Especial Aniversário BH Shopping

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CR$14,00 2,00 (outros (outrosEstados EstadosCr$ CR$18,00) 3,00) - Belo Horizonte - Edição Especial Comemorativa - Quarta-feira Quinta-feira, 12/9/1979 Cr$

Capital mineira ganha seu primeiro shopping ACERVO SHOPPING CENTER BELO HORIZONTE

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erá inaugurado hoje, na capital mineira, o Shopping Center Belo Horizonte. Ocupando um terreno de 62 mil metros quadrados e trazendo o que há de mais moderno no mundo no setor, o centro de compras tem localização estratégica na BR-3, próximo ao trevo de Nova Lima, e está a cinco minutos da Savassi. Na cerimônia de abertura, as ilustres presenças do governador Francelino Pereira, do prefeito Maurício Campos e de grandes personalidades da sociedade belo-horizontina darão brilho ao coquetel. Com grandes e famosas lojas, entre elas a inédita C&A – cadeia internacional de lojas de vestuário, com mais de 300 unidades na Europa e nos Estados Unidos – e a Mesbla, o local promete ser um verdadeiro espetáculo de compras, com outras 160 lojas, de tamanhos e ramos de atividades diferentes, distribuídas estrategicamente ao longo de amplas avenidas de 12 metros de largura, festivas praças com iluminação zenital e belíssima decoração. Outras novidades são o ar condicionado perfeito, que garante um clima inalterável de eterna primavera, e os corredores de serviço, que ficarão invisíveis ao cliente, a exemplo dos mais moder-

Shopping Shopping Center Center Belo Belo Horizonte Horizonte será será inaugurado inaugurado hoje hoje

nos shoppings do mundo. Além de introduzir na cidade a moderna maneira de fazer compras, com belas boutiques e outras lojas, o Shopping Center Belo Horizonte traz também nova opção de lazer para o belo -horizontino, com dois cinemas, restaurantes e lanchonetes que funcionarão inclusive aos domingos e se constituirão em um ponto de encontro obrigatório da cidade, de alegre convivência social, para se ir e estar.

CHEGUEI, BELO HORIZONTE. E ACHO QUE VAMOS VIVER MUITAS HISTÓRIAS JUNTOS.

Figueiredo define a reforma partidária

Cruzeiro tem maior queda desde 1967

O presidente Figueiredo já definiu os pontos principais do projeto de reformulação partidária que será enviado até 15 de outubro ao Congresso. Está também decidido que o governo organizará apenas um partido para apoiá-lo; o seu presidente será o senador José Sarney, segundo fonte do Palácio do Planalto.

O Cruzeiro sofreu ontem a sua maior desvalorização desde 1967: 5,2 por cento. Com isso, a partir de hoje, segundo o Banco Central, o dólar passará a ser cotado a partir de hoje a Cr$ 28,076 para a compra e Cr$ 29,215 para a venda. Já a inflação do ano está estimada em 60 por cento, segundo técnicos da Fundação Getúlio Vargas.

O novo projeto de lei ordinária – que substituirá a atual lei orgânica dos partidos – determinará a extinção das siglas Arena e MDB e permitirá que os novos partidos estruturem livremente, sem fixar, como acontece hoje, as datas de suas convenções, nem mesmo wzo número de integrantes de seus diretórios.

O Shopping Center de Belo Horizonte. O primeiro shopping da cidade, agora perto de você.


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FOTOS ACERVO BH SHOPPING

Vista aérea do empreendimento; logo após a inauguração, ninguém sabia onde era o shopping e os que o conheciam, informavam: “em frente ao trevo!”. Trevo traz sorte, daí, para usá-lo como símbolo foi um pulo

