Brazilian Business 301

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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO DESDE 1921 Nº301 JUL/AGO/SET 2017

MAR DE OPORTUNIDADES Retomada de leilões do pré-sal e mudanças na lei abrem caminho para investimentos

People Connections Cultura e diversidade em debate

Prêmio Brasil Ambiental Inscrições abertas e nova categoria


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6_Edição 287_jul/ago 2014


EDITORIAL

SUMÁRIO

A

s oportunidades de investimento no mercado de óleo e gás e as novas perspectivas para o setor apresentadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, com a retomada das rodadas de licitações, são o principal tema desta edição da Brazilian Business. Na reportagem de Capa, assinada por Chico Santos, executivos de empresas e representantes da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) defendem que o Brasil precisa se manter relevante na disputa por capitais no mundo para desenvolver suas reservas.

Comunicação AmCham Rio Vanessa Barros, Veriza Duca e Yasmin Pires Edição Nau Comunicação

EDUARDO MOODY/ANP

Jornalistas responsáveis Cristina Alves MTB 19.683

Na Carta do Presidente, Pedro Almeida destaca a importância da construção de parcerias em prol da melhoria do ambiente de negócios e do desenvolvimento do Rio e do País. Ele fala também do novo modelo de atuação da AmCham Rio e das ações realizadas desde a posse da nova diretoria, em maio. Em Conexão Global, o repórter Natanael Damasceno conta que um grupo de empresários, executivos e empreendedores brasileiros desembarca na Flórida em outubro com o objetivo de ampliar o acesso de companhias brasileiras ao mercado norte-americano, em um evento organizado pela Brazilian-American Chamber of Commerce of Florida.

06 CARTA DO PRESIDENTE

22 PERFIL

No Perfil, entrevistamos Ronaldo Veirano, que fala dos 45 anos do Veirano Advogados e da importância de se manter um time altamente qualificado para atuar em Direito atendendo a organizações brasileiras e estrangeiras. Em Opinião, o diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Cezar Vasquez, discute como empreendimentos de alto impacto de pequenas e médias empresas podem ajudar a desenvolver a economia do Rio. Em outro artigo, Mauricio Vianna, da MJV Technology & Innovation, aborda a contribuição do design thinking para a internacionalização dos negócios. Na Amcham News, encontros promovidos pela câmara trataram de segurança pública, tributação e sustentabilidade.

Já em Foco, mostramos como a Ipiranga investe na qualidade de vida dos caminhoneiros. A revista ainda traz reportagem sobre como a burocracia nos processos de licenciamento ambiental está travando projetos e anuncia que já foi dada a largada para a 13ª edição do Prêmio Brasil Ambiental. E a terceira edição do People Connections também vem aí.

18 NEGÓCIOS

Ótima leitura a todos!

amchamrio.com

Pedro Almeida fala dos eventos realizados desde a posse, em maio, e das ações planejadas para este ano

08 SUSTENTABILIDADE Licenciamento ambiental: os gargalos da legislação brasileira

10 PRÊMIO BRASIL AMBIENTAL

Inscrições abertas e nova categoria

12 CAPA

Retomada de leilões do pré-sal e mudanças legais criam oportunidades para Brasil atrair investimentos Encontro com executivos da Petrobras discute as novas relações com fornecedores

20 CONEXÃO GLOBAL Seminário na Flórida marca retomada das missões internacionais da AmCham Rio

Veirano Advogados completa 45 anos com excelência reconhecida internacionalmente

24 PEOPLE CONNECTIONS

Na terceira edição do evento, os desafios do novo ambiente corporativo

26 OPINIÃO

Para o diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Cezar Vasquez, empreendimentos de alto impacto são saída para crise

28 OPINIÃO

Mauricio Vianna, CEO da MJV Technology & Innovation, discute a importância do design thinking no processo de internacionalização

30 AMCHAM NEWS

Pesquisa da KPMG revela tom mais otimista de CEOs

+ NETWORKING

+ FOTOS

+ BUSINESS&NEWS

+ REDES SOCIAIS

Violência no Rio é preocupação para o turismo. http://bit.ly/reuniaocolmerauer

Acesse e confira as fotos do evento Retomada do Crescimento e Oportunidades de Negócios com a Petrobras. http://bit.ly/retomadacrescimentoPetrobras

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Estilo de vida saudável e prevenção são determinantes para a longevidade com autonomia. http://bit.ly/eventolongevidade

contato@naucomunicacao.com

Colaboraram nesta edição: Fabio Matxado (edição de arte), Marcelo Piu (fotos), Luciana Maria Sanches (revisão), Cecília Barroso, Chico Santos, Natanael Damasceno e Yasmin Caminha (texto) Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

Publicidade Felipe Tavares felipetavares@amchamrio.com

A tiragem desta edição da Brazilian Business é de 2 mil exemplares Foto de capa: Shutterstock Impressão: Walprint Uma publicação da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

AmCham Rio promove debate sobre plano de segurança pública

38 OVERVIEW

Regina Eleutério MTB 17.858

Praça Pio X, 15, 5º andar 20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201 amchamrio@amchamrio.com www.amchamrio.com

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CARTA DO PRESIDENTE

PEDRO ALMEIDA, PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO

Construindo o futuro

DIVULGAÇÃO

A

6_Edição 301_jul/ago/set 2017

pós dois anos em recessão, a economia dá sinais de que está se recuperando, mas é preciso retomar o crescimento de forma sustentável e avançar na agenda das reformas. O momento é de grandes desafios – nas esferas nacional, estadual e municipal – e a busca de soluções exige, mais do que nunca, diálogo e construção de parcerias. Ao tomar posse como presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), em maio, assumi o compromisso de trabalhar, com diretores, comitês e parceiros, em favor da melhoria do ambiente de negócios e do desenvolvimento do Rio e do País. A necessidade de esforço conjunto se reflete no novo modelo de atuação da AmCham Rio, que fortalece o alinhamento entre propostas dos comitês e ações da diretoria. Com base nos temas apresentados por cada comitê, a diretoria define prioridades, ações a serem realizadas e metas a alcançar. O alinhamento garante mais relevância a eventos, relações governamentais e iniciativas envolvendo o setor privado. Também reforçamos a parceria com instituições reconhecidas em sua área de atuação a fim de estimular o debate, a busca de soluções e a troca de ideias em torno de temas prioritários. Como exemplo, podemos citar a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, a Fundação Getulio Vargas, a Rio Negócios e a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo. A agenda de trabalho é intensa e tem por base as prioridades definidas para o biênio 2017-2018, em especial os setores de óleo e gás, turismo e entretenimento e segurança jurídica. Desde a posse, realizamos diversos eventos. Só para citar alguns temas: retomada do crescimento, com a Petrobras; regularização tributária; Beps (erosão da base tributária e transferência de lucros); compliance (com a ex-consultora do Departamento de Justiça dos EUA Hui Chen); e transferência de tecnologia. Em agosto, o Grupo de Estudos de Licenciamento Ambiental para o segmento de Petróleo e Gás reuniu especialistas das empresas associadas para sugerir propostas de aprimoramento do processo de licenciamento. O resultado será apresentado em outubro, no seminário internacional Brazil Energy and Power – BEP, um dos maiores e mais importantes eventos de energia do País, que será realizado em parceria com a FGV Energia. Teremos ainda o People Connections, com cases inspiradores voltados para lideranças e gestão de pessoas, e o Prêmio Brasil Ambiental, que incentiva e reconhece práticas sustentáveis de empresas brasileiras. No turismo, um dos maiores desafios a ser superados é a segurança pública. Lideramos um encontro entre câmaras de comércio, entidades de classe e associações empresariais para debater medidas efetivas de combate à violência. Continuaremos a dialogar e colaborar com o Poder Público na discussão de um plano de segurança eficaz, de longo prazo, para essa questão que afeta toda a sociedade. E outros eventos virão. Estamos organizando uma missão internacional para participar, em outubro, de seminário nos Estados Unidos promovido pela Câmara de Comércio da Flórida. O objetivo é promover oportunidades de parceria com empresas brasileiras que desejam ingressar no mercado americano. O trabalho é intenso e há muito a ser feito. A participação de todos é fundamental.


SUSTENTABILIDADE

Licenciamento ambiental em debate

10 PONTOS DO GARGALO

Grupo de trabalho prepara estudo sobre gargalos da legislação no Brasil

FALTA FLEXIBILIDADE PARA EMPREENDIMENTOS DE MENOR IMPACTO

Natanael Damasceno

ALONGAMENTO INJUSTIFICADO DE PRAZOS

comunicação@amchamrio.com

"MESMO QUANDO O ÓRGÃO AMBIENTAL ATUA CONFORME A LEGISLAÇÃO, O MP ACABA ENTRANDO COM AÇÕES ALEGANDO QUE A LEI NÃO FOI ATENDIDA”

EDI PEREIRA

ALESSANDRA MAGRINI, PROFESSORA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL DA COPPE/UFRJ

8_Edição 301_jul/ago/set 2017

CARÊNCIA DE ENTENDIMENTO ENTRE SETORES

INSEGURANÇA JURÍDICA

LEIS COM DIFERENTES INTERPRETAÇÕES JUDICIALIZAÇÃO AFETA TRABALHO DOS TÉCNICOS

AUSÊNCIA DE REGULAÇÃO DO SETOR FALTA DE ESTRUTURA PARA TÉCNICOS

ALTOS CUSTOS

EXCESSO DE BUROCRACIA

"A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA É EXCELENTE. NA VERDADE, TEM LEI ATÉ DEMAIS SOBRE MEIO AMBIENTE. O PROBLEMA ESTÁ NA FALTA DE REGULAÇÃO” DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

F

requentemente apontado como entrave para a expansão da atividade econômica, o processo de licenciamento ambiental se tornou alvo de discussões acaloradas. Tema controverso, tem recebido críticas de empresários, técnicos e ativistas, tanto pelo excesso de burocracia e alongamento injustificado de prazos, como por altos custos, baixa qualidade dos estudos e insegurança jurídica em virtude de decisões pouco fundamentadas e amplas margens de interpretação das leis que regem o processo. Criado, na década de 1980, como parte da Política Nacional do Meio Ambiente para possibilitar a análise dos impactos das atividades econômicas sob o ponto de vista socioambiental, o processo de licenciamento ambiental determina uma série de procedimentos a fim de controlar e mitigar esses impactos. Procedimentos que, desde então, têm se multiplicado e transformado em um emaranhado de normas e práticas. A discussão sobre o tema se acirrou nos últimos anos e chegou ao Congresso Nacional, onde tramita uma série de propostas de alteração à legislação. Hoje, é praticamente consensual a necessidade de mudanças no processo e nas leis que o regem. Nesse cenário, o recém-criado Comitê de Sustentabilidade da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), resultado da fusão dos comitês de Meio Ambiente e de Responsabilidade Social Empresarial, está reunindo players e especialistas para debater a questão. Luiz Gustavo Bezerra, do escritório Mattos Filho Advogados, especializado em Direito Ambiental, recebeu a missão de convocar e conduzir um grupo de estudos para identificar os problemas. "Já participei de outras discussões, inclusive de um workshop com técnicos do Ibama, instituto federal responsável pelo licenciamento das atividades das companhias do setor de óleo e gás. Temos boas noções das dificuldades apontadas tanto por essas empresas, como pelas de outros setores. Todas veem o processo de licenciamento como um grande gargalo para as atividades econômicas no País. Mesmo nos órgãos ambientais estaduais ou no federal, que conduzem o processo, há muitas reclamações, como falta de estrutura e disposições legais que inviabilizam o trabalho dos técnicos", diz o advogado. Um dos problemas enfrentados hoje é, segundo ele, o rigor excessivo dos analistas ambientais ao avaliar os projetos, com receio de que possam ser alvos de processos criminais movidos pelo Ministério Público Federal. "Se um analista ambiental, que decide emitir a licença ou dá parecer técnico para que uma licença seja emitida, desconsidera algum aspecto exigido por lei, ele é responsabilizado criminalmente. O problema é que a legislação é muito aberta e comporta várias interpretações. E os promotores ”O PROBLEMA É QUE A LEGISLAÇÃO É do Ministério Público têm sido muito MUITO ABERTA E COMPORTA VÁRIAS criativos ao interpretar as leis. Por isso, INTERPRETAÇÕES” mesmo quando o órgão ambiental exige tudo que é necessário, o técnico pode ser LUIZ GUSTAVO BEZERRA, GRUPO DE TRABALHO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DA AMCHAM RIO acusado de omissão e responsabilizado criminalmente", argumenta Bezerra.

