Actualidade Economia Ibérica - nº 279

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Actualidad

Economia ibérica setembro 2020 ( mensal ) | N.º 279 | 2,5 € (cont.)

Associações setoriais fazem balanços e alertam sobre emprego e atividade PÁG. 32

Yunit apoia empresas a enquadrar recuperação financeira

Movimentação de carga recua nos portos portugueses

pág. 14

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SETEMBRO DE 2020


Índice

Foto Capa

índice

DR Setembro Prazo Imposto Até

Nº 279 - setembro de 2020

Actualidad

Economia ibérica

Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques

Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Cecilio Oviedo e Nuno Almeida Ramos Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém

Grande Tema

Associações fazem balanço do semestre e lançam alertas sobre emprego e atividade 32.

Declaração a enviar/Obrigação

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

10

IVA

Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em julho/2020

Contribuintes do regime normal mensal

10

Segurança Social

Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de agosto/2020

Entidades empregadoras

10

IRS

Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a agosto/2020

Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)

14

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em agosto/2020

Sujeitos passivos do IVA

Observações O pagamento do IVA pode ser feito até ao dia 15

- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT

20

IRS/IRC/ Selo

Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em agosto/2020

Entidades devedoras dos rendimentos e do imposto do selo

No âmbito das medidas relativas ao covid-19, pode haver pagamento de prestações referentes a retenções efetuadas no 2º trimestre/2020

21

Segurança Social

Pagamento das contribuições relativas a agosto/2020

Entidades empregadoras

No âmbito das medidas relativas ao covid- 19, pode haver pagamento das contribuições diferidas devidas nos meses março, abril e maio/2020

21

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em agosto/2020

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 euros no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros quando tais operações se considerem aí localizadas.

21

IRS

2º Pagamento por conta do IRS 2020

Sujeitos passivos de IRS com rendimentos empresariais e profissionais

30

IRC

2º Pagamento por conta do IRC de 2020

Sujeitos passivos de IRC que desenvolvam a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, cujo período de tributação seja coincidente com o ano civil.

30

IRC

2º Pagamento adicional por conta (derrama estadual) do exercício de 2020

Sujeitos passivos de IRC que desenvolvam a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, que tenham tido no ano anterior um lucro tributável superior a 1.500.000 de euros

30

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em julho/2020

Entidades devedoras dos rendimentos

30

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado em 2019 noutro Estado-membro da EU

Sujeitos passivos do IVA

56.

Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente

Calendário Fiscal de setembro

Editorial 04.

Associações esperam alguma recuperação mas temem efeitos sobre o emprego

E mais...

Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, José Carlos Sítima, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong

Opinião 06.

Financiando la nueva depresión para poder salir de ella - Cecilio Oviedo

Atualidade 22. Internacionalizar como solução

de crescimento, numa altura em que a economia dá “sinais de dinamismo”

08. Apontamentos de Economia 14. Atualidade 24. Marketing 28. Fazer Bem 42. Setor Imobiliário 44. Ciência e Tecnologia 46. Vinhos & Gourmet 50. Setor Automóvel 52. Intercâmbio Comercial 54. Oportunidades de Negócio 57. Bolsa de Trabalho 58. Espaço de Lazer 66. Statements

Câmara de Comércio e Indústria

Luso Espanhola SETEMBRO DE 2020

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editorial editorial

Associações esperam alguma recuperação mas temem efeitos sobre o emprego

A

esperada recuperação da economia, pós-crise da covid-17, começa a fazer-se sentir, lentamente, nos mais variados setores da economia portuguesa. Basta ver como os portugueses procuraram aproveitar as férias de verão para descomprimir e retornar à normalidade possível, para perceber que o consumo voltou a animar muitos setores de atividade, nomeadamente os mais ligados ao turismo. Também os turistas estrangeiros estão a procurar o país, para alguns dias de férias de praia, numa retoma gradual das ligações aéreas, interrompidas durante mais de dois meses. Na vertente da exportação, fomos saber como está a recuperar a atividade portuária, e tudo indica que este ano o impacto não será totalmente negativo (ver págs. 18/20). Para conhecer, setor a setor, o impacto que a atual crise sanitária tem tido, nos últimos meses, questionaram-se algumas das mais representativas associações e confederações empresariais do país, tendo várias delas feito um balanço algo negro dos últimos tempos. No entanto, também reconhecem alguma melhoria da atividade desde o início do atual trimestre e uma parte dos seus associados prevê recuperar a atividade para níveis pré-crise em menos de um ano (ver págs. 32 a 40). Quanto mais demorada for a recuperação, maiores efeitos terá sobre a solvabilidade das empresas, muitas das quais poderão não sobreviver, 4 ACT UALIDAD€

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além do impacto que se espera a nível da manutenção de postos de trabalho depois do fim das medidas excecionais e temporárias de proteção criadas pelo Estado, como o lay-off simplificado. Estes são alguns dos receios partilhados pela CIP, através do seu presidente, António Saraiva, um dos representantes patronais – e habitual representante em sede de concertação social – que acedeu a partilhar a sua visão sobre a evolução no futuro próximo da economia nacional. Da construção civil, ao comércio automóvel, muitos dos entrevistados revelam a sua preocupação relativamente ao desempenho das empresas no ano em curso, mas esperam que a atividade melhore em 2021/22. Efetivamente, e de acordo com as últimas previsões do Banco de Portugal, o PIB nacional deverá sofrer uma forte queda em 2020, caindo 9,5% face ao ano anterior. Este valor, avançado em meados de junho, representa um agravamento face às últimas previsões, projetadas já no anterior cenário adverso. Para os dois anos seguintes, o Banco Central estima já recuperações de 5,2% em 2021 e de 3,8% em 2022. “As atuais projeções apontam para uma redução do PIB de 9,5% em 2020, refletindo um impacto negativo muito marcado pela pandemia na primeira metade do ano”, pode ler-se no Boletim Económico do Banco de Portugal (BdP), divulgado a 16 de junho.

As previsões da Comissão Europeia apontam para uma queda do PIB português de 9,8%, as da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 9,4%, e as do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 8%. O PIB nacional sofreu uma forte contração, em termos reais, no segundo trimestre, ao cair 16,3% a nível homólogo, após a redução de 2,3% no trimestre anterior. Uma queda significativa, marcada em especial pela forte diminuição da procura externa, traduzindo a “interrupção do turismo de não residentes”, de acordo com a estimativa rápida do INE, publicada a 14 de agosto. O Banco de Portugal prevê ainda que a taxa de desemprego atinja os 10,1% em 2020, melhorando para os 8,9% em 2021. Entretanto, Bruxelas pretende que os apoios ao mercado de trabalho em Portugal cheguem rapidamente, para evitar que o desemprego dispare na sequência da crise pandémica. Bruxelas propôs ao Conselho Europeu que Portugal receba os 5.900 milhões de euros a que se candidatou para financiar as medidas de apoio ao emprego no âmbito do instrumento SURE. Portugal é um dos 16 países da União Europeia aos quais a Comissão apresentou já propostas de financiamento do emprego, num valor global de 87.300 milhões de euros.  E-mail: cfonseca@ccile.org


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opinião opinión

Por Cecilio Oviedo*

Financiando la nueva depresión para poder

salir de ella

E

n nuestra incertidumbre sobre el futuro, hay días en que los nuevos casos son aterradores, cuando los datos de la pandemia en el mundo se acercan a los 20 millones, un número desconocido de fallecidos y un temor a que los rebrotes produzcan colapsos en los sistemas sanitarios. Y, sin embargo, parece que la economía se puede salvar a pesar de la depresión en Europa producida por el virus. Aparentemente, después de las reuniones de julio del Consejo de Bruselas, ya tenemos el instrumento que nos va a sacar de la crisis y debemos saber que no se va a pagar inmediatamente. El Gobierno español se aferra a las cantidades asignadas dentro del plan de Recuperación de la Unión Europea aprobado finalmente en julio, a pesar de que los fondos estarán disponibles el año próximo (la mitad en forma de préstamos) y condicionados a unos presupuestos ajustados y aprobados antes de diciembre y a enviar un plan de reformas en octubre y una lista de proyectos susceptibles de ser financiados por los Fondos Europeos en abril de 2021. Que en este momento tengamos unas previsiones y cifras del segundo trimestre pésimas no quiere decir que se hayan acabado los sustos. En el mes de agosto no tenemos certidumbre de los rebrotes. Por otra parte, según las últimas estimaciones del Fondo

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Monetario Internacional, España será el país de la zona euro con mayor déficit público en 2020. Estamos en una recesión muy profunda. Según el Instituto Nacional de Estadística y la Autoridad Independiente de Responsabilidad Fiscal (AIREF), la caída del PIB en el segundo trimestre del 2020 ha sido del 22,1% en términos interanuales, mucho mayor que la del primer trimestre, ya que el confinamiento empezó a mediados de marzo. Los cálculos de otras instituciones como Funcas, BBVA Research o la AIREF son semejantes, en línea con el descenso interanual de las horas efectivamente trabajadas (menos 20,6 puntos porcentuales). El antecedente de la situación actual es la Gran Depresión de 1929 y no la gran recesión de 2008. Hay cifras que de momento superan las de la Gran Depresión. La caída española del crecimiento económico es mas alta que la caída de otros países europeos y Portugal, entre otros motivos porque un sector esencial en el PIB español es el turismo, tanto nacional como extranjero; y el turismo internacional está en circunstancias gravísimas, sin casi demanda, con bloqueos a la entrada de otros importantes países emisores. Por otra parte, el confinamiento entre marzo y junio fue elevadísimo. Los últimos datos de Contabilidad Nacional (CN) del segundo tri-

mestre reflejan caídas superiores al 20%, tanto del consumo de los hogares (-21,2%) como de la inversión (-22,3%), que han causado una caída de la demanda nacional del 19,2% trimestral. Por su parte, la demanda externa restó 2,9 puntos porcentuales y el gasto en consumo de las administraciones públicas creció un 0,4%. Las únicas cifras sectoriales mejores fueron las de la agricultura. España después de dos trimestres sin crecimiento penetra en una recesión técnica, cuyo final es ignoto y su profundidad es de una dimensión desconocida. En el presente siglo no se ha dado el caso de que en los sectores productivos los trabajadores se vean obligados a permanecer en su casa mayoritariamente y la situación de algunos sectores sea la disminución de la demanda, en circunstancias mucho peores que en la gran recesión de 2008. A pesar del optimismo de algunos ministros, la recuperación llevará tiempo aunque haya oportunidades para nuevas inversiones en la línea con la economía circular y la lucha contra el cambio climático. En relación con los ingresos y gastos públicos, seguimos funcionando con la ley de Presupuestos Generales del Estado de 2018, prorrogada, según el artículo 134.4 de la Constitución Española. Según los últimos datos del Ministerio de Hacienda de la Intervención General del Estado


opinión

(IGAE), a finales de junio de 2020 se ha registrado un déficit de caja no financiero de 47.769 millones de euros, frente a 16.772 millones de euros en la misma fecha del año anterior. Esto fue debido a un descenso de los ingresos del sector público y un aumento de los gastos. La recaudación por impuestos directos y cotizaciones sociales ha sido de 11.305,81 millones de euros, con una disminución del 39,0% respecto al año anterior. En impuestos indirectos, la recaudación ha sido de 16.022,40 millones de euros con una caída del 30,7% respecto a 2019. Los pagos no financieros han ascendido a 89.195,25 millones de euros, de los que 80.312,30 millones de euros se han aplicado a presupuesto y 8.882,94 millones de euros están pendientes de aplicar. En relación con las cuentas de Tesorería del Estado en el Banco de España en el primer semestre, la variación fue de -33.661 millones de euros

frente a -11.303 millones de euros en el mismo periodo de 2019. Dentro de las operaciones no financieras, el crédito definitivo asciende a 191.146,39 millones de euros en junio de 2020 y distribuido por capítulos, destacan por su importancia los capítulos 4 (transferencias corrientes), 3 (gastos financieros) y 1 (gastos de personal), que representan el 63,9%, 16% y 8,8%, respectivamente sobre el crédito definitivo no financiero, destacando especialmente los 122.226 millones de euros atribuidos a las transferencias corrientes. El vicepresidente del Banco Central Europeo (BCE), Luis de Guindos, ha puesto una nota de optimismo en relación con los datos previstos para el tercer trimestre del año. Para poder financiar los gastos del Estado y el déficit, la deuda pública ha debido seguir creciendo. Ni a nivel del Tesoro ni del BCE hay indecisión para mantener la liquidez necesaria

opinião

para financiar los ingentes gastos. La Política Monetaria tanto nacional como del BCE está jugando y va a jugar un papel esencial para poder financiar el aumento del gasto público en esta crisis y compensar la disminución de los ingresos públicos por impuestos. A final de junio la deuda pública ya estaba en niveles record del 110% del PIB y con previsión de subir hasta final de año. EL BCE está dispuesto a agotar su programa de suministro de liquidez por valor de 1,3 billones de euros. Las últimas noticias suministradas por la Autoridad Fiscal a finales de agosto son que en el tercer trimestre habrá un crecimiento del 15,2% en relación con el segundo. Por otra parte, Bruselas ya ha concedido un primer préstamo de 21.300 millones de euros para financiar los ERTE.  * Economista y ex-vicepresidente de honor de la CCILE E-mail: oviedotudela50@gmail.com

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apontamentos de economia apuntes de economÍa

Foto Sandra Marina Guerreiro

“Euromoney” distingue Santander como melhor banco em Portugal e melhor banco de investimento

O Santander recebeu o prémio de “Melhor Banco em Portugal 2020” e de “Melhor Banco de Investimento”, atribuído pela revista “Euromoney”. Este ano, o Santander também ganhou o galardão de “Melhor Banco de Investimento em Portugal 2020”. A revista refere que “o negócio de consultoria empresarial e de mercado de capitais” permitiu que, apesar da concorrência de outros bancos internacionais, “o melhor banco de investimento do país viesse para a ribalta”. Estes prémios distinguem as instituições que apresentam os melhores serviços junto dos seus clientes demonstrando liderança, inovação e dinamismo nos

mercados onde operam. da Europa Ocidental para as Pequenas e A revista realçou que “o Santander Médias Empresas” e de “Melhor Banco Portugal, o melhor banco do país, aumen- na América Latina para as Pequenas e tou o volume de empréstimos às empre- Médias Empresas”. sas e fez progressos na captação de Em termos de países, para além de clientes”. Adianta, ainda, que “a aposta Portugal, o galardão foi também para nos canais digitais e novos métodos de o Santander Espanha (“Melhor Banco trabalho permitiram reduzir drasticamen- em Espanha”). Em resposta à crise da te o tempo necessário até à formalização pandemia provocada pela covid-19, a de um crédito à habitação. Tal agilidade foi “Euromoney” atribuiu prémios especiais, especialmente importante num momento tendo assim atribuído ao Santander os de pandemia provocada pelo Covid-19”. O prémios de “Excelência na Liderança Santander já foi distinguido 18 vezes com na Europa Ocidental, Europa Central e o prémio “Melhor Banco em Portugal”. Oriental”, neste caso para o Santander Também destaca a subida de 5,5% Bank Polska. do resultado líquido de 2019 para 527 Os “Euromoney Awards for Excellence” milhões de euros, o melhor resultado começaram a ser publicados em 1992 de sempre, acrescentando, ainda, que e foram os primeiros do género no setor a rendibilidade do capital próprio subiu bancário global. Os vencedores dos para 12,7%, enquanto o rácio de efi- “Prémios Euromoney” são selecionados ciência caiu para 45%. Por outro lado, o por editores, jornalistas e analistas da rácio de NPE caiu para 3,3% e o rácio de revista, que combinam critérios objetivos, capital CET1 subiu para 15,2%. como a rentabilidade, o crescimento e a Na mesma ocasião, ficou a conhecer- eficiência, com análises de membros da -se que, a nível regional, o Santander revista, que cobrem os mercados finanobteve as distinções de “Melhor Banco ceiros internacionais.

