Alforge dezembro 2019

o alforge ao serviço dos valores e da comunidade

número 20

dezembro 2019

boletim (in)formativo

Arciprestado Seia - Gouveia

www.oalforge.pt distribuição gratuita

O projeto Say yes surge de um olhar sobre a realidade na qual se evidenciavam três aspetos.

O primeiro refere-se à diversidade de práticas realizadas na catequese com adolescentes em muitas paróquias, que evidenciam a criatividade dos catequistas e o seu desejo de fazer mais e melhor pela catequese.

O segundo diz respeito ao processo de renovação da catequese com adolescentes em Portugal e à interrogação relativa ao contributo que a diocese de Lisboa poderia dar.

Finalmente, o anúncio da realização da próxima Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, no ano de 2022, constituiu o mote para propor uma caminhada de preparação para a Jornada que seja, simultaneamente, um laboratório e inovação e experimentação catequética.

Armar o Presépio em nossas casas ajuda-nos a reviver a história sucedida em Belém. Naturalmente os Evangelhos continuam a ser a fonte, que nos permite conhecer e meditar aquele acontecimento; mas a sua representação no Presépio ajuda a imaginar as várias cenas, estimula os afetos, convida a sentirmo-nos envolvidos na história da salvação, contemporâneos daquele evento que se torna vivo e atual nos mais variados contextos históricos e culturais.

O Boletim Informativo O Alforge deseja a todos, um Santo e Feliz Natal, com a simplicidade do nascimento do Menino Jesus.

Porque é Natal...

02 | O Alforge | dezembro 2019

Carta Apostólica Admirabile Signum, significado e valor do Presépio 1. O sinal admirável do Presépio, muito amado pelo povo cristão, não cessa de suscitar maravilha e enlevo.

Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da Encarnação do Filho de Deus. De facto, o Presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura. Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a colocarmo-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade daquele que se fez homem, a fim de se encontrar com todo o homem, e a descobrirmos que nos ama tanto, que se uniu a nós para podermos, também nós, unirmo-nos a Ele. Com esta Carta, quero apoiar a bonita tradição das nossas famílias de prepararem o Presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças…

Trata-se verdadeiramente dum exercício de imaginação criativa, que

recorre aos mais variados materiais para produzir, em miniatura, obras-primas de beleza. Aprende-se em criança, quando o pai e a mãe, juntamente com os avós, transmitem este gracioso costume, que encerra uma rica espiritualidade popular.

Desejo que esta prática nunca desapareça; mais, espero que a mesma, onde porventura tenha caído em desuso, se possa redescobrir e revitalizar.

2. A origem do Presépio ficase a dever, antes de mais nada, a alguns pormenores do nascimento de Jesus em Belém, referidos no Evangelho. O evangelista Lucas limita-se a dizer que, tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, «teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria» (2,7). Jesus é colocado numa manjedoura, que, em latim, se diz praesepium, donde vem a nossa palavra presépio.

Ao entrar neste mundo, o Filho de Deus encontra lugar onde os animais vão comer.

A palha torna-se a primeira enxerga para Aquele que se há de revelar como «o pão vivo, o que desceu do Céu» (Jo 6,51). Uma

simbologia, que já Santo Agostinho, a par doutros Padres da Igreja, tinha entrevisto quando escreveu: «Deitado numa manjedoura, torna-se nosso alimento». Na realidade, o Presépio inclui vários mistérios da vida de Jesus, fazendo-os aparecer familiares à nossa vida diária.

Passemos agora à origem do Presépio, tal como nós o entendemos. A mente levanos a Greccio, na Valada de Rieti; aqui se deteve São Francisco, provavelmente quando vinha de Roma onde recebera, do Papa Honório III, a aprovação da sua Regra, em 29 de novembro de 1223.

Aquelas grutas, depois da sua viagem à Terra Santa, faziamlhe lembrar de modo particular a paisagem de Belém. E é possível que, em Roma, o «Poverello» de Assis tenha ficado encantado com os mosaicos, na Basílica de Santa Maria Maior, que representam a natividade de Jesus e se encontram perto do lugar onde, segundo uma antiga tradição, se conservam precisamente as tábuas da manjedoura.

As Fontes Franciscanas narram, de forma detalhada, o que aconteceu em Greccio.

Quinze dias antes do Natal, Francisco chamou João, um homem daquela terra, para lhe pedir que o ajudasse a concretizar um desejo:

«Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incómodos que Ele padeceu pela falta das coisas necessárias a um recémnascido, tendo sido reclinado na palha de uma manjedoura, entre o boi e o burro». Mal acabara de o ouvir, o prestável amigo foi preparar, no lugar designado, tudo o que era necessário segundo o desejo do Santo. No dia 25 de dezembro, chegaram a Greccio muitos frades, vindos de vários lados, e também homens e mulheres das casas da região, trazendo flores e tochas para iluminar aquela noite santa. Francisco, ao chegar, encontrou a manjedoura com palha, o boi e o burro. À vista da representação do Natal, as pessoas lá reunidas manifestaram uma alegria indescritível, como nunca tinham sentido antes. Depois, o sacerdote celebrou solenemente a Eucaristia sobre a manjedoura, mostrando também deste modo a ligação que existe entre a Encarnação do Filho de Deus e a Eucaristia. Em Greccio, naquela ocasião, não havia figuras: o Presépio foi formado e vivido pelos que estavam presentes.

Ficha Técnica Propriedade e Administração: Arciprestado de Seia e Gouveia Equipa Responsável: Joaquim Pinheiro (Pe.), João Barroso (Pe.), Paulo Caetano (Dr.), Rafael Neves (Pe.) Colaboradores nesta Edição: Ana Estrela, Cristina Sá Carvalho (Dra.), Estela Cristina Brito (Dra.), Filipe Loureiro, Manuel Felício (Dom), Paulo Caetano (Dr.), Rafael Neves (Pe.), Rita Saraiva (Dra.), Tiago Neto (Pe.), Valter Salcedas (Pe.).

Revisão dos Textos: Anabela Jorge (Dra.), Cláudia Lopes (Dra.) e Olga Oliveira.

Morada para Correspondência: Av. Visconde Valongo, n. 11, 6270-486 Seia Contatos: p.caetano@mail.telepac.pt | www.oalforge.pt

A Propósito do Natal...

03 | O Alforge | dezembro 2019

A caminho de Belém Entrámos no mês do Natal.

falamos das fontes da vida; vida que começa pequenina, cresce, desenvolve-se até à maturidade. Vida que passa por etapas variadas, como são a infância, a adolescência , a juventude, a idade adulta, até ao termo natural da existência sobre a terra.

