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António Santana Diretor da IACA
UMA NOVA ERA
A 19 de março de 2025 estou a escrever este texto. Não me parece a melhor forma de começar a escrever um texto. Então porque o estou a fazer? Simples, não sei se quando o lerem não terá sido alterada a forma como medimos o tempo. E isto porquê? Porque entendo que pode haver um A.T. e um P.T. E isto que é? Um antes de Trump e um pós Trump e então, a data deste texto já não será a mesma. Será o dia x da nova era. Sim, há uma nova era que pode influenciar a forma como se perspetiva o mundo, a sociedade e a economia. Colocam-se duas questões fundamentais – o que está a causar tudo isto e que impacto tem, então, no mundo na sociedade e na economia? Entendo que o que está a causar isto serão a falta de coerência e de valores que levam a uma disrupção impensável há bem pouco tempo, provocado por uma política económica de gerir a economia mundial mais beligerante, que se tornou a marca de Trump e que está a provocar incertezas e volatilidades com maior impacto do que o habitual. Parece-me claro que a política ió-ió de Trump está relacionada com a sua forma de negociar. Primeiro lança a ideia para logo colher o propósito. Lança a tempestade para apanhar os incautos. Ele sabe que o mundo enfrenta uma nova realidade – o crescimento económico e de influência da China, a perda de importância dos EUA o que, também por isso, poderá ter levado Putin a empreender a guerra para controlo da Ucrânia posicionando-se, também ele, como um ator que não quer perder protagonismo. Este conjunto de movimentos tornou-se propício para que Trump se sinta como pescador experimentado em mares revoltosos. Lança uma grande rede, de malha fina, para apanhar os tais incautos e dominar esses mares com tanta instabilidade. Também estão a causar esta tempestade as novas palavras como Topsy-Turvy world –uma expressão que descreve uma situação caótica ou desordenada, onde as coisas estão de cabeça para baixo ou fora do lugar habitual. É como dizer que o mundo está virado do avesso. Ou outras como drill,baby,drill – expressão popularizada pelo Partido Republicano que visa aumentar a perfuração e uso de petróleo e gás naturais, contrariando as políticas de sustentabilidade e gestão ambiental que uma grande parte do mundo queria seguir, entre os quais a Europa. Se a tudo isto juntarmos todas as novas tecnologias de aceleração como Big Data, IA, IoT, Computação Quântica, podemos dizer que o futuro é mais rápido do que pensamos e que poderemos enfrentar um novo paradigma – da gestão da escassez à gestão da abundância, que alguns prognosticam. Aquilo que são os valores e a coerência, tal como conhecíamos, desapareceram e com eles o ambiente que nos envolvia. E isto que tem a ver connosco e com o mercado onde nos inserimos? Tudo. Como podemos lançar previsões económicas e sociais com incoerências (significa dizer uma coisa e fazer outra) e valores (princípios de conduta) deturpados, pelo menos aqueles em que se baseava a nossa vida em sociedade e aos quais nos habituamos? Como ficarão as fontes de abastecimento alimentar e os mercados de matérias-primas se a guerra das taxas alfandegárias, a guerra da Ucrânia, da Palestina e as pretensões territoriais de Trump e outras, económicas, sociais e políticas se impuserem? Teremos o fim da globalização, que parece que já aconteceu, ou o início de um novo protecionismo e novas formas de fazer comércio mundial?
E, se de repente, tivermos que voltar a produzir na Europa, nós europeus, aquilo que é básico – que é a alimentação – e tivermos que rever todos os princípios que estávamos a implantar ligados ao ambiente e formas de entender o mundo? Será que faremos o mesmo Outlook económico, político e social?
Poderia continuar este texto lançando questões e criando inquietações ao leitor, mas, como dizia um economista que conheci, o mundo muda, a economia muda, mas não com a velocidade que muitos apregoam. Bem, já nem sei se isso é verdade. Estamos de facto há beira de um tal “Big-Shift” e estamos preparados? Grandes desafios nos esperam e quem estiver aberto às transformações será quem vai ganhar o futuro.
UM 2025 DISRUPTIVO E DE VIRAGEM?
Quando esta edição da Revista chegar aos leitores, podemos já ter algumas respostas a dossiers que se encontram em curso, mas certamente não irão permitir ter uma perspetiva correta e previsível do que poderá ser o ano de 2025. Pelos antecedentes e passado recente, sobretudo desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, será mais um ano de incerteza e instabilidade e todos sabemos as consequências da imprevisibilidade na economia e os seus impactos sociais. “It’s the economy stupid” ficou célebre em 1992 na campanha do Presidente Bush e catapultou, sem dúvida, Donald Trump para a reeleição.
Cansados de promessas de simplificação e custos de contexto, que nos retiram competitividade, sem paralelo face aos nossos principais concorrentes no mercado mundial e europeu, o ano de 2024 iniciou-se com manifestações de agricultores em diferentes países e por razões distintas, desde o impacto das importações ucranianas, cereais e produtos de origem animal, nos preços de mercado dos países vizinhos, o fim de subsídios a fatores de produção, como o gasóleo por exemplo, até à redução de apoios no quadro do PEPAC como em Portugal ou ao acordo com o Mercosul, como em Espanha e França.
Em comum quatro aspetos essenciais, que também temos levado insistentemente a Bruxelas: a necessidade de um maior equilíbrio entre as restrições ambientais e de bem-estar animal com a produção de alimentos; a burocracia e complexidade regulatória que apenas gera custos incompreensíveis; o papel do agricultor na cadeia de valor, e a imposição das mesmas regras ou equivalentes entre os países da União Europeia e os países terceiros, alguns deles principais fornecedores, mas também concorrentes no mercado mundial. Um pouco por toda a Europa emergiram os chamados movimentos inorgânicos, fora das organizações tradicionais, com a opinião pública a dar razão às reivindicações dos agricultores, porque percebeu que estava em causa a segurança e soberania alimentar, e os decisores a tomarem algumas medidas tendo em vista a simplificação de procedimentos, em particular na chamada condicionalidade e controlo das ajudas para as explorações de menor dimensão. A Presidente da Comissão lançou o Diálogo Estratégico sobre o futuro da agricultura, para enquadrar uma nova reforma da PAC, tendo sido criado o Observatório da Cadeia Agroalimentar, onde a FEFAC
está presente. Com a reeleição de Úrsula Von der Leyen como Presidente da Comissão Europeia e um executivo com uma nova composição, foram apresentados dois documentos essenciais, que poderão ser decisivos para o período 2024-2029: o Diálogo Estratégico sobre o futuro da Agricultura e Alimentação, com a criação de um Conselho Europeu para a Agricultura e Alimentação (EBAF), e o Relatório Draghi sobre a Competitividade da União Europeia, que destaca a posição europeia face aos EUA e China.
A mesma Presidente que deu todo o apoio ao então Comissário Frans Timmermans, percebeu que o contexto atual em que vivemos é muito diferente do seu anterior mandato – já o devia ter percebido na sequência da pandemia e da guerra na Europa – introduziu alterações de posicionamento desta nova Comissão Europeia, aposta numa simplificação e flexibilização, parece mostrar abertura para uma revisão da Estratégia “Do Prado ao Prato” e é muito mais realista na implementação de algumas restrições legislativas. É evidente que nada disto é alheio a uma nova composição do Parlamento Europeu, ao avanço de movimentos populistas no espaço europeu, designadamente em países tão importantes como a França e a Alemanha, e a certeza de que o caminho que estava a ser seguido iria não só condenar-nos a um empobrecimento, como conduzir a Europa a um mero espetador na geopolítica mundial. Aparentemente, Agricultura e a Alimentação são consideradas estratégicos e a pecuária tem um papel relevante neste contexto, a avaliar pela Visão sobre o futuro da agricultura e alimentação, recentemente apresentada pelo Comissário responsável pela Agricultura, o luxemburguês Christophe Hansen. Entretanto, no quadro da NATO, a alimentação é integrada na estratégia de segurança e de defesa.
Para 2025, ficam as preocupações perante temas tão relevantes como as discussões que já se iniciaram sobre a referida Visão, preparando a PAC pós-2027, o próximo Quadro Financeiro Plurianual face a novas prioridades europeias, e a estratégia que está a ser seguida pela nova Administração Trump, com a imposição de tarifas, desde logo no alumínio e no aço, as negociações de paz para a Ucrânia e o conflito israelo-árabe, ou as relações com a China, a Rússia e a União Europeia, bem
como outros alinhamentos que se corporizam no chamado Sul global, face à perda de influência de instituições internacionais como por exemplo a Organização Mundial de Comércio ou as Nações Unidas. E, como é óbvio, as eleições para as legislativas em Portugal, no dia 18 de maio, em que, aparentemente, não se vislumbra qualquer maioria no Parlamento, o que, sem entendimentos sólidos, representa ainda mais incerteza e instabilidade.
No entanto, se existem dossiers como as Novas Técnicas Genómicas que pode ser finalmente desbloqueado na presidência polaca – por um acordo do Conselho com o Parlamento Europeu – existem outros de profunda inquietação como a imposição de direitos antidumping à importação de lisina da China, o impacto das tarifas pela Administração norte-americana e a lista de produtos que a Comissão Europeia está a propor como retaliação, e que abrange matérias-primas tão importantes para a alimentação animal como o milho, a soja, DDGS, corn guten feed, sulfato de lisina ou os cocci-
diostáticos. Para já, de acordo com as nossas simulações os custos da alimentação animal podem crescer entre 10 a 15%. Na prática, o que vai acontecer é que vamos ter de procurar outras origens, no Canadá e América do Sul, com aumentos de preços nessas geografias. Seja como for, vamos ter custos em alta, talvez escassez de algumas matérias-primas, uma eventual recessão, inflação e aumentos de taxas de juro. O que já vivemos num passado recente. Não por acaso, a OCDE já reviu em baixa as perspetivas económicas mundiais para o ano de 2025
Mas tudo isto pode ser igualmente uma excelente oportunidade para a Europa, tornando-se mais autónoma dos EUA, investindo na sua defesa, segurança e numa Autonomia Estratégica Aberta. Temas que já vinham a ser discutidos desde há muitos anos, mas que finalmente mostram que a União Europeia (finalmente?) “acordou”.
O nosso Diretor António Santana, no excelente Editorial para esta Revista, reflete
sobre Uma Nova Era e em como os recentes acontecimentos decorrentes do “furacão” lançado pela Administração Trump nos tiram da nossa zona de conforto, tudo aquilo a que, pessoalmente, não tinha assistido em 40 anos de experiência profissional, com um passado de relações com os Estados Unidos, em diferentes áreas, de que bastante me orgulho e que, estou certo, a indústria de alimentação animal muito beneficiou, em termos de inovação e conhecimento.
Acreditamos que (ainda) é possível, para além de desejável, o reforço das relações transatlânticas, quer no quadro da União Europeia, enquanto bloco comercial, quer na NATO, na defesa e segurança. Portugal e a Europa necessitam de mais comércio, de multilateralismo e não de protecionismo, para a sua soberania. Será possível convencer a atual Administração norte-americana que a ninguém interessa uma escalada de tarifas ou uma guerrilha comercial? Caso contrário, ninguém sai ileso.
Jaime Piçarra

OTIMISMO MODERADO, COM NUVENS NO HORIZONTE

Pedro Pimentel
Diretor-Geral

Depois de quatro anos atípicos consecutivos, 2024 foi o primeiro de um regresso a uma certa normalidade no mercado do chamado grande consumo. Depois de um início de década marcado pelo espetro da pandemia, seguiram-se dois anos de hiperinflação que como, por estes dias, referia um estudo divulgado pelo Banco Central Europeu, deixou ‘cicatrizes’ nos consumidores por toda a Europa, com uma diferença bastante acentuada entre uma efetiva recuperação do poder de compra em 2024 e uma perceção que parece ainda não ter chegado ao cérebro e à carteira de muitas famílias. E Portugal não constitui exceção, apesar de indicadores económicos razoavelmente otimistas.
O ano terminado há poucos meses deixou Portugal numa posição razoavelmente positiva, com um crescimento do Produto Interno Bruto bastante acima do que ocorreu nos restantes países da Zona Euro, especialmente os situados a leste dos Pireneus, onde se vive uma conjuntura económica (e política) muito difícil e complexa, uma mistura de uma quase ingovernabilidade em países-chave com uma economia a viver um muito mau momento, com o esgotamento de modelos seguidos durante décadas e com o setor automóvel a gerar um efeito multiplicador muito negativo, que motiva um estranho estado de quase depressão coletiva.
Portugal (e Espanha) vivem hoje num aparente contraciclo, falando-se agora frequentemente no ‘oásis ibérico’, misturando uma estranha (mas real) estabilidade governativa (quem diria?), com um maior afastamento do conflito a leste e um modelo económico um pouco menos dependente seja de setores que vivem momentos de profunda transformação, seja do fornecimento energético proveniente da Rússia.
Contudo, pelo menos no caso português, sendo estes países europeus (França, Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Áustria, Polónia,…) o mercado de destino maioritário das exportações nacionais e também o mercado de origem prioritário nas emissões de turismo para o nosso país, há um claro efeito de arrastamento e de contágio que, mais cedo ou mais tarde, nos tenderá a atingir.
Ainda assim, o presente apresenta perspetivas positivas e empurra os índices de confiança em Portugal, um país onde esses índices são tradicionalmente baixos.
Estamos, pois, a meio caminho entre o nosso atávico “nunca pior” e um quase envergonhado “façam o favor de ser (um bocadinho) otimistas”
Quando entrámos em 2024, os sinais positivos estavam já no horizonte de um setor, como o do grande consumo, cuja performance tem uma relação direta com o poder de compra dos cidadãos. Uma inflação muito mais controlada, fazia antecipar ganhos salariais reais. Um orçamento disponível, para muitas famílias, beneficiando da menor fiscalidade em sede de IRS ou de adições geradas por complementos de pensões. E, num país com elevados níveis de endividamento bancário (especialmente associado ao crédito à habitação), pelo impacto que seria gerado pela
redução das taxas de juro. Há um ano, o grande ponto de interrogação era exatamente esse: quando chegaria essa redução das taxas de referência e qual seria a dimensão dessa descida.
E, na verdade, seguramente não apenas pela redução das taxas de juro, mas por certo também empurrado por essa descida, o mercado acabou por mostrar sinais bastante mais positivos na segunda metade do ano transato, com uma evolução ligeiramente positiva dos volumes comprados pelos consumidores, por uma evolução positiva das vendas no retalho alimentar acompanhada também de notícias positivas do lado do consumo fora-de-casa. Do ângulo das marcas, a segunda metade de 2024 mostra o estancamento de uma ‘hemorragia’ que se vinha verificando desde há quatro anos com uma acelerada transferência de vendas para as Marcas dos Distribuidores. Está a recuperar-se efetivamente terreno em relação às marcas próprias dos supermercados? Ainda não… mas parou-se a perda constante de espaço que vinha ocorrendo desde 2020.
E esse estancamento resulta de uma melhor atuação das marcas de fabricante? Certamente, sim... mas não seria possível se, da parte de alguns dos principais retalhistas, não se sentisse uma certa inflexão estratégica, em que não abdicando da competitividade em termos de preços e de sortido, se parece ter percebido que a melhor forma de concorrer com o sucesso dos chamados retalhistas de sortido curto passa por se constituir como uma alternativa diferenciada – e não tanto uma cópia sempre ‘manca’ –que é oferecida ao consumidor.
Apesar disso e como no início referi a propósito do estudo do Banco Central Europeu, a forte inflação sentida em 2022 e 2023 deixou marcas profundas na perceção dos cidadãos e na sua predisposição para o consumo. Dizem os números que as taxas de poupança em Portugal se situam hoje em níveis anormalmente elevados. Aparentemente, muitas famílias estão a verter os adicionais do seu rendimento disponível, seja para a redução dos seus níveis de endividamento, seja para o reforço das suas poupanças individuais. E isso é, logicamente, positivo para a economia nacional, via dívida e via investimento, mas é sempre um sinal menos interessante para o ângulo do consumo. Vale sempre a pena recordar que o consumo também tem efeitos positivos no crescimento e desenvolvimento económicos, gerando investimento, postos de trabalho e robustecimento de muitas fileiras produtivas, sendo que, por exemplo, o tão elogiado crescimento do PIB em Portugal nos últimos dois anos foi muitíssimo alavancado pelo consumo interno. Não tanto o público, mas especialmente o consumo realizado pelas famílias. Mas, regressando ao quadro do chamado universo FMCG, aquela menor predisposição para o consumo acaba por ser ilustrada por uma manutenção de uma cesta de compras curta e muito frequente. Números muito recentes mostram que, em média, cada família vai 13 vezes às compras a cada mês (esse número chega a umas impressionantes

