Revista Alimentação Animal nº 109

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL EDITORIAL

SEJAM BEM-VINDOS AOS 50 ANOS DA IACA

José Romão Braz Presidente da IACA

ÍNDICE 03 EDITORIAL 06 ORADORES A VISÃO DOS 12 PATROCINADORES 30 TESTEMUNHOS ASSOCIADOS DA 46 IACA DESDE 1969 48 PARCERIAS 50 INVESTIGAÇÃO 56 SPMA NOTÍCIAS 58 DAS EMPRESAS 62 NOTÍCIAS 66 AGENDA

Sejam bem-vindos à comemoração dos 50 Anos da nossa Associação e em especial à Conferência “Passado, Presente e Futuro: Uma Indústria preparada para os Desafios da Sociedade” seguida do Jantar de Gala, e com muitas surpresas. A realização do evento no magnífico Convento do Beato, justifica-se não só pelas condições que oferece para tão digna celebração, mas também pela histórica ligação do local à indústria de moagem, parceiro a quem desde há muito valorizamos os coprodutos, num verdadeiro exemplo de Economia Circular, muito antes deste conceito estar na agenda política e mediática. Nada é por acaso, e este detalhe demonstra o empenhamento que o nosso Sector tem em abraçar os desafios Societais, colaborando com os diversos stakeholders – associados, outras associações, a montante e a jusante, com a academia ou a investigação, o sistema científico e as autoridades oficiais – , na procura de soluções para um futuro e desenvolvimento assentes na Sustentabilidade. Como é por demais conhecido por quem segue o que fazemos no dia-a-dia, o aprovisionamento e nutrição sustentáveis, como um dos pilares da Visão 2030 do nosso sector, é uma das respostas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Neste ponto, temas como a dieta mediterrânea, que é apontada como exemplo de uma dieta saudável e sustentável, está na ordem do dia, bem como a promoção de alterações aos hábitos de consumo, e uma cada vez maior exigência dos consumidores para que a indústria estabeleça métricas, ou metodologias, que garantam a sustentabilidade tendo por base a ética e não apenas a legislação; temos a perceção de que as políticas de subsídios agrícolas terão cada vez mais em conta, não apenas a produção, mas a sustentabilidade das produções através da contabilização do “verdadeiro” custo da alimentação; na alimentação animal como forma de sermos mais sustentáveis, há que olhar também para a introdução de insetos como fonte de proteína e outros nutrientes, obtidos através do processamento de desperdícios alimentares; também já é claro que diversos modos de produção de carne e produtos de origem animal são necessários, não só como forma de aproveitamento de muitos coprodutos e obtenção de proteína altamente eficiente, como por exemplo, temos regiões do mundo e do nosso pais, onde o pastoreio é essencial e a única forma de garantir rendimento e produção de riqueza de uma forma sustentável; por outro lado, a chamada “carne de laboratório” não é uma solução contra a carne, pois não parece resolver todas as questões nem garantir o equilíbrio que a produção animal nos oferece, mas representa uma das repostas para um crescente número de flexitarians, que se sentem mais ambientalmente sustentáveis, se reduzirem o consumo de carne por fontes alternativas de proteína. Todas estas tendências são compatíveis com algumas das respostas que obtivemos no Estudo de Reputação do Setor da Alimentação Animal, realizado este ano pela IACA, das quais destacaria as seguintes: – Os Portugueses concordam com a importância da indústria pecuária, à qual se dirige a maioria dos produtos de alimentação animal em Portugal, e consideram que é um setor que merece investimento e modernização; – Três em cada quatro Portugueses não tinha conhecimento da reciclagem de produtos derivados da alimentação humana na alimentação animal. Aproximadamente a mesma percentagem considera que este sector é relevante para o país, e que é importante reduzir a pegada ambiental do mesmo; – A quase totalidade dos Portugueses consome carne várias vezes por semana; ¼ consome este produto todos os dias. O peixe é consumido com menor frequência, embora estejam em maioria aqueles que o consomem mais que uma vez por semana; o leite tem o consumo mais polarizado: tende a ser consumido todos os dias ou não ser consumido de todo. Os ovos são tendencialmente consumidos entre 1 a 4 vezes por semana. Temos que projetar os próximos 50 anos, e um dos dados mais importantes é de que o Planeta terra terá em 2050 cerca de 10.000 milhões de habitantes e teremos de ser capazes de produzir alimentos seguros e de forma sustentável para todos eles. Para quem tem a felicidade de estar no sector agroalimentar, o futuro só poderá ser risonho! Saibamos assumir as responsabilidades e o nosso papel na Sociedade. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TEMA DE CAPA

Celebração

50.º Aniversário Patrocinadores

Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais

25 de outubro de 2019 Convento do Beato Lisboa

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Conferência e Jantar de Gala Passado, Presente e Futuro: Uma Indústria preparada para os Desafios da Sociedade 25.outubro.2019

Lisboa – Convento do Beato Rua do Beato, 48 • 1950-427 Lisboa • Portugal • www.conventodobeato.com

13:00 – 14:30 h Receção dos participantes Sessão de Abertura 14:30 – 15:00 h José Romão Braz, IACA, Nick Major, FEFAC e Luís Capoulas Santos, Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural Perceção e Realidade: Uma Indústria campeã da economia circular, competitividade e eficiência Manuel Chaveiro Soares (IACA), moderador US Soy Brent Babb, USSEC Perceção e realidade: A Indústria da Alimentação Animal vista pela Sociedade António Gomes, GfK Perceção e realidade: Uma Indústria pioneira no Setor Agroalimentar Ana Paula Marques, Grupo Valouro 15:00 - 16:45 h

Sustentabilidade na Produção Animal Matteo Crovetto, USSEC Soluções nutriconais inovadoras para garantir a sustentabilidade da Indústria pecuária na UE Nicolas Martin, Ajinomoto Novas Técnicas de Melhoramento de Plantas (NBT) e Aprovisionamento de matérias-primas: Realidade e perspetivas Clara Serrano, CORTEVA

16:45 - 17:00 h

Debate

17:00 - 17:30 h

Intervalo para café Mesa Redonda “Como Preparar as Empresas para os Desafios da Sociedade” Alexander Döring (FEFAC), moderador

José Romão Braz, Grupo Finançor Nick Major, ForFarmers António Isidoro, Sorgal/Soja de Portugal Pedro Cordero, Nanta 17:30 – 19:00 h Cristina de Sousa, Raporal Jean-Michel Boussit, Axereal-Elevage Avelino Gaspar, Racentro/Lusiaves Co de Heus, De Heus 19:00 - 19:30 h

Sessão de Encerramento José Romão Braz, IACA, Jorge Henriques, FIPA, Embaixador dos EUA em Portugal George E. Glass, Mensagem de Sua Excelência o Presidente da República

19:45 - 20:30 h Cocktail de Boas-vindas 20:30 h

Jantar de Gala com Espetáculo “Luz” de Cuca Roseta

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL ORADORES

Manuel Chaveiro Soares,

Manuel Chaveiro Soares formou-se em Engenharia Agronómica e obteve o seu doutoramento em Agronomia pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa. Nos últimos 41 anos, tem desenvolvido a sua carreira profissional na área da Produção Animal e os seus principais artigos científicos tem sido publicados na área da avicultura. Presentemente, trabalha como nutricionista e gestor de avicultura, maioritariamente, numa grande empresa de multiplicação avícola do Grupo Valouro. Também trabalhou no Departamento de Nutrição da Roche Pharmaceutical Company em Lisboa e como Professor de Nutrição Animal e Produção avícola no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa. Ocupou o cargo de Presidente do Colégio de Engenheiros Agrónomos e de Diretor da IACA.

IACA

Brent Babb USSEC

Brent Babb formou-se em Administração de Empresas pela Murray State University e obteve o seu mestrado em marketing pela Webster University. Nos últimos 20 anos, trabalhou em prol dos produtores de soja dos Estados Unidos da América promovendo as exportações de soja dos E.U.A. através das várias funções que desempenhou na USSEC – Conselho de Exportação de Soja dos E.U.A. e na Associação Americana de Soja. Atualmente, desempenha funções como Diretor Regional da Europa e Médio-Oriente/ Norte de África na USSEC e lidera os programas de marketing que trabalham em estreita colaboração com os agricultores dos E.U.A., o USDA-FAS, a indústria de exportação dos E.U.A. e os compradores de soja em todo o mundo. Liderou o desenvolvimento do Protocolo de Garantia da Sustentabilidade da Soja dos E.U.A. (SSAP), delineando o programa nacional de conservação utilizado pelos produtores de soja dos E.U.A.

António Gomes é licenciado em Sociologia. Tem mais de 20 anos de experiência em Marketing Research, tendo como principal expertise avaliação, análise e integração dos estudos de mercado em âmbito do “problema" de negócio e de marketing dos Clientes, nas mais diferentes áreas, com destaque para a área de Healthcare. Presentemente, é Diretor Geral da GfK Metris e tem vasta experiência em docência académica. Tem participação ativa nos mais variados congressos e seminários, nos mais diversos setores. Foi Presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Estudo de Mercado e de Opinião (APODEMO). António Gomes GfK Metris

Ana Paula Marques Grupo Valouro

Matteo Crovetto Universidade de Milão – USSEC 6 |

Ana Paula Marques é licenciada em Ciências Históricas pela Universidade Autónoma de Lisboa com uma Pós-Graduação em Segurança Alimentar, pela Escola Superior de Biotecnologia, da Universidade Católica Portuguesa. Com uma experiência profissional de mais de 20 anos, iniciou as suas funções na Rações Valouro, S.A. como Responsável Comercial. Ao longo dos anos tem desempenhado diferentes atividades nas áreas de licenciamento, qualidade, ambiente e segurança alimentar. Atualmente é a Responsável da Qualidade e Segurança Alimentar e superintende a área Saúde e Segurança no Trabalho, na Rações Valouro, S.A., acumulando a responsabilidade da área Ambiental, das instalações fabris da Marteleira e do Ramalhal. Colaborou com a IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais ao integrar vários Grupos de Trabalho responsáveis pela tradução de normas e manuais relevantes para o Setor.

G. Matteo Crovetto é formado em Ciências Agrícolas. Tem desenvolvido investigação científica na área da avaliação de forragens/alimentos para animais, alimentação e nutrição de suínos e bovinos de leite, com um interesse particular na sustentabilidade ambiental. Trabalha há mais de 30 anos na Università degli Studi de Milão. Atualmente, é professor de Nutrição e Alimentação Animal no departamento de Ciências Agrícolas e Ambientais da Università degli Studi de Milão. Também leciona as disciplinas de “Produção animal e ambiente" e “Cooperação Internacional e Sistemas de culturas – produção pecuária". Foi Presidente da CeLIM Milano, organização sem fins lucrativos envolvida em projetos de desenvolvimento agrícola em alguns países africanos e dos Balcãs, durante 20 anos. Nicolas Martin formou-se em Agronomia pelo Instituto Nacional de Agronomia em Paris, com uma especialização em economia.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL ORADORES

Tem desenvolvido a sua atividade profissional na área da sustentabilidade e mercados agrícolas e, atualmente, ocupa o cargo de Diretor de Sustentabilidade na Ajinomoto. Trabalhou como Responsável pelos Assuntos Europeus da FEFAC – Federação Europeia dos Fabricantes de Alimentos Compostos para Animais e colaborou com a Associação Francesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais. Tendo iniciado a sua atividade profissional no setor dos lacticínios em análise de mercados e marketing. Nicolas Martin Ajinomoto

Clara Serrano formou-se em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa. Iniciou a sua carreira profissional em diversas empresas agrícolas e departamentos universitários em Portugal. A sua carreira de mais de 30 anos abrange um vasto leque de atividades agrícolas, proteção de plantas e funções regulamentares em Portugal, Espanha e Itália, até à sua atual posição na Suíça. Atualmente é Líder Regional de Marketing da Corteva Agriscience™ e participa em diversos fóruns empresariais. Foi Presidente da Assembleia Geral da ANIPLA, representou a DuPont IBERICA na Direção da AEPLA e representou a DuPont Italiana na Agrofarma. Clara Serrano CORTEVA

Alexander Döring formou-se em Economia Agrícola pela Universidade de Bona. Tem mais de 20 anos de experiência na gestão e análise das questões europeias. Atualmente, é Secretário-Geral da FEFAC – Federação Europeia dos Fabricantes de Alimentos Compostos para Animais e tem participado regularmente nos Grupos de Diálogo Civil e de Aconselhamento da DG AGRI (Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural) e da DG SANTE (Direção-Geral de Saúde e Segurança dos Alimentos), nas plataformas das partes interessadas da AESA (Autoridade Europeia da Segurança Alimentar), em seminários e workshops de treino em Higiene nos Alimentos para Animais do FVO (Gabinete de Alimentos Alexander Döring FEFAC

e Veterinária) e em workshops sobre Gestão da Segurança dos Alimentos para Animais da TAIEX (Instrumento de Assistência Técnica e Troca de Informação). Tem participado em reuniões de instituições internacionais, tais como o Codex Alimentarius, FAO, OIE e IFIF.

José Romão Braz licenciou-se em Engenharia e Gestão Industrial, pelo Instituto Superior Técnico. Com uma experiência profissional de mais de 20 anos, iniciou a sua actividade profissional na Procter&Gamble Portugal, S.A., como Account Representative no departamento Customer Business Development (Direção Comercial). É atualmente Vice-Presidente do Grupo Finançor, o qual atua nos sectores da Indústria Agroalimentar e Turismo, sendo líder nos Açores nas suas principais áreas de negócio, através de várias empresas que detém ou controla. Participa nos Conselhos de Administração de diversas empresas do grupo. José Romão Braz Grupo Finançor

É ainda, Presidente da Direção da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais, membro do Conselho da FEFAC (Federação Europeia dos Fabricantes de Alimentos Compostos para Animais), Presidente da Assembleia Geral da ALISP (Associação Livre dos Suinicultores Portugueses) e Cônsul Honorário da Holanda na Região Autónoma dos Açores.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL ORADORES

Nick Major formou-se em Tecnologia Agrícola na Harper Adams University no Reino Unido. Iniciou a sua carreira profissional de mais de 30 anos na empresa BOCM PAULS, a qual viria a fazer parte da ForFarmers, e, ao longo dos anos, desempenhou vários cargos dentro da empresa, desde vendas a diretor-geral a marketing em todos os grupos de espécies. Atualmente, é o Diretor de Assuntos Corporativos da ForFarmers, a empresa líder em alimentação animal na Europa. É ainda, Presidente da FEFAC – Federação Europeia dos Fabricantes de Alimentos Compostos para Animais e, Nick Major

como tal, participa na Direção e no comité Executivo da IFIF (Federação Internacional das Indústrias de Alimen-

ForFarmers N.V.

tos para Animais). Como representante da FEFAC presidiu ao Secretariado Técnico do PEF e preside o grupo do projeto GFLI EU. No Reino Unido, é Presidente da AIC (Confederação de Indústrias Agrícolas), membro do Comité Executivo da Alimentação Animal da AIC, Presidente do Comité de Sustentabilidade da AIC e Diretor Não-Executivo da CIE Livestock Limited.

António Isidoro é licenciado em Gestão com uma pós-graduação em “Internacionalização de Empresas". O seu percurso profissional, de mais de 20 anos, iniciou-se no sector da banca. Tendo assumido diversos cargos no quadro bancário do Montepio. Atualmente é Presidente do Conselho de Administração da Soja de Portugal e restantes participadas, onde se incluem a Sorgal, Avicasal e Savinor. Participa na Direção da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais, exercendo funções de Diretor Executivo. Faz parte dos Órgãos Sociais de diversas associações relacionadas António Isidoro

com a biotecnologia azul e a economia do mar. Está envolvido no setor da educação colaborando com institui-

Sorgal / Soja de Portugal

ções como a UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a AESE – Business School.

Pedro Cordero é licenciado em Veterinária pela Universidade Complutense de Madrid e tem um MBA pela Escola de Negócios da Câmara de Comércio de Valladolid. Com uma experiência profissional de 30 anos, iniciou as suas funções na Nanta como Responsável Técnico e Comercial de ruminantes na região de Castilla-y-León. Ao longo dos anos, tem desempenhado vários cargos dentro da empresa. Foi Diretor Regional Adjunto de Castilla-y-León e Diretor de Marketing de Agri. Atualmente, é Diretor-Geral da Nanta. Pedro Cordero Alimentação Animal Nanta, S.A.

Cristina de Sousa é licenciada em Engenharia Agrícola pela Universidade de Évora, frequentou o mestrado em Economia Agrária e Sociologia Rural pela Universidade Técnica de Lisboa e o “Programa Avançado de Gestão de Empresas Agropecuárias", uma formação de executivos pela Universidade Católica. A sua experiência profissional de mais de 25 anos iniciou-se no setor da banca, no qual supervisionou a análise do financiamento e crédito agrícola e agroindustrial. Desempenhou as funções de consultora de empresas do sector agropecuário e rações, para a área administrativa, financeira e de apoio ao investimento. Atualmente é Presidente do Conselho de Administração da Raporal, S.A., sócia da Lavrogados, Lda. e gerente Cristina de Sousa,

da Sociedade Agro-Pecuária Fazenda das Padeiras, Lda.

Raporal, S.A.

Participa na Direção da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais e é a sua representante no Praesidium da FEFAC e na Direção da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares.

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(www.andritz.com)

Jean-Michel Boussit é Engenheiro Agrónomo pela Lasalle-Beauvais e possui um MBA Executivo pelo Instituto Francês de Gestão. O seu extenso percurso profissional inclui uma estadia no mundo bancário no Chile, uma experiência como técnico de vendas e várias funções de gestão

(www.geelencounterflow.com)

(www.technipes.com)

Construtores / Instaladores Estruturas / Transportadores / Tubagens / Software Elétrico Moagem

Arrefecimento

nas áreas de agricultura e nutrição animal. Atualmente, é Diretor da divisão de alimentação animal da Axereal, grupo cooperativo agrícola e agroindustrial. Esta divisão inclui 4 atividades diferenJean-Michel Boussit

tes, que são: produção de alimentos compostos para animais, organização de

Axereal-Elevage

produção avícola, edifícios e equipamentos para avicultura.

Granulação

Ensaque

É Presidente da EuroFac – a Representação Europeia da Nutrição Animal Francesa, representando esta associação ao nível europeu, vice-presidente da SNIA (Associação Francesa de Fabricantes de Alimentos para Animais) e está envolvido na OQUALIM (associação encarregada da segurança sanitária

LINHAS DE PROCESSO AGRO-INDÚSTRIA / ALIMENTO COMPOSTO ANIMAIS FERTILIZANTE ORGÂNICO / COMPOSTO ORGÂNICO BIOMASSA / PELLETS / ENERGIA

dos alimentos para animais desenvolvida por e para os produtores franceses de pré-misturas, alimentos compostos e minerais para animais).

Avelino da Mota Gaspar é, atualmente, o Presidente do Conselho de Administração do Grupo Lusiaves, Grupo que criou há 33 anos, com a aquisição de um pequeno aviário na Marinha das Ondas que se veio a tornar, mais tarde, líder de mercado do setor avícola e agroalimentar em Portugal. Participa na Direção da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais, depois de ter sido seu Presidente da Assembleia-Geral, no Mandato de 2015-2017. É ainda membro da Direção da Avelino Gaspar

ANCAVE – Associação Nacional de Centros de Abate de Aves e da FEPASA

Racentro / Grupo Lusiaves

– Federação Portuguesa das Associações Avícolas, depois de ter sido Presidente da Direção destas duas associações. Foi distinguido, em 2015, por S. Exa. o Presidente da República, com a Comenda de Mérito Industrial pelo seu papel fundamental, ao longo de mais de 30 anos, para o engrandecimento do sector agrícola. Em 2017, foi distinguido pelo Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural com a Medalha de Honra da Agricultura. Foi-lhe ainda atribuída a Medalha de Mérito Industrial por inúmeras autarquias do país (nomeadamente Figueira da Foz, Pombal e Leiria). Contribui, quer em nome individual quer através do seu grupo de empresas, para inúmeras causas sociais, bem como projetos de cariz social e cultural.

