Brazilian Business 305

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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO Desde 1921 nº 305 JUL/AGO/SET 2018

empreendedorismo que gera

MERCADO Audiovisual pode alavancar a economia do estado

PEOPLE CONNECTIONS Inteligência humana na era digital


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SUMÁRIO Comunicação AmCham Rio Aléxia Costa, Juliana Botelho e Veriza Duca Edição Grupo Zoom Out de Comunicação Corporativa Jornalista responsável Bianca Gomes MTB 25.098 bianca@zoomout.com.br

Colaboraram nesta edição: Felipe Daniel e Felipe Teixeira (edição de arte), Marcelo Cortez, Leo Aversa, Midori de Lucca (foto), Fernanda Falcão e Nadia Stanzig (coordenação) e Sonia Cardoso (revisão)

Marcelo Cortez

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

06 CARTA DO PRESIDENTE

Pedro Almeida diz que tecnologia, inovação e sustentabilidade são os pilares do futuro e fala de eventos Premium da casa, entre eles o 14º Prêmio Brasil Ambiental

08 PEOPLE CONNECTIONS

Formadores de opinião se encontram para discutir o futuro da interação entre o homem e a máquina

12 MERCADO Estado do Rio tem vocação para capital do audiovisual brasileiro

16 CAPA

Cultura de empreendedorismo pode estimular pessoas e servir de motor para a economia do Rio de Janeiro

24 CONEXÃO GLOBAL

Brasil e Estados Unidos lançam Fórum Permanente de Segurança para combater crimes comuns aos dois países

26 ENTREVISTA

Em exclusiva, o general Walter Souza Braga Netto fala sobre sua gestão à frente da Intervenção Federal e os investimentos em Segurança Pública

28 PERFIL

Ana Karina Dias, líder da Prática de Organização na América Latina, fala sobre o empenho da McKinsey em ajudar grandes empresas a alcançarem altos níveis de produção

34 AMCHAM NEWS

Confira os melhores momentos do Sunset Networking e outros eventos promovidos pela Câmara

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Conheça o novo Cônsul-geral dos EUA para o Rio de Janeiro http://bit.ly/novoconsuleuario

Confira as fotos do Sunset Networking: http://bit.ly/sunsetjunho2018

Nova fase é obrigatória para empresas com faturamento até R$ 78 milhões, exceto micro, pequenas e MEI

Artigo escrito por Rita Araújo e Marcelo Lima, diretores da Domingues e Pinho Contadores

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Giuliana Sirena giulianasirena@amchamrio.com

A tiragem desta edição da Brazilian Business é de 2 mil exemplares Impressão: Walprint

30 OPINIÃO

Uma publicação da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

Karin Parodi, CEO da Career Center, discorre sobre as novas práticas de retenção de talentos

32 DIRETORIA EM FOCO

Diretores da AmCham Rio opinam sobre Compliance no Brasil

Praça Pio X, 15, 5º andar 20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201 amchamrio@amchamrio.com www.amchamrio.com

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CARTA DO PRESIDENTE INCLUSÃO

Pedro almeida, presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

E

Marcelo piu

O futuro é tecnológico, inovador e sustentável

star atento ao futuro e às transformações que ele pode trazer é uma das grandes preocupações dos líderes atuais. O avanço das tecnologias tem provocado uma reviravolta no modo de agir, pensar e consumir das sociedades, exigindo um novo posicionamento das empresas e postura de seus executivos perante o mercado. A inteligência artificial, um dos maiores avanços da indústria 4.0, está se disseminando para tornar as organizações mais produtivas e eficientes, possibilitando eliminar processos e também algumas funções de repetição. Ao mesmo tempo em que é vista com entusiasmo, esta constatação faz surgir indagações do tipo: Como se estabelecerá, num futuro que já bate à nossa porta, a interação entre o homem e a máquina? Para discutir os caminhos das relações entre as inteligências humana e artificial, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) promoveu o People Connections, que acontece há quatro anos e se consagrou como um dos eventos mais estratégicos desta Casa, justamente por abranger temas que discutem novas dinâmicas nas relações humanas e um futuro que ainda gera incertezas e no qual as sociedades estão apenas aprendendo a lidar com elas. Para elucidar, trouxemos especialistas no assunto e representantes de empresas com pensamentos vanguardistas, que nos mostram, por meio de abordagens concretas e visões macro, que existe um novo tempo chegando, de pessoas com skills necessárias para melhorar o mundo e o jeito de fazer negócios. A nova geração de empreendedores – sobre a qual você poderá ler mais a respeito em nossa matéria de capa – é que vai liderar essas mudanças com seu poder de inovação. À frente de suas startups, jovens com mentes disruptivas criam, a cada dia, novos modelos de negócio, com alto potencial de escalabilidade e baixo investimento, sem deixar de lado premissas fundamentais como o respeito, sobretudo pela ótica da diversidade, da ética e do meio ambiente. Em continuidade à série Mercado – matérias que mostram como o Rio de Janeiro pode se beneficiar ao explorar segmentos com alto potencial econômico – vamos abordar a área do Audiovisual, uma vez que o estado do Rio de Janeiro, com sua vocação, é o maior produtor de conteúdo audiovisual no Brasil, respondendo por 66% do emprego e 73,3% da massa salarial do setor. Nesta edição trazemos, ainda, uma entrevista com o responsável pela intervenção federal na Segurança do Rio, general Walter Souza Braga Netto. No mês de julho, a diretoria da AmCham Rio teve a oportunidade de se reunir com ele e, na exclusiva, o interventor fala de sua atuação, mostrando os resultados obtidos ao longo dos meses, e de sua expectativa em Segurança após 31 de dezembro, quando se dará o fim da intervenção. Com olhos permanentes nos acontecimentos do futuro, antecipo o convite para outro grande evento promovido por nossa entidade, o 14º Prêmio Brasil Ambiental (PBA), que reconhece as melhores iniciativas de sustentabilidade empresariais no País. Este ano contará com a 2ª Conferência de Sustentabilidade que irá abordar o tema “Inovação e Sustentabilidade”. Em linha com as mudanças de comportamento nas pessoas e nas corporações, que estimulam e cobram a revisão das boas práticas, é nosso papel, por mais um ano, discutir e incentivar os esforços do setor privado para um mundo mais limpo e sustentável. 

6_Edição 305_ jul/ago/set 2018


marcelo cortez

Quarta edição reuniu cerca de 140 líderes e especialistas de diferentes segmentos para debater o potencial das tecnologias disruptivas e o papel do ser humano como protagonista desta revolução digital

marcelo cortez

People Connections discute os caminhos para um futuro de colaboração entre as inteligências humana e artificial

Robô Connecta interage com o público

Bianca Gomes

Com o olhar para um futuro que já começou, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) promoveu, no dia 29 de junho, a quarta edição do evento People Connections. A iniciativa teve viés futurista, não apenas pela presença do robô Connecta, que interagiu e tirou fotos dos participantes, mas pelos assuntos debatidos, que estimularam discussões sobre os desafios de uma era em que a inteligência artificial e a humana devem interagir para se potencializar. As atuais transformações também são realidade no universo corporativo. O desenvolvimento tecnológico, sobretudo com a inteligência 8_Edição 305_ jul/ago/set 2018

artificial (IA), é apontado como o principal responsável pelas mudanças comportamentais da sociedade, e estas, consequentemente, impactam a dinâmica e a cultura das organizações. A transformação digital sugere que as empresas prepararem suas equipes para acompanhar essa evolução, que traz mais dinamismo à rotina profissional, mas, por outro lado, exige adaptações. “O líder contemporâneo precisa ser inovador, tecnológico, impact driver e futurista – como sugerem a Singularity University e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), entre outras universidades vanguardistas. A atitude da liderança

marcelo cortez

comunicacao@amchamrio.com

Claudia Danienne fala na abertura do evento

com foco no futuro traduz-se em desenvolver primeiramente as pessoas, pela capacidade de transformar a realidade que as cerca”, afirma Claudia Danienne, líder do comitê de Recursos Humanos da Câmara e CHRO & partner da Degoothi Consulting. “Cultura digital não é modismo. O mindset hoje é de revolucionar o presente, criando um mundo me-

Transformação digital: uma aliada para a evolução da sociedade Para proporcionar ampla visão sobre o impacto que a IA e as novas tecnologias vão promover no universo corporativo, o evento contou com painéis de seis especialistas, que receberam as boas-vindas de Pedro Almeida, presidente da AmCham Rio. José Claudio Securato, CEO e sócio-fundador da Saint Paul Escola de Negócios, abriu o evento. Em sua palestra, mostrou como a mudança da economia e as transformações digital, social e cultural irão promo-

ver a quebra total de paradigmas na forma tradicional de educar e de aprender. A interação entre o professor e o aluno vai mudar radicalmente e a educação será focada nas necessidades individuais do estudante. Para ilustrar como essa transformação já começou, ele apontou a operacionalização do LIT (sistema on learning), que combina tecnologias cloud, mobile, redes sociais e até IA própria, uma plataforma cognitiva chamada Paul, alimentada diariamente com informações por membros do corpo docente. “O mundo hoje é dessincronizado. Adventos como o Blockchain, IoT e realidade aumentada, entre várias outras, provocam mudanças na forma como fazemos as coisas. Se a economia atual se baseia em dados para personalizar produtos e serviços a fim de proporcionar melhor experiência ao cliente ou consumidor, por que a educação que oferecemos aos nossos filhos não pode ser assim?”, alertou Securato. Ele se referia ao modelo disruptivo de ensino, que aposta em conceitos como life long learning, ou seja, na aprendizagem que ocorre ao longo da vida, em micromomentos, e ao modelo adaptativo, isto é, moldado na capacidade de aprendizagem de cada indivíduo. Para debater sobre inteligência artificial e emocional na saúde, Gil-

“Mentes globais interagindo criam a pluralidade de conhecimentos que pode aportar o mundo” José Claudio Securato, CEO e sóciofundador da Saint Paul Escola de Negócios

marcelo cortez

O evento lotou o Centro de Convenções SulAmérica

lhor. Em toda revolução, o cenário disruptivo, se não for acompanhado de conhecimento, traz insegurança. E o desconhecimento sobre os fatos gera toxicidade”, diz Danienne, destacando a importância das pesquisas científicas – como a de Cynthia Breazel, do (MIT) – que esclarecem e mostram a colaboração espetacular entre inteligência artificial e emocional produzindo resultados fantásticos para a sociedade. “Com a possibilidade de tarefas repetitivas serem desempenhadas pela IA, novas funções estão surgindo e abrindo espaço para inúmeras outras atividades humanas. Vemos, também, muito progresso e descobertas em prol de uma vida melhor, com altos avanços na medicina e mudanças exponenciais que trazem velocidade, conveniência e conectividade”, disse a líder do comitê. O evento foi apresentado pela Amil, com patrocínio master da Med-Rio Check-Up e SulAmérica Centro de Convenções. O apoio de mídia foi da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, Great Place to Work, Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio, Progressiva Soluções Integradas em Negócio e Stato.