17 vezes nas faixas etárias mais altas). Elevada frequência e ticket baixo, têm duas consequências próximas: o pragmatismo do ato de compra, com baixa relevância da chamada compra de impulso e com evidente penalização de muitas categorias de produto e, por outro lado, a concentração das compras nas chamadas lojas de proximidade onde, tendencialmente, a área de venda é mais reduzida, o sortido disponibilizado ao consumidor é mais curto e onde muitas marcas, especialmente as chamadas segundas e terceiras marcas, não estão presentes, escapando às escolhas dos consumidores. Outro ângulo, também menos positivo, prende-se com a desaceleração que se parece começar a sentir no turismo em Portugal. Em 2024 continuaram a bater-se recordes, mas as taxas de crescimento, depois de anos consecutivos (com o ‘intervalo’ da pandemia pelo meio) a crescer a dois dígitos, a comprimirem e a deixar entrar alguma ansiedade no setor. Uma mistura de fatores externos e ‘pecados’ internos, em que – como acima indicado – as dificuldades económicas que importantes mercados emissores atravessam, se combinam com um agressivo aumento dos preços de hotelaria e restauração em Portugal, algo proibitivos para as nossas famílias, menos competitivos do que em momentos anteriores, para quem nos visita.
Tudo isto nos conduz a 2025, no qual entrámos com um otimismo moderado, em que se observam sinais positivos a nível de reposição salarial, de pressão fiscal ou de evolução de taxas de juros, mas que, em simultâneo, nos deixam vislumbrar algumas nuvens no horizonte, com os temas das dinâmicas do turismo e da potencial erosão do emprego em importantes setores de atividade, casos do setor automóvel, como de importantes setores exportadores como os do têxtil ou do calçado.
Contudo, diria que o grande ponto de interrogação, em 2025, será o da evolução da taxa de inflação, considerada por muitas importantes entidades e analistas, como estável dentro de um padrão ‘civilizado’ de entre 2% e 3%. Temo, no entanto, que a combinação de algumas matérias-primas que têm, nesta altura, as suas cotações totalmente descontroladas, com a explosiva situação geopolítica que atravessamos, possa ter impactos muito negativo em fatores como combustíveis, energia, transportes, fretes, seguros… o que, como todos sabemos, gera uma espiral de agravamentos de preços a que nenhum produto ou país fica imune.
NOTA:
Mas tentando confiar em entidades e analistas e regressando ao mundo do grande consumo e das marcas em Portugal, diria que – com a inflação controlada – podemos assistir a um ano em que haverá, uma vez mais, recuperação dos salários reais, uma pressão fiscal um pouco menos asfixiante e um efeito positivo, agora impactando os doze meses do ano, da redução das taxas de juros. Se sim, se isso se verificar, antecipo que, no mercado, observaremos uma trajetória mais clara de distinção entre as propostas de sortido e de valor apresentadas pelos chamados distribuidores convencionais face ao modelo de negócio dos retalhistas de sortido curto (Lidl, Mercadona, Aldi). Uma maior chamada de atenção para temas como a oferta, a inovação ou a experiência de compra, para lá da mais comum pressão comunicacional em torno dos preços. A continuação da desaceleração da marca própria, em linha com o que observamos na segunda metade do ano transato. Do lado das Marcas, a expectativa está numa evolução mais positiva da cesta de compra dos consumidores, na recuperação (nalguns casos, a reentrada) do espaço de algumas categorias de produto nessa mesma cesta e, absolutamente essencial, a recuperação das vendas em volume, para além, claro, dos ganhos em valor.
Para muitos produtos e para muitas marcas a recuperação de volumes é importantíssima e pode ser mesmo uma questão de sobrevivência ou de presença no mercado nacional. Num mercado que antecipa crescimentos em volume ainda relativamente anémicos, isto significará que para muitas marcas não chegará colher a sua parcela do crescimento do seu segmento e terão que ultrapassar os seus competidores, sejam eles as marcas concorrentes, seja a marca própria, o que – como facilmente se compreende – para muitas corresponderá à versão atual dos 12 Trabalhos de Hércules.
Num mercado muito concentrado – os sete maiores players detêm 85% do mercado – a questão da penetração é fundamental, com algumas empresas a terem muito poucas insígnias em que não estão ainda presentes (insígnias muito avessas à inclusão de produtos de marca nos seus lineares) e como tal pouco espaço de crescimento adicional. Para muitas outras, especialmente aquelas que não são reconhecidas como marcas líderes, a questão coloca-se principalmente no número de lojas em que conseguem estar presentes em cada insígnia. Ter um acordo de fornecimento com um dos
grandes players pode significar não estar presente senão num número relativamente curto de espaços comerciais e beneficiar, apenas, do contacto com uma parcela não demasiado expressiva dos consumidores que fazem compras naquela cadeia de distribuição.
Num mercado tão concentrado pode, pois, ser difícil encontrar espaços de crescimento e uma das linhas de ampliação dessa penetração pode também passar por alguma especialização e uma atenção prioritária relativamente a grupos de consumidores que, de forma algo surda, são quem nesta altura gera novas e relevantes dinâmicas nos mercados: os consumidores que vivem sozinhos ou em mecânicas de habitação partilhada, os consumidores mais velhos ou as crescentes franjas de população estrangeira que começam a ter densidades muito fortes em várias regiões do país.
Num mercado já naturalmente concentrado, as Marcas terão ainda que enfrentar os fenómenos das Centrais de Compras ou de Negociação ou das Alianças Internacionais de Retalhistas, que para além do impacto e tensão negocial, geram um sobrecusto, associado às múltiplas ‘portagens’ a pagar para que os produtos cheguem às prateleiras, penalizando os fornecedores e penalizando também os consumidores.
Em conclusão, 2025 ‘nasce’ com os pilares necessários para que se converta num ano positivo para a área do grande consumo, beneficiando – em especial – de uma previsão de recuperação do poder de compra. No entanto, o céu não está totalmente limpo, vendo-se algumas nuvens no horizonte – a recuperação pouco ambiciosa da cesta, um turismo que já não parece injetar o mesmo oxigénio na economia, as dificuldades económicas em muitos mercados importantes para o nosso país, a inflação descontrolada de algumas matérias-primas – as quais, esperamos, apesar de tudo, não se venham a converter numa destas tempestades que agora gostamos de batizar. Infelizmente, vemos hoje no cenário internacional e no contexto geopolítico quem repita, vezes sem conta, ‘danças-da-chuva’ cujo único objetivo parece ser o de converter nuvens em tempestade e, não é difícil perceber, Portugal não tem dimensão nem ‘feiticeiros’ que possam inverter esse estado de coisas.
Por isso, repito uma frase velha, mas sempre atual: há que desejar o melhor, sem nunca deixar de estar preparado para um pior que pode estar escondido bem próximo de nós.
Já depois de elaborado este texto, o país foi confrontado com a realização, no próximo dia 18 de Maio, de eleições legislativas antecipadas. Um desfecho que uma dose mínima de sentido de estado, uns pozinhos de maturidade e bastante menos egocentrismo teria certamente evitado. Um cenário que, evitando o irritante sentido tático de curtíssimo prazo e deixando de lado a mera sobrevivência política de algumas lideranças partidárias, nem sequer se colocaria. O empurrar o país para eleições antecipadas, coloca Portugal em ‘banho-maria’ num período em que, como se diz atrás, os indicadores macroeconómicos eram positivos e promissores, posicionando-nos muito bem como destino de negócios, de investimentos e de pessoas.
Num período em que um Governo minoritário e sem suporte parlamentar, era – apesar disso – um oásis de governabilidade numa Europa em permanente convulsão. Num período em que face ao turbilhão geopolítico e à sucessão de medidas geradoras de instabilidade, maioritariamente provenientes da Casa Branca, se deveria ter um Governo pronto para a reação e à acção e não limitado pelas regras de um Governo de Gestão. Num período que coincide com o arranque da nova Comissão Europeia e que uma Agenda que se pretende de construção e de impacto, deveria ter, em Lisboa e em Bruxelas, um parceiro ativo e influente e não um conjunto de pessoas essencialmente focadas no combate eleitoral de Maio.
É creditada a Júlio César a citação de que “há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar”. E se em pleno século XXI e mais ainda num país da dimensão e posição de Portugal esta frase parece fazer pouco sentido, há uns quantos que – por mero cálculo político - não têm pejo para arrastar o país para um desfecho que muito poucos desejavam e que vai ter custos e resultar em oportunidades perdidas de que ninguém, à frente, se responsabilizará.


PERSPETIVAS 2025 – NO OLHO DO FURACÃO

João Bastos
Secretário-Geral da FPAS
Depois de passarmos por uma pandemia e continuarmos com uma guerra na Europa e outra no Médio Oriente, eis que nos oferece um novo desafio: a administração Trump e o novo paradigma nas relações comerciais globais.
Perspetivando o que nos espera em termos de mercados suinícolas para o ano 2025, e em particular em Portugal, podemos hierarquizar três fatores, por esta ordem:
• Impactos económicos provocados pelos problemas sanitários que assolam a Europa;
• Dinâmicas geopolíticas que impactem na variação dos preços dos fatores de produção;
• Procura de mercados externos.
Mas antes de passarmos às antevisões de 2025, importa tirarmos um retrato daquilo que se passou em 2024 no mercado da suinicultura em Portugal. Em termos macroeconómicos, o ano 2024 caracterizou-se como um período de preços médios elevados, apesar de inferiores ao registado em 2023, e com custos de produção também eles inferiores. Foi um ano bastante equilibrado com o preço mínimo registado em 2,11€/kg de carcaça nas últimas 8 semanas do ano e o máximo de 2,46€/kg de carcaça entre as semanas 27 e 32. O preço médio anual foi de 2,30€/kg de carcaça, 0,18€ abaixo do preço médio registado em 2023, mas 0,24€/kg de carcaça acima do preço médio de 2022.
O preço médio a cinco anos fixou-se em 2,02€/kg de carcaça, representando uma subida de 0,11€/kg de carcaça face ao ano passado.
A média do primeiro semestre foi de 2,31€/kg de carcaça e a média do segundo semestre foi de 2,28€/kg de carcaça, destacando-se o ano de 2024 como um dos mais (se não mesmo o mais) estáveis de sempre.
Isto faz com que o volume de negócios anual tenha ascendido aos 816 milhões de euros, representando as exportações 21% do volume total de negócios anual.
Preços Semanais - Carcaça classe E

Gráfico 1 – Fonte: FPAS
A tendência dos preços dos porcos em 2024 caracteriza-se por ser semelhante ao que se registou em 2023, apesar de ser sempre ligeiramente abaixo dos valores transacionados em 2023, sendo este dado relevante para a análise perspetiva que se fará mais à frente.
No que diz respeito à produção, Portugal manteve o número de reprodutores, com uma ligeira variação positiva de 0,8% em comparação com o ano 2023.
No número de porcos houve uma diminuição de 2,1% medido no número de cabeças. No total foram declarados 1.930.632 suínos entre todas as classes de porcos.
No que diz respeito aos abates em 2024, registou-se um aumento de 1,3% no número de suínos abatidos e um aumento de 5,5% no volume abatido.

Gráfico 2 – Fonte SIMA
O ano 2024 foi o terceiro melhor em termos de valor exportado, mas ficando aquém do ano 2023. Pelo terceiro ano consecutivo, o saldo comercial atingiu um novo mínimo histórico ( -403 milhões de euros), dado que as importações voltaram a atingir um novo valor recorde.
Apesar do valor recorde de importações, em animais vivos para abate houve um ligeiro decréscimo das entradas no país, na ordem dos – 1,5%. Foi na carne que se verificou um aumento significativo das importações, na ordem dos 4%.
As importações aumentaram em relação aos anos anteriores, resultando que em 2024 se tenha registado um valor recorde de 576 milhões de euros em importações de porcos, carne e derivados e que o saldo da balança comercial seja o pior desde 2015.
Em termos de balanço sumário, podemos concluir que, em todos os indicadores, o ano de 2024 foi muito parecido ao que se passou no ano 2023 e, em condições normais, o ano 2025 terá o mesmo comportamento, ou seja, produção estável com
Balança Comercial (M€)
uma dinâmica de procura superior à oferta na maior parte do ano, preços elevados na produção em consequência desse desequilíbrio, indústria de abate e transformação com margens muito reduzidas ou negativas e exportação em baixa pela fraca competitividade dos preços europeus em comparação com outras bacias de produção, nomeadamente EUA e Brasil.
O problema é que ninguém consegue garantir que 2025 vai ser um ano decorrido em “condições normais”.
E aqui desenvolvo os três fatores que enunciei no início do artigo:
Impactos económicos:
Este continuará a ser, quanto a mim, o principal fator determinante para o que se irá passar no mercado suinícola em 2025. A PSA continua a alastrar na Europa, felizmente ainda a uma distância de segurança satisfatória de Portugal, mas com padrões de disseminação que indicam um ineficaz controlo em países como Alemanha, onde em 2024 foi declarado um surto a 400 km da zona de contenção, e Itália, que já conta com 691 focos em javalis e 2 focos em suínos domésticos. Mais próximo, em Espanha, é a PRRS que vai continuando a ter um forte impacto na produção suinícola, com taxas de mortalidade bastante altas, resultando na escassez de porcos para uma indústria que, já de si, tem uma capacidade instalada superior à capacidade produtiva.
Estes dois problemas sanitários têm feito com que os efetivos para abate na Europa baixem drasticamente, mas importa olhar com atenção para as estatísticas porque em 2024 os principais produtores europeus aumentaram efetivos reprodutores.
A Alemanha aumentou 1,4%, a Dinamarca 1,7%, a Espanha 1,7% e a Polónia 15,66%! No sentido inverso seguem França (-4%), Países Baixos (-3,4%) e Itália (-1%), resultando num aumento dos efetivos reprodutores europeus em 1,4%.
Não é preciso grande capacidade de análise para perceber que, assim que se consigam debelar os problemas sanitários na Europa, o mercado dará a volta e vamos ter uma situação de excesso de produção.
Não será já em 2025, mas, quando lá chegarmos, teremos de contar com uma indústria robusta e com uma forte dinâmica exportadora.
“Robustez” não é, no entanto, a palavra mais indicada para caracterizar, no atual momento, a indústria de abate e transformação de carne de porco em Portugal…
Dinâmicas geopolíticas:
O segundo fator que determinará o decorrer do mercado suinícola em 2025 será a política tarifária da administração Trump que se revela bastante agressiva com os parceiros comerciais mais próximos (à exceção do Reino Unido) e a resposta que daí advirá.
O que está em cima da mesa é a imposição de tarifas, ainda não especificadas, à importação de produtos agrícolas com qualquer origem a ter início a dois de abril. Não será isso que terá um impacto direto no mercado suinícola europeu, uma vez que os EUA não é um
importante destino de exportação de carne de porco europeia, mas a reação que daí advirá faz antever que 1) o mercado das commodities seja bastante instável durante este ano; e 2) as matérias-primas para a alimentação animal com origem nos EUA sejam alvo de tarifas proporcionais àquelas que se venham a impor pelos EUA.
Por outro lado, a relação com a China pode abrir uma oportunidade à Europa de voltar a exportar carne para esse país asiático que tem sido dominado pelos EUA e Brasil.
Procura de mercados externos:
Com relação com o tema anterior, a questão da exportação, que em 2024 representou 12,6 mil milhões no conjunto de toda a União Europeia, uma ligeira subida de 100 milhões de euros, mas que tem sistematicamente em declínio desde 2020 (ano recorde de 15,6 mil milhões de euros), pode assumir um papel de variação positiva no mercado este ano.
Apesar da Europa estar a praticar preços menos competitivos que os seus concorrentes mais diretos, vê o Brasil e os EUA em acelerada subida de preços. No final do primeiro trimestre de 2025, na Europa, já só Espanha tem um preço superior ao preço interno brasileiro que está superior a 1,53€/kg de peso vivo.
Também nos EUA o preço já se vai aproximando dos 2€/kg de carcaça, pelo que, paulatinamente, a Europa vai-se tornar competitiva ao longo do presente ano.
Não quer isto dizer que a China volte a ser o alfa e o ómega da exportação europeia, até porque a China continua a aumentar o seu efetivo e ter relativamente poucas necessidades de importação de carne (continuando a carecer de subprodutos).
No entanto, outros mercados asiáticos surgem como alternativas cada vez mais sólidas à China, nomeadamente as Filipinas, um mercado que no ano 2024 passou a ser o terceiro maior parceiro comercial da União Europeia, ultrapassando o Japão e sendo apenas superado por China e Reino Unido, registando um aumento de 25% do volume de carne de porco exportada com origem na União Europeia.
Nesse sentido, o trabalho realizado pela FILPORC no âmbito da abertura do mercado das Filipinas e de Singapura terá reflexo nos números da exportação portuguesa já no ano 2025. Seguir-se-á a abertura de Vietname e Tailândia.
Em suma, há vários pontos de interrogação que impedem afirmar que o ano 2025 será mais um ano estável para os mercados suinícolas, mas perspetiva-se que venha a ser mais um ano positivo, apesar de inferior em termos de preço de vendo ao produtor e superior em termos de custos de matéria-prima, ou seja, um ano de margens positivas, mas com menor rendibilidade que o ano 2024.
Em jeito de prognóstico – e mais uma vez ressalvando que parto da premissa que nenhum acontecimento extremo fará alterar o rumo do mercado – o preço médio por quilo de carcaça em 2025 rondará os 2,17€. No final faremos as contas.
A INDÚSTRIA AGROALIMENTAR MERECE
MAIS
E MELHOR

