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Os raios cósmicos de alta energia podem matar um astronauta no espaço?

Dados do Observatório Auger possibilitaram os avanços citados acima sobre nosso conhecimento dos fenômenos altamente energéticos ligados aos processos mais violentos que ocorrem no universo.

Porém, as fontes astrofísicas dessas partículas de energias extremas ainda não foram identificadas. Para enfrentar esse desafio, o Auger está iniciando uma nova fase, conhecida coloquialmente como ‘Auger Prime’, com novos detectores (cintiladores) adicionados àqueles já existentes (tanques e telescópios).

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Essa atualização possibilitará medidas mais completas das partículas e maior conhecimento sobre a composição química dos raios cósmicos e de processos que ocorrem nas fontes astrofísicas nas quais eles se originaram.

Mais uma vez, com o Auger Prime, será possível estudar interações entre partículas em energias que não são alcançáveis nos grandes aceleradores de partículas já construídos.

Carola Dobrigkeit

Instituto de Física Gleb Wataghin, Universidade Estadual de Campinas (SP)

Ronald Cintra Shellard

Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (RJ)

(Resposta para a seção ‘O leitor pergunta’, da revista Ciência Hoje, n. 264, 2009)

Podem, mas a probabilidade de isso acontecer é muito pequena, tão pequena que não deve preocupar os planejadores de viagens espaciais. É muito mais alta, por exemplo, a probabilidade de ser atingido por um micrometeorito com energia suficiente para matar um astronauta.

Os raios cósmicos de baixa energia, que estão por toda parte, porém, são um problema muito sério para as viagens longas, como uma possível viagem para Marte.

Uma pessoa na superfície da Terra recebe uma radiação de origem cósmica constante, algo como uma dezena de raios por segundo atravessando seu corpo. Essa radiação é bastante inócua. No entanto, o fluxo da radiação no espaço é muito maior e potencialmente mais perigoso. Perto da Terra, o campo magnético atenua esse fluxo. Longe, o seu efeito é mais sério.

Raios cósmicos de origem galáctica, com energias de alguns gigaelétron-volts por núcleos, são bastante abundantes e oferecem mais perigo para seres vivos, danificando genes e células. O efeito acumulado desses danos pode inviabilizar as viagens interplanetárias, a menos que sejam desenvolvidos meios de proteger os astronautas.

Ronald Cintra Shellard

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