E, de repente, tudo à nossa volta, mudou de cor, com a abundância das luzes a darem novo brilho às nossas aldeias, vilas e cidades. As estrelas, os sinos e as variadas fantasias a dizerem que esta é uma quadra diferente e as pessoas a fazerem contas aos próximos dias de pausa, que lhes permitem viajar ao encontro daqueles que lhes são mais queridos e geralmente em especiais lugares da memória.

Cada uma destas etapas tem a sua importância, no processo de crescimento que a todos nos envolve.

E tudo isto acontece, porque houve um Menino que nasceu em Belém, há dois mil anos.

Nasceu fora de portas e numa manjedoura de animais, porque não havia para ele lugar nas casas da cidade. É este Menino e o seu significado de salvação que hoje continua a ori­ entar o sentido do nosso caminhar.

Sim, porque a vida é sempre uma caminhada, mesmo que não tenhamos identificado bem a meta para onde caminhamos.

Para nós essa meta é, na realidade, este Menino e sua mensagem de Boa Notícia para toda a Humanidade, o seu Evangelho.

Os pastores que pernoitavam nas redondezas a guardar os rebanhos, em sua simplicidade e pobreza, foram os primeiros a decidirem-se por ir à procura deste Menino.

Encontraram-no, perceberam quem Ele era e

a importância da sua mensagem de salvação para toda a Humanidade; e partiram cheios de alegria e anunciaram por toda a parte a novidade que nele descobriram. Também nós, neste Natal, queremos reforçar o nosso desejo de caminhar ao encontro do Menino de Belém.

No nosso alforge, queremos levar o estritamente indispensável para a caminhada e crescer no desejo e na determinação de dar cumprimento ao desígnio representado por Ele mesmo e por aquela Família de encanto, constituída também por Sua Mãe, Maria e seu Pai adoptivo José.

E diante desta família modelar, queremos, como os pastores, ganhar coragem e especial entusiasmo para irmos ao encontro de todas as famílias, dando o nosso contributo para que sejam, como esta família modelo, verdadeiros santuários do

amor e da vida.

Sabemos que nem todas as famílias estão a conseguir realizar por inteiro este sonho e muitas delas, nas circunstâncias atuais, vivem situações de fragilidade e de sofrimento, as quais a todos nos interpelam.

E interpelam-nos sim, por que todos somos chamados a viver uma vida feliz e a comunicar felicidade à nossa volta, a começar pelos que nos são mais próximos, no caso das famílias, o marido e a esposa, os filhos e as filhas, os irmãos e as irmãs e mesmo outros familiares.

Nem sempre, porém, é assim, mas o Menino de Belém optou pela simplicidade e pela pobreza, no Presépio de Belém, para estar próximo de todos, a começar pelos que mais sofrem e até daqueles que são marginalizados, como Ele o foi, ao não ser recebido nas casas da cidade, aquando do seu nascimento.

Falando de famílias,

As etapas da adolescência e da juventude têm de especial o facto de serem o tempo do discernimento e das grandes decisões, quando os dinamismos da vida estão especialmente ativos.

Merecem por isso, especial atenção, tanto dos próprios como dos adultos, a começar pelos seus familiares. Essa atenção nunca poderá ser para os substituir, mas sim para criar condições que lhes permitam fazer as suas esco­ lhas, com a informação e as condições necessárias.

Estamos a olhar para a Jornada Mundial da Juventude marcada para se realizar no nosso país dentro de três anos, em 2022.

Caminhar à luz do Menino de Belém é sabermos acompanhar os nossos adolescentes e jovens, no seu percurso pessoal de vida e rumo à Jornada Mundial de Juventude de 2022, ajudandoos a utilizar bem os meios que vão sendo colocados à sua disposição, como é o caso do projeto “Say Yes” (dizer sim a Deus) para os adolescentes que serão jovens em 2022.

Saibamos caminhar à luz do Menino de Belém, levando no nosso alforge o indispensável e só o indispensável.

For mação e Catequese 04 | O Alforge | dezembro 2019

A Catequese, sinal da vinda do Reino O Prefácio da solenidade de Cristo Rei, que há poucos dias celebrámos, convidavanos a voltar o nosso coração e o olhar da Fé para a construção daquilo a que Leonard Boff chamava de “Utopia do coração humano”: “Reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e paz”.

Valter Tiago Salcedas Duarte nasceu a 4 de junho de 1981. Foi Ordenado sacerdote a 08 de dezembro de 1998. É Pároco de Alpedrinha, Atalaia do Campo, Castelo Novo, Louriçal do Campo e Soalheira. É Diretor do Departamento Diocesano da Catequese da Infância e Adolescência.

O Reino de Deus é o grande projecto da humanidade reconciliada e fraterna e a realização de todos os valores pelos quais anseiam os homens de todos os tempos.

A construção deste Reino é o desejo de toda a actividade da Igreja que, por isso, ambiciona e se empenha na transformação das relações humanas, na mudança dos valores vigentes e na superação das injustiças e discriminações presentes no mundo.

Pelo seu compromisso actuante, a Igreja, na sua

ação pastoral, procura por isso e para isso, realizar o Reino de Deus no amor e no serviço fraterno; vivê-lo na fraternidade e na comunhão; proclamá-lo no anúncio libertador do Evangelho e celebrá-lo com ritos e gestos simbólicos.

Esta construção do Reino de Deus é, assim, o centro de toda a acção pastoral que se requer, acima de tudo, um processo evangelizador com todas as suas etapas: a acção missionária e de primeiro anúncio; a acção catecumenal para a iniciação cristã; a acção propriamente pastoral e a acção testemunhal de presença no mundo quotidiano.

A catequese, fazendo parte das acções catecumenal e pastoral, ganha, nas comunidades cristãs, uma importante dimensão, quer para a própria iniciação cristã, quer para uma contínua aproximação ao Evangelho e consequente compromisso.

A catequese da infância e adolescência, bem como a catequese de adultos, que infelizmente não é uma realidade presente de forma organizada na nossa Diocese, são dois momentos a que nenhuma comunidade se deveria furtar.

Eles são sinais evangelizadores com os quais a Igreja realiza a missão de Ser no mundo.

Por esta razão qualquer Plano Pastoral, diocesano ou paroquial, tem que, necessariamente, dar uma ampla atenção à acção

catequética e empenhar esforços e recursos para que ela seja um momento de autêntico anúncio querigmático e, posteriormente na catequese de adultos, compromisso e testemunho permanentes.

A Diocese da Guarda tem, desde há décadas, uma tradição catequética muitíssimo implementada no seu território conseguindo, até agora, responder aos desafios que a mesma coloca, sabendo adaptar-se às enormes vicissitudes que lhe trazem a orografia por um lado e a cada vez mais premente desertificação por outro.

A resposta a estas dificuldades pastorais tem sido encontrada quer pela criatividade local, nas comunidades paroquiais, quer com algumas propostas a nível nacional.

Localmente tem existido um esforço cada vez maior por conseguir concretizar a “empresa” da formação.