Pedro Queiroz
Diretor-Geral

Apesar de o clima de crença numa solução governativa de longo prazo não estivesse muito presente, foi de forma inesperada que os maiores receios das empresas e dos investidores – a instabilidade política e a incerteza das políticas – voltou a ser uma realidade. O país fica de novo politicamente suspenso! Ao nível da União Europeia, os dias também não estão fáceis. Um envolvimento explícito em conflitos militares sem fim à vista, uma crise inflacionista que deixou muitas feridas e uma guerra comercial que ainda agora está no início, deixam muitas incógnitas sobre o futuro.
À escala global vemos um mundo “virado do avesso”, com confrontos permanentes e muitas dúvidas quanto às novas configurações geopolíticas.
Esta conjuntura desafiante obriga as organizações associativas a um esforço redobrado na afirmação das principais alavancas de competitividade dos setores que representam. Pelo posicionamento estratégico que acreditamos ter na economia nacional, o setor agroalimentar não vai certamente baixar os braços e procurará, no contexto de sufrágio democrático, afirmar as suas ambições.
À semelhança do que tem feito ciclicamente, a FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares vai encetar uma ronda de reuniões com diversos partidos políticos e apresentar as linhas de força de “um compromisso nacional para a indústria agroalimentar”, salientado as medidas transversais e mais urgentes de apoio à competitividade do setor.
Uma indústria proativa e de diálogo Sabemos que os próximos tempos continuarão a ser marcados por uma elevada imprevisibilidade e muitos desafios se colocarão à vida das empresas. Necessitamos, por isso, de garantir um elevado espírito de cooperação e união em prol da competitividade e da sustentabilidade da indústria portuguesa agroalimentar, nas dimensões económica, ambiental e social. Trabalhamos, com a mesma determinação de sempre, em torno destes objetivos, traçando para isso três pilares estratégicos: 1) inovação e crescimento, 2) alimentação, nutrição e saúde, 3) economia verde. Em todos eles identificamos prioridades claras e coincidentes com a rota de afirmação do setor.
Pretendemos continuar a implementar a nossa “Agenda Estratégica 2030” e assumir um papel ativo ao nível das opções no âmbito dos mecanismos de apoio à recuperação e resiliência.
Queremos, naturalmente, continuar o caminho do diálogo junto do próximo Governo e do novo Parlamento e garantir a representação do setor junto dos mais diversos parceiros e diferentes plataformas colaborativas.
Estamos, ao mesmo tempo, bem cientes de toda a turbulência que não abranda. Cadeias de abastecimento estranguladas, preocupante tendência inflacionista, tensões políticas internacionais e constrangimentos energéticos são apenas os exemplos mais marcantes da conjuntura que nos acompanhará por muitos meses.
Adequação da política fiscal à competitividade
Portugal tem hoje uma das taxas médias de IVA mais elevadas da Europa sobre os alimentos e bebidas. Conta também com uma adicional e pesada carga fiscal sobre as bebidas açucaradas e as bebidas alcoólicas, por via de impostos especiais de consumo (IEC), sendo frequentes as ameaças da inclusão de novas categorias. A FIPA tem vindo a munir os decisores políticos com informação credível e apoiada na realidade do mercado para evidenciar o efeito negativo que o aumento desajustado da carga fiscal tem sobre o consumo, as empresas e o emprego. Este cenário promove a discriminação negativa de alguns alimentos e bebidas e, no caso dos IEC, coloca em causa, de forma generalizada, a reputação de um setor estratégico para a economia, promotor de altos padrões de segurança dos alimentos e com provas dadas ao nível da inovação.
Prioridades estratégicas
• Enquadrar os produtos alimentares na taxa reduzida do IVA, pugnando por um maior equilíbrio e competitividade no contexto europeu;
• Eliminar, sempre que o enquadramento legal permita, ou reduzir os impostos especiais ao consumo (IEC) e rejeitar novas iniciativas, tendo presente a evolução dos processos de inovação conducentes à reformulação nutricional de diversas categorias;
• Promover uma discussão aberta e participada da envolvente fiscal do setor com o Governo e o Parlamento, em articulação com os compromissos de reformulação nutricional;
• Defender uma política fiscal “positiva”, com medidas de apoio e deduções fiscais para empresas que façam investimentos em sustentabilidade ambiental.
Abastecimento nacional e infraestruturas
O contexto de pandemia que o mundo viveu recentemente e a guerra já duradoura originada pela invasão da Rússia à Ucrânia, a par da enorme incerteza
geopolítica, têm gerado graves disrupções nas cadeias de abastecimento, com particular preocupação ao nível da alimentação humana e animal, seja pela possibilidade de escassez seja pela enorme volatilidade ao nível dos preços. Portugal necessita de ter uma visão clara para a criação de uma rede de infraestruturas sólida e competitiva, particularmente ao nível portuário, de forma a garantir o regular abastecimento de matérias-primas e o regular fluxo de exportações, e reforçar as capacidades necessárias para a criação de stocks de segurança. A redução da dependência externa no abastecimento de matérias-primas deverá ser uma prioridade. Tendo presente a sua importância estratégica para a soberania alimentar, as políticas devem ser definidas em boa articulação entre os decisores políticos e os agentes económicos.
Prioridades estratégicas
• Definir a viabilidade e operacionalidade futuras dos terminais portuários do Beato e da Trafaria, em articulação com os agentes económicos e tendo presentes o processo de liquidação que se arrasta e o término da concessão em 2025, e avaliar os investimentos necessários para ajustar as capacidades de receção e armazenamento às necessidades da indústria e do consumo nacionais;
• Garantir que aquelas infraestruturas se mantêm a laborar em níveis de competitividade similares ou superiores às suas congéneres europeias, fator critico de competitividade da indústria agroalimentar nacional;
• Reforçar a capacidade do Porto de Aveiro (permitir descargas de navios de maior capacidade facilitando o descongestionamento do Porto de Lisboa) e criar terminal cerealífero em Sines;
• Definir um modelo de interligação entre os diversos Portos nacionais, em articulação com as infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, para abastecimento nacional;
• Criar incentivos ao investimento em capacidade de armazenamento na indústria e à produção de matérias-primas nacionais aumentando, por esta via, o seu grau de incorporação e o valor acrescentado nacional;
• Adotar medidas estratégicas de longo prazo que permitam a criação de stocks nacionais.
Exportação e internacionalização
A exportação da produção nacional e a internacionalização das empresas, como forma de conquista de novas oportunidades, é cada vez mais uma inevitabilidade. A qualidade dos nossos produtos, associada a um reforço das redes de contactos dentro e fora da União Europeia, revela, por si só, um enorme potencial de sucesso junto de outros mercados e permitirá, em vários casos, um ganho de dimensão do setor e da economia nacional. Importa ainda incentivar uma visão estratégica para as marcas nacionais. Durante as últimas legislaturas, a FIPA tem sido parceira incontornável na definição das políticas nacionais para a internacionalização do setor agroalimentar, tendo apresentado aos suces-
sivos governos os seus “Contributos para uma Visão Estratégica”.
Prioridades estratégicas
• Utilizar Portugal como plataforma de exportação em articulação com o crescimento e sustentabilidade do mercado interno;
• Desenvolver políticas económicas e diplomáticas de incentivo à exportação com foco na promoção e afirmação das marcas;
• Implementar mecanismos uniformizados de identificação e comunicação das barreiras à exportação;
• Desenvolver ações coletivas, coordenadas e apoiadas, para a promoção externa;
• Promover linhas de financiamento de apoio à exportação, privilegiando as empresas capacitadas e evitando o desperdício de recursos.
Diálogo e equilíbrio na cadeia de valor agroalimentar
A FIPA é parceira ativa da PARCA – Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Alimentar, tendo tido um papel muito interventivo na revisão do diploma legal que regulamenta as Práticas Individuais Restritivas do Comércio e sido uma das principais promotoras da criação, implementação e monitorização do Código de Boas Práticas Comerciais para a Cadeia de Abastecimento Agroalimentar. Por força da pandemia Covid-19 e da guerra na Ucrânia, integrou os grupos de acompanhamento do abastecimento alimentar. Tem também procurado promover sinergias entre
NUTRIÇÃO ANIMAL
CONSULTADORIA
OBJECTIVOS
Empresa portuguesa com raízes belgas. Fabricantes – Exportadores
• Premixes de vitaminas e/ou oligo-elementos – Concentrados – Minerais – Ingredientes naturais.
• Linha tradicional – Linha económica
• Linha top – Linha profissional – Linha ecológica.
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Assistência técnica aos clientes, como:
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os setores de base da fileira agroalimentar, para construção de uma estratégia conjunta e integrada em torno da valorização da produção nacional, assente na análise e estudo do mercado, nas necessidades do tecido empresarial e nas expectativas do consumidor.
Prioridades estratégicas
• Afirmar posições, no seio da PARCA, com vista à discussão e implementação de medidas focadas na promoção da transparência, equidade e não discriminação de marcas;
• Acompanhar a implementação e monitorização eficaz do Código de Boas Práticas Comerciais para a Cadeia de Abastecimento Agroalimentar;
• Desenvolver mecanismos de mapeamento e promoção de um abastecimento com valor acrescentado nacional;
• Promover a digitalização da cadeia agroalimentar, dinamizando a partilha de boas práticas, a literacia digital e a capacitação dos recursos humanos e das empresas.
Promoção de estilos de vida saudáveis
A indústria agroalimentar foi pioneira no lançamento de iniciativas que visam a constante inovação e adequação dos produtos alimentares, uma melhor comunicação com os consumidores e, acima de tudo, a promoção de escolhas diversificadas e de uma alimentação saudável. Em 2019, a FIPA, a APED e um conjunto de associações setoriais chegaram a um entendimento com o Ministério da Saúde para o estabelecimento de metas de reformulação nutricional de várias categorias de produtos alimentares, tendo sido assinado um compromisso alargado que envolve a redução progressiva dos teores de açúcar, sal e gorduras trans
Prioridades estratégicas
• Reconhecer a eficácia da autorregulação na construção de envolventes promotoras de escolhas saudáveis, nomeadamente ao nível da reformulação nutricional, da publicidade e da informação ao consumidor;
• Fazer assentar a evolução do quadro legal em evidências científicas e na preservação do mercado único (ex: esquemas de informação nutricional);
• Dar a devida evidência ao trabalho que a indústria agroalimentar desenvolve há vários anos e que se tem refletido numa oferta alimentar cada vez mais diversificada e adaptada às novas exigências dos consumidores e da sociedade em geral;
• Colocar o enfoque no facto de estilos de vida saudáveis serem compatíveis com o consumo adequado da generalidade dos alimentos, afastando de vez expressões negativas e sem qualquer suporte (ex: “alimentos nocivos”);
• Afastar perceções negativas sobre ingredientes-chave (ex: edulcorantes), quando estes estão devidamente escrutinados pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos.
Transição para a economia circular
Os modelos de crescimento da indústria agroalimentar estão cada vez mais assentes em modelos circulares, mas ainda há muito a fazer. A indústria agroalimentar tem vindo a reduzir o seu impacte no ambiente e a aumentar a reintrodução de materiais na economia. No caso particular das embalagens, tem vindo a trabalhar para as reduzir ao mínimo, reduzir a poluição plástica e apoiar a melhoria do design das embalagens para melhorar a sua reciclagem e reutilização –garantindo que a segurança dos alimentos nunca seja comprometida.
Prioridades estratégicas
• Identificar as barreiras à reciclabilidade e à circularidade das embalagens, nomeadamente problemas a montante;
• Implementar o Sistema de Depósito-Reembolso (SDR) assente num modelo de gestão, eficiente e eficaz, por uma única entidade licenciada para o efeito;
• Promover a reutilização de embalagens desde que num contexto de racionalidade ambiental, social, económica e científica;
• Harmonizar as instruções de triagem no âmbito da revisão da diretiva sobre embalagens e resíduos de embalagens;
• Compatibilizar as políticas ao nível das embalagens com a segurança dos alimentos e o combate ao desperdício alimentar;
• Assegurar que as políticas de transição para a economia circular estão alinhadas com a competitividade das empresas;
• Incentivar as autoridades portuguesas a investir significativamente no apoio ao desenvolvimento eficiente da capacidade de recolha, triagem e reciclagem dos resíduos, garantindo o cumprimento das metas a um custo eficiente e transparente.
Estratégia pública de incentivos à inovação
A FIPA tem vindo a assumir um importante papel enquanto dinamizadora de ambientes colaborativos e como elo agregador das prioridades do mercado e das empresas, procurando criar uma envolvente que permita concretizar um futuro sustentável, digital e inovador. Para suportar esta intervenção, elaborou a “Agenda Estratégica 2030”, traçando cenários e definindo caminhos que pretende afirmar junto dos parceiros e dos decisores, procurando mobilizar os recursos necessários à concretização dos objetivos estratégicos. Há muito que a FIPA se tem posicionado como interlocutora da indústria agroalimentar no que respeita quer à participação na definição de políticas de incentivo e apoio à investigação, desenvolvimento e inovação, quer à disseminação do conhecimento técnico-científico.
Prioridades estratégicas
• Adequar os programas de apoio – em particular o PRR e o Portugal 2030 – à atividade transformadora agroalimentar, colocando o foco em atividades de investigação e desenvolvi mento com caráter aplicado e inovador;
• Direcionar os incentivos públicos para o apoio às empresas, promovendo a compra de serviços às Entidades do Sistema Científico e Tecnológico;
• Consolidar a articulação com outras entidades de reconhecido interesse estratégico para o setor, com enfoque no apoio a projetos de IDI e de cooperação empresarial;
• Criar mecanismos para desburocratização e simplificação dos processos de candidatura, avaliação e acompanhamento, bem como de monitorização do impacto dos resultados em conjunto com os parceiros.
Reforçar a competitividade e o crescimento do mercado nacional – assentes num quadro de reformas estruturais e políticas que promovam um ambiente de saudável concorrência – , fomentar o emprego, fortalecer a confiança dos consumidores e alavancar o crescimento externo são os principais desígnios da FIPA, enquanto representante da indústria portuguesa agroalimentar.
É tempo de afirmar uma estratégia nacional pela robustez da indústria agroalimentar que lhe permita consolidar as suas respostas aos desafios do mercado interno e do posicionamento global.
Porque a indústria agroalimentar merece mais e melhor!




A COMISSÃO APRESENTA O SEU ROTEIRO PARA A PROSPERIDADE DOS SETORES AGRÍCOLA E AGROALIMENTAR DA UE

A Comissão apresentou a sua Visão para a Agricultura e o Setor Alimentar, um ambicioso roteiro para o futuro destes setores na Europa. O roteiro define as condições necessárias para o desenvolvimento de um sistema agroalimentar atrativo, competitivo, resiliente, orientado para o futuro e justo, em benefício das gerações atuais e futuras de agricultores e operadores
Todas as medidas descritas na «Visão» pressupõem a simplificação das nossas políticas e a plena integração da inovação e da digitalização. No final de 2025, a Comissão vai propor um pacote global de medidas que visam simplificar o atual quadro legislativo agrícola, bem como uma estratégia digital da UE para o setor agrícola, a fim de apoiar o processo de transição para uma agricultura preparada para o digital.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou, a este propósito: «Os agricultores estão no cerne do sistema de produção alimentar da UE e é graças aos seus árduos esforços quotidianos que podemos dispor de alimentos seguros e de grande qualidade. No entanto, enfrentam cada mais desafios, sobretudo no que respeita à concorrência mundial e às alterações climáticas. É por este motivo que estamos hoje a propor uma estratégia global que deverá contribuir para aumentar a atratividade, a resiliência e a sustentabilidade do setor agrícola.»
A Visão define quatro domínios prioritários:
• Um setor atrativo: o setor agrícola tem de ser suficientemente estável para que os jovens se sintam encorajados a aceder à profissão. Para tal, terá de proporcionar rendimentos justos e
beneficiar de um apoio público mais bem direcionado. Deverá também apoiar ativamente os jovens a fim de que tirem o máximo partido da inovação e dos novos modelos empresariais e utilizem os créditos de carbono e os créditos «natureza» como fontes de rendimento complementares. A Comissão está empenhada em garantir que os agricultores não sejam sistematicamente obrigados a vender os seus produtos a preços inferiores aos custos de produção e tomará medidas concretas para o efeito, nomeadamente através da revisão da Diretiva Práticas Comerciais Desleais . Apresentará igualmente, ainda em 2025, uma estratégia de renovação geracional que incluirá recomendações sobre as medidas a adotar, tanto a nível da UE como a nível nacional/regional, para eliminar os obstáculos à entrada dos jovens e de pessoas novas na profissão.
• Um setor competitivo e resiliente: a UE continuará, de várias formas, a dar prioridade à segurança e à soberania do setor alimentar, tirando o máximo partido das negociações e acordos comerciais e protegendo simultaneamente os interesses dos agricultores europeus. A Visão dá igualmente resposta aos pedidos formulados pelos agricultores, pelos cidadãos e pela sociedade em geral no sentido de promover um maior alinhamento das normas de produção aplicáveis aos produtos importados, a fim de garantir que as ambiciosas normas europeias não afetem a competitividade dos seus produtos, desde que respeitem as normas internacionais. A Comissão começará, pois, ainda este ano, a adotar medidas com vista a avaliar o impacto de uma maior coerência no que respeita às normas relativas aos pesticidas perigosos proibidos na UE e ao bem-estar dos animais. A aplicação rigorosa e os controlos das normas de segurança alimentar continuarão também a constituir uma prioridade que não pode ser negociada. A Comissão vai dar uma importância ainda maior ao setor da pecuária, a fim de promover o futuro deste setor a longo prazo.
• Um setor preparado para o futuro: o setor agrícola europeu desempenha um importante papel a nível da transição para uma economia hipocarbónica. A Visão reconhece que é necessário conciliar os objetivos da ação climática com a segurança alimentar e os desafios específicos a que o setor deve fazer face e considera que os agricultores devem ser recompensados sempre que adotem práticas respeitadoras da natureza. Neste contexto, a Comissão ponderará cuidadosamente se deve ou não impor novas proibições à utilização de pesticidas sempre que não estejam disponíveis outras alternativas num prazo razoável e simplificará o acesso aos biopesticidas no mercado da UE. Desenvolverá igualmente um sistema voluntário de avaliação comparativa, a «Bússola da sustentabilidade», a fim de
ajudar os agricultores a avaliar e a melhorar o desempenho das explorações agrícolas. Preparará igualmente uma estratégia de resiliência hídrica de modo a dar resposta à necessidade premente de utilizar os recursos hídricos de uma forma mais eficiente.
• Condições de vida e de trabalho justas nas zonas rurais: a Comissão vai apresentar um plano de ação para as zonas rurais atualizado a fim de garantir que continuem a ser espaços dinâmicos e funcionais, profundamente enraizados no património cultural e natural da UE. Vai igualmente instituir um diálogo anual sobre o setor alimentar com um vasto leque de intervenientes, incluindo os consumidores, os agricultores, a indústria e as autoridades públicas, a fim de encontrar formas de
garantir a acessibilidade dos preços dos alimentos e promover a inovação. Futuramente, a Comissão debruçar-se-á também sobre a questão da redução dos desperdícios alimentares e a resposta a dar às preocupações da sociedade no que respeita ao bem-estar dos animais
A futura política agrícola comum (PAC) no âmbito da próxima proposta de QFP será mais simples e mais bem direcionada, devendo o apoio ser orientado mais diretamente para os agricultores que se dedicam ativamente à produção de alimentos, com especial destaque para os jovens agricultores e os agricultores que exercem as suas atividades em zonas em que as condições naturais são pouco propícias. Procurar-se-á conceder mais incentivos e impor menos condições.
soluções inovadoras em nutrição animal
Serviços
Laboratoriais
Análise Nutricional
Serviços de Diagnóstico
Produtos
Pré-misturas
Alimentos Complementares
Serviços Técnicos Veterinários
Serviços de Formulação
Assistência Veterinária
Apoio Técnico a Explorações
Qualidade
Controlo de Especi cações:
- Matérias-primas
- Pré-misturas
- Alimentos para Animais
Avaliação de Processos de Fabrico:
- Homogeneidade de Misturas
- Avaliação de Contaminações
- Monitorização de Matérias primas


- Monitorização de Alimentos para Animais


INSECTERA – PONTO DE SITUAÇÃO DO EIXO INFEED

"O eixo InFeed é um dos nove eixos da Agenda Mobilizadora Insectera, sendo liderado pelo FeedInov CoLAB. Tem como objetivo principal a utilização de insetos como fonte nutricional numa alimentação animal mais sustentável e de origem local."
No que consiste o Eixo InFeed dentro do InsectERA e quais os objetivos?
O eixo InFeed é um dos nove eixos da Agenda Mobilizadora Insectera, sendo liderado pelo FeedInov CoLAB. Tem como objetivo principal a utilização de insetos como fonte nutricional numa alimentação animal mais sustentável e de origem local. Para tal, serão desenvolvidos ensaios em diversas espécies animais (dourada e robalo de aquacultura, cães, frangos de carne, galinhas poedeiras, leitões e suínos em crescimento e engorda), com vista à produção de alimentos que possam ser diferenciadores e uma alternativa ao atualmente praticado em alimentação animal. A procura por fontes alternativas de proteína quer para a alimentação animal, quer para a humana, tem sido uma aposta a nível global e os insetos podem contribuir para se atingir esse objetivo. No entanto, esta Agenda acredita que os insetos possam ser muito mais do que uma fonte proteica e existem diversas vertentes em estudo para o seu uso nos diferentes eixos. No caso deste eixo em particular, a saúde animal é igualmente uma área a explorar. Dos diversos ensaios com as diferentes espécies animais espera-se também conseguir chegar a níveis de incorporação destas matérias-primas derivadas de insetos que otimizem a formulação dos alimentos finais.
tal (CIIMAR) e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, IP (INIAV). Os parceiros são complementares e trabalham em parceria nas diferentes atividades propostas, o que, na generalidade, tem funcionado muito bem neste eixo.
Os principais desafios prendem-se com a dificuldade de, numa Agenda desta dimensão, conseguir cumprir o calendário inicialmente proposto. Tal deve-se a vários motivos, sendo que o primeiro remete ao atraso no início do projeto, o segundo às dificuldades que muitos parceiros tiveram na contratação de recursos humanos e aquisição de equipamentos, tendo em conta que, principalmente as instituições públicas, estão sujeitas a um processo moroso e pesado e, por fim, às interdependências entre parceiros, quer dentro do eixo, quer entre eixos. Estas interdependências ocorrem em trabalhos que são em cadeia e o atraso num dos elos acaba por atrasar todo o processo.
Qual o ponto de situação do Projeto? Temos matérias-primas para colocar no mercado?
"…a produção tem vindo a aumentar e existe já a possibilidade de adquirir estas matérias-primas para a produção de alimentos compostos com a sua incorporação."