J.J. (Co) De Heus tem um Mestrado em Economia pela Universidade de Groningen e concluiu o Programa Avançado de Gestão do IESE. Tem uma experiência profissional de mais de 25 anos com o Grupo De Heus, incluindo como Diretor do De Heus Holding. Atualmente é o CEO da Royal De Heus. Como CEO e acionista, a responsabilidade final do negócio é sua. O Grupo Royal De Heus é uma empresa internacional líder na indústria dos J.J. (Co) de Heus

alimentos para animais. A empresa fundada em 1911 tem as suas raízes

De Heus – Nutrição Animal S.A.

nos Países Baixos. Desde então, expandiu-se de uma empresa regional de alimentos para animais para um conglomerado de alimentos para animais com atividade em mais de 50 países na Europa, Asia, Médio Oriente, África e América Latina.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL A VISÃO DOS PATROCINADORES

O que são as Rações Valouro, qual a importância do mercado português para a empresa e o seu posicionamento? A Rações Valouro, S.A. é uma empresa privada, de estrutura familiar que se dedica, há mais de quarenta anos, ao fabrico e comercialização de alimentos compostos para animais. Este projeto teve origem na abolição do condicionamento industrial, verificado a seguir ao 25 de Abril de 1974. Criadas as condições de mercado, a Família Santos avança para a construção da sua primeira fábrica na freguesia da Marteleira, concelho da Lourinhã, numa localização altaneira ao – Sítio do Vale de Ouro – devendo-se a este topónimo a designação de Valouro, que mais tarde será adotada para a denominação do próprio Grupo económico a que pertence. A 13 de Maio de 1978 tem início a laboração da fábrica da Marteleira com a produção de 5.000 t/mês. Nos cinco anos seguintes, estabelece dois entrepostos comerciais – Mealhada e Nine (Vila Nova de Famalicão). Em 1983 coloca em funcionamento uma segunda linha de produção na unidade da Marteleira, face à procura existente, passando a produzir 12.000 t/mês. Apesar da grave recessão económica que o País viveu no início dos anos 1980, a Valouro atravessou essa década crescendo no mercado, estruturando o sector avícola conjuntamente com a sua associada a Persuínos, S.A., hoje denominada Avibom Avícola, S.A. e impôs-se como líder na produção de alimentos para aves. A integração num Grupo dinâmico, coeso e com objectivos bem definidos potenciou a sua evolução, pelo que conjugados estes fatores e a necessidade de melhorar as acessibilidades, nomeadamente ferroviárias, determinaram em finais de 1988 a inauguração de uma nova unidade fabril no Ramalhal. No ano seguinte atinge um volume de vendas de 280 mil toneladas. O contínuo crescimento determinou, em 1993, a entrada em funcionamento de uma segunda linha de fabrico, o qual triplicou a capacidade instalada. Perante as crescentes exigências do mercado e as políticas da Empresa, os anos noventa foram pautados pela concretização de projetos marcantes, nomeadamente: • Rentabilizar as acessibilidades através do caminho-de-ferro, criando estruturas que permitiram o abastecimento dos Entrepostos, inclusivé Évora, entretanto criado, bem como os maiores Clientes e Distribuidores a partir das infraestruturas no Ramalhal. A Rações Valouro é detentora de (50) cinquenta vagons granuleiros, para 12 |

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PLATINA

o acondicionamento e transporte de matérias-primas e produto acabado. Este aspeto permitiu-lhe, na prática, ganhar competitividade face à concorrência. • Avançar com a aquisição, no País vizinho, da empresa Promotora, S.A. – uma fábrica de rações sita em Montijo, Mérida – introduzindo-se a Empresa no mercado espanhol. • Assegurar a segurança alimentar das rações produzidas em todas as suas unidades, de modo a obter o exato perfil nutritivo, com a implementação de uma fábrica de pré-misturas, onde a formulação /conceção é da responsabilidade dos seus técnicos. • Complementar a actividade principal com a montagem e exploração de uma unidade de extração de óleo cru de soja, assim como, a produção de biocombustíveis, este último projeto encontra-se suspenso. • Apostar na produção agrícola, maioritariamente milho e outros cereais, com a aquisição de herdades localizadas no Alentejo, com uma área que permitiu a instalação de mais de mil hectares de pivots. • Estabelecer uma unidade de secagem e armazenagem com dimensão suficiente para contratualizar, diretamente, com agricultores e cooperativas locais, garantindo-lhes o escoamento dos cereais de campanha e obterem um rápido pagamento das produções, premiando aqueles que obtiveram melhor qualidade. • Instalar, no concelho de Alvalade do Sado, uma fábrica dedicada exclusivamente ao fabrico de alimentos granulados para frangos de carne, destinados ao autoconsumo e ao abastecimento de explorações avícolas em Espanha. Nesta unidade só se consome milho proveniente da produção nacional. A Rações Valouro tem como princípio fundamental o compromisso permanente de assegurar a mais elevada qualidade dos seus produtos e serviços, indo ao encontro dos requisitos e expectativas dos clientes. Esta política de gestão tem pautado a sua actuação através do permanente investimento, recorrendo a recursos próprios, diversificando as atividades, capitalizando a Empresa e consequentemente o Grupo Valouro, de forma a defender o futuro de todos os seus Colaboradores e Clientes, assim como, de todos quantos apostam na marca alimentar Valouro.

Em 2018, a facturação da Rações Valouro ultrapassou os 150 milhões de euros. Actualmente, a previsão para o ano de 2019, é de se ultrapassar os 180 milhões euros de vendas líquidas. Como olham para a IACA e o seu papel na Fileira da Alimentação Animal? Como um movimento associativo, desde a fundação do Grémio – GNIACA, há cinquenta anos até à atualidade, tem sido esteio relevante no apoio aos industriais de alimentos para animais, nomeadamente junto das Entidades Oficiais – Nacionais e Comunitárias – na medida que tem sempre procurado com ponderação que sejam tomadas medidas razoáveis. Para além disso a IACA, desenvolve um trabalho notável para o prestígio da Indústria junto dos Organismos e da opinião pública e recentemente, concretizada através da monitorização e controle realizado pelo QUALIACA, que trouxe uma mais-valia. A compilação da Legislação aplicável ao Sector (Comunitária e/ou Nacional), a Informação Semanal e a Estatística são instrumentos de grande apoio para os Associados. Consideramos, igualmente, relevante as reuniões técnicas que promove, assim como, as acções de formação em parceria com distintas entidades, das quais destacamos as realizadas com a DGAV, sobre diferentes temáticas, mas de relevância para a nossa actividade. São sempre interessantes os aspectos relacionados com as tecnologias fabris, próprias. Gostaríamos que o QUALIACA abrangesse maior quantidade de matérias-primas e que os Associados aderentes tivessem conhecimento dos resultados num intervalo temporal inferior ao actual, para que esta informação seja útil. Aprovaríamos se a IACA em colaboração com as suas congéneres europeias, as federações U.E. como FEFAC, FEFANA, entre outros, desenvolvessem uma plataforma, baseada na recolha de dados científicos que ajudassem a Indústria a tomar decisões devidamente suportadas, quanto à eficácia de determinadas substâncias que existem no mercado e qual o seu verdadeiro impacto na produtividade (tanto na nutrição animal e como no desempenho animal). Apreciaríamos, igualmente, se existisse um – Gabinete de Comunicação –assessorado por profissionais com o duplo objetivo: Por um lado, comunicar de forma clara e acessível, a todos os consumidores finais, a seriedade do trabalho desenvolvido pelos Industriais da Alimentação Animal;


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ALIMENTAÇÃO ANIMAL A VISÃO DOS PATROCINADORES

Por outro lado, preparar os Industriais e os seus Técnicos, com formação efectiva, em “gestão de crise". Estas surgem inesperadamente, de modo inusitado, inicialmente de forma alarmante. Nesses momentos difíceis é importantíssimo saber agir correctamente, consoante o tipo de alerta e comunicar as mensagens certas. Na sua globalidade consideramos que a IACA tem realizado um trabalho muito bom. Quais os principais desafios que, na vossa opinião, se vão colocar ao Setor nos próximos anos? O acordo Mercosul poderá constituir uma seríssima ameaça, cujos contornos não conhecemos com rigor, dado que esses Países dispõem de matérias-primas a bons preços. Todavia temos dúvidas que consigam respeitar os condicionalismos impostos pela União Europeia, em questões sanitárias, ambientais e de sustentabilidade. Aos Industriais e à alimentação animal são colocados desafios cada vez mais apertados e as alternativas são escassas e deficientemente sustentadas do ponto de vista científico ou técnico. Na União Europeia verifica-se um decréscimo na investigação científica vocacionada para a Indústria e para a produção animal intensiva e/ou extensiva. Citamos um excerto de artigo apresentado no 56º Congresso SOBER(1), realizado entre 29/7 e 1/8/2018, o qual faz um admirável resumo da política actual da União Europeia para a agroindústria (…) “Os principais resultados confirmam que as explorações agrícolas dos países da Europa Central são mais competitivas, mais eficientes do ponto de vista económico e com maior apoio financeiro por parte das medidas comunitárias. Por outro lado, as empresas agrícolas mediterrânicas têm maior contributo para o desenvolvimento ambiental e rural, bem como, na sua preservação. Em geral, as explorações agrícolas familiares, de entre as empresas agrícolas europeias, representam um importante contributo para a criação de emprego e para a manutenção da vida rural. À excepção dos subsídios aos cereais, as empresas agrícolas mediterrânicas representam os valores mais baixos relativamente ao apoio das políticas emanadas da PAC. Isto realça a necessidade de maior atenção por parte dos decisores públicos em relação às empresas agrícolas mediterrânicas e aos países onde estão implementadas.”. Em Portugal, o Sector continuará a decrescer devido a múltiplos fatores, alguns já citados e outros bem conhecidos de todos, sendo particularmente chocante a morosidade dos processos de licenciamento e, os subterfúgios utilizados “à boleia das exigências" com o intuito de acrescer obstáculos e complexidade aos dossiers. Que instrumentos e soluções/estratégias tem o Grupo para fazer face a esses desafios, designadamente os Societais? O Grupo Valouro tenciona prosseguir um caminho em sintonia com os preceitos emanados pela União Europeia e as Autoridades Nacionais competentes. Permanece atento às imposições de marketing desenvolvidas pelos Clientes Finais, pese embora, nem sempre assentes em evidências científicas e/ou na racionalidade, antes de mais atentas à perceção da opinião pública, não devidamente informada. O Grupo Valouro estruturou-se de acordo com o modelo da economia circular, desde o seu início, quando este tema ainda não era mencionado nos fóruns. Fê-lo através da experiência, da leitura e análise dos ciclos económicos que percorreu e, conscientemente, tomou decisões que tornassem sustentáveis as suas múltiplas actividades agroindustriais, rentabilizando as sinergias, minimizando as debilidades. 1

SOBER – Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural.

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Complementarmente, o Grupo Valouro tenciona prosseguir com as iniciativas em curso, como a consolidação das políticas comerciais desenvolvidas nos mercados externos, nomeadamente, fora da União Europeia. Como pode a empresa contribuir para a competitividade e sustentabilidade da indústria da alimentação animal? A Rações Valouro definiu parâmetros essenciais para garantir a competitividade no mercado nacional e atingir os objectivos traçados, em termos nutricionais e sanitários na alimentação animal, igualmente, serão desenvolvidos os maiores esforços para minimizar os custos de produção e distribuição. A sustentabilidade é encarada numa perspectiva económica, social e ambiental numa tentativa de conseguir um equilíbrio qualitativo entre a produção animal, os recursos naturais disponíveis e a procura existente nos mercados por alimentos mais saudáveis, onde assume um papel preponderante a proteína fornecida pelas aves e seus derivados. O futuro antecipa inúmeras incertezas e as organizações mundiais, como a FAO identificam-nas com precisão. Neste contexto, o Grupo Valouro, procura encontrar soluções sensatas e coerentes com a postura assumida.

Marteleira

Daroeira

Ramalhal


, ,

® TM SM

São marcas comerciais ou de serviço da Dow AgroScienses, DuPont ou Pioneer e das suas empresas afiliadas ou dos seus respectivos proprietários. ©2019 Corteva AgriscienceTM.

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CULTIVANDO O PROGRESSO.

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

Visíte-nos em: corteva.pt

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL A VISÃO DOS PATROCINADORES

PLATINA

O que é a CORTEVA e qual a importância do

um especial interesse em trabalhar lado a lado

normal de cultura. Além disso, na área da pro-

mercado português para a empresa e o seu

com a IACA no desenvolvimento de produ-

teção das plantas, as condições regulamen-

posicionamento?

tos de maior interesse e rendimento para a

tares do uso de produtos para o controlo de

A Corteva Agriscience é uma companhia agrí-

indústria da alimentação animal sem colocar

pragas e doenças, cada vez mais restritivas,

cola resultante da fusão dos negócios agríco-

em causa a sustentabilidade da produção e

forçam ao desenvolvimento de novos métodos

las da Dow Chemical Company, da DuPont de

garantindo o respeito pelo meio ambiente,

de controlo com tecnologias ou moléculas de

Nemours e da Pioneer. Corteva nasce com o

contribuindo também para elevar a confiança

recente obtenção com recurso a um investi-

objetivo de satisfazer as necessidades tanto

dos consumidores na produção e para um nível

mento multimilionário em investigação. Por

dos agricultores como da sociedade em geral.

de excelencia do que é nacional.

último, a gestão das explorações onde se produzem os alimentos, cada vez em maior

Colocar no centro da atividade os consumidores, supõe uma nova focalização num negócio acostumado a trabalhar principalmente para a produção. Com a sua entrada na bolsa de Nova York no passado 3 de Junho, a Corteva consumou o seu lançamento como companhia independente. A nova companhia tem a carteira de produtos mais sólida da indústria, com quase um século de experiência agrícola e um forte compromisso com a inovação, o que a posiciona como um interveniente chave no setor agricola. Corteva é a companhia 100% agricola líder no mundo, operando em 130 paises, empregando cerca de 22.000 pessoas e gerando uma faturação anual de aproximadamente 14.000 milhões de dólares em vendas. Relativamente a Portugal, Corteva tem uma relevante historia herdada das suas companhias promotoras e um presente definido pela liderança destacada da Pioneer no mercado das sementes de milho, a que se junta no futuro um interessante mercado na prote-

Quais os principais desafios que, na vossa opinião, se vão colocar ao Setor (agrícola e agroalimentar) nos próximos anos? Relativamente aos próximos anos podemos identificar dois desafios chave à escala mundial. De um lado, o esperado aumento da população mundial que nos obrigará a produzir mais num ambiente em constante alteração que nos colocará ante a necessidade de encontrar novas soluções tendo em conta a previsível

digitais tanto de conexão com redes de informação, como com a possibilidade de recurso a sensores mais e mais sofisticados que dão informação em tempo real de cada ponto das explorações. A aposta da Corteva é muito clara quanto à implementação de soluções digitais que ajudem o produtor a produzir da forma mais eficiente e sustentável. Como pode a empresa contribuir para a com-

limitação no acesso a água e solo cultivável.

petitividade e sustentabilidade da indústria

Se nos centrarmos especialmente no mundo

A indústria de alimentação animal precisa de

mais desenvolvido, ao anterior desafio teremos de adicionar o objetivo de desenvolver a nossa atividade num quadro regulamentar mais restrito e cada vez mais exigente no que se refere à preservação do meio ambiente. Este desafio que assumimos com imenso respeito, resulta da vontade da sociedade civil e terá como meta o caminho para um bem estar comum sendo possível alcançá-lo apenas com

ção das culturas com enorme potencial. Uma

o recurso a grandes investimentos em pes-

marca com a capacidade de investigação e

quisa e desenvolvimento de novas soluções

desenvolvimento de novas soluções como

mais respeitadoras do equilíbrio ambiental e

é a Corteva, estará sem dúvida destinada

só ao alcance de muito poucas companhias.

a assumir um papel preponderante no mercado português.

número, contam com o acesso a tecnologias

da alimentação animal? um fornecimento constante, eficiente e de qualidade nas matérias primas com as quais processa os alimentos para o gado. A Corteva tem consciência das necessidades desta indústria estando em contato permanente com as empresas e agricultores produtores de matérias-primas, com variedades preferidas pela indústria e sem comprometer a sustentabilidade da produção ajudando os agricultores na sua adaptação às condições de cada campanha de produção. Por exemplo, nesta campanha, as condições climáticas nos Estados Unidos, onde decorreu uma das primaveras mais chuvosas do século, impediram a sementeira do milho até

Que instrumentos e soluções/estratégias

praticamente dois meses depois do período

tem a CORTEVA para fazer face a esses

normal. A Corteva, pela sua grande proximidade

Como vê a IACA e o seu papel na Fileira da

desafios, designadamente os Societais?

aos agricultores, teve a possibilidade de lhes

Alimentação Animal?

A Corteva Agrisciences, recorre à ciência em

fornecer variedades adaptadas a essa nova rea-

A IACA é uma peça fundamental no setor da

todas as suas vertentes para responder a

lidade e assim garantir o normal fornecimento

alimentação animal em Portugal, pois repre-

estes desafios, mas sempre tendo presente

da matéria-prima em quantidade e qualidade à

senta a indústria produtora de alimentos com-

as necessidades do consumidor e do agricul-

indústria. Um exemplo muito evidente também

postos que laboram a partir da utilização de

tor produtor. Assim, é importante desenvol-

ocorre em Portugal onde a zona produtora de

cereais, leguminosas e oleaginosas, tanto da

ver e selecionar variedades pelas diferentes

milho mais importante, o Ribatejo, está afe-

produção nacional como de paises terceiros e

espécies com melhor adaptação às condições

tada de uma doença, o Cephalosporium, que

importados em Portugal mediante o comércio

agronómicas em cada área produtiva. Por

poderia colocar em sério risco o futuro da

de matéria prima internacional. A Corteva,

exemplo, melhorando a sua tolerância a pra-

produção deste cereal. A Corteva está a tra-

como empresa produtora de variedades de

gas e doenças, assim como a sua adaptação

balhar muito ativamente no desenvolvimento

milho, soja, sorgo, oleaginosas... assim como

a situações de seca ou condições ambientais

de novas variedades de milho marca Pioneer

de soluções para a proteção das culturas, tem

que condicionem a sua utilização no periodo

tolerantes a esta doença.

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


PLATINA

O que é a USSEC e como olham para o mercado português? Através de uma rede global de programas internacionais e forte apoio nos EUA, a USSEC (Conselho de Exportadores de Soja dos Estados Unidos) ajuda a promover a soja e derivados, defendendo a utilização de soja produzida nos Estados Unidos, em alimentos para animais, aquicultura e consumo humano, promovendo os benefícios sustentáveis da soja norte-americana e ligar os líderes do setor através de um programa robusto com as diferentes Associações. Os produtores de soja dos EUA iniciaram esta parceria com a Indústria europeia há 50 anos abrindo um primeiro escritório em Hamburgo, na Alemanha. Essa amizade continuou desde 1969 e a Europa importou 450 milhões toneladas de soja dos EUA naquele tempo. Portugal é um mercado-chave para os agricultores dos EUA, cuja importação, de 515.000 toneladas este ano, registou um aumento de 120% comparativamente ao ano anterior. O que pensam do papel da IACA na cadeia da alimentação animal e no Setor pecuário? A IACA e os seus membros da indústria são líderes na Europa e a IACA é um parceiro

importante para a USSEC na discussão da Sustentabilidade. Apesar de Portugal não ser um dos maiores países europeus, a IACA, a sua indústria associada e a pecuária, representam uma voz fundamental sobre as questões do comércio e da indústria. Parabéns pelo seu 50 º aniversário e pelo importante trabalho realizado em prol da Indústria!!! Quais as principais mudanças e o que vai estar em causa nos próximos anos? Uma questão fundamental são os conflitos comerciais entre países, quer pela imposição de tarifas, ou a falta de aceitação de novas tecnologias inovadoras, que constituem desafios crescentes para as nações exportadoras. Um segundo grande desafio é reduzir o impacto ambiental da agricultura, incluindo a produção de soja. Os agricultores e os países que reduzirem as emissões de Gases com Efeito de Estufa, melhorarem a gestão do solo e travarem a desflorestação, estarão melhor posicionados para atender às necessidades dos consumidores, retalhistas e fabricantes de alimentos compostos para animais nos anos que se avizinham.

Que ferramentas e soluções dispõe a USSEC e os produtores norte-americanos de soja para nos ajudar nessa mudança? Mais de 95% dos produtores de soja dos EUA participam neste programa, portanto, no protocolo de sustentabilidade da soja (SSAP). O SSAP é o maior programa de sustentabilidade de soja, verificável, em todo o Mundo, com mais de 20 milhões toneladas exportadas globalmente neste ano de comercialização. A Europa é o maior beneficiário deste programa, importando 5,5 milhões toneladas no quadro do SSAP. Trata-se de 77% do total de soja importada dos EUA por empresas europeias. Como pode a USSEC contribuir para a competitividade e sustentabilidade do Setor em Portugal? A soja dos EUA fornece uma fonte de proteína, sustentável e de elevado valor para a indústria de alimentação animal portuguesa. A soja sustentável dos EUA atende às necessidades de responder às emissões de GEE e desflorestação, com o bagaço de soja a fornecer um melhor teor de aminoácidos e energia para atender às necessidades de nutrientes das aves domésticas, pecuária e aquicultura. Soja US para um mundo em crescimento.

A LI ME N TAÇÃO A NI M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL A VISÃO DOS PATROCINADORES

George E. Glass Embaixador dos EUA

Falar um pouco da Embaixada dos EUA e das relações Portugal e EUA? Portugal e os Estados Unidos têm uma amizade histórica, baseada em valores partilhados e fortes laços que ajudam a promover os nossos interesses comuns em termos de diplomacia, segurança e economia. Os Estados Unidos e Portugal são parceiros muito fortes em termos económicos. Desde 2015 que os Estados Unidos são o maior parceiro comercial de Portugal fora da União Europeia. O comércio bilateral de bens e serviços entre os dois países ultrapassa os sete mil milhões de dólares americanos, dos quais quase cinco mil milhões correspondem ao comércio de bens. A Missão dos EUA em Lisboa trabalha para fortalecer esta relação comercial, apoiando empresas norte-americanas interessadas em encontrar mercados em Portugal, apoiando importadores portugueses que procuram produtos dos EUA, bem como empresas portuguesas que querem investir e criar emprego nos Estados Unidos. Na área agrícola, o Serviço de Agricultura Estrangeira do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) apoia a nossa missão estabelecendo ligações entre exportadores americanos e importadores portugueses e promovendo intercâmbios técnicos na área da agricultura. Como olham para a IACA e o seu papel na Alimentação Animal? Ao longo dos anos, a IACA tem sido um parceiro notável e um bom cliente das empresas agrícolas dos EUA, para grande benefício dos industriais de alimentos compostos para animais portugueses. No que diz respeito às exportações agrícolas dos EUA para Portu18 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

gal, mais de 60% consiste em ingredientes alimentares (tais como soja, milho, grãos de destilaria e bagaço de soja). Trabalhando em estreita colaboração com a IACA, fomos capazes de informar os clientes finais sobre a sustentabilidade da produção de ração dos EUA e os benefícios da utilização de ingredientes de ração americanos nas suas operações. Ao adquirir os melhores ingredientes para a alimentação animal, a IACA apoia o setor pecuário de Portugal em crescimento. Valorizamos os fortes laços que a minha equipa agrícola na Embaixada dos EUA mantém com a IACA. Esses laços vão além das relações comerciais, tornando-se mais uma parceria mutuamente benéfica. Parabenizo a IACA pelo seu 50º aniversário e incentivo-os a continuar a trabalhar com o Departamento de Agricultura dos EUA e os exportadores americanos para encontrar áreas nas quais possamos continuar a ser úteis na viabilização de dinâmicas entre produtores de ração portugueses e fornecedores agrícolas americanos de confiança, bem como continuar a colaborar noutras áreas de interesse comum. Quais os principais desafios que, na vossa opinião, se vão colocar ao Setor (agrícola e agroalimentar) nos próximos anos? Um dos principais desafios que o setor agrícola e alimentar enfrentará no futuro próximo é como alimentar uma população global em crescimento. Como garantir a segurança alimentar global de maneira sustentável? Como em muitos outros campos, a tecnologia está a mudar o estado das coisas, nomeadamente o modo como produzimos alimentos, e às vezes pode haver um estigma associado à tecnologia e à comida. A verdade é que a inovação agrícola melhorou a forma como produzimos os alimentos. Tornou a produção mais eficiente, mais segura e reduziu a pegada ambiental das nossas atividades agrícolas. Para os agricultores de todo o mundo continuarem a responder a este desafio global é fundamental que tenham acesso às melhores tecnologias agrícolas disponíveis. Regular tecnologias agrícolas sem ter em conta conhecimentos científicos sólidos e princípios de análise de risco continua a limitar as escolhas dos agricultores e a sufocar o potencial para mais inovação. Outro desafio é, obviamente, garantir que os nossos agricultores, assim como os agricultores em todo o

PLATINA

mundo, têm acesso às melhores ferramentas disponíveis e um comércio mais livre, mais justo e mais recíproco. Que instrumentos e soluções/estratégias teremos à nossa disposição para fazer face a esses desafios, designadamente os Societais? Contaram-me que um participante da Feira Agrícola de Santarém, em junho passado, disse que "nenhuma ferramenta deve ser descartada". Eu não poderia concordar mais. A tecnologia é uma ferramenta importante que nos ajudará a produzir e a alimentar de maneira sustentável uma população global em crescimento. Devemos trabalhar em conjunto para estabeler padrões de produção e comércio agrícola que não estejam associados a estigmas, mas que sejam baseados na ciência. Precisamos de trabalhar juntos para criar ambientes estáveis onde a inovação agrícola, o comércio e os nossos agricultores possam prosperar. Como podem contribuir (o trabalho da Embaixada e/ou as empresas norte-americanas) para a competitividade e sustentabilidade da indústria da alimentação animal? A agricultura é uma componente estratégica da nossa relação comercial bilateral, pois os setores agrícolas português e norte-americano são complementares. Por um lado, os agricultores americanos têm o potencial de fornecer à indústria alimentar portuguesa as matérias-primas críticas necessárias para satisfazer de forma sustentável o setor da alimentação animal. Nós valorizamos os nossos clientes portugueses que produzem alimentos compostos para animais e levamos o nosso papel de fornecedor de confiança muito a sério. Por outro lado, com um número recorde de turistas a chegar a Portugal, os consumidores americanos têm tido um crescente apetite por produtos de alta qualidade que são únicos em Portugal como o vinho, queijo, frutas e legumes processados . Como as exportações agrícolas contribuem fundamentalmente para a prosperidade económica de ambos os países, é importante que a agricultura faça parte do diálogo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia. A parceria de longa data entre a IACA e as empresas agrícolas americanas é um ótimo exemplo dos benefícios que a nossa relação bilateral ainda poderá colher se fortalecermos o comércio entre os nossos países.