Espanhola Disa adquire a distribuidora de combustíveis Prio O grupo Disa e o fundo de investimento setor energético, sempre com critérios Oxy Capital chegaram a acordo para a de sustentabilidade e com grande capacompra da companhia energética Prio cidade de adaptação às necessidades e em Portugal. Concretamente, a Disa vai exigências da sociedade e da economia. adquirir a rede de estações de serviço “A integração da Prio no grupo Disa (na foto), com 247 postos de venda, bem garante a continuidade de todas as como o terminal de armazenamento e a atividades que a empresa portuguesa fábrica de biodiesel localizados em Aveiro. desenvolveu até à data, uma vez que O acordo entre as duas empresas está a empresa espanhola assume os comdependente da aprovação das autorida- promissos contratuais vigentes com des portuguesas da concorrência. todos os seus clientes e fornecedores”, A extensão dos negócios da Disa em adianta a Disa, o quarto maior operaPortugal insere-se na estratégia de dor de combustíveis em Espanha, com expansão geográfica, que teve início há uma rede de mais de 600 estações de três anos. O grupo energético propôs-se serviço. levar além das fronteiras de Espanha a Com esta aquisição, a Disa amplia a sua experiência e conhecimento acumula- presença em Portugal, tornando-se o dos ao longo de 86 anos de atividade no quarto maior operador, com uma quota

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de mercado de 10%. Os negócios adquiridos pela Disa incluem o abastecimento e comercialização em Portugal, bem como um terminal de armazenamento de combustível. Também em virtude desta operação, a companhia espanhola entra na produção de biodiesel, atividade que vai ao encontro do compromisso da Disa para com a redução de emissões e a sustentabilidade.


Breves BPI com lucro consolidado de 42,6 milhões de euros O BPI registou nos seis primeiros ganhos de quota de mercado. O banco meses de 2020 um lucro consolidado continuou e acelerou o processo de de 42,6 milhões de euros, dos quais transformação digital, com desenvolvi6.5 milhões correspondem ao resulta- mentos específicos para dar resposta do líquido da atividade registada em às necessidades imediatas” da atual Portugal. crise, adiantou a mesma fonte. No primeiro semestre, o BPI constituiu “O BPI adotou diversas medidas de 83 milhões de euros de imparidades apoio às famílias, empresas e sociede crédito líquidas, constituídas com dade e reforçou o seu compromisso caráter preventivo, incluindo imparida- social, no âmbito da atuação conjunta des não alocadas decorrentes da revi- com a Fundação La Caixa”. são do cenário macroeconómico no “O BPI apresenta uma forte posição contexto da covid-19, “o que explica a financeira que permite enfrentar com redução do resultado líquido no semes- confiança as adversidades futuras, tre (-68% face ao período homólogo de apoiando os seus clientes e a recu2019)”, refere a instituição liderada por peração da economia portuguesa: o João Pedro Oliveira. O contributo das perfil de risco baixo, com um rácio participações no BFA e BCI foi de 36,1 NPE de 2% e uma cobertura elevaM.€ no 1º semestre de 2020. da; uma sólida posição de solvência; “No atual contexto da crise da covid-19, uma estrutura de funding equilibrada o BPI conseguiu manter o dinamismo e posição de liquidez confortável; ou comercial. O banco manteve-se com- ainda os seus ratings com classificapletamente operacional ao longo do ção de “investment grade” pela Fitch período de confinamento, crescendo Ratings, Moody’s e S&P Global”, refere nos depósitos e no crédito e com o mesmo grupo.

MAPFRE lança “Rendimento ativo” Numa altura em que o Instituto Nacional ga mínima de 3.000 euros, o MAPFRE de Estatística confirma que a taxa de Rendimento Ativo tem vencimento em poupança do primeiro trimestre deste setembro de 2026, com possibilidade ano aumentou para os 7,4%, atingindo de receber, anualmente, um rendimento o valor mais elevado desde 2014, a de 2,55% do capital investido. A sua seguradora MAPFRE lança o MAPFRE rentabilidade está vinculada à evolução Rendimento Ativo, um produto de inves- do índice Eurostoxx select dividend 30, timento a médio prazo, com garantia que engloba 30 grandes empresas eurode capital e expetativa de rentabilidade peias, com uma carteira de ações muito anual de 2,55%. diversificadas e com alto rendimento por Segundo Luis Anula, CEO da MAPFRE dividendo. Portugal, “este lançamento vem na altu- No final do contrato, há garantia de ra certa, uma vez que pretende ir ao 100% do valor investido, desde que o encontro desta crescente preocupação cliente tenha recebido, no mínimo, um dos portugueses em investir em pro- rendimento anual, entre 2021 e 2026. dutos que permitam maior estabilidade “O novo MAPFRE Rendimento Ativo está financeira no futuro, reflectindo também disponível em todas as lojas e agena nossa aposta na oferta de soluções tes MAPFRE do país e vem reforçar o adequadas às necessidades de poupan- posicionamento da MAPFRE como uma ça dos nossos clientes”. referência em soluções de investimento Com subscrição facilitada e uma entre- e poupança”, adianta a seguradora.

Coviran inaugura dois novos supermercados em Portugal A Coviran inaugurou nestas últimas semanas dois novos supermercados em Portugal, um modelo de proximidade, adaptados aos seus clientes e direcionados à sustentabilidade. A primeira abertura teve lugar na localidade de Pêra, no distrito de Faro, e conta com uma sala de vendas de 120 metros quadrados. Esta nova loja permitiu a criação de quatro novos postos de trabalho. A segunda abertura, da Coopovo (na foto), realizou-se na Marinha Grande, no distrito de Leiria, e trata-se de um supermercado com uma área de vendas de 600 metros quadrados. Esta abertura consolida 24 postos de trabalho, todos estes da mesma localidade. A Coviran é uma empresa de distribuição alimentar, composta por mais de três milhares de supermercados e 2.467 sócios retalhistas independentes deste setor. Na atualidade, esta cooperativa ocupa a segunda posição no ranking nacional, por número de estabelecimentos, tendo encerrado o exercício de 2018 com mais de 3.034 supermercados que operam sob a insígnia Coviran, repartidos por toda a Península Ibérica. Grupo Deutsche Post DHL regista aumento significativo das receitas e lucros O grupo Deutsche Post DHL, líder mundial em serviços de logística, gerou um maior crescimento no segundo trimestre de 2020, apesar do impacto da covid-19. “Graças ao seu portefólio abrangente de serviços de logística e à sua presença global, o grupo aumentou as receitas em 3,1%, para 16 mil milhões” de euros, comparativamente com o mesmo trimestre no ano passado, revelou a companhia. Este valor foi maioritariamente impulsionado pelo forte crescimento do e-commerce. “Mais do que em qualquer outra altura, a crise demonstrou a resiliência do grupo Deutsche Post DHL. Graças aos incansáveis esforços dos nossos 550 mil funcionários em todo o mundo, conseguimos garantir o fornecimento de mercadorias ao mundo, e manter importantes cadeias de abastecimento para a indústria, mesmo em tempos extremamente desafiantes”, refere Frank Appel, CEO do grupo Deutsche Post DHL. “Agora especialmente, o foco nos nossos principais negócios de logística e na transformação digital da empresa como parte da Estratégia 2025, compensou. Nunca estivemos em melhor forma e estou confiante que a nossa empresa irá sair mais forte desta crise”, adiantou.

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Breves

Millennium bcp aumenta lucros no primeiro semestre

Nacex aumenta capacidade das agências da Madeira e de Guimarães A Nacex, empresa de transporte urgente do grupo Logista, reforçou a sua presença na Madeira e em Guimarães, com a mudança das duas agências para instalações com maiores dimensões. “Os novos locais vão permitir à transportadora estar mais perto de seus clientes e melhorar as suas operações, através do aumento da sua capacidade e com a garantia de um serviço de alta qualidade, adaptado às exigências dos seus clientes”, revelou a empresa. Com mais de uma década de experiência no mercado português, nos últimos anos, a Nacex focou-se nos setores chave da saúde, das tecnologias da informação e comunicação. A transportadora possui ainda uma vasta experiência no transporte de equipamentos médicos e hospitalares (material cirúrgico e ortopédico), nas áreas de ortodontia, laboratórios, produtos farmacêuticos, além de materiais relacionados a eletrónica, computadores e telecomunicações, entre outros.

Medway inaugura plataforma logística em Sines

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O resultado core consolidado do Millennium bcp ascendeu a 542,5 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, situando-se 1,3% acima dos 535,6 milhões de euros alcançados no período homólogo do ano anterior. Esta evolução reflete, maioritariamente, o crescimento da margem financeira e também, embora com menor magnitude, o aumento das comissões face ao primeiro semestre de 2019, traduzindo um desempenho positivo dos proveitos core, numa conjuntura económica particularmente adversa. O resultado core consolidado foi potenciado principalmente pela atividade internacional, que evidenciou um crescimento de 6,3% face aos 234,4 milhões de euros alcançados no primeiro semestre de 2019, totalizando 249,2 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2020, com especial destaque para a atividade da subsidiária na Polónia, que beneficiou da integração e consolidação do Euro Bank, em maio de 2019. O resultado líquido consolidado do Millennium bcp situou-se em 76 milhões de euros no primeiro semes-

A Medway inaugurou no mês de julho o Medway Terminal Sines, na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), Zona 2, no seguimento do seu investimento na região. O terminal tem uma área total de 33 mil metros quadrados e capacidade para cerca de dois mil TEUS. “Sines é uma região de extrema relevância para a operação da Medway em Portugal. Temos vindo a reforçar a nossa presença, investimento e prestação de serviços neste terminal. Por isso, este lançamento é a concretização de mais uma etapa da nossa estratégia. Esperamos continuar a

Foto Sandra Marina Guerreiro

Efapel com vendas de 20 milhões de euros€ A Efapel, maior fabricante nacional de aparelhagem eléctrica de baixa tensão e líder de mercado, registou no primeiro semestre vendas de 20 milhões de euros, o que correspondeu a uma quebra de 6% face ao período homólogo de 2019. Também nas exportações, a empresa com sede em Serpins (Coimbra) registou uma diminuição homóloga (-4,3%). A empresa, que exporta para 50 países e tem duas subsidiárias no exterior (em Espanha e em França), sofreu quebras de vendas em todos os mercados onde atua, devido à pandemia, justifica o fabricante nacional. “Para este segundo semestre, tendo em conta as novas circunstâncias, a Efapel prevê significativa melhoria de resultados, que, no entanto, não pode ainda ser calculada com rigor”, adianta a empresa em comunicado. “A Efapel ultrapassou a fase mais aguda da crise pandémica sem parar a produção, tomando todas as medidas necessárias para minimizar os seus efeitos”, sem ter nomeadamente recorrido a lay-off, frisou ainda a companhia liderada por Américo Duarte. Este responsável defende que “seria ainda muito importante que fossem condicionadas e taxadas importações oriundas de países onde não se aplicam regras e condições de trabalho idênticas às praticadas na Europa”. Assim, a competitividade “é desigual e cada vez mais difícil, forçando também a salários mais baixos, o que não é solução com futuro”, declara ainda.

tre de 2020, que compara com 169,8 milhões alcançados nos primeiros seis meses do ano anterior. “Esta evolução encontra-se fortemente condicionada pelo impacto da situação extraordinária que se vive atualmente, decorrente da pandemia provocada pela covid-19. O impacto da pandemia fez-se sentir sobretudo na necessidade de constituição de imparidades adicionais para risco de crédito, quer na atividade em Portugal, quer na atividade internacional, totalizando 108,8 milhões de euros em termos consolidados”, adianta a instituição liderada por Miguel Maya.

crescer neste local, aumentando a nossa competitividade e eficiência e caminhando para sermos o principal operador de mercadorias integrado da Península Ibérica”, destaca Carlos Vasconcelos, da Medway. A plataforma logística dispõe de equipamento para movimentação, parqueamento de contentores, consolidação e desconsolidação de carga e lashings, entre outros serviços. Neste local, são ainda efetuados serviços de montagem de liners, flexitanks e mantas térmicas. Este terminal conta com uma equipa de mais de 40 colaboradores.


Gestores

Novo Banco premiado “Best Integrated Corporate Banking Site in Western Europe” O novo Banco foi, novamente, premiado na categoria “Best Integrated Corporate Banking Site” para a região “Western Europe”, no âmbito dos prémios “2020 World’s Best Digital Bank Awards”, atribuídos pela revista “Global Finance”. A seleção final foi feita pelos editores desta revista, após uma rigorosa avaliação inicial por um painel de jurados da “Infosys”, líder global em consultoria e transformação digital. “O Novo Banco vê, assim, reconhecida a qualidade das suas soluções digitais para o mercado empresarial, na qual se inclui o seu serviço de Internet Banking para empresas, o NBnetwork, com uma cobertura funcional alargada, permitindo a realização de um vasto leque de operações de forma autónoma, simples, intuitiva e eficaz”, adianta a instituição liderada por António Ramalho.

Este desempenho é o resultado da estratégia do Novo Banco de proporcionar uma experiência de cliente distintiva nos vários pontos de contacto com o banco, oferecendo soluções personalizadas, simples, cómodas e geradoras de valor. Nesse contexto, o Novo Banco tem permanentemente investido para se tornar o melhor banco comercial em Portugal para a era digital, com capacidades de self-service de referência, relacionamentos omnicanal inteligentes e integrados. Com o objetivo de proporcionar um melhor e mais inovador serviço aos clientes, o Novo Banco disponibilizou recentemente novas funcionalidades digitais, como pedidos de moratória de crédito para empresas, negócios e ENIs no NBnetwork; candidaturas à Linha de Crédito de Apoio à Economia Covid-19 do Estado no NBnetwork, etc.