Outras áreas em estudo prendem-se com o desenvolvimento de metodologias rápidas, nomeadamente, através de imagens hiperespectrais (com suporte de machine learning) para controlo de qualidade de matérias-primas derivadas de insetos (ingredientes) e de alimentos compostos. Também é feita a avaliação do tempo de vida dos alimentos compostos com incorporação de matérias-primas para avaliar o prazo de durabilidade destes alimentos, sendo igualmente importante para o controlo de qualidade dos produtos finais.
Quais os parceiros deste Eixo e o que se espera desta interação? Principais desafios e constrangimentos.
Este eixo, liderado pelo FeedInov CoLAB, tem como parceiros três empresas de alimentos para animais, a Sorgal, S.A., a PetMaxi , S.A. e as Rações Zêzere, S.A., a Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA), a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), duas instituições de ensino superior, a Cooperativa de Ensino Superior CRL Egas Moniz e o Instituto Politécnico de Beja e dois institutos de investigação, o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambien-
O projeto é bastante abrangente e gostaria apenas de me focar no eixo do qual somos responsáveis. Na generalidade estamos a conseguir cumprir o planeado. Tem sido feito um esforço para recuperar o tempo perdido. No caso do eixo InFeed em particular, no final de 2024 estávamos com um nível de execução superior a 50%. Geralmente, nestes projetos, o começo é sempre mais lento e, como tal, o nível de execução está ligeiramente abaixo do que gostaríamos. Muitos dos trabalhos envolvem animais, o que é sempre desafiante, pois existem muitas variáveis em jogo, como conseguir animais com a idade ou peso adequados às tarefas a que nos propusemos. Não tenho dúvidas, no entanto, de que conseguiremos recuperar e terminar os trabalhos. Quanto às matérias-primas derivadas de insetos, não serei a pessoa mais adequada a responder a esta questão, mas sim os produtores de insetos. No entanto, a produção tem vindo a aumentar e existe já a possibilidade de adquirir estas matérias-primas para a produção de alimentos compostos com a sua incorporação. As quantidades ainda são modestas, mas não nos podemos esquecer que esta indústria (produção de matérias-primas derivadas de insetos) é recente e o crescimento demora o seu tempo.
Na sua opinião que constrangimentos ainda enfrenta o setor da produção de insetos?
Não sendo do setor da produção de insetos, penso que este enfrenta ainda alguns desafios e constran-
"O feedback que temos da empresa é que a experiência está a ser muito positiva, com elevada aceitabilidade do produto pelos animais e pelos tutores."
gimentos que terá de ultrapassar. Sendo um setor jovem, ainda não tem escala e, consequentemente, o preço dos derivados de insetos ainda não é atrativo para os operadores de mercado que os irão utilizar (p.e. indústria alimentar ou indústria de alimentos para animais). Por outro lado, a desconfiança por parte de outros stakeholders da cadeia alimentar e do consumidor é ainda uma potencial barreira à evolução da atividade.
Qual o impacto na Indústria da Alimentação Animal?
Este é um setor novo e estas matérias-primas ainda têm um preço pouco atrativo para a indústria de alimentação animal. No entanto, no que diz respeito aos parceiros industriais envolvidos, existe alguma expectativa em relação a estas matérias-primas. Penso que o setor necessita que lhe chegue mais informação e de uma forma clara, de como estas matérias-primas podem valorizar o produto final. Do ponto de vista nutricional é necessário explorar


A vida faz-se do campo para a mesa, desde o primeiro dia. Produção verticalizada, para a fileira da carne de suíno e bovino, com total rastreabilidade e segurança alimentar, garantindo assim produtos de excelência. Tudo isto a pensar em si!


"O objetivo é tornar este setor 100% circular, mas ao mesmo tempo, não permitir que os insetos compitam pelas mesmas matérias-primas utilizadas na alimentação de animais de criação produtores de géneros alimentícios (carne, ovos e peixe)."
"Nesta Agenda estamos a tentar obter o máximo de informação possível sobre estas matérias-primas para que possam ser utilizadas de forma segura e informada pela indústria de alimentos compostos para animais."
"Estão ainda a ser realizados estudos de mercado que poderão antever a aceitabilidade por parte do consumidor em geral, mas também dos tutores, no caso dos animais de companhia, e dos produtores (utilizadores) no caso dos animais de criação."
"Reduzir o desperdício de alimentos nas fases iniciais da cadeia alimentar tem um enorme potencial para reduzir os recursos que usamos para produzir os alimentos que comemos, sobretudo de proteína de elevado valor biológico, através de géneros alimentícios de origem animal."
basear no momento da formulação e na forma de valorizar o produto final, justificando desta forma um possível aumento do preço.
Por outro lado, existem ainda alguns constrangimentos legais que dificultam a utilização destas matérias-primas pela indústria de alimentos para animais. Os insetos sendo produtos de origem animal, estão igualmente sujeitos às medidas de prevenção, erradicação e monitorização de determinadas encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET), bem como as disposições aplicáveis aos subprodutos de origem animal e produtos derivados não destinados ao consumo humano, restrições essas que foram impostas como consequência da famosa BSE ou como vulgarmente é conhecida “a doença das vacas loucas". Isto significa que a sua utilização está dependente das regras relativas à natureza dos substratos a utilizar na alimentação dos insetos de criação, das condições do seu processamento, da obrigatoriedade de utilização de linhas dedicadas nas fábricas de alimentos compostos, as quais são igualmente sujeitas a um controlo apertado para evitar a contaminação com proteínas animais transformadas (PAT) de ruminantes, e o incentivo ao canibalismo (o que significa não se poder usar PATs de uma espécie na alimentação da mesma espécie). Estes desafios "produtivos" dos utilizadores das matérias-primas derivadas de insetos representam custos adicionais e uma logística própria que nem sempre é fácil de ultrapassar.
E como podem os produtores de insetos ajudar a ultrapassar “esses desafios produtivos”?
Na Agenda, não no eixo InFeed, mas no Raw materials & production, no qual também estamos a participar, estamos a avaliar a qualidade nutricional de vários coprodutos provenientes da agroindústria, de forma a validar o seu potencial de utilização como alimento para os insetos.
Presentemente, os produtores de insetos já utilizam alguns coprodutos, como por exemplo, o bagaço de azeitona. O objetivo é tornar este setor 100% circular, mas ao mesmo tempo, não permitir que os insetos compitam pelas mesmas matérias-primas utilizadas na alimentação de animais de criação produtores de géneros alimentícios (carne, ovos e peixe).
Que mensagens poderemos deixar aos industriais de alimentos compostos para animais?
Nesta Agenda estamos a tentar obter o máximo de informação possível sobre estas matérias-primas para que possam ser utilizadas de forma segura e informada pela indústria de alimentos compostos para animais. Alguns trabalhos que estamos a desenvolver no eixo In2Market são formações para estudantes e profissionais do setor da alimentação animal, para os munir de mais conhecimento e competências sobre estes produtos. Vamos também realizar um inquérito
à indústria de alimentos compostos para perceber quais as necessidades de conhecimento e consequentemente de formação nesta área, que pode ir desde conhecimento sobre a composição nutricional, questões de qualidade e segurança alimentar, interferência com operações unitárias em fábrica, etc. A ideia é perceber o que constitui um obstáculo à utilização, quais os riscos que os industriais anteveem e de que forma podemos minimizá-los e até eliminá-los e, por fim, de que informação necessitariam para utilizar os derivados de insetos.
Estão ainda a ser realizados estudos de mercado que poderão antever a aceitabilidade por parte do consumidor em geral, mas também dos tutores, no caso dos animais de companhia, e dos produtores (utilizadores) no caso dos animais de criação. Isto permitirá aos industriais terem alguma segurança de que não haverá renitência na utilização dos alimentos compostos com incorporação de derivados de insetos nas explorações e posteriormente no consumo de produtos de origem animal provenientes destes animais.
É um conjunto de informação vasto que poderá potenciar as oportunidades de utilização destas matérias-primas derivadas de insetos, de forma a que possam vir a ser uma escolha por parte dos industriais.
Qual a relevância deste projeto para as Estratégias Europeias Green Deal e Do Prado ao Prato?
A Estratégia do Prado ao Prato consiste num quadro estratégico que engloba iniciativas e objetivos políticos destinados a tornar o sistema alimentar da União Europeia mais sustentável e respeitador do ambiente.
A economia circular é uma das prioridades na União Europeia (UE), espelhada na estratégia "Farm to Fork" do "Pacto Ecológico Europeu" e pretende impulsionar a competitividade da UE ao proteger as empresas contra a escassez dos recursos e a volatilidade dos preços, ajudando a criar oportunidades empresariais e formas inovadoras e mais eficientes de produzir e consumir, criando, em simultâneo, oportunidades de emprego local e de integração e coesão social. Para concretizar esta ambição, a UE tem de acelerar a transição para um modelo de crescimento regenerativo que restitua ao planeta mais do que lhe retira, reduzindo o impacto ecológico do consumo e duplicando a taxa de utilização de materiais circulares na próxima década (COM (2020) 98 final). A indústria agroalimentar produz uma enorme quantidade e variedade de coprodutos, os quais, caso não sejam utilizados, tornar-se-ão resíduos, o que representa um custo para as empresas. Na UE são produzidos anualmente 700 milhões de tons de resíduos da indústria agroalimentar (Cordis.europa. eu), os quais, além do desperdício alimentar que representam têm um impacte ambiental importante.
“O setor bioindustrial dos insetos pretende ser 100% circular: ser alimentado com coprodutos de outras indústrias e produzir zero resíduos, o que vai totalmente ao encontro das políticas da UE."
Reduzir o desperdício de alimentos nas fases iniciais da cadeia alimentar tem um enorme potencial para reduzir os recursos que usamos para produzir os alimentos que comemos, sobretudo de proteína de elevado valor biológico, através de géneros alimentícios de origem animal.
O setor bioindustrial dos insetos pretende ser 100% circular: ser alimentado com coprodutos de outras indústrias e produzir zero resíduos, o que vai totalmente ao encontro das políticas da UE. Aproveitando o que seria um desperdício de outras indústrias para produzir proteína, a qual por sua vez contribuirá para a produção de produtos de origem animal de elevado valor biológico. Por outro lado, o que poderia ser um potencial resíduo é transformado num fertilizante orgânico, o frass. Desta forma, a cadeia está pensada para ser o mais circular e sustentável possível.
"Esperamos dentro de um ano conseguir ter muitas mais soluções e respostas para todas as interrogações que ainda existem. Vai ser um ano trabalhoso, mas frutífero."
Existem alguns constrangimentos já identificados relativos à utilização de Insetos na Alimentação Animal? Em caso afirmativo, existe alguma forma de serem ultrapassados?
Os principais constrangimentos à evolução deste setor são os que já referi anteriormente, nomeadamente as questões legislativas relativas ao facto
das matérias-primas derivadas de insetos estarem sujeitas às medidas de prevenção, erradicação e monitorização de determinadas encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET); serem classificadas como proteínas animais transformadas, com todas as condicionantes que daí advêm, como por exemplo a obrigatoriedade de utilização de linhas dedicadas nas fábricas de alimentos compostos; o preço e a disponibilidade destas matérias-primas. Em suma, a maior dificuldade deve-se à falta de industrialização do setor da produção de insetos em Portugal, o que ainda não permite fazer produção em escala o que, consequentemente, torna o seu preço menos competitivo. Caso não haja solução para o preço tem de ser provado à indústria que estas matérias-primas têm outras mais-valias que vão para além do teor proteico. A Agenda e em particular o eixo InFeed estão a trabalhar nesse sentido. Esperamos dentro de um ano conseguir ter muitas mais soluções e respostas para todas as interrogações que ainda existem. Vai ser um ano trabalhoso, mas frutífero.



Jaime Braga
Secretário-Geral
BIOMETANO A ALAVANCA PARA A ECONOMIA CIRCULAR?
• A Bioenergia nos Transportes
Os biocombustíveis, há quase vinte anos, foram um fator importante na evolução da bioenergia. Consumiam óleos, oriundos da extração de sementes oleaginosas e, não em Portugal, cereais para a produção de bioetanol.
Quadro I
Fonte: LNEG/ECS
Mas esta situação de interdependência entre o setor das oleaginosas, o setor emergente da produção de biocombustíveis e, em consequência a garantia de disponibilidade de farinhas com alto valor proteico para as necessidades do setor da pecuária foi alterada.
A Comissão Europeia limitou o recurso a “culturas
Originaram um consumo anual em 2020 de cerca de 112 000 toneladas de óleos de soja, colza e palma, mas dos quais resultaria a disponibilidade nacional de mais de 300 000 toneladas de farinhas com alto teor proteico.
alimentares” e hoje o recurso a óleos virgens é pouco mais que marginal (em 2023, 33 789 m³, cerca de 30 000 toneladas).
As matérias residuais são hoje determinantes e o quadro relativo à produção nacional de biocombustíveis em 2023 comprova-o.

MATÉRIAS-PRIMAS AVANÇADAS:

Apesar desta evolução contínua, os biocombustíveis líquidos – biodiesel e HVO para o gasóleo e bioetanol para a gasolina – constituem a esmagadora maioria do esforço da descarbonização dos transportes.
• A Bioenergia nos combustíveis para aquecimento
Hoje o gás natural tomou o lugar dos combustíveis líquidos e dos gases derivados do petróleo em muitas aplicações e na maioria dos setores da atividade económica.
Mas, o gás natural é de origem fóssil e a sua descarbonização pode ser levada a cabo através da sua substituição por hidrogénio ou por metano de origem biológica obtido por digestão anaeróbica de matéria orgânica, abundante no setor da pecuária, na produção agrícola e na indústria agroalimentar.
Por seu lado, o setor da pecuária foi confrontado com as suas emissões e, também, com os seus resíduos.
Situações difíceis, ameaças de fecho de instalações, exposição pública negativa.
Mas, vinte anos depois, estrumes, chorumes, camas de aves são matérias valorizáveis e, sobretudo, muito necessárias à transição energética.
O setor agrícola viu-se confrontado com a classificação das sobras da sua atividade como resíduos e, desse modo, com condicionantes do seu destino estranhas às práticas agrícolas.
O setor agrícola, à data, negava que era produtor de resíduos. Instalada a polémica com as autoridades ambientais.
Mas vinte anos depois, resíduo é matéria-prima, chama-se subproduto e tem de ser valorizado. afinal, o setor agrícola tinha razão…
Quadro III
PRODUTOS PETROLIFEROS
Setor % tep
Observações Quantidade
Cimentos 49% 241 062 Coque de petróleo
Indústria Extrativa 36% 32 234 Gasóleo
Agro Alimentar 10% 47 765
Fuelóleo, GPL, Gasóleo
Metalo-eletro·mecânico 10% 24 479 GPL, Gasóleo
Papel e Pasta de Papel 2% 28 782
Quadro IV
GÁS NATURAL
Setor % tep
Fuelóleo, Gasóleo
Observações Quantidade
Vidro e Artigos de Vidro 80% 186 593
Cerâmica 76% 223 634
Têxtil 71% 205 310
Agro Alimentar 46% 214 067
Matalúrgico 45% 26 263
Químico e Plásticos 39% 190 598
Borracha 36% 13 333
Vestuário, Calçado e Curtumes 34% 15 417
Siderurgia 29% 49 530
Metalo-Eletro-Mecânico 26% 60 572
Papel e Pasta de Papel 23% 369 014
Cimentos 10% 50 795
Quadro V
ELETRICIDADE
Setor % tep Observações Quantidade
Siderurgia 68% 117 136
Metalo-Eletro-Mecânico 64% 152 268
Borracha 59% 21 967
Vestuário, Calçado e Curtumes 56% 25 878
Químico e Plásticos 45% 219 375
Madeira e Artigos de Madeira 44% 83 846
Metalúrgico 42% 24 891
Indústrias Extrativas 40% 43 561
Agro Alimentar 37% 173 028
Têxtil 25% 73 237
Papel e Pasta de Papel 16% 268 290
Cimentos 12% 58 719
Vidro e Artigos de Vidro 20% 45 152
Cerâmica 13% 39 216
• As necessidades energéticas do País
Antes de me focar no biometano, é necessário que se reflita sobre as realidades do setor energético nacional:
• As dependências dos setores industriais;
• As previsões dos preços da eletricidade no futuro próximo;
• As origens da eletricidade que consumimos.
Os quadros III, IV, V mostram as dependências dos vários setores da atividade industrial aos produtos petrolíferos, ao gás e à eletricidade.
• O que se espera do biometano na União Europeia
As necessidades do País, e da Indústria em particular em combustíveis, porque não é economicamente viável e, nalguns casos, possível eletrificar tudo, aconselham a que se considere a necessidade (e a competitividade) de um Sistema Nacional de Gás progressivamente descarbonizado.
O biometano (com composição análoga à dos gás natural) e o hidrogénio são as soluções encaráveis para a descabornização do Sistema Nacional de Gás.
O hidrogénio depende de investimentos muito vultosos, na produção de eletricidade e o seu custo atual não é economicamente aceitável.
O biometano, embora exigindo apoios, não está dependente da disponibilidade prévia de eletricidade.
Mas servirá o desígnio da economia circular?
A EBA – European Biogas Association apresentou no passado mês de abril de 2024 o estudo relativo ao potencial do biogás no espaço europeu. Este estudo abrange os 27 Estados-Membros e, também, Reino Unido, Noruega e Suíça.
O potencial de produção por digestão anaeróbica nestes 30 países é de 74 mil milhões de m³, com origem sobretudo em:
• Resíduos agrícolas (19%)
• Estrumes e chorumes (19%)
• Águas residuais industriais (12%)
• Culturas sequenciais (42%)
Por gaseificação térmica de matérias lignocelulósicas, o potencial de produção estimado é de 37 mil milhões de m³, com origem:
• Resíduos de madeira (32%)
• Fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos (27%)
• Resíduos florestais (26%)
FranceSpainItalyPolandSwedenRomaniaFinlandHungaryNetherlandsCzechiaPortugalAustriaBulgariaDenmarkGreeceIrelandBelgiumSlovakiaLatviaLithuaniaCroatiaSloveniaEstoniaCyprusLuxembourgMaltaUnitedKingdomNorwaySwitzerland Germany
Anaerobic digestion Thermal gasification
• O que se espera do biometano em Portugal
O Plano de Ação para o Biometano 2024/2040 prevê um potencial nacional correspondente a cerca de 9% do consumo de gás em 2030 e um pouco mais do que 18% em 2040.
Prevêem-se duas fases:
1) Lamas de ETAR urbanas e fração orgânica de resíduos sólidos urbanos.
2) Estrumes e chorumes e resíduos agroindustriais.
Serão ao todo cerca de 230 000 toneladas equivalentes a petróleo, ou seja, cerca de 2 600 milhões de m³.
Este Plano remete a gasificação térmica, aplicável aos resíduos florestais, para uma consideração posterior a 2030 por falta de maturidade económica desta tecnologia.
O potencial de produção previsto para este recurso é semelhante ao da digestão anaeróbica.
Ora, as atividades industriais e alguns serviços (Hospitais, Hotelaria, por exemplo) necessitam de combustíveis de baixo carbono e com urgência.
O Sistema Nacional de Gás possui um ativo moderno e totalmente adaptado, quer na Rede de Transporte, quer nas Redes de Distribuição. Por outro lado, ocorrem várias vantagens:
– Destino económica e ambientalmente válido para a fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos;
– Destino económica e ambientalmente eficaz para os estrumes, chorumes e outros resíduos da pecuária;
– Alternativa de qualidade para o destino de resíduos agrícolas e agroindustriais.
Mas estes benefícios, que terão de ser sentidos e reconhecidos por todos os intervenientes desta nova cadeia de valor, terão de ser precedidos de uma profunda reorganização setorial, logística e regulamentar. No caso do biometano, é crucial que seja publicada a tão aguardada legislação que definirá o enquadramento estratégico para o setor, potenciando o surgimento do indispensável modelo de articulação entre os produtores, tão diferentes entre si ao nível das atividades económicas, desde o setor público empresarial ao setor privado industrial, passando pela pecuária.
Os consumidores industriais necessitam de pressupostos concretos e calendarizados para a elaboração das suas estratégias de investimento na descarbonização das suas produções.
O biometano constitui a primeira e mais competitiva medida.
É urgente a sua disponibilização.
Mas terá de existir segurança na seleção das matérias-primas residuais.
A valorização energética está, no geral, nas últimas prioridades da gestão de resíduos.
Os promotores dos investimentos em instalações de produção de biometano e, também, os produtores dos biorresíduos necessitam de certeza jurídica na seleção das matérias-primas a utilizar.
A melhor explicitação das prioridades na utilização das matérias residuais têm especial acuidade para os subsetores da indústria agroalimentar transformadora.
• As garantias de sustentabilidade
O Sistema Nacional de Garantias de Origem tem de ser estabelecido já e o de Prova de Sustentabilidade tem de ser estendido ao biometano.
De outro modo, apenas as importações de biometano poderão ser consideradas, o que é aberrante.
Para mais, sendo o biometano apto à utilização como meio de aquecimento e como combustível para os transportes, urge a clarificação (e a compatibilização) entre os dois sistemas.
Para a emissão de Garantias de Origem, como condição prévia à ação final da responsabilidade da REN como Entidade Emissora (EEGO), as matérias-primas utlizadas na produção terão de respeitar as normas relativas a resíduos (APA), e as condições de fabrico terão de ser avaliadas na vertente da sustentabilidade (LNEG).
Só há confiança no investimento se estes procedimentos forem claros e previamente conhecidos.
• Qual o objetivo final?
Com uma produção de biometano estabilizada, um mercado estabelecido, uma cadeia de valor organizada, a agricultura, a pecuária e, por acréscimo, o setor da produção animal prestarão um serviço indispensável a um País que se pretende desenvolvido e mais gerador de riqueza e, pela ligação virtuosa à transição energética, verão a sua imagem mais segura e indispensável perante a sociedade e, necessariamente, perante os decisores políticos.
FEEDVALUE: VALORIZAÇÃO DOS COPRODUTOS DA AGROINDÚSTRIA PORTUGUESA NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL




Anualmente, a União Europeia gera aproximadamente 700 milhões de toneladas de desperdício proveniente da indústria agroalimentar, aos quais se somam cerca de 88 milhões de toneladas de resíduos de géneros alimentícios. Estes resíduos têm custos associados estimados em 143 mil milhões de euros e representam um impacte ambiental significativo, correspondendo a cerca de 6% do total das emissões de gases de efeito estufa da União Europeia (Cordis.europa. eu; FUSIONS, 2016). Nesse contexto, a valorização dos coprodutos é essencial e pode ser realizada em várias frentes: através da sua utilização na alimentação animal, na compostagem para produção de fertilizantes orgânicos ou na sua transformação em fontes energéticas.
Em Portugal, no entanto, existe uma lacuna de informação consolidada sobre a quantidade, tipo, distribuição geográfica e época de produção dos coprodutos agroindustriais com valor nutricional para a alimentação animal. A sazonalidade e as condições de produção e conservação desses coprodutos são também aspetos relevantes que exigem estudo detalhado para possibilitar uma valorização efetiva e sustentável. Além disso, a dependência de matérias-primas para alimentação humana e animal provenientes de países terceiros representa um desafio adicional, exacerbado pela pegada ambiental elevada associada às importações.
Os recentes acontecimentos globais, incluindo a pandemia de Covid-19 e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, vieram aumentar a instabilidade nos mercados internacionais de matérias-primas. A pandemia criou dificuldades para o setor alimentar com o encerramento do canal Horeca (como hotéis, restaurantes e cafés) e problemas de abastecimento, especialmente de produtos oriundos da China. A invasão da Ucrânia pela Rússia, por sua vez, desestabilizou ainda mais o mercado, aumentando a pressão sobre a inflação e dificultando o crescimento económico. Dado que a Ucrânia e a Rússia são importantes fornecedoras de matérias-primas, como trigo e milho, a interrupção destas cadeias produtivas tem aumentado os preços, o que afeta diretamente a indústria de alimentos compostos e aumenta os custos de alimentação animal, altamente dependente destas matérias-primas. Neste contexto global de volatilidade nos mercados de matérias-primas e da crescente preocupação com a sustentabilidade, a valorização dos coprodutos agroindustriais nacionais representa uma oportunidade estratégica para Portugal. A exploração destes recursos locais pode reduzir a dependência externa,
garantindo mais estabilidade para os setores de alimentação humana e animal.
O projeto FeedValue surge para responder a essa necessidade, explorando o potencial dos coprodutos agroindustriais portugueses na alimentação animal.
O projeto contempla várias etapas de desenvolvimento, que incluem:
1. Mapeamento de coprodutos: Identificação e classificação dos coprodutos disponíveis, especificando características e potencial de uso, assim como compilação e sistematização da informação sobre os coprodutos da agroindústria, facilitando o acesso a informações úteis para o setor.
2. Análises nutricionais: Realização de análises para determinar o valor nutritivo dos coprodutos selecionados e a sua adequação para a alimentação animal.
3. Avaliação de formas de conservação: Estudo das melhores formas de conservação dos coprodutos para preservar o valor nutritivo e viabilizar o seu armazenamento para posterior inclusão em alimentos compostos.
4. Avaliação do ciclo de vida: Comparação do ciclo de vida de alimentos compostos com e sem inclusão de coprodutos, visando compreender o impacte ambiental e a viabilidade económica.
5. Mapeamento de substâncias com potencial de mitigação: Identificação de substâncias nos coprodutos que possam reduzir as emissões de gases de efeito estufa no processo digestivo dos animais.
6. Determinação de emissões de CH4 e CO2: Medição das emissões diretas de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) associadas às fórmulas alimentares que utilizam coprodutos, com análise da performance produtiva dos animais.
7. Contribuição para bases de dados nacionais de emissões: Inserção dos dados obtidos no projeto em bases nacionais de emissões de metano provenientes da fermentação entérica, contribuindo para uma avaliação ambiental mais completa do setor.
8. Produção e testagem em campo de fertilizantes orgânicos a partir de coprodutos: Produção de fertilizantes orgânicos de coprodutos não adequados para a alimentação animal através de um processo de compostagem acelerada e sua testagem em campo.
Com a diversidade das suas regiões agroindustriais, Portugal apresenta um grande potencial para o aproveitamento de coprodutos na alimentação animal, o

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que ajuda a reduzir a dependência de importações. O projeto FeedValue traz uma nova abordagem ao propor não apenas a utilização direta dos coprodutos na alimentação animal, prática já comum, mas a sua inclusão em alimentos compostos, potencializando o aproveitamento destes recursos. No âmbito do projeto, foram selecionados cinco coprodutos prioritários, cuja escolha se fundamentou na sua elevada produção a nível nacional, assegurando um volume adequado para exploração. Os coprodutos identificados são: bagaço de uva, bagaço de azeitona, repiso de tomate, bagaço de maçã e dréches de cerveja. Esta abordagem mostra-se promissora, trazendo benefícios económicos e ambientais significativos.
A seguir, discutiremos o potencial destes coprodutos em cada região geográfica.
Bagaço de Uva
Segundo dados do INE a produção da indústria vinícola nacional para ano de 2022 foi de 6,6 milhões de hectolitros, um aumento de 10%, com uma produção de 882 956 toneladas de uvas numa área de 171 308 ha. O bagaço estima-se que represente 13-15% do peso das uvas e é um coproduto rico em fibras e compostos fenólicos, que pode ser utilizado na alimentação de ruminantes. Este coproduto possui, em média, 10-15% de PB, 3-5% de GB e 50-60% de NDF, sendo uma fonte valiosa de nutrientes e antioxidantes. O bagaço de uva pode ser incorporado na dieta de ruminantes, como bovinos e ovinos, devido ao seu elevado teor de fibras. Alguns estudos demonstram ainda que a inclusão de bagaço de uva na alimentação animal pode melhorar a saúde ruminal e reduzir a emissão de metano.
Apesar da produção de vinho e consequentemente de coprodutos ser transversal a todo o país existem regiões onde assume maior importância pela maior quantidade de produção, nomeadamente:
• Norte: No ano de 2023 na região Norte de Portugal, conhecida pela sua produção vitivinícola, foram produzidas 327 248 toneladas de uvas, numa área de 81 159 ha. A produção de vinho foi de 2,45 milhões de hectolitros, o que gera uma quantidade significativa de coprodutos, como bagaço de uva e engaços, de cerca de 41 400 a 47 800 toneladas.
• Alentejo: A produção de vinho no Alentejo apresentou no ano de 2023 uma quebra na ordem dos 10% em relação à campanha do ano anterior, devido às condições climáticas, como estimado pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). Com uma área de vinha de 33,5 mil hectares e uma produção de cerca de 1,8 milhões de hectolitros de vinho, gera coprodutos
entre 31 600 e 36 500 tons que podem ser integrados na cadeia produtiva, reduzindo a necessidade de matérias-primas importadas.
Bagaço de Azeitona
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção nacional de azeite ultrapassou os 1,75 milhões de hectolitros em 2023. Em 2023, havia 374.334 hectares dedicados à produção de azeitonas para azeite no país num contexto em que a produção nacional atingiu 1.755.290 toneladas. De acordo com Ferrer et al. (2020) para cada 1 000 kg de azeitonas são produzidos 800 kg de coprodutos. Apesar das caraterísticas do bagaço de azeitona dependerem não só da variedade da matéria-prima (azeitona) que lhes deu origem, mas também do processo produtivo (p.e. processo de 2 ou 3 extrações), em média caraterizam-se por ter 6-10% de PB, 7-12% de GB e 49-54% de NDF no produto húmido, desengordurado.
• A região do Alentejo é amplamente reconhecida pela sua produção de azeite sendo a região nacional de maior produção. Em 2023, Portugal contou com 374.334 hectares dedicados à produção de azeitonas para azeite. A maior parte dessa área estava no Alentejo, com 201.422 hectares, seguido pela região Norte, que somava 80.284 hectares. Nesse ano, a produção nacional de azeite alcançou 1,75 milhões de hectolitros, dos quais 1,47 milhões foram provenientes do Alentejo. Em relação à matéria-prima, a produção total de azeitonas destinadas à extração de azeite foi de 1.755.290 toneladas, com o Alentejo responsável por 972.357 toneladas.
• Na região Norte, a segunda com maior produção de azeite com 80.284 hectares, a produção de azeite em 2023 representou 20% da produção total nacional.
Repiso Tomate
Portugal destaca-se também como um dos principais produtores de tomate para a indústria, com as suas áreas de produção concentradas predominantemente nas regiões do Ribatejo e Oeste, Alentejo, e algumas zonas do Centro do país. Em 2023, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção nacional de tomate para a indústria atingiu aproximadamente 1,69 milhões de toneladas, representando um aumento de 19% em comparação com o ano anterior. Este crescimento ocorreu numa área cultivada de 17,2 mil hectares, o que reflete um aumento de 13% face a 2022. Estima-se que o coproduto gerado corresponda a cerca de 2% a 3% da
produção total o que significa uma produção entre 33 800 e 50 700 tons de repiso de tomate. Apesar de não ser um valor expressivo, é um coproduto rico em antioxidantes e com grande potencial de utilização na alimentação animal. O repiso de tomate é um coproduto nutricionalmente interessante para a alimentação animal, contendo entre 15% e 25% de PB, 3% a 5% de GB e 50% a 60% de NDF. Esses valores fazem dele uma boa fonte de proteína e fibra, com um teor moderado de energia, ideal para complementar dietas de forma sustentável.
Bagaço de Frutas
Além do tomate, outras frutas também geram coprodutos interessantes. Entre elas, destacam-se as maçãs e as pêras, cuja produção resulta em subprodutos valiosos, como cascas e sementes. Esses coprodutos podem ser aproveitados de forma eficiente na alimentação de suínos e aves. Estes coprodutos são ricos em fibras, açúcares e compostos bioativos que podem promover a saúde intestinal. A composição nutricional destes coprodutos inclui aproximadamente 1-5% de PB, 0,5-2% de GB e 20-30% de NDF, dependendo do tipo de fruta e do processamento realizado. Estes coprodutos podem também substituir alimentos convencionais na nutrição de ruminantes, como a polpa de beterraba, oferecendo assim uma alternativa sustentável e económica, contribuindo para a redução de desperdícios e custos.
A maçã é a espécie com maior peso no volume de produção de frutos frescos a nível de Portugal Continental. A produção de maçã em 2022 atingiu as 290 mil toneladas, com uma área de 13 759 ha e a produção de pêra 118 mil toneladas com 10 802 ha.
No que diz respeito à laranja, o citrino com maior expressão em Portugal, a sua produção em 2023 situou-se nas 276 mil toneladas com uma área de 17 218 ha. Durante o processamento destes para a produção de sumos, entre 45% a 60% do peso original dos frutos resulta em coprodutos como cascas, bagaços e sementes. A polpa de citrinos é já amplamente utilizada em diversos países e apresenta-se como uma alternativa sustentável a algumas matérias-primas importadas, como a polpa de beterraba. Com um teor de proteína bruta entre 6% e 8%, valores de gordura que variam de 2% a 3% e cerca de 20% a 28% de fibra detergente neutra, a polpa de citrinos destaca-se como uma excelente opção para a alimentação animal.
• Região Oeste e Vale do Tejo: A região do Oeste e Vale do Tejo é conhecida pela produção de maçã e pêra, representando 34% da produção nacional de maçã, o que corresponde a cerca de 99 mil toneladas
e 83% da produção de pêra, o que corresponde a 97,6 mil toneladas. Apenas parte destes frutos são utilizados para transformação pela indústria de sumos, pelo que o cálculo exato da produção dos coprodutos se torna mais complexo.
• Região Norte: A região Norte é a maior produtora de maçã, com cerca de 52,8% da produção nacional, num total de 173 mil toneladas em 5 875 ha.
• Região do Algarve: Região que concentra aproximadamente 74% da área cultivada e 88% da produção de citrinos de Portugal, destaca-se pela produção de laranjas, limões e tangerinas. No que diz respeito à produção de laranja 88% ocorre na região do Algarve, representando 243 mil toneladas de frutos numa área de 13 621 ha.
Dréches de Cerveja
Além dos coprodutos já citados, em 2023 estimou-se que a produção de cerveja em Portugal foi de cerca de 7 milhões de hectolitros, o que representa aproximadamente 2% da produção total de cerveja da União Europeia, segundo dados da Associação da Indústria Cervejeira Portuguesa (AICP) e da European Brewery Convention (EBC). A produção concentra-se principalmente nas regiões do Porto e Lisboa, onde estão localizadas as maiores cervejeiras do país e, estima-se que são produzidos 20 kg de dréches por cada 100 litros de cerveja, o que representa cerca de 140 000 tons de dréches. Os dréches apresentam entre 20 a 27% de PB, 5-10% de GB e 50 a 60% de NDF. Por ser um coproduto rico em proteínas, fibras e energia, constitui uma alternativa sustentável na alimentação animal. Pode substituir, de forma parcial, matérias-primas como o bagaço de soja, os cereais (milho, trigo), além da polpa citrinos, promovendo uma utilização eficiente dos nutrientes e uma redução de custos, especialmente em alimentos compostos destinados a ruminantes, suínos e aves. Contudo, a sua incorporação deve ser devidamente equilibrada, de modo a satisfazer as necessidades nutricionais e a evitar problemas relacionados com o excesso de humidade na dieta.
Outra vertente do projeto FeedValue, visa aproveitar os coprodutos que não são viáveis para a alimentação animal, transformando-os em fertilizantes orgânicos. Esta abordagem permite dar uma nova utilidade a coprodutos que, de outra forma, poderiam ser desperdiçados, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e a economia circular. Ao converter estas matérias-primas em fertilizantes, o projeto não só reduz o volume de resíduos, mas também contribui para a melhoria da qualidade do solo e para a redução da
dependência de fertilizantes químicos. Este objetivo está plenamente alinhado com as metas europeias estabelecidas pela Estratégia do Prado ao Prato, que visa reduzir o desperdício alimentar em 50% até 2030. A utilização de coprodutos da agroindústria como fertilizantes orgânicos torna-se, assim, uma solução prática e ambientalmente responsável, promovendo uma agricultura mais sustentável e integrada. Ao reciclar nutrientes de volta para os solos agrícolas, o FeedValue contribui para uma cadeia produtiva fechada, onde cada elemento é valorizado ao máximo, gerando benefícios tanto ambientais, como económicos para Portugal.
A valorização dos coprodutos agroindustriais em Portugal deve ser encarada não apenas como uma medida ambiental, mas como uma oportunidade económica. Reduzindo a dependência de matérias-primas importadas, o país protege-se melhor de crises globais, enquanto fortalece a produção interna e cria novos mercados para estes coprodutos. A longo prazo, a aposta na economia circular é um passo fundamental para garantir a sustentabilidade da agroindústria nacional e promover um futuro mais verde e resiliente.

Micotoxinas mais prevalentes
Aflatoxinas (AFB1,AFB2,AFG1, AFG2,STC)
Fumonisinas (FB1,FB2,FB3)
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Sustainable farming practices are foundational to the growth and production of U.S. Soy. Recently, the U.S. Soybean Export Council (USSEC) mapped U.S. Soy’s strategic objectives directly to the U.N. Sustainable Development Goals (SDGs) – 17 goals that aim to end poverty, protect the planet, and ensure all people enjoy peace and prosperity by 2030. With the strategic objectives tied directly to specific SDGs and the targets under those goals, the U.S. Soy industry has identified areas where we can have the greatest impact in supporting progress toward global sustainable development.

U.S. Soy is committed to supporting these goals and sustainable development to 2030 and beyond.
Sourcing verified sustainable U.S. Soy that meets EU sustainability requirements is simple with the U.S. Soy Sustainability Assurance Protocol (SSAP). The SSAP certificate offers an origin specific, sustainability verification of U.S. Soy. Indicate to your soy supplier that you require a U.S. Soy SSAP certificate for your U.S. soy purchase.