O processo catequético, de inspiração catecumenal, implica cada vez mais que o catequista não seja um repetidor ou notário da Fé, mas um verdadeiro discípulo, que sabe onde vai buscar as suas certezas e é capaz de as testemunhar de forma clara sem dogmatismos acéfalos.

Esta é, acima de tudo, a razão que leva os Departamentos diocesanos da Catequese, e o nosso também a propor, insistente e recorrentemente, as acções de formação, os cursos e os encontros necessários para que essa necessidade seja colmatada.

For mação e Catequese 05| O Alforge | dezembro 2019

A Catequese, sinal da vinda do Reino

(Continuação…)

O Secretariado Nacional da Educação Cristã – SNEC – tem procurado rever e tentado adaptar o programa e os materiais aos novos desafios humanos e pastorais.

projecto é implementado, marcará o início de um novo vigor na relação entre as comunidades e a catequese, e dos adolescentes e jovens com a comunidade.

Por inúmeras razões nem sempre os mesmos se adaptam à realidade concreta e específica das nossas comunidades, mas é certo e seguro que as luzes que lançam são maiores que as sombras que porventura provocam.

Não basta recordar a urgência e necessidade do que nos cabe, não é saudável encontrar permanentemente responsáveis e desculpas para que a proposta evangélica não chegue aos seus destinatários, não podemos dirigir ao Passado o saudosismo do que gostaríamos de viver, é preciso motivar, acompanhar e ajudar na descoberta da Fé aqueles que o Senhor hoje nos confia!

Exemplo claro disso é o projecto “Say Yes, Aprender a dizer sim: Catequese com Adolescentes | Rumo à JMJ 2022”. Tendo surgido como consequência do anúncio do Papa de que as Jornadas Mundiais da Juventude de 2022 seriam em Lisboa, a diocese anfitriã, num primeiro momento, e o SNEC numa segunda fase, propõem uma caminha com os adolescentes para que estes possam uma vivência e preparação remota que os conduza a uma participação

mais consciente e autêntica das JMJ – 2022.

O projecto “Say Yes” não é uma revolução catequética, nem tão pouco a resposta as todos os desafios da catequese, é sim uma resposta que na metodologia e nos conteúdos, sem alterar o programa aprovado pela Conferência Episcopal Portuguesa, envolve os adolescentes na sua própria

formação da Fé e os desperta para a necessidade do empenho na construção do Reino.

Este espaço temporal até as JMJ será um verdadeiro “Laboratório catequético” que, tendo como objectivo principal a participação consciente dos adolescentes e jovens nas Jornadas e colhendo o contributo de todas as experiências das comunidades onde o

Não podemos, por isso, deixar passar esta oportunidade que o Espírito nos concede!

Dossier: Projecto “Say Yes - Aprender a dizer sim” 06 | O Alforge | dezembro 2019

Dizer Sim, tendo como motivação a Jornada Mundial da Juventude 2022

Cristina Sá Carvalho, responsável pelo Departamento de Catequese, do Secretariado Nacional da Educação Cristã.

Desde 2014 que os Secretariados Diocesanos da Catequese e o departamento de Catequese do Secretariado Nacional da Educação Cristã têm refletido sobre que catequese preparar e acompanhar quando se trata de trabalhar com os adolescentes. Nessa linha, editou-se em 2015 um pequeno conjunto de catequeses para preparar a profissão de fé, as «Catequeses da Fé», que propõem novos tempos e novos espaços para a catequese, uma maior participação das

comunidades de fé e uma perspetiva intergeracional, com a participação dos pais e de outros adultos, assim como uma metodologia investigativa e projetual. E, em muitas da dioceses, têmse acompanhado iniciativas locais de formação dos adolescentes que procuram modalidades de educação para a fé mais ativas e mais participativas.

Entre 2016 e 2018 começaram a redigir-se novos documentos sobre essa catequese que, entretanto, se definiu como uma Catequese COM os adolescentes, e para a qual se produziram guias de intenções e um esboço de itinerário, atualmente a serem trabalhados por um grupo que integra os diretores diocesanos especializados em catequética e é coordenado pela direção do departamento de catequese do SNEC. Na linha destas intenções e destas orientações, e tendo como pano de fundo a Jornada Mundial da Juventude, foi apresentado pelo P. Tiago Neto o projeto do Sector da Catequese do Patriarcado de Lisboa, «Say Yes», quanto a um caminho de catequese em três anos pastorais que pretende preparar os adolescentes para esse grande acontecimento eclesial a ter lugar em 2022. Tal como a modalidade de catequese COM os adolescentes que está a ser trabalhada, tem um carater vocacional e querigmático, fortemente ancorado no grupo e na vida da comunidade de fé. Este projeto foi assumido pela

Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé e é de natureza facultativa, mediante uma inscrição que permite ter uma noção de quantos grupos estarão a fazer o percurso, em função dos recursos materiais a preparar e da formação a dar aos catequistas.

Nesta experiência, pensada em exclusivo para estes três anos, os grupos podem ser homogéneos ou heterogéneos quanto às idades e a idade de participação na Jornada estará principalmente vinculada à maturidade de cada um e de cada uma. Os grupos que iniciem o projeto no 10º ano de catequese podem continuar até 2022. Do ponto de vista pedagógico, este projeto pretende explorar já a dimensão da Missão e do Serviço em lógica projetual, e é considerado como um ensaio para a renovação do programa da catequese COM os adolescentes. Da sua avaliação resultarão, certamente, muitas propostas a integrar no itinerário e nas sugestões pedagógicas a preparar para 2022/23.

Tem um esquema mensal, em que se estudam as Mensagens dos Papas para as edições anteriores da Jornada, em torno da experiência de discernimento proposto pelo Papa Francisco, Reconhecer, Interpretar e Escolher. Sugere-se vivamente que as Paróquias se unam à Jornada proporcionando aos adolescentes um espaço de convívio e de trabalho digno

e estimulante, para que, com a orientação dos catequistas, possam conviver, planear as suas atividades, partilhar as suas realidades e dons e crescer em conjunto.

Muito do trabalho em cada encontro de catequese está associado a um dos Guias do Catequista de que dispomos atualmente. Esses materiais – Guias e catecismos – continuarão disponíveis para responder às necessidades do projeto e para todos os grupos que não queiram aderir, pretendam aderir mais tarde ou queiram combinar o percurso do catecismo com o projeto das JMJ. Os materiais específicos para o projeto «Say Yes», preparados pela equipa do Patriarcado de Lisboa e editados pelo SNEC, têm uma periodicidade trimestral.