ara muita gente em Belo Horizonte no fim dos anos 70, parecia improvável que um novo empreendimento de grande porte escolhesse a região do Belvedere para se instalar, afinal, a capital mineira chegava praticamente só até a avenida Nossa Senhora do Carmo, na altura da avenida Uruguai, no Sion. A partir dali, a BR–3, hoje BR–356, era estreita, a área não era servida de transporte público e ainda era pequena a parcela motorizada da população. Tudo isso eram dados do presente, mas quem olhasse um pouco para os indícios que ele dava do futuro enxergaria o porquê da escolha de José Isaac Peres pela instalação do então Shopping Center Belo Horizonte ali. Os dados fornecidos pela hoje extinta Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Plambel) indicavam que o crescimento contínuo da população da zona Sul apontava justamente em direção à área do shopping, que por sua vez se tornaria um polo de atração para um número estimado em cerca de 500 mil habitantes. As referências eram grandiosas para a época: 62 mil m² de área total, com 160 lojas em dois níveis de 24.500 m², 1,2 km de vitrines, distribuídas em vias de 12 metros de largura, além de 1.400 vagas de estacionamento. Outro atrativo que cha-

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Novidade à vista Nasce o visionário Shopping Center Belo Horizonte Novo empreendimento, que colocou BH na rota das cidades mais modernas do país e do mundo, mudaria a vida e traçaria o crescimento da capital mineira mava a atenção à época era o ar condicionado, que prometia o clima de “uma eterna primavera” e um ar livre da poeira e da poluição do mundo externo. Longe das vistas do consumidor – e justamente por isso um grande atrativo – os corredores de serviço eram uma novidade importada dos mais modernos shoppings do mundo e introduzidas no Brasil pelo BH Shopping. Esses espaços nada mais são do que galerias interiores que dariam acesso a todas as lojas pelos seus fundos, por onde trafegariam de forma fluida mercadorias e cargas e por onde reparos poderiam ser feitos sem interferir nas áreas de vendas. O livre fluxo a qualquer hora do dia proporcionaria grande economia de custos, comodidade operacional e nenhuma perturbação na área de vendas.

160 Lojas tinha o projeto inicial do então chamado Shopping Center Belo Horizonte

PRIMEIRA PRAÇA DE FAST FOOD. Outro destaque

do projeto era o plano de distribuição das lojas, pensado para otimizar o tráfego dos consumidores pelo mall. As grandes lojas ficariam situadas nas extremidades, criando polos de atração e fomentando uma intensa movimentação dos clientes ao longo das

avenidas e praças centrais. Ramos comerciais afins ficariam em lojas vizinhas, propiciando aos clientes um maior poder de escolha. Além de butiques e outras lojas, o shopping teria também dois cinemas, restaurantes e lanchonetes para se configurar também como opção de lazer e ponto de encontro na cidade. Ali seria construída a primeira praça de fast food planejada do Brasil. Tudo isso pode parecer óbvio para olhares contemporâneos mas tratava-se do que havia de mais inovador para a época, inspirado em referências mundiais como o Paramus Park, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, e no Parly 2, primeiro shopping center regional da cidade de Paris.

Um terreno longínquo que pautaria toda uma cidade O terreno onde seria construído futuro centro de compras, numa região da cidade vazia, que ainda não havia sido impulsionada: “Só tinha mato lá.”

A primeira recordação que o empresário Flávio Campos Christo Guzella, 57, tem do BH Shopping é bem anterior ao ano de sua inauguração. A primeira vez que viu o lugar foi no chão da sala. Isso porque seu pai, Sávio Guzella, que era diretor do Banco de Crédito Real de Minas Gerais, chegou em casa, certa tarde, com a planta baixa do que viria a ser o empreendimento. Sávio Guzella era uma das poucas pessoas que acreditavam naquela ideia que, para tanta gente, tinha algo de excêntrico. Por isso, empolgado, chegou a sair do bairro Anchieta com toda a família no carro para visitar o terreno que receberia a edificação. “Era só mato o que tinha lá”, lembra Flávio. Mesmo assim, acreditando tratar-se de um projeto visionário, que seria capaz de impulsionar o desenvolvimento do Belvedere, seu pai decidiu apostar na compra de dois loteamentos da região como investimento.