marcelo cortez

PEOPLE CONNECTIONS

Gilberto Ururahy falou sobre Medicina na era da tecnologia

berto Ururahy, diretor da AmCham Rio e líder do comitê de Saúde da entidade, diretor-médico da Med-Rio Check-Up, convidou o público a voltar 28 anos, época em que ele ingressava na área da Saúde, quando equipamentos enormes, mas com baixíssimo potencial se comparado à tecnologia de hoje, ocupavam amplo espaço na sala dos médicos. “De lá para cá, muito se evoluiu. Não há limites para a saúde do homem na era das células-tronco e da nanotecnologia. Porém, uma coisa para mim Edição 305 Brazilian Business_9


10_Edição 305_ jul/ago/set 2018

Jaqueline Weigel, chefe-executiva do grupo W Futurismo

“A inteligência artificial tem suas limitações. Em um processo de recrutamento, por exemplo, ela pode até ajudar a apontar o melhor talento, mas como garantir que a diversidade na empresa foi levada em conta? Ou que o candidato apontado é o que a empresa precisa no momento? Como se vê, cabe ao homem questionar as decisões que estão sendo geradas no apertar de um botão”, observou Steibel. Para falar de Futurismo e Inovação, a convidada foi Jaqueline Weigel, chefe- executiva do Grupo W Futurismo. A necessidade de construir um Brasil protagonista do seu futuro foi o tema de sua fala. O que a polímata – pessoa transversal, que desempenha mais de um papel em sua atividade profissional – quis dizer é que o Brasil deve se esforçar para ser fonte de inspiração global. “O novo modelo de negócio pensa no bem-estar coletivo, encaixando-se nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O que vemos é uma mudança na forma de pensar. É preciso viver a era do empoderamento: eu posso fazer! E dar

“Estamos caminhando para uma era em que a felicidade vai ser a base das tomadas de decisão” Mira Noronha, gerente sênior de Aquisição de Talentos da GE Corporate para a América Latina

marcelo cortez

Revolução tecnológica dará origem a um mundo mais sustentável A experiência de discutir tendências de um futuro que já é realidade trouxe muita reflexão aos participantes. O espaço dentro do evento para interação do público com os palestrantes – o group thinking – foi mais uma oportunidade de ponderar sobre a revolução que a tecnologia está provocando ao desenvolver pessoas e empresas mais éticas, que pretendem deixar um legado de inovação para um mundo mais sustentável. O evento foi encerrado com a palestra de Tania Consentino, presidente da Schneider Electric para a América do Sul, única mulher latino-americana e uma das três mulheres reconhecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) pelo seu trabalho em defesa da marcelo cortez

é certa: a máquina não substituirá o médico, porque o paciente é único em todas as suas dimensões”, afirmou. E corroborou dizendo que a IA ocupa cada vez mais espaço em todas as áreas da medicina, no entanto, os ganhos são aplicados à parte física, não abrangem a emocional. “Gerar ideias, se emocionar e utilizar o poder dos sentidos é uma capacidade inerente apenas ao ser humano”, assegurou. A programação seguiu com a palestra de Fabro Steibel, diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS Rio). Ele alertou quanto ao uso de IA nas mídias sociais e nas empresas e, com exemplos práticos e bem-humorados, mostrou que é preciso cautela na aplicação de resultados extraídos por meio dessa tecnologia. “Dados pequenos em um mar de informações podem ser ignorados. Para que haja transparência dos algoritmos, é preciso que a conexão entre o homem e a máquina seja perfeita, caso contrário o resultado pode ser distorcido”, disse, para ilustrar a vulnerabilidade dos resultados.

“Está na hora de tirar de cena o ser humano que só pensa em si e apresentar aquele que está apoiado na ética e em valores”

ambição deles no que tange à transformação.” Por meio dessa iniciativa, a GE pretende sair do modelo tradicional, adaptando a empresa à entrada iminente dos Millennials e à avalanche de transformações que eles exigirão para ingressar em uma corporação.

adeus à era do individualismo: eu primeiro!”, exemplificou. Para Jaqueline, a tecnologia nos ajuda a evoluir, mas não deve ser o centro das decisões, que vão muito além e incluem ética, singularidade humana (que tipo de pessoas estamos formando), futuro do trabalho, empreendedorismo, inovação e formação de líderes exponenciais (aqueles que podem influenciar mudanças por meio de uma rede infinita de habilidades). “O futuro é abundante em todos os sentidos. Plural, colorido, democrático e acessível!”, concluiu, com entusiasmo, a executiva. Mira Noronha, gerente sênior de Aquisição de Talentos da GE Corporate para a América Latina, escolheu o tema Reverse Mentoring para explicar a forte tendência que está possibilitando aos executivos repensarem sua existência no mercado de trabalho e a forma de exercer a liderança por meio do contato com os mais jovens. “Estamos indo às universidades para ouvir dos profissionais do futuro quais os modelos de gestão que mais os atraem, qual o ambiente de trabalho ideal, qual a

marcelo cortez

Fabro Steibel alertou a vulnerabilidade de dados obtidos com uso da Inteligência Artificial

marcelo cortez

marcelo cortez

PEOPLE CONNECTIONS

“As necessidades estão

mudando. Impacto ambiental, corrupção e lucro acima de tudo não são mais a pegada nos negócios. As pessoas querem fazer algo íntegro e consistente para fazer a diferença” Tania Consentino, presidente da Schneider Electric para América do Sul

sustentabilidade. Com sua visão macro sobre revolução tecnológica, o trabalho de Tania ganhou alcance global e conseguiu sensibilizar outras empresas para o tema. A executiva reverberou a previsão de que 40% das maiores empresas do globo (“Fortune 500”) não existirão daqui a dez anos, simplesmente por tratarem a sustentabilidade como um problema operacional, ignorando a necessidade de alinhar suas estratégias à nova realidade. “A tecnologia mostrou que é preciso redesenhar a estratégia das empresas e do capital humano que gira em torno dela”, afirmou. Tania pontuou que, na era da indústria 4.0, o que impacta nos negócios é a experiência do cliente (customer experience) e não mais o ativo ou produto. E disse, ainda, que as empresas estão se tornando cada vez mais produtivas, engajando clientes e criando plataformas colaborativas com startups orbitando em busca de soluções. “A postura ideal hoje é de sermos provocadores de nossa própria ruptura. O concorrente de hoje não é o tradicionalmente conhecido.” E indagou: “Qual o seu concorrente do futuro?”  A 4ª edição do People Connections reuniu especialistas para debater inteligência humana na era digital


MERCADO

O poder do audiovisual

Um setor promissor, que já movimenta tendências na comunicação e pode beneficiar economicamente o estado do Rio de Janeiro

Bianca Gomes

comunicacao@amchamrio.com

O

poder público e a sociedade já perceberam a força econômica da indústria criativa e os números estão aí para comprovar. O site do Ministério da Cultura (MinC) mostra que, em 2017, a economia criativa representava 2,64% do PIB nacional – no Rio de Janeiro, esse número era maior que 4% – e figurava como uma das dez maiores atividades econômicas do Brasil, gerando um milhão de empregos diretos. Em 2016, o número de empregos registrados apenas pelo setor audiovisual foi de 91.834, conforme Estudo Anual 2018 da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Além de movimentar a empregabilidade, outros setores como moda, design, música, novas mídias, artes cênicas e artes plásticas, e alguns setores da economia formal, também são impulsionados pelo audiovisual. O chamado turismo cinematográfico, que utiliza os filmes, séries de TV e publicidade para influenciar as decisões dos turistas quanto ao destino de férias, é exemplo claro disso.

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Vocação para capital do audiovisual brasileiro

Leo Aversa

De acordo com o Mapeamento e Impacto Econômico do Setor Audiovisual no Brasil de 2016, elaborado em conjunto pela Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Fundação Dom Cabral (FDC), o valor adicionado pela indústria audiovisual à economia brasileira passou de 0,4%, em 2010, para 0,44%, em 2014, um aumento significativo, com crescimento de 10% na participação do setor audiovisual. Para o governo federal, uma das formas de explorar o alto potencial de geração de renda da indústria criativa, além de todos os ganhos sociais e culturais conhecidos, é posicionar o Brasil ao lado dos maiores produtores do mundo – Índia, Nigéria, Estados Unidos e China – por meio do aproveitamento integral dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). “A partir de uma atuação menos burocrática e mais transparente da Ancine, e uma maior participação do investidor privado, a grande meta nos próximos dez anos é colocar o Brasil entre os cinco principais mercados audiovisuais do planeta”, diz o diretor-presidente do órgão, Christian de Castro. O Rio de Janeiro precisa de incentivo para desenvolver todo o seu talento e vocação: o estado é o maior produtor de conteúdo audiovisual no Brasil, sendo responsável por cerca de metade dos filmes lançados no País. Também é palco dos principais festivais nacionais, como o Festival Internacional de Cinema do Rio e o Anima Mundi, além de ser a alavanca dos números da região Sudeste, responsável por 66% do emprego e 73,3% da massa salarial do setor, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

“A grande meta nos próximos dez anos é colocar o Brasil entre os cinco principais mercados audiovisuais do planeta” Christian de Castro, diretorpresidente da ancine

Um estudo da Cisco Visual Networking Index revelou que, em 2016, 73% de todo o tráfego global da Internet era de pessoas assistindo a vídeos, e para 2021 a perspectiva é de que esse número chegue a 82%. Este dado mostra claramente uma tendência: a produção audiovisual vai dominar cada vez mais o cenário da comunicação e se tornar uma das principais plataformas de marketing. O aumento da demanda por vídeos irá refletir no volume de investimentos nacionais e internacionais e o Rio de Janeiro está em posição favorável, pois oferece um ambiente propício para a captação de projetos e incentivo à indústria audiovisual. Isto porque a cidade é base de produção de grandes emissoras de televisão aberta e sede da maior programadora por assinatura, sendo detentora de uma cadeia produtiva completa com profissionais de produção de cinema e televisão, instituições de ensino e órgãos de fomentação, regulação e financiamento.