Garland abre segundo centro logístico em Aveiro e reforça operações na região Centro O grupo Garland abriu recentemente um novo centro logístico em Aveiro, o segundo no espaço de dois anos, o qual pretende satisfazer a elevada procura por parte dos seus clientes que, não tendo presença logística no centro do país, procuram expandir as suas operações à região. O segundo centro, com 10 mil metros quadrados e capacidade para armazenamento de 14 mil paletes, vem ainda responder ao elevado crescimento que a atividade tem demonstrado desde que teve início a pandemia. A nova plataforma está localizada na Zona Industrial da Taboeira, junto ao Estádio Municipal e a menos de dois quilómetros do Centro Logístico de Aveiro (CLAV), que, com 14 mil metros quadrados, a Garland Logística abriu em 2018. Destinado a

armazenamento e preparação de encomendas de clientes industriais, este novo centro logístico conta já com mais de metade da sua capacidade ocupada. Recorde-se que em 2018, quando abriu o CLAV, a Garland Logística avançou que estava a estudar a possibilidade de alargar as instalações, tendo adquirido os terrenos anexos para o efeito. Agora, “a pandemia reforçou a procura por serviços fiáveis e com capacidade de resposta rápida e eficaz para fazer face à forte incerteza nas necessidades dos clientes, pelo que a Garland Logística está a ser fortemente procurada neste período”, obrigando ao reforço da “nossa capacidade de armazenagem”, justificou Ricardo Sousa Costa, administrador responsável pela empresa.

em Foco

Jose Manuel Pascual é o novo ministro conselheiro da Embaixada de Espanha na África do Sul. Nos últimos quatro anos, exerceu funções idênticas na Embaixada de Espanha no Brasil. Anteriormente, entre 2007 e 2012, foi conselheiro da Embaixada de Espanha em Portugal. Foi depois assessor da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, em Espanha, assumindo de seguida funções como chefe de gabinete do presidente do Tribunal Constitucional espanhol.

Miriam Álvarez de la Rosa(na foto) é a nova Conselheira da Embaixada de Espanha em Portugal. Nascida em Santa Cruz de Tenerife, licenciou-s em Direito, pela Universidade de La Laguna, e fez ainda um master em Assuntos Europeus, pela Universidade Livre de Bruxelas. Iniciou a carreira diplomática em 1999, tendo passado pela Embaixada de Espanha no Equador, pela Delegação de Espanha na NATO em Bruxelas, entre outras funções. Desde 2017, tem vindo a ocupar diversos cargos ligados à segurança internacional, nomeadamente como subdiretora-geral de Assuntos Internacionais de Segurança, posto que manteve entre 2018 e 1 de agosto de 2020, quando veio para a Embaixada de Espanha em Portugal. Miriam Álvarez de la Rosa substitui Jose Ignácio Mongé. Também na Conselheria de Defesa, Naval e Aérea há alterações, tendo sido nomeado novo adido de Defesa em Portugal Diego Ruíz de Cortázar (na foto). O novo adido de Defesa, o capitão-de-mar-e-guerra Diego Ruíz de Cortázar, substitui Francisco Pérez Paz. Alexandra Brandão é a nova diretora de Recursos Humanos do grupo Santander. A nova responsável global de RH do grupo Santander era até agora responsável pela gestão e eficácia comercial do Santander em Portugal. Atualmente, integra também o conselho de administração do Santander Uruguai. Alexandra Brandão, de 42 anos, é licenciada em Gestão, pela Nova School of Business and Economics, e possui um MBA, pela Adolfo Ibañez School of Management, na Florida, nos EUA, e pela Deusto Business School, em Bilbau, Espanha. A nova responsável tem ainda várias formações avançadas em gestão e liderança, por escolas como o Insead, IMD, Babson e Stanford.

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Breves ACS y Siemens se adjudican el desarrollo de una plataforma de 900 MW de energía eólica en el Mar del Norte El grupo ACS, a través de su filial Dragados Offshore, se ha adjudicado, en consorcio con Siemens, el desarrollo de la plataforma de conversión HVDC del proyecto Borwin5 para TenneT, según ha informado la compañía presidida por Florentino Pérez. En concreto, el proyecto consiste en un sistema de transmisión de energía eléctrica con una capacidad de 900 megavatios entre el campo eólico marino He Dreiht, operado por EnBW, en la costa alemana del Mar del Norte y el punto convertidor de conexión en tierra. Con el proyecto BorWin5, el cliente quiere conseguir una conexión continua directa en el Cluster 7 del Mar del Norte. Dragados Offshore es responsable del suministro de la plataforma offshore mientras que el trabajo a realizar por Siemens incluye los equipos HVDC de la plataforma, así como el desarrollo de la subestación en tierra. Acciona se refuerza en Filipinas con la construcción de una línea de tren por 330 millones Acciona se ha adjudicado el contrato de obras de construcción de una línea ferroviaria en Filipinas, la que conectará con aeropuerto internacional de Clark, a 80 kilómetros al Norte de Manila, un proyecto de 330 millones de euros, según ha informado la compañía. El grupo que preside José Manuel Entrecanales refuerza de esta forma el negocio con que cuenta en este país, en el que está presente desde 2016. Además, potencia su actividad en la zona de Asia-Pacífico y suma un proyecto más a su destacada cartera de obras pendientes de ejecutar. Al cierre de junio, esta cartera presentaba un valor de 12.160 millones de euros, el 70% proyectos internacionales, tras lograr nuevos contratos por 2.437 millones en el semestre. A ellos se suma ahora el proyecto logrado en Filipinas, que cuenta con financiación del Banco Asiático de Desarrollo. ING supera los cuatro millones de clientes en España ING Group obtuvo un beneficio neto de 969 millones de euros en el primer semestre de 2020, lo que representa una caída del 62% en comparación con el resultado de la ‘entidad naranja’ en el mismo periodo de 2019, después de haber multiplicado casi por cinco sus provisiones para hacer frente al incremento de la morosidad por el deterioro de la economía causado por la pandemia. De este modo,

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EDPR vende su participación en 7 parques eólicos en España por 426 millones

EDP Renovables (EDPR) ha firmado un contrato de compraventa con la compañía portuguesa de energías renovables Finerge para la venta de su participación en una cartera de siete parques eólicos en España por 426 millones de euros. La capacidad instalada de estos parques, situados en Ávila y Cataluña, que están en funcionamiento y llevan operativos nueve años, es de 242 megavatios (MW), según ha informado en una

nota de prensa EDPR. Con este nuevo acuerdo, EDPR ya ha ejecutado la venta del 36 % de los 4.000 millones de euros previstos por la compañía para el período 2019-2022 en su Plan Estratégico, que actualizó el 12 de marzo de 2019, según recuerda la compañía. La transacción está sujeta a condiciones regulatorias y otras condiciones precedentes y se espera que se complete en el cuarto trimestre de 2020.

Telefónica recupera la iniciativa en la compra de la brasileña Oi

El consorcio formado por la teleco española, junto con sus rivales TIM y América Móvil, ha llegado a un acuerdo de exclusividad con Oi, para negociar la compraventa del negocio del cuarto operador brasileño de telefonía móvil. Esta situación permitiría al consorcio en conver-

tirse en el “primer licitador” y tener derecho de tanteo sobre cualquier otra oferta que se presentase. Telefónica, TIM y Claro son los tres grandes operadores de telecomunicaciones móviles de Brasil y Oi es el cuarto. El hecho de que se pongan de acuerdo para la compra de los activos de Oi se debe a que las autoridades de la competencia no permitirían a ninguno de los tres la compra en solitario, porque habría estados del país en que superarían la cuota de mercado por clientes o que acumularían demasiadas frecuencias.


BBVA se alía con Google para ofrecer cuentas digitales en EE UU La filial de BBVA en Estados Unidos ha firmado un acuerdo de colaboración con Google para ofrecer cuentas bancarias digitales a través de la herramienta Google Pay. La nueva cuenta digital está prevista para 2021, utilizará ambas marcas (Google y BBVA) y tendrá el respaldo del FDIC, el organismo que garantiza los depósitos en el mercado norteamericano. Estará disponible a través de Google Pay y se implementará sobre la actual infraestructura tecnológica de BBVA, mientras que Google aportará la interfaz de cliente. La entidad ha indicado que esta alianza “refrenda su estrategia de seguir apostando por el crecimiento orgánico en Estados

Unidos, al tiempo que profundiza su transformación y saca partido a las innovaciones. La colaboración con Google está plenamente alineada con nuestro plan estratégico y aún más en el mundo actual donde la capacidad para gestionar la vida financiera de manera digital”, ha asegurado el country manager de BBVA en Estados Unidos, Javier Rodríguez Soler.

Globalia estudia la fusión de sus hoteles con BlueBay Hotels El grupo presidido por Javier Hidalgo, propietaria de marcas como Air Europa y Halcón Viajes, ha informado que estudia la fusión de su división hotelera, Be Live Hotels, con la cadena balear BlueBay Hotels. Según ha explicado el grupo, la intención es «crear un líder en el sector con una fuerte vocación de expansión internacional». El grupo resultante gestionaría un inventario de cerca de 100 hoteles y más de 21.000 habitaciones, la mayoría en categoría 4 y 5 estrellas, distribuidos en más de 15 países. El negocio hotelero de Globalia cuenta con 10.000 habitaciones, mientras que BlueBay opera en la actualidad unos sesenta establecimientos.

Así, de llegar a producirse el acuerdo, la nueva compañía además «contaría con una sólida implantación no sólo en los principales destinos vacacionales de España, República Dominicana o México, sino también en Cuba, Portugal, Marruecos o Colombia, entre otros», añade Globalia. El proceso de fusión, según explica Globalia, está siendo acompañado por EY y PwC.

Breves las provisiones de ING Group en la primera mitad del año ascendieron a 1.998 millones de euros, frente a los 416 millones de reservados un año antes. En España la entidad no ha dado datos de beneficios, pero sí ha informado que ha alcanzado los 4,08 millones hasta junio, lo que supone un 3,1% más que un año antes, mientras que la cifra de quienes tienen domiciliada su nómina se ha elevado un 6,6%, hasta alcanzar los 2,39 millones. Su actividad de financiación en España ha ascendido hasta los 21.110 millones, un 8,3% más. Osborne compra la marca de whisky Doble V a Pernod Osborne, propietaria de marcas como Cinco Jotas, los vinos de Rioja de Bodegas Montecillo, el brandy de Jerez Carlos I o la ginebra Nordés, ha adquirido la marca de whisky español Doble V al grupo de bebidas francés Pernod Ricard. Doble V es una marca con historia que en los años noventa consiguió posicionarse como uno de los whiskies de mayor consumo de la época, llegando a ser la cuarta marca más vendida en España. A lo largo de los años, Doble V ha logrado mantener su presencia en todo el país concentrando gran parte de su volumen de negocio en su lugar de origen, Andalucía. El pasado año experimentó un crecimiento de más de un 15% en volumen, y Osborne estima que siga creciendo en los próximos años. El consejero delegado de Osborne, Fernando Terry, avanzó que el objetivo es “rejuvenecer y premiumizar” Doble V. “Incrementaremos su distribución y su atractivo para el consumidor, e impulsaremos la marca para ser un referente de la categoría de whisky español”, indicó. Indra desarrollará el radar del Eurofighter junto a una compañía alemana La multinacional tecnológica Indra ha sido seleccionada como la empresa nacional que desarrollará la evolución del radar del avión Eurofighter en consorcio con la compañía alemana Hensoldt Sensors GmbH. Según ha explicado Indra en un comunicado, el sistema resultante se convertirá en uno de los radares de barrido electrónico (AESA) más avanzados del mundo y reforzará las capacidades operativas de los aviones de combate Eurofighter alemanes y españoles. El programa tiene como objetivo “la consolidación de la soberanía nacional en la operación de esta evolución del radar”. La compañía tecnológica participará tanto en el diseño y desarrollo como en la producción, operación, explotación y sostenimiento del nuevo programa. Indra ha señalado que este contrato permitirá generar empleo de alta especialización, así como reforzar su capacidad tecnológica y su papel como suministrador clave en el ámbito de sensores aeroportados y líder del pilar tecnológico de sensores en el programa del futuro avión de combate europeo (FCAS).

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Yunit apoia empresas a enquadrar recuperação financeira

A Yunit tem vindo a apoiar diversas empresas estrangeiras a instalar-se em Portugal, através de serviços de consultoria de gestão e financeira, mas o seu principal target de atuação continuam a ser as empresas portuguesas, sobretudo de pequena e média dimensão (PME), que pretendem desenvolver projetos de investimento a vários níveis. Segundo o CEO desta consultora, o reforço da área financeira é, contudo, a grande prioridade das PME nesta fase de recuperação pós-pandemia.