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FOTOS ACERVO BH SHOPPING

O governador Francelino Pereira e o prefeito Maurício Campos participaram da cerimônia de abertura

esmo que não faltasse pouco tempo até o apagar de luzes dos anos 70, um acontecimento naquele finalzinho de década demarcou e introduziu um novo e promissor horizonte na história da capital de Minas Gerais. Era uma quarta-feira, 12 de setembro de 1979, quando todas as atenções do Estado voltaram-se para o bairro Belvedere, um lugar até então ermo, em que a terra vermelha e o matagal eram ainda predominantes na paisagem. Parecia, portanto, insólito que, logo ali, fosse se instalar o primeiro shopping center de Minas Gerais e o terceiro em funcionamento no país. “Mas era um burburinho só”, lembra o empresário Flávio Campos Christo Guzella, 57. “As pessoas diziam que seria um fracasso, que era muito longe do centro, que ninguém ia querer ficar em um lugar fechado”, cita, adicionando que lojistas da Savassi, região que despontava como point da cidade, eram arredios à ideia, que classificavam como “uma furada”. Desconfianças à parte, o evento daquela tarde reuniu autoridades de toda ordem, como, por exemplo, o governador do Estado, Francelino Pereira, e o prefeito de Belo Horizonte, Maurício Campos. Então com 17 anos, Guzella estava lá e acompanhava seu avô, o general José Carlos Campos Christo, que era presidente do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) e amigo de longa data de Francelino Pereira. Quando nomes de relevo se reuniram para a simbólica cerimônia de cortar a faixa, demarcando que o BH Shopping entrava em operação, o general juntou-se a eles.

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SUCESSO. Tamanho foi o frisson que o empreendimento gerou em toda a cidade que no sábado seguinte, três dias depois da inauguração, as 1.400 vagas para veículos não foram suficientes para atender tantos visitantes. Verdade seja dita, nem os mais otimistas imaginavam que aquilo aconteceria. Assim, o lugar despertou tamanha curiosidade que já não havia desconfiança mineira capaz de impedir que um enorme contingente de pessoas fosse conhecer e desbravar tantas novidades. No meio dessa gente toda estava a hoje aposentada Elizabeth Weftin Duarte, 67. “Comecei a frequentar logo depois da inauguração, e, na verdade, todo mundo de BH e adjacências fazia questão de ir lá, principalmente

Burburinho Inauguração reuniu políticos e ilustres da cidade Três dias depois do evento de 12 de setembro de 1979, as surpreendentes 1.400 vagas do estacionamento não foram suficientes para atendera tantos visitantes aos sábados”, recorda. Um dos destaques, naqueles momentos iniciais, era a organização da praça de alimentação, um modelo inédito no país. “O BH Shopping, desde o início, representou um passeio completo para mim! Nunca fui lá só para comprar. Às vezes, ia só para passear e, ao final, passava ali, nas lanchonetes, para comer algo e papear”, lembra ela.

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O estacionamento ficou pequeno no sábado seguinte à inauguração

“Comecei a frequentar o shopping logo depois da inauguração (...) Desde o início representou um passeio completo para mim!” Elizabeth Weftin Duarte Frequentadora do shopping

Um verdadeiro espetáculo de compras O rebuliço que o novo empreendimento causou na capital confirmam previsões do projeto do shopping e demonstram que o centro de compras e lazer foi bem-sucedido em suas ambições. Em um documento que apresentava aos lojistas da época detalhes das operações que ali aconteceriam, podia-se ler: “O Shopping Center é um local vibrante, envolvente, pela atra-

ção das compras e das facilidades oferecidas, e também pelo próprio ambiente em si. Existe um ambiente agradável, uma tentação visual em cada vitrina, em cada loja. Amplas avenidas com 12 metros de largura, festivas praças com iluminação zenital, a disposição das lojas, a decoração, o espetáculo que é o Shopping Center fazem as pessoas voltarem”.

Com direito a transmissão no cinema Canal 100 Realizada com toda pompa e circunstância, a inauguração do BH Shopping foi registrada em películas cinematográficas pelo Canal 100. Detalhe que, naqueles tempos, só eventos de relevância nacional atraíam as lentes do cinejornal. Daquela década, por exemplo, a Copa do Mundo no México, de 1970, em que o Brasil se sagrou tricampeão, os Jogos Olímpicos de Verão de 1976, a despedida de Pelé do futebol brasileiro e a morte de Juscelino Kubitschek foram momentos eternizados pelos cinegrafistas da empresa.