Tradicionalmente, o Rio de Janeiro é responsável por 75% da produção cinematográfica e 50% da produção televisiva do País. Quanto à demanda, os filmes produzidos no Rio representam mais de 90% da bilheteria dos filmes nacionais, o que demonstra o grande apelo comercial do mercado de produção fluminense, que inclui conteúdo audiovisual para cinema, TV, web, canais corporativos e agências publicitárias. Isso serviu de estímulo para que, desde 2009, o setor público criasse uma série de iniciativas a fim de atrair a produção de filmes e programas de TV nacionais e estrangeiros – gerando renda, empregos e o recolhimento de tributos – e, simultaneamente, projetando a imagem de cidade maravilhosa e cinematográfica no exterior. “Com o intuito de expandir a indústria audiovisual, vários municípios estão adotando a ferramenta Film Commission, nomenclatura internacional para um escritório de apoio à produção de conteúdo”, informa Steve Solot, diretor da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, presidente do Centro Latino-Americano de Treinamento e Assessoria Audiovisual (LATC), e diretor-executivo da Rede Brasileira de Film Commissions (Rebrafic). De acordo com Solot, a cidade do Rio já conta com uma Film Commission – parte integrante da RioFilme da Prefeitura – que tem como principais objetivos o atendimento eficiente a produtores, apoio logístico e a promoção da cidade e do estado como destinos privilegiados para filmagens. Com o apoio da Rebrafic, também já existem escritórios em operação ou em fase de desenvolvimento nas cidades de Macaé, Nova Edição 305 Brazilian Business_13


Friburgo, Petrópolis, Niterói, Parati e Barra do Piraí. Todos devem contribuir para a economia e criação de empregos nesses locais. Atualmente, é a cidade de Niterói que atrai atenção nacional e internacional. A Secretaria das Culturas de Niterói e a Fundação de Arte de Niterói, em parceria com a Ancine, lançaram, em abril de 2018, o Edital de Fomento ao Audiovisual. A intenção é tornar Niterói a “Cidade do Audiovisual”. Um acervo pessoal

investimento de 6 milhões de reais está previsto para a produção de filmes, séries de TV e conteúdo de novas mídias, sendo uma parte dedicada à produção internacional. Também estão na agenda a criação de um Festival Internacional e um novo incentivo fiscal através da redução do ISS. No que tange às produções internacionais, a cidade do Rio de Janeiro deixa de atrair mais projetos por falta de leis mais específicas. Incentivos que utilizam créditos tributários, como ocorrem em países como Chile, Colômbia, Panamá, República Dominicana e México, atraem grandes produções de cinema e TV estrangeiras. “Embora existam estudos preliminares para a implantação de um incentivo para a produção internacional, não há previsão para sua implementação na cidade do Rio. No entanto, o novo Edital de Fomento ao Audiovisual de Niterói pode ser o primeiro passo para mudar este cenário”, explica Solot.

Parceria internacional abre fronteira para o mercado brasileiro “Com o intuito de expandir a indústria audiovisual, vários municípios estão adotando a ferramenta Film Commission” Steve Solot, presidente do Centro Latino-Americano de Treinamento e Assessoria Audiovisual (LATC)

O potencial de parceria com produtoras americanas é alto e tem contribuído bastante para expandir o mercado audiovisual brasileiro. O último Creative Industries Roadshow – programa do Consulado Geral dos EUA no Rio, visando promover a troca de experiências entre profissionais da área – estreitou o relacionamento entre oito produtores brasileiros, os quais viajaram em outubro para Atlanta, nos Estados Unidos, a fim de encontrar seus pares americanos. “Organizamos seminários educacionais, tours a estúdios de

divulgação consulado geral dos EUA no rio de janeiro

MERCADO

IMAGEN acervo

filmagem e reuniões de negócio com diversos produtores locais como forma de viabilizar a parceria para produções de filmes e outros trabalhos em conjunto”, conta Michael Muth, vice-cônsul comercial do Consulado Geral dos EUA no Rio de Janeiro. Além dessa iniciativa, o Consulado engaja escolas americanas de cinema para possibilitar o intercâmbio

de estudantes brasileiros. De acordo com Michael, ambos os países estão investindo numa nova geração de cineastas. “Desde 2011, o Fulbright Comission, iniciativa do Consulado com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), uma fundação do Ministério da Educação (MEC), tem conseguido bolsas de estudo integral para

“o Fulbright Comission tem conseguido bolsas de estudo integral PARA brasileiros na área de cinema” Michael Muth, vice-cônsul comercial do Consulado Geral dos EUA no Rio de Janeiro

a formação de jovens brasileiros na área de cinema em universidades consagradas nos Estados Unidos. Só em 2018 serão ofertadas quatro bolsas de estudo”, conta Muth. 

Impacto do setor audiovisual na economia brasileira (R$ milhões)

Fonte: Mapeamento e Impacto Econômico do Setor Audiovisual no Brasil de 2016, elaborado em conjunto pela Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Fundação Dom Cabral (FDC) 14_Edição 305_ jul/ago/set 2018

Edição 305 Brazilian Business_15


CAPA

Bianca Gomes

comunicacao@amchamrio.com

E

m um mundo cada dia mais conectado, em que as mudanças acontecem de maneira exponencial, os empreendedores tornam-se essenciais para o desenvolvimento contínuo dos países e das sociedades. Em tempos de crise, de gerações com necessidades tão distintas das de seus antecessores e da tecnologia como instrumento para mercados mais competitivos, empreender com soluções inovadoras não é mais uma opção, mas quesito fundamental. “Está no DNA da startup provocar mudanças no mercado, muitas vezes até ditando regras e exigindo

acervo Fábrica de Startups

Empreendedorismo que gera inovação

Como a cultura empreendedora pode influenciar pessoas e estimular a inovação

adaptação de grandes players” Hector Gusmão, CEO da Fábrica de Startups

São nos períodos de maior complexidade que as sociedades tendem a encontrar soluções para resolver problemas – e isto muitas vezes resulta em mudança na forma de pensar, agir e consumir. A partir dessas premissas, surgiram verdadeiros exemplos de empreendedorismo, como Google, Ebay, Netflix, Facebook, Uber, Airbnb, os quais iniciaram como startups, isto é, empresas com modelo de negócio escalável e com alto grau de inovação. “Está no DNA da startup provocar mudanças no mercado, muitas vezes até ditando regras e exigindo adaptação de grandes players. Exemplo disso são as fintechs. Quem diria que os bancos teriam que se aproximar e aprender com jovens profissionais para criar soluções disruptivas na forma de transacionar dinheiro? É esse movimento que observamos em praticamente todos os segmentos”, destaca Hector Gusmão, CEO da Fábrica de Startups.

De acordo com Gusmão, o alto potencial de inovação desses novos empreendimentos foi determinante para a aproximação com as grandes corporações e, atualmente, é raro aquelas que não estejam avaliando ou negociando com uma startup. “Atuando há mais de seis anos em uma aceleradora de empresas, acompanhamos essa relação, que tem se mostrado próspera para os dois lados, seja por meio da contratação de uma solução; da parceria estratégica, ou de investimento com o objetivo de escalar as vendas de uma solução comprovada e até da compra da startup por uma empresa”, explica. As startups provocaram impacto bastante positivo na economia nos últimos anos. Enquanto as grandes corporações precisaram reduzir custos para sobreviver à crise, as scaleups (startups com alto potencial de negócios) acabaram agregando valor à economia, pois cresceram de forma rápida, gerando atributos, como maior arrecadação e absorção de profissionais qualificados. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – que opera sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – corroboram esta informação e sinalizam que, de janeiro a maio deste ano, as microempresas empregaram 20.228 pessoas, enquanto as médias e grandes empresas contrataram 15.543.

Taxas de Empreendedorismo Brasil

Fonte: GEM Brasil 2017 ¹ Percentual da população de 18 a 64 anos. ² Estimativas calculadas a partir de dados da população brasileira de 18 a 64 anos para o Brasil em 2017: 135,4 milhões. Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Projeção da população do Brasil e Unidades da Federação por sexo e idade para o período 2000-2030 (ano 2017). Edição 305 Brazilian Business_17


CAPA

Turma de empresários participantes do ScaleUp Rio em 2017 divulgação SCALEUP

Empreendedorismo no Brasil: uma relação que precisa ser lapidada O relatório GEM (Global Entrepreneurship Monitor), que mede o grau de empreendedorismo mundial, revelou que 36 de cada cem brasileiros entre 18 e 64 anos pensavam em desenvolver ou mantinham algum negócio estabelecido em 2017 – a Taxa de Empreendedorismo no Brasil nesse mesmo ano foi de 36,4%. A pesquisa apontou ainda que 55,6% dos entrevistados consideram ‘empreender sem receios’, pois, para eles, o fracasso não constitui fator impeditivo para iniciar um novo negócio. O relatório também diferencia o empreendedor por oportunidade – que inicia um negócio por perceber uma chance favorável no mercado – do empreendedor por necessidade – que abre um negócio pela ausência de alternativas para ocupação e renda. Em 2017, observou-se um discreto aumento nessa relação: para cada empreendedor inicial por necessidade, havia 1,5 empreendedor por oportunidade: um sinal de recuperação, mesmo que lento, do mercado formal de trabalho no Brasil. Empreender em solo brasileiro não é tarefa fácil, segundo mostra o relatório Burocracia no Ciclo de

Vida das Empresas, elaborado pela Endeavor. A maioria das empresas não consegue cumprir todas as normas existentes. Ao comparar o Brasil com outros países, o resultado do estudo Doing Business – no qual o Brasil figura entre os 15 piores no mundo, ocupando a 176ª posição no ranking – demonstra que faltam esforços para mudar esse ambiente de negócios. Segundo o GEM, em 2017 as atividades empreendedoras no País empregavam, formal ou informalmente, mais de oito milhões de pessoas em um universo de 11 milhões de empreendedores estabelecidos. Isso mostra que eficiência, transparência e menos burocracia pavimentam o caminho para o empreendedorismo, podendo ser a solução para a crise financeira devido à alta capacidade de geração de empregos dos novos negócios.

Inovação pode ser motor da economia do estado O Rio de Janeiro é atraente para o empreendedor e a economia fluminense tem se beneficiado desse potencial. Os esforços da cidade em aprimorar os insumos necessários para fomentar atividades inovadoras levaram o Rio de Janeiro à liderança no ranking entre as 32 cidades mais

inovadoras das regiões Sul e Sudeste,* conforme evidencia o relatório Índice de Cidades Empreendedoras, da Endeavor. São José dos Campos, Florianópolis, São Paulo e Blumenau vêm logo atrás, formando as cinco primeiras da lista. Criada com a estratégia de convergir e integrar os interesses das scaleups junto a órgãos públicos e privados, o ScaleUp Rio – programa do Sebrae/RJ, Endeavor e Babson Entrepreneurship Ecosystem Project – tem conquistado resultados expressivos, como emissão de alvará on-line, maior participação das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) em compras governamentais e educação empreendedora nas escolas. “No ScaleUp Rio, os empresários recebem suporte intensivo durante seis meses para aumentar o crescimento de seus empreendimentos, por meio de workshops de aceleração de vendas da Babson Entrepreneurship Ecosystem Plataform, mentorias individuais, diagnóstico de gestão e consultorias especializadas do Sebrae/RJ, além de networking entre as pequenas empresas que mais crescem no Rio”, informa a coordenadora de Economia Urbana do Sebrae/RJ, Debora Finamore. Com estas ações, notou-se que as empresas do grupo ScaleUp Rio 2018 demonstraram tendência favo-

* O resultado abrange os seguintes fatores: índices mais altos de Mestres e Doutores em Ciência e Tecnologia, alta média de investimentos do BNDES e Finep, infraestrutura tecnológica local mais elevada e maior proporção de contratos e concessões. 18_Edição 305_ jul/ago/set 2018