Tailored for animals, inspired by nature

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL A VISÃO DOS PATROCINADORES

OUR0

O que é a AJINOMOTO/INDUKERN e como

pecuária em Portugal. É importante poder

especializado: AJI-CS™ (Solução Persona-

veem o Mercado Português?

expressar o valor acrescentado que a indús-

lizada de Nutrição da Ajinomoto). As nos-

A Ajinomoto Animal Nutrition Europe

tria dos alimentos compostos pode trazer

sas soluções personalizadas AJI-CS™ são

(anteriormente conhecida como Ajinomoto

para o setor da pecuária, estando simulta-

produtos inteiramente adaptados ao con-

Eurolysine) é um produtor de aminoáci-

neamente consciente das restrições do mer-

texto e objetivos de cada um dos nossos

dos sedeado na UE. A AANE foi criada em

cado. A IACA tem sido um fator essencial na

clientes. Com base nos múltiplos efeitos

Amiens, França, há mais de 40 anos. Graças

ligação entre as diferentes organizações do

nutricionais e funcionais dos aminoácidos,

às suas capacidades de inovação, a AANE

setor de produção animal, por um lado, e por

conseguimos responder a novos desafios

tem sempre colocado novos aminoácidos no

outro, a IACA cresceu como organização, pois tem agora como parceiros várias empresas

na produção animal. Os aminoácidos estão

mercado, começando pela lisina, treonina, triptofano e valina até aos mais recentes AA

distribuidoras de aditivos que trabalham em

como a arginina e a isoleucina. A carteira de

conjunto com o setor dos alimentos com-

produtos da AANE conta igualmente com o

postos para animais com vista a oferecer

AjiPro-L, a lisina protegida no rúmen para

à produção soluções mais seguras, de alta

vacas leiteiras.

tecnologia e atualizadas.

a tornar-se cada vez mais colimitantes. O seu fornecimento através do conceito de proteína ideal atingiu algumas limitações. Assim, tornou-se cada vez mais necessário considerar perfis e soluções ágeis de aminoácidos. Neste contexto, a nova oferta da Ajinomoto Animal Nutrition Europe, o

A INDUKERN foi criada há mais de 50 anos e está presente no mercado português como

Fale-nos sobre os principais desafios para

AJI-CS™, é a solução que efetivamente

INDUKERN ou representada há mais de 20

os próximos anos.

responde a cada situação.

anos. O objetivo da INDUKERN é distribuir

Para a indústria dos alimentos compos-

produtos da mais elevada qualidade e atua-

tos para animais e da pecuária da UE e de

lizados das nossas conhecidas empresas

Portugal, os próximos desafios serão os

representadas. A INDUKERN é distribuidora

de satisfazer a crescente procura global

exclusiva dos produtos AANE há mais de 20

por produtos pecuários de forma segura,

anos e fornece aos clientes portugueses o

acessível e sustentável. Num ambiente de

seu conhecimento sobre a situação especí-

mercado instável, é também importante

fica do mercado em Portugal.

reduzir a dependência da indústria de ali-

Num ambiente de mercado competitivo em termos dos alimentos compostos para animais, reconhecemos a necessidade dos nossos clientes em termos de novas soluções sustentáveis e de alta tecnologia e que reúnam um melhor desempenho animal, a redução do impacto ambiental e a competitividade de preços. A sensibilidade do mercado tem sido demonstrada por um feedback positivo relativamente ao desafio da Ajinomoto/Indukern de reduzir os níveis de proteína nos alimentos compostos com vista a um maior nível sanitário e melhores resultados de desempenho e temos uma grande expectativa relativamente ao feedback do mercado face a novos desafios, tais como nutrição precisa,

Com vista a definir qual a melhor solução AJI-CS™, é necessário ter em conta: • as questões a abordar e os objetivos a atingir; • os contextos das matérias-primas e as soluções já implementadas;

mentos compostos para animais portuguesa

• as necessidades nutricionais e funcionais

de fontes de proteína importadas como

dos animais em termos de aminoácidos;

o farelo de soja. A indústria dos alimentos compostos para animais e da pecuária também necessita de abordar as procuras emergentes da sociedade, tais como reduzir a desflorestação e contribuir para uma melhor saúde e bem-estar animal. De que forma pode a Ajinomoto contribuir para a competitividade e sustentabilidade da indústria dos alimentos compostos para animais em Portugal? A Ajinomoto Animal Nutrition Europe seleciona e produz aminoácidos através de processos de fermentação. A carteira de produtos da AANE inclui todos os aminoá-

• a gestão da colimitação e a interação entre aminoácidos; • os impactos ambientais específicos e o seu valor acrescentado; • os efeitos na saúde e bem-estar animal Desde o final de 2018 que a Ajinomoto também está ativa no setor da nutrição de ruminantes na Europa com o AjiPro®-L, que propõe uma fórmula inovadora de lisina protegida no rúmen. Baseada numa tecnologia que resulta de mais de 25 anos de investigação e desenvolvimento, esta solução combina uma matriz interna, uma

cidos de grau alimentar produzidos por fer-

camada de proteção externa e um agente

mentação. Propomos e combinamo-los para

emulsionante numa fórmula única e paten-

criar soluções que respondam às questões

teada. Garante uma maior estabilidade na

específicas relacionadas com a suinicul-

ração e no rúmen assim como uma ótima

O que pensa do papel da IACA relativamente

tura, avicultura, ruminantes e aquicultura.

disponibilidade intestinal para ruminantes.

à cadeia dos alimentos compostos para ani-

Na Ajinomoto Animal Nutrition Europe,

O AjiPro®-L representa, assim, uma grande

mais e ao setor da pecuária?

baseamo-nos nos 40 anos de experiência

vantagem na nutrição dos bovinos para os

A IACA é um elo crucial na indústria dos

em nutrição animal com vista a disponi-

quais a lisina é um dos aminoácidos essen-

alimentos compostos para animais e da

bilizar apoio ao cliente personalizado e

ciais e limitantes.

aminoácidos funcionais e outras tendências atuais e futuras.

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


At home everywhere Ajudamos a alimentar o mundo desde 1818. Unimos pessoas, países, mercados e culturas.

Bungel Ibérica Portugal, SA

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL A VISÃO DOS PATROCINADORES

OUR0

O que é a BUNGE, qual a importância do

Quais os principais desafios que, na sua

a certeza de que a Bunge tem soja para lhes

mercado português e o seu posicionamento?

opinião, se vão colocar ao Setor nos pró-

vender/entregar.

A Bunge é um lider mundial na compra e

ximos anos?

distribuição de oleaginosas e cereais. Está

Em geral, um dos principais desafios é o da

presente em toda a cadeia de valor: desde

optimização da capacidade de produção, e

a compra aos agricultores, passando pela

acrescentar valor ao produto. Nos últimos

transformação das matérias-primas e termi-

anos houve uma tendência da integração do

nando na venda dos produtos transformados

mercado e isso vai continuar. Portugal é um

tanto para alimentação animal como humana.

mercado fragmentado dividido por 4 portos,

A Bunge foi fundada em 1818, e desde aí

e os distribuidores nacionais e as multina-

criou uma rede global de distribuição de produtos sustentáveis, que gera oportunidades de negócio a mais de 100.000 agricultores e clientes em mais de 100 países. A Bunge opera mais de 360 terminais portuários, fábricas de extração de oleaginosas, silos, e fábricas de transformação cereais com as suas respetivas linhas de embalagem em todo o mundo. Hoje, a Bunge é o primeiro exportador de produtos agrícolas do Brasil, e somos o líder mundial na extração de oleaginosas. Em Portugal iniciou a sua actividade em Fevereiro de 2001, onde estamos activos na distribuição de farinha de soja e cereais, em

cionais, que aqui operam, têm que manter o mercado abastecido a preços competitivos. Alguns portos foram dinamizados com novos operadores portuários a oferecerem serviços de descarga e armazenagem competitivos, mas em outros, a capacidade de armazenamento não mudou e isso deveria ser repensado para o futuro.

Como pode a BUNGE contribuir para a competitividade e sustentabilidade da indústria da alimentação animal? Os clientes da Bunge produtores de frangos, suínos, ovos, leite e rações em geral, podem ter a certeza e a confiança de estarem a receber matérias-primas com padrões certificados, e que garantirão a correta formulação de rações e complemento alimentar requerida pelos mais exigentes mercados. Através das suas unidades industriais especializadas, a Bunge usa as melhores tecnologias produtivas globais para produzir ingredientes de alimentação animal com garantia de qualidade e rastreabilidade,

Em termos gerais, comparado com outros

que a tornam uma empresa de referência.

países do nosso entorno, no que diz res-

A Bunge conta com a competência e pro-

peito ao fornecimento de matérias a pre-

fissionalismo das suas equipas multidis-

ços competitivos e de qualidade estamos

ciplinares, a qualidade tecnológica das

em condições similares com outros mer-

suas instalações, e serviços especializados

cados do nosso entorno, em particular

para oferecer um atendimento comercial

Espanha.

diferenciado, disponibilizando diferentes opções de comercialização dos seus pro-

particular o milho, o cereal principal no mix

dutos. Para a Bunge, atender o mercado

português, e que encaixa perfeitamente com

Que instrumentos e soluções tem

a nossa presença no mundo, em particular

a BUNGE para fazer face a esses desafios,

no Brasil, Ucrânia e EUA/Canadá, principais

designadamente os Societais?

exportadores deste cereal. O nosso negócio

Em primeiro lugar, há que destacar a fábrica

em Portugal é assim um negócio de proxi-

de soja em Lisboa. O facto de esta fábrica

midade e relação estreita com as fábricas

fazer parte de um portefólio de fábricas

De realçar que a Bunge lançou em 2015 a

que temos na Europa Ocidental, beneficia

sua Política Global de Não-Desflorestação.

do fluxo contínuo de navios que importamos

O objetivo da Bunge é construir uma cadeia

com grão de soja, o que é um garante de não

de distribuição que seja: transparente, veri-

termos ruptura de stock e poder entregar

ficável e que crie um impacto positivo no

soja de forma ininterrupta todos os dias do

terreno. Temos um compromisso de não-

ano, garanto que é mais fácil dizer do que

-desflorestação que inclui toda a cadeia

fazer. Em segundo lugar, uma vez que os

de distribuição em tudo o mundo. O nosso

animais comem todos os dias, e não esta-

trabalho inclui melhorar a rastreabilidade,

mos dependentes da chegada de navios de

a monitorização da distribuição, identificar

farinha, podemos entregar de forma regu-

áreas apropriadas para a exploração agrícola

lar todos os dias do ano, o que para muitas

e a sua expansão, e promover incentivos para

fábricas de ração é um descanso saberem

que os agricultores evitem a desflorestação.

em Bruxelas pela IACA, que além de a

que podem contar connosco para as suas

Adicionalmente, usamos um procedimento

representar faz um esforço contínuo para

necessidades diárias. Por ultimo temos um

de pre-screening da soja que compramos

manter a Fileira atualizada e informada,

compromisso de longo prazo com Portugal,

aos agricultores, onde confirmamos que os

em particular ao nível da regulamentação

através da Tagol, o que nos permite entre

agricultores cumprem com a regulamentação

(Europeia). Este trabalho é fundamental

outras coisas dar flexibilidade aos nossos

local ambiental e laboral, donde temos um

nos dias de hoje para estar ao corrente de

clientes de fazerem o seu aprovisionamento

procedimento para que não se compre soja

todos os desenvolvimentos e zelar pelos

de acordo com a sua politica de compras,

de quem não cumpre com estes requisitos.

interesses em comum tanto a nível nacio-

tendo a garantia que, quer queira comprar a

A Bunge publica os dados desta iniciativa no

nal como Comunitário.

deferido ou andar mais no curto prazo, tem

relatório global de sustentabilidade.

de rações. Acreditamos ser esta a melhor maneira de servir o mercado nacional e por isso temos um escritório em Lisboa com uma equipa dedicada. Como vê a IACA e o seu papel na Fileira da Alimentação Animal? As associações e estruturas de setor são fundamentais em qualquer país. A Fileira da Alimentação Animal está muito bem representada tanto em Portugal como

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

é uma missão, em que o relacionamento continuado, o respeito e a consideração das particularidades de cada cliente fazem parte do dia a dia.


Nós temos os recursos para o apoiar

Estamos aqui para o ajudar a concretizar a ambição de crescer. Temos um conhecimento profundo de nutrição e produção animal, sustentado em 100 anos de experiência, na presença em 75 países e numa forte aposta em Investigação. Como seu parceiro de negócio, queremos ser a força motriz do seu crescimento, através das melhores soluções nutricionais e mais sustentáveis práticas de maneio. Desta forma, cumprimos a nossa missão de alimentarmos animais saudáveis com responsabilidade.

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL A VISÃO DOS PATROCINADORES

O que é a De Heus qual a importância do

ao cliente e nos resultados zootécnicos e

mercado português para a empresa e o

económicos dos seus clientes, e a sua pre-

seu posicionamento?

sença em diferentes geografias, permite

A génese do que veio a tornar-se a De

à empresa analisar as melhores práticas

Heus em Portugal encontra-se numa

e aplicá-las nos outros mercados em que

pequena unidade produtiva de rações no

está presente.

Cartaxo, a António Serralheiro & Filhos.

Como vê a IACA e o seu papel na Fileira

Essa empresa é adquirida em 1973 pela

da Alimentação Animal?

Conagra, através da Sapropor (Sociedade

A IACA assume um papel crucial na fileira

Agropecuária de Produtos Portugueses), que comercializa as suas rações sob a

de montante a jusante, entre os vários intervenientes do setor e desempenha

A década de 80 é marcada pelo reforço

um papel extremamente relevante e com

da capacidade fabril da Sapropor: é cons-

múltiplos benefícios para o setor:

as unidades fabris da Trofa (inicialmente em arrendamento) e de Nelas. Os anos 90 arrancam com o estabelecimento da parceria técnica com a Sanders, que dá origem à marca Formax Sanders. A

– Promove o trabalho pluridisciplinar e a confiança entre os associados; – Representa a fileira e estabelece o diálogo entre os seus associados e as autoridades governamentais do país.

marca Vouga é adquirida em 1993. Ainda

– Congrega toda a informação da fileira e

nos anos 90 se dá uma alteração da estru-

devolve essa mesma informação estatís-

tura societária, ficando a área de nutrição

tica tratada às empresas associadas, a

animal na Saprogal (Sociedade Agropecuá-

qual é extremamente útil para a gestão

ria de Produtos Galegos).

das mesmas.

Já nos anos 2000 - início de 2004 - o

– É veículo de comunicação na indústria dando

grupo Carlyle compra a Saprogal, e ainda

a conhecer novos projetos e novos desen-

nesse ano a Saprogal adquire as marcas da

volvimentos em várias áreas de interesse.

Nutasa, entre as quais a CUF Rações. Em 2005 a Saprogal é adquirida pela Mercapi-

– Promove a comunicação entre a fileira

tal, que detém a empresa durante 10 anos.

e o público em geral colaborando na

Em 2015, a Saprogal é adquirida pela De Heus, uma das empresas líderes em nutrição animal a nível mundial. Portugal apresenta-se como um país estratégico e de enorme importância para a De Heus na medida em que constitui um dos mais “maduros” mercados da Europa e

Trofa 1998

midor sobre o enorme respeito com que o setor trata a segurança alimentar, o bem-estar e saúde animal, bem como do consumidor. – Estabelece e promove parcerias e desenvolve a cooperação institucional. – É motor de evolução promovendo a cons-

legado da Saprogal, empresa que já man-

ciência da sustentabilidade e enorme

tinha esta posição de liderança há muitos

defensora do controle da qualidade das

anos. O elevado profissionalismo da De

matérias-primas utilizadas na alimenta-

Heus, profundamente focada no serviço

ção animal.

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Cartaxo 2019

difícil tarefa de bem informar o consu-

onde a De Heus é líder no mercado livre,

24 |

Cartaxo 1982

da Alimentação Animal, fazendo a ponte,

marca Biona.

truída a fábrica do Cartaxo e adquirem-se

OUR0

Trofa 2019


– E por último, e indo para lá das suas com-

Não basta impor tais objetivos. É vital inves-

Como pode a empresa contribuir para a

petências institucionais, tem um impor-

tigar e desenvolver técnicas para ajudarmos

competitividade e sustentabilidade da

tante papel de responsabilidade social,

os clientes a lidarem com estas novas reali-

indústria da alimentação animal?

como ficou recentemente demonstrado

dades. A experiência mundial da De Heus e

Através da introdução local das melhores

no verão de 2017, quando impulsionou a

a sua aposta num modelo de comunicação

práticas mundiais, quer no que aos procedi-

ajuda do sector às populações atingidas

interno “único” permitem levar localmente o

mentos industriais diz respeito quer no que

pelos fogos.

conhecimento investigado, experimentado,

diz respeito à partilha com os seus clientes

apreendido e aprovado noutras partes do

das melhores e mais sustentáveis práticas

mundo de forma a oferecermos aos nos-

de maneio. Desta forma cumprimos a nossa

sos clientes as melhores ferramentas para

missão de alimentarmos animais saudáveis

enfrentarem o futuro.

com responsabilidade.

Quais os principais desafios que, na sua opinião, se vão colocar ao Setor nos próximos anos? A sustentabilidade económica e ambiental das explorações da Europa no geral e de Portugal em particular, com todas as restrições e obrigações que lhe são impostas, numa balança global por vezes algo desequilibrada nestas exigências entre mercados. Naturalmente que não existe outro caminho que não o da sustentabilidade ambiental, o da desmedicalização, o do bem-estar e saúde animal e do consumidor pois só dessa forma o setor se poderá consolidar num futuro cada vez mais preocupado com os recursos de um planeta assumidamente demasiado explorado pelo homem. Só através deste caminho, assumidamente difícil de conciliar com a rentabilidade económica, se conseguirá a sustentabilidade do setor de forma a merecer a confiança dos atuais e futuros consumidores.

Que instrumentos e soluções/estratégias tem a De Heus para fazer face a esses desafios, designadamente os Societais? A preocupação com a sustentabilidade do planeta é desde há vários anos um ponto muito importante na agenda da De Heus sendo alvo do desenvolvimento de estra-

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL A VISÃO DOS PATROCINADORES

OUR0

O que é a FINANÇOR AGROALIMENTAR, qual a importância do mer-

dade Açoreana de Sabões, S.A., tendo também adquirido o Grupo Salsi-

cado português para a empresa e o seu posicionamento?

çor. Com esta aquisição a Finançor reforçou a sua posição no mercado

A Sociedade Financeira de Investimentos e Gestões Açores – Finan-

de transformação de carnes de suíno e de bovino, alargou também a

çor, S.A. foi fundada em 1954, por um grupo de industriais de raízes

sua capacidade de distribuição de produtos alimentares nos Açores.

Micaelenses, liderados pelo Visconde Botelho, absorvendo então a

Em 2012 na sequência de uma aquisição tendente ao domínio total, a

totalidade do património da Sociedade de Moagem Micaelense, Lda.

Finançor SGPS, S.A. passou a controlar 100% do capital da Finançor

Na sequência do 25 de Abril de 1974 diversos conflitos laborais, bem

Agro-Alimentar, S.A., também neste ano a Finançor Agro-Alimentar, viu

como, falta de modernização nos diversos setores da empresa, con-

reconhecida a sua política de responsabilidade social ao ser-lhe atri-

duziram-na a uma situação económico financeira muito difícil.

buído o Prémio Responsabilidade Social, pelo jornal Açoriano Oriental

Decorria o ano de 1976 quando um grupo de industriais de lacticínios

no âmbito da revista das 100 Maiores empresas dos Açores.

juntamente com alguns produtores agropecuários (onde se incluía a

O ano de 2013 ficará marcado na história da empresa, pois a Finançor

Noviçor) resolveram em conjunto adquirir aos então proprietários

Agro-Alimentar, S.A. foi a vencedora do Prémio Agricultura 2013 na

a maioria das ações que constituíam o capital social da empresa. A

categoria de Grandes Empresas, numa iniciativa conjunta do Banco

Noviçor foi reforçando a sua posição até ao controlo da empresa, com

BPI e do grupo Cofina (Correio da Manhã e Jornal de Negócios), com

o apoio de outros acionista, no início dos anos 90. Desde a entrada

o patrocínio do Governo Português e do Ministério da Agricultura e

como acionista da Noviçor, que José Manuel Almeida Braz se tornou

o apoio da PwC. Esta distinção a nível nacional foi o mais alto reco-

administrador da Finançor, assumindo a Presidência do Conselho de

nhecimento alguma vez alcançado pela empresa. De referir que o

Administração desde 1986 até à presente data.

prémio foi atribuído ao consolidado da Finançor Agro-Alimentar, S.A.