A qualidade da implementação do projeto «Say Yes» assenta, em grande parte, no acompanhamento proporcionado pelos catequistas. Essa formação foi pensada num ritmo sinodal, de caminhada reflexiva, combinando, em cada um dos quatro ou cinco encontros de cada ano pastoral, formação doutrinal (sobre o tema dos encontros) e pedagógica, uma vez que os materiais a preparar não contarão com as habituais Introduções, que abrem o capítulo de cada um dos encontros nos Guias do catequista. Para chegar a todas as Paróquias interessadas, cada Secretariado diocesano prepara Catequistas Formadores ou delegados, que trabalham em equipa e atuam no terreno sob orientação do Secretariado.

Dossier: Projecto “Say Yes - Aprender a dizer sim” 07 | O Alforge | dezembro 2019

Dizer Sim, tendo como motivação a Jornada Mundial da Juventude 2022

Assim, é essencial o esforço das dioceses no sentido de fornecerem essa formação regularmente, ao longo do percurso de três anos, o que constitui também uma nova experiência do percurso de renovação da catequese que foi iniciado há cerca de dez anos e deve prosseguir, acompanhando as novas necessidades das pessoas, das dioceses e da Igreja

universal.

Certamente que o apelo do Papa Francisco para a Jornada portuguesa é dirigido a todos, crianças, adolescentes, famílias, catequistas, comunidades de fé: «Levanta-te e vai!» (Cf. Cristo vive 43-48; Lc 1, 3945). E, tal como explicado na Nota Pastoral da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé para a

Semana Nacional da Educação Cristã de 2019, tem dois movimentos complementares: erguer-se ao alto, invocando e acolhendo o dom de Deus, a graça de Jesus e a luz do espírito Santo e sair ao encontro dos outros, levando-lhes a alegria da vida na fé. Os desenvolvidos previstos quanto à catequese COM os

adolescentes, e já no projeto «Say Yes», têm no seu centro este encontro com o Senhor e a sua partilha com os outros, por mais periféricos e distantes que estes sejam, reconhecendo, também, agora, neste tempo, a capacidade evangelizadora de crianças, adolescentes e jovens.

Testemunho: Viver Taizé!

Taizé é uma aventura, não por ser perigoso, não por ser radical, mas por ser diferente. Um mundo numa pequena aldeia de França. Um mundo com vários continentes, países, religiões, perspetivas e diferentes caminhos, representados pelos aventureiros que lá vão.

Diferentes caminhos, alguns que se cruzam, outros que já se cruzaram e outros que se vão cruzar, todos para marcar, à sua maneira, a vida do seu irmão.

Na ida a Taizé, todos buscamos algo: alegria, conforto e respostas; e todos encontramos: amigos, companheiros, lições e vivências!

A reflexão em Taizé faz-se sozinha, no silêncio que encontramos em vários locais da aldeia, mas é nesse silêncio, que estamos todos reunidos, juntos, por algo maior.

Taizé é uma pequena aldeia, um pequeno mundo onde eu encontro tanta coisa que nem consigo descrever... Taizé não se explica, Taizé vive-se, Taizé sente-se!

Foi nessa pequena aldeia que eu soube o que era o amor, o companheirismo, a cumplicidade, a empatia e tantos outros valores. Não por eles não existirem na sociedade onde vivo, mas por serem raramente tão genuínos.

Taizé é uma fonte que não se esgota, onde devemos encher-nos e levar até aos nossos aquilo que lá aprendemos.

Para podermos ensinar aos que amamos como viver na simplicidade. Para podermos melhorar, por pouco que seja, a vida dos que nos rodeiam.

Para podermos ser melhores. E tornar o mundo um lugar melhor para mim, para ti e para todos!"

Ana Estrela , Estudante de Medicina, UBI, Covilhã

Dossier: Projecto “Say Yes - Aprender a dizer sim” 08 | O Alforge | dezembro 2019

Projecto ‘Say Yes – Aprender a dizer sim’ O Boletim Informativo O Alforge foi ao encalce do responsável pelo Projecto ‘Say Yes – Aprender a dizer sim’, o Padre Tiago Neto. Esta nova proposta de formação dos adolescentes , criada pelo Sector da Catequese do Patriarcado de Lisboa, propõe uma caminhada pela história das Jornadas Mundiais da Juventude. Em entrevista ao nosso Boletim Informativo, o diretor da Catequese da Diocese de Lisboa, padre Tiago Neto, fala desta “oportunidade a não perder”, que se alargou a todas as dioceses e que oferece aos adolescentes a oportunidade de “serem protagonistas” com a criação de “formas concretas de evangelização”.

Este sacerdote que já participou em cinco Jornadas Mundiais da Juventude (Paris, 1997; Roma, 2000; Colónia, 2005; Madrid, 2011; Cracóvia, 2016), recorda ao Alforge como esta iniciativa criada pelo Papa João Paulo II foi “determinante” para tomar a decisão de ser padre.

O padre Tiago Miguel Fialho Neto nasceu a 31.08.1981.

Foi Ordenado a 02.07.2006 e é pároco nas Paróquias de Fanhões, São Julião do Tojal, Santo Antão do Tojal e Bucelas. É o director do Sector da Catequese do Patriarcado de Lisboa.

Nesta caminhada os adolescentes vão estar acompanhados por um «diário de bordo» pessoal com vários materiais que ajudarão os mais novos a fazerem uma caminhada pessoal e em grupo.

A proposta surge “da reflexão que temos vindo a realizar na catequese dos adolescentes” e da certeza “de que o acontecimento JMJ Lisboa 2022 não pode passar ao lado dos adolescentes que frequentam a catequese.

Como surgiu este Projeto?

Quais foram as bases que inspiram este modelo direcionado para a catequese da adolescência?

O projeto Say yes surge de um olhar sobre a realidade na qual se evidenciavam três aspetos.

O primeiro refere-se à diversidade de práticas realizadas na catequese com adolescentes em muitas paróquias, que evidenciam a criatividade dos catequistas e o seu desejo de fazer mais e melhor pela catequese.

O segundo diz respeito ao processo de renovação da catequese com adolescentes em Portugal e à interrogação relativa ao contributo que a diocese de Lisboa poderia dar.

Finalmente, o anúncio da realização da próxima Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, no ano de 2022, constituiu o mote para propor uma caminhada de preparação para a Jornada que seja, simultaneamente, um laboratório e inovação e experimentação catequética.

A quem se destina este projeto e quem, na comunidade paroquial é e pode ser envolvido?

Este projeto destina-se a todos os adolescentes da catequese, do 7º ao 10º ano.

A lógica projetual que propomos contempla uma relação mais natural com a comunidade cristã, decorrente do caminho feito pelos adolescentes e dos projetos de serviço e de missão que venham a ser implementados.

A comunidade é o lugar onde se partilham os sucessos e fracassos da missão!

Quais as principais etapas deste projeto, na sua implementação concreta?

Este projeto segue, de uma forma global, as quinze etapas da Jornada Mundial da Juventude desde 1986 a 2019. Trabalha os temas dessas jornadas de forma atualizada e indo de encontro à realidade dos adolescentes de hoje.