Edição 305 Brazilian Business_19


CAPA

Um Brasil mais inovador tem mais chances de se desenvolver. De acordo com a diversidade de produtos produzidos, o País figura na 47ª posição em relação a outros 124, embora seja uma das principais economias do mundo. Isso decorre da pouca qualificação de nossa mão de obra e dos processos lentos de concessões e patentes que as empresas encaram, o que acaba impondo barreiras para gerar inovação. São as inovações que alimentam a competitividade e, consequente20_Edição 305_ jul/ago/set 2018

“O objetivo é esclarecer e orientar a relação das empresas de base tecnológica com as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação, viabilizando ações em parceria e projetos relacionados às atividades de pesquisa nessas áreas”

Por uma cultura mais empreendedora

Luiz Landau, professor titular da Coppe/UFRJ e coordenador do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia

mente, geram maiores lucros para as empresas que mais se destacam. Para desenvolver o ambiente de inovação no Brasil, é necessário que todos os atores envolvidos – governos, empresas, investidores, pesquisadores, entre outros – estejam alinhados sobre o que é necessário para que isso ocorra. No intuito de ampliar as chances de jovens pesquisadores de inovar e empreender, seja pelo desenvolvimento da pesquisa cientifica e tecnológica ou por criação de spin-offs acadêmicas, o governo criou em 2014 o Novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação. “O objetivo é esclarecer e orientar a relação das empresas de base tecnológica com as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação, viabilizando ações em parceria e projetos relacionados às atividades de pesquisa nessas áreas”, explica Luiz Landau, professor titular da Coppe/ UFRJ e coordenador do Laboratório

O maior polo tecnológico do mundo, o Vale do Silício, não é sinônimo de inovação apenas em razão das empresas e universidades

acervo pessoal

Nova legislação traz mais dinâmica entre empresas de base tecnológica e universidades

de Métodos Computacionais em Engenharia. Ele destaca que a intenção também é conferir maior segurança jurídica nos acordos de parceria entre universidades e empresas, permitindo o compartilhamento e a utilização de laboratórios das instituições. “O decreto é um grande avanço para que o conhecimento gerado nas universidades possa ser melhor aproveitado pelo setor empresarial e pela sociedade. Porém, é preciso mais empenho e esforços na sua implementação para que os benefícios ao desenvolvimento tecnológico, social e econômico do País sejam usufruídos”, antecipa Neila Barbosa, especialista da área de inovação tecnológica e propriedade intelectual e consultora de startups.

divulgação Coppe/UFRJ

rável quanto à geração de empregos. No comparativo entre março de 2017 a março de 2018, elas apresentaram aumento de 32% no número de empregados. Além disso, os empresários do ScaleUp Rio investiram cerca de R$ 9,5 milhões com foco em crescimento. “Neste total está contemplado todo dinheiro novo diretamente relacionado a ações de crescimento, tais como obras e reformas, ativos imobilizados (móveis, máquinas, equipamentos, veículos), aporte de capital (próprio e de terceiros), despesas com marketing, tecnologias da informação e comunicação, estoques para expansão e contratação de pessoas”, detalha Finamore. No entanto, conforme explica a coordenadora, o desafio para que os números das scaleups sejam ainda mais expressivos para a economia vai além da aceleração. “É preciso criar um ambiente mais propício ao crescimento sustentável dos negócios. Instituições públicas e privadas devem estar juntas nesta plataforma para apoiar o desenvolvimento de um ecossistema que inspire e suporte empresas que tenham oportunidade e mindset de crescimento”, define.

“O decreto é um grande avanço para que o conhecimento gerado nas universidades possa ser melhor aproveitado pelo setor empresarial e pela sociedade” Neila Barbosa, especialista da área de inovação tecnológica e propriedade intelectual e consultora de startups

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CAPA

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“Tivemos empresas que triplicaram seus negócios graças a conexões geradas no espaço colaborativo” João Arthur Paes, diretor de Comunidade da WeWork no Rio de Janeiro

grandes companhias em todo o mundo optando por transferir uma de suas áreas ou suas sedes inteiras para um dos nossos escritórios. Elas chegam atraídas pela possibilidade de encontrar, em um só lugar, um ambiente que estimule a inovação, conexões e contribua para o bem-estar e a satisfação de seus funcionários”, diz João Arthur Paes, diretor de Comunidade da WeWork no Rio de Janeiro. Ele acrescenta que, em 2017, o número de empresas com mais de mil funcionários instalados em prédios da WeWork pelo mundo cresceu 370% em relação a 2016, representando 30% das vendas mensais e 25% de participação no negócio da empresa.

Ainda nos primeiros meses de operação no Brasil, histórias incríveis aconteceram, como fruto da colaboração entre startups e grandes corporações. “Tivemos empresas que triplicaram seus negócios graças a conexões geradas no espaço colaborativo; e empreendedores que fundaram organizações com visões de negócio semelhantes para crescerem juntos”, diz Paes sobre a WeWork, que além de criar o Powered by We (ambiente com design apropriado para abrigar grandes empresas), mantém, junto com o Bradesco e a InovaBra, um espaço de coinovação dedicado à geração de negócios de alto impacto baseados em tecnologias digitais disruptivas. O primeiro Relatório de Impacto Econômico nas cidades americanas onde a empresa de coworking está há mais tempo surpreendeu, ao indicar que, em Los Angeles, 74% das organizações que trabalham nos seus espaços são inovadoras, enquanto apenas 15% de todas as empresas da cidade pertencem a esse grupo. Influência ou não do ambiente moderno de trabalho e do comportamento hiperconectado da nova geração de profissionais, tudo indica que uma cultura empreendedora fortalecida pode gerar outros polos tecnológicos – a exemplo do Vale do Silício – que criam oportunidades, estimulam investimentos e possibilitam o aumento da empregabilidade ao redor do globo. 

Hugo Pierre, Diretor Executivo da Growth Tech

está sendo integralmente preservada, pois todas as ações continuam sendo validadas e intermediadas pelos cartórios, assim como ocorre nos ambientes físicos. Isso, sem dúvida, garantirá maior segurança jurídica aos atos e serviços realizados no ambiente digital”, confirma Fernanda Leitão, tabeliã do 15º Ofício. “A nova configuração no modo de atuar dos cartórios brasileiros fortalece o movimento de disrupção tecnológica. A mudança do modelo tradicional para o vanguardista responde aos anseios da nova sociedade”, complementa Fernanda. Algumas empresas e instituições de grande porte já testaram a proposta inovadora, que tem previsão para chegar ao mercado no início de 2019. 

Fernanda Leitão, Tabeliã do 15º Ofício de Notas do Rio de Janeiro

será feito diretamente na plataforma, sem qualquer intervenção manual”, informa Hugo Pierre, diretor executivo da Growth Tech. Carlos Lessandro Rischioto diz que a Blockchain aumenta a confiabilidade nos negócios entre empresas e entidades. “Os mecanismos criptográficos e sistemas de autenticação dos usuários garantem segurança e imutabilidade na gravação das transações; e a validação de todos os atos é feita em consenso pelos demais usuários. Além disso, existem os atributos de disponibilidade, redundância e proteção contra falhas e adulterações das transações com os quais os usuários poderão contar”, detalha o Technical Leader de Blockchain da IBM. Outro diferencial da solução é unir a ampla experiência e a fé pública dos cartórios, eliminando quaisquer riscos técnicos e jurídicos que possam permear as transações. “A fé pública

divulgação ibm

acervo WEWORK

D

divulgação growth tech

Espaço WeWork no Centro do Rio de Janeiro

urante boa parte de sua longa história, a estrutura cartorial herdada do Império Romano atuou no sentido de dar publicidade a atos oficiais e registros. Em tempos em que a tecnologia oferece uma solução disruptiva para quase tudo, os cartórios se tornaram objeto de projeto pioneiro, que já demonstra alto potencial de escalabilidade e uso pela sociedade brasileira. Desenvolvida pela startup Growth Tech em parceria com a IBM e o 15º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, a Blockchain Cartorária é uma solução que permitirá a realização de transações cartorárias em ambiente totalmente digital. “A solução propicia maior segurança às transações e partes envolvidas, além de possibilitar mais transparência e conforto à sociedade, uma vez que os serviços cartorários serão realizados de forma virtual. Até mesmo o pagamento de taxas e emolumentos

simone goldstein

Projeto inovador vai transformar as práticas cartorárias

midori de lucca

locais, mas pela mentalidade de quem vive ali. Uma cultura empreendedora está relacionada a uma conduta permanente, que depende da habilidade de ensinar o outro a perceber, compreender e pensar em novas oportunidades. O Brasil começa a observar sua primeira leva de jovens empreendedores que fundaram suas startups e hoje atingem resultados incríveis. Exemplos disso são Tallis Gomes, do Easy Taxi; André Street, do Paga Fácil; e Romero Rodrigues, do Buscapé. O que serve de inspiração para a nova geração, além de disseminar a cultura empreendedora e fortalecer um ecossistema formado por investidores, aceleradoras, universidades, governo, entre outros agentes. Os chamados Millennials estão totalmente alinhados com o empreendedorismo. Trata-se de uma geração que busca propósito e um sentido mais amplo em suas carreiras profissionais, do que simplesmente estar em uma grande empresa e em posição de status. Eles almejam desenvolver uma solução inovadora para algo em que veem sentido e percebem que, de alguma maneira, aquilo vai impactar a vida das pessoas. Uma geração bastante conectada às novas tecnologias e atenta aos processos gerados pela transformação digital é o ponto de partida para o desenvolvimento de empreendimentos inovadores. Enquanto nas grandes corporações as equipes são treinadas para trabalhar em colaboração interna e externa – pois seus gestores acreditam que a interface entre seres diversos pode quebrar paradigmas e promover um clima favorável à inovação –, nos espaços colaborativos essa dinâmica ocorre naturalmente, gerando enorme potencial para networking e troca de conhecimento. “Temos cada vez mais casos de

Carlos Lessandro Rischioto, Technical Leader de Blockchain da IBM

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Segurança incentiva cooperação internacional interagências Fórum Permanente de Segurança fortalece relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos no combate a crimes comuns aos dois países

Vice-secretário de Estado dos EUA, John Sullivan, em visita ao Brasil Divulgação Consulado Geral dos EUA RJ

Bianca Gomes

comunicacao@amchamrio.com

O

s desafios de Segurança enfrentados por todas as nações, hoje, são cada vez mais complexos e ultrapassam fronteiras territoriais; por isso enfrentá-los requer uma resposta igualmente sofisticada por parte das autoridades. Motivados pelo resultado alcançado com os esforços em promover um ambiente mais seguro durante os eventos das Olimpíadas no Rio de Janeiro, os governos do Brasil e Estados Unidos lançaram o Fórum Permanente de Segurança Pública. A parceria foi oficializada em maio deste ano, durante o encontro do vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, John Sullivan, com o secretário-geral do

