Ebook 3ºc

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Ah! Mas conquistar o espaço é um desafio tentador!

Se soubesses, Cego do Maio, por onde ando a navegar… Talvez conheças esta água deste mar azul! É parecido com o que vês, mas não há ninguém a pescar. Não há perigos que se vejam, nem ninguém para socorrer. Se calhar não tem peixe dentro dele… quem sabe? Talvez seja apenas outro mar. Foi longa e dura a viagem pelo mar.

O navio oscilava com a força das ondas. Ora para um lado, ora para o outro. O capitão tinha simpatizado com o jovem, com o olhar lavado e direto, com as mãos fortes e seguras no destino que procurava. Por isso mesmo e, talvez com uma certa intuição, tinha-lhe dado o lugar no barco. Teria de trabalhar, lavar o chão do convés, ajudar o cozinheiro nas tarefas da cozinha.

A tudo se tinha sujeitado o Noé, com o sonho no coração e na cabeça. No navio, falou com homens fortes, altos, de cabelo cor do fogo e olhos claros como por vezes a água do mar da sua Póvoa, falou com tripulantes que já tinham dado a volta ao mundo naquele barco. Mas, à noite, Noé debruçava-se e olhava o reflexo prateado do luar nas águas mais calmas e sentia que estava a seguir também o seu rumo. E, num amanhecer rosado, ouviu alguém gritar: - Terra à vista!


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