Segue uma metodologia sintetizada em quatro verbos: reconhecer, interpretar, escolher e festejar.

Dossier: Projecto “Say Yes - Aprender a dizer sim” 09 | O Alforge | dezembro 2019

Projecto ‘Say Yes – Aprender a dizer sim’ Este projeto foi pensado para substituir o percurso catequético que está instituído a nível nacional?

Inicialmente não era o previsto. Mas, na forma como está apresentado, constitui-se como um itinerário alternativo para estes três anos.

Sabemos, que o Projeto "Say Yes – Aprender a dizer sim", foi, já apresentado em algumas dioceses. Na sua opinião, como tem sido a reação dos catequistas?

Que expetativas têm? Quais os desafios subjacentes à adesão a este modelo?

"O futuro não é uma ameaça a temer, mas o tempo que o Senhor nos promete para que possamos fazer experiência da comunhão com Ele, com os irmãos e com toda a criação.

Temos necessidade de reencontrar as razões da nossa esperança e sobretudo de as transmitir aos jovens que de esperança estão sedentos; como justamente afirmava o Concílio Vaticano II: “Podemos legitimamente pensar que o destino futuro da humanidade está nas mãos daqueles que

souberem dar às gerações vindoiras razões de viver e de esperar” (Gaudium et spes, 31)» (Francisco, 3 de outubro 2018, Discurso inicial aos Padres Sinodais)

Tendo em conta este pensamento do Papa Francisco, na sua perspetiva, de que forma é que as JMJ 2022, poderão trazer um novo paradigma para a catequese com os adolescentes e também para a pastoral juvenil?

As Jornadas Mundiais da Juventude constituem um paradigma na forma da

Igreja se relacionar com as novas gerações e, por isso, desafiam a Igreja na sua forma de estar com os adolescentes e jovens.

Um dos aspetos em que as Jornadas poderão ajudar a transformar a catequese refere-se ao protagonismo dos adolescentes na catequese.

Eles não são simplesmente destinatários, mas sujeitos ativos na escolha de caminhos a percorrer na catequese. São o agora de Deus, como diz o Papa Francisco. E São João Paulo II referia-se aos jovens como sendo a esperança da Igreja e do mundo.

Este projeto nasceu na diocese de Lisboa e foi reconhecido como uma proposta válida para as paróquias que quisessem integrá-lo.

A reação dos catequistas tem sido muito entusiasta.

Traz desafios grandes ao nível do trabalho em equipa, da programação catequética, concretamente na dinâmica de projeto.

No entanto, devolve aos catequistas e aos adolescentes a capacidade de porem a mão na massa e intervirem positiva e evangelicamente no meio em que vivem.

Este ‘Say yes - aprender a dizer sim’, quer ser contributo para a renovação da catequese com adolescentes e, por isso, usaremos o método constante na Evangelium Gaudium, do Papa Francisco, com três momentos: Reconhecer, interpretar e escolher, de modo a poder fazer dele um laboratório de inovação catequética.

É um itinerário de preparação e não um itinerário de JMJ. Tem uma clara nota vocacional para ajudar os adolescentes a dizerem sim ao projeto de Deus e desenvolve-se em três anos pastorais com clara inspiração no caminho sinodal sobre os jovens valorizando os conteúdos da exortação apostólica “Cristo Vive”.

Dossier: Projecto “Say Yes - Aprender a dizer sim” 10 | O Alforge | dezembro 2019

Dons e tarefas no compromisso da Igreja com os jovens Final do Sínodo e, depois, há pouco tempo, a assinatura por parte do Papa Francisco da Exortação Apostólica ‘Christus vivit’ (25 de Março 2019). Efectivamente, a Igreja tem-se empenhado em caminhar com os jovens no seu discernimento vocacional e em rejuvenescer o seu rosto juntamente com os jovens.

Rafael José Almeida Neves nasceu a 9 de setembro de 1985. É Pároco de Santa Marinha, Mangualde da Serra, Moimenta da Serra, Paços da Serra e São Martinho (Seia); Coordenador do Departamento Diocesano da Pastoral Juvenil e Vocações; Capelão para a Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia.

No caminho que a Igreja deseja fazer junto e com os jovens, nestes últimos anos, aconteceu muita coisa: a publicação do Instrumentum Laboris do Sínodo sob o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’ (8 de Maio a 19 de Junho 2018), a Assembleia Sinodal (de 3 a 28 Outubro 2018) que culminou com a publicação do Documento

No que diz respeito ao caminho sinodal, este tem sido para toda a Igreja um estilo e um método: caminhase juntos porque o que conta, é o ter em conta que todo o processo renova. Ou seja, reitera-se como importante, aprender a criar processos que permanecerão, abrir caminhos que nós mesmos poderemos até já não percorrer. Neste particular, será oportuno pensar em Moisés no monte Nebo, que abre o caminho para a terra prometida, mas não entra nela! É uma bela imagem bíblica de um percurso com outros para que eles tenham acesso a uma vida plena e abundante!

Dentro do processo de renovação, o compromisso da Igreja com e para os jovens, está somente no seu inicio. O papa Francisco na exortação apostólica ‘Cristo Vive’ afirma: ‘Exorto as comunidades a fazerem, com respeito e seriedade, um exame da sua realidade juvenil mais próxima, para poderem discernir os percursos pastorais mais apropriados’ (CV 103). Tratase de uma revisão de vida para se estar mais apto para a missão que Deus confia em relação às jovens gerações.

Trata-se, usando as palavras

do Concílio Vaticano II, de realizar aquele caminho de ‘aggiornamento’ que nos torna amigos dos jovens de hoje e também contemporâneos d’Aquele Jesus que está sempre vivo e presente no meio de nós e nos quer vivos!

Aquilo que acontece na vida de uma pessoa, poderia e deveria acontecer também na Igreja local, nacional e universal no início do terceiro milénio, porque, como afirma o papa Francisco: ‘em cada momento da vida, podemos renovar e fazer crescer a nossa juventude.

Quando comecei o meu ministério como Papa, o Senhor alargou os meus horizontes e deu-me uma renovada juventude. O mesmo pode acontecer com um casal já com muitos anos de matrimónio, ou com um monge no seu mosteiro.

Há coisas que precisam dos anos para se consolidar, mas este amadurecimento pode coexistir com um fogo que se renova, com um coração sempre jovem’ (CV 160).

Assim, a palavra do Papa Francisco na Exortação Apostólica ‘Cristo Vive’ é para a pastoral da Igreja no seu todo e, em particular, para o seu sector juvenil, uma grande dádiva e uma tarefa igualmente grande.

Todo o dom é sempre algo que nos empenha no seu desenvolvimento. Os dons são sempre talentos para investir e sementes para fazer frutificar, nunca tesouros para guardar e

esconder.