RÔMULO SILVEIRA DA ROCHA SAMPAIO, PROFESSOR DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

O advogado afirma que uma das ideias do grupo é viabilizar, com apoio do Consulado Americano do Rio de Janeiro, um encontro entre técnicos do Ibama e da Environmental Protection Agency – EPA, agência de proteção ambiental dos Estados Unidos. "Queremos promover uma troca de ideias entre as duas agências e colher elementos para a conclusão do estudo, cujo resultado deve ser apresentado em seminário a ser organizado com a FGV Energia no último trimestre." Especialistas concordam que a discussão é necessária. Para Alessandra Magrini, o processo de licenciamento ambiental está mais complexo, burocrático e judicializado, o que acaba provocando dificuldades em excesso ao sistema produtivo. Professora de Planejamento e Gestão Ambiental da Coppe/UFRJ, ela cita a pressão sobre os técnicos como um dos problemas que caracterizam a necessidade de mudanças no setor. "Mais que um problema de legislação, temos uma questão de óticas diferentes, de falta de foco. A lei brasileira é completa, pois foi se modernizando ao longo do tempo. Hoje, o que falta na área ambiental é gestão. Por mais que haja leis, o sistema pressupõe gestão", diz a especialista. "Mesmo quando o órgão ambiental atua conforme a legislação, o MP acaba entrando com ações alegando que a lei não foi atendida. Com medo da judicialização, o técnico endurece, passa a exigir mais da empresa. O meio ambiente, porém, é incerto, complexo. Não adianta culpar a legislação quando o problema é de governança." Segundo Alessandra, é preciso racionalizar o processo. "Diante dos problemas, o setor produtivo foi implantando uma série de procedimentos em resposta à demanda do mercado, dos consumidores. Não é preciso fazer novas leis se há um mercado exigente. Se houver um movimento de boas práticas, não é necessário estrangular as empresas com tantas demandas. Se existe um órgão técnico para avaliar o processo, por que não deixar essa entidade ter uma visão técnica, sem assombrá-la com a judicialização?" Já Rômulo Silveira da Rocha Sampaio, professor da Fundação Getulio Vargas, concentra suas críticas na falta de regulação do setor. "A legislação brasileira é excelente. Na verdade, tem lei até demais sobre meio ambiente. É preciso enxugar um pouco. O problema está na falta de regulação. Precisamos de uma reforma profunda nas instituições e, nesse processo, temos que pensar no modelo federativo, que permite aos Estados legislar, mas acaba sobrepondo leis. Falta um órgão que possa regular o setor e tenha em seus quadros técnicos capacitados, o que nem sempre é a realidade", diz o professor. > Edição 301 Brazilian Business_9


SUSTENTABILIDADE

DIVULGAÇÃO

Consultora de empresas há mais de 20 anos, a advogada Simone Bissoto também defende mudanças, mas afirma que o que falta hoje é entendimento entre os setores, muitas vezes antagônicos, que militam na área ambiental. Ao trabalhar no processo de licenciamento do Porto do Açu, entre outros empreendimentos, ela viveu, nos últimos dez anos, todos os problemas que qualquer empresa enfrenta para viabilizar um empreendimento. "No Porto do Açu foram mais de dez processos de licenciamento. Tive problemas com índio eremita, com desapropriações, com invasão. E a cada um deles, a burocracia estendia prazos e custos. Uma empresa quer previsibilidade, segurança jurídica. E, para isso, é fundamental que a legislação seja clara." Simone lembra que as atuais discussões no Congresso em torno de uma lei geral de licenciamento ambiental são o ápice de um processo que se prolonga há 12 anos. E que a ausência de entendimento entre a bancada ruralista, apoiada por setores da indústria, e defensores de uma legislação mais restritiva não ajuda o processo. "Há casos em que o licenciamento precisa ser simplificado? Sim, há. E há casos em que a legislação precisa ser reforçada? Sim, também há. Então, é necessário equilibrar os interesses antagônicos. É preciso equilibrar a balança. Acredito que estamos em um bom caminho debatendo a criação de uma lei geral de licenciamento ambiental. O duro é eliminar a pressa. Existe um antagonismo muito grande, mas é preciso criar um fórum de discussão que aponte para uma legislação minimamente adequada, com regras mais flexíveis para empreendimentos de menor impacto. Por isso, acredito que a iniciativa da AmCham Rio é oportuna e pode acrescentar muito ao debate."★

“UMA EMPRESA QUER PREVISIBILIDADE, SEGURANÇA JURÍDICA. E, PARA ISSO, É FUNDAMENTAL QUE A LEGISLAÇÃO SEJA CLARA" SIMONE BISSOTO, CONSULTORA

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Prêmio Brasil Ambiental abre inscrições e tem nova categoria A AmCham Rio está com inscrições abertas para o 13º Prêmio Brasil Ambiental, iniciativa que há mais de uma década reconhece e incentiva ações de sustentabilidade empresarial no País. Uma das novidades deste ano será a realização de um seminário sobre cidades sustentáveis, que abordará o potencial econômico da Baía de Guanabara e a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Outra mudança é a criação da categoria Empreendedorismo Sustentável, voltada exclusivamente para startups e pequenas empresas cuja natureza do negócio seja apresentar novas soluções tecnológicas e/ou processuais em atividades relacionadas a água, emissões atmosféricas, ecossistemas e responsabilidade socioambiental. "A sustentabilidade passa pelas boas práticas empresariais. Essa iniciativa é importante porque não só reconhece as melhores ações, como, principalmente, promove a troca de ideias", diz a presidente do Comitê de Sustentabilidade da AmCham Rio, Renata Chagas. Lançado em 2005, o PBA já destacou mais de 60 projetos realizados por empresas, instituições de pesquisas e entidades sem fins lucrativos, sempre associados a uma ação corporativa. Iniciativas que reforçam a importância do papel do setor privado na preservação do meio ambiente e influenciam positivamente o comportamento das pessoas. Todas as histórias podem ser encontradas em um banco de boas práticas hospedado no site da premiação. As buscas podem ser realizadas por empresa, ano e categoria. As inscrições para o prêmio estão abertas até 22 de setembro e podem ser feitas no site http:// www.premiobrasilambiental.com.


CAPA

A OPORTUNIDADE É AGORA

Retomada de leilões e mudanças na legislação abrem caminho para Brasil atrair investimentos Chico Santos

comunicação@amchamrio.com

M

EDUARDO MOODY/ANP

esmo que a revolução do shale gas nos Estados Unidos sepulte a era do petróleo caro, o setor energético mundial ainda enfrentará o debate de como fazer a transição para uma economia de baixo carbono, diante do aquecimento global e suas consequências para a vida no planeta. É nesse cenário desafiador que países com bacias sedimentares exploráveis no território ou nas zonas econômicas exclusivas (ZEEs) no mar estão travando uma disputa renhida por capitais que lhes permitam transformar esses potenciais de hidrocarbonetos em riqueza antes que percam o valor econômico. “Esses potenciais vão virar riquezas inexploradas quando o petróleo deixar de ser usado. Nós estamos trabalhando para que não sejam os nossos”, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, Décio Oddone, durante almoço-palestra promovido pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), dia 30 de junho. No encontro, que teve patrocínio da PetroRio e apoio do Hotel Vila Galé, associados e empresários do setor ouviram de Oddone como o Brasil está fazendo para se colocar em posição de destaque para captar investimentos na área. O diretor-geral da ANP, que acabava de desembarcar de um road show por oito países das Américas, da Europa, da Ásia e da Oceania, ressaltou que, no momento, outros cerca de 40 países também estão nessa vitrine de ofertas para investidores potenciais. Competente no ofício, ele traçou um quadro favorável para o futuro, graças às iniciativas nos campos legal e econômico que vêm sendo postas em prática. O objetivo é superar os obstáculos que provocaram a virtual paralisia de investimentos novos no setor de óleo e gás brasileiro. Segundo as contas de Oddone, com as medidas já definidas ou em perspectiva, o Brasil tem potencial para gerar mais de R$ 500 bilhões em investimentos em três anos, sendo R$ 240 bilhões destravando projetos já licitados e hoje parados por diversas razões. Outros US$ 89 bilhões (cerca de R$ 277 bilhões) podem vir das nove rodadas de licitações previstas para o período 2017-2019. Para o Rio de Janeiro, maior produtor do País, liderança que tende a ser mantida nas próximas décadas, a estimativa é de que somente os leilões gerem investimentos em torno de US$ 30 bilhões, algo próximo a R$ 100 bilhões. >

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“O QUE ME ANIMA É A QUALIDADE DOS NOSSOS ATIVOS. NÃO HÁ NADA NO MUNDO COMPARÁVEL COM O QUE ESTÁ SENDO OFERECIDO POR NÓS HOJE” DÉCIO ODDONE, DIRETOR DA ANP

Edição 301 Brazilian Business_13


CAPA

A definição de um calendário consistente de rodadas de concessão e partilha – três este ano, sendo duas do pré-sal – tem sido motivo de comemorações pelo mercado. Afinal, após cinco anos sem leilões (2008-2013), houve uma tímida retomada em 2013. Agora, as novas rodadas acontecem após a mudança no regime de partilha, que desobriga a Petrobras de ser operadora em todos os contratos e flexibiliza a regulamentação do Conteúdo Local, aumentando a competitividade no setor. Adicionalmente, Oddone elencou esforços para resolver pendências indispensáveis à retomada dos investimentos no futuro próximo. Um exemplo é a prorrogação do regime fiscal de importações do Repetro. As demais são a flexibilização das alíquotas dos royalties, para estimular investimentos em áreas de fronteira tecnológica em campos maduros, e mais celeridade nos licenciamentos ambientais. A questão ambiental, segundo especialistas, tem sido uma das maiores fontes de insegurança para os investimentos. E, por fim, como terceiro pilar de sustentação dessa esperada retomada do setor, está o programa de desinvestimentos da Petrobras, o que pode atrair novos atores e viabilizar a quebra efetiva do monopólio estatal em muitos segmentos do upstream e downstream, após 20 anos da Lei nº 9.478/97.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL Apenas no terreno da exploração e produção (E&P), o diretor-geral da ANP disse que há 47 projetos de desenvolvimento da produção “travados” por várias razões, incluindo licenciamento ambiental. Ele previu que eles poderão se transformar em 20 novas plataformas, caso esses obstáculos sejam removidos. Embora a trava ambiental envolva articulações que vão além da esfera de ação direta da ANP, Oddone defendeu que áreas exploratórias só sejam ofertadas em leilão após terem licenças ambientais. É o mínimo que esperam os agentes do mercado ouvidos posteriormente por Brazilian Business – todos de olhos abertos para o longo prazo representado pelas rodadas de licitações, mas ainda na expectativa. Segundo Oddone, o número de poços de desenvolvimento concluídos caiu de 575, em 2015, para 241, em 2016. Nos primeiros cinco meses deste ano, o número recuou para apenas 36. O total de sondas em operação regrediu de 90, em junho de 2012, para apenas 16, em dezembro de 2016. A título de comparação, há 54 na Venezuela, 53 na Argentina, 23 no México e 20 na Colômbia, para ficar apenas entre os vizinhos latino-americanos. “Existem bons sinais em todo o setor de petróleo e gás no Brasil. O País terá o relançamento das rodadas de licitação de petróleo e gás em 2017, grande oportunidade para atrair investimentos significativos nos próximos anos. As rodadas permitirão que a indústria avance em conjunto, mobilizando a cadeia de suprimentos e criando novas oportunidades de negócios. Observamos uma disposição das autoridades brasileiras de criar uma indústria mais aberta, importante para permitir negócios e gerar riqueza para o País”, disse em entrevista o presidente da Chevron Brasil, Javier La Rosa. Da mesma forma como elogiou os esforços recentes do Estado brasileiro, La Rosa destacou a necessidade de buscar a solução dos entraves pendentes. “Ainda existem alguns problemas importantes da indústria a serem abordados”, ressalvou, citando, entre eles, a perspectiva de fim do Repetro, que acabou sendo prorrogado pelo governo até 2040, e a constante ameaça de o Governo do Estado do Rio de Janeiro cobrar ICMS sobre a produção de petróleo, reeditando a chamada Lei Noel. A proposta foi aprovada em 2003, por iniciativa do então deputado estadual Noel de Carvalho. Principal executivo no Brasil de uma das maiores empresas mundiais do setor de óleo e gás, La Rosa clamou particularmente por atenção ao problema do licenciamento ambiental. “A melhoria no processo de licenciamento ambiental é fundamental para o desenvolvimento do setor de petróleo e gás no País. A indústria está trabalhando com o Ibama para agilizar procedimentos, aumentar previsibilidade e reduzir subjetividade do processo por meio de termos de referência padronizados”, destacou ele, que, ainda assim, não escondeu o interesse da Chevron por novos investimentos no Brasil: “Continuamos a avaliar futuras oportunidades”.