24_Edição 305_ jul/ago/set 2018

Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Marcos Galvão. “Os dois países já estabeleceram programas robustos para fornecer treinamento e um novo mecanismo de cooperação na aplicação da lei. Esse evento foi mais uma demonstração do quanto podemos ser bem-sucedidos quando nossos colegas da Polícia trabalham juntos para enfrentar desafios comuns, levantando discussões sobre como o Brasil e os Estados Unidos poderiam formalmente institucionalizar uma nova cooperação”, diz o porta-voz da Embaixada dos EUA no Brasil. O Departamento de Estado dos EUA e o Itamaraty estão à frente da coordenação do projeto,

cujo objetivo é oferecer condições favoráveis para a articulação interagências e o desenvolvimento de estratégias operacionais com foco em áreas específicas: narcotráfico, tráfico de armas, delitos cibernéticos, lavagem de dinheiro, crimes financeiros, terrorismo e cooperação institucional. “O Fórum é uma cooperação bilateral estratégica, intensa e contínua, que visa buscar soluções para desafios comuns na área da Segurança. Será o lugar onde decidiremos com quais programas continuaremos avançando e que novas possibilidades de cooperação devemos explorar”, define o porta-voz. As reuniões iniciais de trabalho do Fórum estão previstas para ain-

da este ano, em Washington, DC. A cooperação entre os dois países se dará por meio do compartilhamento de informações, uso de inteligência e de soluções tecnológicas voltadas para Segurança. Estes e outros recursos serão aplicados aos programas em andamento, considerando maneiras de aprimorar as operações e torná-las mais eficazes no combate às organizações criminosas transnacionais e subsidiárias. “Dar continuidade a ações que contribuem para a segurança das duas sociedades é um dos itens de maior importância da parceria Brasil-EUA. O sólido trabalho em conjunto no combate aos ilícitos transnacionais fortalece não apenas a colaboração entre órgãos e agências de Segurança Pública, mas o compromisso permanente e o espírito de ajuda entre os dois países”, disse o porta-voz. 

Divulgação Consulado Geral dos EUA RJ

CONEXÃO GLOBAL

P. Michael McKinley, Embaixador dos EUA no Brasil, o vice-secretário John Sullivan e o secretáriogeral das Relações Exteriores, embaixador Marcos Galvão


ENTREVISTA

denúncias de ações criminosas e de outras condutas ilícitas. Em paralelo, foram realizadas ações comunitárias na Vila Kennedy e na Praça Seca, nas Zonas Norte e Oeste, respectivamente, com mais de 26 mil atendimentos. Em parceria com as agências dos governos federal, estadual e municipal, com instituições jurídicas e a iniciativa privada, oferecemos serviços às comunidades, que vão desde a emissão gratuita de documentos, informações e orientações sobre serviço militar e orientação jurídica a assistência médica, odontológica, vacinação, recreação, oficinas de grafite, corte de cabelo, além de dinâmicas sobre prevenção ao uso de drogas e balcão de empregos. BB: Quais foram os principais desafios de sua gestão?

acervo gabinete de intervenção federal

Uma conversa com o interventor Federal do estado do Rio de Janeiro

H

á oito meses à frente do Comando da Segurança Pública do Rio de Janeiro – após decreto do presidente Michel Temer determinando Intervenção Federal no estado – o general Walter Souza Braga Netto fala com exclusividade à Brazilian Business. O General do Exército apresenta resultados que indicam queda real de alguns dos principais índices de criminalidade, e fala das iniciativas que ainda estão em curso para que os cariocas possam contar com um cenário mais positivo em Segurança. comunicacao@amchamrio.com

Walter Souza Braga Netto: O Gabinete de Intervenção Federal está dedicado a diminuir progressivamente os índices de criminalidade e fortalecer as instituições de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro. Medidas emergenciais e estruturantes estão sendo tomadas e observadas ao longo do período previsto da Intervenção Federal. Os últimos dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) indicam que as medidas vêm surtindo efeito. Do crédito de R$ 1,2 bilhão disponibilizados no final de abril pelo Governo Federal, temos hoje processos em andamento da ordem de 40% do valor total previsto para Intervenção Federal. Com o apoio das Forças Armadas, do Governo do Estado e da iniciativa privada, já foram entregues seis blindados, cem fuzis, 100 mil munições e cerca de R$ 2,4 26_Edição 305_ jul/ago/set 2018

BB: Qual o legado que a Intervenção Federal deixará para o Rio de Janeiro? WSBN: Além da redução progressiva dos índices de criminalidade, cuja tendência já se traduz em números, o

Bianca Gomes

Brazilian Business: Que iniciativas o senhor considera de maior relevância durante a intervenção?

WSBN: Os dois principais desafios foram o próprio ineditismo desse modelo de Intervenção Federal – gestor, cooperativo e segmentado na Segurança Pública – e o fato de termos que operar em ambiente interagências, coordenando instituições de naturezas e culturas organizacionais bastante distintas entre si. Esse último desafio, em especial, exigiu a adoção de medidas estratégicas, flexíveis o suficiente para, ao mesmo tempo, contemplar as demandas comuns a todos os órgãos intervencionados e respeitar as suas especificidades e modos de atuação. Temos conseguido bastante progresso nesse campo. Embora as Forças Armadas tenham experiência acumulada em operar em ambiente interagências, adquirida com eventos especiais, a sensibilidade que caracteriza a gestão da Segurança Pública naturalmente torna esse desafio muito maior.

milhões em equipamentos menos letais para as Secretarias de Estado de Segurança e de Administração Penitenciária, além da entrega de mais de 500 viaturas para uso da Polícia Militar. O Gabinete de Intervenção Federal entregou para a Polícia Civil 60 fuzis, apreendidos no ano passado no Aeroporto Internacional do Galeão. Também foram entregues insumos e equipamentos para a polícia técnica da Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da liberação de R$ 1,13 milhão, disponibilizados pelo juiz federal Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal. Cerca de mil policiais militares, principalmente das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em processo de transformação em Companhias Destacadas, já passaram por capacitação nesses meses de Intervenção Federal. O Comando Conjunto desencadeou uma série de operações, em apoio à Secretaria de Estado de Segurança, permitindo o cumprimento de mandados judiciais, verificação de

principal legado será a recuperação da capacidade operativa dos órgãos de Segurança Pública. Estamos atuando em áreas que vão do fluxo de carreira da Polícia Militar ao destravamento de processos licitatórios e de aquisição, cuja expertise, por parte das Forças Armadas, está sendo transferida aos gestores das polícias Militar e Civil. O Plano Estratégico de Segurança Pública, apresentado à imprensa no mês de junho, mas que já vinha sendo implementado desde o início da Intervenção, permitirá ao próximo governador e ao seu secretário de Segurança um norte seguro a seguir, bastando dar continuidade aos macroprocessos ora em andamento. O Plano foi, inclusive, elogiado por especialistas e diversas autoridades, e indicado como passível de aplicação a todos os estados, mesmo sem Intervenção sendo decretada. BB: Embora a Intervenção esteja promovendo ações positivas para o Rio de Janeiro, corroboradas pela redução de alguns dos índices de criminalidade, a sensação de insegurança do carioca ainda é uma realidade. Diante desse quadro, o que fica de desafio e oportunidade para a próxima gestão que assumir o governo do estado? WSBN: Nossa avaliação é que o processo de Intervenção Federal não necessite ser estendido para além do prazo original, que é 31 de dezembro de 2018. Caso o próximo governante siga as orientações do Plano Estratégico, será consolidado um círculo virtuoso na gestão da Segurança Pública do Rio de Janeiro. O estado merece isso, não somente porque, durante muitos anos, passou por um processo de degradação econômica que afetou essa e outras áreas, mas também porque é a principal vitrine turística do Brasil, interna e externamente. O maior desafio será a resiliência em prosseguir com determinação as medidas por nós iniciadas. 

Gráficos do Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro mostram redução dos principais índices de criminalidade

Edição 305 Brazilian Business_27


PERFIL

estruturados para criar um ambiente que atrai, desenvolve, energiza e retém pessoas excepcionais. Isso reflete em nosso trabalho e serve como diretriz para desenvolver uma série de iniciativas que asseguram o desenvolvimento de nossos profissionais. O recrutamento é focado no aumento da diversidade e isso garante times com diferentes opiniões e perspectivas, o que aumenta a riqueza das soluções. Criamos um ambiente não hierárquico, com acesso fácil à liderança, e recebemos treinamentos voltados também para o aspecto pessoal, envolvendo temáticas diferentes e complexas.

“As organizações precisam aproveitar as vantagem que as mais diversas lideranças proporcionam e garantir uma gestão de talentos adequada”

BB: Quais ações foram determinantes para aumentar a diversidade na empresa?

Líder mundial no mercado de consultoria empresarial, a McKinsey ajuda organizações a serem mais eficazes em ambientes desafiadores

Divulgação McKinsey

Bianca Gomes

comunicacao@amchamrio.com

P

ara uma firma com o core business de desenvolver novas estratégias e gerar impacto real junto aos seus clientes, a McKinsey tem hoje a grande missão de potencializar o desempenho das organizações, preparando-as para uma era de transformações – sejam elas culturais ou digitais. A empresa é responsável pela produção de grande volume de conteúdo estratégico, utilizado por organizações do mundo inteiro para melhor compreender e saber gerir temas como: impactos da automação no ambiente de trabalho; diversidade e performance financeira das empresas; tecnologia e inovação. É dela o estudo recente que mostra que a tecnologia está transformando o emprego e as pessoas; as organizações que não se prepararem para os reflexos desta mudança irão perder força e competitividade. Nesta entrevista, a líder da Prática de Organização na América Latina, Ana Karina Dias, conta um pouco como é o empenho para ajudar grandes empresas a virarem a mesa e alcançarem novos e altos níveis em sua escala de evolução. 28_Edição 305_ jul/ago/set 2018

Brazilian Business: Quais os destaques do estudo da McKinsey que relata os impactos da automação e da inteligência artificial na natureza do trabalho? Ana Karina Dias: O estudo conclui que os avanços tecnológicos permitirão maior eficiência aos negócios e às empresas. Hoje, cerca de 20% das atividades podem ser automatizadas, o que vai contribuir para o surgimento de novos empregos no futuro. O maior impacto, 65% a 80%, se dará nas funções de alta previsibilidade física e ligadas à coleta e processamento de dados, pois as tecnologias atuais superam a performance humana nessas atividades. No entanto, a automatização não ocorrerá da noite para o dia. Viabilidade técnica e financeira para adaptar as tecnologias; força de trabalho não especializada ou onerosa que possa justificar o investimento em automatização; e nível de pressão em âmbito regulatório ou social são alguns fatores que podem influenciar na velocidade e no grau de intensidade dessas mudanças. BB: Como a empresa se prepara para formar times com habilidades diversas para acompanhar as mudanças no ambiente corporativo? AKD: Os pilares que sustentam nossa missão e valores estão