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esmo diante da arrebatadora audiência que os dias que se seguiram à inauguração conferiram ao mall, ainda havia quem pensasse que o então Shopping Center Belo Horizonte teria a brevidade que tem o fogo em palha. Contrariando tais previsões, aquele lugar que parecia tão distante começou a se incorporar ao cotidiano dos citadinos, cada vez mais embrenhados por seus largos corredores e fazendo do shopping não só um centro de compras, mas também um ambiente de experiências – musicais, cinematográficas, gastronômicas e mesmo afetivas. E a história de muitos visitantes cativos foi se entrelaçando ao mall e ganhando novos capítulos na medida em que o empreendimento ganhava mais e mais espaços. Cada vez mais popular, foram necessárias três expansões entre 1985 e 1998, além de uma revitalização. Dessa maneira, com a construção do terceiro pavimento, a edificação passou a abrigar cerca de 300 lojas e oito estacionamentos, com vagas para quase 3.500 veículos. O crescimento que o BH Shopping vinha experimentando fazia do local uma espécie de ilha de prosperidade, que, em contrapartida, se esforçava em irradiar à comunidade sua boa sorte. No final dos anos 90, em um desses novos empreendimentos, charmosa lanchonete Pop Pastel, o hoje empresário Flávio Campos Christo Guzella, 57, conheceu e namorou Rosa Cristina, uma história que chegou ao altar. Ele recorda com carinho da juventude passada nos corredores do shopping e se diverte quando se lembra da maratona que era chegar ao Belvedere porque, de fato, à época, o shopping era bem longe. A distância foi um dos empecilhos que precisaram ser superados pelo empreendimento, pois podia tanto afastar consumidores como também dificultar a vida dos trabalhadores. Por isso, nos primeiros anos de funcionamento, para conectar-se ao centro de BH, foi lançada uma linha de mini ônibus, dotados de ar condicionado, que faziam percurso entre a Savassi e o BH Shopping. Apelidado de “fresquinho”, em referência ao “frescão”, linha carioca que contava com condicionamento térmico, o coletivo fazia sucesso. À época morando no bairro Anchieta, Guzella recorda de, na adolescência, “ir todos os dias ao shopping”. O ponto de encontro da garotada era a Savassi, de onde, pegavam o ônibus rumo ao mall. “A gente se encontrava

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Memórias

Toda uma geração cresceu com o empreendimento Ir ao Belvedere no ônibus “fresquinho”, ficar de namorico na lanchonete Hollywood, comprar vinil na Hi Fi... Lembranças que marcaram uma boa parte dos cidadãos de BH muito na lanchonete Hollywood”, recorda, observando que o lugar que tinha as paredes decoradas com cartazes de filmes logo se tornou um point entre os jovens. Perto dali, a Hi Fi era uma loja de discos de prestígio. “A fama era a de ter o melhor acervo da cidade”, lembra Guzella, que comprou muitos vinis do lugar e, depois, já no fim dos anos 80 e início dos 90, muitos CDs. TUDO ACABAVA EM PIZZA. E não era só a juventu-

de que encontrou no lugar endereço certo para passar o dia. De vocação eclética, o BH

Shopping acolheu, à época, também a tia e mãe da hoje aposentada Elizabeth Weftin Duarte, 67. “Quando aconteceu a inauguração, elas já eram idosas. Mesmo assim, queriam conhecer aquela que era a grande novidade da cidade”, situa, emendando que as duas logo se renderam ao local. Os despretensiosos passeios aos sábados pelo mall, que sempre acabavam em pizza, tornaram-se tradição na família. E, no caso delas, até o fato de o complexo parecer longe era motivo a mais de farra para elas, que se produziam e encaravam o passeio quase como uma

A pequena odalisca participa do 1º Desfile de Fantasias Infantis do shopping, em 1982

As pistas de patinação eram outra novidade trazida pelo local e fizeram sucesso entre a juventude da capital, que adorava o clima de paquera da atração

viagem. “Por anos a fio fizemos esse circuito. Hoje, mesmo sem ter mais elas comigo, sempre que vou lá, sento na praça de alimentação e peço uma pizza, que vem com esse toque de boas recordações”, emociona-se. A bibliotecária aposentada é testemunha de como o lugar foi capaz de se conectar intimamente com seu público, a ponto de construir uma relação de profundo afeto. É flagrantemente esse o tratamento ela dispensa ao mall, que compara a “um primeiro namorado: por mais que outros venham, não dá para esquecer”.