DIVULGAÇÃO

“OBSERVAMOS UMA DISPOSIÇÃO DAS AUTORIDADES BRASILEIRAS DE CRIAR UMA INDÚSTRIA MAIS ABERTA, IMPORTANTE PARA PERMITIR NEGÓCIOS E GERAR RIQUEZA PARA O PAÍS” JAVIER LA ROSA, PRESIDENTE DA CHEVRON BRASIL

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VANTAGEM PERANTE A CONCORRÊNCIA “O que me anima é a qualidade dos nossos ativos. Não há nada no mundo comparável com o que está sendo oferecido por nós hoje”, disse Oddone, ao ser indagado sobre a ofensiva que a ANP vem fazendo para melhorar cada vez mais o posicionamento brasileiro diante dos concorrentes. Posição semelhante tem o BNDES, outro importante agente governamental nessa equação em prol da retomada dos investimentos. A instituição é a principal financiadora de longo prazo no âmbito doméstico. “O Brasil tem hoje o maior potencial de desenvolvimento da produção de petróleo offshore no mundo. O óleo do pré-sal é de excelente qualidade e alta produtividade”, disse a diretora da Área de Indústria do banco estatal, Claudia Prates, que ressaltou ainda a importância do setor para o Estado do Rio de Janeiro. A executiva destacou o papel do BNDES no apoio à cadeia de fornecedores na fase de desenvolvimento da produção e disse também que há tendência de grandes empresas internacionais captarem recursos no exterior. O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis – IBP, Jorge Camargo, também

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deposita esperanças nas medidas recentemente tomadas para destravar atividades de prospecção e desenvolvimento da produção de óleo e gás no Brasil. Para ele, a morosidade dos processos de licenciamento ambiental "é, sem dúvida, uma desvantagem competitiva para o País". Camargo ainda ressaltou que nenhum dos 41 poços exploratórios da 11ª Rodada de Licitações (2013) conseguiu licença de perfuração até agora. A produção de óleo do pré-sal brasileiro, de acordo com os dados da ANP, passou de 600 mil barris por dia, em 2014, para 1,54 milhão de barris, na primeira metade deste ano. A produção diária dos dez poços mais produtivos estava entre 28,6 mil e 31,6 mil barris por dia em março. Esse potencial não é questionado pelo mercado, que torce para ver sobre a mesa de operações o prato atraente que Oddone mostrou no almoço-palestra da AmCham Rio. “O discurso de Oddone quer dizer que vamos retomar as atividades no longo prazo”, resume o italiano Alejandro Duran, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo – Abespetro e que acaba de deixar o comando no Brasil da gigante Schlumberger, uma das três maiores do segmento de serviços ao setor de petróleo do mundo, após transferência para os Estados Unidos. Duran ressalta que, a partir do momento que uma empresa arremata um bloco exploratório em leilão, a maior parte das atividades só virá em “três a quatro anos, e a mais pesada, em dez anos”. >


ENCOMENDAS EM QUEDA

“A DIVERSIDADE DE PLAYERS FAZ BEM AO BRASIL”

Para o executivo, a crise do setor de óleo e gás brasileiro está associada à freada RAFAEL JAEN WILLIAMSON, COORDENADOR dos investimentos da Petrobras e da OGX, DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO DO COMITÊ fundada pelo empresário Eike Batista – até DE PETRÓLEO E GÁS DA AMCHAM RIO então “as duas empresas mais ambiciosas” do mercado, no fim de 2013 – e à falta de oferta de novos blocos exploratórios. A lacuna de cinco anos sem rodadas não foi fechada nem pela realização da 13ª rodada, em outubro de 2015, porque a ela se seguiram entraves burocráticos, ambientais e desdobramentos da Operação Lava Jato. “Estamos há três anos e meio vendo os serviços e as encomendas caírem. Precisamos de uma agenda de curto e médio prazo”, reclamou Duran. No curto prazo, ele entende que a perspectiva de incremento dos negócios está no plano de desinvestimentos da Petrobras e nas atividades que os compradores e a própria estatal reestruturada irão gerar. Como forma de agilizar os investimentos, o executivo considera importante que a estatal permaneça como sócia ao menos em parte deles, uma vez que são os técnicos da empresa que detêm o conhecimento necessário à retomada das operações em ritmo acelerado. No médio prazo, segundo avaliação do executivo da Schlumberger, a solução é destravar os mais de 40 projetos em terra e no mar que já tiveram comercialidade declarada, mas que não conseguem ir adiante. Duran sugere que operadores, ANP e outros órgãos de governo, como Ibama, sentem em volta da mesa para encontrar, juntos, soluções que permitam a continuidade dos investimentos. O problema ambiental é ressaltado em todas as entrevistas sobre o assunto da retomada do setor de óleo e gás brasileiro. “O atual governo conseguiu evoluir em temas como flexibilização do Conteúdo Local, fim do operador único e retomada dos leilões. Outros, 16_Edição 301_jul/ago/set 2017

entretanto, como celeridade em licenciamento ambiental e melhoria do ambiente de negócios do País como um todo, com uma agenda que inclua simplificação do regime tributário, ainda precisam ser equacionados”, disse Blener Mayhew, diretor financeiro da PetroRio, uma das chamadas empresas independentes no mercado e com ambição de crescer. Mayhew defendeu a redução dos royalties sobre os campos maduros que já retomaram a produção como forma de estimular o prolongamento da vida útil desses campos e “dinamizar a indústria, especialmente no nicho das empresas independentes”. A companhia produz, atualmente, 8,5 mil barris de petróleo por dia no Campo de Polvo (Bacia de Campos, RJ) e, segundo o executivo, fechou o primeiro trimestre com US$ 700 milhões em caixa “e apetite para investir”. Em março deste ano, a PetroRio assumiu o controle da Brasoil, dona de 10% do campo de gás de Manati (BA) e de áreas de prospecção na foz do Rio Amazonas. “Otimista cauteloso.” Assim, Ricardo Bedregal, diretor sênior de Pesquisa em Upstream para a América Latina da conceituada consultoria IHS Markit, tem definido seu estado de espírito em relação ao setor de óleo e gás brasileiro quando perguntado por clientes estrangeiros. Para ele, o Brasil é “abençoado em geologia” e começa a arrumar a casa para desfrutar dessa bênção, começando pela definição de nomes para postos-chaves, como Oddone na ANP, Pedro Parente, na Petrobras, e um ministro de Minas e Energia (Fernando Coelho Filho) que, apesar de jovem, estaria surpreendendo positivamente. Bedregal questionou aqueles que dizem que a Petrobras está encolhendo. “Não é redução, é readequação de portfólio, algo que todas as empresas fazem em algum momento”, corrigiu, acrescentando que o atual plano de negócios da estatal “é factível”, apesar do elevado endividamento da companhia. O consultor considera que a Petrobras está focando as atividades no core business, que é o pré-sal, e avalia que, no médio prazo, não irá investir em E&P em terra (onshore). De acordo com o analista da IHS Markit, “ao menos este ano”, os ativos exploratórios que estão sendo ofertados pelo Brasil na área do pré-sal “são os melhores em qualidade e volume” entre todos os que estão em oferta no mundo, embora o

Décio Oddone, da ANP, fala durante evento promovido pela AmCham Rio

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O executivo ressalta que os investimentos em exploração abrem portas para outros maiores, em desenvolvimento da produção, multiplicando as atividades da indústria. Em grandes números, ele avalia que, para descobrir um campo, ao custo de US$ 100 milhões a US$ 150 milhões por poço, e uma taxa de sucesso em torno de 20%, é necessário investimento de US$ 1 bilhão. A partir daí, considerando a necessidade de duas plataformas flutuantes (tipo FPSO) para o desenvolvimento da produção, seriam mais cerca de US$ 10 bilhões em investimento para “só então começar a gerar volume maior de empregos”, destaca. Duran lembra que o pré-sal foi descoberto em 2006 e, mesmo a Petrobras tendo trabalhado muito rápido, as reservas encontradas ainda estão no meio do desenvolvimento da produção. Ou seja, é no desenvolvimento que a atividade econômica mais se multiplica.

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CAPA

México, por exemplo, esteja colhendo resultados com sua abertura, como comprova a recente descoberta do campo de Zama-1, com, aproximadamente um bilhão de barris de reservas, ao sul do Golfo do México. Outra vantagem brasileira, de acordo com Bedregal, é o fato de a área do pré-sal do País ser economicamente viável, com o petróleo abaixo dos US$ 50 o barril, patamar no qual a commodity vem se movimentando nos últimos tempos. Segundo a avaliação do analista, o chamado break-even point do pré-sal, a partir do qual começa a ter economicidade, está na casa dos US$ 35 por barril. “O maior competidor por capital de risco com o Brasil é o shale gas dos Estados Unidos”, avaliou Bedregal, indicando outro alerta para a urgência de resolução dos problemas que estão travando os investimentos, especialmente a renovação do Repetro e as dificuldades de obtenção de licença ambiental para os projetos. O engenheiro químico Rafael Jaen Williamson, coordenador de Conteúdo e Planejamento do Comitê de Petróleo e Gás da AmCham Rio, é outro a ver com otimismo, do alto de seus 35 anos de experiência, o quadro que começa a se desenhar no setor, sem abrir mão das advertências quanto aos ajustes a serem feitos. Williamson foca especialmente na segurança jurídica dos investimentos, tema que tem merecido atenção especial da câmara e que ele associa, por exemplo, ao paradoxo de uma empresa ou grupo investidor fazer uma inversão para obter uma licença exploratória e depois ficar anos e anos sem poder auferir receita daquela iniciativa em decorrência do nó que representa o licenciamento ambiental.