O primeiro grande dom e tarefa é a escuta. O primeiro passo para se entrar com verdade no ritmo do discernimento é a escuta das pessoas e escuta do Espírito que fala nelas e em cada um.

Escuta empática, capaz de se deixar mudar por aquilo que nos toca a alma. O papel de uma escuta autêntica é a mudança do próprio ponto de vista, uma conversão do coração.

O segundo dom e tarefa é o anúncio. Os jovens desejam que lhes sejam anunciadas coisas verdadeiras. A Igreja é chamada a encontrar-se com os jovens exactamente ali, no seu desejo de verdade.

E anunciar-lhes a verdade que é o Evangelho. Num mundo repleto de fake news e dominado pela post-truth somos chamados a ser portadores do grande anúncio a todos os jovens: ‘Um Deus que é amor’ (CV 111-133).

Finalmente, o terceiro dom e tarefa é o do acompanhamento. É a aquisição da discrição de Jesus, que sabe caminhar connosco, abrir-nos a mente e aquecernos o coração, e depois diz-nos que sejamos adultos, que tomemos corajosamente nas mãos a nossa vida. É muito importante a presença e a iniciativa dos jovens na Igreja e no mundo numa pastoral que não dá espaço aos jovens, que os substitui mais do que acompanha, que os acorrenta mais do que liberta, que os mortifica mais do que vivifica.

Jovens em Acção…

11 | O Alforge | dezembro 2019

Ano Pastoral 2019-2020: ENTRA...

A Juventude é o tempo das grandes decisões e sobretudo da entrega generosa às grandes causas, mesmo quando tal exige renúncias e sacrifícios que doem, mas nos tornam fecundos e de utilidade para os outros e para o bem comum. É aqui que está a fonte da verdadeira alegria para os próprios e de esperança para o mundo.

Assim, ficam aqui algumas das actividades da Pastoral Juvenil, Universitária e Vocacional da Guarda, para o ano Pastoral de 2019/2020: Encontro Nacional de Formação Pastoral Juvenil Universitária e Vocacional -

Vigília de Quaresma - 3 de Abril- vários lugares da diocese a definir Fátima Jovem - 2 e 3 de Maio Fátima Dia Diocesano da Juventude e Vocações e Festival Diocesano da Canção Jovem - 9 de Maio – Gouveia 23 a 27 Setembro - Fátima Fórum Ecuménico Jovem 26 de Outubro - Covilhã Vigília de Advento – 20/21 Dezembro - vários lugares da diocese a definir Formação equipas da Pastoral Juvenil para as

dioceses do Centro - 1 Fevereiro - Viseu Encontro de Jovens com Consagrados - 2 Fevereiro Covilhã Pausa de Quaresma (retiro) - 13, 14, 15 Março - Penhas Douradas

Campo de Férias Jovem - 3 a 7 de Agosto - Penamacor Peregrinação a Santiago de Compostela - Setembro 2020

Taize Weekend – data e local a definir

Cristo Vive à distância de um click Na sequência do Sínodo sobre os jovens e com os jovens, em Outubro de 2018, provenientes de vários países, incluindo Portugal, o Papa Francisco assinou uma carta que é dirigida aos jovens e a todo o povo de Deus com título ‘Cristo Vive’.

Como contributo para o conhecimento deste texto do Papa os setores da pastoral juvenil das dioceses do centro do país recentemente uma proposta (Coimbra, Guarda, Aveiro, para ver, ouvir e ler ‘Cristo Viseu, Leiria-Fátima, Vive’ à distância de um click!

Santarém e PortalegreEste projeto segue os Castelo Branco) lançaram capítulos do texto do Papa

Pastoral Juvenil em (www.dnpj.pt/cristo-vive-verouvir-e-ler/) ver, ouvir e ler a exortação do papa Francisco.

Este projecto no formato audiobook da exortação apostólica conta com música da Banda Jota e com as vozes de alguns jovens da diocese da Guarda.

As gravações decorreram em Viseu com o apoio da Rádio Renascença.

Francisco e ao longo dos próximos meses, onde quer que cada um se encontre, pode a partir da página web do Departamento Nacional da

Jovens e Espiritualidade 12 | O Alforge | dezembro 2019

Taizé: uma marca de espiritualidade que cativa os jovens!

Estela Cristina Brito nasceu a 11 de setembro de 1969. É Professora de EMRC , no Agrupamento de Escolas de Seia.

Uma vida simples em comunidade e os momentos de oração são convites aos jovens que veem na comunidade ecuménica uma forma de viver a sua espiritualidade.

Tudo começou em 1940, quando Roger SchutzMarsauche, com 25 anos, deixou o seu país, na Suiça, para viver em França. No momento, em que começou a Segunda Guerra Mundial, teve a certeza de que deveria vir imediatamente em ajuda daqueles que atravessavam a dura provação da guerra. A pequena aldeia de Taizé, onde se instalou sozinho, estava bem situada para

acolher os refugiados de guerra, principalmente os Judeus.

Porém, a ocupação total de França, em 1942, fez mobilizar o Ir. Roger para Genebra, onde viveu até ao final da guerra, onde começou uma vida comunitária com três primeiros irmãos. Mais tarde, juntaram-se a estes, alguns jovens, que fizeram o seu compromisso para toda a vida, no celibato e numa vida repleta de simplicidade, e a pouco e pouco a comunidade foi crescendo.

A vocação desta comunidade internacional e ecuménica é procurar caminhos de reconciliação entre os cristãos e na família humana, através da vivência do Evangelho e na sua comunicação aos outros. É esta a primeira vocação de Taizé, constituir a que ele chamou de «uma parábola de reconciliação».

Mas, porquê falar em Taizé, como um contributo valioso que ajuda a promover a dimensão espiritual dos jovens?

A experiência religiosa dos jovens é fortemente influenciada pelo contexto social e cultural em que vivem. Em certos países, a fé cristã é uma experiência comunitária forte e viva, que os jovens partilham com alegria. Noutras regiões, a maioria da população católica não vive a uma pertença real à Igreja. Em geral, os jovens declaram que estão à procura do sentido da vida e demonstram interesse pela espiritualidade. Por vezes, essa solicitude configura-se mais como uma busca de

bem-estar psicológico de que abertura ao encontro com o Mistério de Deus Vivo. Muitos, consideram a religião como uma questão privada e selecionam, a partir das diferentes tradições espirituais, os elementos em que descobrem as suas convicções.

No entanto, como refere o Papa Francisco na exortação Christus Vivit: “Vós sois o agora de Deus”( CV 64), somos interpelados, a estar cada vez mais atentos, àquilo que os jovens procuram descobrir para as suas vidas.

“A juventude é um tempo abençoado para o jovem e uma bênção para a Igreja e para o mundo.”(CV 135)

presença de Deus nas suas vidas e encontrarem uma nova perspetiva para o seu discernimento pessoal.