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Logo após seu lançamento, o shopping era uma ilha rodeada de terrenos vazios

Ao centro, prédios começam a ser construídos no bairro Belvedere, em imagem de 1998

História que se entrelaça à dos frequentadores Desde o início de suas operações, o BH Shopping impactou não só a cartografia belo-horizontina, como também o imaginário de gerações de frequentadores. Exemplo disso, o Natal da capital mineira ganhou uma magia especial desde então. O mall, aliás, já fez até com que neve artificial caísse sobre um imenso pinheiro por anos seguidos. Foi lá que uma legião de crianças, ano a ano, teve a oportunidade de curtir a companhia do Bom Velhinho – visita essa que é a primeira lembrança que o hoje estudante de publicidade e ator Raphael Loures, 21, tem no lugar. Desde que tinha 2 anos, já nos anos 2000, os pais de Loures ganhavam a estrada e venciam os mais de 90 km que separam a cidade de Ouro Branco e o shopping para proporcionar ao filho toda a mística que a data pode proporcionar. Prova disso estão nos registros fotográficos desses episódios, que se avolumam e que a família guarda afetuosamente. Com o passar dos anos, não foi só Loures e toda sua geração a crescer. O BH Shopping, que nunca ficou parado no tempo, soube se atualizar desde a virada do milênio. Sem nunca perder a atratividade, em 2003 já começava a proje-

tar mais uma expansão, que seria iniciada cinco anos depois e concluída em 2010. Entre o início das obras até a inauguração do quarto piso, os 62 mil m² do terreno, no já populoso bairro Belvedere, tornou-se um imenso canteiro de obras. Ao cabo do empreendimento, a área comercial passou a somar 65,5 mil m², ante os 24,5 mil m² do projeto original. Já o número de vagas no estacionamento aumentou 250% em relação ao início das atividades, chegando a 3.725. Sempre preocupados em trazer novidades, 30% das lojas que abriram as portas naquela ocasião eram de marcas inéditas em BH.

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“A primeira vez que ganhei uma promoção, foi lá, quando pude assistir uma pré-estreia de Homem de Ferro.”

Coroando a badalada relação com a comunidade, construiu, também em 2010, um moderno terminal de ônibus, que, por meio de uma passarela, interliga o shopping com as rodovias. Uma desejada melhoria do tecido urbano que servia toda a população e facilitou a vida de Heber Carvalho, 31. Desde criança, ainda nos anos 90, ele gostava de ir ao mall. Uma relação que foi se estreitando ao longo do tempo. “A primeira vez que ganhei uma promoção, foi lá, quando pude assistir uma pré-estreia de Homem de Ferro”, alegra-se. A feliz memória, todavia, tornouse coadjuvante diante do que viveria no lugar. “Quando eu comecei a namorar a Mariana, a situação não estava fácil. Dei para ela um anel de coco, algo apenas simbólico. Mas prometi que ela ainda ganharia um anel de verdade”, diz. Quando a vida lhe sorriu, correu para cumprir a promessa. E foi no Outback do shopping que deu a joia à amada. “Isso foi em 2017, era só uma aliança de compromisso, mas a sensação era de um pedido de casamento, que veio junto da sobremesa”, recorda-se. Neste ano, o namoro, finalmente, alcançou status de matrimônio.

O personagem da campanha de liquidação Lápis Vermelho conquistava a meninada em 1982; ação acontece há 37 anos nos shoppings da Multiplan

Uma multidão aguarda a chegada do 1º Enduro da Independência, em 1983, que, após três dias de prova, culminou na chegada épica ao BH Shopping

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Na sequência, em 2007, a paisagem no entorno já completamente mudada com o crescimento imobiliário da região

Sustentabilidade Pelo meio ambiente. Sempre acompanhando as mudanças do mundo, desde 2013, o shopping desenvolve melhorias visando a sustentabilidade. Desde 2015, cerca de 8 toneladas de restos de alimentos são coletados por mês e transformados em fertilizantes, utilizados nos jardins. Reutilização. Além disso, são realizadas as coletas de óleo vegetal por todos os restaurantes. O material é enviado para uma empresa, onde é tratado para reutilização. Em dois anos, a coleta aumentou 106%. Coleta seletiva. O shopping também realiza a coleta seletiva do lixo. O processo passa por várias etapas desde a coleta dos resíduos, triagem e armazenamento até à destinação final, de acordo com o elemento coletado. Somente em 2018, foram recolhidas 323,25 toneladas de recicláveis.