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poiar o investimento das PME – a vários níveis – é uma das principais vertentes de atuação da Yunit, uma consultora que presta diversos serviços a empresas nacionais e estrangeiras. Segundo Bernardo Maciel, CEO da Yunit, este apoio pode-se ref letir na consultoria “quer a empresas estrangeiras que querem investir em Portugal, às quais prestamos um serviço chave na mão – que vai desde a obtenção do número de contribuinte até à procura da melhor localização para o seu negócio, compra de imóveis, preparação de candida14 ACT UALIDAD€

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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

turas a fundos comunitários, etc. a pandemia”. Além das empresas – mas também, no sentido inverso, espanholas, também companhias a empresas nacionais que preten- de outras nacionalidades contidem internacionalizar-se”. nuam a procurar Portugal para Para estas empresas estrangei- investir, assegura o mesmo gestor. ras que tencionam instalar-se em Quanto aos projetos de investiPortugal, “numa segunda fase, mento que as empresas nacionais damos apoio à implementação do pretendem realizar – as quais plano de negócios, que apoiamos são o grosso dos seus clientes –, a desenvolver, e assessoramos a Bernardo Maciel sublinha a apeangariação de capital, através do tência pelos mercados dos PALOP. Portugal 2020, de investidores Nestes casos, as empresas procuram a Yunit para a elaboração de institucionais ou da banca”. Segundo este responsável, “desde planos de investimento financeiro 2019, que verificamos um aumen- de âmbito internacional. Quando to das intenções de empresas se tratam de investimentos para espanholas de se instalarem em a Europa, o que as empresas prePortugal, inclusivamente durante tendem é consultoria ao nível de


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marketing e estrutura comercial, incluindo canais de vendas, etc., adianta o responsável. O apoio ao investimento empresarial representa cerca de 40% do volume de negócios desta consultora, que em 2019 ascendeu a quase dois milhões de euros. Outra vertente importante de negócio é a consultoria fiscal, que gera perto de um terço das receitas anuais da Yunit. Além destas duas, a terceira vertente abrange “todas as áreas de apoio às PME, desde o marketing, à consultoria de gestão, engenharia de inovação e tecnológica, entre outras”, conclui o responsável pela Yunit. Do Portugal 2020 a outros apoios para sair da crise A pandemia deu origem a uma “emergência financeira” para grande parte das empresas. Para muitas delas sobreviverem, terão de recorrer a linhas de financiamento e recapitalização, algumas das quais foram criadas após a pandemia. Bernardo Maciel considera que estas linhas são fundamentais para facilitar o acesso a financiamento, já que contam com o apoio do Estado, pois, de outro modo, a banca não concederia empréstimos. “O maior problema

ca Bernardo Maciel. Além do financiamento banAs linhas de financário, as empresas têm ao disciamento com garan- por ainda os fundos previstos no Portugal 2020, ou ainda o finantias do Estado são ciamento via investidores privafundamentais para dos, nomeadamente através de business angels , outras duas veras empresas tentes onde a Yunit pode também reequilibrarem os fazer a “ponte” para que as empresas alavanquem os seus projetos seus balanços, afirma de investimento. A Yunit interBernardo Maciel vém, assim, junto de um conjunto alargado de parceiros financeiros e de negócio, que podem ajudar é que as empresas têm os balanços as empresas a crescer de forma muito desequilibrados e isso não mais acelerada. Como exemplo oferece garantias à banca”, justifi- de empresas em atividade que procura m a lavancar os seus novos projetos de investimento, estão várias dos setores do calçado, metalomecânica, indústria têxtil entre outras, que recorrem a linhas de inve stimento comercializadas pela banca. Existem também startups , normalmente ligadas ao turismo e animação turística, as quais procu ra m gera lmente fundos do SETEMBRO DE 2020

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“Notamos que a retoma já se começa a sentir. Alias, nos nossos projetos, as empresas praticamente não pararam os investimentos, apenas abrandaram, para ver o que se ia passar” Portugal 2020 para lançar as suas investimentos, apenas abrandaram, “Houve, de facto, alguma pausa operações, exemplifica Bernardo para ver o que se ia passar”. “Junho nos investimentos, com maior visijá foi um mês muito interessante bilidade nos meses de março a Maciel. Sobre a desejada recuperação face de retoma”, garante ainda o ges- maio, o que teve algum impacto à atual situação económica decor- tor, sublinhando que muitas das na execução de alguns projetos rente da crise sanitária e da falta de “fragilidades de alguns setores já que acompanhamos, sobretudo confiança dos consumidores, con- vinham de trás”, ou seja, antes fazendo deslocar para o terceisidera que ”tem de se ter cuidado, da pandemia. O turismo conti- ro quadrimestre a entrega destes mas também tem de se preparar a nuará, todavia, a ser o setor mais trabalhos. Por outro lado, a panforma de sairmos disto”, conclui afetado, enquanto a indústria está demia trouxe a urgência da transBernardo Maciel. “Notamos que a a ter novas oportunidades, com a formação digital. Temos tido uma retoma já se começa a sentir. Aliás, interrupção das cadeias de abaste- procura muito interessante no nos nossos projetos, as empre- cimento de longa duração e subs- apoio à transformação de negócios, diagnosticando as organizações, sas praticamente não pararam os tituição por cadeias mais curtas. apoiando na ref lexão e reorientação estratégica e no mapeamento de processos onde a digitalização dos negócios assenta”. A equipa da Yunit, que conta com 40 pessoas, continua em teletrabalho, assegurando, sem interrupção, todas as áreas de apoio às empresas clientes. A consultora portuguesa foi constituída há quase 20 anos e conta com escritórios em Lisboa e Porto.  16 ACT UALIDAD€

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Movimentação de carga recua nos portos portugueses

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O impacto da pandemia sentiu-se em todos os portos de mercadorias portugueses, sobretudo no segundo trimestre deste ano. Entre janeiro e maio, a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes contabilizou uma descida de -9,3% nos portos de Portugal Continental. A recuperação deverá acontecer em paralelo com investimentos para melhorar a competitividade destas infraestruturas Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

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Autoridade da Mobilidade e dos Transportes ( A M T ) avança que “entre janeiro e maio de 2020, os portos do continente movimentaram um total de 34,2 milhões de toneladas de carga”, o que traduz “uma diminuição de -9,3% face ao volume global de carga registado nos primeiros cinco meses de 2019”. Maio foi mesmo o mês com a maior quebra homóloga: -29% face a maio de 2019. De acordo com as contas da AMT, houve um decréscimo de -3,49 milhões de toneladas de carga. Os portos de Sines e de Lisboa lideraram a “derrocada”, com quebras de -9,7% e -23,2%, respetivamente, a que corresponde um total de -2,9 milhões de toneladas. Seguemse os portos de Leixões, Setúbal e Aveiro, com quebras de -5%, -6,4% e -4,4%, respetivamente. “Só os portos de menor dimensão, a saber, Figueira da Foz, Faro e Viana do Castelo registaram comportamentos positivos de, respetivamente, +12,1%, +27,1% e +1,6%”, indica a AMT, em comunicado. “Os portos e as cargas foram claramente penalizados pela crise pandémica que se atravessa e que originou a suspensão e/ ou abrandamento da atividade da indústria nacional”, sustenta a AMT. A diminuição de

movimentação global atingiu sobretudo as operações do petróleo bruto e dos produtos petrolíferos em Leixões e Sines: “Neste período, verificou-se uma acentuada diminuição da compra de combustíveis nos mercados nacional e internacional, tendo conduzido a um quase esgotamento da capacidade de armazenagem das refinarias de Matosinhos e de Sines, o que levou à suspensão temporária da sua atividade. Os produtos petrolíferos, que têm elevado relevo nas exportações nacionais, registaram em abril e maio, nos portos de Leixões e Sines, uma diminuição de -938,9 mt, correspondente a -28,1% do volume movimentado no período homólogo de 2019.” A chamada carga Ro-Ro (roll on / roll off, ou seja, a carga que entra no navio a rolar) também registou um decréscimo, devido à suspensão da produção da indústria automóvel, desde meados de março até finais de abril, sobretudo na Autoeuropa e na PSA Mangualde, observa a AMT: “Esta situação determinou uma significativa retração na exportação de unidades automóveis e consequentemente do respetivo movimento portuário em Setúbal e em Leixões, embora neste último com menos impacto.” A paragem das centrais termoelétricas nacionais também contribuiu para um menor


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movimento de carvão. Só o Porto de Sines deixou de movimentar quase dois milhões de toneladas de carvão, em comparação com o semestre homólogo anterior. A AMT indica que nos cinco primeiros meses do ano, Sines registou quebras de -1,54 milhões de toneladas no que concerne ao carvão. A AMT assinala que o porto de Sines “regista uma diminuição global de -9,7% no período janeiro-maio de 2020, passando a deter uma quota de 49,3% do total (-0,3 pontos percen- cionada e dos outros granéis líquidos tuais face ao período homólogo de com acréscimos respetivos de +5,2%, 2019), seguindo-se Leixões com 23%, +3,4% e +0,7%, sendo que o valor Lisboa com 10,5%, Setúbal com atingido neste último é o mais elevado 7,9%, Aveiro com 6,2%, Figueira da de sempre nos períodos homólogos” Foz com 2,4%, Viana do Castelo com e desce “nos mercados dos produtos 0,5% e Faro com 0,1%”. petrolíferos (-40,7% ou -110,9 mt) e Destaque para as variações positi- dos produtos agrícolas (-10,7% ou vas em Sines no mercado do petró- -40,7 mt)”. leo bruto (+10,2%) e no residual de A Administração dos Portos de carga Ro-Ro (que representa 0,1% Sines e do Algarve (APS) comenta do volume movimentado e aumenta em comunicado que esta infraestru+3,7%). O porto de Leixões “regista tura “resistiu à tendência de quebras variações positivas no mercado da acentuadas na movimentação de concarga contentorizada (+4,7%), que tentores a nível global, registando atinge a melhor marca de sempre nos uma diminuição acumulada de 2% períodos homólogos, bem como no nos primeiros seis meses deste ano. da carga fracionada (+0,9%) e dos Se o primeiro trimestre foi até basminérios (+16,3%), com as maiores tante positivo, o segundo foi afetado penalizações a surgirem nos produtos pelo impacto da pandemia na ecopetrolíferos (-23,1%) e nos outros nomia mundial. Recorde-se que o granéis sólidos (-16,5%)”. O porto de Terminal XXI do Porto de Sines está Lisboa apenas sobe nos produtos agrí- inserido nas cadeias logísticas globais, colas (+5,7%), sendo mais fortemente absorvendo parte das oscilações deste penalizado na carga contentorizada mercado a nível internacional”. As (-41,3%) e nos outros granéis sólidos perspetivas para o segundo semestre (-30,5%), com os restantes mercados “passam pela manutenção dos volumes a perderem no seu conjunto -149,3 do ano anterior no segmento da carga mt. O Porto de Setúbal melhora geral, nomeadamente no que respeita “nos mercados de carga contentorizada à carga contentorizada, e da contínua (+5,9%), minérios (+7,8%), produtos redução de movimentação de comagrícolas (+11,3 mt, sem movimen- bustíveis fósseis, contribuindo para to em 2019) e produtos petrolíferos um planeta mais sustentável”. (+8,5%)”. Aveiro cresce “nos mercados A APS salienta ainda que “o primeide outros granéis sólidos, da carga fra- ro semestre de 2020 veio confirmar

a tendência para a redução da movimentação de combustíveis fósseis no Porto de Sines, alinhando-se aos desafios colocados no “Pacto Ecológico Europeu”. Enquanto principal porta nacional de entrada de produtos energéticos no país, o impacto da necessária descarbonização da economia é um processo consciente e cujos efeitos estão a ser minimizados através da promoção da atração de outros tipos de cargas”. O porto de Sines continua em processo de expansão: “A PSA Sines, concessionária do Terminal de Contentores do Porto de Sines (Terminal XXI), lançou o concurso para a expansão desta infraestrutura portuária. A fase da ampliação compreende a construção de mais 204 metros de cais por forma a dotar o terminal de um cais corrido com 1.150 metros até ao final de 2021, representando um investimento de 16,5 milhões de euros. Esta é a primeira fase de expansão após processo de renegociação da concessão do Terminal XXI que, na sua configuração final, apresentará um cais com 1.750 metros a serem construídos de forma faseada.” Recorde-se que “o Terminal XXI está inserido nas principais rotas marítimas internacionais nas quais estão alocados os maiores navios de contentores do mundo em operação, sendo que este SETEMBRO DE 2020

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investimento vem reforçar a capacidade do terminal em receber vários navios megacarriers em simultâneo e assim aumentar a sua oferta operacional”. Em outubro de 2019, a APS e a PSA Sines celebraram “um aditamento ao contrato de concessão que permite a realização de novos investimentos referentes à expansão do cais e redimensionamento e modernização do terminal, projetando o aumento da capacidade de movimentação anual de 2,3 para 4,1 milhões de TEU contentores de 20 pés”. Em fevereiro deste ano “a APS consignou a Empreitada da 3.ª Fase de Ampliação do Molhe Leste do Porto de Sines, num montante de cerca de 72 milhões de euros, compreendendo a extensão do molhe em 750 metros, que permitirá reforçar a proteção da zona leste do Porto de Sines onde se localiza o Terminal XXI”. A obra integra um projeto aprovado pelo Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (Compete 2020) e beneficiará de financiamento comunitário, através do Fundo de Coesão, em cerca de 25 milhões de euros. A Administração dos Portos do 20 ACT UALIDAD€

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Douro, Leixões e Viana do Castelo também anunciou um investimento público de 700 milhões de euros para os próximos dez anos nestas duas infraestruturas portuárias e também no rio Douro. Nuno Araújo, novo presidente do conselho de administração da APDL, revelou ao jornal “Expresso” que na mira estão o novo terminal de cruzeiros no Douro, uma obra com um orçamento de 100 milhões de euros; a reconversão de eclusas e o alargamento do canal de navegação nos troços Cotas-Valeira e Saião-Pocinho; a extensão do quebra-mar do Porto de Leixões em 300 metros, orçada em 47 milhões de euros; e a dragagem do canal de acesso aos estaleiros do Porto de Viana do Castelo, obra que terá um investimento público de 18 milhões de euros. No caso de Leixões, a APDL quer aumentar a capacidade de receber os navios porta-contentores, dos atuais “40% da frota mundial” para os 70%. A APDL quer também instalar uma fábrica da empresa tecnológica CorPower Ocean para produção, montagem, manutenção e reparação de conversores de energia das ondas no porto de Viana do

Castelo. De acordo com comunicado da APDL divulgado pela agência Lusa, a criação deste centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Viana do Castelo custará 16 milhões de euros. “A tecnologia desenvolvida pela CorPower diferencia-se das demais por obter cinco vezes mais energia por tonelada de dispositivo e por possuir um modo de sobrevivência único, que oferece robustez nas mais exigentes condições marítimas, entre outras inovações que se afiguram disruptivas face à tecnologia existente”, informou a administração portuária à Agência Lusa. De assinalar ainda que no primeiro semestre de 2020, “o Porto de Leixões bateu um recorde nunca antes alcançado nas exportações ao movimentar 2,7 milhões de toneladas de mercadoria para o exterior, o que representa um crescimento de 4,2% face ao período homólogo”. Produtos refinados, ferro e aço, papel e cartão, e pedra foram os tipos de carga mais exportada, informa a APDL, acrescentando que em contentores, foi movimentada mais de 3,5 milhões toneladas de mercadoria, o que representa um crescimento acumulado de 3,4% em comparação com o período homólogo do ano anterior. “Ficámos muito satisfeitos por percebermos que, apesar da conjuntura atual, inevitavelmente marcada pela paralisação gerada pela Covid-19 e pelo consequente abrandamento da indústria e comércio mundial, a economia regional continuou a servir-se da nossa infraestrutura portuária para manter o dinamismo possível”, refere a APDL. 


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Internacionalizar como solução de crescimento, numa altura em que a economia dá “sinais de dinamismo” O Banco Sabadell Portugal e a Logoplaste organizaram, no passado dia 21 de julho, um webinar para “ajudar as empresas portuguesas no seu processo de internacionalização”. Santiago Tiana, diretor-geral do banco Sabadell em Portugal, Manuel Fernandes, trader do banco, e Filipe de Botton, CEO da Logoplaste, falaram dos riscos de internacionalização e deixaram alguns conselhos sobre como se deve preparar uma empresa antes de abordar um novo mercado e que cuidados deve ter em conta para rentabilizar investimentos noutros países.