ALIMENTAÇÃO
BAGAÇO DE SOJA
O bagaço de soja é a fonte de proteína mais utilizada em Portugal e no Mundo.
Tabela 4. Valores nutricionais médios do bagaço de soja 44% 2023/2024.
ANO Proteína bruta (%) Matéria gorda (%) Celulose bruta (%) Cinza total (%) Humidade (%)
A proteína bruta diminuiu, os restantes parâmetros nutricionais aumentaram. Destaque para o aumento nos parâmetros da celulose bruta e da humidade.
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS

Figura 1. Contaminações Microbiológicas no Milho 2023.
TRIGO

Figura 3. Contaminações Microbiológicas no Trigo 2023.

Figura 2. Contaminações Microbiológicas no Milho 2024.

Figura 4. Contaminações Microbiológicas no Trigo 2024.


BAGAÇO DE SOJA 44%


Legenda:
Contagem de Bolores
Contagem de Coliformes Termotolerantes
Contagem de E. coli ß-glucuronidase positiva
Os ensaios realizados foram Contagem de Bolores, Contagem de Coliformes Termotolerantes, Contagem de E. coli ß-glucuronidase positiva, Contagem de Clostridium perfringens e Pesquisa de Salmonella spp. em 25g. Das amostras analisadas em 2023, 435 eram referentes à matéria-prima milho, 183 de trigo, 194 de cevada e 320 de bagaço de soja 44%. Em 2024 foram analisadas 485 amostras de milho, 228 de trigo, 192 de cevada e 340 de bagaço de soja 44%. O número de contaminações microbiológicas diminuiu em 2024 e não existiu qualquer contaminação por Clostridium perfringens e Salmonella nas matérias-primas aqui referidas. O Bagaço de Soja 44% apresenta em 2024 contaminação por E. coli ß-glucuronidase.
MICOTOXINAS


O milho apresenta aumento significativo de contaminação por aflatoxinas, aflatoxina B1, desoxinivalenol e zearalenona de 2023 para 2024.


O número de contaminações por micotoxinas em 2024 foi, na generalidade inferior a 2023, exceto para a desoxinivalenol em que se verifica um aumento.
CEVADA 2023 2024


A cevada não apresenta contaminação por fumonisinas em 2024, a toxina t-2 é a micotoxina com maior prevalência e existe presença de aflatoxina B1, o que não se verificou em 2023.
Na generalidade os parâmetros nutricionais e microbiológicos de 2023 para 2024 não tiveram alteração significativa. Em 2024 existe
BAGAÇO DE SOJA 44% 2023 2024


Em 2024 o número de contaminações por aflatoxina B1, aflatoxinas e toxina T-2 aumentou significativamente.
um aumento significativo de contaminações quer em número por micotoxina, quer em quantidade de micotoxinas por matéria-prima.

Contacte a nossa equipa técnica para mais informações.



A SUPLEMENTAÇÃO DE UMA COMBINAÇÃO DE LISOLECITINA, EMULSIONANTE SINTÉTICO E MONOGLICÉRIDOS EM DIETAS PARA FRANGOS DE
CARNE MELHORA O DESEMPENHO, A DIGESTIBILIDADE
DA GORDURA E A RENTABILIDADE
David González-Sánchez1, Sebastian Kaczmarek2
Resumo
A suplementação de uma combinação de lisolecitina, emulsionante sintético e monoglicéridos (LEX) em dietas de frangos de carne reduzidas em AME e aminoácidos foi investigada para determinar o seu efeito no desempenho e na digestibilidade ileal dos nutrientes. Um total de 720 frangos de carne Ross 308, machos, com um dia de idade, foram distribuídos aleatoriamente por 3 tratamentos durante 42 dias: uma dieta de controlo (PC); PC reformulada para reduzir a EMA e os aminoácidos digestíveis em 72 kcal/kg e 1,5%, respetivamente (NC); e NC + 500 mg/ kg de LEX (NC+LEX). Cada tratamento consistiu em 20 baias com 13 aves cada. As aves foram alimentadas com dietas inicial (1-10d), crescimento (11-21d) e finalização (22-42d). Os parâmetros de desempenho foram registados por fase de alimentação e para o ensaio global. No dia 28, uma ave por baia (20 aves por tratamento) foi selecionada aleatoriamente para determinar a digestibilidade ileal da proteína bruta e da gordura. Para avaliar a rentabilidade da suplementação com LEX, foi calculado o rendimento sobre o custo da ração (MRSCR) para cada tratamento. As aves de PC e NC+LEX comparadas com as aves de NC apresentaram: durante 1-10d e 11-21d, menor IR (p<0,05), maior GPC (p<0,05) e melhor TCA (p<0,05); e durante 21-42d, melhor TCA (p<0,05); e durante 1-42d menor FI (p<0,05), maior GPC (p<0,05) e melhor TCA (p<0,05). A digestibilidade ileal da gordura foi mais elevada nas aves de PC e NC+LEX do que nas aves de NC (p<0,05). O MRSCR do tratamento NC+LEX foi 16,2 e 177,5 €/1000 aves superior à do PC e NC, respetivamente. Em conclusão, p estudo mostra que a adição de LEX a dietas de frangos de carne reduzidas em EMA e aminoácidos melhorou o desempenho do crescimento, a digestibilidade da gordura e a rentabilidade.
Introdução
A formulação de dietas para frangos de carne tem como objetivo maximizar o desempenho em termos
1 Kemin Europe N.V. Herentals, Bélgica, 2 Universidade de Ciências da Vida de POZNAN - Polónia
de crescimento, minimizando, assim, os custos. As dietas são formuladas para satisfazer as necessidades energéticas e nutricionais dos frangos de carne, mas são frequentemente aplicadas reduções nos níveis de energia metabolizável aparente (EMA) e de aminoácidos das dietas para reduzir os custos da ração. No entanto, estas reduções podem prejudicar o desempenho dos frangos de carne e a digestibilidade dos nutrientes se não forem geridas eficazmente. A utilização de uma combinação de lisolecitina, um emulsionante sintético, e monoglicéridos (LEX), foi anteriormente utilizada em dietas de frangos de carne reduzidas em EMA, apresentando uma melhor digestibilidade dos nutrientes e utilização da energia. No entanto, existem poucos estudos sobre o seu efeito em dietas reduzidas tanto em EMA como em teor de aminoácidos. Por conseguinte, este estudo investiga os efeitos da suplementação de LEX em dietas de frangos de carne reduzidas em EMA e aminoácidos sobre o desempenho, a digestibilidade dos nutrientes e a rentabilidade.
Material e métodos
O ensaio foi realizado na Estação Experimental do Departamento de Nutrição Animal de Gorzyń/ Miedzychód (Universidade de Ciências da Vida de POZNAN – Polónia). As condições de gestão do alojamento, alimentação e criação foram consideradas representativas de uma operação comercial moderna na Europa. Um total de 720 frangos de carne Ross 308 machos com 1 dia de idade foram distribuídos aleatoriamente por 3 tratamentos: uma dieta basal de controlo (PC); PC reformulada para reduzir a EMA e os aminoácidos digeríveis em 72 kcal/kg e 1,5%, respetivamente (NC); e NC + 500 mg/ kg de uma combinação de lisolecitina, emulsionante sintético e monoglicéridos (LYSOFORTE® EXTEND dry, Kemin Europa N.V., Herentals, Bélgica) (NC+LEX). Cada tratamento consistiu em 20 repetições (baias no chão de 110 x 92 cm) com 13 aves cada. A duração total do tratamento foi de 42 dias, com um sistema de alimentação em três fases (inicial 1-10d), crescimento (11-21d) e finalização (22-42d). A ração e a água foram fornecidas ad libitum . Os animais foram pesados e distribuídos pelos tratamentos de

1. Composição dos ingredientes e dos nutrientes das rações experimentais
Ingredientes
* Fornece por kg dieta: IU: vit. A 11250. colecalciferol 2500; mg: vit. E 80, menadiona 2,50, vit. B12 0,02 ácido fólico 1,17, colina 379 ácido D-pantoténico 12 5, riboflavina 7,0, niacina 41 67, tiamina 2 17, D-biotina 0 18, piridoxina 4 0, etoxiquina 0 09 Mn 73, Zn 55, Fe 45, Cu 20, I 0 62, Se 0 3, Robenidina 36 mg
** Valores analisados entre parêntesis ().
modo a obter a maior homogeneidade possível dentro de cada grupo e diferenças mínimas entre todos os grupos do ensaio. A mortalidade foi registada diariamente. Os pesos corporais foram registados nos dias que coincidiam com a mudança da fase de alimentação no D10 e D21 e no fim do estudo no D42. Os consumos de ração foram registados nos dias 10, 21 e 42 para avaliar a ingestão de ração. A taxa de conversão alimentar (TCA) (corrigida pela mortalidade) foi calculada utilizando os dados de GPC e IR.
Todas as rações foram fabricadas na fábrica de rações da Universidade de Poznan. Para o período inicial (0-10 dias), a ração foi peletizada e triturada. Para o período de crescimento (11-21 dias) e para o período de finalização (22-42 dias), a ração foi peletizada. Todas as rações continham fitase (500 FTU/kg) e xilanase. A formulação da ração é apresentada na Tabela 1 No dia 28, 60 frangos (1 ave/baia, ou seja, 20 aves/tratamento) foram selecionados aleatoriamente e eutanasiados, tendo sido recolhidas amostras da digesta ileal (do divertículo de Meckel à junção ileocecal) e dos cecos (ambos os cecos), que foram depois congeladas a – 80°C para análise posterior. Os valores da digestibilidade ileal da proteína bruta e da gordura das dietas foram calculados em relação ao rácio TiO2 do teor de nutrientes da ração, digesta. Para avaliar a rentabilidade, foi calculado o rendimento sobre o custo da ração (MRSCR) para cada tratamento. O cálculo envolveu dados de desempenho, o custo da ração de acordo com a ingestão de ração por fase de alimentação e o preço por kg de peso vivo à porta da exploração.
As baias foram a unidade experimental, e P<0,05 foi considerado significativo (tratamentos para significativos (0,05<P<0,1)). Todos os dados foram calculados usando a análise de variância do procedimento de modelo linear geral no SAS.
Resultados e discussão
Os resultados do desempenho de crescimento são apresentados na tabela 2. As aves de PC e NC+LEX comparadas com as aves de NC: durante 1-10d, apresentaram menor IR (PC, 298,6 vs. NC, 308,5 vs. NC+LEX, 297,3 g; p=0,0209), maior GPC (PC, 276,8 vs. NC, 262,5 vs. NC+LEX, 276,8 g; p=0 0137) e melhor TCA (PC, 1,080 vs. NC, 1,182 vs. NC+LEX, 1,075; p<0,001); durante 11-21d, apresentaram menor IR (PC, 1041 vs. NC, 1108 vs. NC+LEX, 1034 g; p<0,001), maior GPC (PC, 871,8 vs. NC, 786,6 vs. NC+LEX, 852,4 g; p=0,001) e melhor TCA (PC, 1,194 vs. NC, 1,410 vs. NC+LEX, 1,214; p<0,001); durante 21-42d, apresentaram melhor TCA (PC, 1,817 vs. NC, 1,890 vs. NC+LEX, 1,820; p=0,0177); e durante 1-42d apresentaram menor IR (PC, 5194 vs. NC, 5333 vs. NC+LEX, 5161 g; p<0,001), maior GPC (PC, 3317 vs. NC, 3165 vs. NC+LEX, 3278 g; p=0,001) e melhor TCA (PC, 1,568 vs. NC, 1,686 vs. NC+LEX, 1,575; p<0,001).
Os resultados da digestibilidade são apresentados na tabela 3. A digestibilidade ileal da gordura foi superior nas aves de PC e NC+LEX em comparação com as aves de NC (PC, 91,39 vs. NC, 87,70 vs. NC+LEX, 92,52 %; p<0,001). A digestibilidade ileal da proteína bruta foi superior nas aves de NC+LEX em comparação com as aves de NC e PC (PC, 78,00 vs. NC, 79,80 vs. NC+LEX, 82,50 %; p= 0,1184).
Tabela 2. Desempenho de crescimento dos frangos de carne de cada grupo experimental medido em diferentes fases de crescimento.
Tabela 3. A digestibilidade ileal da proteína bruta e da gordura dos frangos de carne em cada grupo experimental.
Digestibilidade da PB Digestibilidade da EE
PC 0,78 0,9139a
NC 0,798 0,8770b
NC+LEX 0,825 0,9252a
EPM 0,0058 0,0050
Valor p 0,1184 <0,001
As diferenças significativas foram declaradas em p<0,05, ao mesmo tempo que as tendências quase significativas foram consideradas para 0,05 ≤P ≤0,10
O MRSCR do tratamento NC+LEX foi 16,2 e 177,6 €/1000 aves mais elevado do que PC e NC respetivamente (Tabela 4).
Tabela 4. Rendimento sobre o custo da ração (MRSCR) de cada tratamento experimental.
Preço frangos de carne (€/kg) 1 2 1 2 1 2
Rendimento sobre peso vivo (€/1000 aves) 3980,4 3798 3933,6
Custo ração (€/1000 aves) 1657,7 1636,6 1594,6
Rendimento sobre custo ração MRSCR (€/1000 aves)
2322,7 2161,4 2339,0
Diferença em MRSCR vs. PC (€/1000 aves) -161,4 16,2
Diferença em MRSCR vs. NC (€/1000 aves) 161 4 177 6
Conclusão
O estudo mostra que a adição de LEX a dietas de frangos de carne reduzidas em EMA e aminoácidos melhorou o desempenho do crescimento, a digestibilidade da gordura e a rentabilidade. A suplementação com LEX não prejudicou o desempenho do crescimento em comparação com frangos de carne alimentados com dietas mais caras, com maior teor de EMA e de aminoácidos, resultando numa redução dos custos de alimentação e numa maior rentabilidade.
Referências
Haetinger V.S., Dalmoro Y.K., Godoy G.L., Lang M.B., de Souza O.F., Aristimunha P., Stefanello C. 2021. Optimizing cost, growth performance, and nutrient absorption with a bio-emulsifier
based on lysophospholipids for broiler chickens. Poult. Sci. 100:101025
Wealleans A.L., Jansen M., di Benedetto M. 2020. The addition of lysolecithin to broiler diets improves growth performance across fat levels and sources: A meta-analysis of 33 trials. Br. Poult. Sci. 61:51–56
Autor correspondente
David González Sánchez KEMIN Europe N.V. David.gonzalezsanchez@kemin.com

NOTÍCIAS
Pecuária Sustentável: FeedInov no Debate
Europeu do STEP UP
“Nos dias 26 e 27 de fevereiro de 2025, Novi Sad (Sérvia) tornou-se o epicentro do debate sobre o futuro da pecuária sustentável na Europa. O STEP UP Annual Meeting reuniu especialistas de toda a Europa para discutir soluções inovadoras que promovam uma produção animal mais eficiente e sustentável. O FeedInov CoLAB marcou presença, representado por Tiago Mariano (investigador) e Magda Teixeira (coordenação de comunicação e gestão de projetos), enquanto Sofia Santos (diretora de ciência e inovação deste laboratório colaborativo) participou online.
Durante o evento, organizado pelo Foodscale Hub – entidade que lidera no consórcio a definição e implementação de estratégias do projeto, garantindo a divulgação, exploração e comunicação dos seus resultados – foram debatidas estratégias essenciais para reduzir o impacto ambiental da produção animal. A harmonização de dados ambientais, o desenvolvimento de métricas robustas e a Avaliação do Ciclo de Vida (LCA) foram temas centrais, entre outros relativos aos vários work packages do consórcio europeu, permitindo quantificar e mitigar emissões com maior precisão. Já no segundo dia, o foco esteve na disseminação e comunicação dos avanços científicos do projeto, garantindo que os seus resultados impactem não só o setor agropecuário, mas também os decisores políticos e a sociedade em geral.
O evento foi encerrado com uma visita ao Sremski Karlovci Living Lab, um espaço inovador da Universidade de Novi Sad, onde foram exploradas boas práticas de sustentabilidade na pecuária. A experiência permitiu aos participantes conhecer iniciativas concretas, incluindo experiências vínicas que integram princípios de economia circular e de inovação desta instituição universitária.
O FeedInov continua a contribuir ativamente para o STEP UP (projeto financiado pelo programa Horizonte Europa) reforçando o seu compromisso com a transformação sustentável da produção animal, e a posição de Portugal na transição agropecuária europeia Saiba mais: https://horizon-stepup.eu/




FeedInov vai à Escola impacta milhares de alunos com ciência, sustentabilidade e inovação
“A Viagem do Ovo” desperta curiosidade científica e abre caminho para novas atividades



A educação científica e ambiental continua a transformar as salas de aula do concelho de Santarém através do projeto FeedInov Vai à Escola, uma iniciativa do FeedInov CoLAB, em parceria com o Município de Santarém. No ano letivo 2024/2025, o programa prevê alcançar 1.080 alunos do pré-escolar e 1.º ciclo, abordando temas fundamentais como sustentabilidade, biodiversidade, pecuária e economia circular Entre as atividades mais marcantes, destaca-se “A Viagem do Ovo”, que levou os alunos a explorar o percurso do ovo desde a produção até ao consumo, promovendo o conhecimento sobre alimentação animal, segurança alimentar e bem-estar animal. A crescente adesão ao projeto comprova o seu impacto: em 2023/2024, o FeedInov Vai à Escola envolveu 738 alunos de 19 escolas, num total de 835 sessões educativas. A integração do programa na Carta Educativa de Santarém, em 2023, garantiu a sua continuidade, reforçando a importância do ensino sobre pecuária e sustentabilidade no currículo escolar. No presente ano letivo, a equipa do projeto percorrerá mais de 529 km ao longo do ano letivo, para realizar 51 ações educativas, distribuídas por várias freguesias do concelho.
Nova atividade: “O que comem os animais da quinta?”
Após o entusiasmo gerado por “A Viagem do Ovo”, o FeedInov Vai à Escola dá início a uma nova etapa!
No dia 17 de fevereiro, os alunos da EB1 da Ribeira de Santarém foram os primeiros a participar na nova atividade “O que comem os animais da quinta?”, que explora a importância da nutrição animal e das dietas sustentáveis na produção pecuária.
A atividade será replicada em diversas escolas nos próximos meses, incluindo a EB1 de Mergulhão, EB1 Pereiro, EB1 São Bento, Centro Escolar Salgueiro Maia, entre outras, abordando a ligação entre alimentação animal, sustentabilidade e economia circular.
O projeto continua a inovar ao integrar metodologias pedagógicas dinâmicas e interativas, incluindo o jogo educativo “A Quinta do Vale”
“A Quinta do Vale”: Aprender a brincar!

Para complementar a aprendizagem, o FeedInov CoLAB lançou, em outubro de 2023, o jogo educativo “A Quinta do Vale”. Destinado a crianças dos 6 aos 11 anos, o jogo permite que os alunos assumam o papel de gestores de uma quinta, explorando conceitos como bem-estar animal, sustentabilidade e economia circular de forma divertida e interativa.