Cedo compreenderam que só com grandes investimentos nos diversos

com todas as suas empresas participadas.

setores fabris e com a introdução de novas tecnologias, enfim restaurando

Em termos de reconhecimento, o ano também ficou marcado pela atribui-

completamente a empresa, seria possível torná-la viável sob o ponto de

ção, pelo segundo ano consecutivo, do Prémio Responsabilidade Social nos

vista económico e financeiro. Então com o seu dinamismo a nova admi-

Açores, por ocasião da já referida iniciativa do jornal Açoriano Oriental.

nistração recolocou a Finançor no lugar cimeiro das empresas Açorianas.

A área de actuação da Finançor Agro-Alimentar é no mercado dos

Já no final dos anos 90, a Finançor adquiriu à EPAC todas as suas

Açores onde é líder nas suas principais áreas de negócio: alimentos

instalações silares sitas junto às suas unidades de produção, que se

compostos para animais, produção de frangos, ovos, suínos, bovi-

vieram a revelar de um valor estratégico fundamental para o regular

nos de carne e de leite; transformação e processamento de carnes,

abastecimento de cereais a preços competitivos.

moagem de trigo e fabrico de bolachas. Mais recentemente iniciou

Em 2002, a Finançor implementou um Sistema de Gestão da Quali-

um projecto de I&D na área de aquacultura off-shore algas e peixes.

dade pela norma ISO 9001:2000, bem como, um Sistema de Segurança Alimentar (HACCP) nos sectores: Produção de Alimentos Compostos

Como vê a IACA e o seu papel na Fileira da Alimentação Animal?

para Animais, Moagem, Bolachas e Massas, obtendo a respetiva cer-

A IACA desempenha um papel fundamental como associação da

tificação, pela entidade certificadora APCER em 2004.

Fileira da Alimentação Animal. Nos diversos papéis que desempenha,

A configuração atual do Grupo, começou a desenhar-se decorria o ano de 2005, pois no âmbito de uma reestruturação societária e de capital, que teve como objetivo organizar em grupo as várias empresas detidas pela Finançor e as empresas que detinham a maioria do capital da Finançor Agro – Alimentar, S.A., a empresa C. Novais, Lda. alienou a sua participação na Finançor e foi constituída a Finançor, SGPS, S.A., que passou a ser controlada pelos sócios iniciais da Noviçor, S.A. e seus familiares. Em 2007 o Grupo Finançor SGPS, S.A., através da Finançor Agro-Alimentar, S.A. adquiriu a NSL – Nicolau Sousa Lima, Indústria, SGPS, S.A., detentora da Sociedade Açoreana de Sabões, S.A., da Pondel – Avícola de Ponta Delgada, Lda. e da Agraçor – Sociedade Agropecuária Açoreana, Lda., com o objetivo de criar dimensão na atividade de Alimentos Compostos para Animais e na produção de carne de aves e de suíno. Durante o ano de 2008, ocorreu uma nova reestruturação de capital ao nível da Finançor SGPS, S.A., que levou a uma redução do número de acionistas, passando essa sociedade a ser detida por quatro acionistas (família Leite Braz). Em 2009, a Finançor Agro – Alimentar, S.A., incorporou por fusão as sociedades NSL – Nicolau Sousa Lima, Indústria, SGPS, S.A. e Socie26 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


destacaríamos a relação com a DGAV, INIAV e

para ele e nisso temos a visão 2030 da FEFAC

só melhorando a eficiência, mas também,

GPP em termos de estruturas do Ministério

que é partilhada pela IACA, alinhada com os

mitigando o impacto ambiental da nossa

da Agricultura e a capacidade de relação com

Objectivos de Desenvolvimento Sustentável

actividade; estamos também focados em

diversas outras associações quer a jusante,

das Nações Unidas e que assenta em 3 pilares:

fazer a nossa parte em termos de sus-

quer a montante da sua atividade e a sua pres-

a Segurança Alimentar, a Nutrição Animal e a

tentabilidade, quer através da aquisição

tigiada e valorizada participação na FEFAC,

Sustentabilidade.

de matérias-primas sustentáveis, quer

que lhe permite influenciar o trabalho reali-

monitorizando com métricas reconhecidas

zado junto das instituições europeias, Também

Que instrumentos e soluções/estratégias

o impacto das nossas actividades, sem

fundamental nessa ligação é a perceção dos

tem a Finançor para fazer face a esses desa-

nunca esquecer a segurança alimentar e

desafios futuros e a constante comunicação

fios, designadamente os Societais e como

a sua primordial importância.

com os associados, quer em reuniões gerais,

pode a empresa contribuir para a competi-

Estamos empenhados em contribuir junta-

quer reuniões temáticas que permitem deba-

tividade e sustentabilidade da indústria da

mente com a IACA no INOVFEED, no sentido

ter os assuntos importantes para o sector e

alimentação animal?

de nos preparamos para os contínuos desa-

sempre numa tónica de preparar as empresas

Em primeiro lugar assumir de forma fron-

fios do setor, mas também para podermos de

associadas para os constantes desafios que

tal aquelas que são as tendências e os

forma cientifica e fundamentada contribuir

o nosso sector nos coloca.

desafios que se colocam ao setor, inves-

para o esclarecimento dos consumidores e

tindo em conhecimento e estratégias

stakeholders do impacto positivo da nossa

Quais os principais desafios que, na sua

de adaptação à nova realidade; não vale

atividade, em termos de economia circular,

opinião, se vão colocar ao Setor nos pró-

a pena ignorar e esperar que passe, na

da ocupação do mundo rural, da produção de

ximos anos?

nossa empresa, estamos a investir em

alimentos para os cerca de 10.000 milhões

Dos vários desafios que se colocam ao sector,

conhecimento e I&D na área de alimenta-

de seres humanos que se espera habitem o

destacaria o tema da Sustentabilidade e das

ção de vacas leiteiras para que possamos

nosso planeta em 2050.

Alterações Climáticas como o principal. É um

trilhar o caminho da excelência de solu-

No fundo, como a assinatura do Grupo Finan-

caminho irreversível e há que nos prepararmos

ções em nutrição de vacas leiteiras, não

çor – Presentes no Futuro!

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A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL A VISÃO DOS PATROCINADORES

A história do Grupo Soja de Portugal é longa, com já mais de 75 anos, e é impossível reduzi-la a um parágrafo de “destaques”. Ao longo de todos estes anos, mudámos muitas vezes de direção, com períodos de expansão e outros de consolidação das áreas de negócio, sempre de forma coerente e consistente. Começámos, nos anos quarenta do século XX, com a produção de óleos vegetais, moagem de cereais e farinhas alimentares. Nos anos sessenta iniciámos a produção de alimentos compostos para animais e, nas décadas seguintes, expandimos as nossas áreas de atuação, investindo em áreas tão distintas como a banca e o setor imobiliário, além do setor agroalimentar. Sempre com os pés assentes em Portugal, mas com uma aposta cada vez mais forte na internacionalização – essencialmente nas áreas de alimentos compostos para aquacultura e pet food. Hoje em dia o foco mantém-se na nutrição animal, área de atuação da Sorgal S.A., aliada à produção de carne de aves e à valorização de subprodutos de origem animal, nas restantes empresas do Grupo. De futuro continuaremos a evoluir, e quem sabe como será o nosso negócio daqui a outros 75 anos? Certamente mudaremos mais vezes de direção, mas, neste percurso sinuoso, há uma constante: a IACA. O ano de 1966, em que a Soja de Portugal se tornou Sociedade Anónima, foi marcado também pela constituição da Comissão Organizadora que iria criar o GNIACA, e da qual fizemos parte. E também fizemos parte dos órgãos sociais do referido Grémio, e posteriormente da IACA, de forma mais ou menos constante ao longo destes 50 anos de existência (sendo exceção o período de 2009 a 2014). Somos o associado mais antigo, e podemos dizer que o nosso percurso está entrelaçado com o desta associação que tanto contribui para o setor. E dizemo-lo com muito orgulho! A IACA, associação que representa um setor com 1426 milhões de euros de volume de negócios (12% do VN da agroindústria nacional), está unicamente posicionada para apoiar as empresas do setor dos alimentos compostos. Seja através da intervenção junto das entidades oficiais que nos regulam (nacionais e internacionais), do desenvolvimento de projetos de interesse transversal, do estabelecimento de parcerias-chave ou do apoio à formação dos nossos colaborado28 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

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res, a atuação da IACA permite-nos operar com maior segurança nos nossos mercados, otimizar recursos, explorando as sinergias existentes no setor, e potenciar a visibilidade e a reputação do mesmo junto da população. Não é tarefa fácil. A divulgação de informação de forma maciça, mas por vezes pouco fiável, na comunicação e redes sociais, leva a que tenhamos que investir seriamente na educação da população. Temas tão diversos como o bem-estar animal, a obesidade, o veganismo e o muito recente “climatarianismo” (cujos seguidores privilegiam alimentos locais, menos embalagens, enfim, a diminuição da pegada de carbono) terão que ser discutidos a par com aqueles que nos são já familiares: Segurança alimentar, nutrição animal e sustentabilidade. Acreditamos que podemos contribuir positivamente em

todas estas temáticas, mas é preciso agregar e desenvolver competências nas mesmas. Os desafios que enfrentamos hoje são de resolução complexa, e acompanhar-nos-ão nos próximos anos, senão décadas. Será fundamental que a IACA esteja preparada para os enfrentar, apoiando e com o apoio dos seus associados. Da nossa parte, continuaremos a contribuir para a economia circular, utilizando cada vez mais matérias-primas sustentáveis, otimizando os nossos processos produtivos e apostando na nutrição de precisão, que nos permite reduzir também a pegada ambiental – sem esquecer a comunicação das boas práticas da indústria ao público. Para tal, contamos com o apoio da IACA, e pretendemos continuar envolvidos na Associação aquando da celebração do centenário.


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No Marco de Canaveses, há 90 anos, foi fundada a empresa Fábricas de Moagem do Marco, S.A. que tinha como objecto a produção de farinhas para panificação, função à qual se dedicou em exclusivo durante quatro décadas. O seu mercado localizava-se no Douro Litoral, Minho, Beira Alta, Beira Baixa e Trás os Montes. No final dos anos sessenta foi decidido ampliar o negócio para outras áreas e foi eleita a área de Nutrição Animal como umas das prioridades. Foi então projetada a construção de uma nova unidade fabril que tinha como objectivo a produção de rações para Bovinos, Suínos, Aves, Ovinos e outras espécies de animais. Em poucos anos este negócio

primária de energia na metade do século XX, a SHV mudou-se para outras áreas de negócios. Hoje, a SHV está presente em 58 países em todos os continentes e emprega 60.000 pessoas. Os Grupos SHV são activos na distribuição de energia, no cash-and-carry, nas activi-

dades de engenharia de içamento pesado e de transporte, serviços industriais e nutrição animal e aquática. Como investidor, a SHV está envolvida na exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás, principalmente no Mar do Norte, e fornece participações privadas a empresas no Benelux.

tornou-se um forte pilar da empresa. Em 1986 a empresa passou para novos proprietários, que centraram o seu negócio em primeiro lugar na produção de alimentos compostos para animais e em segundo lugar em farinhas de panificação. Em 1991 a empresa passou a dedicar-se em exclusivo à produção de alimentos compostos para animais. Em 1999 as fábricas de Moagem do Marco, S.A. foram adquiridas pela Nanta, empresa espanhola com mais de 50 anos de história que pertencia ao Grupo Nutreco com sede na Holanda. Deste modo, a fábrica do Marco de Canaveses passou a fazer parte do mais importante grupo de alimentação animal da Peninsula Ibérica. O Grupo Nutreco é uma empresa líder a nível mundial em nutrição animal e emprega mais de 10.000 pessoas. Há que destacar que o grupo tem oito centros de investigação dedicados a melhorar a nutrição dos animais. Por isso é possível levar aos produtores portugueses toda a investigação do grupo Nutreco e apresentá-la em produtos inovadores, seguros e de confiança. Além disso, em 2008 a empresa foi a primeira do setor de alimentos compostos para animais a ser certificada na norma ISO 22000 de Segurança Alimentar e isto reflete-se nos produtos e resultados dos animais que consomem os nossos produtos. Para Nanta qualidade é exigir em cada dia mais. Em 2015 a Nutreco foi aquirida pela SHV. A empresa foi fundada na Holanda em 1896, após fusão entre várias empresas de comercialização de carvão. Depois do declínio geral no uso do carvão como fonte A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TESTEMUNHOS

O PAPEL DA IACA NA FEDERAÇÃO EUROPEIA

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

A IACA alcançou finalmente a “idade da sabedoria"

oficiais da UE lideradas pelo Comissário da Agricultura

que é geralmente associada ao 50º Aniversário – e

da EU, Phil Hogan, no Irão e na Arábia Saudita com vista

tal proporciona um momento muito oportuno para a

a promover as exportações e as melhores práticas

FEFAC expressar as suas sinceras felicitações a todos

de fabrico de alimentos compostos da UE em 2017, e

os membros, colegas e amigos da IACA que têm contri-

também facilitar a nova cooperação FEED-Med com

buído para construir um setor dos alimentos compos-

todos os membros da FEFAC da “América Latina do Sul”.

tos e da pecuária portugueses de sucesso, próspero,

Luis Marques, Jaime Piçarra e todo o Secretariado

moderno e sustentável. Ao mesmo tempo, os membros

da IACA investiram tempo e recursos significativos

da IACA têm desempenhado um papel crucial no apoio

no apoio ao Colégio Geral de Diretores e aos nossos

às atividades da FEFAC, tanto ao nível político como ao

Comités técnicos líderes. O Prof Chaveiro Soares foi

nível técnico, sem o qual a FEFAC não poderia cumprir

um colaborador e defensor chave da ciência no nosso

o seu papel a nível da UE e internacional.

Comité de Nutrição Animal. O recente workshop FEFAC/

É habitual recordar e destacar a estreita e forte rela-

IACA realizado na Faculdade de Veterinária de Lisboa

ção entre a FEFAC e a IACA desde a sua filiação ofi-

sobre soluções de nutrição animal para lidar com a

cial em 1986 no ano da adesão de Espanha e Portugal

RAM é um exemplo perfeito do grande envolvimento e

à UE, antecedida de vários anos com o estatuto de

da rede da IACA na comunidade científica com vista a

observador.

garantir que a posição da FEFAC permaneça enraizada

A FEFAC beneficiou claramente do compromisso pes-

na melhor ciência disponível.

soal e da liderança de ex-presidentes da IACA e dos

Os especialistas da IACA atuam em quase todos os

principais especialistas do setor, incluindo os Srs. Jaime

Comités da FEFAC, dando contributos e conselhos

Lança de Morais, que serviu muitos anos no Praesidium

quase diariamente, e destacando-se também o incan-

da FEFAC. Alberto Araújo de Campos sucedeu-lhe nesta

sável papel de liderança de longa data de Jaime Piçarra,

função e tornou-se o arquiteto e coanfitrião do muito

como líderes da "Task Force" Reforma da PAC da FEFAC

bem-sucedido XXIV Congresso no Porto, utilizando a

e Vice-presidente do Comité de Produção Industrial de

bela Fundação Serralves como local inspirador. Neste

Alimentos Compostos, e membro muito ativo e respei-

evento, que contou com a presença do Ministro da Agri-

tado dos Grupos de Diálogo Civil da DG AGRI sobre

cultura português, Jaime Silva, e do Comissário da UE

a PAC, Culturas Arvenses e Aspetos Internacionais

para a Saúde Pública, Markos Kyprianou, Pedro Corrêa

da Agricultura, pelo qual recebeu o título de membro

de Barros foi eleito Presidente da FEFAC, o primeiro

Honorário da FEFAC em 2016.

presidente português da nossa Federação que conse-

A lista acima mencionada de exemplos de interação

guiu obter com sucesso a “solução técnica da UE” para

próxima e troca fértil entre a IACA e a FEFAC não é,

importações de soja e milho transgénicos. Lançou igual-

de forma alguma, exaustiva e destina-se apenas a ilus-

mente as bases para o diálogo direto com os nossos

trar os efeitos sinérgicos importantes de um desen-

parceiros da cadeia de valor da soja brasileira, que agora

volvimento de relações fortes baseadas numa visão e

evoluiu para uma cooperação formal do MdE sobre a

valores comuns, o que torna a IACA um caso perfeito de

produção responsável de soja e comércio com ABIOVE,

uma associação nacional pró-ativa, sem a qual a FEFAC

APROSOJA e IDH que foi formalmente assinado na

falharia na sua própria missão e mandato.

Embaixada do Brasil, em Lisboa, em janeiro de 2017.

Assim, a FEFAC pretende aproveitar a oportunidade

Analisando o recente Tratado de Livre-Comércio

para homenagear todos os funcionários e membros da

EU-MERCOSUL que inclui um capítulo sobre o desen-

IACA que estão empenhados em defender e promover

volvimento do comércio sustentável e a Comunicação

os interesses da indústria de alimentos compostos a

da UE sobre proteção e restauração da floresta mun-

nível nacional, europeu e global. Este compromisso é

dial, esta cooperação com o Brasil e outros países

a pedra angular de uma estratégia de lobby e defesa

exportadores de soja demonstrou ser “profética”, pois

bem-sucedida que se tornará ainda mais importante

o nosso investimento nas Diretrizes de Fornecimento

num ambiente em rápida mudança dominado por falsas

de Soja da FEFAC está agora a atingir um maior reco-

acusações, discussões entre partes interessadas mal

nhecimento por parte dos operadores do mercado e

informadas e mensagens de “ódio” movidas pelos média

dos responsáveis políticos.

contra a importância de uma economia de alimentos

Cristina de Sousa assumiu o seu papel no Praesidium

compostos e pecuária sustentáveis que, efetivamente,

FEFAC em 2013 e tem sido uma Embaixadora da FEFAC

tem um enorme potencial para atender às exigências

muito eficaz, juntando-se às Missões Agri-comerciais

da sociedade que vão desde as mudanças climáticas,


A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TESTEMUNHOS

saúde e bem-estar animal, agricultura livre

mostram a nossa vulnerabilidade e a obriga-

Esta experiência é de grande valor e deve

de carbono, segurança alimentar e escolha

ção de explicar e provar diariamente como

ser compartilhada com os nossos colegas da

do consumidor.

nós, enquanto indústria, podemos satisfazer

Europa do Norte, Central e do Sudeste que

Quando a FEFAC celebrou o seu 60º aniver-

constantemente as necessidades sociais em

atualmente lutam contra a doença.

sário em junho, em Bruxelas, o nosso Presi-

constante evolução, muito para lá do prato

A política da UE em matéria de alterações

dente, Nick Major, lembrou que a PAC da UE

do consumidor. Por isso, concordámos em

climáticas pretende tornar-se a principal

tem sido a chamada de “despertar” para que a

2016 com a nossa ambiciosa Visão 2030,

prioridade da próxima Comissão Europeia. A

nossa indústria e fundadores se unam e criem

apresentado o caso do setor como sendo um

nova presidente da Comissão, Ursula von der

a nossa própria organização com vista a ajudar

parceiro fiável e voltado para o conhecimento

Leyen, prometeu ao PE entregar um “Acordo

a moldar a organização do mercado comum

da comunidade pecuária – definimos três pila-

Verde” nos primeiros 100 dias de mandato.

para produtos agrícolas. Nestes eventos, é

res Visões sobre Sustentabilidade, ciência da

Temos de nos fazer entender muito bem

importante lembrar que os nossos pais e mães

nutrição animal e segurança dos alimentos

quando afirmamos que já desenvolvemos

fundadores da CAP merecem realmente ser

compostos, identificando metas tangíveis e

novas ferramentas de recolha de conheci-

honrados pelo seu contributo para reduzir a

parcerias estratégicas para os alcançar.

mento que permitirão ao nosso setor avançar

fome e manter a comida acessível aos con-

Esta abordagem já está a apresentar os seus

rumo aos alimentos compostos e à pecuária

sumidores e, ao mesmo tempo, melhorando

primeiros resultados – A Comissão Europeia

neutros em carbono. A indústria dos alimen-

a subsistência de milhões de agricultores e

incluiu sistemas de alimentação no seu plano

tos compostos investiu no desenvolvimento

comunidades rurais e permitindo que a UE

de ação RAM atualizado no capítulo de pre-

da Ração PEFCR para Animais Produtores

se tornasse o maior exportador de alimen-

venção e o CODEX assim como a OIE estão

de Alimentos e na Base de Dados do Global

tos do mundo, cujos produtos são valoriza-

a planear incluir uma referência à nutrição

Feed LCA Institute (GFLI) com mais de 1500

dos e procurados pelas classes médias em

animal e às boas práticas de alimentação

conjuntos de dados de ACV sobre os princi-

ascensão de todo o mundo. A UE tornou-se

animal nas suas orientações RAM atualizadas.

pais ingredientes dos alimentos compostos,

efetivamente sinónimo de rigorosos padrões

Estamos convencidos de que uma abordagem

mostrando que preparámos o terreno para

de qualidade e segurança, oferecendo uma

holística em programas de prevenção ao nível

implementar uma abordagem baseada em

diversidade inigualável de produtos alimen-

das explorações, incluindo a gestão da saúde

ACV às avaliações de impacto ambiental com

tares que satisfazem todas as preferências

animal e o aconselhamento nutricional, pode

vista a transformar os alimentos compostos

em termos de gosto e qualidade dos exigen-

constituir um fator de mudança na redução

e a pecuária sustentáveis numa história de

tes consumidores da Europa e dos mercados

significativa da necessidade de antibióticos.

sucesso em termos de mercado e política.

globais. Os produtos pecuários europeus,

Outro exemplo importante de reposiciona-

Como tal, congratulamo-nos com o compro-

em particular, obtiveram um invejável reco-

mento da nutrição animal como parte da

misso da Comissão Europeia de promover a

nhecimento de “marca” global, cobrindo uma

solução para questões sociais é a estratégia

PEP em todas as políticas-quadro relevantes

enorme gama de opções para laticínios, carne,

de prevenção de resíduos alimentares da UE,

da UE que abrangem as alterações climáticas

ovos e aquicultura.

como parte do pacote de Economia Circular. A

e a legislação ambiental, incluindo a recente

E um dos principais impulsionadores por trás

FEFAC representa verdadeiramente os defen-

comunicação sobre a proteção e restauração

destas “histórias de sucesso” da produção

sores da eficiência de recursos da cadeia ali-

da floresta mundial. No seguimento desta

pecuária são as nossas soluções inovadoras

mentar da UE, convertendo aproximadamente

experiência encorajadora a implementar a

de alimentos compostos que fornecemos

80 milhões de coprodutos do setor alimentar

nossa visão pró-ativa 2030, a FEFAC está

à comunidade da pecuária. Reconhecemos

e dos biocombustíveis em nutrição animal de

a desenvolver agora uma Carta de Susten-

plenamente que a legislação da PAC e da UE

alto valor. No entanto, enquanto indústria de

tabilidade dos Alimentos Compostos 2030

permitiu que os nossos fabricantes de alimen-

alimentos compostos, sabemos que estamos

que lista todos os temas e ações chave para

tos compostos para animais aproveitassem

a caminhar sobre uma corda bamba: BSE,

cada uma das nossas associações nacionais

as suas bases de conhecimento em ciência de

dioxinas, febre aftosa e agora PSA ensina-

que planeamos aprovar e apresentar no nosso

nutrição animal com vista a serem reconhe-

ram-nos uma coisa – o desperdício alimentar

XXIX Congresso em Antuérpia, em junho de

cidos como líderes mundiais, ao analisar as

não é um produto e não pode ser rastreado,

2020, coorganizado pelos nossos membros

taxas de conversão de alimentos compostos

o que significa que os riscos inerentes não

belgas, a BFA.

e a inclusão de coprodutos em formulações

podem ser geridos – daí, a necessidade de

Convidamos todos os membros da IACA a

de alimentos compostos.

manter a indústria de alimentos compostos

celebrar o seu 50º aniversário recordando os

Todos sabemos, contudo, que todas as “his-

fora do caixote do lixo e impedir o retorno da

marcos do passado e também refletindo sobre

tórias de sucesso” têm um lado negativo – a

lavadura ou restos de comida para a produ-

a “futura caixa de ferramentas dos alimentos

crise de segurança alimentar e de alimentos

ção de alimentos para animais. Os membros

compostos” e “receitas inovadoras” com vista

compostos no passado e no presente, só para

da IACA lembrarão como foi difícil e doloroso

a garantir que os produtores pecuários da

mencionar a Febre Suína Africana, e o debate

para a indústria erradicar a PSA nos anos 90,

UE e as suas atividades permaneçam sus-

sobre as alterações climáticas enquadrado

o que levou a uma completa reestruturação

tentáveis e economicamente viáveis, do que

pela Convenção de Paris e pelos ODS da ONU

do setor da suinicultura na Península Ibérica.

depende o nosso sucesso.