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Texto Susana Marques smarquese.org Fotos DR

pandemia ainda não terminou, mas a economia já começou a dar sinais de dinamismo e as empresas irão fazer um esforço enorme para enfrentar os mais diversos desafios que se avizinham, entre outros, conciliar o equilíbrio entre a reabrir a economia e dar segurança às pessoas”, começou por sublinhar Santiago Tiana, diretor-geral do banco Sabadell em Portugal, no arranque do webinar sobre “Internacionalizar como solução de crescimento”, no passado dia 21 de julho. O gestor observa que o confinamento evidenciou a importância do comércio de proximidade e da cadeia de produção que assegura esse comér-

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cio. “Verdade que se verificou uma crise de aprovisionamento e posteriormente de consumo e a maioria dos setores sofreram quedas significativas das vendas. Também é previsível que nos próximos tempos não consigam chegar aos volumes atingidos antes da pandemia. Acresce que o risco de novos picos pandémicos ameaçam as vendas de vários negócios”, frisa o gestor, sustentando que perante “uma boa estratégia empresarial para minimizar os riscos passa por manter e reforçar a presença nos mercados de proximidade, mas também externos”. Santiago Tiana defende que “a abertura ao mercado externo é uma maneira de minimizar os riscos de concentração e aumentar o tamanho

do mercado-alvo”. Fazê-lo com segurança “requer conhecimento especializado para adaptar o melhor tipo de transação a cada operação”. Na mesma linha, Manuel Fernandes, gestor de Trade & Working Capital do Sabadell Portugal, deixa algumas recomendações às empresas interessadas em alargar a sua geografia de negócios: “Analisar bem os números da empresa e o mercado que se quer abordar, a respetiva cultura empresarial desse mercado. Tratar de definir uma estratégia para definir quais os mercados que interessam à empresa. Perceber se o produto que querem vender representa uma mais-valia ou não nesse mercado. Estabelecer parcerias com empresas locais, que conhe-


actualidad atualidade

çam bem a burocracia e as leis desse mercado. Um banco pode ser um bom parceiro a esse nível, que pode alertar para a volatilidade do mercado, ajudar nas questões legais, conhecer os requisitos necessários para entrar nesse mercado. Conhecer quais os riscos de internacionalizar (riscos cambiais, riscos políticos, riscos de pagamento, etc) e como os mitigar.” Entre as soluções de trade finance, Manuel Fernandes destaca as garantias bancárias e os créditos documentários, que garantem o pagamento e a execução do contrato por parte do importador, ainda que não garantam a 100%. O gestor falou também das diferentes soluções de working capital (financiamento, de empréstimo e de adiantamento) que podem ajudar a capitalizar a empresa, de modo a fazer face ao desafio de internacionalização. A Logoplaste é um dos casos de internacionalização de uma empresa portuguesa para Espanha, porém, Filipe de Botton, presidente desta companhia de embalagens, ressalva que o processo não foi fácil. “O mercado espanhol é muito difícil, é regionalista e nacionalista e é um mercado que se defende e bem do que vem do exterior. As margens são extremamente apertadas. Eu diria que hoje talvez a Logoplaste seja o que é porque aprendeu muito com a experiência espanhola. Aprendemos mais com os nossos insucessos do que com os sucessos. Espanha é um país que nos obriga a ser melhores que nós próprios e isso nem sempre é fácil.” Filipe de Botton lembra que a internacionalização da Logoplaste, em 1992, aconteceu um pouco como reação ao investimento espanhol em Portugal, nomeadamente a compra de empresas, admitindo que partiram para Espanha também para mostrar que o investimento poderia acontecer no sentido inverso. O gestor alerta que fundamental é perceber que “cada país tem as suas idiossincrasias” e que é preciso “respeitar a cultura do país no qual

se quer investir e tirar partido das nossas vantagens competitivas”. O CEO da Logoplaste considera que “a maioria das empresas portuguesas tem enormes vantagens, mas é preciso fazer esse exercício, perceber o que nos diferencia, entender a quem é que vendemos, estudar muito bem o mercado e a nossa empresa.” Da mesma forma importa questionar procedimentos, constantemente: “Se eu me quero afirmar, tenho que estar constantemente a apostar na inovação e no conhecimento. Cada vez mais uma empresa não é o que faz, mas é sobretudo o que sabe fazer. O principal valor é comunicar, é transmitir, partilhar. Devemos escutar os que estão mais abaixo na organização, são essas as pessoas que melhor conhecem a empresa. Ninguém melhor do que quem esta no fim da linha para conhecer a empresa. Temos que ter a coragem de contratar pessoas que sejam melhor do que nós.” Quando gere uma empresa, o gestor deve pensar que o mercado é o mundo e “entender qual o mercado nesse mundo que mais nos interessa”, advoga Filipe de Botton. Há mercados, onde a flutuação da moeda é tão grande que se torna difícil rentabilizar o investimento, alerta o gestor. Num mercado em que “toda a gente tem que ter o preço mais baixo e a melhor qualidade”, é preciso “criar constantemente o ‘uau fator’, o fator surpresa, apresentar soluções que ao cliente que

lhe faz manter o brilho nos olhos, que nos permite fazer a diferença.” A Logoplaste está em 16 países, trabalha com 16 fusos horários, e é a prova de que as empresas portuguesas têm capacidade exportadora. “Os portugueses são extraordinários profissionais e têm capacidade de olhar para um problema e apresentar diferentes formas de o abordar e solucionar”. O gestor assinala o crescente peso que as exportações têm na economia portuguesa (dos 30% face ao PIB nos anos 80 para os 44% do PIB, atualmente), ainda que uma parte desse crescimento se deva ao turismo. “Ainda estamos muito aquém do que deveria ser o peso das exportações no PIB para uma pequena economia como a nossa e com um quinto das suas vendas dependentes do turismo”, observa o gestor, que considera que é tempo de a indústria assumir maior protagonismo nas exportações portuguesas. “Rapidamente se pode ultrapassar os 40%, se pensarmos que temos em Portugal dez milhões de habitantes e cerca de um milhão e duzentas mil empresas. Das quais sete mil são empresas velhas e dessas 500 são responsáveis por dois terços das exportações. Se encontrarmos outras 500 com a mesma capacidade de exportação, não é tão difícil assim aumentar as exportações para cerca de 80% do PIB. Se isto fosse um jogo do Monopólio, eu comprava ações de Portugal”, diz.  SETEMBRO DE 2020

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Bestravel junta-se a campanha “Madeira: Portugal Tropical” O destino Madeira está a ser promovido sob a campanha “Se não fosse tão perto iria achar que é muito longe”. Este é o mote da campanha “Madeira: Portugal Tropical”, lançada pela Associação de Promoção da Madeira (APM), à qual Bestravel se juntou há cerca de duas semanas. Trata-se de uma campanha personalizada à realidade da rede e que visa incentivar a que os portugueses redescubram as suas ilhas, e vivam o que é nosso. Esta ação possui também uma forte componente relacional e emocional, que marca a presença da Bestravel num momento histórico da vida dos seus clientes: o regresso à normalidade e às viagens, após o covid-19. A campanha teve o seu kick-off no passado dia 10 de julho, numa viagem de 10 especialistas Bestravel à Madeira numa famtrip, com o objetivo de dar

a conhecer aos seus clientes da rede de agências de viagem, não só a beleza arrebatadora desta ilha, mas sobretudo como esta se reinventou e reorganizou para permitir aos seus visitantes uma estadia segura e despreocupada. Esta campanha contará com uma ação de marketing de proximidade em 30 pontos da rede, onde promotores equipados a rigor, divulgarão informação respeitante ao destino e à sua nova normalidade. Esta divulgação será feita através de um QR Code, evitando assim que haja material físico a passar de mão em mão e garantindo o distanciamento social e normas de higiene. Contará também com uma parceria com um dos principais meios de comunicação digital do país, com artigos noticiosos e um passatempo. Adicionalmente, a campanha será tam-

bém complementada com comunicação nos pontos de venda e plataformas digitais da Bestravel – landing page, newsletter, Facebook e Instagram. Carlos Baptista, administrador da Bestravel, refere que “a Madeira e o Porto Santo são, sem dúvida, destinos de eleição dos portugueses o que traz ainda mais importância a esta campanha, que se traduz num esforço conjunto com a APM, para reativar este destino e transmitir confiança aos portugueses”. 

Uma cozinha mais intuitiva com a nova placa de indução da Whirlpool N a correria da vida moderna, não há nada melhor do que ter as necessidades antecipadas e satisfeitas. Com a nova placa de indução da Whirlpool, é possível desfrutar da sensação de deslizar pela vida cada vez que cozinha, graças à tecnologia 6º Sentido, que faz com que cozinhar refeições perfeitas se torne mais fácil. A nova placa de indução da Whirlpool tem quatro funções predefinidas, a função Manter Quente, Ferver, Derreter e Ferver em Lume Brando, que mantêm automaticamente a temperatura certa para obter o resultado ideal. A versátil área de cozedura permite mover os tachos e frigideiras livremente na superfície e utilizar

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utensílios de cozinha de qualquer tamanho, enquanto os brilhantes controlos intuitivos eliminam o stresse e o trabalho de cozinhar. Graças à tecnologia 6º Sentido da Whirlpool, a nova placa de indução é capaz de definir a temperatura ideal para cozinhados com resultados perfeitos. Esta tecnologia oferece quatro funções especiais

predefinidas: manter quente, ferver, derreter e ferver em lume brando. Apenas é necessário selecionar o método de cozedura que pretende e a placa define automaticamente o nível de potência ideal. Mover tachos e frigideiras livremente, usar zonas de cozedura separadamente ou interligá-las: a nova placa de indução Whirlpool garante uma total liberdade na cozinha. Está disponível com um conjunto de funcionalidades que o ajudam a tirar o maior partido da sua superfície versátil, gerir intuitivamente as zonas de cozedura e configurar o espaço ideal para cozinhar, independentemente do tamanho do seu tacho ou frigideira. 


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Eco-inovação: “marisco” vegan, bebida de tremoço e pastéis de bacalhau sem batata E stão encontrados os 10 finalistas do prémio “Ecotrophelia Portugal 2020”, iniciativa que promove a eco-inovação, o empreendedorismo e a competitividade no setor agroalimentar, desafiando estudantes do ensino superior a desenvolverem produtos alimentares únicos e que vão ao encontro das necessidades do mercado. A quarta edição da iniciativa, que é organizada pela PortugalFoods, associação que representa o agroalimentar português, teve 16 produtos a concurso, envolvendo 63 alunos de 14 instituições do ensino superior. A lista de finalistas engloba produtos das mais diversas categorias, como bebidas,

sobremesas e refeições preparadas, entre outras. Na disputa ao prémio está a FermentiVe, uma conserva de tomate verde e outros vegetais fermentados, o Healthy Pleasure, snack saudável de húmus de polpa de vegetal e chips de casca de vegetais, o MEGAsnacks, snack on-the-go, ideal para o lanche das crianças, o OrangeBee, preparado fermentado de aquafaba com uma camada de geleia de laranja, e a Sólupis, granola de tremoço com mel e morangos liofilizados. Também o tradicional pastel de bacalhau marca presença, mas reinventado, substituindo a batata pela couve-flor, no projeto Rice ‘n’ Nice.

Esta edição conta ainda com a participação de produtos 100% vegans, tendência que tem vindo a marcar o setor: Gelalga, sobremesa de gelado com base de bebida de amêndoas e nata vegetal e com chips de alga marinha wakame, Veganisco, produto pré-cozinhado congelado alternativo ao marisco tradicional, Veggiedica, bebida vegetal de tremoço com aromas naturais de limão e canela, e VeggieMix, pré-preparado de farinhas alternativa e de hortícolas, completam a lista de finalistas. O anúncio do grande vencedor nacional será feito em setembro, numa cerimónia na Casa do Vinho Verde, no Porto. 

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Iberia aporta soluciones innovadoras y sostenibles a la limpieza y desinfección de aeronaves

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beria aporta una serie de soluciones innovadoras y sostenibles a la limpieza y de sus aeronaves y equipos para garantizar la máxima higiene a bordo y prevenir las infecciones por Covid-19. En el desinfección de su flota de corta y media distancia entre las 13h00 y las 17h00 todos los días en Madrid, el proveedor de

servicios de Iberia Multiservicios Aeroportuarios (MASA) ha desplegado nuevas pistolas electrostáticas que disparan un polvo fino que mata al virus covid-19 en contacto, haciendo que el desinfectante sea más rápido y uniforme, al tiempo que llega a las partes más inaccesibles de apoyabrazos, reposacabezas, bandejas

plegables, pliegues de asientos, compartimentos de equipaje de mano, aseos, etc. Para la limpieza profunda diaria de los aviones Iberia, la startup española AirlineLoop diseñó un sistema de desinfección de cabina de aeronaves fácil de usar, fiable y energéticamente eficiente. Todas las superficies expuestas se pulverizan con un líquido desinfectante que se seca casi al instante. Airline Loop, Standard Loop y Portable Loop son los tres tipos de equipos de la empresa que pueden garantizar la desinfección de las áreas más difíciles de alcanzar de inodoros, galeras, etc. El pequeño diámetro– 100 micrometros– las aberturas de las boquillas emiten gotas tan pequeñas que inundan todos los rincones donde los patógenos podrían estar ocultos. 

El Pozo Alimentación da el salto a los eSports con su gama King E l Pozo Alimentación, a través de su gama King, ha dado el salto a una nueva experiencia en el marketing digital y se une a Mad Lions, uno de los equipos españoles de referencia en el territorio eSports, para lanzar el reto ‘El King de la grieta’. Esta alianza supone la entrada de la marca por primera vez en la industria de los eSports y se asocia a los valores que desde 2017 lleva transmitiendo el equipo español, según informaron fuentes de la empresa en un comunicado. Con este acuerdo, El Pozo King entra en esta comunidad virtual de una manera relevante, de la mano de uno de los mejores equipos

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tanto a escala nacional como internacional. La acción, que tuvo lugar durante los meses de julio y agosto, consistió en una serie de retos a superar durante la League of Legends E u r o p e a n Championship (LEC). Durante los partidos de la liga, y a lo largo de ocho retos, los concursantes tuvieron que tratar de adivinar una serie de cuestiones rela-

cionadas con cada partido realizando una predicción en valor numérico. El ganador de cada reto conseguió una camiseta oficial del equipo. 


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fazer bem Hacer bien

BPI e Fundação La Caixa atribuem 750 mil euros a crianças e jovens em situação de vulnerabilidade O BPI e a Fundação La Caixa anunciaram os nomes dos projetos vencedores da segunda edição do “Prémio BPI La Caixa Infância. Ao todo, serão atribuídos 750 mil euros, para apoiar 31 projetos que fomentam o desenvolvimento integral e a saúde de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, bem como o reforço de competências parentais. Os projetos agora distinguidos revelam várias respostas sociais, ainda mais prementes dado o agravamento do contexto social provocado pela crise pandémica, onde se incluem: promoção do sucesso escolar, desenvolvimento de competências comportamentais e digitais, atividades extracurriculares, capacitação parental e de todo o agregado familiar, terapias de desenvolvimento precoce e incentivo à leitura, entre outros.