NOVO MARCO LEGAL De acordo com Williamson, um dos termômetros de que novos ventos estão soprando sobre o setor de óleo e gás brasileiro é o fato de “pela primeira vez na história” existir um calendário de três anos de rodadas licitatórias, além de ter sido revista a regulamentação do Conteúdo Local, que, no entendimento do engenheiro, era “confusa e complexa”, acabando por penalizar o investidor. O consultor disse que não se trata de ser contra a exigência de Conteúdo Local, algo que também existe em outros países, e, sim, de adequar a legislação para que ele estimule o investimento. Ainda segundo a avaliação do coordenador da AmCham Rio, outro aspecto que confirma a mudança de ventos é o comportamento proativo das autoridades em relação ao setor, que já foi evidenciado em 2016, com a presença do presidente da República, Michel Temer, e do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, na abertura da feira Rio Oil & Gas. Williamson destacou também a liberdade dada a Oddone, da ANP, para viajar pelo mundo buscando atrair investidores para o setor no Brasil, algo que, segundo ele, não era possível acontecer na gestão anterior. A iniciativa da Petrobras de se desfazer de ativos, tanto do upstream como do downstream, também merece destaque na avaliação de Williamson. “A diversidade de players faz bem ao Brasil”, disse, ressaltando que ela atrai capitais e novas tecnologias para o desenvolvimento do setor. “Tudo isso em um ambiente no qual a economia do País parou de cair e vai crescer novamente”, salientou.★ Edição 301 Brazilian Business_17


EVENTO

Hugo Repsold, diretor da Petrobras, em evento na AmCham Rio

MARCELO PIU

Encontro com executivos da Petrobras discute novo ambiente de negócios

O atual plano de negócios da Petrobras prevê a manutenção de uma política de preços competitivos, que permita aumentar e proteger as receitas; redução crescente em gastos operacionais gerenciáveis; otimização das despesas com manutenção; ênfase em parcerias estratégicas para aumentar o potencial de produção da companhia; extensão das concessões; e equilíbrio entre os custos com investimentos (Capex) e operacionais (Opex). Trata-se de uma mudança cultural, que envolve o comprometimento de cada um dos 63,2 mil empregados da empresa, segundo dados de junho de 2017. Na sequência do evento, o superintendente de Bens e Serviços da Petrobras, Eberaldo Neto, falou sobre o investimento crescente que a empresa vem fazendo para dar mais celeridade e transparência ao processo de contratação de pessoas e fornecedores. Desde a mudança de gestão, a Petrobras tem apostado na redução da burocracia, com a simplificação do processo decisório, e na ampliação dos meios eletrônicos, visando à eliminação gradual do papel e possibilitando que as ope-

rações sejam cada vez mais transparentes e rastreáveis, com chave de acesso e senha. “Queremos também aumentar nossa interação com mercado e fornecedores de bens e serviços usando plataformas web cada vez mais ágeis”, afirmou Neto. Os sistemas da companhia também estão mudando para atender à Lei 13.303/16, conhecida como Lei das Estatais, que estabelece uma série de mecanismos de governança a serem observados por essas companhias, como regras para divulgação de informações, práticas de gestão de risco, códigos de conduta, formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade, constituição e funcionamento dos conselhos, assim como requisitos mínimos para nomeação de dirigentes. O prazo de adequação termina em 30 de junho de 2018. O evento da AmCham Rio teve como moderador o diretor executivo da BHGE, Adyr Tourinho, patrocínio apresenta da Algar Telecom e copatrocínio do Hilton Copacabana.★

Executivos apresentaram as mudanças feitas para reduzir custos e melhorar processos, aprimorando a relação com fornecedores Cecília Barroso

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Petrobras quer focar, cada vez mais, seus investimentos nos ativos de maior rentabilidade, como os das áreas de pré-sal e de refino e gás natural associados ao pré-sal. Segundo Hugo Repsold, diretor executivo de Assuntos Corporativos da empresa, no período de 2017 a 2021 estão previstos investimentos de R$ 74,5 bilhões, sendo 82% em exploração e produção, 16% em refino e gás natural e 2% nas demais áreas. “A companhia hoje tem consciência da necessidade de fazer entregas consistentes, no prazo e no custo acordados e com resultado. É isso que chamamos de cultura de alto desempenho”, afirmou Repsold durante o evento Retomada do Crescimento e Oportunidades de Negócios com a Petrobras, promovido pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) e que reuniu 120 executivos no hotel Hilton Copacabana, em 8 de agosto. Repsold destacou que a Petrobras vem buscando, desde o início da nova gestão em 2016, com o ingresso de Pedro Parente na presidência, reduzir a alavancagem e melhorar a saúde financeira. “Nosso indicador Ebitda, resultado da divisão entre dívida líquida e geração de caixa, estava em 5,1, em 2015 e, no primeiro trimestre deste ano, atingiu 3,2. Nossa meta é de 2,5 em 2018”, explicou. Ele acrescentou que o objetivo da nova administração é deixar um legado de governança e conformidade, de maneira que a empresa fique mais blindada no futuro.

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Outro tema abordado pelo executivo foi a preocupação com segurança no trabalho. “Quando assumimos, a companhia apresentava um desempenho muito ruim nessa área, e decidimos mobilizar todos os gestores para melhorar o quadro”, disse. Com as medidas tomadas, a Petrobras reduziu a Taxa de Acidentes Registráveis (TAR) por milhões homens-hora de 2,2, em 2015, para 1,1, em junho deste ano, antecipando o cumprimento da meta de 1,4 estipulada para 2018. A política de segurança da empresa hoje está fundada em quatro pilares: comprometimento com a segurança de processos, entendimento de perigos e riscos, gestão de riscos e aprendizado com a experiência. “Nossa prioridade número um é o compromisso com a vida.” "QUANDO ASSUMIMOS, A COMPANHIA APRESENTAVA UM DESEMPENHO MUITO RUIM EM SEGURANÇA, E DECIDIMOS MOBILIZAR TODOS OS GESTORES PARA MELHORAR O QUADRO" HUGO REPSOLD, DIRETOR DE ASSUNTOS CORPORATIVOS DA PETROBRAS

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Novas opções no exterior Seminário na Flórida marca retomada das missões internacionais da AmCham Rio Natanael Damasceno

comunicação@amchamrio.com

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MARCELO PIU

m outubro, um grupo de empresários, executivos e empreendedores brasileiros desembarca na Flórida para, em um seminário de três dias, explorar os caminhos que levam ao mercado norte-americano. O encontro, organizado pela Brazilian American Chamber of Commerce of Florida – BACCF, terá palestras de profissionais de diversas áreas de negócios, além de apresentação de cases de empresas brasileiras que se internacionalizaram e de profissionais do Brasil que desenvolveram projetos nos Estados Unidos. Em meio aos brasileiros que buscam oportunidades de investimento no país, o destaque vai para uma delegação da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio). Além de incrementar a parceria entre as duas instituições, a viagem representará um marco na retomada das missões internacionais da AmCham Rio a fim de promover diálogos entre os dois países. De acordo com o presidente da câmara, Pedro Almeida, a iniciativa está alinhada a uma das principais diretrizes de sua gestão: "A promoção do intercâmbio comercial entre Brasil e EUA é um papel fundamental da AmCham Rio. Esse tipo de evento, que coloca executivos face a face com empresas, cria muitas oportunidades. A última missão foi organizada há mais de quatro anos. Como um dos focos da câmara é fortalecer as relações bilaterais, vamos voltar a organizar viagens, começando com essa ida à principal porta de entrada dos EUA", afirmou.

Pedro Almeida, presidente da AmCham Rio: “Vamos voltar a organizar viagens, começando com essa ida à principal porta de entrada dos Estados Unidos"

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A 13ª edição do seminário "Como ingressar no mercado norte-americano" ocorrerá em Doral, na Flórida, no hotel Provident Doral at the Blue, de 2 a 4 de outubro. O evento, em português, terá visitas técnicas a empresas localizadas no sul da Flórida. Segundo a câmara, a comissão que irá ao encontro já está formada. Pedro Almeida diz que os planos incluem organizar pelo menos mais uma missão aos EUA. Para isso, dispõe da parceria do cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, James Story. Ele ressalta que o apoio do consulado tem sido fundamental na promoção do intercâmbio entre empresários dos dois países. E dá como exemplo, além do seminário na Flórida, a visita que a AmCham Rio recebeu, em maio, de representantes de hospitais norte-americanos, membros da US Cooperative for International Patient Programs – Uscipp. James Story afirma que esse tipo de iniciativa tem sido muito importante para as relações comerciais entre os dois países. E lembra que, no caso do encontro entre membros da AmCham Rio e representantes de hospitais, os dois lados ganharam muito. "Os membros da Uscipp, especialmente, aprenderam muito sobre o funcionamento do sistema de saúde no Rio e fizeram contatos locais valiosos. Seja promovendo discussões sobre a redução de barreiras ao comércio, incentivando investimentos, ou estabelecendo bases para o futuro por meio da inovação, quando trabalhamos em conjunto, avançamos no esforço de aprofundar nosso relacionamento comercial. À medida que as empresas expandem negócios com base nas relações obtidas por essas iniciativas, começamos a perceber o aumento do comércio."

De acordo com o consulado, o Departamento de Comércio dos EUA estima que os investimentos feitos pelo Brasil no país geraram mais de 72 mil empregos nos mais diversos segmentos de mercado. Entre 2003 e 2016, os EUA receberam investimentos de 155 empresas brasileiras. Parte delas possui hoje subsidiárias em 29 estados norte-americanos. "Somos as duas maiores economias do hemisfério ocidental. Nossos fluxos de investimentos bilaterais são significativos e ajudam a criar empregos e crescimento econômico tanto nos EUA como no Brasil. Hoje, o comércio de bens e serviços dos EUA com o País é de cerca de US$ 90 bilhões. Como a nona maior economia do mundo e um importante parceiro comercial, o Brasil é um mercado vital para as empresas norte-americanas. Mas podemos fazer ainda mais para expandir nossa relação comercial bilateral. As companhias dos EUA continuam a encontrar valor e oportunidade no Brasil e no Rio de Janeiro, e as empresas brasileiras continuam a valorizar o mercado americano", garante James Story. O cônsul afirma ainda que a AmCham Rio tem sido um parceiro próximo e importante da missão diplomática dos EUA no Brasil e, particularmente, no Estado do Rio: "Sempre que possível, o consulado tenta atuar

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CONEXÃO GLOBAL

"NOSSOS FLUXOS DE INVESTIMENTOS BILATERAIS SÃO SIGNIFICATIVOS E AJUDAM A CRIAR EMPREGOS E CRESCIMENTO ECONÔMICO TANTO NOS ESTADOS UNIDOS COMO NO BRASIL” JAMES STORY, CÔNSUL-GERAL DOS ESTADOS UNIDOS NO RIO DE JANEIRO

como facilitador. No caso da visita da Uscipp, a entidade chegou ao serviço comercial dos EUA no consulado, que desenvolveu um programa com a câmara. Eles estavam interessados em aprender sobre o sistema de saúde brasileiro e como este funciona em conjunto com o setor de seguros. O Comitê de Saúde da AmCham foi o grupo perfeito para promover essa troca. Seria quase impossível alcançar o sucesso em programas como esse sem o apoio da câmara e das empresas parceiras".★

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“ESSE TIPO DE EVENTO, QUE COLOCA EXECUTIVOS FACE A FACE COM EMPRESAS, CRIA MUITAS OPORTUNIDADES” PEDRO ALMEIDA, PRESIDENTE DA AMCHAM RIO

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PERFIL

Veirano Advogados completa 45 anos com excelência reconhecida internacionalmente Escritório aposta na alta qualificação dos funcionários como diferencial

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DIVULGAÇÃO VEIRANO ADVOGADOS

á 45 anos à frente do escritório Veirano Advogados, Ronaldo Veirano reconhece o valor das relações multilaterais para o desenvolvimento profissional. Depois de passar pelo escritório americano Baker & McKenzie e pela Kendall Company, além de ser cônsul honorário da Austrália para o Rio de Janeiro e três vezes presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), em 1980, 1986 e 1993, Ronaldo Veirano usou toda a experiência para transformar o Veirano Advogados em referência internacional em diversos segmentos. Assim, é natural que venha acumulando prêmios ao longo da existência, como o Chambers Client Service Law Firm of the Year – o primeiro escritório brasileiro a receber a distinção.