AKD: Primeiramente, acreditar! Há mais de dez anos investimos em pesquisas sobre o impacto da diversidade nas organizações e nas empresas, mostrando como esta é essencial para que as organizações consigam evoluir e melhorar. Segundo, por meio de iniciativas, tais como estruturar nosso recrutamento para acessar candidatos de várias regiões do Brasil e investir em grupos de afinidade – como é o caso do McKinsey Black Network, por exemplo, que aproxima a comunidade negra da McKinsey e fomenta iniciativas que criem um ambiente de igualdade, e o Women Initiative, que estabelece uma rede de mentoring entre mulheres dentro e fora da empresa. Para influenciar a comunidade externa, divulgamos frequentemente estudos sobre o impacto da diversidade e igualdade de gêneros na performance das organizações e da sociedade – Women Matter; Diversity Matters e Power of Parity são alguns deles, além de promover e apoiar eventos como o Reaching Out, de recrutamento e palestras para o público LGBTQ+ e aliados. BB: Em artigo recentemente publicado, a McKinsey afirma que a geração Z irá dominar o mercado de trabalho. Como a empresa se posiciona e valoriza as características próprias de cada geração? AKD: O desenvolvimento de pessoas não está direcionado especificamente para um grupo ou geração – garantimos isso para todos, independentemente da idade ou qualquer outra característica. Nossa principal iniciativa é justamente criar um ambiente não hierárquico, inclusivo, onde as pessoas são estimuladas a expressar suas opiniões. Dessa forma, conseguimos construir um ambiente rico, no qual gerações diferentes contribuem umas com as outras. Um exemplo concreto é a maneira

como nossos times são formados e funcionam: temos pessoas de diferentes faixas etárias (geração X, Z e Millenials) trabalhando em grupo para resolver o mesmo problema, estimulando o que cada um pode trazer de melhor. Além disso, temos uma cultura que chamamos de Make Your Own McKinsey, em que as pessoas são incentivadas a desenvolver suas ideias e interesses em matérias como integração, qualidade de vida, entre outras. BB: Qual o valor da diversidade no novo mindset organizacional de crescimento das empresas? AKD: De acordo com o estudo Diversity Matters, empresas que investem em diversidade de gênero ou raça apresentam 15% mais chances de obter melhor performance financeira que a média de seus respectivos segmentos. Em um mundo cada vez mais interconectado, o alto grau de diversidade fará com que as relações e conexões que estabelecemos com outras empresas, parceiros e pessoas integrem-se melhor e possam exponencializar suas contribuições e impacto. As organizações, incluindo a própria McKinsey, precisam aproveitar as vantagens que as mais diversas lideranças proporcionam e garantir uma gestão de talentos adequada: atração, desenvolvimento, mentoria, suporte e retenção das próximas gerações de líderes globais em todos os níveis da organização. As que investirem, hoje, nessa dimensão, estarão à frente dos seus competidores quanto à performance no futuro. BB: Momentos de crise e transformação digital como os que estamos vivendo exigem lideranças disruptivas e mudanças em modelos de negócios. Quais os desafios para implantar essa cultura nas empresas brasileiras e como vocês estão ajudando seus clientes? AKD: Em momentos de crise e transformação digital, as organizações precisam ser simples, estáveis, efetivas e, ao mesmo tempo, flexíveis e rápidas no tempo de resposta. Isso significa estruturar a organização para focar no cliente; empoderar pessoas; promover transparência e colaboração entre seus membros; otimizar a tomada de decisão por meio de dados; e entregar valor constantemente para todos os envolvidos. Mexer na estrutura é um desafio para as empresas brasileiras porque representa uma mudança de mentalidade – e logo de cultura – em toda a organização, principalmente nos líderes. E mais: requer o desenvolvimento de habilidades e implementação de soluções que muitas vezes não estão no core dos negócios. Assim, ajudamos nossos clientes a enfrentar esses desafios, trazendo para nossos projetos alavancas de valor, tais como: McKinsey Academy, Analytics, Digital Labs e Digital.  Edição 305 Brazilian Business_29


opinião

Karin Parodi, CEO Career Center

Retenção de talentos em um mundo de rápidas transformações

O

tema sempre esteve muito presente na pauta das organizações como fator estratégico para obtenção de resultados e, principalmente, para o crescimento da empresa e processos sucessórios. Talento se distingue de dom pela possibilidade de ser desenvolvido ou aperfeiçoado por meio de treino, disciplina e perseverança. Ter talento faz com que se consiga atingir resultados superiores aos esperados. Montar uma equipe já é um desafio; contratar e reter talentos exige um esforço ainda maior. Independentemente da crise que o Brasil vive, o talento sempre terá seu espaço no mercado. O talento é aquele que está em busca constante de autodesenvolvimento, por meio de projetos desafiadores e novos conhecimentos que o conduzam à evolução de suas competências, com foco nos resultados e alinhado a um propósito. O desafio das organizações na retenção de talentos começa pela estratégia, com projetos e planos transparentes de crescimento, treinamento e políticas de RH, com reconhecimento e meritocracia. Além desses fatores tangíveis, a cultura, os valores, o estilo da liderança, o propósito e as oportunidades de crescimento são os fatores intangíveis que impactam diretamente na atração e retenção de talentos. Atualmente, os fatores intangíveis são determinantes para o planejamento de carreira dos profissionais em geral. Nas últimas décadas, as mudanças em todos os segmentos de negócios aconteceram numa velocidade jamais

vista, e um dos maiores desafios das empresas é, além de sobreviver e buscar inovações, ser uma organização ágil, na qual o talento tenha espaço para o tão valorizado Ownership – que é o “orgulho de pertencer”. Neste cenário, as organizações devem se tornar muito mais abertas para que o talento possa se desenvolver e fazer a diferença. Ao invés de oferecer uma progressão de carreira hierárquica tradicional, as empresas devem mudar seu mindset e focar em novos desafios e experiências, como oferecer espaço para inovar e ser tolerante com o erro. A empresa que foca em retenção, deve incentivar o protagonismo do profissional em relação à sua carreira, oferecendo os meios para que ele realize ações para se desenvolver. Ao mesmo tempo, a empresa que desenvolver sua gestão com programas como reverse mentoring – que possibilita integração entre as diferentes gerações – tende a alcançar muitos ganhos, pois a troca entre a vivência dos profissionais experientes e as novas ideias dos Millennials são fantásticas para as organizações. As novas gerações buscam muito mais um equilíbrio entre trabalho e outros pilares da vida. Os fatores flexibilidade e autonomia são muito valorizados e resultam em engajamento e produtividade acima da média. Outros itens que também contribuem para a retenção desses profissionais é ser escutado e incluído nos processos de decisão, receber feedback focado em desenvolvimento e trabalhar em um ambiente que inspire confiança. “A empresa que foca em retenção, deve incentivar o protagonismo do profissional em relação à sua carreira, oferecendo os meios para que ele realize ações para se desenvolver”

Á R E A S D E AT UAÇ ÃO Direito Societário

Direito do Trabalho

Mercado Financeiro e de Capitais

Direito Ambiental

Direito Tributário

Direito Imobiliário

Compliance

Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura

Arbitragem Contencioso Judicial e Administrativo Contratos

Direito Internacional Direito da Concorrência Direito Previdenciário

P R AC T I C E A R E A S Corporate Law

Labor Law

Financial and Capital Markets

Environmental Law

Tax Law

Real-Estate Law

Compliance

Administrative Law

Arbitration

International Law

Judicial and Administrative Litigation

Competition Law

Contracts

Pension Law

Rua Visconde de Pirajá 351 13º andar – Ipanema – Rio de Janeiro RJ – 22410-003 – Brasil

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DIRETORIA EM FOCO

Quais os avanços obtidos e o que mudou em Compliance no Brasil depois de episódios envolvendo empresas em diversos segmentos? Gilberto Ururahy

Diretor-Médico da Med-Rio Check-Up

divulgação med-rio

Compliance é palavra de ordem hoje no mundo corporativo e o setor de Saúde não poderia deixar de incorporar estas boas práticas na gestão de suas atividades. Cultura empresarial ética é a base fundamental de uma empresa. São os líderes que transmitem os valores da organização aos colaboradores. Eles devem ser o modelo de comportamento a ser seguido. Por isso, Ética e Compliance são temas que deveriam constar na grade curricular obrigatória de toda faculdade de Medicina do Brasil, evitando, com isso, os grandes escândalos que presenciamos em nosso meio. Quanto mais cedo este tema estiver presente na formação dos profissionais, mais rapidamente o Brasil alcançará o sucesso na reestruturação do setor, pautado em gestões éticas e sustentáveis, como todo cidadão espera que seja ao buscar um serviço de saúde. Solange Zaquem

Diretora Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo da SulAmérica

Divulgação SulAmérica

O aprimoramento dos sistemas de governança das empresas avançou bastante com a cultura GRC (Governança, Riscos e Compliance), em que a convergência da atuação de Compliance e Riscos possibilita a integração das diversas iniciativas corporativas de gestão de riscos em um único modelo de trabalho, evitando conflitos, garantindo a conformidade com as leis e normas internas, e resultando em eficiência na tomada de decisões. A intensificação da comunicação é outro fator que está ajudando a transformar os processos de Compliance, contribuindo para uma sólida cultura ética, primando pela transparência e adoção das melhores práticas de mercado. A linguagem acessível, a importância da alta administração ao tema e a conscientização dos colaboradores são a base para todo plano de comunicação.