O presidente do júri, António Barreto, enalteceu “o trabalho das instituições premiadas, desenvolvido em condições ainda mais difíceis devido aos diferentes condicionalismos provocados pela crise da pandemia”. No total, nesta segunda edição, as 146 candidaturas foram avaliadas tendo em conta os critérios de qualidade, sustentabilidade e relevância dos projetos. Foram distinguidos os projetos de instituições como a Academia dos Champs, a Ajuda de Mãe-Associação de Solidariedade Social, a Associação do Centro Social de Escapães, a Casa do Povo do Concelho de Óbidos, a Cruz Vermelha Portuguesa Delegação de Arcos de Valdevez, entre outras. Estes prémios inserem-se na política de responsabilidade social do

BPI e são financiados pela Fundação La Caixa, entidade que desde 2018 impulsiona, também em Portugal, iniciativas de caráter social, científico e cultural. No total, são cinco os Prémios BPI La Caixa no valor de 3,75 milhões de euros, atribuídos anualmente, a fim de apoiar projetos de instituições privadas sem fins lucrativos. Em dez anos, em 24 edições concluídas, estes prémios entregaram cerca de 16 milhões de euros, para a implementação de 539 projetos de inclusão social em Portugal. Os projetos apoiados já ajudaram mais de 130 mil portugueses. Em 2019, e no conjunto das áreas de ciência, educação, cultura e solidariedade social, o BPI e a Fundação La Caixa contribuíram com apoios de um total de mais de 20 milhões de euros. 

Fábrica da Coca-Cola em Azeitão recebe Prémio de Sustentabilidade Internacional A

Coca-Cola European Partners em Portugal acaba de receber o prémio “2020 Energy Management Insight Award”, sendo a primeira empresa portuguesa a ser distinguida com este galardão. Este prémio internacional é promovido pelo Clean Energy Ministerial, fórum mundial que engloba os ministros do ambiente e líderes governamentais de 26 países, reconhecendo as organizações pelos benefícios alcançados com a implementação sistemas de gestão de energia certificados pela ISO 50001. “É com grande orgulho que recebemos este prémio que 28 ACT UALIDAD€

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vem reconhecer o esforço que temos realizado na Coca-Cola European Partners, no âmbito do nosso programa de sustentabilidade ‘Avançamos’”, refere Pedro Vinhas, VP Supply Chain & Customer Service Iberia. Esta distinção, confirma o responsável, “demonstra que estamos no caminho certo, já que fomos a primeira empresa da indústria alimentar em Portugal a obter a certificação de gestão de energia, segundo a ISO 50001, em 2013, e somos agora os primeiros a obter o Insight Award”. Entre 2016 e 2019, a melhoria do sistema de gestão de energia permitiu à Coca-Cola European

Partners em Portugal uma melhoria da eficiência em 30% com a consequente redução de emissão de CO2 em 13.909 toneladas e uma poupança de 2.534 milhões de euros. Desde 2018 que toda a energia elétrica utilizada na fábrica de Azeitão provém de fontes renováveis. A empresa estabeleceu também os requisitos de eficiência para todos os equipamentos e procedeu à instalação de dispositivos inteligentes para optimizar a eficiência energética. A CCEP Portugal foi ainda finalista do “Green Project Awards 2017” na categoria de gestão eficiente de recursos. 


Hacer bien

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fazer bem Hacer bien

Fundação Cepsa apoia Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a fome A Fundação Cepsa reforça a sua luta contra a Covid-19 ao apoiar a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome com uma doação no valor de cinco mil euros. A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome coordena a ação dos bancos alimentares em atividade, representando os mesmos junto dos poderes públicos, das empresas de âmbito nacional e de organizações internacionais. Além disso, efetua também, a nível nacional, a repartição de algumas dádivas, constituindo uma alargada cadeia de solidariedade. Os ban-

cos alimentares distribuem refeições confecionadas e cabazes de alimentos a pessoas carenciadas, abrangendo no total mais de 390 mil pessoas. Esta doação está integrada no plano de ações que a Fundação Cepsa lançou no início da pandemia, que já contou com o donativo de 10 mil euros à Comunidade Vida e Paz e à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Leixões. A Fundação Cepsa tem vindo a colaborar com as várias entidades de forma a contribuir para a mitigação dos efeitos provocados pela Covid19, sobretudo entre os grupos mais vulneráveis.

Desde o início da crise, a Cepsa implementou um Plano de Contingência em linha com as recomendações que as diversas autoridades determinaram, o que permitiu manter a sua atividade em funcionamento e garantir a segurança e saúde dos seus Clientes, Fornecedores, Colaboradores e da Sociedade em geral. Consciente do papel que a indústria energética e química tem, a Cepsa tem mantido uma estreita colaboração para garantir o fornecimento energético, assim como implementou todas as medidas propostas para reduzir a propagação do vírus. 

SEAT reduz a pegada ambiental da sua produção em 43% desde 2010

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SEAT está empenhada em cuidar do ambiente e em 2019 continuou a trabalhar ativamente na redução progressiva do impacto ambiental da sua atividade. O fabricante de automóveis conseguiu reduzir os seus cinco principais indicadores ambientais em 43%, que incluem o consumo de energia e água, a produção de resí-

duos, os compostos orgânicos voláteis e o CO2 da produção. Desta forma, a empresa está a dar um passo importante para alcançar os objetivos estabelecidos para 2025, nos quais pretende reduzir a sua pegada ambiental derivada da produção em 50% em relação a 2010. Em particular, desde que a SEAT iniciou a sua ofensiva ambiental há uma década, a empresa reduziu o seu consumo de energia e água em 26% e 32%, respetivamente, melhorou a gestão de resíduos em 58% e reduziu as emissões de compostos orgânicos voláteis em 23%. Além disso, reduziu em 65% a

emissão de CO2 da produção para a atmosfera. Em 2019, a empresa investiu 27 milhões em iniciativas ambientais. Christian Vollmer, vice-presidente de produção e logística do construtor automóvel espanhol, afirmou que “a SEAT tem um claro compromisso com o ambiente. É por isso que há anos que trabalhamos com o objetivo de minimizar ao máximo o impacto ambiental relacionado com a nossa atividade. Desde 2010, conseguimos reduzir a nossa pegada em 43% e reduzir as emissões de CO2 relacionadas com a produção em 65%. O nosso objetivo é continuar a melhorar dia após dia e assim poder contribuir para a proteção do planeta”. Durante 2019, a empresa concentrou-se em promover medidas para produzir menos resíduos e tratar de forma mais eficiente todos os resíduos gerados. 

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Associações fazem balanço do semestre e lançam alertas sobre emprego e atividade Várias associações setoriais fazem o resumo do impacto que a atual crise está a ter no negóio dos seus associados e como é que as empresas estão a reagir para recuperar prejuízos ou, eventualmente, em alguns casos, para continuar a crescer positivamente, pois nem todas as atividades económicas foram afetadas da mesma maneira. Do comércio automóvel à produção de mobiliário, as respostas dos representantes setoriais deixam antever alguma expetativa de melhoria para os próximos meses, o que poderá não ser, todavia, suficiente para salvar o ano.

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Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org

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or forma a conhecer o impacto como a adaptação tecnológica e digital das que a atual crise sanitária e de empresas, entre outras reformas, devem consumo está a ter nas várias prosseguir como definido– nacional e áreas de atividade económica, internacionalmente –, antes desta crise. Mais otimista, João Rui Ferreira, preforam contactadas algumas das mais representativas associações e sidente da Apcor-Associação Portuguesa confederações empresariais do país, das da Cortiça, refere que as empresas deste quais seis deram as suas perspetivas setor não suspenderam a sua atividade, sobre este tema. Revelando um balanço durante o chamado confinamento, e global fortemente negativo para a maio- que a quebra nas exportações não foi ria dos setores, com elevadas quebras além dos 3,5%. Para o presidente da Associação de receitas, os responsáveis associativos contactados fizeram ainda questão de Portuguesa das Indústrias de Mobiliário manifestar os seus receios sobre a evo- e Afins (APIMA), Joaquim Carneiro, lução do mercado de trabalho quando depois das quedas registadas pelo setor os mecanismos de proteção do emprego nos primeiros cinco meses do ano, e "apesar do cenário de incerteza, as criados pelo Estado terminarem. O presidente da Confederação empresas demonstram esperança e conEmpresarial de Portugal (CIP), António fiança numa recuperação económica já Saraiva, salienta que "o primeiro semestre no ano de 2021". O responsável sublide 2020 foi, para a atividade empresarial, nha ainda o esforço que está a ser feito o pior de que temos memória". No entan- para apoiar as empresas deste cluster a to, adverte, os desafios ambientais, assim nível digital.

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No setor da construção, que terá sido um dos que menos suspendeu a atividade, fala-se todavia, também de um forte impacto negativo, nomeadamente pelas limitações à circulação de trabalhadores. Manuel Reis Campos e Ricardo Pedrosa Gomes, presidentes respetivamente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) e da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS), apontam vários cenários possíveis para o setor, esperando crescimentos muito tímidos e apenas para alguns segmentos. Num dos pólos mais afetados, tem estado a indústria e o comércio automóveis, que continuam a enfrentar fortes dificuldades, nomeadamente devido à interligação deste último ao setor do turismo, como enquadra Hélder Pedro, secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (Acap). 


gran tema grande tema

CIP Qual o balanço da atividade empresarial no primeiro semestre? O ano de 2020 começou com perspetivas não muito animadoras para a atividade empresarial, sob incertezas relacionadas com as tensões comerciais e com o Brexit, e com a economia europeia a entrar num período prolongado de crescimento reduzido. Subitamente, sob o impacto da pandemia, a tendência de abrandamento que então nos preocupava transformou-se uma queda brusca da atividade económica, com uma intensidade inédita. Não temos ainda os resultados do terceiro trimestre, mas os indicadores mensais disponíveis mostram descidas históricas nos indicadores de confiança e uma queda abrupta na atividade da generalidade dos setores produtivos, induzidas pela forte redução da procura, particularmente intensa nos serviços, na indústria e no comércio a retalho (com quedas homólogas de 38%, 33,3% e 22,2% nos respetivos índices do volume de negócios, em abril). O setor do turismo interrompeu quase totalmente a sua atividade. A informação disponível relativamente aos últimos meses continua a revelar uma contração profunda da atividade económica, permanecendo em níveis historicamente baixos, apesar das ligeiras melhorias relativamente ao "pico" registado em abril. Em suma, o primeiro semestre de 2020 foi, para a atividade empresarial, o pior de que temos memória.

Quais as previsões para os próximos meses – em termos do mercado interno e internacional? A evolução da atividade económica nos próximos meses permanece muito incerta, dependendo de muitos fatores, como a própria evolução da pandemia, a capacidade das empre-

de reabriu. No entanto, o volume de negócios das empresas, na generalidade dos setores (uns mais afetados do que outros, é certo), permanece em níveis historicamente baixos, apesar das referidas melhorias relativamente a abril. As projeções que têm sido divulgadas apontam para uma recuperação gradual, mais lenta do que desejaríamos, que só em 2022 será passível de reconduzir a atividade e o emprego a níveis próximos dos observados em 2019. sas sobreviverem após o colapso na sua atividade, as repercussões de toda esta situação no mercado do trabalho, que ainda não se fizeram sentir plenamente, as medidas de apoio que forem tomadas, ao nível nacional e europeu, e a rapidez com que chegarem ao terreno. Sabemos, por exemplo, que mais de três quartos das empresas teriam despedido sem o recurso ao mecanismo de lay-off simplificado. Com a descontinuação desta medida, e a sua substituição por um quadro mais limitado de apoios para evitar a necessidade de despedimentos, temo que o desemprego dispare de forma intensa.

Quando esperam uma estabilização da atividade empresarial em Portugal, ou, pelo menos, alguns sinais de retoma? Quando a atividade empresarial atingiu um nível tão baixo, não podemos falar de estabilização como algo positivo ou que nos traga alguma esperança. É necessário muito mais do que isso. Com o levantamento de muitas das restrições que foram impostas por motivos de saúde pública, assistimos já a ligeiras melhorias relativamente ao pico registado em abril. A grande maioria das empresas que encerraram totalmente a sua ativida-

Que outros desafios querem destacar (digitalização, novas cadeias de fornecimento, apoios institucionais excecionais, etc.)? Em setembro do ano passado, no exercício que levamos a cabo para definir as nossas propostas para a atual legislatura, identificámos cinco grandes desafios de fundo que se colocam à economia e, de um modo geral, à sociedade: a inovação e a transformação digital e tecnológica, a demografia, os mercados globais, o endividamento, do Estado e das empresas, o desafio ambiental e da exploração racional dos recursos. Estes grandes desafios de fundo terão de ser reequacionados à luz da nova realidade. Todos se mantêm. Alguns assumem, agora, uma nova acuidade. Em particular, o desafio do endividamento, mas não só. Se o desafio da inovação e da transformação digital e tecnológica impunha já a necessidade de requalificação ou mesmo reconversão profissional no cenário pré-covid19, agora, torna-se ainda mais urgente. A pandemia vem acelerar um processo de transformação que já se vinha a desenhar. É crítico que, em articulação com as empresas, o Estado apoie a formação em larga escala dos trabalhadores, para que adquiram com-

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petências que os tornem atrativos no mercado de trabalho. Será, também, um erro supor que a pandemia irá reduzir o desafio ambiental. As prioridades para a maioria das empresas estarão ligadas à recuperação financeira e, também, a alterações nos modelos de negócio. No entanto, vai ser necessário que não se perca o foco nos imperativos do desenvolvimento sustentável, designadamente os da transição energética e da economia circular. Numa outra perspetiva, a pandemia gerou um importante alerta para excessivas dependências criadas pela globalização e para a necessidade de garantir que, no futuro, as cadeias de abastecimento estejam mais próximas dos locais de consumo. Precisamos de uma estratégia capaz de assegurar o fortalecimento da nossa base industrial. Sobretudo, o caminho é agora imensamente mais exigente, requerendo medidas excecionais para tempos excecionais.

É preciso definir, desde já, estratégias de políticas públicas e estratégias empresariais capazes de orientar com eficácia os recursos que estarão à nossa disposição, no quadro do Plano de Recuperação Europeu. Recursos que deverão ser utilizados não só numa perspetiva de recuperação, a curto prazo, mas com uma visão mais alargada, de resposta aos grandes desafios de fundo que se nos continuam a colocar, tendo sempre presente o objetivo do relançamento de uma base industrial renovada, mais forte e mais resiliente.