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A influência internacional, apesar de ser um fator levado em conta, não é o principal na hora de moldar o tipo de trabalho do escritório: ‘’O que mais fazemos é praticar o Direito brasileiro para empresas do Brasil e estrangeiras que operam no País”, afirma. Veirano também deixa claro que, para manter a excelência, alguns desafios precisam ser superados e o escritório trabalha para resolvê-los. Para ele, o treinamento e a qualificação dos funcionários são a chave do sucesso: "Os maiores desafios se situam na contratação, formação e contenção de mão de obra altamente qualificada. Investimos muito no treinamento e na retenção de talentos, pois isso é o que irá nos diferenciar no mercado’’.

Brazilian Business: Os escritórios do Veirano Advogados atendem às mais variadas áreas, desde ambiental e comércio exterior até penal empresarial, passando por imobiliário e mídia & entretenimento. Qual é o segredo para apresentar bons resultados em setores tão diferentes? Ronaldo Veirano: É cada vez maior a demanda por escritórios

de advocacia que possam atender clientes nas mais variadas áreas do Direito. Se o objetivo é estar entre os grandes escritórios do mercado advocatício nacional, não podemos deixar de oferecer atendimento em diversos setores do Direito, sob pena de ficar em desvantagem em relação à concorrência. O segredo para os bons resultados é contratar e manter os melhores talentos profissionais em cada uma dessas áreas. Hoje, não hesitaria em afirmar que a retenção de talentos é o maior desafio que os escritórios de advocacia nacionais e estrangeiros enfrentam para entregar um produto de alta qualidade. BB: O senhor investe muito no desenvolvimento de negócios entre Brasil e outros países, tendo participado da Comissão Fulbright e recebido a Ordem de Rio Branco como comandante. Na sua opinião, qual a importância de acordos bi e multilaterais com outros países, especialmente com os Estados Unidos? RV: Pessoalmente, acredito que a importância desses acordos, em

cia de regras não divulgadas pelo Banco Central, mas que tinham que ser observadas pelos investidores estrangeiros – as então temíveis regras de gaveta – e tantas outras que tornavam a vida do investidor estrangeiro bastante complicada. Enfim, foi uma fase muito interessante na história política e econômica do País, em que a AmCham Rio, na minha opinião, desempenhou papel relevante na atração de investimentos estrangeiros. BB: A experiência foi enriquecedora para sua carreira? Em que sentido? RV: Foi muito enriquecedora. Primeiro, porque me possibilitou

o acesso a pessoas e instituições com as quais, de outra forma, possivelmente não tivesse a oportunidade de interagir. Segundo, porque me trouxe a satisfação, ainda que de forma bastante modesta, de ter contribuído, de certa forma, para o desenvolvimento e o crescimento do Brasil. Mas, acima de tudo, a experiência foi engrandecedora pelo convívio com membros da AmCham Rio, de excepcional caráter e qualidade, que marcaram de forma definitiva minha trajetória como advogado. BB: O escritório está completando 45 anos, durante os quais já recebeu diversos prêmios e foi reconhecido pelas principais publicações especializadas. Quais são as expectativas para os próximos anos? RV: As melhores possíveis. Eu sou, por natureza, um eterno oti-

especial com os Estados Unidos, é relativa. Sem dúvida nenhuma, a existência deles ajuda a atrair novos negócios para o País. Porém, estou convencido de que, para que mista, portanto, acredito que escritórios haja essa atração, mais importante do que de advocacia como o nosso têm um futuro "COM A RETOMADA DO os acordos, são a estabilidade política, ecobrilhante pela frente. O Brasil ainda ofereCRESCIMENTO ECONÔMICO, nômica e social e a existência de instituice a escritórios que se dedicam ao Direições democráticas fortes e independentes, to empresarial muito espaço para crescer. SURGIRÃO INÚMERAS bem como a necessidade de regras claras e Com a retomada do crescimento econôOPORTUNIDADES PARA transparentes para o investimento estranmico, surgirão inúmeras oportunidades ESCRITÓRIOS SE TORNAREM BEM geiro e a certeza de que essas regras não para eles se tornarem bem maiores do que serão modificadas ao bel-prazer da admisão hoje. Acredito que estamos preparados MAIORES DO QUE SÃO HOJE" nistração federal, estadual e municipal a para uma nova fase de crescimento das atitodo momento. É importante também que vidades advocatícias no País e que temos o Poder Judiciário aplique as leis de maneira coerente com os prin- estrutura organizacional adequada para fazer face aos desafios do cípios gerais do Direito e que o direito adquirido seja respeitado de futuro. A nova geração de profissionais do Direito, que está me forma consistente. sucedendo, é altamente qualificada e comprometida com a sustentabilidade da instituição. Se algum mérito tive na construção BB: O senhor foi o primeiro presidente brasileiro da AmCham dos primeiros 45 anos de vida do escritório, foi ter me cercado Rio, em 1980, e, depois, novamente, em 1986 e 1993. Quais de pessoas melhores e mais capazes do que eu. Por essa razão, foram seus maiores desafios à frente da câmara? tenho plena convicção de que os próximos 45 anos serão melhoRV: Foi uma honra muito grande ter sido o primeiro presiden- res ainda. te brasileiro da AmCham Rio. Os maiores desafios, se não me falha a memória, estavam relacionados a tornar a câmara um BB: Qual é a importância da responsabilidade social, interlocutor importante e respeitado dos interesses dos investi- na sua visão? O escritório investe em ações ou possui dores estrangeiros no País. Durante as décadas de 1980 e 1990, a projetos nessa área? AmCham Rio se destacou por exercer um trabalho de advocacy RV: A responsabilidade social, hoje, é fundamental. Temos uma muito forte com os diversos órgãos da administração federal em obrigação social muito grande com as comunidades onde o esBrasília. Naquela época, o Rio de Janeiro tinha grande número critório opera. Em um país como o nosso, com uma carência de subsidiárias de empresas norte-americanas aqui sediadas, e a social enorme, é imprescindível que todos se conscientizem. O câmara, com apoio do Conselho de Administração e Diretoria escritório tem uma série de iniciativas sociais que são amplaExecutiva, teve um papel importantíssimo na interlocução com mente apoiadas pelos sócios. Além disso, estamos sempre aberBrasília. Foi o período das reservas de mercado em vários setores tos a considerar novas iniciativas dentro de nossas limitações de atividade, principalmente, na área de informática, da existên- orçamentárias.★ Edição 301 Brazilian Business_23


EVENTO

mul•ti•dis•ci•pli•nar

People Connections debaterá cultura e diversidade

Terceira edição do evento propõe reflexão sobre ambiente de trabalho Yasmin Pires

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a terceira edição, o seminário People Connections, que já conquistou o reconhecimento do setor no mercado carioca, traz especialistas de áreas diversas para uma manhã de troca, reflexão e transformação do tradicional para o novo. O evento, organizado pelo Comitê de Recursos Humanos da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), será em 29 de setembro, no Vila Galé Hotel, na Lapa. Os temas deste ano incluem cultura, engajamento, diversidade e alto desempenho. "Os assuntos estão ligados ao que existe de vanguarda", afirma Claudia Danienne, presidente do comitê, destacando a oportunidade não só de troca de conhecimento, como de networking do seminário. "Isso serve tanto para o indivíduo na vida social, como para o profissional, seja no desafio de empreendedor, líder, colega de equipe ou mentor.”

PEOPLE CONNECTIONS DATA: 29 de setembro HORÁRIO: 8h30 - 13h LOCAL: Hotel Vila Galé, Lapa INSCRIÇÕES: http://amchamrio.com 24_Edição 301_jul/ago/set 2017

O perfil dos palestrantes convidados reflete essa diversidade, tanto pela formação, como pela trajetória profissional ou forma de provocar reflexão. Entre eles estão Beatriz Bottesi, diretora de Marketing da Coca-Cola Brasil; Jorge Forbes, médico psiquiatra e psicanalista; e Pedro Calabrez, sócio-diretor da NeuroVox e pesquisador do Laboratório de Neurociências Clínicas da Escola Paulista de Medicina da Unifesp. “Buscamos convidar pessoas com pensamentos diferentes e inspiradoras. A fusão desses saberes e competências ajuda a gerar conteúdo agregador, um dos objetivos do seminário", destacou Claudia. O evento não está restrito a um grupo específico de profissionais e atende a todos que lidam com pessoas e seus respectivos desafios. Segundo a presidente do Comitê de Recursos Humanos, isso inclui administradores, advogados, cientistas, políticos, psicólogos, economistas, empreendedores e consultores. "Independentemente de background, segmento de atuação, idade, nacionalidade, os temas estimulam o interesse”, afirmou. Dentro do espírito do encontro, que é incentivar o conhecimento, os 30 primeiros participantes que chegarem ganharão livros de temas e autores contemporâneos. Com temas como “Proud of: orgulho de ser ou de pertencer?”, “Avanço da diversidade no mercado de trabalho” e “O ganho das empresas que valorizam a diversidade”, o seminário integra conteúdo relevante com network diferenciado, trazendo satisfação de fato a todos os presentes. “Cada participante deve sair com repertório e insights para multiplicar. Ao fim, desejamos ter motivado a reflexão com algum tema da agenda e a rede de relacionamentos proporcionada. Ao conseguir isso, o objetivo terá sido alcançado. Um aprendizado novo ou revisitado e uma integração oportuna podem transformar resultados, e isso é o que fará diferença”, afirma Claudia. ★

Formada por MULT(I), do latim MULTUS, “em grande quantidade, abundante”, + DISCIPLINA, do latim DISCIPLINA, “educação, ensino”. Referente a, ou que abrange inúmeras disciplinas ao mesmo tempo. 2 A combinação da inovação digital com o profundo conhecimento dos negócios e a capacidade de entender o consumidor, feita por equipes multidisciplinares que contribuem para alinhar prioridades, obtendo mais foco e agilidade para sua empresa. Otimiza a tomada de decisões, criando experiências únicas que alavancam seu desempenho e sucesso. 1

CECILIA ACIOLI

Bernardinho, durante palestra na segunda edição do People Connections, em 2016

(adjetivo de dois gêneros)

Termos relacionados:

Alinhar custos com a estratégia de negócios, transformar o capital humano, estimular a inovação, criar experiências diferenciadas para os clientes.

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OPINIÃO

CEO Outlook 2017

CEZAR VASQUEZ_ DIRETOR-SUPERINTENDENTE DO SEBRAE /RJ

Empreendimentos de alto impacto: saída para a crise

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Estado do Rio de Janeiro, com 92 municípios, apresenta grandes contrastes de infraestrutura urbana, capital humano, renda e trabalho. Essas disparidades também se manifestam no universo do empreendedorismo: ainda registramos muitas atividades de pouca produtividade, baixos rendimentos e relações de trabalho informais. Nesse contexto, os serviços prestados pelo Sebrae/RJ são fundamentais para apoiar o desenvolvimento dos pequenos negócios e contribuir de modo efetivo para a redução das desigualdades, sem, no entanto, coibir o potencial criativo e inovador que a pluralidade de organizações oferece e que deve ser incentivado. Segundo dados de junho do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged, elaborado pelo Ministério do Trabalho, foram eliminados 5.689 postos formais de trabalho no Estado do Rio e as médias e grandes empresas fluminenses foram responsáveis por 96% do total de vagas fechadas. As micros e pequenas empresas, após saldo líquido positivo de empregos em abril deste ano, voltaram a fechar vagas em junho, mas apresentaram resultado melhor do que o do mesmo mês do ano passado (638 vagas fechadas em junho de 2016 contra 200 em junho de 2017).