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Luiz Lopes

Executive Chairman da Brookfield Brasil

O tema Compliance no Brasil se torna cada vez mais presente e debatido no mercado em geral, nos âmbitos privado e público, o que representa um grande progresso, considerando que nossa legislação anticorrupção entrou em vigor somente em 2014. O avanço das empresas brasileiras se dá muito mais em razão das boas práticas de mercado do que propriamente de uma obrigação legal, o que nos faz pensar que esse conceito foi incorporado às rotinas de negócio. Mas o Brasil precisa evoluir, pois ocupa a 96ª posição entre os 180 países que integram o ranking Índice de Percepção de Corrupção de 2017, divulgado pela Transparência Internacional. Para tal, será preciso contar não apenas com os esforços e recursos das empresas, mas, principalmente, do setor público, em todas as suas esferas. divulgação Brookfield Brasil

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divulgação amcham rio

AMCHAM NEWS

AmCham Rio recebe economista sênior da Bolsa de Chicago Erik Norland palestrou em evento organizado em parceria com o CME Group

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sua primeira expansão sincronizada desde meados da última década. Entretanto, as tensões comerciais ameaçam o fortalecimento econômico mundial, uma vez que a inflação tende a subir e o crescimento desalecerar. De acordo com Erik, a China impacta diretamente as moedas emergentes; e o Brasil – que tem a potência asiática como principal parceira comercial na exportação de commodities – pode sofrer reflexos dessa crise. Exemplificando sua colocação, o economista trouxe a desvalorização da moeda brasileira concomitante à queda dos preços do minério de ferro. Norland destacou que, no segmento de óleo e gás, as tendências são de valorização do barril de petróleo, alta esta que será motivada, principalmente, pelas tensões no Oriente Médio, já que o mercado é extremamente volátil. Ainda de acordo com o especialista, há boa perspectiva de investimentos internacionais no Brasil. No entanto, sua efetivação depende do resultado das eleições presidenciais, o que poderá ser decisivo para alavancar a economia. Outro ponto abordado pelo economista foi a importância da regulação para o impulsionamento de uma matriz energética mais sustentável. Para ele, se não forem determinadas regras claras, não haverá ampliação da utilização das energias renováveis. O modelo energético atual, com base em combustível fóssil, continuará a predominar. 

comunicacao@amchamrio.com

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m clima de informalidade e paisagem exuberante, a AmCham Rio promoveu mais uma edição do Sunset Networking. Realizado no dia 15 de agosto, no living do Xian Rio, o evento reuniu cerca de 70 executivos de empresas de diversos segmentos. O objetivo do encontro foi proporcionar o intercâmbio entre seus associados para ampliação de conexões e novas oportunidades de negócios. Localizado no Shopping Bossa Nova Mall e vizinho do Aeroporto Santos Dumont, o Xian Rio tem vista panorâmica para o Pão de Açúcar e Cristo Redentor, cenário perfeito para o happy hour de negócios da AmCham Rio. Leonardo Coelho, diretor comercial da Amil e vice-presidente da Câmara, deu as boas-vindas aos executivos, reforçando o papel da AmCham Rio de fomentar o ambiente de negócios com ações como o Sunset. O formato do evento faz a diferença para os participantes, na perspectiva de Carlos Giestas, dire-

tor de Operações da Ecology Brasil. “É interessante essa informalidade, pois permite aos participantes criarem conexões de forma muito natural”, pontuou. Para o consultor da CBRE, Victor Canellas, o encontro de networking fortalece o meio corporativo da Cidade: “Esse tipo de evento é importante para aquecer o mercado do Rio de Janeiro.” De acordo com Amanda Braga, gerente de contas do hotel Grand Mercure Copacabana, a ocasião é uma oportunidade para promover bons encontros profissionais. “Evento de extrema importância, que envolve empresas de interesses comuns, criando um networking muito proveitoso. É bom fazer parte deste grupo seleto”, revelou Amanda. Representantes de cerca de 40 organizações participaram do evento, entre elas, Algar Telecom, Wärtsilä Brasil, White Martins, MJV Technology & Innovation, IHS Markit, Sênior Sistemas e Milano Brasil. 

divulgação amcham rio

comunicacao@amchamrio.com

Aléxia Costa

Representantes das empresas Plan Idiomas e Hilton Barra Rio de Janeiro posam para fotos durante o evento

divulgação amcham rio

Aléxia Costa

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Sunset Networking: receita ideal para criar boas conexões Evento reuniu executivos das empresas associadas no Restaurante Xian Rio

divulgação amcham rio

ara fazer uma análise do cenário econômico global, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) recebeu, no dia 9 de agosto, o diretor executivo e economista sênior do CME Group (Bolsa de Chicago), Erik Norland. O encontro, promovido pela Câmara em parceria com o Grupo americano, reuniu representantes de diversas empresas, em palestra sobre os mercados globais, com foco na política monetária dos Estados Unidos, na dinâmica mundial do comércio de commodities e nos efeitos da crise comercial e econômica no Brasil. A economia global sofreu fortes impactos após o governo americano alterar as regras comerciais com a China. Algumas dessas medidas resultaram no aumento de tarifas sobre os produtos chineses importados pelos EUA, afetando o cenário econômico mundial. Em retaliação a essas ações, o governo chinês elevou as taxas sobre as mercadorias americanas, iniciando uma acirrada disputa comercial. As hostilidades entre as duas potências afetam outros países, como o Brasil. Erik Norland é responsável por gerar análises econômicas globais, identificando tendências, fatores econômicos e impactos nas estratégias de negócios das empresas. Em sua palestra, o especialista trouxe um panorama sobre a economia global sob o viés da tensão comercial presente na dinâmica do mercado. Segundo o executivo, a economia global desfruta de

Associados na varanda living do Xian Rio

Representantes das empresas Eichin Amaral Advogados e CBRE em momento de networking

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AMCHAM NEWS

Quais mudanças surgem com as novas regras do Repetro-Sped?

AmCham Rio homenageia o cônsul James Story

Especialistas apresentaram as principais alterações do regime de petróleo e gás motivadas pela medida provisória nº795/2017 Juliana Botelho

comunicacao@amchamrio.com

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marcelo cortez

Evento realizado no Hotel Grand Mercure Copacabana marca a despedida do representante do Estado Americano, que deixa o Brasil para nova missão internacional Juliana Botelho

comunicacao@amchamrio.com

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Estados Unidos para o Rio de Janeiro, você foi além do título, com seu carisma e engajamento verdadeiro com as pessoas e com a Cidade.” James Story se mostrou feliz com o resultado do trabalho desempenhado nos três anos à frente do Consulado Americano do Rio de Janeiro e, em discurso emocionado, agradeceu pela homenagem oferecida pela Câmara. O evento foi realizado com o patrocínio da Chevron Brasil e Spectrum Geo do Brasil, com apoio do Hotel Grand Mercure Copacabana.  marcelo cortez

m homenagem ao cônsul-geral James Story, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) realizou, no dia 18 de junho, um coquetel ao som de chorinho, música popular e instrumental autenticamente brasileira. A noite de despedida foi marcada pela transmissão de um vídeo com momentos importantes da gestão do representante do Estado Americano no Rio. O evento teve a participação da esposa do cônsul, Suzan Story, da diretoria da AmCham Rio e de grandes executivos de empresas associadas à Câmara. Após três anos na liderança do Consulado Americano no Rio de Janeiro, James Story se despede do Brasil rumo à uma nova missão internacional. Durante sua carreira no País, teve participação fundamental em importantes projetos, como os Jogos Olímpicos de 2016, o Acordo Céus Abertos e programas de ensino de inglês e intercâmbio, que levaram mais de 12 mil estudantes brasileiros aos Estados Unidos. A cerimônia foi aberta com discurso de agradecimento do presidente da AmCham Rio, Pedro Almeida, que destacou a importância da participação do cônsul para o fortalecimento da relação comercial entre Estados Unidos e Brasil. “Você não é só o cônsul-geral dos

Representantes de mais de 40 empresas participaram do evento

James Story em momento de descontração da festa

pós as recentes mudanças nos aspectos aduaneiros e engajada com o desenvolvimento do setor de petróleo e gás, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) convidou especialistas de diferentes áreas para debater, no dia 29 de maio, os principais pontos do Repetro-Sped. A mesa-redonda contou com a participação de Heber Bispo, analista de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan); Luís Henrique Guimarães, auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil (RFB); Eduardo Carlos Cardoso, CEO da Databras; Francisco Murta, despachante aduaneiro e gerente comercial da JFLMurta Consultoria; I Jen Huang, sócia tributária do Siqueira Castro Advogados; Ricardo Keiper, diretor de Supply Chain da GE Celma; e André Carvalho, sócio do Veirano Advogados. O Repetro sofreu significativas alterações com a implementação da Medida Provisória n. 795, de 17 de agosto de 2017, motivando a edição da Instrução Normativa (IN) n. 1.743, de 2017, passando a ser denominado Repetro-Sped. Dentre as principais mudanças, destacamse o ajuste da IN com a legislação vigente; a simplificação de diversos procedimentos aduaneiros; a centralização do processo de garantia por fiança idônea para a IN RFB n. 1.415 de 2013, para a IN RFB n. 1.600 de 2015 e também para o Repetro-Sped – este novo procedimento vai permitir grande redução de custos operacionais para os beneficiários do regime e reduzir a necessidade de mão de obra fiscal – e o incentivo à não adoção de planejamentos tributários abusivos. Heber Bispo trouxe ao evento um panorama sobre o Repetro no estado do Rio de Janeiro. E destacou, entre outros pontos, a importância da internalização para se ter incentivo econômico e participação das empresas. “Precisamos internalizar efetivamente, em conjunto com as entidades e a classe trabalhadora, de forma clara e objetiva o quanto antes”, afirmou o representante da Firjan. Por sua vez, Luís Henrique Guimarães apresentou os principais aspectos aduaneiros e operacionais do novo Repetro. Sobre a proposta de debate, o auditor ressaltou: “É

divulgação amcham rio

muito importante esse tipo de evento de educação fiscal sobre o comércio exterior. Essa integração entre a RFB e os intervenientes do comércio exterior ajuda o Brasil na busca de soluções para a constante melhoria do fluxo do comércio exterior.” I Jen Huang, sócia do Siqueira Castro Advogados – apoiador do evento – abordou o Repetro sob os aspectos tributários. Segundo a especialista, no que tange a importação ou aquisição no mercado interno de bens ou mercadorias permanentes, ocorre uma redução da base de cálculo do ICMS para que a carga tributária seja equivalente a 3%, sem a apropriação do crédito correspondente. Quanto à importação temporária, a advogada destacou a isenção do ICMS incidente na importação de bens ou mercadorias temporárias para aplicação nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, conforme definido pela Lei n. 9.478/97. Francisco Murta discorreu sobre os tópicos controversos entre as instruções normativas do Repetro e o Repetro-Sped. Após apresentar o histórico da Petrobras e da legislação aduaneira, o despachante compartilhou os pontos vulneráveis do regime. Sob outra perspectiva, Eduardo Carlos Cardoso, compartilhou sua expertise quanto aos controles administrativos aduaneiros e a manutenção dos sistemas aplicáveis, recomendando como modelo sistêmico a integração do “chão de fábrica” (ERP) com o sistema especialista em comércio exterior da aduana Local ERP. Em seguida, Ricardo Keiper abordou a importância do compliance no comércio exterior e o case da empresa com a certificação OEA – tendência global que possui reconhecimento internacional dentre os programas de segurança da cadeia logística. A iniciativa promovida pela AmCham Rio, com patrocínio da Databras e apoio do Siqueira Castro Advogados, contou com um público de mais de 40 grandes empresas do setor de petróleo e gás, consultorias e escritórios de advocacia. Os especialistas garantiram aos participantes uma apresentação ampla sobre o RepetroSped desde a teoria da lei à prática nas organizações.  Edição 305 Brazilian Business_37


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POR DENTRO DA CÂMARA

Novos Sócios

Subsidiária de Furnas apresenta investimento de R$650 milhões para novo parque eólico no Ceará A Brasil Ventos, controlada pela empresa Furnas, planeja investir R$650 milhões na construção de um novo parque eólico, na cidade de Fortim, localizado a 135 km da capital Fortaleza, no Ceará. As obras irão contemplar o desenvolvimento de 41 aerogeradores distribuídos em cinco parques: Jandaia, Jandaia I, São Januário, São Clemente e Nossa Senhora de Fátima. O projeto, com capacidade para produzir 123 MW de energia, atravessará, por meio de linha de transmissão do Parque Jandaia, os municípios de Fortim, Acarati, Jaguaruana, Itaiçaba, Palhano e Russas, e atenderá aproximadamente 174 mil famílias com energia a custo mais baixo. O início da operação do Complexo Eólico de Fortim está previsto para novembro de 2019.