Relativamente à CIP, gostaríamos ainda de saber se houve algum abrandamento ou alteração da estratégia de comunicação para o público em geral? A estratégia de comunicação não se alterou, mas as circunstâncias ditaram um enorme esforço e o recurso a novos instrumentos, tanto na comunicação com os associados como com o público em geral. Os fluxos de

comunicação tiveram um aumento exponencial. Exemplos deste esforço foram: a criação da página do seu website, onde reuniu toda a informação e legislação relevante para as empresas, enviando também sínteses informativas diárias aos seus associados; o apoio– diário, intenso e muito próximo– no esclarecimento das múltiplas dúvidas sobre os novos quadros jurídicos; as videoconferências com os associados, com o objetivo de partilhar informação e auscultar as suas preocupações; os inquéritos lançados, primeiro às associações, depois, em colaboração com o ISCTE, às empresas, através de toda a rede associativa; as conferências de imprensa, numa primeira fase semanais, para divulgação dos resultados destes inquéritos; a presença constante junto dos órgãos de comunicação social, respondendo às suas múltiplas solicitações. Posso dizer que nunca a CIP comunicou com tamanha intensidade, quer com a sua rede associativa, quer com o público em geral.

APIMA Qual o balanço da atividade empresarial no primeiro semestre? Na análise dos resultados do primeiro semestre, importa distinguir os dois primeiros meses do ano dos restantes. O cluster do mobiliário e afins vinha do melhor ano de sempre, com exportações que rondaram os 1.900 milhões de euros, e aspirava a ultrapassar esta marca em 2020. Entre janeiro e fevereiro, registou-se uma subida de 7% das exportações, face ao período homólogo. Contudo, o eclodir, a nível mundial, da pandemia, viria a alterar substancialmente esta realidade. No início do mês de julho, a APIMA conduziu um inquérito junto das empresas deste cluster, de modo a perceber a forma como a pandemia estava a afetar os resultados econó-

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micos. As conclusões revelam um impacto bastante significativo na atividade de todos os setores que integram este cluster. Desta forma, 43% empresas inquiridas revela quedas de faturação entre os 25 e os 50%, nos primeiros cinco

meses do ano. Nota ainda para o facto de 10% das empresas afirmar terem registado uma evolução positiva do volume de negócios, enquanto 27% assumem quedas entre os 10 e os 25%. Uma quebra de encomendas que forçou 63% das empresas do cluster a recorrer ao regime de lay-off simplificado, permitindo, assim, assegurar a maioria dos postos de trabalho. 87% das empresas afirma ter mantido a totalidade dos trabalhadores que tinha antes da pandemia. A queda nas receitas destes setores levou a um reajustamento e à revisão dos planos de crescimento e modernização, com 63% dos inquiridos a afirmar ter adiado os investimentos previstos, devido à pandemia.


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Entre as principais preocupações das empresas do setor, estão o encerramento ou dificuldades financeiras dos clientes (70%), a procura por novas formas de promoção internacional, alternativa às feiras (70%), a proteção e segurança dos colaboradores (56%), as dificuldades na cadeia logística internacional (37%) e o encerramento ou dificuldades financeiras dos fornecedores (18%).

Quais as previsões para os próximos meses – em termos do mercado interno e internacional? Vivemos um período sem precedentes, e uma crise diferente de todas as anteriores, o que torna impossível traçar qualquer cenário. Este é um momento de grande instabilidade para todos os setores. A maioria das empresas tem encomendas asseguradas até setembro, todavia, paira uma grande incerteza a partir desse período, em particular face ao comportamento dos dois principais mercados de exportação: França e Espanha. Neste momento, verificamos que o mercado francês retomou com grande pujança, registando forte procura. Em oposição, Espanha segue a um ritmo muito mais lento, pelo que as empresas que tinham neste mercado os principais compradores estão com particulares dificuldades. São muitas as interrogações e há uma grande expetativa para perceber a forma como o mercado irá reagir após as férias de verão.

Quando esperam uma estabilização da atividade empresarial em Portugal, ou, pelo menos, alguns sinais de retoma?

O cluster do mobiliário e afins é um dos mais tradicionais da economia nacional. Em algumas das áreas geográficas em que está implementado, a atividade empresarial confunde-se com a própria identidade cultural e social. Falamos, por isso, de empresas com muita história, que já ultra-

passaram várias crises e que têm uma particular capacidade de resistência e de resiliência. Os resultados do inquérito que realizámos apontam precisamente nesse sentido. Apesar do cenário de incerteza, as empresas demonstram esperança e confiança numa recuperação económica já no ano de 2021. Embora apenas 13% ambicione igualar a faturação pré-pandemia já no segundo semestre de 2020, 30% acredita que conseguirá atingir este número no primeiro semestre de 2021, com outros 30% a perspetivar a recuperação para o segundo semestre. Por outro lado, 17% acredita que a retoma destes resultados irá acontecer em 2022, com 10% a traçar um cenário mais negativo e a projetar para lá deste ano a recuperação do volume de negócios anterior à pandemia.

Que outros desafios querem destacar (digitalização, novas cadeias de fornecimento, apoios institucionais excecionais, etc.)? Na última década, a fileira casa portuguesa alcançou um grande reconhecimento e posicionamento internacionais. Em cinco anos, as exportações do cluster cresceram 32% e conseguimos penetrar em alguns dos mercados mais exigentes do mundo. Hoje, temos empresas portuguesas presentes nos mais restritos centros mundiais, de Londres ao Dubai. Para esta notoriedade, muito contribuiu a estratégia conjunta de internacionalização da fileira, liderada pela APIMA, e que se traduziu em mais de 950 participações em cerca de uma centena de certames em todo o mundo. Estas feiras têm uma importância enorme para estes setores, cuja promoção assenta na visão, mas também no toque, nas sensações provocadas pelos materiais. Um dos maiores desafios atuais é precisamente a capacidade de reinventar a forma de divulgação comer-

cial, dado que as empresas ficaram privadas da presença nos principais eventos, como a "iSaloni Milano" ou a "Maison & Objet", cujos contingentes portugueses eram dos mais representativos. Foi, por isso, que decidimos restruturar a estratégia internacional, redirecionando as verbas anteriormente alocadas a estas feiras para plataformas digitais, bem como para o apoio à melhoria da comunicação e imagem das empresas.

Relativamente à APIMA, gostaríamos ainda de saber se houve algum abrandamento ou alteração da estratégia de comunicação para o público em geral? Tínhamos projetada uma ampla campanha de promoção internacional do cluster, bem como a organização do maior evento nacional da Fileira Casa Portuguesa, o "Portugal Home Week", e fomos forçados a abdicar de ambas. Procurámos ser muito ágeis no apoio às empresas. Nas semanas de confinamento, realizámos webinars com uma periocidade semanal ou quinzenal, procurando apoiar o tecido empresarial no acesso às medidas criadas pelo Governo, aconselhando também na tipologia de ações a realizar, desde o e-commerce aos marketplaces, passando pelo racionamento de custos. Paralelamente, conforme explicava, desenhámos uma autêntica renovação da estratégia de divulgação e de posicionamento externo deste cluster. São dois milhões de euros– anteriormente destinados às feiras Internacionais canceladas–, que iremos canalizar para o investimento nas maiores plataformas digitais internacionais da área (MOM, Archiproducts e BIMobject). Outra das nossas apostas passa pela criação de uma exposição virtual do Portuguese Home Life Style na aplicação Furniture PT, que permitirá a cada

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empresa integrar um espaço onde divulgará o catálogo de produtos, novas coleções, novidades e ações comerciais, desde vídeos a eventos digitais e notícias. Acredito que todas as crises criam

oportunidades, e, por isso, perspetivo que este desafio marcará a definitiva implementação do digital nas atividades do cluster, desde a gestão de equipas e clientes, à promoção internacional.

É, por isso, que a restruturação do Projeto Conjunto de Internacionalização prevê também a criação de fotografias de produto em alta resolução, bem como o apoio à gestão da comunicação e de social media.

Apcor Qual o balanço da atividade do vosso setor no primeiro semestre? Fomos confrontados por um desafio inimaginável, um problema invisível que atinge todos os países e cidadãos, e ao qual o setor da cortiça respondeu de forma resiliente, com um enorme sentido de responsabilidade e determinação. A liderança de Portugal no setor da cortiça coloca-nos a responsabilidade de manter as cadeias de fornecimento à escala global. Foi isso que fizemos, e continuaremos a fazer, em prol de garantia da nossa liderança mundial e às necessidades dos nossos clientes, com quem não podemos falhar.

Quais as previsões para os próximos meses – em termos do mercado interno e internacional? O setor da cortiça exporta mais de 90%, tendo nos seus três principais destinos os EUA, a França e Espanha, países altamente afetados pela atual crise pandémica. No entanto, de acordo com os dados das exportações do primeiro semestre, assinalamos uma quebra estimada em aproximadamente 3,5%, em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, as empresas estão a trabalhar com a mesma convicção e empenho, para garantir o abastecimento das cadeias de produção a nível internacional.

Quando esperam uma estabilização da atividade, ou, no vosso caso, a atividade não foi afetada? Orgulhamo-nos de, ao longo destes

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suportado num desenho e programa de intervenção florestal que permite criar mais ambição no futuro.

Relativamente à Apcor, gostaríamos ainda de saber se houve algum abrandamento ou alteração da estratégia de comunicação para o público em geral?

meses, termos mantido a atividade das nossas empresas. Todos temos consciência que a indústria da cortiça enfrenta um desafio sem precedentes e que as suas consequências serão marcantes em cada um de nós, mas estamos próximos de voltar a interagir com os mercados e estamos já a programar um novo projeto de promoção global. Sabemos da importância que o setor do vinho representa para o nosso setor, sendo fundamental a retoma dos mercados, em especial do canal horeca nos principais mercados de exportação.

Que outros desafios querem destacar (digitalização, novas cadeias de fornecimento, apoios institucionais excecionais, etc.)? Um setor que atua no mundo global está sempre perante novos desafios. É o momento de voltarmos a apelar ao nosso espírito empreendedor e criativo, continuar o percurso de inovação e desenvolvimento que já estava a ser traçado. Melhorar processos e produtos e aliar a qualificação humana, tudo

Internamente, reforçamos os serviços de comunicação da associação, com a criação de um canal permanente de informação sobre assuntos relacionados com a epidemia e medidas de apoio às empresas. Nos últimos meses, a Apcor redirecionou a sua estratégia e forma de comunicação suportada no digital, com o sentido de acompanhar os desafios e apoiar as empresas neste momento de particular dificuldade, com diversas sessões de discussão e informação, sobretudo com webinars adaptados a cada momento, realização de questionários às empresas para avaliar a sua resposta à pandemia e continuação de todos os projectos que já estavam em curso, com destaque para o Cork_Inov que já proporcionou várias ferramentas de apoio às empresas em torno de temáticas como a economia circular, a Indústria 4.0 e a produção de informação e conhecimento. Para além disso, é parte da nossa natureza setorial estar nos mercados de forma intensa, junto de clientes e consumidores. Em breve, será possível lançar uma nova campanha de comunicação, que, esperamos, possa dar uma resposta adaptada a esta nova realidade.


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AICCOPN Qual o balanço da atividade do vosso setor no primeiro semestre? Note-se que, no arranque de 2020, o setor se encontrava a atravessar um momento positivo, na generalidade dos seus segmentos de atividade. De acordo com as "Contas Nacionais", o investimento em construção terminou o primeiro trimestre com uma variação positiva de 2,6% em termos homólogos, após se ter registado um crescimento de 9,4% no ano anterior. A construção e imobiliário estava num novo ciclo de crescimento, iniciado em 2017, o qual surgiu após ter sido enfrentada a mais profunda e prolongada crise de que há registo. Veja-se que, impulsionado sobretudo pelo investimento privado, pelo posicionamento competitivo obtido à escala internacional em matéria de investimento em imobiliário e pela dinâmica do turismo e de domínios como a reabilitação urbana, entre 2017 e 2019, o investimento em construção cresceu 31%, após a queda de 55% ocorrida entre 2002 e 2016. Ainda não há números finais relativamente ao segundo trimestre do ano, mas como é possível depreender a partir da estimativa rápida para o PIB avançada pelo INE, a dimensão da quebra de atividade é significativa e, necessariamente, o semestre encerrou com um balanço negativo. O setor da construção e imobiliário abrange uma extensa cadeia de valor, que representa cerca de 600 mil postos de trabalho, 17,4% do PIB e 50,5% do investimento total da economia e, desta forma, os impactos ao longo desta extensa cadeia de valor são muito diversos. Apesar da declaração de estado de emergência, e a exemplo do que se passa na generalidade dos países, a maioria das obras não parou e o setor continuou, na medida do pos-

de negócios e outros eventos, e que enfrentam uma situação de paragem total da sua atividade.

Quais as previsões para os próximos meses?

sível, a sua atividade. Essa foi uma questão importante, para evitar o que poderia ter sido um desastre absoluto, já que estava em causa uma atividade com um peso social e económico muito importantes, mas também a necessidade de continuar as obras em curso, de assegurar a construção e manutenção de equipamentos e infraestruturas essenciais, como os hospitais ou as redes de transportes, energia, água, saneamento e comunicações, bem como a possibilidade de mantermos as nossas casas seguras e saudáveis. Porém, é inegável o impacto desta situação no tecido empresarial. Esta atividade requer grande mobilidade de trabalhadores e meios e, consequentemente, é afetada pelas atuais restrições de circulação e há trabalhos que têm de ser feitos com mais constrangimentos operacionais, menos trabalhadores e menor rendimento dos meios utilizados. E temos identificadas situações concretas muito graves, e que requerem medidas excecionais para lidar com uma situação sem quaisquer precedentes, como é o caso das empresas que se dedicam à construção e montagem de stands e prestação de serviços, no âmbito de exposições, feiras internacionais

Todos os cenários macroeconómicos avançados quer pelo Governo, quer pelo Banco de Portugal, ou pela generalidade das instituições internacionais indicam um cenário de elevada incerteza, mas, também, uma contração da atividade económica de uma magnitude sem precedente histórico. Tendo presente este enquadramento, a última revisão das perspetivas para 2020 para a evolução da produção do setor da construção aponta para um intervalo que contempla, por um lado, um cenário adverso, no qual, em resultado da deterioração da atividade económica, a produção contrai 4,5%, e um favorável, alinhado com as previsões de Primavera da Comissão Europeia, que, em maio, antecipou uma evolução para o setor da construção de +0,6%, em 2020.

Quando esperam uma estabilização da atividade? Quanto ao futuro imediato, é esperada uma estabilização da atividade, que estará sempre dependente da capacidade de controlar de forma efetiva a crise sanitária. O que podemos afirmar sem qualquer margem para dúvidas é que, tal como no passado, e a exemplo do que se passa na generalidade da Europa, cabe a este setor um papel decisivo na retoma da economia e do emprego. A maioria dos Governos europeus estão a preparar medidas fortes para o setor da construção e imobiliário e Portugal não pode ficar atrás neste domínio, já que só assim poderemos, o mais rapidamente possível, reativar a atividade económica.