AS SCALE-UPS ARREBANHARAM 190 MIL NOVOS CLIENTES, GERARAM 500 NOVOS EMPREGOS, INVESTIRAM R$ 9 MILHÕES EM INFRAESTRUTURA E TIVERAM CRESCIMENTO MÉDIO DE FATURAMENTO DE 140%

Uma das apostas do Sebrae/RJ para retomar o crescimento neste cenário de retração passa pelo suporte e pela aceleração dos empreendimentos de alto impacto, as scale-ups. Essas empresas têm grandes vantagens competitivas: alto potencial de crescimento e geração de empregos; produtos/serviços operando em mercado robusto o suficiente para se tornar grandes companhias; modelo de negócio validado e com capacidade de expansão em escala de forma sustentável; crescimento anual de mais de 20% por três anos consecutivos; e são mais bem preparadas para atuar em projetos e investimentos com grandes organizações. O curioso é que as scale-ups não são empresas de grande porte. Segundo estudo do Sebrae/RJ e da Endeavor, 92% desses negócios são de pequeno e médio porte e 45% têm até dez anos de trajetória no mercado. Em 2016, o Sebrae/RJ liderou a criação e implantação do projeto Scale Up Rio por acreditar que apoiar empreendimentos de alto impacto, que geram empregos e resultados no Estado, é, mais do que uma tendência, um novo caminho para o desenvolvimento de cidades e ecossistemas empreendedores. O Scale Up Rio consiste em uma potente plataforma empresarial de suporte ao crescimento em escala dos pequenos negócios de alto desempenho. No primeiro ano, ainda na fase piloto, o Sebrae/RJ fez parceria com o Babson Entrepreneurship Ecosystem Project e com a Endeavor para atender 23 empresas, que foram preparadas para incrementar vendas, promover expansões e conquistar novos mercados e investidores. Os resultados reais impressionam: juntas, as scale-ups arrebanharam 190 mil novos clientes, geraram 500 novos empregos, investiram R$ 9 milhões em infraestrutura e tiveram crescimento médio de faturamento de 140%. Este ano, já foi iniciada a segunda turma, com 21 empresários. O Scale Up Rio faz parte de um movimento global para catalisar a evolução econômica de longo prazo a partir da seleção, orientação e aceleração dos melhores empreendedores de alto crescimento no mundo. O projeto apoia empresas prontas para escalar e enfrentar desafios relacionados ao crescimento sustentável e mobiliza lideranças públicas e privadas para fortalecer um ambiente de negócios propício ao desenvolvimento e uma cultura de fomento às empresas de alta expansão.

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Tenha acesso a um retrato fiel das principais preocupações, prioridades e expectativas dos CEOs que atuam em âmbito nacional, regional (América Latina) e global.

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1.200 CEOs de todo o mundo 271 CEOs da América Latina

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50 CEOs brasileiros

O CEO Outlook é o principal e mais relevante estudo produzido pela KPMG, que em 2017, apresenta-se de maneira inédita em três recortes detalhados com foco em Brasil, América Latina e mundo. Conseguimos traçar um retrato fiel das principais preocupações, prioridades e expectativas dos CEOs que atuam em escala mundial, regional e local em relação ao crescimento dos negócios, aos desafios que eles enfrentam e às suas estratégias para planejar o sucesso de suas organizações nos próximos anos.

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#CEOoutlook 26_Edição 301_jul/ago/set 298_out/nov/dez2017 2016


OPINIÃO

Superar desafios. Descobrir novos caminhos. MAURICIO VIANNA_ DIRETOR DA AMCHAM RIO E CEO DA MJV TECHNOLOGY & INNOVATION

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A importância do design thinking no processo de internacionalização

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iante de um cenário de mercado doméstico brasileiro em crise, na maior recessão da história, com mais de 13 milhões de desempregados, as empresas precisam encontrar meios alternativos para crescer. Nesse contexto, a internacionalização das companhias em busca de novos mercados passou a ter importância não só estratégica, de ocupação de mercado, como de sobrevivência. A internacionalização possibilita a empresas com dificuldades de evolução no mercado local [Forbes] pegar carona no crescimento da economia de mercados externos; mover atividades da cadeia de valor para países com menor custo de mão de obra/insumos; explorar a economia de escala centralizando certas atividades de produção em um único país; adquirir conhecimentos sobre novos clientes e tecnologias. Entretanto, o desafio de internacionalizar não é fácil. Qualquer negócio que queira se inserir em novos mercados precisa começar a se perguntar sobre qual quer explorar, qual vantagem competitiva pretende obter, com qual estratégia e estrutura. A internacionalização exige uma mudança profunda de adaptação interna a diferentes culturas, línguas e normas de administração do país de destino, bem como a modos de consumo do cliente, competição e distribuição. Com ferramentas e metodologia centradas nas pessoas, o design thinking pode beneficiar empresas no processo de internacionalização, pois revela novos caminhos para modelos de negócios, embasados no conhecimento de mercado e consumidores, consequentemente, aumentando as chances de sucesso. O raciocínio gerado por meio do design thinking auxilia a identificar oportunidades de valor para clientes, permitindo a personalização de produtos e serviços alinhada a necessidades do negócio, clientes e viabilidade tecnológica.

28_Edição 301_jul/ago/set 298_out/nov/dez2017 2016

O design thinking inclui três etapas:

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Imersão: conhecer o público-alvo, descobrir e investigar problemas e oportunidades; Ideação: gerar, por processo de cocriação, ideias que solucionem os desafios encontrados; Prototipagem: testar e implantar soluções geradas ao longo do processo. Ao aplicar o design thinking, as empresas passam a trabalhar centradas no ser humano, a usar ferramentas visuais para debater desafios, a prototipar produtos e serviços antes de lançá-los no mercado e a trabalhar com equipes multidisciplinares. Com tais equipes, compostas por designers, pesquisadores, administradores, entre outros profissionais, é possível chegar a diferentes perspectivas e formas de pensar, que, combinadas, podem gerar melhores resultados para customização de produtos e serviços em novos mercados. É fundamental identificar se o negócio a ser internacionalizado consegue oferecer melhor valor do que os competidores, por diferenciação de serviços ou preço. Caso contrário, será muito difícil se estabelecer. Como ferramenta de apoio, o design thinking pode ajudar empresas a descobrir quem é seu cliente e o que ele realmente deseja, pensa e sente. A internacionalização precisa ser planejada com muito cuidado, principalmente quanto à capacidade de financiamento das operações no exterior, o que pode oferecer muitos riscos. Ainda assim, no mundo atual, o maior risco é não internacionalizar. A INTERNACIONALIZAÇÃO EXIGE UMA MUDANÇA PROFUNDA DE ADAPTAÇÃO INTERNA A DIFERENTES CULTURAS, LÍNGUAS E NORMAS

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NEWS

Vânia Marques, da GRI no Brasil; Renata Chagas, presidente do Comitê de Sustentabilidade; Noel De Simone, presidente do Comitê de Marketing; Dyene Galantini, da IHS Markit; Vandré Brilhante, do Cieds; e Frederico Mitchell, da Coca-Cola

Tirar o certificado de mergulho. Aos 50 anos. E ter fôlego para ver um naufrágio que só viu pela TV.

Sustentabilidade é essencial nas empresas Seminário discute importância de adoção de estratégias sustentáveis no dia a dia Yasmin Caminha

comunicacao@amchamrio.com

“É

possível não integrar sustentabilidade à estratégia de negócio? Não. Tem que integrar.” Foi com essa pergunta – e resposta – que Vandré Brilhante, diretor-presidente do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável – Cieds abriu a palestra no seminário ‘’Avanços e desafios de sustentabilidade nas empresas’’, realizado pelos comitês de Responsabilidade Social e Marketing da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), em 28 de junho. A importância de uma estratégia de negócio atenta à sustentabilidade ambiental e social, e como defini-la, foram o tema do seminário. Segundo Brilhante, um dos motivos de o conceito estar no centro das táticas das empresas se deve à mudança de perfil das novas gerações: “As gerações Y e Z fazem escolhas mais conscientes, consomem menos açúcar, compram produtos que não agridem o meio ambiente. Precisamos atrelar a sustentabilidade à marca, ao agir da empresa’’. Uma das grandes multinacionais que percebeu essa tendência foi a Coca-Cola. Frederico Mitchell, gerente sênior de Estratégias de Categorias, Saúde e Bem-Estar da marca, mostrou como a empresa vem se adequando à nova realidade: “Tentamos ver o que as pessoas querem e unir ao que seja bom para o negócio. Na alimentação, o açúcar é o principal vilão hoje. Por isso, a companhia reformulou todos os produtos para reduzir a quantidade de açúcar e lançou embalagens menores, como a sleek, com 220 ml e menos de 100 calorias”. Além disso, a Coca-Cola criou estratégias para produção sustentável. Mais de 80% da matéria-prima é comprada de pequenos agricultores, e a empresa gasta apenas 1,8 litro de água para fabricar um litro de produto. O alumínio das embalagens é 100% reciclado, e a meta é atingir esse índice com as garrafas PET, cujo percentual hoje está em torno de 60%. A marca também investe em projetos sociais ligados à educação nutricional, água e diversidade e produz, desde 2012, um relatório 30_Edição 301_jul/ago/set 2017

de sustentabilidade anual, conforme diretrizes da Global Reporting Initiative – GRI. O documento foi tema da palestra de Vânia Marques, do grupo de stakeholders responsável pela revisão das diretrizes GRI: “O relatório serve para aperfeiçoar a gestão e publicar ações da empresa em relação à sustentabilidade. A divulgação é importante porque existe uma percepção de que riscos ambientais, éticos e sociais podem colocar a companhia em xeque, prejudicar os ativos e afetar valor e credibilidade da empresa’’. O documento deve cobrir tópicos que reflitam os impactos (positivos e negativos) econômicos, ambientais e sociais da companhia. “É preciso apresentar a informação do ano que passou, e também as metas. A proposta não é mostrar perfeição e, sim, transparência e disposição de mudança. A ideia é de aperfeiçoamento contínuo.’’ Um dos maiores desafios, segundo Vânia, é o engajamento interno. “Não adianta montar uma superestrutura de compliance e não engajar as pessoas para alterar a cultura. Muitas vezes, a empresa faz um ótimo relatório e não apresenta aos empregados.” O engajamento interno parece não ser um problema no caso da IHS Markit. Dyene Galantini, gerente de Marketing Global da empresa, mostrou como a companhia conseguiu consolidar uma estratégia sustentável: “A sustentabilidade faz parte do plano estratégico, dos objetivos, do desempenho, está na mente de todos os funcionários’’. A IHS está alinhada aos 17 objetivos de sustentabilidade da ONU, com ações como atitudes ecologicamente corretas no ambiente de trabalho e programas em que funcionários podem tirar até três dias de serviço para trabalhos voluntários. Tudo isso, segundo Dyene, é traduzido em crescimento e geração de valor: “Um funcionário feliz vai tratar os clientes com mais excelência. A última pessoa que se demitiu da IHS foi em 2014. Isso significa que estamos no caminho certo’’. ★