Disponível para Android (https://bit.ly/3tIDpPVi) e, em breve, para iOS. Com um design envolvente e desafios educativos, o jogo já se tornou um dos primeiros recursos pedagógicos sobre pecuária a integrar oficialmente as atividades letivas do 1.º ciclo em Portugal
O FeedInov reafirma assim o seu compromisso com a literacia científica e ambiental, preparando as novas gerações para um futuro mais sustentável e informado.
4.º Workshop EUnetHorse: Inovação e Estratégias para a Saúde Equina
A 4 de fevereiro de 2025, a Escola Superior Agrária de Santarém foi o palco do 4.º Workshop Nacional EUnetHorse, reunindo especialistas do setor equino em Portugal.
O evento apresentou os avanços do projeto e a metodologia de avaliação utilizada. Em sessões interativas, os participantes analisaram soluções inovadoras, como planos de vacinação contra a Febre do Nilo
Ocidental, testes diagnósticos para adaptação da profilaxia anti-parasitária e kits de isolamento de urgência. A biosegurança e as doenças emergentes foram os principais focos de discussão, reforçando a importância da prevenção para o futuro da saúde equina.
A iniciativa contou com o apoio essencial da Escola Superior Agrária de Santarém e do Politécnico de Santarém.
Novidades acerca desta Rede Europeia em Crescimento

O projeto EUnetHorse continua a expandir-se e a ter um impacto significativo no setor equino europeu. Com uma rede ativa em oito países – França, Portugal, Espanha, Bélgica, Alemanha, Roménia, Polónia e Finlândia –, envolve já mais de 400 criadores e 500 organizações, promovendo a resiliência das explorações equinas através da partilha de conhecimento e da adoção de boas práticas sustentáveis.
A mais recente edição da newsletter do projeto já está disponível, trazendo atualizações sobre os progressos alcançados, eventos futuros e iniciativas em curso. A edição de janeiro de 2025 está também disponível em português, permitindo um acompanhamento mais acessível das novidades do projeto.

Subscreva e acompanhe de perto o progresso desta iniciativa europeia de referência: https://eunethorse.eu/newsletter/


MedPlants4Vet: Formação, Inovação e Redes na Fitoterapia Veterinária Europeia
A primeira escola de formação do projeto MedPlants4Vet, realizada em Varsóvia entre 12 e 14 de fevereiro de 2025, reuniu investigadores e profissionais de toda a Europa para debater os desafios e oportunidades da fitoterapia veterinária. O evento marcou um passo significativo na pesquisa de alternativas sustentáveis aos antibióticos, promovendo a inovação e a regulamentação do setor.
Sob o tema “O Poder das Ervas para a Saúde Animal: Da Tradição à Legislação”, os participantes exploraram estratégias para a produção sustentável de plantas medicinais, o papel crescente dos tratamentos fitoterapêuticos na prática clínica veterinária e os desafios regulatórios relacionados com a avaliação e certificação de produtos fitoterápicos. Um dos momentos-chave foi o workshop prático sobre certificação farmacopeica, que permitiu a avaliação em tempo real da qualidade das matérias-primas vegetais.
Além da formação técnica, o MedPlants4Vet foi uma plataforma vital para o fortalecimento de redes de contacto e colaboração internacional, impulsionando uma comunidade científica comprometida com práticas inovadoras e responsáveis no uso de recursos naturais para a saúde animal.
Myriam Taghouti, investigadora do FeedInov CoLAB e co-líder desta COST Action, foi responsável pela organização deste primeiro curso (de 4 previstos no programa de formações).

Saiba mais sobre o MedPlants4Vet: https://www.medplants4vet.eu


FEEDINOV ALÉM-FRONTEIRAS
Sustentabilidade na Produção Leiteira: Projeto TEDY Avança na Transição Agroecológica
Göttingen, Alemanha – Nos dias 30 e 31 de janeiro de 2025, especialistas de 11 países reuniram-se na reunião de arranque do projeto TEDY – Agroecological Transition of the European Dairy Farming System para alinhar estratégias que reduzam os impactos ambientais e otimizem a produção leiteira.
Portugal esteve representado por Olga Moreira (coordenadora da EZN) e Iryna Rehan (investigadora) do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária – INIAV, em representação do FeedInov CoLAB.

Com 36 meses de duração e início oficial em maio de 2025, o TEDY promete ser um marco na transição agroecológica da pecuária leiteira na Europa.
CULTIVAR CONHECIMENTO
Formação Avançada em Segurança Alimentar na Produção de Alimentos para Animais
Porto – O ICBAS, em parceria com o FeedInov e a IACA, promove uma formação avançada em segurança alimentar na produção de alimentos compostos para animais. O curso, em formato B-learning, decorrerá de 24 de março a 30 de abril de 2025, abordando temas essenciais como legislação, rastreabilidade, controlo de qualidade e prevenção de contaminações

Mais informações: https://sigarra.up.pt/icbas/pt/cur_geral.cur_view...

EM RESUMO
Artigos CEVA/FeedInov já disponíveis para leitura
• Leite de Búfala: 5 Benefícios Essenciais Que Deve Conhecer – Artigo da investigadora Cláudia Costa. Conheça mais sobre esta alternativa alimentar de alto valor.Leia o artigo completo aqui: https://ruminants.ceva.pro/buffalo-milk
• Doenças Zoonóticas em Ruminantes: 5 Riscos Essenciais Que Deve Conhecer – Artigo do investigador Marcelo Leitão. Entenda como essas doenças podem ser transmitidas e a importância da prevenção. Leia o artigo completo aqui: disponível através do link: https:// ruminants.ceva.pro/zoonotic-diseases
• Aprimorar a Pecuária Ovina: 5 Raças Excecionais para Produção De Leite – A investigadora Ana Oliveira Neves destaca as cinco raças ovinas mais produtivas para a produção de leite, analisando suas origens e características únicas, especialmente valiosas para a produção de queijos artesanais. Artigo disponível em: https://ruminants.ceva.pro/sheep-breeds
• Otimize a sua Produção Leiteira Caprina: 10 Raças Excecionais – Artigo de Ana Oliveira Neves, disponível através do link: https://ruminants.ceva.pro/goat-breeds
• Silagem de Milho: Dicas Essenciais para Melhorar a Saúde do Seu Efetivo Leiteiro Portugal – Ana Sofia Santos, Diretora de Investigação e Inovação no FeedInov, partilha práticas de otimização da silagem de milho, fundamental para a alimentação de gado leiteiro, promovendo saúde e produtividade. Leia o artigo completo em: https://ruminants.ceva.pro/corn-silage
MARQUE NA AGENDA
FeedInov celebra 5 anos a transformar o setor pecuário
Em 2025, o FeedInov CoLAB assinala os seus cinco anos de inovação e sustentabilidade na produção animal, consolidando-se como um pilar estratégico para a modernização do setor. Para marcar a data, será desenvolvido um programa anual de iniciativas comemorativas, destacando os avanços alcançados e os desafios futuros.
Desde a sua fundação, em 2020, o FeedInov tem promovido investigação em nutrição animal, práticas sustentáveis e inovação tecnológica, reforçando a ligação entre academia, indústria e entidades públicas. O laboratório colaborativo conta com o apoio de 17 associados estratégicos, incluindo a IACA (Associação Portuguesa dos Alimentos Compostos para Animais), Finançor Agro-Alimentar, Tecnipec, Racentro SORGAL, ZOOPAN, Avenal Petfood, ADM, Eurocereal, Raporal e TNA – Tecnologia e Nutrição Animal, bem como instituições académicas e científicas de referência, como o INIAV, IP (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), ICBAS (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar), INESC TEC e REQUIMTE (Rede de Química e Tecnologia)
Sob o lema “FeedInov: a força de 17 associados, há 5 anos, a transformar o futuro do setor pecuário”, esta celebração reforça o compromisso do FeedInov e dos seus parceiros com uma produção animal mais eficiente, resiliente e alinhada com os desafios globais.

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em avicultura:
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• Melhoria da qualidade da cama
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• Melhoria da qualidade da casca do ovo e menos ovos sujos em poedeiras
leitões:
• Melhor ganho de peso e e eficiência alimentar
• Viabilidade melhorada
• Menos diarreia pós-desmame
• Menos agentes patogénicos
• Modulação benéfica das respostas imunitárias sistémicas
• Respostas comparáveis a doses elevadas de ZnO na dieta
em porcas:
• Menos stress no parto
• Menos leitões natimortos
• Maior rendimento e qualidade do colostro
• Leitões com maior vitalidade e robustos
• Até 1 leitão desmamado extra por ninhada
• Até mais 0,5 kg de peso ao desmame

Para mais informações entre em contato com seu representate AB Vista, Antonio Pratas, Antonio.pratas@winfarm.pt


SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS








O SETOR DAS PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS – BALANÇO DE 2024
Novos limites de substâncias indesejáveis – micotoxinas
Garantir a segurança dos alimentos para consumo humano e animal é uma responsabilidade compartilhada entre partes interessadas públicas e privadas, com operadores comprometidos em cumprir as normas da União Europeia.
No entanto, essa tarefa está a tornar-se cada vez mais desafiadora devido ao aumento de contaminantes, impacto das mudanças climáticas e práticas sustentáveis que podem afetar a exposição a contaminantes. A transição para sistemas alimentares mais sustentáveis exige uma reflexão sobre a otimização das medidas de redução de riscos.
Relativamente às micotoxinas, as partes interessadas tiveram oportunidade de comentar o projeto de recomendação da Comissão sobre os valores de orientação para as micotoxinas nos
alimentos para animais num fórum realizado em 10 de janeiro de 2025, e onde a FEFAC sugeriu algumas alterações relativas à micotoxina desoxinivalenol (DON) para a farinha de oleaginosas e alterações à zearalenona (ZEA) para a casca de soja. Embora os princípios fundamentais não pudessem ser contestados, a Comissão considerou a modificação de certos valores, como o das fumonisinas nas matérias-primas para alimentação animal.
As matérias-primas que excedam os valores de orientação poderão continuar a ser utilizadas se tomadas as medidas adequadas para minimização do risco.
A Comissão Europeia analisará os comentários e os pedidos, mostrando abertura em considerar a redação e os pedidos de revisão da FEFAC. Poderá elaborar um documento de orientação e esclarecimento sobre as “medidas adequadas” e considerar medidas de contingência para casos
de elevada incidência. Uma proposta final será apresentada para aprovação pelo SCoPAFF em maio de 2025.
Avaliação da legislação relativa aos aditivos para a alimentação animal
A base de dados para monitorizar a reautorização de aditivos para a alimentação animal não vinculados a um titular foi atualizada em 28 de maio de 2024. O âmbito de aplicação continua limitado aos aditivos tecnológicos para a alimentação animal (excluindo os agentes de silagem) e aos aditivos nutricionais e o documento destina-se apenas a uso interno. Existem preocupações crescentes quanto à reautorização da sílica e do talco. Os requerentes de BHT, goma guar e goma arábica estão empenhados em fornecer as informações em falta à Comissão Europeia e à EFSA dentro dos prazos acordados. Relativamente à goma xantana, foi apresentado um pedido de autorização para salmonídeos e peixes ornamentais, mas apenas para a goma xantana produzida por determinadas estirpes.
No que respeita à renovação das autorizações, os pedidos relativos a aditivos nutricionais cuja autorização expirava em 2023 ou 2024 foram apresentados atempadamente. Não foi registada qualquer preocupação específica, mas a Comissão Europeia deixou claro que a renovação de autorizações para a vitamina C será específica para cada estirpe.
No que diz respeito às vitaminas A e E, o encerramento de uma unidade de fabrico sediada na União Europeia no ano de 2024, na sequência de uma explosão ocorrida em agosto passado, teve impacto no abastecimento. Relativamente à vitamina D3, não foi comunicado à FEFAC qualquer problema específico relacionado com as importações da China nos últimos meses.
A Comissão Europeia, na sequência de uma carta conjunta da FEFAC/EMFEMA e FEAP, enviou à EFSA um pedido genérico para a realização de uma Avaliação de Riscos Ambientais (ERA) relativa aos aditivos para a alimentação animal que contêm vestígios de microminerais (exceto ferro). Trata-se de 42 aditivos para a alimentação animal cuja autorização expirará nos próximos 5 anos + 5 novas aplicações para a alimentação animal. Ao contrário do que se previa inicialmente, esta avaliação irá abranger todos os setores, ainda que o mais crítico seja o dos sedimentos marinhos.
O parecer está previsto para 1 de maio de 2026. O objetivo é analisar a ERA de uma
forma coerente para evitar conclusões diferentes para diferentes compostos dos mesmos oligoelementos.
Vitamina B12
Desde 6 de julho de 2024, apenas duas formas de vitamina B12 (produzidas com Ensifer adhaerens CGMCC 21299 e Ensifer adherens CNCM I-5541) podiam ser colocadas no mercado da União Europeia.
Em outubro de 2024, na reunião do SCoPAFF, uma terceira forma de vitamina B12, produzida com Ensifer adhaerens CGMCC 19596, foi autorizada.
Vitamina C
Relativamente à vitamina C, foi apresentado atempadamente um pedido de renovação da autorização para as 5 formas. A situação atual é que o ácido ascórbico (E 300) é autorizado como aditivo para a alimentação animal como uma substância sintética e não como um produto da fermentação. No entanto, na prática, parece que a maior parte da vitamina C colocada no mercado da UE envolve uma fase de fermentação no seu processo de produção. Este assunto foi tópico de discussão na reunião do SCoPAFF em outubro de 2024 no que diz respeito ao “âmbito do processo de fabrico do ácido ascórbico”, no qual a vitamina C foi autorizada como substância sintética sem qualquer referência ao processo de produção do seu precursor.
Selénio
No que diz respeito ao selénio, a pedido da DG SANTE, a EFSA publicou um parecer científico sobre a segurança para o consumidor de produtos provenientes de animais alimentados com aditivos que contêm selénio, no qual recomenda uma redução drástica dos níveis máximos permitidos nos alimentos para animais.
A EFSA concluiu que a utilização de selénio orgânico no nível máximo de utilização atualmente autorizado de 0,2 ppm de selénio orgânico (dentro de um máximo de 0,5 ppm de selénio total) conduz a uma ultrapassagem dos limites superiores para todas as categorias da população (exceto idosos), o que sugere uma preocupação para a segurança do consumidor. No entanto, não foi possível concluir sobre a segurança do atual nível máximo de utilização de 0,5 ppm de selénio total para todas as categorias de consumidores. Para efetuar uma avaliação de risco adequada, seriam necessários dados adicionais de estudos especificamente concebidos para medir a
deposição de selénio nos tecidos e produtos de origem animal resultantes da utilização das diferentes fontes de selénio.
A pedido do Comité dos Alimentos para Peixes, a FEFAC escreveu uma carta à Comissão da UE antes da reunião do SCoPAFF de outubro de 2024. A Comissão Europeia respondeu às preocupações da FEFAC, salientando a proteção da saúde dos consumidores e convidando as partes interessadas a apresentarem dados para aperfeiçoar a avaliação de riscos da EFSA.
A FEFAC mantém-se em estreito contacto com a FEFANA para avaliar potenciais opções, incluindo limites máximos específicos para cada espécie.
Legislação CLP E REACH
Em dezembro de 2024, o CARACAL – Autoridade Competente do REACH e CLP, aprovou a interpretação jurídica da Comissão Europeia que isenta os aditivos e pré-misturas para alimentos para animais da legislação CLP em dezembro de 2024. No entanto, alguns Estados-Membros manifestaram preocupações quanto à proteção dos trabalhadores e à possibilidade de a legislação relativa aos aditivos alimentares/alimentos para animais impedir a rotulagem CLP.
Entretanto, a FEFAC, FEFANA e o Secretariado da EMFEMA, com peritos jurídicos, começaram a analisar as consequências jurídicas desta isenção, em particular no que diz respeito à Diretiva Seveso, ao transporte ADR, à transmissão da Ficha de Dados de Segurança e à segurança e saúde dos trabalhadores. Concluíram que continuar a aplicar voluntariamente a legislação CLP é a forma mais eficaz de cumprir as obrigações relacionadas com a segurança dos trabalhadores e a proteção do ambiente.
No que respeita às notificações dos centros antivenenos, os peritos congratularam-se com a isenção, mas observaram que a continuação das notificações pode não ser viável sem requisitos legais. A longo prazo, as opções incluem a elaboração de um código de prática profissional que incorpore elementos semelhantes aos do Regulamento CLP ou a exigência de regras juridicamente vinculativas no âmbito do regulamento relativo aos aditivos para a alimentação animal. A garantia de que a aplicação voluntária do Regulamento CLP não distorce a concorrência no mercado poderá implicar um sistema de certificação.
Estão previstos mais debates na próxima reunião da CARACAL, em março de 2025, que iremos acompanhar.
SÍNTESE DAS NOTIFICAÇÕES RASFF RELACIONADAS
COM OS ALIMENTOS PARA ANIMAIS EM 2024
Como já é habitual, a FEFAC publica anualmente uma síntese das notificações relacionadas com a segurança dos alimentos para animais ao Sistema de Alerta Rápido para Alimentos para Consumo Humano e Animal (RASFF).
Eis as principais conclusões:
• Em 2024, foram emitidas 205 notificações relacionadas com alimentos para animais. Este valor é inferior em 4% ao registado em 2023 e superior em 6% ao registado no período de 2018-2019. Para que conste, o número de notificações durante o período de 2020-2022 foi cerca de 50% inferior ao dos anos anteriores (devido a uma menor frequência de controlos oficiais).
• Entre as 214 notificações, 23 desencadearam alertas, enquanto 143 deram origem a informações e 48 a rejeições na fronteira.
• 38% das notificações estavam relacionadas com a contaminação por salmonela (77 em 205). Trata-se de um número bastante estável de notificações nos últimos 5 anos, mas 30% inferior ao período pré-covid 2018-2019.
• O número de notificações relativas ao incumprimento dos LMR de pesticidas e biocidas aumentou drasticamente nos últimos anos, com 27 notificações em 2024 contra 4 em 2019. Isto diz
respeito, em especial, a substâncias que já não são autorizadas na UE, como o clorpirifos (9 notificações, das quais 4 para produtos de origem comunitária). O terceiro tipo de notificações mais frequente diz respeito à rejeição na fronteira pela Letónia de polpa de beterraba sacarina com melaço contendo bolor (23 notificações). No ano passado, a Polónia efetuou um número semelhante de rejeições na fronteira para o mesmo produto e a mesma origem.
• 56% das notificações relativas aos alimentos para animais e aos alimentos para animais de companhia dizem respeito a produtos de origem comunitária. No que respeita às origens de países terceiros, 11% dizem respeito a produtos importados da Ucrânia (principalmente relacionados com o incumprimento de LMR de pesticidas e de salmonela) e 9% da Rússia (principalmente bolores em polpas de beterraba sacarina). 65% das notificações foram feitas por 5 países (Bélgica, Alemanha, Letónia, Polónia e Espanha).
• Registe-se que a maioria das notificações relativas a alimentos para animais produtores de géneros alimentícios no mercado da UE resulta de autocontrolos efetuados pelos operadores.
Fonte: FEFAC
IACA VISITA COOPERATIVA UNIÃO AGRÍCOLA
Retomando o programa de visitas aos Associados, no passado dia 5 de março, o Presidente da IACA, José Romão Braz e o Secretário-Geral Jaime Piçarra, visitaram a Cooperativa União Agrícola, na Ilha de S. Miguel, em Santana, Rabo de Peixe. A delegação da IACA foi amavelmente recebida pelo Conselho de Administração da CUA, presidida por Jorge Rita, para além dos Administradores Jorge de Sousa e Valter Melo e o Diretor-Geral Rogério Brandão.
A Cooperativa União Agrícola, CRL, foi fundada em 1991, está sediada em Santana e é constituída por uma fábrica de rações, uma oficina e um parque de leilões.
São comercializados adubos, máquinas de ordenha, tratores e todos os utensílios necessários para a atividade agrícola. A CUA projeta para o futuro uma nova fábrica de rações e um armazém para ensaque de adubos. Recorde-se que a nova fábrica da CUA celebra este ano os seus 10 anos de existência.
Foram passados em revista os dossiers de atualidade que preocupam a indústria de alimentação animal, designadamente a SILOPOR, as relações com a DGAV e com o Ministério da Agricultura. Analisado igualmente o EUDR (desflorestação) e as consequências para o setor, destacando-se eventuais problemas no abastecimento de soja. A biotecnologia também é motivo de preocupação, realçando-se os OGM – cujo cultivo não é autorizado na Região Autónoma dos Açores – e as Novas Técnicas Genómicas (NTG), ferramentas para a competitividade e sustentabilidade da indústria e da pecuária. As relações da IACA com a FEFAC também foram debatidas, com destaque para a Visão sobre a Agricultura e Alimentação apresentada recentemente pelo

Comissário Hansen, preparando a reforma da PAC pós 2029. Também as preocupações perante a implementação de direitos antidumping à lisina proveniente da China e que pode ser alargada a outros aditivos, bem como a incerteza que decorre da postura atual da Administração norte-americana. A IACA deu ainda a conhecer o FeedInov, e os projetos em que participa, nomeadamente o InsectERA, FeedValue, HubRAM e Living Lab. A CUA destacou a importância do setor do leite, os projetos que têm para o futuro, um dos quais o projeto LIFE, em que são manifestas as preocupações com o ambiente e a medição da pegada ambiental. Os decisores políticos têm de interiorizar que a agricultura e alimentação devem ser estratégicas para o País, sendo uma questão de segurança e soberania.
No final da visita, tivemos a oportunidade de visitar as instalações e de partilhar um excelente almoço no restaurante da Associação Agrícola, um dos ex-libris da Ilha de S. Miguel.