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Associadas da AmCham Rio estão entre as melhores para trabalhar no Brasil, segundo a GreatPlacetoWork

Estudo realizado pela KPMG avalia a relação das empresas com a Gestão de Riscos

A Algar Telecom, Bradesco Seguros, Hilton Hotels, HyattHotels, IBM Brasil, JW Marriott e Souza Cruz, associadas à Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), foram reconhecidas pela consultoria GreatPlacetoWork (GPTW) como melhores empresas para se trabalhar no Brasil em 2018. A pesquisa considerou as percepções dos trabalhadores para chegar à posição final – entre elas, a remuneração, políticas de diversidade, chefia, oportunidades de crescimento, qualidade e práticas culturais das organizações. O ranking da GPTW é padrão de excelência para a definição de bons ambientes de trabalho.

A pesquisa Maturidade do Processo de Gestão de Riscos no Brasil, promovida pela KPMG, entrevistou funcionários de diversos segmentos. A análise apontou que 44% unsplash dos participantes alegaram que, em suas empresas, o processo se iniciou nos últimos três anos, e 20% há menos de um ano, o que representa um aumento do nível de consciência das empresas. No entanto, 56% das organizações que participaram do levantamento ainda apresentam maturidade abaixo da classificação intermediária – sendo 29% no nível fraco e 27% no sustentável. Em relação aos obstáculos mais citados para a implementação da Gestão de Riscos, os entrevistados destacaram ausência de cultura no tema (65%), existência de outras prioridades (56%) e falta de clareza em relação aos benefícios potenciais (52%).

Spectrum inicia projeto sísmico 3D de 10.000 km2 na Bacia de Santos A empresa, especializada em pesquisas sísmicas, iniciou neste mês de agosto o projeto Multi-Client 3D, que será realizado em águas além das 200 milhas e cobre a porção sul das principais descobertas de petróleo e gás na Bacia de Santos e de blocos muito procurados, oferecidos nas últimas rodadas de petróleo e gás, incluindo as áreas do pré-sal. Os dados estarão disponíveis para serem usados também na rodada prevista para o segundo semestre de 2019. O projeto baseia-se na completa e abrangente base de dados 2D da Spectrum e marca a abertura da área de águas ultraprofundas, altamente prospectiva na bacia de Santos.

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Número de turistas no Brasil cresce 8% De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Turismo, a entrada de turistas no Brasil aumentou 8% em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o órgão, se o ritmo de crescimento continuar nos próximos meses, a marca dos 7 milhões de visitantes estrangeiros será atingida pela primeira vez em nossa história. Em 2017, o Brasil registrou cerca de 6,6 milhões de visitantes e, com base nesse número, o Plano Nacional de Turismo tem como objetivo atingir 12 milhões de turistas até 2022, gerando US$ 19 milhões em divisas para o País.

Plan Idiomas Direcionados Fabio Lombardi Comercial Rua Senador Dantas, 1118, 3º Andar Centro 20031-205, Rio de Janeiro RJ (21) 2272-5474 comercial@planidiomas.com.br www.planidiomas.com.br

Savvy Augusto Cezar Bento Sócio Rua Teófilo Otoni, sala 204 Centro 20080-080, Rio de Janeiro RJ (21) 2223-3482 ab@savvy.com.br www.savvy.com.br


QUEM SOMOS COMITÊ EXECUTIVO

DIRETORES

PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida_Sócio-Diretor, Grupo Case Benefícios e Seguros

Alejandro Duran_Brazil Country Manager, BHGE

1º. VICE-PRESIDENTE Robson Barreto_Sócio, Veirano Advogados 2º. VICE-PRESIDENTE Luiz Fernando Bertoncello_Vice-Presidente Sênior de Operações e COO, Prudential do Brasil 3º. VICE-PRESIDENTE Leonardo Coelho_Diretor Comercial, Amil DIRETOR-SECRETÁRIO João César Lima_Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros DIRETOR FINANCEIRO Carlos Affonso S. d’Albuquerque_CEO, Valid

Alexandre de Botton_Sócio-Diretor, Korn Ferry Antonio Carlos Worms Till_Presidente, Vita Check-up Center Bruno Tocantins_Sócio, Tocantins Advogados Carlos Affonso S. d’Albuquerque_CEO, VALID Carlos Eduardo Caruso Ferreira_CEO, CSM Sport & Entertainment

DIRETORES EX-OFÍCIO Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Gabriella lcaza | Gilberto Duarte Prado Gilson Freitas de Souza | Henrique Rzezinski Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da

Carlos Francisco Picini_Diretor Executivo, Bradesco Seguros

Cunha | Peter Dirk Siemsen | Rafael Sampaio

da Motta | Roberto Prisco Paraíso Ramos | Carlos Otavio Quintella_Diretor Executivo do Centro de Estudos de Energia, FGV Energia Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Fernanda Leitão_Tabeliã, 15º Ofício de Notas

CONSELHEIRO JURÍDICO Julian Chediak_Sócio, Chediak Advogados

Veirano | Rubens Branco da Silva |

Fernando Bomfiglio_Diretor de Relações Institucionais, Souza Cruz

Sidney Levy

EX-PRESIDENTES Rafael Sampaio da Motta; Roberto Ramos; Henrique Rzezinski

Gerson Stocco_Sócio, Gaia Silva Gaede Advogados

PRESIDENTES DE HONRA

Italo Mazzoni_Presidente, Instituto Brasil-Estados Unidos (IBEU)

Sergio Amaral_Embaixador do Brasil nos EUA P. Michael McKinley_Embaixador dos EUA no Brasil

LIDERANÇAS DE COMITÊS Assuntos Jurídicos – Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados e Bruno Tocantins_Sócio, Tocantins Advogados Propriedade Intelectual– Fernanda Magalhães_Sócia, Kasznar Leonardos Tributário – Gerson Stocco_Sócio, Gaia Silva Gaede Advogados

Gilberto Ururahy_Diretor-Médico, Med-Rio Check-Up

João César Lima_Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros José Firmo_Vice-Presidente Sênior, Seadrill José Magela Bernardes_Diretor-Presidente, Prumo Logística Julian Chediak_Sócio, Chediak Advogados

DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO PRESIDENTE Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda.

Leonardo Coelho_Diretor Comercial, Amil Luiz Fernando Bertoncello_Vice-Presidente Sênior de Operações e COO, Prudential do Brasil

DIRETORES

Marketing – Noel De Simone_Sócio, Savvy Serviços Financeiros e Dyene Galantini_Associate Director, Marketing Programs, IHS Markit

Luiz Ildefonso Simões Lopes_Senior Managing Partner, Brookfield Brasil

Bruno Moreira Giestas_Diretor de Marketing,

Petróleo e Gás – Ana C. F. Lopes_ Diretora de Relações Governamentais & Públicas, Chevron Brasil e Alejandro Duran_Brazil Country Manager, BHGE

Manuel Fernandes_Sócio, KPMG

Recursos Humanos – Claudia Danienne Marchi_ CEO, Degoothi Consulting

Mauricio J. Vianna e Silva_CEO, MJV Technology & Innovation

Márcio Brotto Barros_Presidente, Bergi

Saúde – Gilberto Ururahy_Diretor-Médico, Med-Rio Check-Up e Thais Jorge_Diretora de Rede Referenciada, Bradesco Seguros

Noel De Simone_Sócio, Savvy Serviços Financeiros

Advocacia

Setor Elétrico – Alessandra Amaral_DiretoraPresidente, Energisa Comercializadora e Jorge Alcaide_Diretor Regional, Wärtsilä

Manuel Domingues e Pinho_Presidente, DPC Maria Paula Comaru_Diretora de Vendas e Marketing, Hilton Copacabana e Barra

Pedro Paulo Pereira de Almeida_Sócio-Diretor, Grupo Case Benefícios e Seguros Roberto Blyth_Líder, Citibank Roberto Lopes Pontes Simões_CEO, Ocyan S.A

Sustentabilidade– Eduardo Kantz_ Diretor de Sustentabilidade & Jurídico, Prumo Logística

Robson Goulart Barreto_Sócio, Veirano Advogados

Tecnologia e Inovação – Gustavo Moreira_ Enterprise Top Accounts Segment Leader, IBM Brasil e Bruno Augusto dos Santos_Gerente de Contas TIC, Algar Telecom

Solange Zaquem_Diretora Comercial, SulAmérica Seguros

Iniciativas Grupo de Estudos de Licenciamento Ambiental – Luiz Gustavo Bezerra_Sócio, Mattos Filho Advogados Indústria Criativa e Cultura – Steve Solot_ Presidente, Latin American Training Center – LATC Relações Governamentais – João César Lima_ Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

40_Edição 304_abr/mai/jun 2018

Tenha acesso a um retrato fiel das principais preocupações, prioridades e expectativas dos CEOs que atuam em âmbito nacional, regional (América Latina) e global.

Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor, Rede Gazeta

1.300 CEOS DE TODO O MUNDO

Patrício Marques Roche_Sócio, PwC

Seguros, Resseguros e Previdência

Turismo e Negócios – Maria Paula Comaru_ Diretora de Vendas e Marketing, Hilton e Marcus Juste_Gerente de Vendas, Delta Air Lines

Realcafé Solúvel do Brasil S.A.

CEO Outlook 2018 Otimismo e Confiança

Sérgio de Oliveira Duarte_Presidente, Vitalis

Steve Solot_Presidente & CEO, Latin American Training Center – LATC

Maria Alice Paoliello Lindenberg_Relações

278 CEOS AMÉRICA LATINA

Governamentais, Rede Gazeta Rodrigo Loureiro Martins_Advogado, Sócio

53 CEOS BRASILEIROS

Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci

LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO

Gerência Executiva: Nadia Stanzig (21) 3213-9231 | nadiastanzig@amchamrio.com Administração e Finanças: Liliane Ponte (21) 3213-9212 | liliane@amchamrio.com Comercial e Relacionamento: Felipe Tavares (21) 3213-9294 ou Giuliana Sirena (21) 3213-9227 | businessaffairs@amchamrio.com Comitês e Eventos: Myllena Fernandes (21) 3213-9235 ou Nathannie Gomes (21) 3213-9234 | comites@amchamrio.com Comunicação: Juliana Botelho (21) 3213-9230 | julianabotelho@amchamrio.com

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LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES

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Diretor Executivo: Luiz Fernando Mello Leitão (27) 99972-5933 | leitao@amchames.com

Edição 305 Brazilian Business_41



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