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ausou espanto até mesmo no então prefeito de Belo Horizonte, Maurício Campos, a decisão de José Isaac Peres, à frente da Multiplan, de instalar o primeiro grande centro de compras do Estado às margens da então BR–3, que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro, “entre cabras e cavalos”. Afinal, no fim dos anos 1970, o crescimento da capital parecia apontar apenas para o vetor Norte. Passados 40 anos, não só a aposta original se provou certeira como o espírito visionário permanece no cerne do BH Shopping, que já passou por cinco expansões e encontra-se agora em um processo de ampla revitalização. “Para a região Sul, o BH Shopping foi uma espécie de propulsor de todo o crescimento, sempre trazendo inovação para a cidade. Sempre foi um polo de moda e gastronomia e também a porta de entrada para muitas marcas não só para a cidade e o Estado, mas até para o país”, afirma Félix Diez, superintendente do empreendimento, dando o exemplo da Zara, que abriu uma de suas primeiras lojas no Brasil em 2001, no mall belo-horizontino. Mais do que isso, o BH Shopping, com seu posicionamento, conseguiu entrar e se fixar no imaginário belo-horizontino como parte da identidade da cidade. “Acredito que a maior parte dos moradores da cidade tem um momento feliz que viveu aqui para contar, seja um namoro, um encontro de família ou a participação em um dos vários eventos que trouxemos, inclusive internacionais, em épocas em que BH não tinha muitos espaços para recebê-los”, diz. O superintendente cita como exemplo a história de um senhor, que vai aparecer em uma websérie que o centro de compras esta produzindo. Ele esteve presente na inauguração junto com seus pais e ouviu o jingle do shopping da época. Aquilo o marcou tanto que até hoje ele é capaz de cantar o jingle de cor. “É uma relação afetiva com o espaço, traz recordações, lembranças boas”, pondera.

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Olhar adiante Tempo de repensar valores e lugar de pertencimento Ao longo de 40 anos, shopping se fixou no imaginário belo-horizontino como parte da identidade da cidade e já mira as próximas quatro décadas na capital LEO LARA

35 mil Pessoas passam em média pelo shopping diariamente

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“Desde a sua inauguração, o BH Shopping vem sendo um polo, um motor de desenvolvimento para a área em que estamos, o vetor sul da cidade.”

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OLHO EM 2059. Essa relação é resultado direto do pioneirismo, que, segundo Diez, está no DNA da Multiplan (empresa que construiu o BH Shopping e gerencia outros 19 centros de compras em operação hoje em grandes mercados consumidores do Brasil). “Estamos aqui agora pensando os próximos 40 anos”, declara. Parte desse olhar no futuro tem a ver com repensar qual é o lugar do shopping na vida das pessoas e trabalhar para se readequar ao que há de mais vanguardista nesse sentido. “Hoje em dia, o entendimento que se tem é de que não podemos ser simplesmente um centro de compras, com papel apenas comercial. Precisamos proporcionar lazer, divertimento para as pessoas, mas com toda a segurança e conforto”, conclui Félix Diez.

“Estamos aqui agora pensando os próximos 40 anos.”

400 Lojas Esse é o número aproximado, hoje, no BH Shopping

Vista aérea do shopping na última sexta-feira

“É uma relação afetiva (dos clientes) com o espaço, traz recordações, lembranças boas.” Félix Diez Superintendente do BH Shopping


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LUMINI FOTOGRAFIA/DIVULGAÇÃO

O shopping terá mudanças na fachada, na sua iluminação e no paisagismo externo

O futuro é pra já Shopping passa por grande revitalização Com a premissa de se tornar ainda mais um lugar de encontro, mall se readequa, traz cafés, novas lojas, jardins e parques para crianças e pets