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NEWS

Tributação de multinacionais é tema de debate AmCham Rio discute impacto do Beps nas empresas brasileiras Yasmin Caminha

comunicacao@amchamrio.com

A

s novas diretrizes para cobrança internacional de impostos foram tema do evento Beps: o Seu CFO Está Preparado?, promovido pelo Subcomitê Tributário da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), no dia 23 de junho. Com palestras de Gustavo Carmona, diretor executivo de Tributação Internacional da EY, e Marcus Vinicius Vidal Pontes, superintendente da 7ª Região Fiscal da Secretaria da Receita Federal do Brasil, o evento foi moderado por Ana Luisa Siqueira, advogada sênior do Gaia, Silva, Gaede & Associados Advogados. Ana Luisa falou da importância das ações do Beps (base erosion and profit shifting, ou erosão de base tributável e transferência de lucros): “O objetivo final é atrair a tributação para o Estado que gerou a renda. A intenção é não ter esse fluxo de capital migrando para o exterior e evitar a dupla tributação’’, disse. “O OBJETIVO FINAL É ATRAIR A TRIBUTAÇÃO PARA O ESTADO QUE GEROU A RENDA”

Gustavo Carmona falou sobre a adaptação do Beps para implantação no Brasil. Segundo ele, o País adotou os chamados “padrões mínimos’’, conjunto de quatro práticas fiscais entre as 15 ações que fazem parte do projeto. Dessas quatro, a de maior impacto no Brasil é a que trata da Declaração País a País, relatório anual com informações sobre localização de atividades, alocação global de renda e impostos pagos e devidos pelas empresas em território nacional. O Brasil foi o primeiro país a apresentar o documento, entregue em 31 de julho. A palestra de Pontes abordou o desenvolvimento de um instrumento multilateral que auxilie na integração e adequação das convenções dos países participantes, para que estes fiquem em conformidade com o projeto. Ele representou o Brasil na negociação do acordo na Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE. “Tive a experiência de trabalhar na equipe do Beps em outubro de 2014. Foram três anos participando de uma equipe da Receita Federal na OCDE. Nos dois primeiros anos, desenvolvemos os planos de ação e, no terceiro, negociamos o acordo multilateral”, afirmou o superintendente. Os 15 planos de ação do projeto estão subdivididos em conjuntos de coerência, substância e transparência. Esse trinômio, segundo Pontes, atende à “necessidade de manter um nível de competição mais igualitário entre os países em termos tributários”. Os dois palestrantes concordaram que é um desafio elaborar um projeto desse porte com participação de cem países. Pontes disse que chegou a duvidar de que fosse possível negociá-lo em um ano. Já para Carmona, o sucesso do Beps seria equivalente a “ganhar um Nobel da Paz’’, diante da dificuldade de se chegar a um documento final que atendesse a diferentes opiniões e interesses econômicos. 

ANA LUISA SIQUEIRA, ADVOGADA SÊNIOR DO GAIA, SILVA, GAEDE & ASSOCIADOS ADVOGADOS

Marcus Vinícius Vidal Pontes, superintendente da 7ª Região Fiscal da Secretaria da Receita Federal; Ana Luisa Siqueira, advogada sênior do Gaia, Silva, Gaede & Associados Advogados; e Gustavo Carmona, diretor executivo de Tributação Internacional da EY

32_Edição 301_jul/ago/set 2017

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Encontro na AmCham Rio teve como objetivo ajudar no combate à violência no Estado Yasmin Pires

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Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) liderou encontro entre câmaras de comércio, entidades de classe e associações empresariais, no dia 2 de agosto, para discutir medidas efetivas de combate à violência no Estado. O objetivo é colaborar com o poder público na criação de um plano de segurança eficaz de longo prazo. A reunião foi conduzida pelo presidente da AmCham Rio, Pedro Almeida, e pelo cônsul-geral dos Estados Unidos no Brasil, James Story. Segundo Almeida, a proposta é criar um grupo de trabalho com representantes de cada entidade e especialistas no assunto para elaborar uma agenda propositiva de combate à violência, fator que ameaça a estabilidade social e atração dos investimentos em momento de retomada da economia brasileira. 34_Edição 301_jul/ago/set 2017

“Eu gostaria que nossa contribuição fosse maior, não apenas a representatividade, a voz, e que pudéssemos realmente fazer uma pauta diferenciada”, afirmou Almeida, ressaltando que é fundamental que o grupo reúna pessoas com perfis e características determinantes para o sucesso do trabalho. “Direcionamento estratégico, vontade, tudo isso nós temos. Precisamos também de pessoas com espírito empreendedor e conhecimento especializado. Temos que ter verdadeiros campeões fazendo parte desse projeto”, explicou. James Story, que exerceu durante três anos a chefia do Departamento de Combate ao Narcotráfico e Aplicação da Lei em Bogotá, Colômbia, ressaltou a importância de elaborar um plano por etapas e com visão estratégica a fim de garantir um bom resultado. “Definir o problema, saber aonde se quer chegar e começar a pensar que ações podemos fazer já, logo.” O encontro teve a presença de representantes de câmaras de comércio da França, da Itália, do Japão, da Noruega e de Portugal, entidades de classes como Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro, Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Federação das Câmaras de Comércio Exterior e instituições de fomento como Rio Negócios e Rio Convention & Visitors Bureau. O debate incluiu experiências e práticas internacionais que podem ser acrescidas ao plano estratégico de combate à violência no Rio de Janeiro.

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NEWS

Encontro tirou dúvidas sobre programa de regularização tributária A convite do Subcomitê Tributário, especialistas avaliaram condições especiais para renegociação de dívidas Yasmin Pires

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U

m dos pontos fundamentais para a retomada de negócios em um cenário de crise é a regularização de débitos. Por isso, o Subcomitê Tributário da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) promoveu, dia 11 de agosto, encontro sobre o novo Programa Especial de Regularização Tributária – Pert . Na ocasião, empresários puderam tirar dúvidas e decidir se iriam aderir ou não ao Pert. O prazo terminou em 31 de agosto. Com abertura de Gerson Stocco, vice-presidente do subcomitê, o evento teve como objetivo discutir os principais pontos da medida. As palestras foram realizadas por Alcina dos Santos Alves, procuradora-chefe da Dívida Ativa da União, da Procuradoria Regional da Fazenda Nacional – 2ª região; Alexandre Lima Moreira, analista tributário da Receita Federal; e Mario Graziani Prada, sócio do Machado Meyer Sendacz, Opice e Falcão Advogados. A moderação foi de Adriana Costa, diretora de Impostos da Domingues e Pinho Contadores.

Transferência de tecnologia tem papel estratégico Alexandre Lima Moreira, da Receita Federal; Adriana Costa, da DPC; Alcina dos Santos Alves, da Produradoria Regional da Fazenda Nacional; Mario Graziani Prada, do Machado Meyer Sedacz, Opice e Falcão Advogados; e Gerson Stocco, vice-presidente do Subcomitê Tributário

Segundo as regras do Pert, os contribuintes que apresentaram requerimento até 31 de agosto poderão liquidar dívidas com a Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda vencidas até 30 de abril de 2017. Tanto a adesão ao Pert como a desistência podiam ser feitas pelo próprio e-CAC, no site da Procuradoria da Fazenda. Segundo Alcina, foi dada atenção especial ao canal de dúvidas: “Nos parcelamentos anteriores, tivemos dificuldades em relação às informações, mas no Pert estamos realmente conduzindo de forma exemplar a questão das informações no site. No canal de dúvidas, é possível ter acesso às notas de esclarecimentos de números 1 e 2 de 2017. A primeira trata de todos os erros já mapeados até agora e os erros que já foram solucionados”, afirmou. Já a segunda divulga todos os canais de atendimento. Na segunda palestra, Alexandre Moreira explicou que no Pert podem ser liquidados débitos de natureza tributária ou não tributária, vencidos até 30 de abril de 2017, de pessoas físicas e jurídicas. O advogado Mario Graziani Prada lembrou que, para incluir no programa débitos em discussão administrativa ou judicial, é necessário desistir previamente de impugnações, recursos administrativos, ações judiciais e renunciar a quaisquer alegações de direito. Ele também esclareceu dúvidas sobre desistência parcial, multa qualificada, débitos não constituídos e riscos de exclusão do Pert, entre outros assuntos.★

Noite dedicada ao networking no Sheraton Rio Segunda edição do Sunset Networking movimentou o Dry Martini Bar Yasmin Caminha

comunicacao@amchamrio.com

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o dia 22 de junho, o Sheraton Grand Rio recebeu o Sunset Networking – Winter Edition, o evento de relacionamento exclusivo para associados da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio). Entre conversas e trocas de cartões, os executivos puderam aproveitar o welcome drink e os petiscos oferecidos pelo Dry Martini Bar, onde aconteceu o happy hour de negócios. Participaram da segunda edição do evento as empresas iBlue Consulting, Cabify, Algar Telecom, DOF Brasil, Bastos-Tigre Coelho da Rocha, Lopes e Freitas Advogados, MXM Sistemas, Mundivisas, Sequoia Foundation, Amil, AC Hotel Porto Maravilha, Med-Rio Check-Up, Colliers International do Brasil, SulAmérica Seguros, TMF Brasil, RioTravel, Hilton Barra e Mazars Cabrera. O Sheraton Grand Rio patrocinou o evento.★ 36_Edição 301_jul/ago/set 2017

Evento reuniu especialistas para discutir importância do estímulo à pesquisa e inovação Yasmin Pires

comunicacao@amchamrio.com

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o dia 16 de agosto, o Subcomitê de Propriedade Intelectual realizou o Ideas Exchange com o tema “A transferência de tecnologia no cenário brasileiro”. Foram debatidos a dinâmica de contratação no Brasil e o papel estratégico da transferência de tecnologia na promoção de desenvolvimento e competitividade. O evento, aberto por Andreia Gomes, vice-presidente do subcomitê e sócia da TozziniFreire Advogados, teve palestra de Fabiano Gallindo, especialista de inovação da Firjan; Pedro Barroso, sócio do escritório BMA Advogados e membro do Subcomitê de PI; e Dirceu Teruya, coordenador-geral de contratos de tecnologia do INPI. A moderação foi de Isabel Boardman, associada do Veirano Advogados e membro do subcomitê. Gallindo ressaltou que, embora o Rio de Janeiro seja um cenário excelente para a área de inovação, as instituições não têm hábito de trabalho em conjunto. “Temos 67 universidades particulares, da região de Paraty ao norte do Estado, e três agências públicas de fomento. Somos sede do BNDES, maior banco da América Latina; da Finep, maior financiadora de estudos e projetos inovadores do Brasil; e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – Faperj. E ainda temos dez universidades públicas, 26 incubadoras e três parques tecnológicos”, afirmou. “AINDA EXISTE O MITO DE QUE O EMPRESÁRIO PRECISA SABER TUDO. NA VERDADE, ELE PODE BUSCAR PARCERIAS COM UNIVERSIDADES. ESSE É O NOSSO MAIOR DESAFIO” FABIANO GALLINDO, DA FIRJAN

Segundo ele, mesmo empresas de grande porte carecem de mão de obra qualificada e de todos os ativos de conhecimento necessários para fazer acontecer a inovação dos próximos anos. “Ainda existe o mito de que o empresário precisa saber tudo. Na verdade, ele pode buscar parcerias com o núcleo de inovação tecnológica das universidades. Esse é o nosso maior desafio”, explicou. Um dos tópicos abordados por Barroso foram os contratos de transferência de tecnologia. “Entre esses contratos, podemos mencionar os de cessão e licença de marcas, patentes e direitos industriais, de fornecimento de tecnologia e de serviços de assistência técnica, que também implicam transferência de tecnologia.” Já Teruya explicou os procedimentos para averbação de licenciamento e cessão de direitos de propriedade industrial e topografia de circuito integrado e o registro dos contratos de serviços de assistência técnica e científica, fornecimento de tecnologia e franquia. Ele informou que, desde 1º de janeiro, pedidos de averbação ou registro devem ser apresentados por qualquer uma das partes, com os documentos necessários, além de protocolados por formulário eletrônico, conforme a Resolução nº 170/2017, do INPI. Gallindo destacou as etapas que considera essenciais em projetos de inovação: descrever a empresa, a universidade com que pretende fazer parceria, o produto ou processo inovador, o público-alvo e os recursos financeiros. Além disso, é fundamental avaliar o impacto do projeto em geração de renda, emprego e imposto. ★

