao contrário do Uber, com pessoas que não sabem conduzir, não sabem onde estão e sujíssimos.”, e vai mais longe este experiente jornalista, que dá pelo nome de Luís Pedro Nunes, quando afirma neste mesmo programa que “Os ubers são uns carrinhos pequeninos e sujos, ao contrário dos táxis que deram a volta”.
São comentários destes, que nos apraz registar com evidente satisfação, pois são a prova mais do que evidente que o nosso esforço conjunto de melhoria está a dar os seus frutos, e que para bem de todos devem ser sempre melhorados e constantes.
Contudo, como diz o velho ditado, “No melhor pano cai a nódoa”, por isso mesmo, foi com um sentimento de tristeza que li também recentemente a notícia tornada pública pelo Comando Metropolitano de Lisboa que dois profissionais de táxi foram detidos por especulação pois utilizavam aceleradores de taxímetros para adulterarem os preços dos seus serviços prestados.
A ser verdade, é verdadeiramente lamentável o ocorrido, pois este comportamento desviante de dois indivíduos, põem em causa o esforço coletivo de uma classe que tem no seu seio, felizmente, gente muito séria e de princípios.
Espero e faço votos que o setor por si só se consiga expurgar deste tipo de pessoas, a quem me recuso de chamar de profissionais de táxi ou em extremis o IMT, IP faça esse trabalho para bem de todos nós.
Resta-me para terminar, desejar a todos vós um Excelente Ano de 2023, e que este nos traga a tão desejada Paz e consequentemente um clima favorável à Prosperidade.