Durante a estadia em Taizé, cada jovem é convidado a redescobrir sempre de novo que amar a Deus e amar os outros são o reflexo desta realidade: vida interior e solidariedade são indissociáveis!

Como diz o Ir. Alois, prior da comunidade: “A Paz mundial começa nos nossos corações. Para darmos início a uma expressão de solidariedade, vamos ao encontro dos outros, mesmo que por vezes, estejamos de mãos vazias, escutemos, tentemos compreender aqueles que não pensem como nós…

Os jovens procuram a base para a sua alegria, para a sua esperança. Gostam de ser protagonistas de ações concretas, de ser o rosto vivo de Jesus Cristo, nos diferentes contextos por onde passam… A comunidade de Taizé, procura responder a estas interpelações, ao vazio da contemporaneidade, à busca da verdade do Evangelho para as suas vidas… A oração comunitária, os cânticos, o silêncio, a meditação pessoal, bem como a experiência de uma vida simples partilhada com os outros, ajudam a cada um dos peregrinos a pressentir a

O impulso para uma nova solidariedade alimenta-se de convicções enraizadas, como por exemplo: a necessidade da partilha e da união entre os crentes das diferentes religiões.” Taizé, desafia a que cada um se torne um criador da Paz e da Confiança! Há experiências que fascinam os jovens por serem divertidas! Outras deixam neles a marca de uma alegria duradoura! Há ainda algumas experiências que, de tão raras, tocam as profundezas da alma! São únicas na sua essência e especiais na sua vivência!

Assim é Taizé! Vale a pena fazer esta experiência de espiritualidade!

Testemunho...

13 | O Alforge | dezembro 2019

Viver Taizé!

O meu nome é Filipe Loureiro, sou do Fundão, tenho 18 anos e sou estudante universitário.

Estou no primeiro ano de licenciatura e frequento o curso de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Antes de dizer o que significa Taizé na minha vida, vou então contar como conheci esta comunidade.

No 9ºano inscrevi-me, como foi hábito ao logo do meu ensino básico, na disciplina de educação moral e religiosa católica (EMRC).

Nesse ano uma nova professora lecionava essa disciplina na minha escola, e logo na primeira aula apresentou-nos a possibilidade de irmos passar uma semana a Taizé, uma comunidade religiosa em França. Como devem imaginar, para jovens do 9ºano a frase que entrou nos nossos ouvidos foi: passar uma semana em França com os amigos. E como tal, de início foram muitos os que se mostraram interessados. No entanto ao longo do ano letivo, e com a professora sempre a mostrar -nos como se vive em Taizé (todos os hábitos de lá desde as três orações diárias, até as refeições ou o trabalho comunitário), muitos dos jovens interessados foram desistindo da ideia de fazerem a viagem. Mas mesmo assim, ainda eram muitos os que continuavam a querer ir, e eu era um deles. Confesso que ia mais pela desportiva, para estar uma semana com os amigos e também para conhecer pessoas novas. Não ia assim

tão interessado nas orações diárias (antes do pequeno almoço, antes do almoço e depois do jantar), e muito menos no trabalho comunitário. Ao longo do ano tivemos também no Fundão uma oração mensal, do género das orações de Taizé, o que nos ensinou muito de como estar em Taizé e deunos uma pequena perspetiva do espírito que íamos encontrar lá.

No fim do ano letivo, já nas férias de verão, lá fomos nós todos animados para Taizé.

Quando lá chegamos encontramos algo que até aí só tínhamos visto em fotos e vídeos: milhares de jovens a chegar, e outros milhares a sair. Isto perspetivou-nos logo que iriamos passar uma grande semana, cheia de aventuras. Lembro-me de comentar com um colega meu: “Esta semana vai ser mesmo fixe, temos que aproveitar ao máximo para nos divertirmos”. E foi isso que fizemos, sem dúvida. Não falta diversão em Taizé, mas descobrimos que há tempos próprios para isso. E há tempo para tudo! Trabalho comunitário, oração, diversão, silêncio, etc.

Nesse meu primeiro ano, falando sobre as orações, confesso que no início não me cativavam muito, e que inclusive, em uma ou duas orações da manhã acabei por adormecer e acordar no fim da oração com um amigo meu a dizer que já tinha acabado.

No entanto, nos últimos dias comecei a entregar o meu espírito às orações e aí reparei que tinha perdido todas as orações nos dias anteriores, porque assim que tu te entregas à oração, descobres uma paz e uma união que nunca mais queres

largar. E sim, a diversão e tudo o que Taizé envolve é muito bom, mas quando entrei no autocarro de volta ao Fundão fiquei a pensar em todas as orações que tinha desperdiçado e foi isso que me fez querer tanto voltar a Taizé no ano seguinte, ou melhor, nos três anos seguintes. Já vou a Taizé há quatro anos seguidos e tenciono continuar a ir sempre que puder!

Agora falando mais sobre Taizé…. Não dá para explicar, porque só se percebe o que é quando lá se está. No entanto posso apresentar um bocadinho do que lá se faz. No primeiro dia são criados pequenos grupos de reflexão, com quem irás refletir sobre uma passagem bíblica diferente todos os dias. Visto que esses grupos são formados aleatoriamente, temos a possibilidade de ficar num grupo com pessoas de diferentes nacionalidades, e ouvir as experiências de cada um. Isso é sem dúvida o ponto chave para conseguires entender algumas das dúvidas que tens, porque lá está, são dúvidas que todos os jovens têm em comum, e puderes ouvir como cada jovem de diferente país encara essas dúvidas, ajuda-te a entender como as deves encarar tu.

À noite, depois da oração, o ponto de encontro é no Oyack, o bar de Taizé. Aí há festa todas as noites onde cantamos músicas de vários países, fazemos jogos, e conhecemos muitas pessoas novas. Depois existe uma hora de recolha que as pessoas têm de cumprir e a partir dessa hora deve-se fazer silêncio total em toda a colina onde se situa Taizé.

Como pontos altos em Taizé escolho a oração da cruz que é na sexta à noite, em que uma fila com milhares de pessoas se cria para puderem ajoelhar-se e encostar a testa na cruz de Taizé, que nessa oração se encontra deitada no chão. Destaco também a oração das velas que é no sábado à noite, em que as velas são acendidas primeiramente perto do altar, e as pessoas vão partilhando a chama com as pessoas em volta, até que todas as pessoas têm uma vela acesa na mão. É muito bonito ver milhares de velas a acenderem todas gradualmente até a igreja estar toda iluminada.

De modo geral o que posso dizer sobre Taizé é que se define pela simplicidade, paz e união entre todos, e é sem dúvida o lugar que eu mais recomendo a todos os jovens.