IACA DESPEDE-SE DA ANTIGA SEDE
Uma palavra para a sede da IACA, o escritório da Avenida 5 de Outubro nº 21, 2º Esquerdo, em Lisboa, que nos acolheu ao longo de 60 anos da vida associativa, que se iniciou com o Grémio Nacional dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (GNIACA) em 1969, mas que em 1966 começou a dar os primeiros


passos ao nível da representação do setor. Muitas memórias, momentos que marcam a vida da Indústria, para além da Associação que a representa. E desde logo as 131 edições da Revista “Alimentação Animal”. Todos estes anos, a fazer História na Indústria da Alimentação Animal, como então referimos na celebração dos 50 anos da IACA. Em 2025 iremos dispor de novas instalações, adquiridas à CAIACA, na Rua João da Silva nº 12, D, em Lisboa, o que não deixa de ser um regresso às origens.
Teremos assim um Património ao serviço das Empresas Associadas, em mais uma etapa importante na vida da Associação que orgulhosamente representamos.


A MELHOR SUPEROU-SE
As regras de ouro de uma fitase:
• Resultados superiores devido a uma maior atividade a pH muito baixo: poupança superior nos custos de formulação e na produção animal.
Melhorar a sustentabilidade: a sua utilização permite formular dietas sem P inorgânico.
O produto de maior termoestabilidade do mercado, que resiste a condições extremas de processamento dos alimentos.
• Disponibilização de serviços de valor acrescentado, para uma melhor otimização dos alimentos.

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FINANÇOR PROMOVE FÓRUM DE INOVAÇÃO
Inclusão da pegada ambiental em todas as rações produzidas
No passado dia 7 de março, teve lugar em Ponta Delgada, o Fórum Finançor, um evento dedicado à partilha de conhecimento, intercâmbio de experiências e convívio promovido pela Finançor, um grupo empresarial sedeado nos Açores com forte atuação no setor agroalimentar, incluindo a produção de alimentos compostos para animais. O evento reuniu cerca de 340 participantes, entre os quais se destacam cerca de 280 produtores de leite, bem como outros clientes do grupo, fornecedores e parceiros. A IACA esteve representada pelo seu Secretário-Geral, Eng. Jaime Piçarra.

Sustentabilidade e conjuntura do setor agroalimentar
A sessão de abertura contou com a intervenção do Eng. Romão Braz, anfitrião do evento enquanto Presidente Executivo do Grupo Finançor e Presidente da IACA. Durante a sua apresentação, foram debatidos temas centrais como a sustentabilidade e a atual conjuntura do setor agroalimentar.
No âmbito da sustentabilidade, a Finançor divulgou os primeiros resultados ESG relativos a 2024, os quais serão integrados no seu próximo Relatório de Sustentabilidade. Destaca-se o crescimento sustentado do grupo, impulsionado pela sua expansão na distribuição alimentar, fruto de uma parceria estratégica com o grupo Jerónimo Martins. Foi também reforçado o compromisso da empresa em produzir 20% da sua eletricidade a partir de fontes renováveis, sobretudo energia solar fotovoltaica, até 2026
Relativamente à conjuntura do setor agroalimentar, ficou patente a importância dos Açores na produção leiteira nacional, representando 32% do leite entregue à indústria e 50% da produção nacional de queijo de vaca, apesar de ocupar apenas 2 5% do território e concentrar 2,3% da população portuguesa. Em termos de consumo, temos assistido a uma redução da ingestão de leite, enquanto o consumo de outros produtos lácteos se mantém

relativamente estável. Quanto ao preço pago ao produtor, verifica-se que o leite em Portugal continua a ser remunerado a valores inferiores aos praticados na Europa, com diferenças ainda mais acentuadas nos Açores. No entanto, tem-se observado uma convergência progressiva entre os preços médios europeus do leite e o preço equivalente baseado nos valores da manteiga e do leite em pó, sugerindo uma tendência de estabilidade no setor.
Os custos das principais matérias-primas para rações, como o milho e a colza, diminuíram face aos valores recorde atingidos no início de 2022, após o início da invasão da Ucrânia, pese embora se situem acima dos patamares registados entre 2014 e 2020. O setor agroalimentar enfrenta ainda uma elevada incerteza geopolítica, desde desafios políticos globais até questões sanitárias, como a recente transmissão da gripe das aves para bovinos nos Estados Unidos. Perante este cenário, a conclusão é clara: a incerteza é a única certeza, tornando fundamental a capacidade de adaptação do setor. A conjuntura atual também reforça a importância de a Europa proteger setores estratégicos como energia e alimentação, a par da tecnologia e defesa, assim como iniciativas recentes de desburocratização na UE, como o anunciado pacote OMNIBUS.
Alimentação, Demografia e Sustentabilidade
Convidado como Keynote speaker, o Professor Doutor Divanildo Monteiro, da UTAD, falou da demografia e da evolução previsível para os próximos anos, destacando os impactos no ambiente, na alimentação e na sustentabilidade. As migrações e as alterações climáticas, aliadas às necessidades de alimentar toda essa população vai criar uma pressão acrescida sobre os sistemas alimentares, pelo que o recurso à tecnologia será essencial para manter a sustentabilidade do Planeta. Desmistificou ainda a questão do impacto dos bovinos e do peso da agricultura nas emissões, comparativamente a outros setores da economia, bem como a importância da atividade pecuária na disponibilidade de alimentos e na segurança das cadeias de abastecimento.
Inovação
Na segunda parte do evento, foram apresentados três projetos inovadores. Em primeiro lugar, um sistema de monitorização do nível dos silos que utiliza um sensor instalado na perna do silo para medir a carga aplicada através da sua deformação, permitindo um acompanhamento preciso e em tempo real dos níveis de armazenagem. Foi igualmente apresentada a App Finançor, desenvolvida para os clientes produtores, que centraliza informações e serviços previamente dispersos por várias plataformas, incluindo dados de produção, análises laboratoriais e previsões meteorológicas. Numa primeira fase, a aplicação permitirá aos utilizadores aceder a informação comercial e submeter encomendas de forma simplificada. Por fim, foi anunciada a inclusão da pegada de carbono em todas as rações produzidas pela Finançor. Esta informação será disponibilizada na etiqueta e ficha técnica dos produtos, sendo calculada de acordo com o Greenhouse Gas Protocol. O cálculo abrange todas as etapas produtivas, desde a aquisição e transporte das matérias-primas até ao processo de fabrico e expedição, numa abordagem cradle-to-gate








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Os resultados revelam que mais de 90% das emissões totais das rações provêm da aquisição de matérias-primas, sublinhando a importância da formulação e da origem dos ingredientes na pegada de carbono final. Com esta informação, os produtores poderão tomar decisões mais informadas e calcular, com maior precisão, o impacto ambiental da sua atividade pecuária.


A IACA e a Revista "Alimentação Animal" felicitam esta iniciativa, bem como as ferramentas inovadoras apresentadas neste Fórum, confirmando os compromissos de proteção ambiental e de Sustentabilidade, sendo evidente a preocupação com o equilíbrio nos seus diferentes pilares: económico, social e ambiental.






IACA JUNTA-SE A MAIS DE 300 ESPECIALISTAS MUNDIAIS PARA DEBATER OS DESAFIOS GLOBAIS DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

Roma recebeu de 5 a 7de fevereiro a Europe & MENA Soy Buyers Conference 2025, organizada pela USSEC, reunindo mais de 300 especialistas para debater os desafios globais da alimentação animal, com foco no comércio internacional, biossegurança e sustentabilidade. A IACA marcou presença como voz da indústria portuguesa, garantindo que os desafios e interesses nacionais fossem considerados no debate global. A sua delegação contou com Romão Braz, Presidente da Direção da IACA e do FeedInov CoLAB, acompanhado por António Isidoro, membro da Direção e Jaime Piçarra, secretário-geral da IACA.
Em destaque, estiveram os debates sobre:
• Comércio global – tarifas e impactos na competitividade do setor
• Biossegurança – desafios como a gripe aviária e a peste suína
• Sustentabilidade – mudanças climáticas e os seus efeitos na produção
• Conflitos globais – reflexos na cadeia de abastecimento e no comércio
• Biocombustíveis – incertezas sobre o milho e soja e impactos na produção Além das conferências, a IACA participou em mesas-redondas estratégicas e momentos de networking com líderes do setor, reforçando a importância da cooperação internacional para o fortalecimento do setor em Portugal. A USSEC, representada em Portugal e Europa por Lolla Herrera, destacou a importância do comércio sustentável da soja. Refira-se ainda

que a FEFAC, representante da indústria europeia de alimentação animal, e o COPA/COGECA, que protege os interesses dos agricultores e cooperativas da UE, sublinharam a importância da transparência na pegada ambiental e do novo Guia de Rotulagem Verde da União Europeia. “Defender os interesses nacionais, diversificar mercados e reduzir burocracia são essenciais para a competitividade do setor”, reforçou a IACA.

A AMEAÇA A 36 MICOTOXINAS REVELADAS COM APENAS 1 GOTA DE SANGUE
Pela primeira vez, é possível alcançar o que a comunidade científica há muito teorizava como o melhor método para avaliar corretamente a verdadeira exposição dos animais às micotoxinas, detetando-as e aos seus metabolitos nos fluidos corporais, neste caso no sangue. Os novos resultados demonstram que as práticas atuais de deteção do risco de micotoxinas apenas nos alimentos para animais não estão à altura da missão.
A Tecadi, uma empresa de confiança na área da nutrição e saúde animal, fomenta a inovação e as parcerias estratégicas para fazer face aos desafios atuais do setor. Através do Myco-Marker™, uma ferramenta pioneira de biomonitorização desta natureza, permite agora aos nutricionistas, veterinários e criadores quantificar com precisão a ameaça real das micotoxinas.
Compromisso com a inovação
A Tecadi em estreita colaboração com a Inno vad Group, revela a verdadeira exposição dos animais às micotoxinas e fornece solu ções com base científica. O Myco-Marker™ prova que, em média, as explorações do Sul da Europa estão expostas a 5 micotoxinas diferentes confirmando que a co-exposição é a regra, e com maior prevalência das micotoxi nas emergentes produzidas por Enniatinas em aves e suínos e a Beauvericina em ruminantes. Além disso, os níveis reais de exposição estão diretamente associados aos sintomas clínicos observados.
O Myco-Marker™ tem a capacidade de ana lisar 36 biomarcadores de micotoxinas dife rentes no sangue incluindo as emergentes, oferecendo – pela primeira vez – uma visão abrangente da verdadeira exposição a mico toxinas nos animais. Este método único de amostragem simples e eficiente, utiliza papel de filtro (cartões FTA) exigindo apenas uma gota de sangue por animal, preservando as amostras sem necessidade de refrigeração, o que caracteriza a sua excelente precisão e a facilidade de implementação nas explora ções pecuárias. Esta ferramenta avançada traduz o compromisso da Tecadi em trabalhar soluções orientadas para a ciência e inovação que acrescentam valor à sustentabilidade da saúde animal.
Transformar o futuro
O novo vídeo da Tecadi apresentado oficialmente em 2025, partilha a experiência e o compromisso da Tecadi com a inovação, a excelência no serviço e o desenvolvimento sustentável. “Acreditamos que o futuro da indústria de alimentos e da produção animal depende da inovação e do conhecimento baseado na ciência. O Myco-Marker™ é um exemplo de como a tecnologia está a transformar o modo como encaramos os desafios e o recém – lançado vídeo evidencia como a Tecadi impulsiona a transformação do futuro”, afirma Mafalda Ferraz, Diretora de Operações da Tecadi.
Link vídeo corporativo https://www.youtube.com/watch?v=LQFX_JpHY84
Para mais informações contactar: Mafalda Ferraz (+351) 934 357 460 ou mafalda.ferraz@tecadi.pt
TECADI Saúde e Nutrição Animal
Rua Conde da Ribeira Grande, Nº 3 – Edifício Tecadi – Zona Industrial 2005-002 Várzea STR – Santarém – Portugal Tel.: (+351) 243 329 050
Sobre a Tecadi
A Tecadi é uma empresa Portuguesa especializada na área da nutrição e saúde animal. Desde 1996, distribuímos soluções em estreita ligação com empresas parceiras, especialistas em investigação e desenvolvimento de produtos em alimentação e saúde animal.





FICHA TÉCNICA
ALIMENTAÇÃO ANIMAL
Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC- 500835411
TRIMESTRAL ‑ ANO XXXVI Nº 131
Janeiro / Fevereiro / Março 2025
DIRETOR
José Romão Braz
CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO
Ana Monteiro
Jaime Piçarra
Pedro Folque
Manuel Chaveiro Soares
Rui Gabriel
COORDENAÇÃO
Jaime Piçarra
Amália Silva
Serviços IACA
ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE
(incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos)
IACA - Rua João da Silva, nº 12, D 1900-271 Lisboa
TEL. 21 351 17 70 (Chamada para a rede fixa nacional)
iaca@iaca.pt iaca.revista@iaca.pt
SITE www.iaca.pt
EDITOR
Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA
EXECUÇÃO DA CAPA
Salomé Esteves
EXECUÇÃO GRÁFICA
Sersilito - Empresa Gráfica, Lda.
Travessa Sá e Melo, 209 4471-909 Gueifães - Maia
PROPRIETÁRIO
Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais - IACA Rua João da Silva, nº 12, D 1900-271 Lisboa
DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89
REGISTO
EXCLUÍDA DE REGISTO NOS TERMOS DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO N.º 1 DO ART.º 12.º DO DECRETO
REGULAMENTAR N.º 8/99, DE 9 DE JUNHO, REPUBLICADO PELO DECRETO REGULAMENTAR N.º 2/2009, DE 27 DE JANEIRO
AGENDA DE REUNIÕES DA IACA
Data
09
JANEIRO
• Reunião FEFAC Comité Premix e Minerais, online 10
• Fórum sobre Micotoxinas com DG SANTE, FEFAC, online
• Curso de formação ISOlutions, online
• Reunião PRR HubRAM – Apresentação Ponto Situação Parceiros
• Reunião CT 37 – Elaboração Plano de Atividades para 2025, híbrido
• Conferência “Agricultura na Europa: Estagnar ou Evoluir?" – CropLife Portugal, Companhia das Lezírias
• Colóquio da Cooperativa Agrícola de Vila do Conde "Desafios futuros da alimentação e produção animal", Vila do Conde
• Reunião FEFAC Comité Premix e Minerais, online
• Reunião FEFAC Comité Segurança Alimentar, online
• Audiência da IACA com Ministro da Agricultura e Pescas
MENA da USSEC, Roma
• Reunião de Direção da IACA, online
• Reunião PRR Living Lab, online 14
18 e 19
• Reunião com PwC sobre os relatórios de sustentabilidade e preparação da Reunião Geral da Indústria
• Reunião do Colégio dos Diretores-Gerais e com a presidência polaca da União Europeia, Varsóvia e virtual 20
• Reunião com FeedInov sobre os PRR InsectERA e FeedValue, IACA, Lisboa 24
• Reunião do Comité "Alimentos Compostos" da FEFAC, online
• Reunião com Direção-Geral da DGAV, Lisboa
25
• Reunião da Comissão de Acompanhamento do PEPAC, GPP 27
• Reunião do FeedMed, Paris e virtual
• Workshop BroilerNET “Que mercado para a carne de frango?” – FMV
• Reunião Conjunta da FEFAC Comités Premix e Minerais e Alimentação Animal, Bruxelas
• Visita de trabalho e reunião com Cooperativa União Agrícola, Ponta Delgada, Açores
06
• Visita de trabalho e reunião com Finançor, Ponta Delgada, Açores 07
11
12
17
19
21
24
26
• Reunião PRR HubRAM – Webinares HubRAM – Prevenção, Combate e Mitigação RAM, online
• Fórum Inovação da Finançor, Ponta Delgada, Açores
• Reunião PRR InsectERA – Preparação Feira Nacional da Agricultura 2025, online
• Reunião de Direção do FeedInov
• Reunião Fórum das Associações da FIPA para discussão das tarifas, online
• Reunião de Associações com a SIGERU sobre o VALORFITO, Lisboa
• Plenário Secção Pré-Misturas e Aditivos (SPMA), IACA
• Reunião FEFAC sobre tarifas US/UE, online
• Reunião PRR InsectERA – InFeed, online
• Mudança da IACA para o novo escritório
De acordo com o RGPD, de 25/05/2018, a IACA reconhece e valoriza o direito à privacidade e proteção dos dados pessoais, pelo que conserva esses dados (nome e morada) exclusivamente para o envio da Revista “Alimentação Animal”, que nunca serão transmitidos ou utilizados para outros fins. A qualquer momento, poderá exercer o direito de retirar esse consentimento enviando-nos um e-mail para privacidade@iaca.pt


Questão de peso
Conversão alimentar optimizada graças à proteção intestinal que oferecem
Maxiban e Monteban.