32 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


O PAPEL DA ASAE A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), é um organismo de fiscalização, de autoridade administrativa nacional especializada no âmbito da segurança alimentar e da fiscalização económica e órgão de polícia criminal. No âmbito das suas competências e da sua missão de zelar pela segurança dos alimentos, pela saúde pública e saúde animal, bem como pelas boas práticas de leal concorrência, a ASAE vem desde o inicio da sua criação, a executar ações de inspeção e de fiscalização no âmbito da alimentação animal ao longo de toda a cadeia. Nomeadamente, desde as matérias-primas e aditivos utilizados nas suas fórmulas, a sua rastreabilidade, as boas práticas de fabrico, de armazenagem e de transporte bem como de embalagem e rotulagem. A ASAE atua igualmente a nível do comércio a retalho e do comércio online (e-commerce). Esta atuação decorre por rotina ao longo de toda a cadeia e visa a verificação do cumprimento dos diplomas legais vigentes. A ASAE como entidade responsável pela Análise e Gestão do Risco na cadeia alimentar, atua essencialmente em duas vertentes, na vertente preventiva ou proativa e na vertente repressiva ou reativa. Além da atividade inspetiva de rotina, a ASAE colabora ainda na fiscalização da alimentação animal em colaboração com outras Autoridades nacionais e internacionais.

No palco internacional a sua atividade prende-se essencialmente com a atuação a nível do sistema de alerta rápido conhecido pelo acrónimo RASFF (Rapid Alert System for Food and Feed) ou outras redes. O RASFF (Rapid Alert System for Food and Feed) é um sistema onde os Estados-Membros, os países da EEA-EFTA e a Comissão partilham informação sobre géneros alimentícios e alimentos para animais que possam representar riscos para a saúde dos consumidores. A ASAE ao receber Notificações que dizem respeito a produtos a ser comercializados em Portugal, procede à elaboração de Ordens de Operações, com vista à retirada dos mesmos do circuito comercial pelas suas unidades operacionais. No âmbito da sua atividade operacional a ASAE, desde 2017 até ao primeiro semestre de 2019, fiscalizou cerca de 500 operadores, tendo instaurado, neste mesmo período, 122 processos de contraordenação. As infrações mais frequentes têm incidido sobretudo sobre questões de rotulagem, integridade das embalagens, licenciamento e emissão de avisos prévios. A ASAE continuará a desenvolver as suas ações de fiscalização nesta matéria por forma a garantir a livre prática entre os operadores económicos, a segurança alimentar e a saúde pública.

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TESTEMUNHOS

IACA, MEIO SÉCULO Em 2019 completam-se 50 anos sobre a data da

mulações. Ora isso só seria possível numa dimensão

criação do Grémio Nacional dos Industriais de Ali-

industrial regulada.

mentos Compostos para Animais que veio a designar-se posteriormente (1975) Associação Portuguesa dos Indutriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA).

mentos compostos para animais e, ao contrário do que é comum no comportamento dos portugueses, decidiram associar-se numa organização que defendesse

cedo se aperceberam da relevância que os seus pro-

adequadamente os interesses do setor. Assim nasceu,

dutos têm nos sistemas de criação de animais e dos

em 1969, o organismo percursor da actual IACA.

impactos das suas atividades na democratização do

Ao longo do seu percurso cinquentenário, a IACA foi

acesso das populações aos bens alimentares mais

capaz de criar processos de cooperação e de entrea-

escassos (ovos, leite, carnes, produtos de aquacultura).

juda entre os seus associados, amortecendo muitos

que inspirou os signatários dos tratados de paz, foi erradicar a fome da superfície da Terra. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) (1945) iniciou de imediato os trabalhos que poderiam estuturar o sistema de luta contra a fome, promovendo a aplicação de inúmeros programas de desenvolvimento da atividade agrícola em todas as regiões do globo. Dessa atividade resultaram produções localmente excendentárias de cereais, de proteaginosa, de frutos, de legumes, de oleaginosas, de produtos de aquacultura. Gerou-se escala e tornou-se possível acreditar que o sonho de acabar com a fome poderia ser materializado a nível global.

impactos económicos e sociais, nomeadamente os que decorreram dos grandes choques petrolíferos, que tiveram impactos devastadores sobre a formação dos preços dos cereais e das proteaginosas; ou dos ciclos de escassez de oferta de matérias-primas para rações, como acontece sempre que ocorrem calamidades naturais extensas nas regiões de produção ou crises políticas graves. Sem dúvida que a grande mais-valia social da atividade de produção de alimentos compostos para animais reside na maximização de um dos fatores determinantes da produtividade das explorações de animais – o equilíbrio da composição da dieta dos animais – o arraçoamento; o ajustamento dos teores dos diferentes nutrientes às fases de desenvolvi-

Em 1963, a FAO criou a Comissão do Codex Alimen-

mento de cada grupo de animais em criação. Sem esse

tarius para estabelececer regras, normas, guias de

balanceamento, cada sistema de produção pode ficar

campo, manuais de boas práticas e linhas de investi-

definitivamente arruinado.

gação sobre os modos mais adequados de produzir, distribuir e utilizar os géneros alimentícios e alimentos para animais. O objetivo central dos programas visava a salvaguarda da Segurança Alimentar (“food security”) e a promoção do bem-estar alimentar nas populações, para além de se procurar assegurar condutas comerciais justas entre os mercados das diferentes zonas económicas.

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

dos seus sistemas de produção, os industriais de ali-

Os fabricantes de alimentos compostos para animais

No final da II Guerra Mundial, um dos grandes desígnios

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Para melhor articular e gerir todas as potencialidades

A associação dos produtores de rações possibilitou a troca de experiências nos domínios económicos, comercial e técnico, contribuindo definitivamente para a sustentabilidade dos sistemas de produção animal, para o equilíbrio da balança comercial nacional, para uma maior justiça social: para que os portugueses economicamente muito desfavorecidos possam também aceder ao consumo de laticínios, de

No dealbar da Revolução Verde era inevitável que,

ovos e até de carne (aves) e de produtos da pesca

para fazer face aos progressivos aumentos de volu-

(aquacultura), porporcionando modos de vida social-

mes de cereais, de leguminosas e de oleaginosas à

mente menos injustos.

escala planetária, correspondesse o desenvolvimento

Passaram-se 50 anos de atividades suportadas por

tecnológico capaz de melhor conservar e aproveitar

motivações muito inspiradoras. Contudo o Mundo

todas as potencialidades nutricionais contidas nas

confronta-se hoje com outras perspetivas menos

matérias-primas progressivamente mais abundantes;

positivas, como: o despovoamento dos territórios

o seu armazenamento, a estabilidade das suas for-

agrícolas; o surgimento de novas ameaças zoo e


fitossanitárias; a evolução do aquecimento global; as perspetivas

para a qual os Serviços Veterinários Oficiais só podem desejar os

de redução de volumes de produção alimentar e a emergência de

maiores êxitos, sendo certo que os sucessos da IACA são também

correntes doutrinárias que se opõem à produção animal intensiva

os sucessos de Portugal.

sem se questionarem sobre o princípio da universalidade do acesso aos bens alimentares. São desafios com os quais a IACA terá de se confrontar nos próximos 50 anos, os objectivos da sustentabilidade do milénio: cuidar de uma atividade que tem de ser ecologicamente correta, economicamente viável, socialmente justa e culturalmente diversificada.

Parabéns a todos os sócios, aos actuais e ex-dirigentes da IACA pelo indiscutível mérito da obra realizada. Longa vida à IACA! Fernando Bernardo, Diretor Geral de Alimentação e Veterinária

Ao longo dos 50 anos já passados foi sempre possível estreitar laços da melhor cooperação e relacionamento interinstitucional entre os Serviços Veterinários Oficiais e a IACA: celebrando protocolos de colaboração; acertando estratégias para implementação das políticas públicas no domínio dos sistemas de alimentação animal e até agindo em conjunto perante situações que convocam os valores mais elevados da solidariedade social: como sempre acontece com a IACA quando disponiliza graciosamente alimentos compostos para animais em situações de calamidade natural (grandes incêndios florestais). Por tudo isso a IACA é muito mais do que parceiro instrumental das políticas de alimentação animal, é uma organização muito amiga e

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TESTEMUNHOS

INIAV – ESTAÇÃO ZOOTÉCNICA NACIONAL O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV, I.P.) detém, em Santarém, a Estação Zootécnica Nacional (EZN), vocacionada para a criação, transmissão e difusão do saber de natureza profissional, para a investigação orientada e o desenvolvimento experimental, para a prestação de serviços à comunidade e apoio ao desenvolvimento, relevando a centralidade na produção agropecuária nacional e na comunidade envolvente, num quadro de referência internacional. A EZN, criada em Lisboa, em 1901, quando da organização dos serviços agrícolas, deslocou-se para a Quinta da Fonte Boa, no Vale de Santarém (local onde desde 1891, se encontrava a Coudelaria Nacional), dando cumprimento à Lei nº 26, de 9 de Julho de 1913. Beneficiou de diplomas que decretaram, sucessivamente, atribuições e competências, nomeadamente, com o DL nº 27 207, de 16 de Novembro de 1936 e seguintes, que atribuíram à EZN competências para (i) realizar trabalhos de investigação e demonstração no campo da fisiologia e zootecnia; (ii) realizar estudos na pecuária nacional, particularmente sobre os métodos a adotar na sua exploração e melhoramento; (iii) produzir e manter reprodutores seletos das raças nacionais e estrangeiras adequados ao melhoramento da pecuária nacional; (iv) efetuar ensaios de aclimatação e adaptação de raças exóticas das diversas espécies e o cruzamento delas com as raças nacionais; (v) prover de reprodutores os postos de reprodução e (vi) efetuar os trabalhos de investigação, de produção e divulgação necessários para a realização dos fins do estabelecimento. Em 1977, toda a investigação agrária do Ministério da Agricultura foi integrada no INIA (criado pelo DL nº 539/74, de 12 de Setembro), passando a EZN a constituir um Serviço Operativo deste Instituto e dos que lhe foram sucedendo (INIAER, INIA, INIAP, INIAV), assumindo um perfil de Centro de Investigação e Desenvolvimento Experimental para a Produção e Melhoramento Animal. No início da década de 30 reconheceu-se a necessidade de “um laboratório” (foto) que, permitindo uma avaliação funcional, contribuiria para o avanço da ciência zootécnica, através de estudos relacionados com a composição de forragens, leite, azeite, lã e também com a avaliação da digestibilidade e valor nutritivo dos alimentos. Atualmente detém condições únicas concentrando laboratórios (nutrição e alimentação, qualidade dos produtos, reprodução, genética molecular), infraestruturas de experimentação animal (instalações para animais, unidade de engorda de bovinos, matadouro experimental, unidade de fabrico de alimentos compostos, câmaras bioclimatológicas, cirurgia experimental) e ainda um Centro de Documentação e Informação. Pela especificidade das linhas de orientação que tem desenvolvido e afinidade de competências, desde sempre que a EZN colaborou com a IACA, colaboração que tem vindo a ser reforçada ao longo dos tempos, culminando com parcerias em projetos de investigação. 36 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Refira-se a participação na Comissão Técnica CT 37 de Normalização de Alimentos para Animais, desde a sua formação em 1972, ou a cooperação na tradução de normativos europeus ou outros documentos, tais como o Feed Materials Catalogue Regulation – PT version (OJEC L 160, 2011). Relativamente aos projetos de colaboração salientam-se o projeto AGRO 332: Fabrico de Alimentos para Animais – Implementação e Avaliação do Código de Boas Práticas, visando a avaliação da implementação do Código de Boas Práticas, baseado em linhas orientadoras da FEFAC, para a implementação de um Código de Boas Práticas no fabrico de alimentos para animais, ou a parceria no âmbito do Grupo Operacional GoEfluentes – Efluentes de Pecuária, para uma abordagem estratégica à valorização agronómica e energética dos fluxos gerados na atividade pecuária, no âmbito do PDR2020. Recentemente a cooperação institucional foi reforçada com a aprovação de um Laboratório Colaborativo, da responsabilidade da IACA em estreita colaboração com o INIAV, numa parceria de 16 entidades do SCTN e da Indústria. O CoLAB INOVFEED: Estratégias de Alimentação Inovadoras para uma Produção Animal Sustentável, tem uma visão estratégica que suporta os potenciais benefícios e contributos para a produção animal, relacionada com os desafios societais em domínios nucleares com impactos a nível da segurança, qualidade e sustentabilidade da produção de alimentos, da competitividade do setor da Indústria de alimentos compostos e do setor da Produção Animal e ainda da Sustentabilidade Ambiental. A EZN, tendo os recursos para continuar uma referência nesta área do conhecimento foi o local escolhido para acolher este Laboratório, que tem como principal objetivo a contratação de recursos humanos altamente especializados. Felicita-se a IACA pelos seus 50 anos, na expectativa de poder reforçar toda a cooperação que se tem desenvolvido, projetada na implementação dos projetos recentemente aprovados e na continuidade de novas parcerias. Nuno Canada – Presidente do INIAV Olga Moreira – Diretora da EZN-INIAV

Antigo laboratório da Estação Zootécnica Nacional


A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TESTEMUNHOS

UMA REFERÊNCIA NOS ÚLTIMOS CINQUENTA ANOS O cinquentenário da Associação de Industriais de

pelas circunstâncias de mercado da fileira: assis-

Alimentos Compostos para Animais é um marco

te-se à desvalorização da carne de suíno junto dos

para toda a fileira da produção animal por todo o

consumidores promovida pela política de mercado

dinamismo imprimido pela IACA no desenvolvimento

da grande distribuição e, por isso, urge encontrar

do setor primário, sendo uma referência ao nível da

mercados externos que permitam que a suinicultura

representação setorial nos últimos 50 anos.

em Portugal possa crescer.

Mais particularmente nos 38 anos de co-existência

Estes são os desafios que encontra uma organização

comum entre FPAS e IACA, a Federação Portuguesa

recém-criada mas constituída por três entidades

de Associações de Suinicultores sempre soube que

com histórico e provas dadas de saber levar a cabo

encontrava na IACA um parceiro de fileira, promotor

projetos bem sucedidos.

de causas aglutinantes, acompanhando e liderando um setor em franca evolução.

para que o setor tenha verdadeiro poder negocial e

duas organizações se encontram ao longo da Histó-

se dote a si próprio de maior atratividade para o con-

ria de vida de ambas, sendo exemplo mais recente

sumidor. Ao mesmo tempo poderá encontrar estra-

o desenvolvimento do Programa de Certificação da

tégias de internacionalização que não só fomentem

idealizado pela FPAS no qual a IACA não se limitou a ser espectadora. Desde a primeira hora a IACA se prontificou a melhorar o projecto, robustecendo-o e fortalecendo-o, conferindo-lhe um carácter de pro-

a exportação como façam com que as empresas portuguesas tenham uma presença constante junto dos consumidores dos países parceiros comerciais de Portugal.

jecto de fileira.

Ao longo dos últimos 50 anos são incontáveis os con-

Ainda antes, na génese da FILPORC – Organização

de toda a fileira animal. Como exemplo maior do pas-

Interprofissional da Carne de Porco Portuguesa, mesmo limitada regulamentarmente na participação na Organização, a IACA não se demitiu de desenvolver este tão ambicioso projeto que, implementado em pleno, promete elevar a fileira da produção de carne suína para outro patamar e outras latitudes. Desde a idealização desta estrutura que a visão de FPAS e IACA é comum, crendo as organizações que a FILPORC virá dar um grande impulso à fileira da carne de suíno portuguesa em matérias como promoção e internacionalização do setor, nomeadamente no que

tributos prestados pela IACA para o desenvolvimento sado recente encontramos o QUALIACA, um sistema que vem preencher uma lacuna e dar garantias aos industriais de alimentos compostos, aos produtores pecuários e aos consumidores. É mais um contributo inestimável prestado pela IACA no sentido de eliminar o estigma social associado à produção animal, alicerçando a sua ação nos vetores da Segurança Alimentar, da Rastreabilidade dos Alimentos e da Garantia de Confiança aos consumidores finais, princípios onde a FPAS não só se revê como pugna pela sua defesa.

concerne às relações comerciais que poderão ser

Nos próximos 50 anos muitos continuarão a ser os

estabelecidas com países terceiros, designadamente

desafios que oferecem à fileira da carne suína, mas

os mercados recentemente abertos da China, Coreia

estamos certos que na linha da frente do arrosto a

do Sul, Colômbia e México.

esses desafios estará sempre a IACA em parceria

Esta é uma estrutura que vem preencher uma lacuna

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

mais consumida em Portugal é um vantajoso princípio

Vários exemplos da cooperação institucional entre as

Carne de Porco Portuguesa, “Porco.PT”, um projecto

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Concentrar a força de uma fileira que produz a carne

estreita com a FPAS.

no setor e na economia do país, numa altura em

É por isso que no passado dia 21 de Junho, por ocasião

que, de forma generalizada, por toda a Europa a

da IV Gala de Entrega dos Prémios Porco D’Ouro, a

carne – e particularmente a carne de porco – está

FPAS distinguiu a IACA como “Parceiro D’Ouro”. Por-

genericamente estigmatizada do ponto de vista

que, de facto, esta parceria tem sido preciosa para

nutricional, é fundamental que nasça uma estru-

os suinicultores portugueses.

tura que se ocupe de fomentar, promover e divulgar

Bem-haja a IACA pelo seu 50º aniversário e que muitos

estudos que mostrem que o estigma é injustificado.

mais se sigam com o dinamismo, empreendedorismo

Em Portugal a FILPORC ganha particular relevância

e pró-actividade que a caracteriza.