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á dois anos, a Multiplan contratou uma empresa internacional especializada em pesquisa de comportamento que recorreu a influenciadores do mundo inteiro em busca de entender qual é o futuro do shopping center. A conclusão é que esse tipo de espaço precisa deixar seus visitantes à vontade para conversar, brincar, se divertir. Ser uma espécie de praça, um lugar para o encontro. Desde então, dois novos empreendimentos Multiplan Greenfields foram criados já sob esse conceito, o ParkShopping Canoas, no Rio Grande do

Sul, e o ParkJacarepaguá, no Rio de Janeiro. Paralelamente, os empreendimentos já existentes vêm sendo readequados de acordo com essa premissa. Faz parte desse esforço a intervenção que vem sendo feita atualmente no BH Shopping, como explica seu superintendente, Félix Diez. “Estamos trazendo cafés e intervindo não só no aspecto físico, mas também na programação de atividades, trazendo eventos, exposições, usando o shopping como uma galeria de arte. Tudo para que as pessoas se sintam cada vez mais à vontade”, explica Diez.

Além disso, toda uma renovação do aspecto das instalações está sendo feita. Isso inclui mudanças na fachada e sua iluminação, no paisagismo externo, nas portarias, troca de todo o piso e forro, mudanças na sonorização e no mobiliário, novos projetos para os banheiros, troca de 16 das 22 escadas rolantes, entre outras intervenções. PARA RELAXAR. Um jardim suspenso com parque para crianças e outro para cães – o ‘parcão’ – será instalado, com plantas, árvores e um lago com carpas. Nesse espaço haverá dois gran-

des restaurantes que serão anunciados em breve. Parte de todas essas mudanças será entregue ainda este ano e uma menor parte, dada a grandiosidade da intervenção, fica para 2020. “O parque infantil, por exemplo, como depende da importação de brinquedos, pode ficar para o ano que vem. Mas o jardim está previsto ainda para este ano”, diz o superintendente. Sem contar as novas marcas que se juntam ao catálogo do mall. Um dos destaques é a casa de carnes Pobre Juan, que mistura influências brasileiras, argentinas, uruguaias e australianas. O Jerônimo – segunda operação do Madero, que também passa por ampliação – é uma nova opção para hambúrgueres. Calvin Klein, Richards, Lupo Sport e Fábula (linha infantil da Farm) são alguns dos destaques no segmento do vestuário. A Tramontina abre uma megastore com soluções para a casa e a Cacau Show traz sua primeira loja conceito, com mais de 400 m², para Minas Gerais. “O mais interessante são os ambientes que estão sendo criados, espaços de descanso, lazer, mais lounges, locais onde as pessoas possam se sentar, descansar, bater um papo. O que queremos é ser um ambiente de aconchego para as pessoas”, conclui.

Novo jardim suspenso

Nova praça de alimentação

EXPEDIENTE SEMPRE EDITORA

GERENTE COMERCIAL: Alessandra Soares * COORDENADOR DE PROJETOS ESPECIAIS: Tadeu Campos EDITORA: Marília Mendonça * TEXTO: Jessica Almeida/Alex Bessas * DIAGRAMAÇÃO: Anderson Carvalho

Este caderno faz parte de uma ação promocional do jornal O TEMPO e não pode ser vendido.


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EM TODOS ESSES ANOS, MUITA COISA MUDOU, MENOS O NOSSO AMOR POR BH. BH SHOPPING 40 ANOS. UM SHOPPING NOVO PARA VOCÊ. Há 40 anos, surgia o primeiro shopping center de Minas Gerais. O resultado de um sonho e de muito, muito trabalho. Uma aposta em um jeito novo de fazer compras, que revolucionou mais do que o comércio varejista de Belo Horizonte: também transformou completamente a cidade, a região e os hábitos dos belo-horizontinos. E a gente não para: vem aí mais uma revitalização cheia de novidades. É dessa forma, mudando sempre, que nos mantemos sendo o que somos há 40 anos: o Shopping de BH.

Novas escadas rolantes

Praça de Alimentação renovada e ampliada

Sanitários revitalizados

Novo piso e forro de teto

Novo paisagismo interno e externo

Fachada revitalizada

Jardim suspenso com restaurantes e área para recreação infantil a partir de dezembro


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