Relações Internacionais e mídia

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Silvia Garcia Nogueira

Túlio Sérgio Henriques Ferreira

Relações Internacionais e Mídia

Série Relações Internacionais

Relações Internacionais e Mídia

Série Relações Internacionais

Coordenador Prof. Agripa Faria Alexandre

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Relações Internacionais e Mídia

© 2025 Silvia Garcia Nogueira e Túlio Sérgio Henriques Ferreira

Editora Edgard Blücher Ltda.

Série Relações Internacionais

Coordenador da série Agripa Faria Alexandre

Publisher Edgard Blücher

Editor Eduardo Blücher

Coordenador editorial Rafael Fulanetti

Coordenadora de produção Ana Cristina Garcia

Produção editorial Walys Oliveira e Andressa Lira

Preparação de texto Samira Awadallah Panini

Diagramação Plinio Ricca

Revisão de texto Regiane da Silva Miyashiro

Capa Laércio Flenic

Imagem da capa iStockphoto

Rua Pedroso Alvarenga, 1245, 4° andar 04531-934 – São Paulo – SP – Brasil Tel 55 11 3078-5366 contato@blucher.com.br www.blucher.com.br

Segundo Novo Acordo Ortográfico, conforme 6. ed. do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, Academia Brasileira de Letras, julho de 2021.

É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da Editora.

Todos os direitos reservados pela Editora Edgard Blücher Ltda.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057

Nogueira, Silvia Garcia

Relações internacionais e mídia / Silvia Garcia Nogueira, Túlio Sérgio Henriques Ferreira. – São Paulo : Blucher, 2025.

94 p. (Série Relações Internacionais / coord. Agripa Faria Alexandre)

Bibliografia

ISBN 978-85-212-2575-1 (impresso)

1. Relações internacionais 2. Comunicação em massa I. Título II. Ferreira, Túlio Sérgio Henriques III. Alexandre, Agripa Faria IV. Série

25-0324

Índices para catálogo sistemático:

1. Relações internacionais

CDD 327

3. Mídia e política: relações amorosas e/ou perigosas?

The century of the self (Reino Unido, 2002) 79

A revolução não será televisionada (Irlanda, 2003) 80

Fahrenheit 9/11 (Estados Unidos, 2004)

80

Boa noite, boa sorte (Estados Unidos, 2005) 81

Ao sul da fronteira (Estados Unidos, 2009) 82

Arquitetos do poder (Brasil, 2010) 82

O mercado de notícias (Brasil, 2014) 83

Eis os delírios do mundo conectado (Bélgica, 2016) 84

Hyper normalisation (Reino Unido, 2016) 84

Democracia em vertigem (Brasil, 2019) 85

Privacidade hackeada (Estados Unidos, 2019) 85

Nossa bandeira jamais será vermelha (Brasil, 2019) 86

Capítulo 1

Para iniciar

nossa conversa

Você, nas primeiras horas do dia, consulta alguma rede social ou página de notícias na internet. Pode, também, ligar a televisão ou o rádio para saber das novidades. Assim, vai se conectando com amigos, conhecidos e com o mundo. Saiba: você não está só. Inúmeras pessoas fazem o mesmo todos os dias. A sociedade passou por verdadeira revolução-transformação nos meios de comunicação. Estamos presos nessa teia, uma literal rede de comunicação que nos alcança de muitas e diversas maneiras. Dos mais ricos países e pessoas às mais remotas e precarizadas populações do globo, todos parecem estar sob algum impacto das formas de trocar informações existentes no mundo. Isso porque as nossas interações sociais no tempo presente sofrem influências diversas da mídia, seja como fonte de informação ou

Capítulo 2

Autores e teorias de mídia e RIs

O PAPEL DA MÍDIA NAS RIs

Qual o papel dos meios de comunicação no processo de formulação e implementação da política exterior dos países? O século XX foi palco de bons debates e interpretações que buscavam respostas para tal indagação. Entre as décadas de 1950 e 2010, a mídia assumiu crescente complexidade global, amplificando temáticas políticas, sociais e econômicas. As informações refletiam os díspares interesses dos Estados e, portanto, compunham e comunicavam interesses diplomáticos e de política externa do país.