UM MOTIVO DE ORGULHO PARA O SETOR AGROALIMENTAR A Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA) comemora este ano o seu 50º aniversário. Trata-se de uma data ímpar na vida de uma instituição, pelo que não posso deixar de aproveitar o momento para manifestar, enquanto representante dos agricultores de Portugal, o meu orgulho numa organização de grande importância para a economia nacional, particularmente nos tempos difíceis que atravessamos, e de inquestionável relevância para o setor agroalimentar. Para além disso, cumpre-me transmitir, da parte da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), assim como dos agricultores de uma forma geral, os parabéns aos atuais dirigentes da IACA, naturalmente extensíveis a todos os que os antecederam e que ao longo de 50 anos honraram a instituição com a sua presença e as suas orientações. Embora com alguns anos a menos, a CAP assistiu ao desenvolvimento desta organização ao longo das últimas décadas, sendo por isso testemunha da relevância que a IACA tem tido no contexto do setor agroalimentar nacional, nomeadamente no sentido de tornar a indústria dos alimentos compostos cada vez mais reconhecida como um setor de confiança e um pilar na produção pecuária de Portugal. A IACA possui atualmente um projeto dirigido aos jovens e à população estudantil, destinado a dar a conhecer a alimentação animal e a sua importância no contexto da realidade económica e social, que envolve ações junto de um conjunto de escolas, no sentido de sensibilizar as novas gerações para realidades que desconhecem, em parte pelo crescente afastamento entre a vida urbana e o mundo rural. A CAP partilha este esforço e enaltece a iniciativa da IACA neste sentido, uma vez que a própria Confederação tem vindo ao longo dos últimos anos a empreender uma série de iniciativas, precisamente tendentes a sensibilizar e a capacitar os jovens portugueses para a importância estratégica da agricultura, do mundo rural e do desenvolvimento sustentável para Portugal. Atravessamos atualmente uma fase delicada de parte da população relativamente ao consumo de carne e aos impactos ambientais que supostamente a produção pecuária acarreta para a sociedade, pelo que a CAP e a IACA terão certamente, cinquenta anos após a sua emergência, um novo e difícil desafio comum a enfrentar. Sabemos que a produção pecuária em Portugal não é exatamente igual à de outros países, e possuí caraterísticas próprias que constituem uma salvaguarda de qualidade e de equilíbrio ambiental favoráveis. No entanto, nem todos o sabem e as campanhas de algumas organizações internacionais acabam por arrastar a nossa realidade para um contexto globalizado que manifestamente

não nos favorece. Teremos, portanto, de trilhar o nosso próprio caminho e esclarecer devidamente a população portuguesa, pelo que o trabalho junto das camadas mais jovens é fundamental para este efeito. Até porque a indústria da alimentação animal é um dos setores mais importantes no panorama agroalimentar nacional, com um volume de negócios de cerca de 1.400 milhões de euros, representando 12% do volume de negócios da agroindústria. É responsável, com cerca de 100 empresas e cerca de 3.500 trabalhadores, por 1,2% do universo empresarial e 4% do volume de emprego do setor agroalimentar, o que é muito significativo do meu ponto de vista. O facto de este setor ser representado por uma estrutura altamente profissional, com cinquenta anos de experiência e uma larga representatividade no contexto nacional, deixa-nos, porém, seguros de que à atividade pecuária não faltará o conhecimento e a sabedoria necessários aos desafios que, enquanto produtores e representantes de produtores, teremos de enfrentar. A alimentação animal constitui uma fase sensível do início da cadeia alimentar, pelo que importa que os alimentos para animais em todas as fases da produção, transformação e comercialização, detenham a qualidade e segurança necessárias e apropriadas à manutenção da saúde e bem-estar dos animais e dos produtos a que dão origem. Nesta perspetiva, tendo em vista a melhoria da qualidade das matérias-primas em prol da garantia da segurança na cadeia alimentar, a IACA numa parceria com a DGAV, implementou este sistema, o “Qualiaca”, permitindo assim também um reforço do controlo e segurança dos alimentos de origem animal (carnes, leite e ovos) e contribuindo para criar confiança dos consumidores na produção nacional e na origem Portugal. O setor mantém, portanto, estreitas ligações com a pecuária nacional, pelo que quer o seu passado, quer o seu futuro, estão inevitavelmente interligados. A difusão de novos métodos de produção permite substanciais aumentos de produtividade, o que a IACA tem vindo sistematicamente a realçar. A CAP integra produtores de cereais, assim como toda a produção pecuária, pelo que esta ligação com a indústria será sempre da maior importância. Os alimentos compostos para animais são essenciais para o funcionamento de grande parte das explorações pecuárias e agropecuárias, contribuindo, de uma forma decisiva, para a formação de uma parte substancial dos seus rendimentos finais. É, assim, com grande satisfação que vejo a IACA assinalar o seu 50º aniversário, certo de que, alicerçados neste histórico, os anos que se seguem serão igualmente um motivo de grande orgulho para o setor pecuário nacional, assim como agroalimentar de uma forma geral. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TESTEMUNHOS

VALOR ACRESCENTADO AO SETOR DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Em 19 de setembro 1988, o sr. António Amadeu Prata, empresário de Santa Comba Dão, constitui a empresa A. PRATA Aditivos Alimentares, Lda. cuja atividade se centrava na comercialização de aditivos para alimentação animal. Posteriormente, por alteração do seu pacto social, a A. PRATA Aditivos Alimentares, Lda. transforma-se numa Sociedade Anónima com a designação de INVE Aditivos Alimentares, S.A., ligada ao Grupo Belga INVE que dedicava uma significativa parte da sua atividade à Investigação e Nutrição Animal. Entretanto a INVE inicia a construção da sua unidade fabril na Zona Industrial da Catraia, em Santa Comba Dão. No ano de 2001 ocorreu uma alteração na estrutura acionista da INVE Aditivos Alimentares, S.A., passando a empresa a pertencer a acionistas nacionais ligados ao sector da alimentação e produção animal – Grupo MIF (Manuel Inácio & Filhos) – e a um acionista belga. Em 17 de outubro de 2001, a designação social da INVE Aditivos Alimentares, S.A. foi alterada para D.I.N. Desenvolvimento e Inovação Nutricional, SA. Nessa altura, a atividade da empresa centrava-se no desenvolvimento e produção da sua própria gama de pré-misturas, alimentos de iniciação e especialidades para suínos, aves e bovinos e comercialização de matérias-primas para o fabrico de alimentos para animais. Entretanto, a segunda unidade de fabrico encontrava-se em construção.

O seu laboratório, que se encontrava acreditado desde o ano de 1999, suportava a atividade de controlo de qualidade da DIN e dos seus clientes assim como o desenvolvimento de novos produtos. Desde a sua constituição, em 1988, o volume de negócios da empresa foi sempre crescente sendo que para tal contribuiu a sua cultura de rigor, qualidade através das certificações do seu sistema de gestão e da acreditação do seu laboratório, e respeito pelos seus clientes. Em julho de 2016, a D.I.N. entra numa nova era da sua história ao ser adquirida pelo Grupo CCPA – Conseils et Competences en Productions Animales – cuja sede se situa em Janzé, França.

A D.I.N., SA, no presente A nutrição e saúde animal constituem a área de excelência do Grupo CCPA. A atividade da D.I.N., SA assenta no desenvolvimento de alimentos para animais (pré-misturas e alimentos compostos de iniciação). O seu enfoco consiste na qualidade, desempenho e inovação dos alimentos que fabrica, flexibilidade na conceção de soluções nutricionais, qualidade e rigor técnico dos serviços prestados pelos técnico-comerciais no âmbito nutricional, profilático e de maneio. Aposta na Inovação, Ambição, Respeito e Eficácia e desempenha um papel relevante na satisfação das necessidades específicas de cada cliente garantindo apoio permanente à sua atividade de forma a contribuir para a sua eficiência e competitividade. A empresa tem nos seus quadros 44 pessoas em todas as áreas que constituem uma equipa multidisciplinar, dinâmica e eficiente. O seu corpo técnico é composto por 8 técnicos que realizam acompanhamento direto a clientes e ainda por 2 técnicos que compõem o departamento de formulação. A D.I.N., SA tem duas fábricas: uma de produção de pré-misturas e outra de alimentos de iniciação. Os clientes da D.I.N., SA são as fábricas de alimentos compostos para animais, os auto produtores e os produtores pecuários. São entidades de grande, média e pequena dimensão e o delineamento nutricional dos alimentos tem em conta as necessidades específicas de cada um. A atividade da D.I.N., SA, centra-se principalmente nas seguintes espécies: Suínos, Ruminantes e Aves.

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


Para além do mercado Português, exporta para Angola, Moçambique, Cabo Verde, Filipinas, Camarões, São Tomé e Príncipe.

• detém a capacidade de unir os seus

A D.I.N., SA tornou-se associada da IACA em outubro de 1994 enquanto ainda se denominava INVE – Aditivos Alimentares, S.A., tendo participado ativamente nas suas atividades pela pessoa do sr. António Amadeu Prata. Posteriormente a D.I.N. foi membro da Direção da SPM/SPMA nos mandatos de 2009-2011 e 2012-2014.

a força e é de união que precisamos

Uma relação de 25 anos que se traduz em confiança e reconhecimento. E o que reconhecemos no trabalho desenvolvido pela IACA ao longo dos seus 50 anos de existência? O valor de uma instituição que:

associados e de promover o debate e a cooperação entre todos. A união faz sobretudo no tempo presente que nos defronta permanentemente com desafios de diversa natureza. • estabelece relações sinérgicas entre o

papel crucial nesta área. O conhecimento permite-nos fazer mais e melhor. É nossa convicção que o trabalho desenvolvido pela IACA, ao longo dos seus 50 anos de existência, constituiu um fator chave para o desenvolvimento, fortalecimento e dignificação dum sector tão importante – a alimentação animal.

setor e os organismos públicos, desta-

Muitos Parabéns!

cando-se o Protocolo QUALIACA. Este protocolo de colaboração celebrado entre a IACA e a DGAV constitui um instrumento de importância relevante na garantia da qualidade e segurança alimentar na indústria da alimentação animal. • promove a atualização técnica dos seus

• nos representa, que nos dá voz junto

associados numa área tão vasta e em per-

das várias instituições nacionais e

manente evolução – a nutrição animal. A

europeias defendendo os interesses

Revista Alimentação Animal e as Jornadas

do nosso sector.

de Alimentação Animal desempenham um

NUTRIÇÃO E SAÚDE ANIMAL

A nossa experiência, a sua eficiência Inovação

Especialista em nutrição e saúde animal, a D.I.N – Desenvolvimento e Inovação Nutricional, S.A. disponibiliza aos seus clientes soluções nutricionais inovadoras cuja conceção se encontra suportada na constante evolução técnica em nutrição animal. A nossa equipa multidisciplinar garante a prestação permanente de serviços técnico – veterinários e laboratoriais indo de encontro às necessidades específicas de cada cliente.

PRRRÉÉÉ-M -MIST IS URAS AS DE VITAM AM MIN INASS E MINEEERA RAIS ISS

Análises Microbiológicas e Físico-químicas

Formulação e Apoio Técnico

Investigação e Desenvolvimento

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A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TESTEMUNHOS

A ACTUAÇÃO DA IACA TEM SIDO FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO “Atingir a marca dos 50 anos de longevidade é um facto revelador da importância da Associação para a competitividade e sustentabilidade do setor".

Assumindo-se como uma das maiores empresas do

do país, com a capacidade de processamento de

distrito de Leiria, a Racentro é reconhecida a nível

1400 toneladas por dia, apoiando os produtores

nacional como a unidade fabril agroalimentar com

de milho nacionais na resolução do problema da

maior produção, líder de um setor onde operam

secagem do produto. A Racentro recebe o milho

mais de 100 empresas. Com um volume de negócios

ou recolhe-o no seu local de produção, facilitando o

atual superior a 130 Milhões de Euros, e mais de 75

trabalho dos produtores. Para além do transporte e

colaboradores diretos, a Racentro produz mais de

da secagem, que se encontra à disposição de todos

480.000 toneladas por ano.

os agricultores portugueses, a empresa garante um

A Racentro encontra-se no mercado desde a

Controlo de Qualidade fiável e transparente, bem

década de 80, associando-se ao Grupo Lusiaves

como o armazenamento do milho, com a capaci-

apenas em 1997. É neste mesmo ano que a empresa

dade de 40 mil toneladas de cereais. A Racentro

procede a uma reestruturação total a nível pro-

apresenta-se, assim, como um apoio essencial ao

dutivo, projetando e construindo uma unidade de

setor da agricultura nacional.

fabrico onde foi utilizada a mais moderna tecno-

A atuação da IACA tem sido fundamental para

logia conhecida à data.

o sucesso da Racentro, através da promoção do

Com a entrada do novo milénio ocorreu a aquisi-

setor dos Alimentos Compostos para Animais.

ção total da empresa por parte do Grupo Lusiaves,

Miguel Loureiro sublinha que “atingir a marca

incutindo uma nova cultura de qualidade e susten-

dos 50 anos de longevidade é um facto revelador

tabilidade e novos investimentos de inovação e

da importância da Associação para a competiti-

modernização. Miguel Loureiro, Administrador da

vidade e sustentabilidade do setor. A IACA tem

Racentro destaca, com orgulho, a preocupação

tido um papel essencial para o reconhecimento

ambiental da empresa e o seu papel no desenvol-

da Indústria dos Alimentos Compostos como um

vimento da segurança alimentar animal “em 2000

setor de confiança, que promove a utilização

a Racentro torna-se a primeira empresa do setor

eficiente e responsável dos recursos naturais,

a certificar o sistema de segurança alimentar, e

contribui para a saúde e bem-estar animal e para

em 2003 foi a primeira empresa do setor a obter

a produção de alimentos seguros e nutricional-

o licenciamento ambiental”.

mente equilibrados”.

Fortemente ligada à inovação e evolução da pro-

O Grupo Lusiaves, destaca ainda a importância da

dução de alimentos para animais nutricionalmente

associação na defesa dos interesses dos seus asso-

equilibrados, seguros e sustentáveis, em 2017 a

ciados e no debate futuro da sustentabilidade do

Racentro afirma o seu posicionamento com o inves-

setor e da qualidade da alimentação animal.

timento de 10 Milhões de Euros que lhe permitiu realizar um crescimento de 50% passando a ter uma capacidade de produção mensal de 60.000 Toneladas. Com este investimento, a Racentro apostou, de forma pioneira e única em Portugal, numa unidade fabril dedicada ao tratamento térmico dos alimentos. A ração é submetida a uma alta temperatura (82ºC) garantindo a destruição de microrganismos patogénicos e aumentando o valor nutricional dos alimentos. Atualmente, a moagem das matérias-primas também é feita de forma individual, permitindo obter o tamanho da partícula ou grão ajustado a cada uma das várias fases da vida produtiva dos animais. A aposta da empresa passou também pela instalação de um dos maiores secadores de milho 42 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TESTEMUNHOS

FORTALECIMENTO DA IMAGEM DAS EMPRESAS ASSOCIADAS A Rações Zêzere foi constituída em 1981 por um conjunto de empresários do setor agropecuário de forma a poderem melhorar a qualidade das rações que utilizavam nas suas explorações e a aumentar e potenciar a rentabilidade das mesmas através de melhores alimentos com custos mais competitivos. O sucesso dos produtos foi rapidamente assimilado pelo mercado, o que levou a que a empresa tivesse de fazer um investimento numa linha completamente automatizada nos anos 90. Uma linha, na época, constituída por tecnologia de topo dinamarquesa, com a mais elevada automatização do setor, tornando a empresa numa referência e dotando-a de uma elevada capacidade produtiva, investindo simultaneamente na construção de 2 modernos e bem apetrechados laboratórios, um de Microbiologia e outro de Química. Em 1998 tornou-se a primeira empresa do setor certificada pela norma ISO 9001 de qualidade, pela APCER, a que se seguiram certificações em segurança alimentar ISO 22000 e de ambiente ISO 14001.

rança no segmento de produção de alimentos para Galinhas Poedeiras (principal produto da empresa) e que em todos os restantes segmentos seja reconhecida pelos produtos de elevada qualidade que produz. A IACA, como representante das empresas produtoras de alimentos para animais, tem zelado desde que foi criada pela qualidade dos serviços prestados, pelo fortalecimento da imagem das empresas associadas, pelo acesso criterioso à atividade, pela competitividade leal e pelas condições justas do exercício da atividade. Enquanto associados, só temos a agradecer toda a colaboração que sempre temos tido, para o bom desempenho da nossa atividade e para a defesa intransigente dos interesses do nosso setor. Parabéns pelos vossos 50 anos ao serviço da nossa Indústria.

Em 2006, a empresa optou por diversificar a sua aposta e distribuir os produtos para novos segmentos, não centralizados nos grandes produtores, mas fornecer o pequeno retalho (distribuidores de produtos agropecuários) e a grande distribuição com alimentos para animais de criação de elevada qualidade. Este processo foi algo mais lento e mais exigente, foi necessário a empresa adaptar a sua estratégia de marketing, criando desde logo novas embalagens (inovadoras para o setor) a um plano de comunicação e divulgação das características inovadoras e diferenciadoras dos produtos e da empresa. O impacto deste investimento foi traduzido rapidamente na atividade da empresa, aumentando as vendas significativamente, e impondo um novo investimento numa nova linha de fabrico em 2011.

Antes

Os processos desenvolvidos e implementados levaram a que a empresa seja hoje uma referência do sector, reconhecida pela elevada qualidade dos seus produtos, pelo seu rigor no controlo dos processos (possui várias certificações destacando-se a certificação de alguns dos seus próprios produtos em mais uma inovação) e pela elevada capacidade de resposta às mais exigentes solicitações. Foram necessários investimentos avultados em diversas fases do crescimento da empresa, mas a coragem e determinação dos acionistas e dos seus gestores, permitiram que a Rações Zêzere, SA, atingisse a lide44 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Agora


ABRAÇO DE FELICITAÇÕES A IACA nasceu em 1969 e a Vetlima em 1972, digamos que somos da mesma geração! Fomos vizinhos longos anos na 5 de Outubro, cuja proximidade consentia encontros mais frequentes, uns casuais outros propositados. As empresas são sempre as PESSOAS. Para além do trabalho que a IACA vem desenvolvendo em prol dos seus associados, reconhecendo a sua capacidade de mobilização, para a atualidade dos temas que em conjunto elegemos e para além duma equipa que estará por trás de tudo isto, quero lembrar-me agora do brilho, da postura, do contacto assertivo e simpático que o SENHOR Luís Marques trouxe à Associação (cá estão as pessoas), que passei a respeitar naquela altura de forma diferente por ele e através dele.

O Eng.º Jaime Piçarra veio dar continuidade a esta forma e a estes valores, naturalmente com um elain de modernidade e mais consentâneo com as necessidades que as empresas demonstram neste tempo. À IACA /pessoas, aos ilustres dirigentes que destaquei e que melhor conheci e conheço, um do passado e outro do presente e futuro (mas haverá mais certamente independentemente das Direções), a Vetlima envia-vos um grande abraço de felicitações por tão redonda data e deseja que no próximo meio século saibam tão bem quanto até agora, interpretar e conduzir as mudanças que certamente se verificarão, projectando a IACA/Associação por muitos e bons anos.

A RAZÃO DE SERVIR DA IACA Germano Marques da Silva

50 anos da vida de uma instituição são muitos anos. Quase tantos quantos a minha ligação à IACA. Recordo os tempos conturbados do PREC. As reuniões quase permanentes das Direções e com os industriais associados para assegurar o abastecimento dos cereais e oleaginosas, cuja importação estava dependente das escassas disponibilidades financeiras do País, e a paz social nas empresas. Recordo com saudade esses tempos difíceis, saudade pela qualidade, não só técnica mas sobretudo pela retidão moral dos responsáveis pela Associação e de todos os seus colaboradores. Em todos, dirigentes e colaboradores, percebi sempre o grande empenho em servir todos os associados por igual. O rumo da IACA tinha sido traçado pelo saudoso Presidente Dr. Carlos Lebre, secundado fiel e entusiasticamente pelo Secretário-Geral Sr. Luís Marques, e foi respeitado e seguido por todos os que lhes sucederam. Considerei sempre a IACA como um exemplo de associativismo empresarial, empresarial e não apenas patronal, porque a atividade que efetivamente exerceu, e exerce, desde a sua criação não se confinaram às questões laborais, não obstante reconhecidamente muito importantes, mas cuidaram principalmente das condições necessárias para o desenvolvimento e prestígio

do setor dos alimentos compostos, impondo-se ao respeito dos associados, de outras associações congéneres que procuravam seguir as suas práticas e à audiência das autoridades de tutela. Que me lembre, mesmo naqueles tempos difíceis que se seguiram ao 25 de abril, a indústria representada pela IACA não conheceu uma única greve! Desconfio que não há muitos setores da nossa indústria que possam arvorar esta bandeira! 50 anos registaram naturalmente muitas mudanças, nas necessidades que exigiram resposta e necessariamente nos modos de intervenção, mas em todas estas transformações que as circunstâncias impuseram, como na vida de cada um de nós, há algo que permanece imutável, nos identifica e responsabiliza, o espírito, a alma: a razão de servir da IACA. As minhas saudações aos atuais dirigentes, associados e colaboradores e a minha homenagem a todos os que já nos deixaram; a todos guardo num escaninho da memória pelo respeito e amizade mútuas que cultivámos através de décadas, mas sobretudo pelo muito que com todos aprendi. A IACA participa da minha história profissional mas também pessoal; orgulho-me de a ter servido. E tenho a ilusão, espero que também eu faça parte da história da IACA, por boas razões.

A Kemin Portuguesa deseja à IACA e todos os seus associados, um feliz aniversário pelos seus 50 anos de vida. A LI ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL ASSOCIADOS DA IACA DESDE 1969

ASSOCIADOS DA IACA DESDE 1969 É evidente que a História da IACA, das conquistas e deceções, das lutas e angústias, de todos os momentos vividos, bons e menos bons, são de todos os Associados, empresas, colaborado-

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

res, dirigentes e parceiros, no entanto numa altura em que celebramos os 50 Anos, é justo Homenagear aqueles que estiveram com a IACA desde a primeira hora, desde os tempos do Grémio, ape-

sar das transformações registadas por algumas empresas. Agradecendo a todos e a cada um dos sócios, aqui damos nota das 12 empresas Associadas da IACA desde 1969:


A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL PARCERIAS

Podemos, a partir do desenho da alimentação, ajudar um animal a adaptar-se a um ambiente mais frio ou mais quente, por exemplo.

Mais do que alimentar animais Pedro Folque é diretor técnico da Eurocereal e trabalha há mais de 30 anos no setor da Alimentação Animal. À FORUM, descreve a realidade de quem trabalha nesta área cujo papel será essencial para responder aos desafios mundiais do futuro. Um campo que, pelas suas características “é muito atrativo para os jovens”, sublinha.

“Os meus clientes são os animais, não são os donos dos animais”, realça, a certa altura, Pedro Folque. A frase serviu para explicar o trabalho de um nutricionista na área da alimentação animal, alguém que “quase nunca está no escritório”. A vida profissional deste engenheiro é feita entre frequentes visitas a explorações, realça: “Faço mais de cinco mil quilómetros por semana”. Devido a este contacto no terreno, para Pedro Folque, há um elemento essencial para quem quiser trabalhar nesta área: “tem de gostar de animais”. Grande parte do trabalho passa por entender de que forma a alimentação pode responder às necessidades dos mesmos, aumentando a eficácia dos processos. Por essa razão, “há uma relação pessoa-animal que é preciso desenvolver”. A resposta às necessidades específicas dos animais é, de resto, a principal base da nutrição de precisão (ver caixa). Uma técnica que, para além de ter impacto económico, tem ainda um papel a cumprir no bem-estar animal. “Podemos, a partir do desenho da alimentação, ajudar um animal a adaptar-se a um ambiente mais frio ou mais quente, por exemplo”, revela.