Igreja do mês…

14 | O Alforge | dezembro 2019

Capela de Santa Bárbara (antiga)

Época de Construção – XIII - XIV (conjectural) Estilo Arquitetónico – Românico Categoria/TipologiaArquitetura Religiosa - Capela Materiais – Granito, madeira Classificação – Imóvel sem classificação

Descrição Histórico/Artística – Pequeno templo de estilo românico, com alpendre exterior suportado por colunas de granito, ao estilo da arquitetura da beira. O portal principal seria em arco de volta perfeita, com aduelas de granito. No seu interior, possuía uma imagem em pedra de ançã do século XVI, de Santa Bárbara. Santa Bárbara é o orago desta capela, e padroeira da aldeia de Arrifana, que se comemora a 2 de Dezembro.

O templo foi demolido e no mesmo local, construída uma nova capela, que foi benzida em 30 de Julho de 1961, pelo Senhor D. Policarpo da Costa Vaz (BIGOTTE, 1992).

Oração a Santa Bárbara Santa Bárbara bendita, Que no céu está escrita, Com papel e água benta, Livrai-nos desta tormenta.

Onde vais Bárbara Senhor, vou ao céu, A livrar-me das trovoadas, Que neles andam armados.

Pois Bárbara, bota-as, Boata-as p´ra bem longe, Onde não haja sinos a tocar, Galos a cantar, E meninos a chorar, Mas haja uma serpente bem grande, Que tenha 24 filhos, E não tenha nada que lhes dar, Texto: Rita Saraiva. Bibliografia: BIGOTTE; J. Quelhas, 1992 – Monografia da Cidade e Concelho de Seia (3ª Edição). Fotografias: Fototeca Municipal de Seia – Município de Seia.

Só água de trovão, E leite de maldição

Perspectivas para o futuro…

15 | O Alforge | dezembro 2019

XIII Jornadas do Conhecimento As questões do início e fim de vida constituem algumas das preocupações fundamentais do homem contemporâneo e, naturalmente, essas preocupações são assumidas pela Igreja.

Multiplicam-se estudos, simpósios, petições, projectos de lei... E, mais dia menos dia, seremos chamados a reflectir novamente sobre estes temas, a redefinir os termos e a reavaliar as questões diretamente ligadas à dignidade humana.

Queremos falar de coisas complicadas usando palavras simples, acessíveis à maioria das pessoas.

Por outro lado, as religiões oferecem diferentes visões sobre a natureza da vida e a forma como deve ser vivida. Nas sociedades laicas, este é também o objecto da bioética. Que papel poderá a religião ter nestes domínios habitualmente partilhados com cientistas, médicos e legisladores?

Como é que as diferentes religiões influenciam a bioética? Como deverá o seu papel ser reconhecido, negociado ou delimitado?

As convicções religiosas reflectem-se em concepções de corpo e de pessoa, de doença e de sofrimento, de vida e de morte. Influenciam as decisões morais de leigos e de especialistas, em questões como a investigação e uso de células estaminais, cuidados de fim de vida, saúde sexual e reprodutiva, entre outras áreas.

Assim, à semelhança de

anos anteriores, este ano as XIII Jornadas do Conhecimento serão baseadas num Ciclo de conferências sobre a Bioética e o Valor da Vida – No presente e no futuro!

A pessoa humana é uma unitotalidade, ou seja, unidade de corpo e espírito; e uma totalidade porque deve ser considerada em todas as suas dimensões (física, psíquica, espiritual, social e moral). Assim, antes de serem considerados princípios ou normas de ação, é preciso que olhemos para um fundamento, para o lugar de onde deve surgir a solução de um dilema bioético – a pessoa humana.

In: “Manual de Bioética – fundamentos e ética biomédica”, de Elio Sgreccia

As conferências são proferidas por profissionais dos meios da Igreja, Saúde, Direito e Filosofia e com uma ligação profissional ou pessoal com os temas. Os temas foram escolhidos e planeados com o principal objetivo de ajudar a formar as consciências e despertar para a importância destas temáticas atuais.

As XIII Jornadas do Conhecimento pretendem reunir peritos de diferentes áreas religiosas e científicas, de alto nível de conhecimento e intervenção, a nível local e nacional, com o fim de debater problemáticas actuais e princípios orientadores e reguladores de

responsabilidades profissionais, legais e éticas neste âmbito, de interesse para as Instituições de ensino, IPSS e outras organizações afins.

Indo à etimologia, o termo bioética, do grego bios (vida) + ethos (ética), é a ética da vida ou ética prática, isto é, um campo de estudo inter, multi e transdisciplinar que engloba a biologia, a medicina, a filosofia, o direito, as ciências exatas, as ciências políticas e o meio ambiente. Com foco em discutir questões, a área tenta encontrar a melhor forma de resolver casos e dilemas que surgiram com o avanço da biotecnologia, da genética e dos próprios valores e direitos humanos, prezando sempre a conduta humana e levando em consideração toda a diversidade moral que há e todas as áreas do conhecimento que, de alguma forma, têm implicações em nosso dia a dia. É objetivo das Jornadas refletir de forma aberta e construtiva sobre algumas das questões éticas suscitadas por temas tão atuais na sociedade portuguesa: como se envelhecerá com saúde amanhã? Como organizar o futuro da relação entre “jovens-idosos”? Que sociedade estamos a preparar? Que impactos e desafios sociais trazem a estes contextos a bioética, as neurociências ou a evolução tecnológica?

A sociedade vai ser chamada a reflectir sobre as questões relacionadas com o final da vida e os dilemas

éticos que enfrenta nas opções que irá tomar.

Estas conferências / ciclo de debates, propõe-se discutir com total abertura e independência as escolhas que se colocam em final de vida – declarações antecipadas de vontade, locais e condições de prestação de cuidados de saúde, incluindo os cuidados paliativos, futilidade terapêutica, eutanásia, suicídio assistido –, convidando para o efeito personalidades, entidades e instituições, que podem ajudar a formar opinião e a construir as soluções que melhor podem servir os interesses dos cidadãos.

Na reflexão (bio)ética importa ter presentes o tempo e a cultura da sociedade a que se pertence. Ainda assim, é importante ter presente que o facto de algo ser legislado não é nem pode ser sinónimo de ser moral. Pois, cada ser humano é uma pessoa, que ao longo da sua vida, se vai humanizando! Retenha-se a importância de se repensar o papel de ser pessoa no “confronto” com o outro.

(…) o valor inalienável do ser humano é independente do seu grau de desenvolvimento. Aliás, quando a técnica ignora os grandes princípios éticos, acaba por considerar legítima qualquer prática. (…)

A técnica separada da ética dificilmente será́ capaz de autolimitar o seu poder In: “Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum”, 2015, de Papa Francisco

Sugestões de Leitura Paz de Espírito...

16 | O Alforge | dezembro 2019

Neste NATAL, Ofereça Livros, que ficam para a vida!