Stephen G. Xydis (1956) foi um dos pioneiros em observar a dinâmica da relação mídia e governo durante o período da Guerra Fria (1947-1991),1 momento da história

1 A Guerra Fria representou um confronto político-ideológico que transcorreu entre os Estados Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS) de 1947 a 1991.

Capítulo 3

Mídia e política: relações amorosas e/ou perigosas?

A mídia pode ser entendida como um conjunto de meios de comunicação de massa, como uma “indústria, um serviço público e uma instituição política”, como bem lembra Claude-Jean Bertrand (1999, p. 9). Pode ser referida como um canal de transmissão de mensagens, um ator/agente com poder de influência sobre percepções de algum assunto, ou uma ferramenta estratégica para a difusão de discursos interessados. Por isso mesmo, não é mais possível pensar o campo político sem considerar os usos que os políticos fazem da mídia. Tampouco imaginar os meios de comunicação sem as fontes de informação políticas ou cobrindo temas de política. As interações entre os dois campos, no entanto, nem sempre se desenvolvem em um clima de colaboração mútua. A ocorrência de escândalos políticos amplamente noticiados e de situações que envolvem tentativa

Capítulo 4 O Brasil nessa história5

ERA UMA VEZ, UMA METRÓPOLE QUE PROIBIA

LIVROS E JORNAIS EM SUAS COLÔNIAS

Durante o período colonial do Brasil (1500-1822), a imprensa caminhou a passos muito lentos. Enquanto o México e o Peru já tinham acesso a notícias em 1539 e 1583, respectivamente, a colônia portuguesa vivia nas trevas em termos de meios de comunicação e produção editorial. Livros eram praticamente proibidos pela metrópole lusitana, e a leitura não era uma atividade popular. No entanto, havia contrabando de livros, principalmente pelos filhos da elite colonial que foram estudar na Europa, ávidos por novos conhecimentos.

5 Grande parte desse histórico está baseado em Pieranti e Martins (2006) e Sodré (1966).

Capítulo 5 Tendências

“Viver é perigoso”, uma vez escreveu o escritor e diplomata brasileiro Guimarães Rosa. Essa constatação pode ser um bom começo para falarmos de como as tendências observadas nas tecnologias da informação geram impactos nas relações internacionais. Colocam para esse campo desafios e oportunidades, que podem se revelar sob, ao menos, duas faces: uma voltada, por exemplo, para o acirramento de conflitos, a desigualdade social e a disseminação de informações falsas; outra, relacionada a uma agenda mais construtiva, direcionada à promoção da paz mundial, ao diálogo diplomático e à celeridade da comunicação política internacional, entre outras ações.

Diante desse quadro, o recurso perverso aos meios de comunicação instantânea e global tem sido utilizado para catapultar movimentos políticos de extrema direita no

Capítulo 6 Indicações fílmicas

O consenso fabricado (1992)

Documentário que apresenta as ideias de Noam Chomsky sobre o papel da mídia na sociedade moderna. O pensador estadunidense discute como a mídia de massa é usada para tentar criar um consenso social e controlar o grande público, moldando as informações. Nesses termos, o consenso fabricado seria o conjunto de técnicas de controle do público fazendo uso dos meios de comunicação. Esse conceito foi originalmente criado pelo jornalista Walter Lippmann nos anos 1920, que considerava que a tomada de decisões políticas deveria ser reservada a uma elite de “homens responsáveis”. Noam Chomsky e Edward S. Herman incorporaram essa expressão em seu livro de 1988, Manufacturing consent: the political economy of the mass media, do qual deriva o documentário.

“Quem não se comunica, se trumbica”. A frase repetida inúmeras vezes pelo famoso comunicador brasileiro Chacrinha continua atual e enfatiza a importância estratégica da comunicação na sociedade. Políticos e pesquisadores têm se perguntado qual é o papel das distintas formas de comunicar no sistema mundial. Relações Internacionais e Mídia tece, abreviadamente, a evolução dos processos comunicacionais e apresenta alguns teóricos e suas abordagens, dando destaque a tendências recentes, como o impacto da pós-verdade e as transformações trazidas pelas tecnologias digitais no mundo e no Brasil. O leitor é convidado a se aproximar do tema para que possa compreender, de maneira crítica, como funcionam as complexas interações entre as relações internacionais e a comunicação contemporânea global.

www.blucher.com.br

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