Um campo de oportunidades Ao longo dos mais de 30 anos de carreira, Pedro Folque acompanhou as “mudanças radi48 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

O que é a nutrição de precisão? De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), a nutrição de precisão “garante que os requisitos alimentares dos animais estejam de acordo com a alimentação fornecida”. Este desenho da alimentação tem em conta as necessidades do animal e tem ainda impacto na sustentabilidade ecológica, uma vez que reduz “a liberação de substâncias químicas e patógenos no meio ambiente”.

cais do setor”. Hoje, garante, a alimentação animal está “mais evoluída cientificamente do que a alimentação humana”. O trabalho realizado é realmente de precisão e movimenta-se entre cadeias de aminoácidos, minerais ou ácidos gordos, com “um aprofundamento técnico e detalhe superiores”. Esta complexificação traz consigo uma oportunidade para os jovens que pretendam trabalhar nesta área: a possibilidade de ser criativo e inovador. Por um lado, explica o engenheiro, dois nutricionistas diferentes “não encontram duas soluções iguais”, para resolver as necessidades de um animal. Por outro, há a possibilidade de trazer soluções tecnológicas inovadoras. Para dar um exemplo, Pedro Folque aponta para o telemóvel, mostrando-nos o funcionamento de uma aplicação que permite medir e acompanhar o crescimento dos animais. A inovação não só é bem-vinda como será obrigatória, no futuro. Desafios globais como o crescimento populacional, a desmedicalização ou as alterações climáticas terão de levar à criação de soluções mais eficientes. E deverão dar maior destaque a uma área, de alguma forma, invisível para o público em geral: “[O nosso trabalho] não aparece nos rótulos dos produtos. Mas os desafios do futuro vão obrigar a uma nova postura e a uma maior visibilidade para esta área”, conclui.


Como montar o puzzle que alimenta o Mundo Nuno Mota, Diretor de Operações da Raporal, explica-nos a forma como o setor da Alimentação Animal se encontra na vanguarda de áreas como a inovação ou a sustentabilidade ambiental. Tudo isto, sem esquecer o seu impacto global, realça: “Eu contribuo para alimentar o Mundo”. No gabinete de Nuno Mota, há um ecrã que capta a atenção de quem entra. O monitor mostra gráficos e tabelas atualizados ao minuto, numa imagem que faz lembrar o mundo da alta finança. E a comparação não é descabida, segundo a explicação do diretor: “É a partir daqui que acompanho a cotação em bolsa das matérias-primas e compreendendo qual a melhor altura para comprar”. No monitor, há nomes que saltam à vista: “soja” e “milho”, por exemplo. É a partir destes elementos, descreve Nuno Mota, que se irá “montar o LEGO” das rações. O objetivo é simples: responder da forma mais eficaz e eficiente às necessidades dos animais. Completar este puzzle é, para o responsável da Raporal, o desafio mais atrativo desta área que implica conhecimento científico, mas também pensamento criativo. “Há que saber adequar a produção às necessidades”, realça, antes de deixar um exemplo: “Pensemos num grão de soja. É produzido no interior do Brasil, viaja de camião até ao Porto de Santos, cruza o oceano num navio e chega a Lisboa”. Nesta longa viagem, há “muita coisa que pode acontecer e que é necessário afinar”. Pelo meio, há uma certeza: “os animais terão de ser alimentados”. De resto, os animais são, em grande medida, o foco da produção. Construir o “puzzle” de cada ração “terá de contribuir diretamente para o bem-estar animal”, ajudando na adaptação ao contexto, por exemplo, no ajuste à temperatura ou no caso de necessidades caló-

“O setor da alimentação animal é dos que mais tem implementado mudanças efetivas na área da sustentabilidade ambiental” ricas específicas. E a felicidade dos animais é importante, destaca Nuno Mota, não só pela “óbvia” questão ética, mas também por uma questão produtiva: “nenhum animal pode ter ‘stress’ – todos têm de estar confortáveis e bem alimentados”. O futuro passa por aqui. Os desafios do futuro obrigarão a encontrar novas práticas de sustentabilidade. Sobre esta

necessidade, Nuno Mota não tem dúvidas: “o setor da alimentação animal é dos que mais tem implementado mudanças efetivas nesta área”. O diretor exemplifica com a reutilização de subprodutos de outras indústrias que, desta forma, “ganham uma segunda vida, com segurança para o consumidor”. “Isto terá de ser feito por outras indústrias, no futuro”, reforça. Há ainda inovações científicas recentes que contribuem para a sustentabilidade do planeta: a criação de enzimas especializadas na libertação do fósforo das plantas, por exemplo, permite reduzir a extração deste recurso do meio ambiente. Esta descoberta, destaca o diretor, ilustra a forma como a produção científica e o investimento em investigação nesta área aumentaram, nos últimos anos, para encontrar resposta às preocupações mais atuais. “Por razão, esta pode ser uma especialidade muito interessante para um jovem, ao trabalhar em matérias que são muito relevantes, hoje em dia”, realça Nuno Mota, antes de concluir: “E que o serão ainda mais no futuro”. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

TREINAR BACTÉRIAS PARA DEGRADAREM FIBRA, UMA NOVA ESTRATÉGIA NUTRICIONAL ­­Introdução A Fibra tornou-se num tema de renovado interesse no que diz respeito à saúde intestinal e desempenho animal, numa altura em que UE e USA se movem para uma produção livre de antibióticos. A fibra, no entanto, é um tema amplo que abarca muitos componentes como se analisou recentemente no artigo, Desmistificando a fibra: Entendendo o seu impacto na nutrição de monogástricos (Van Wyhe e Tedeschi dos Santos, 2019). Embora a composição das fracções de fibra seja Dr. Tara York

diferente, algumas são mais digestíveis que outras.

North America Technical Manager, AB Vista

As frações de fibra não digeríveis são muitas vezes referidas como polissacáridos não-amiláceos (NSPs) e existe uma grande quantidade de dados que demonstram as suas propriedades anti-nutricionais em dietas de aves (Bedford et al., 1991; Bedford e Classen, 1992; Choct e Annison, 1992). No entanto, na literatura existem numerosos artigos publicados mostrando melhorias no desempenho dos animais desde a introdução das enzimas NSP. Estas enzimas rompem o arabinoxilano em xilo-oligossacarídeos (XOS), fragmentos de carbohidratos mais pequenos que são fermentados por bactérias. Acredita-se que a fermentação de XOS promova

são sugeridos para enzimas NSP, na redução de viscosidade, na destruição da parede celular e na formação de prebióticos. Dentro desta revisão, ele propôs uma adaptação à hipótese prebiótica, sugerindo que as enzimas NSP não produzem per se prebióticos, mas enviam sinais para o microbioma para desenvolver a sua capacidade de degradação das fibras. À medida que o substrato NSP é decomposto em fragmentos menores de xilo-oligossacarídos, as bactérias podem utilizar o substrato de forma mais eficaz, levando ao aumento da fermentação cecal (Masey O’Neil et al, 2014). Bedford propôs que poderia ser a fermentação da fibra da dieta per se, em vez dos oligossacarídos produzidos pela enzima, o que proporciona a energia extra à ave e o feedback à moela permitindo a este órgão moer mais eficientemente e resultando numa melhoria da digestão de nutrientes. Acredita-se que a formação de XOS conduz a uma mudança no microbioma na direção das bactérias produtoras de butirato. Embora a maioria dos micróbios no intestino de aves seja desconhecida, cerca de 75% vêm de espécies pertencentes ao tipo Firmicutes. As principais espécies dentro deste tipo pertencem às famílias

mudanças no microbioma do trato gastrointesti-

Ruminococcaceae e Lachnospiraceae, também

nal, levando a um melhor desempenho dos animais

conhecidas como Cluster Clostridium IV e XIVa,

Gilson Gomes

através da produção de ácidos gordos de cadeia

ambas conhecidas por produzir butirato como

Global Technical Manager, AB Vista

curta (SCFA). Investigações anteriores têm aludido

produto final de fermentação (De Maesschalck

que o desempenho das aves pode estar correla-

et al., 2015). Os mesmos pesquisadores demos-

cionado com a sua microflora e os metabólitos

traram recentemente que quando frangos de 26

que produzem (Rinttila e Apajalahti, 2013), mas à

d de idade foram alimentados com dietas con-

medida que o nosso conhecimento de fibras e enzi-

tendo suplementação de XOS, encontrou-se um

mas NSP evolui, parece que finalmente podemos

aumento do cluster Clostridium XIVa juntamente

utilizar a fibra em beneficio do animal treinando

com outras bactérias no ceco o que corresponde

o microbioma e ativando as suas capacidades de

a um aumento na produção de butirato.

fermentação.

Evolução da fibra e seus benefícios

50 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Sinalizando o microbioma Embora previamente sugerido que a ave e sua

As enzimas NSP têm sido usadas em dietas de

microflora estão fundamentalmente ligadas, novos

aves há mais de 40 anos para melhorar a absor-

conhecimentos da decomposição da fibra em XOS

ção de nutrientes com o foco principal na gordura,

e os benefícios que os XOS têm ao induzir mudan-

permitindo reduzir custos da dieta. Ao longo deste

ças no microbioma dentro do trato gastrointesti-

tempo, o nosso entendimento de como funcionam

nal, apenas suportam a importância desta ligação.

evoluiu. Num artigo recente de Bedford (2018)

Os benefícios do XOS sobre o desempenho animal

discutem-se três principais modos de ação que

reportados na literatura, foram demonstrados ao


PREPARAR. APONTAR. CRESCER. SINAL RECEBIDO

A estimulação do microbioma intestinal é uma estratégia nova para melhorar o desempenho dos animais. O sucesso depende de como o microbioma é alimentado e da sua adaptação ao longo do tempo. Signis, uma combinação de ação dupla de xilanase e xilo-oligossacarídeo, que acelera o desenvolvimento do microbioma para degradar a fibra • Permite uma melhor fermentação de fontes de fibra que caso contrário permaneceriam sem degradação • Proporciona desempenho consistente dos animais e reduz os custos de produção • Melhora a digestibilidade de nutrientes

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

suplementar XOS diretamente como aditivo alimentar e em níveis muito mais altos do que seria produzido pela adição de uma enzima NSP sozinha (De Maesschalck et al. 2015; Liu et al, 2018). No estudo de De Maesschalck et al. (2015), as melhorias observadas no desempenho das aves quando se adicionou XOS foi sugerida como o resultado da estimulação das bactérias produtoras de butirato através da alimentação cruzada de lactato e dos efeitos benéficos do butirato na função gastrointestinal. As populações microbianas dentro do trato gastrointestinal do animal mudam ao longo do tempo, evoluindo para uma população especializada na fermentação de fibra à medida que o animal envelhece. Embora os níveis de SCFA sejam muito baixos no intestino e no ceco de aves jovens (van der wielen, 2000; Lee et al., 2017), a possibilidade de mais cedo sinalizar ou treinar o microbioma para se tornar mais eficiente na degradação de fibra e na produção de SCFA, pode trazer benefícios ainda maiores. Um estudo recente sugeriu que as bactérias podem ser treinadas para iniciar a fermentação mais cedo (Bedford e Apajalahti, 2018; Figura 1). Neste estudo, pôs-se a hipótese de ao pré expor um ani-

Ação dual complementar Nos últimos anos, a AB Vista desenvolveu várias investigações para determinar o que impulsiona a capacidade do microbioma para degradar a fibra e se podemos optimizar esse conhecimento para torná-lo ainda mais eficiente. Esta investigação levou ao desenvolvimento de um novo produto de dupla acção. A investigação realizada com este novo produto sugere que podemos sinalizar as bactérias produtoras de butirato para aumentar a sua capacidade de degradar a fibra e começar a produzir as suas próprias enzimas para uma melhor degradação da fibra, bem como a produção de SCFA. A dupla acção de melhorar a solubilidade das fibras e absorção de nutrientes ocorre através de uma série de eventos, como mostrado na Figura 2. Os benefícios adicionais obtidos com a produção de SCFA, como o butirato e seus conhecidos benefícios na saúde gastrointestinal (Brons et al., 2002) e o impacto de desacelerar o esvaziamento gástrico, levaram a melhorias na viabilidade e desempenho animal em suínos e aves (Figura 3).

mal a uma enzima NSP, isso alterar a capacidade do microbioma cecal digerir mais a fibra. Forneceu-se uma dieta controlo sem enzima e uma dieta contendo uma enzima xilanase a frangos durante 35 dias. No dia 35, as aves foram abatidas e os conteúdos de ceco e microbioma foram colhidos. Os micróbios foram então expostos a uma variedade de inoculantes. O que se descobriu foi que o microbioma de aves pré-expostas a uma enzima xilanase mostrou não só uma melhoria na produção de gás, mas um aumento na produção de butirato em comparação com o controle não exposto (Figura 1). Estes dados sugerem que o microbioma foi treinado e preparado para fermentar xilano mais eficientemente devido à sua exposição prévia.

19 17

Figura 2. Efeito de dupla ação de um produto combinado que contem XOS e uma xilanase na fermentação de fibra (AB Vista).

13 11

7

Control

Caecal content from control birds

C+ Wheat NSP Caecal content from xylanase fed birds

Figura 1. O conteúdo de cecos de aves alimentadas com uma xylanasa e usado como inóculo resultou no aumento da produção de butirato em comparação ao tratamento controle. (Bedford e Apajalahti, 2018).

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

96

42 d bwc FCR in broilers

9

5

1.68

98 % Livability in PIgs (wean to finish)

Butyrate mM

15

94 92 90 88 86

1.62 1.60 1.58 1.56 1.54 1.52

84 82

1.66 1.64

1.50 Control

EXT

Signis

1.48

Control

EXT

Signis

Figura 3. Melhorias na viabilidade de suínos e na conversão alimentar de aves de 42 d quando alimentadas com um produto de dupla ação enzimática (Signis) contendo XOS e uma xilanase (EXT) (dados internos do AB Vista).


Uma vantagem decisiva para as suas análises ambientais e agroalimentares

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

FIBREBAG® UMA NOVA TECNOLOGIA PARA A DETERMINAÇÃO DE FIBRA amostras após tratamento podem ser sujeitas à análise de N, nomeadamente para a determinação das frações NDLXP e ADFXP.

Artur Melo CEO Ambifood

A determinação de fibra na alimentação animal é de extrema importância para a sua avaliação e classificação. A análise de fibra bruta faz parte do método standard Weender Analysis usado em todo o mundo e baseado na legislação EU para análise de rações (Comissão Europeia 2009). Para a determinação da fibra bruta as amostras são levadas à ebulição numa solução ácida e posteriormente numa solução de detergente alcalina, após o que são lavadas e filtradas. A filtração é um dos passos mais críticos e é geralmente efetuada através de um cadinho filtrante que ao longo de várias utilizações vai sofrendo alterações da porosidade originando menor fiabilidade nos resultados. A Gerhardt desenvolveu um sistema de determinação das frações de fibra (XF, ADF, ADFOM, ADL, NDF, aNDFOM) onde a filtração é realizada através de um sistema patenteado de bolsa de filtração, Fibrebag®, cuja porosidade está bem definida. Como as bolsas são de uso único não existe o risco de alterações no processo de filtração, além da maior rapidez que oferecem ao procedimento. Os Fibrebag® são também adequados para a incineração dado que não deixam qualquer resíduo. O inovador sistema de determinação de fibra concebido pela C. Gerhardt, Fibretherm FT12, permite a realização automática de todos os processos necessários para a análise de Fibra Bruta, ADF, ADFOM. Como os Fibrebag®, são livres de azoto, as 54 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Um dos aspetos deste sistema é o carrossel com capacidade de 12 amostras que serve para aí se realizarem os passos necessários a cada determinação, nomeadamente para a lavagem com ácido a quente e lavagem e filtração, as vezes que forem necessárias. A solução detergente é bombeada para os Fibrebag® sendo que ao mesmo tempo o carrossel tem um movimento rotacional. Desta forma há contato uniforme e continuado entre a solução e as amostras e uma uniformização do processo analítico de lavagem e filtração. Ao mesmo tempo previne-se a oclusão dos poros dos sacos. O resíduo insolúvel é seco, pesado e incinerado. A perda de massa durante a inceneração corresponde à fibra bruta, ADF, NDF ou ADL presente na amostra. Quando é necessário adicionar amílase, esta é feita através de uma bomba de precisão colocada exteriormente e comandada pelo software do equipamento FT 12. Foi efetuado um estudo comparativo para avaliar até que ponto os resultados obtidos com o inovador Fibertherm seriam idênticos ao método que utiliza os cadinhos filtrantes. Neste estudo as


Amostra de Ração

Desvio médio [%]

Média da variação padrão [%]

Suinos

-0.06

0.15

Aves

+0.02

0.07

Gado

+0.15

0.19

+0.04

0.15

Todos os tipos de ração Média do desvio dos resultados do Fibrebag vs cadinhos filtrantes. ®

determinações foram efetuadas de acordo com o método VDLUFA e através do sistema Fibretherm FT 12 (método Fibrebag®) concebido e produzido por C. Gerhardt GmbH & Co. KG, para a determinação em simultâneo de 12 amostras. O estudo foi realizado pelo Instituto de Investigação “Landwirtschaftliche Untersuchungsund Forschungsanstalt (LUFA, Agricultural Testing and Research Institute) de Speyer. Foram obtidos 1.044 valores de amostras com valores de fibra entre 0.63% e 15.60% para ração de suíno, entre 2.18% e 4.67% para

ração de aves e entre 4.40% e 13.31% para ração de ruminantes.

determinação de AFDom. Foram testadas

Na tabela acima podemos ver os desvios

e o coeficiente de correlação para todas as

médios e padrão das amostras por tipo de ração entre os Fibrebag® e os cadinhos fil-

Vários são os estudos e participações em

trantes, bem como os valores médios para todos os tipos de ração.

amostras com valores entre 6.4% e 23.4% amostras foi de 0.998.

ensaios interlaboratoriais que demonstram a confiabilidade dos resultados obtidos

O coeficiente de correlação entre o teor de fibra bruta nos diferentes níveis obtidos com cadinhos e Fibrebag®, com o Fibretherm FT 12 foi de 0.994.

por este método, sendo que atualmente

Ao mesmo tempo comparou-se os Fibrebag® contra os cadinhos filtrantes, mas na

públicas e privadas, bem como outras de

se encontra em estudo a sua aprovação como método oficial alternativo, tendo sido, entretanto, adotado por entidades inspeção oficial.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA

SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS

HOMENAGENS NAS VIII JAA Tendo em conta os 25 anos da SPMA e os 50 anos da IACA, decidiu a Direção da Secção efetuar este ano, durante as VIII Jornadas de Alimentação Animal, realizadas em Fátima a 19 de Setembro, uma homenagem à 1a. Direção (1994-1996), composta por Carlos Cortes, Vítor Cabeleira (representado pelo filho João) e Ingrid Van Dorpe, através de uma lembrança simbólica entregue por António Isidoro, Diretor da IACA. Em simultâneo, foram também homenageadas as “Carreiras” profissionais de 2 membros da Secção com muitos anos de Indústria de alimentação animal e que este ano resolveram diminuir a sua atividade: Carlos Vidal (Eurocereal) e Luís Ferraz (Tecadi). E uma última homenagem ao Prof. Carlos Buxadé Carbó (Espanha), um amigo e colaborador de muitos anos da Indústria de alimentação animal portuguesa, com um notável percurso profissional e académico. Também não foi esquecida a figura e personalidade de Fernando Anjos e o seu contributo para importantes Projetos da IACA e que já fazem parte do nosso Património, como o QUALIACA ou as Jornadas de Alimentação Animal. Pedro Folque SPMA / IACA

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


SFPM – SECÇÃO DE FABRICANTES DE PRÉ-MISTURAS (1994 – 2016) SPMA – SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS (2016 - 2019) O que é a SPMA e qual o seu posicionamento? Depois de um processo complexo durante a Direção do Dr. Jaime Lança de Morais, e cumprindo os requisitos considerados necessários (empresas portuguesas e industriais), foi criada a SFPM – Secção de Fabricantes de Pré-Misturas através de um Regulamento próprio aprovado em Assembleia Geral Extraordinária da IACA realizada em 29 de Abril de 1994, posteriormente integrado nos Estatutos da associação. Tendo como objetivos "… uma complementaridade e um sinergismo interprofissional das Indústrias de Alimentos Compostos e de Pré-Misturas…" a SFPM teve inicialmente 11 associados, sendo a sua 1ª Direção constituída pelos Dr. Carlos Cortes (Iberil), Sr. Vítor Cabeleira (Sanipec) e Engª Ingrid Van Dorpe (Prémix). A Secção tem apoiado de várias formas a IACA e os seus associados ao longo destes anos, tendo estado sempre presente através da sua representação na Direção da associação, nos Comités da FEFAC, na CT-37 e em várias iniciativas ou eventos como por exemplo os Códigos de Boas Práticas, Reuniões da Indústria, Cursos de Formação, Revista Alimentação Animal, QUALIACA ou Jornadas de Alimentação Animal. Em 2016, na Direção da Engª Cristina de Sousa, com o objetivo da IACA se assumir como "…a Associação representante do setor da Alimentação Animal em Portugal…", dá-se um novo alargamento da base de associados, aprovado em Assembleia Geral em 14 de Abril de 2016. Com a entrada de empresas portuguesas de comercialização de aditivos para a IACA, a Secção passa a denominar-se SPMA – Secção de Pré-Misturas e Aditivos, atualmente com 15 associados. As empresas de pré-misturas nutricionais e de aditivos sempre estiveram ligadas aos fabricantes de alimentos para animais, através do fornecimento destes produtos mas também de apoio técnico e patrocínio de várias atividades, pelo que dentro da IACA estas parcerias poderão no futuro ser reforçadas. Qual o papel da IACA na Fileira da Alimentação Animal? Com o alargamento da base de associados, a IACA pretende-se assumir como a principal organização do setor da Alimentação Animal em Portugal, reunindo os principais operadores da fileira (aditivos, pré-misturas e alimentos compostos). As empresas portuguesas tem na IACA o seu representante institucional em Portugal e no exterior, e o espaço interno para discutirem os seus problemas e colaborarem em projetos de interesse comum como é exemplo o QUALIACA.