Fabiano Gallindo, da Firjan; Isabel Boardman, do Veirano Advogados; Dirceu Teruya, do INPI; e Andreia Gomes, do Subcomitê de Propriedade Intelectual

Edição 301_Brazilian Business_37


OVERVIEW

POR DENTRO DA CÂMARA

Novos Sócios

PESQUISA REVELA TOM MAIS OTIMISTA DOS CEOS A pesquisa Global CEO KPMG, a mais relevante feita pela companhia, com entrevistas a 1.300 líderes empresariais no mundo, mostrou que brasileiros apostam em investimentos para continuar crescendo. A pesquisa ouviu 50 CEOs do País que, na maioria (58%), estão à frente de companhias com faturamento entre US$ 1 bilhão e US$ 9,9 bilhões. Pela primeira vez, o levantamento fez um recorte comparando Brasil e América Latina. Apesar da crise, 30% dos CEOs brasileiros se mostram confiantes em relação ao crescimento do País nos próximos 12 meses. No caso dos CEOs latino-americanos (foram ouvidos 221 deles, de 16 países), o percentual é de 39%. Em relação ao crescimento da economia global, os CEOs brasileiros são mais otimistas: 72% se mostram confiantes. Na América Latina, o percentual é de 41%. O levantamento aponta ainda que 86% dos CEOs do Brasil pretendem fazer investimentos significativos nos próximos anos, sobretudo em infraestrutura física. No caso de América Latina, o percentual é bem mais baixo: 52%. Outro dado da pesquisa da KPMG é que 62% dos CEOs brasileiros entrevistados acham que o governo de Donald Trump terá efeitos positivos sobre o crescimento da economia americana.

Associação Sequoia Foundation Patricia de Oliveira Machado Diretora Executiva Av. Fernando Matos, 280/2°, sala 207 Barra da Tijuca – 22621-090 Rio de Janeiro – RJ (21) 2493-4848 patricia@sqafoundation.org sqafoundation.org

Huawei do Brasil Telecomunicações Ltda. Tyler Du Diretor da Indústria de Energia e Minas Av. João Cabral de Melo Neto, 400/8° Barra da Tijuca – 22775-057 Rio de Janeiro – RJ (21) 2586-2500 tyler.du@huawei.com huawei.com

Com a crise, prefeituras têm o patamar mais baixo de investimentos em 11 anos Apesar de responder por um quarto da carga tributária brasileira, com montante de R$ 461 bilhões, as prefeituras realizaram, em 2016, o menor percentual de investimentos em 11 anos. Em 2016, elas investiram, em média, apenas 6,8% dos orçamentos em escolas, hospitais, pavimentação de ruas e recuperação de espaços públicos, entre outros. O índice é surpreendentemente baixo, considerando que 2016 foi ano de eleições e, nesse período, prefeitos costumam turbinar investimentos para garantir reeleição ou conseguir eleger sucessores. Em geral, no último ano de mandato, são investidos valores, em média, 20% maiores do que nos três anos anteriores. As informações são da mais recente edição do Índice Firjan de Gestão Fiscal – IFGF, divulgado, no dia 10 de agosto, pelo Sistema Firjan, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, com base em dados oficiais declarados pelas prefeituras à Secretaria do Tesouro Nacional – STN. De acordo com a Firjan, um dos principais problemas dos municípios é o elevado comprometimento do orçamento com despesas obrigatórias, entre elas o pagamento do funcionalismo público. Com a crise e a consequente queda na arrecadação de tributos, o quadro só se agrava. 38_Edição 301_jul/ago/set 2017

Um longo caminho para a igualdade de gênero Apesar do alerta do Fórum Econômico Mundial de que serão necessários 170 anos para que as empresas ofereçam igualdade de gênero em postos de trabalho, ainda há pouco sendo feito. Pesquisa da EY mostra que mais da metade dos executivos concordam que a presença de mulheres em cargos de liderança melhora o desempenho das companhias. No entanto, apenas 18% dos entrevistados estruturaram programas formais para identificar e desenvolver mulheres para liderança. O estudo da EY foi realizado no contexto da plataforma Women. Fast forward. O levantamento aponta que, apesar de os líderes empresariais assumirem que a questão está “quase resolvida”, há pouco progresso nas próprias empresas que controlam. Dos respondentes, quase metade (43%) dos homens afirmaram que um dos problemas para a promoção das mulheres era a falta de candidatas. Já entre mulheres, só 7% concordaram que esse era o maior obstáculo.

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Nasce uma nova gigante no setor de petróleo Por US$ 23 bilhões, a Divisão de Petróleo e Gás da General Electric – GE adquiriu a companhia de serviços petrolíferos Baker Hughes, criando a segunda maior empresa de serviços de campo de petróleo do mundo, a BHGE. A nova companhia terá dupla sede, em Houston e Londres. A informação foi divulgada pela agência de notícias chinesa Xinhua. Com a operação, a Baker Hughes praticamente dobra de tamanho, passando a ter 70 mil funcionários, em 120 países. A companhia será conhecida como “Baker Hughes, uma empresa da GE” e terá quatro divisões: serviços petrolíferos, equipamentos petrolíferos, soluções digitais e de turbomáquinas e processos.

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QUEM SOMOS COMITÊ EXECUTIVO

DIRETORES

DIRETORES EX-OFÍCIO

PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente América Latina, IBM Brasil

Alexandre de Botton_Sócio-diretor, Korn Ferry

1º. VICE-PRESIDENTE Robson Goulart Barreto_ Sócio, Veirano Advogados

Antonio Carlos Worms Till_Presidente, Vita Check-up Center

2º. VICE-PRESIDENTE Luiz Fernando Bertoncello_Vice-presidente Sênior de Operações e COO, Prudential do Brasil

Carlos Affonso S. d’Albuquerque_CEO, Valid

Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Gabriella lcaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Henrique Rzezinski | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Rafael Sampaio da Motta | Roberto Prisco Paraíso Ramos | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy

3º. VICE-PRESIDENTE Fábio Maia _Diretor Comercial, Amil DIRETOR-SECRETÁRIO João César Lima_Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros DIRETOR FINANCEIRO Carlos Affonso S. d’Albuquerque_CEO, Valid CONSELHEIRO JURÍDICO Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados EX-PRESIDENTES Rafael Sampaio da Motta; Henrique Rzezinski; Roberto Ramos

Alexandre de Oliveira Lobo Cavalcanti_Diretor de Vendas Rio e Norte do Brasil, American Airlines

Carlos Eduardo Caruso Ferreira_CEO, CSM do Brasil Marketing Esportivo Carlos Eduardo Sarkovas_Diretor Executivo, Bradesco Seguros Carlos Otavio Quintella_Diretor Executivo do Centro de Estudos de Energia, FGV Energia Claudette Marie Christian_Sócia-representante, Hogan Lovells Consultores em Direito Estrangeiro

DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO

Fábio Maia _Diretor Comercial, Amil

PRESIDENTE Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda.

Fernanda Leitão_Tabeliã, 15º Ofício de Notas Gilberto Ururahy_Diretor Médico, Med-Rio Check-Up Italo Mazzoni_Presidente, Ibeu Javier La Rosa_Presidente, Chevron Brasil

PRESIDENTES DE HONRA

João César Lima_Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

Sergio Amaral_Embaixador do Brasil nos EUA

José Alberto Benamor_Diretor Global, Citibank

P. Michael McKinley_Embaixador dos EUA no Brasil

José Firmo_Vice-presidente Sênior, Seadrill

PRESIDENTES DE COMITÊS Assuntos Jurídicos – Julian Chediak_Sócio, Chediak Advogados Propriedade Intelectual – Andreia de Andrade Gomes_Advogada, TozziniFreire Advogados Tributário – Gerson Stocco_Sócio, Gaia, Silva, Gaede & Associados Advogados

Luis Carlos Patrão Novo_Sócio, TMF Group Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados Luiz Fernando Bertoncello_Vice-presidente Sênior de Operações e COO, Prudential do Brasil Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores Manuel Fernandes_Sócio, KPMG

VICE-PRESIDENTE Fabio Brasileiro_Diretor, Vale S.A. DIRETORES Bruno Moreira Giestas_Diretor de Marketing, Realcafé Solúvel do Brasil S.A. Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor, Rede Gazeta João Carlos Pedrosa da Fonseca_Superintendente, Rede Tribuna Márcio Brotto Barros_Presidente, Bergi Advocacia

Energia – Manuel Fernandes_Sócio, KPMG

Mauricio J. Vianna e Silva_CEO, MJV Technology & Innovation

Marketing – Noel De Simone_Sócio, Casa da Criação

Noel De Simone_Sócio, Casa da Criação

Marcílio Rodrigues Machado_Negócios Internacionais

Meio Ambiente – Kárim Ozon_Sócia, Chediak Advogados

Patrício Marques Roche_Sócio, PwC

Marcos Guerra_Presidente, Findes

Petróleo e Gás – Ana Lopes_Relações Governamentais e Públicas, Chevron Brasil Recursos Humanos – Claudia Danienne Marchi_ CEO, Degoothi Consulting Saúde – Gilberto Ururahy_Diretor Médico, Med-Rio Check-Up Seguros, Resseguros e Previdência – Acacio Queiroz Sustentabilidade – Renata Chagas_Gerente de Comunicação e Sustentabilidade, Prudential do Brasil Grupo de Trabalho de Licenciamento Ambiental – Luiz Gustavo Bezerra_ Sócio, Mattos Filho Advogados Tecnologia da Informação e Comunicação – Gustavo Moreira_Responsável pela filial do Rio de Janeiro, IBM Brasil Turismo e Negócios – Alexandre Cavalcanti_ Diretor de Vendas Rio e Norte do Brasil, American Airlines INICIATIVAS Indústria Criativa e Cultura – Steve Solot_ Presidente, Latin American Training Center – LATC Relações Governamentais – João César Lima_ Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

40_Edição 301_jul/ago/set 2017

Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente América Latina, IBM Brasil Regina Oliveira_Diretora Comercial para América Latina, Dow Brasil Roberto Simões_CEO, Odebrecht Óleo & Gás Robson Goulart Barreto_Sócio, Veirano Advogados Rogério Mendonça_Presidente & CEO América Latina, GE Óleo & Gás Sérgio de Oliveira Duarte_Presidente, Vitalis Indústria de Alimentos Solange Zaquem_Diretora Comercial, SulAmérica Seguros Steve Solot_Presidente & CEO, Latin American Training Center – LATC

Maria Alice Paoliello Lindenberg_Relações Governamentais Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco Mineração Rodrigo Loureiro Martins_Advogado, Sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins Simone Chieppe Moura_Diretora-geral, Metropolitana Transportes e Serviços Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci

LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO Gerência Executiva: Nadia Stanzig (21) 3213-9231 | nadiastanzig@amchamrio.com Administração e Finanças: Liliane Ponte (21) 3213-9212 | liliane@amchamrio.com Comunicação: Vanessa Barros (21) 3213-9230 | vanessabarros@amchamrio.com Associação e Comercial: Felipe Tavares (21) 3213-9294 | felipetavares@amchamrio.com

LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES

Diretor Executivo: Luiz Fernando Mello Leitão (27) 99972-5933 | leitao@amchames.com



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