Quais os principais desafios que se vão colocar nos próximos anos? Todas as empresas do Setor da Alimentação Animal no futuro terão de se adaptar às novas tendências dos consumidores finais (menos carne, biológicos, pegada ambiental, desmedicalização, outros), aos novos condicionalismos produtivos e legislativos (segurança alimentar, sustentabilidade, eficiência alimentar e tecnológica) e também às alterações estruturais da fileira (concentração, autonomia técnica, concorrência de empresas não portuguesas). Que instrumentos e soluções/estratégias? No mundo em que vivemos, a Comunicação (externa e interna) é fundamental para contac-

tar com os consumidores e para responder às "ameaças" atuais que atacam a Produção Animal (ambientais, saúde, éticas,…), pelo que o nosso Setor precisa de rapidamente se tornar proativo na resposta às "dúvidas” da Sociedade, de forma profissional e permanente. Os consumidores de alimentos estão a mudar, pelo que as empresas de alimentação animal terão de adaptar-se a novas formas de consumo e conceitos, trabalhando para se tornarem melhores em termos económicos, sociais, ambientais e segurança alimentar. Como pode a SPMA contribuir para a competitividade e sustentabilidade da indústria da alimentação animal? A SPMA deverá continuar a assumir-se como um parceiro interno dos fabricantes de alimentos compostos, melhorando a eficiência da sua atividade e contribuindo para a sua sustentabilidade, através da transmissão dos seus conhecimentos e experiências. Mas também, alertar e discutir as tendências da Sociedade onde estamos inseridos, de forma a que o Setor da Alimentação Animal portuguesa possa responder às necessidades atuais dos consumidores.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS

SECRETÁRIO DE ESTADO DA VALORIZAÇÃO DO INTERIOR PRESENTE NO 1º COLÓQUIO INTERNACIONAL Nutrição para cães e gatos, marketing e tendências em Pet Food e Inauguração dos novos investimentos no total de 1 milhão de euros No passado dia 19 de junho, quinta-feira, a petMaxi realizou o 1º colóquio Internacional que contou com a presença do Secretário de Estado da Valorização do Interior, Dr. João Paulo Catarino; o Presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere, Dr. Jacinto Manuel Lopes Cristas Flores; o Presidente da Junta de Freguesia de Águas Belas, Sr. Sérgio Manuel Roberto Morgado; a Subdiretora-Geral de Alimentação e Veterinária, Dra. Graça Mariano; o Chefe de Divisão de Alimentação Animal, Dr. José Manuel Costa e a Eng.ª Tatiana Saldanha, em representação da Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo. Entre os presentes estiveram também associações como a Agrocluster, IACA e a Escola Universitária Vasco da Gama. Os restantes convidados, num total de 120 pessoas, foram clientes nacionais e internacionais, sobretudo clínicas veterinárias e pet shops da petMaxi e do seu parceiro Genyen, distribuidor nacional das marcas happyOne mediterraneum e happyOne premium. O programa do colóquio contou com 6 apresentações, entre elas os temas “Conceito em design moderno alimentos para animais de estimação” e “Obesidade em gatos, estratégias nutricionais“ com o consultor nutricionista e Professor da Universidade de Nottingham Dr.John Lowe. O evento terminou com a visita aos novos investimentos da fábrica, nomeadamente os novos armazéns, e da 2ª linha de embalamento, cujo investimento total rondou 1 milhão de euros. Num futuro próximo irá ter em funcionamento a nova linha de produção com mais um investimento de cerca de 4 milhões de euros que permitirá duplicar a capacidade produtiva.

EXCERTOS DE DISCURSOS:

“A mensagem principal que vos trago é uma mensagem de gratidão e reconhecimento do investimento que está hoje aqui e pelo emprego que gera para este território.”

“A fábrica estava limitada, conseguia produzir mais do que o que conseguia embalar”. “Este investimento possibilita avançar já com mais 1500 toneladas de novo produto para o mercado”

“É um ótimo exemplo de como uma autarquia, um investidor, uma inovação, bons funcionários, bons colaboradores podem fazer a partir de Ferreira do Zêzere aquilo de melhor há no país e no mundo que nos deve encher a todos de orgulho.”

Luis Guilherme, Administrador

Dr. João Paulo Catarino, Secretário de Estado da Valorização do Interior

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


ALLTECH ASSUME COMPROMISSO COM OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E O PACTO GLOBAL DA ONU A Alltech deu um passo decisivo no compro-

adotados em 2015 por todos os Estados mem-

pela co-fundadora da Alltech, Deirdre Lyons, e

misso com os objetivos de sustentabilidade e

bros das Nações Unidas. Cada ODS tem metas

por colaboradores da empresa na sua sede em

a implementação da sua visão para um Planeta

e ações específicas que contribuem para o obje-

Lexington, nos EUA. «A partir de hoje fazemos

de Abundância (Planet of Plenty™). Mark Lyons,

tivo global.

parte do crescente número de organizações

presidente e CEO da Alltech, enviou uma carta

O Pacto Global da ONU, a maior iniciativa mun-

em todo o mundo que estão unidas num entu-

ao secretário-geral das Nações Unidas, António

dial de sustentabilidade corporativa, permite

siástico compromisso para construir um futuro

Guterres, vinculando a Alltech ao Pacto Glo-

à ONU trabalhar com as empresas para levar

mais sustentável».

bal da ONU, uma iniciativa através da qual as

a bom porto os ODS. As empresas aderentes

A Alltech escolheu nove ODS diretamente ali-

empresas se comprometem voluntariamente a

selecionam os ODS que melhor se alinham com a

nhados com a sua atividade e a sua visão para

implementar princípios de sustentabilidade uni-

sua área de atividade e nos quais podem alcan-

um Planeta de Abundância:

versais, como o respeito pelos direitos humanos,

çar progressos.

as condições de trabalho, o meio ambiente e o

«Acreditamos que adotando novas tecnologias,

Erradicar a Fome

combate à corrupção.

melhorando a gestão empresarial e acolhendo

A missão da agricultura é fornecer alimentos às

Além disso a Alltech comprometeu-se a tomar

a inovação, o sector agroalimentar pode con-

pessoas. O objetivo final deste ODS é erradicar a

medidas para apoiar nove dos 17 Objetivos de

tribuir para um Planeta de Abundância», afir-

fome no mundo e garantir que todas as pessoas

Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU,

mou Mark Lyons, acompanhado nesta iniciativa

têm acesso a comida nutritiva em quantidade

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS

suficiente para suprir as suas necessidades.

ture summit que visa promover a afirmação das

rar a produção de alimentos em aquicultura. A

As soluções da Alltech para o solo, para nutri-

mulheres e incentivar os jovens a prosseguir uma

Alltech pode contribuir para este esforço de

ção das plantas e nutrição animal posicionam a

carreira profissional no setor agrícola.

várias formas, nomeadamente através do Alltech

empresa no início da cadeia alimentar e a sua

Coppens Aqua Centre na Holanda.

em parceria com outras entidades para erradi-

Trabalho digno e crescimento económico

car a fome, concretizando assim a sua visão de

Este ODS visa reduzir o emprego sem contrato

Este ODS considera desafios como desertifica-

criar um Planeta de Abundância.

de trabalho, o trabalho infantil, o tráfico de pes-

ção, degradação do solo, seca e desflorestação.

soas e a desigualdade de género no trabalho.

A Alltech é especialista em soluções naturais

Saúde de Qualidade

O trabalho digno e o crescimento económico

que maximizam o desempenho e a produtividade

A investigação realizada na Alltech Life Sciences

são cruciais para as empresas, as comunidades

dos animais e das plantas através da nutrição,

aplica à saúde humana a inovação desenvolvida

onde se inserem e para o mundo. As empresas

tecnologia e melhoria da gestão. Estas soluções

pela empresa na área da nutrição animal há

do universo Alltech cumprem as mais exigentes

podem ter um impacto positivo considerável.

cerca de 40 anos. A Alltech tem contribuído com

leis laborais e, estando presentes em mais de 120

novas soluções para a saúde intestinal e na área

países, conseguem ter um impacto positivo nas

cerebral e tem conseguido grandes avanços no

regiões onde operam.

presença a nível mundial permite-lhe trabalhar

desenvolvimento de novas alternativas ao uso

Proteger a vida terrestre

Parcerias para a implementação dos objetivos ​E ste objetivo visa alinhar tecnologia e ciên-

da insulina, um dos medicamentos mais usado

Ação climática

em todo o mundo. Além disso, as soluções da

As alterações climáticas são um dos ODS que

ção da Alltech. A empresa acredita que para

Alltech para nutrição animal ajudam os produ-

afetam pessoas, animais e plantas em todas as

cumprir as ambiciosas metas da ONU será

tores pecuários a reduzir o uso de antibióticos,

regiões, no meio terrestre e aquático. Vários pro-

necessário reunir o maior número possível

um tema crucial, considerando que o aumento

dutos da Alltech têm certificação Carbon Trust

de empresas, organizações e pessoas numa

da resistência das bactérias aos antibióticos é

porque contribuem para a redução das emissões

ação concertada. A visão da Alltech para um

uma preocupação crescente. A Fundação Lyons

de gases com efeito de estufa. A empresa pre-

Planeta de Abundância é um convite à criação

Family Life, criada pela família do fundador da

tende usar as suas parcerias em toda a cadeia

de parcerias dentro do setor agrícola e sem

Alltech, Dr. Pearse Lyons, tem por missão apoiar

de valor agroalimentar para continuar a desen-

fronteiras geográficas.

o tratamento de pessoas doentes e zelar pela

volver tecnologias de nutrição e ferramentas de

O compromisso da Alltech com o Pacto Global da

segurança dos medicamentos.

apoio à decisão que ajudem a reduzir o impacto

ONU foi aceite, a empresa faz oficialmente parte

ambiental das explorações agropecuárias.

desta rede que engloba cerca de 9.500 empresas

Educação de Qualidade

cia que são peças centrais no ADN de inova-

e 3.000 entidades não empresariais empenhadas

A educação/formação é a base do sucesso e por

Proteger a vida marinha

isso deve ser uma prioridade em todas as empre-

O óleo de peixe e a farinha de peixe são ingre-

Além dos ODS da ONU e do Pacto Global da ONU,

sas a nível mundial, mas os desafios para tornar

dientes muito usados nas rações para os animais.

a Alltech também aderiu à Science Based Targets

isso possível são inúmeros, incluindo a falta de

Isto contribui para o esgotamento dos recursos

Initiative, uma iniciativa com 611 empresas ade-

recursos. A Alltech tem uma política ativa de

marinhos e tem conduzido à procura de matérias-

rentes, que se comprometem com metas criadas

formação ao longo da vida para os seus colabo-

-primas mais sustentáveis. A utilização de algas

para as ajudar a reduzir as emissões de gases com

radores. A empresa também promove iniciativas

e de insetos na dieta animal é uma das vias, mas

efeito de estufa, partilhando o seu progresso de

para a educação das crianças e jovens, através

por outro lado muito pode ser feito para melho-

forma transparente através de relatórios.

do financiamento e instalação de laboratórios nas escolas; da atribuição de bolsas para jovens cientistas através da competição Alltech Young Scientist competition e do estabelecimento de parcerias com universidades para apoiar licenciaturas e doutoramentos.

Igualdade de Género Como empresa de base científica e atuando em mais de 120 países, a Alltech está bem posicionada para ajudar ao cumprimento deste ODS. A Alltech acredita que promover a diversidade é essencial à construção de um futuro sustentável. Um dos exemplos é a parceria com a conferência internacional Women in Food and Agricul60 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

na construção de um futuro sustentável.


A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS

Na sessão seguinte abordámos

de insetos. A Eng.ª Sara Cardoso, bolseira

temas referentes à utilização de

do projecto, apresentou as quatro espé-

insetos na alimentação de perús

cies produzidas: Tenebrio molitor; Acheta

(Teun Veldkamp), e em alimenta-

domesticus; Zophobas morio; Blatica dubia.

ção humana. Foi apresentado o

Seguiu-se uma visita ao insetário onde os

potencial alergénico do consumo

participantes puderam tomar conhecimento

de insetos pelo Dr. José Ribeiro,

com os diferentes sistemas de produção,

e as questões relacionadas com

equipamentos, maneio e exigências de cada

o perfil nutricional de insetos

espécie.

para humanos, palestra proferida pela Dra. A Associação Portuguesa de Engenharia Zoo-

Carla Gonçalves.

técnica (APEZ) realizou nos passados dias 27

Este ano, abrimos o congresso à submissão

e 28 de Junho, na Escola Superior Agrária de

de trabalhos, tendo sido aceites um total de 9

Ponte de Lima, o II Congresso Internacional de

trabalhos científicos apresentados sob forma

Produção e Utilização de Insetos – INSECTA’19.

de poster e com uma breve apresentação oral

Esta reunião contou com a presença de um

nas sessões II e III.

painel de oradores de renome internacional,

Antes da mesa redonda, houve, inserida na

estando representados os principais inter-

pausa para café, uma degustação de produ-

venientes do setor, nomeadamente a Por-

tos à base de farinha de inseto, com bastante

tugalInsect, a Aproinsect, a IPIFF e a Insect

adesão pelos participantes.

Commission da Federação Europeia de Ciência

Na mesa redonda, tivemos as intervenções

Animal (EAAP). Com um programa ambicioso, abordámos as questões mais recentes na área. Iniciámos com uma caracterização da legislação europeia e nacional, palestra proferida pelo Dr. José Manuel Costa, chefe da Divisão de Alimentação Animal da DGAV, de seguida Cristophe Derrien, Secretário-Geral da International Platform of Insects for Food and Feed (IPIFF) falou sobre o setor a nível europeu, e de seguida, Teun Veldkamp, Presidente da Insect commission da EAAP caracterizou o estado da arte em termos de investigação. Da parte da tarde, na sessão II, foram abordadas questões relacionadas com a produção e processos produtivos do bicho da seda, palestra proferida pela Professora Sylvia Capelo-

de José Sanchez, Presidente da AproInsect, a associação espanhola de produtores de insetos, de Rui Nunes Presidente da Portugal Insect e do Dr José Manuel Costa da DGAV. Esta mesa redonda, moderada pelo Professor Jorge Azevedo, foi bastante participada e forúm de discussão em torno dos principais entraves, nomeadamente legislativos, à entrada no mercado de produtos à base de inseto, bem como os entraves à legalização de unidades de produção. O primeiro dia de trabalhos terminou com a assinatura de dois protocolos de cooperação entre a APEZ e a Portugal Insect e a APEZ e a ESA-IPVC. Estes protocolos vêm oficializar parcerias já existentes com ambas as instituições. No segundo dia teve lugar o workshop de

zza, referência mundial na área, do Tenebrio

produção e utilização de insetos. No âmbito

mollitor, para fins alimentares, palestra pro-

do projeto Modelo Técnico de Produção

ferida por Guilherme Silva, PortugalBugs, e

Intensiva de Rã – Rana Perezi a Escola Supe-

a utilização da mosca soldado negro na con-

rior Agrária de Ponte de Lima instalou um

versão de subprodutos vegetais, palestra

insetário onde se desenvolvem trabalhos

proferida pelo Dr. Daniel Murta, da EntoGreen.

de investigação no âmbito da produção

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

O Workshop terminou com uma visita às futuras instalações do ranário. A organização congratula-se pelo sucesso do INSECTA’19 . Agradecemos a todos os apoiantes, patrocinadores e congressistas o interesse e participação. Esperamos ter superado as vossas expectativas. Contamos com a vossa presença no 71º Congresso da Federação Europeia de Ciência Animal (EAAP) em 2020 e na 3ª edição do INSECTA.


IACA APOIA PEQUENOS PRODUTORES COM ENTREGAS DE RAÇÃO PARA ANIMAIS EM MAÇÃO, VILA DE REI E SERTÃ A Associação retomou o projeto IACA Solidária, criado em 2017, para apoiar produtores afetados pelos fogos em Portugal. Os industriais de alimentos compostos para animais, através da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – entregaram de forma solidária as primeiras toneladas de alimentos compostos destinados a animais pertencentes a pequenos produtores que foram afetados pelos incêndios em Mação, Vila de Rei e Sertã. A alimentação distribuida em 26 de Julho na Zona Industrial do Carrascal, em Vila de Rei, aquando da visita do Ministro da Agricultura Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, junta-se à já entregue, perfazendo um total de 6 toneladas de alimentos a distribuir a centenas de pequenos produtores afetados. A ação, que foi implementada em articulação com a Direção-Geral

de Alimentação e Veterinária (DGAV) e com os responsáveis veterinários dos municípios afetados pelos incêndios, inclui a possibilidade de produção de ração de emergência, uma alimentação animal com características especiais e que visa garantir as necessidades básicas dos animais enquanto a normalidade não é retomada. A iniciativa IACA Solidária teve início em 2017, envolvendo voluntariamente todos os associados da instituição, para prestar apoio aos produtores pecuários e seus animais afetados pelos incêndios que devastaram Portugal em Junho e Outubro desse ano. Foram oferecidas mais de 150 toneladas de alimentos para animais e foi criada uma ração de emergência para garantir a subsistência dos mesmos. Em 2019, ao retomar a iniciativa IACA Solidária que envolve, até ao momento, seis dos associados da instituição, organização que

representa 80% da produção nacional, Jaime Piçarra, Secretário-Geral da IACA, afirma “contribuir para o bem-estar animal, no que à alimentação diz respeito, e sermos solidários com as populações, é uma das missões desta Associação. Não poderíamos fazer outra coisa se não o que estamos a fazer neste momento e o que fizemos em 2017: ir para o terreno e zelar para que os animais estejam bem nutridos, mesmo em situações anómalas como as que enfrentamos neste momento.”

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS

VIII JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL NO HORIZONTE 2050 A IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais realizou a 19 de setembro, as VIII Jornadas de

Já Jaime Piçarra, Secretário-Geral da mesma Associação acrescentou “Por outro lado, também é importante transmitir aos vários setores

conta o crescimento previsto do consumo de carne a nível global, e

o que as empresas já fazem no sentido de controlar esses impactos, bem como o investimento que se propõem fazer, agora e no futuro, para responderem à necessidade mundial de aumento da produção de alimentos ao mesmo tempo que reduzem o impacto ambiental do setor, contribuindo para a sua Sustentabilidade e respondendo aos desafios da Sociedade”.

uma posterior estabilização na União Europeia, até 2050, segundo

Um particular destaque para as Homenagens que foram referidas

Alimentação Animal, com uma sala totalmente esgotada. A principal temática do evento, que decorre em Fátima e conta com a participação de oradores nacionais e internacionais, foi o impacto do setor na sustentabilidade do planeta, debruçando-se sobre as formas de mitigação desse mesmo impacto em Portugal e no mundo, tendo em

análise de tendências do consumo realizada pela equipa do InovFeed, projeto também debatido neste encontro. Os destaques do dia foram para as intervenções de Divanildo Monteiro,

pelo colega Pedro Folque, na página da SPMA. A primeira Direção da então SFPM, Carlos Cortes, Vitor Cabeleira (representado por João Cabeleira) e Ingrid Van Dorpe.

Engenheiro Zootécnico e Professor no Departamento de Zootecnia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e de Emídio Gomes, Vice-Reitor na mesma Universidade para a área da Investigação e Inovação e, também, Coordenador do InovFeed – Estratégias Alimentares Inovadoras para uma Produção Animal Sustentável, o mais recente Laboratório Colaborativo dedicado à investigação e inovação em alimentação animal, projeto de 2 milhões de euros que envolve 16 entidades e vai empregar 30 pessoas, na maioria investigadores. A intervenção de Divanildo Monteiro incidiu sobre o papel da Alimentação de Precisão na redução do impacto ambiental da produção animal e a intervenção de Emídio Gomes, sobre a inovação no contexto da produção de alimentos para animais em Portugal, nomeadamente no que respeita à descoberta de novas matérias-primas mais sustentáveis e, ainda assim, ricas em proteína. As VIII Jornadas de Alimentação Animal contaram com a interven-

E uma outra Homenagem de carreira para os já consagrados Carlos Buxadé, Carlos Vidal e Luis Ferraz.

ção de Carlos Buxadé, consultor internacional e professor emérito da Universidade Politécnica de Madrid que abordou os desafios e oportunidades que se apresentam à indústria de alimentação animal. Outros palestrantes foram Carlos Cortes, que se referiu ao setor das pré-misturas e à constituição da SPMA (passado, presente e futuro), salientando os desafios, Gerardo Santoma, sobre Sustentabilidade e Produção Animal, Fernando Garcilopez, no tema da otimização de enzimas exógenas em nutrição de monogástricos para reduzir o impacto ambiental e Nicola Walker, que falou do impacto das alterações climáticas na sustentabilidade da produção de ruminantes. Destaque ainda para os Moderadores, Olga Moreira do INIAV, e José Manuel Costa da DGAV, que moderaram com o habitual brilhantismo. A propósito do evento, muito oportuno à luz das recentes polémicas em torno dos impactos sobre o ambiente das produções animais e da agricultura em geral, em declarações à comunicação social, Pedro Folque, Diretor da Secção de Pré-Misturas e Aditivos da IACA, afirmou que "Num momento em que o mundo se debruça sobre os impac-

A todos a Revista "Alimentação Animal" felicita e agradece todo o trabalho realizado em prol do Setor e da IACA. Na próxima edição da Revista daremos notícias mais desenvolvidas sobre este evento, designadamente um resumo das intervenções apresentadas.

tos ambientais da produção agroalimentar, torna – se essencial

Uma Organização que primou pela excelência.

fornecer às empresas ferramentas que possam reduzir e mitigar

Uma boa forma de celebrar os 25 Anos da SPMA, mais uma etapa na Comemoração dos 50 Anos da IACA.

esse impacto." 64 |

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FICHA TÉCNICA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC­‑ 500835411

TRIMESTRAL ­‑ ANO XXX Nº 109

AGENDA DE REUNIÕES DA IACA

Julho / Agosto / Setembro 2019

DIRETOR José Romão Braz

CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO Ana Monteiro Jaime Piçarra Pedro Folque Manuel Chaveiro Soares

COORDENAÇÃO Jaime Piçarra Amália Silva Serviços IACA

ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE (incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos) IACA ­‑ Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 LISBOA Tel. 21 351 17 70 Telefax 21 353 03 87

EMAIL iaca@iaca.pt

SITE

Data

17

JULHO

• Reunião de Trabalho com Associados sobre CCT- Contratação Coletiva de Trabalho – Fátima

22

• Reunião InovFeed “Cinco novos Laboratórios Colaborativos" – Porto

26

• IACA Solidária - Vila de Rei

Data

2

AGOSTO

• Reunião com CONSULAI (Alentejo 2020)

Data

SETEMBRO

4

• Mesa Redonda “A importância da valorização da produção nacional de cereais (InovMilho) – Coruche

5

• Reunião da Direção – Ovar

10

• Webinar da FEFAC sobre Soja sustentável • Reunião com Fórum Estudante

13

• VI Workshop SANFEED

19

• VIII Jornadas de Alimentação Animal (IACA/SPMA) – Fátima

25

• Reunião CT 37 na IACA

www.iaca.pt

EDITOR Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA

EXECUÇÃO DA CAPA Eduarda Loureiro

EXECUÇÃO GRÁFICA Sersilito ­‑ Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209 4471­‑909 Gueifães ­‑ Maia

PROPRIETÁRIO Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais ­‑ IACA Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 Lisboa

DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89

REGISTO EXCLUÍDA DE REGISTO NOS TERMOS DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO N.º 1 DO ART.º 12.º DO DECRETO REGULAMENTAR N.º 8/99, DE 9 DE JUNHO, REPUBLICADO PELO DECRETO REGULAMENTAR N.º 2/2009, DE 27 DE JANEIRO

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