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Ao nível do investimento privado, o país deve focar-se na criação de condições de segurança e de atratividade para os investidores, tirando partido do potencial do território, incluindo o interior, e do posicionamento competitivo que Portugal alcançou em matéria de captação de investimento estrangeiro. Em 2019, o investimento em imobiliário atingiu os 27,2 mil milhões de euros, dos quais 5,4 mil milhões com origem externa. Assegurar a competitividade e estabilidade fiscal, a atratividade de programas de captação de investidores estrangeiros como os vistos Gold e o Regime de Tributação de Residentes Não Habituais, eliminar impostos excessivos e injustificados, como o AIMI ou o IMI dos stocks de casas detidas para venda por parte das empresas do setor, permitirá, a prazo, recuperar uma trajetória de crescimento. No plano do investimento público, é necessário, mais do que nunca, planear, calendarizar e concretizar os investimentos estratégicos que o país identificou como essenciais para o seu futuro e para a sua competitividade e aproveitar recursos comunitários que não podem ser desperdiçados, uma vez que o atual Portugal 2020 está a entrar na fase final e estão a ser discutidos os novos instrumentos europeus de financiamento.

Que outros desafios querem destacar (digitalização, novas cadeias de fornecimento, apoios institucionais excecionais, etc.)? O impacto económico da pandemia é algo que nos preocupa, porque é necessário salvaguardar a capacidade produtiva nacional e preservar as empresas e o emprego e, se por um lado, o investimento público é um instrumento incontornável para, rapidamente, recolocar a economia

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e o emprego no rumo certo, por outro, constitui, também, uma oportunidade para reforçar a competitividade da nossa economia. O desafio que se destaca, neste contexto, é o de estruturar os investimentos por forma a dinamizar os restantes setores, nomeadamente, a indústria, os serviços, mas também para promover um desenvolvimento mais equilibrado de todo o país, sobretudo tirando partido do enorme potencial do interior e dos denominados territórios de baixa densidade. Estamos a falar de tirar partido de instrumentos como o financiamento europeu para projetos como a reabilitação de todos os edifícios públicos estratégicos que estão degradados, pela falta de investimento na manutenção (hospitais, centros de saúde, universidades), a construção e manutenção de redes viárias, ferroviárias e infraestruturas para a mobilidade urbana ambientalmente sustentável, redes de água e saneamento e infraestruturas de armazenamento e gestão dos recursos hídricos de uso agrícola, smart grids, eficiência energética, entre muitos outros. A capacitação das empresas em domínios como a digitalização, a construção 4.0 e a internacionalização são, de igual modo, desafios que já vinham a ser objeto de uma atenção particular e que se revestem de uma importância que esta crise veio reforçar.

Relativamente à AICCOPN, gostariamos ainda saber se houve alguma alteração da estratégia de comunicação para o público em geral, com vista a fomentar o consumo na vossa área de atividade? No que diz respeito ao público em geral, e atendendo às questões imediatas que o surto pandémico originou, existiu, desde logo, um posicionamento imediato da

Associação, no sentido de apoiar e orientar as empresas. Logo em março, a AICCOPN emitiu e divulgou junto das empresas um conjunto de recomendações que têm, igualmente, sido objeto de articulação no trabalho conjunto que a Associação tem vindo a desenvolver com o Governo e com as autoridades competentes, designadamente a DGS, a ACT e o Instituto da Segurança Social. Aliás, no âmbito desse trabalho conjunto foi lançada uma campanha nacional de sensibilização “Cuidar da Construção | Construção Segura e Saudável”, cujo objetivo é, precisamente, sensibilizar não apenas as empresas, mas todos aqueles que, direta ou indiretamente, se relacionam com toda esta fileira. Defendemos, neste âmbito, a criação da plataforma digital que foi proposta ao Governo no âmbito do projeto "Criar Resiliência na indústria da construção – Um plano para a continuidade no âmbito do covid-19”. Este pode e deve ser um instrumento inovador e potenciador de um ambiente mais seguro e regulado, num setor onde existe um elevado grau de interatividade entre diferentes empresas e uma grande mobilidade de pessoas e meios, em todo o território nacional. Porém, para além de todo um tecido empresarial regular, constituído por pequenas e grandes empresas, com diversos graus de especialização, há uma franja de intervenientes irregulares, que opera na ilegalidade e na clandestinidade. Para além de competirem de forma incorreta e desleal perante todos aqueles que detêm as necessárias habilitações legais, constituem um fenómeno especialmente perigoso neste contexto. A qualificação das empresas e a sua diferenciação no mercado é uma das linhas de ação prioritárias, neste momento.


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AECOPS Qual o balanço da atividade do vosso setor no primeiro semestre? Ao longo dos últimos meses, de uma forma geral, o setor da construção manteve-se sempre em atividade, procurando superar os condicionantes resultantes da crise sanitária, que implicaram, entre outros aspetos, restrições de deslocação, dificuldades de obtenção de materiais, redução da produtividade e acréscimo de custos operacionais. No entanto, e como era de prever, verificou-se uma contração da procura total dirigida ao setor, principalmente no que concerne a investimentos com recurso a capitais privados. Em síntese, no mercado imobiliário, assiste-se a um abrandamento da procura que lhe é dirigida, em especial no segmento não residencial, que está a ser mais penalizado pela atual situação pandémica que se vive, e cuja quebra no número de licenças emitidas já é significativa, enquanto no mercado das obras públicas, e já com conhecimento dos dados relativos ao mês de julho, observa-se um forte aumento quer das obras lançadas a concurso e que se espera que venham a ser concretizadas rapidamente, quer do número de contratos celebrados.

Quais as previsões para os próximos meses? Face a todas as dificuldades e incertezas, nomeadamente em termos sanitários, a que se assiste, foram traçados dois cenários possíveis de evolução da produção do setor da constru-

ção: um adverso, no qual, em resultado da deterioração da atividade económica, a produção contrai 4,5%, e um favorável, alinhado com as previsões de Primavera da Comissão Europeia, que, em maio, antecipou uma evolução para o setor da construção de +0,6%, em 2020. Para a produção do segmento residencial perspetiva-se um crescimento de 1,5% no cenário favorável, sendo que, numa eventual degradação significativa das condições de mercado, poderemos assistir a uma queda de 6%. No segmento não residencial particular, aponta-se para uma evolução menos favorável do que a esperada para o segmento residencial, refletindo a expectável quebra de atividades como o comércio e o turismo, pelo que se antecipa um intervalo de variação entre -9,5% e -2% para a evolução deste segmento. No caso da componente não residencial pública, prevê-se uma variação menos negativa, entre -3,6% e 0%, em resultado da anunciada dinamização do investimento público e do lançamento das

obras previstas no Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), com iniciativas como o programa de remoção de amianto das escolas. De igual modo, no segmento da engenharia civil, o intervalo de previsão encontra-se entre -2% e +1%, devido à referida expetativa relativamente à evolução do investimento público e, em particular, à esperada concretização de projetos em domínios como a ferrovia ou a expansão de linhas dos metropolitanos de Lisboa e Porto, cujos concursos foram lançados recentemente e que se espera possam vir a ser concretizados ao longo do ano.

Quando esperam uma estabilização da atividade? Neste momento, o cenário é tão incerto, mesmo a nível sanitário, que é difícil, senão mesmo impossível, avançar com qualquer previsão sobre a estabilização da atividade.

Que outros desafios querem destacar (digitalização, novas cadeias de fornecimento, apoios institucionais excecionais, etc.)? Dos que refere, destacam-se a digitalização e a internacionalização, sendo que ambas já representavam dois grandes desafios para o setor na época pré-covid. Agora, são-no ainda mais. A pandemia terá, por um lado, vindo “apressar” a necessidade de digitalização da construção, de adoção de novos processos produtivos digitalizados na conceção, mas também na execução e manutenção, nomeadamente com a introdução da robótica, com

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grande tema gran tema vista ao fornecimento de produtos– edifícios, infraestruturas e cidades– inteligentes, eco eficientes, customizados e flexíveis, respondendo aos padrões de qualidade e tecnológicos do século XXI. Por outro lado, a superação dos efeitos da pandemia na atividade internacional de um setor como o da construção– cujas empresas, com base na excelência da engenharia portu-

guesa, conseguiram afirmar-se como players relevantes nalguns mercados externos, em particular em África e na América Latina– , vai ser um processo longo e trabalhoso, que, somado a alguns problemas de financiamento já anteriormente existentes, irá exigir muita criatividade e resiliência. Acresce, como outro grande desafio para o setor, a sustentabilidade. A construção preci-

sa de melhorar a sua produtividade, de criar mais valor com menos capital, menos trabalhadores e menos matérias-primas incorporadas por euro construído, apostando no uso racional dos recursos e nos princípios da economia circular, agregando materiais mais sustentáveis, como a madeira, e reutilizando os resultantes do processo de renovação e reconstrução de estruturas existentes.

Acap Qual o balanço da atividade do vosso setor no primeiro semestre? Em Portugal, durante o primeiro semestre de 2020, foram matriculados 76.470 veículos ligeiros e 1.531 veículos pesados. Isto representa uma queda de 48,2% e 50,3%, respetivamente, em comparação com o período homologo. Já no mercado de veículos de duas rodas, triciclos e motociclos, nesse mesmo período, foram matriculados 701 ciclomotores, 12.735 motociclos, 63 triciclos e 378 quadriciclos. Neste mercado observam-se quedas de 25%, 14%, 39% e 29%, respetivamente, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Quais as previsões para os próximos meses? Para os próximos meses a nossa previsão é de que o mercado continuará a ter um evolução negativa. Salientamos que, em julho, o mercado automóvel em Portugal teve a maior queda percentual de todos os países da Europa (quer os da União Europeia quer os da EFTA).

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Que outros desafios querem destacar (digitalização, novas cadeias de fornecimento, apoios institucionais excecionais, etc.)?

Quando esperam uma estabilização da atividade? Como sabemos, esta crise tem a particularidade de ser uma crise que só será ultrapassada quando existir uma vacina. Logo, a completa recuperação do mercado automóvel estará dependente deste fator. Por outro lado, em Portugal, o mercado automóvel tem uma forte ligação à atividade turística dado que a atividade de rent-a-car representa quase 30% das nossas vendas. Logo, sendo a atividade turística uma das mais afetadas, a recuperação plena do nosso setor está dependente da recuperação do setor do turismo.

O grande desafio da indústria automóvel é o de ultrapassar esta crise. Esta indústria é a que mais investe em investigação e desenvolvimento na União Europeia e, por este motivo, está preparada para enfrentar os novos desafios que se colocam ao setor. Mas, para isso, é necessário que os vários Governos implementem planos de incentivo seletivo à procura [de automóvel novo]. Estes planos passam pelo incentivo à retirada de circulação de veículos de idade avançada e muito poluentes, substituindo-os por veículos novos, com um reduzido nível de emissões. Foi este sistema que já foi recentemente implementado em países como Espanha, França, Itália ou Alemanha, mas que, infelizmente, em Portugal tarda a ser implementado. A Acap teve já, desde o mês de março, várias reuniões com o Governo, onde apresentámos aquela proposta para o nosso país.


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setor imobiliário

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Freeport passa para as mãos de gestora holandesa que ficou com a Brisa O Freeport, em Alcochete, e o Porto Fashion Outlet, em Vila do Conde, vão passar a ser detidos integralmente pela holandesa APG, uma das compradoras de parte do capital da Brisa. A gestora de fundos de pensões comprou os 50% restantes que não detinha na Via Outlets, entidade que tem vários destes ativos espalhados pela Europa. A operação foi anunciada pela gestora imobiliária britânica Hammerson, detentora da metade do capital da Via Outlets. A sociedade reportou

os resultados semestrais e revelou que irá alienar a participação na joint venture, por cerca de 301 milhões de euros, bem como realizar um aumento de capital. A operação está pendente de aprovação acionista e poderia estar concluida do quarto trimestre deste ano. A Via Outlets foi fundada em 2014 e detém 11 outlets em território europeu, nomeadamente dois em Portugal, dois

em Espanha e os restantes distribuídos pela Alemanha, Holanda, República Checa, Polónia, Suíça, Noruega e Suécia. 

Salão do imobiliário e investimento português em Paris será online

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“InPortugal – Salão de Imobiliário e Investimento”, que durante

anos foi conhecido como “Salão do Imobiliário e do Turismo Português” em Paris, realiza-se este ano num formato inteiramente virtual, de 22 a 24 de setembro, devido à pandemia da covid-19. Trata-se de um evento que foi criado em 2012 que é direcionado a quem quer residir, investir, empreender, estudar ou visi-

tar Portugal, sendo que a edição deste ano, a nona, será 100% online, para expandir a oferta a todo o mundo e para ajudar os expositores a identificarem, a interagirem e a conetarem-se a clientes internacionais, explica a organização, em comunicado. “O histórico salão do imobiliário, que habitualmente se realiza em Paris (França), já se tornou numa referência incontornável da promoção do imobiliário português em França e na Europa, particularmente na Bélgica, no Luxemburgo e na Suíça”, lê-se no documento. 

Garcia Garcia constrói novo projeto da Indasa C om o objetivo de aumentar a capacidade produtiva e logística e criar condições para o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos, a Indasa, especializada na produção de materiais e sistemas de lixamento inovadores, com foco na indústria de reparação automóvel, entregou à Garcia Garcia a ampliação da sua unidade, em Aveiro. Especializada em edifícios indus-

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triais e logísticos, a construtora nacional tem a cargo a execução da obra, cujo projeto se desenvolve em duas fases. A primeira, já concluída em maio, incidiu na ampliação de uma nave industrial e a segunda fase, que arrancou em junho, prevê a construção de um novo edifício. A Indasa aumentará, assim, em mais de 40% a sua área de edificação.

Desenvolvida em duas fases, a obra envolve, respetivamente, intervenções a nascente e a poente da fábrica. A primeira fase, cuja conclusão terminou em maio deste ano, após seis meses de trabalhos, contemplou a ampliação de uma nave industrial a nascente do complexo, destinada a receber a última fase do processo produtivo e a logística de expedição da Indasa. 


sector inmobiliario

setor imobiliário

RE/MAX Collection com movimento de 429,4 milhões de euros no primeiro semestre A RE/MAX Collection, a imobiliária líder no segmento de luxo, finalizou o primeiro semestre do ano com um total de volume de preços na ordem dos 429,4 milhões de euros. Nesta primeira metade do ano marcada pela pandemia que influenciou e influencia a conjuntura económica, a RE/MAX Collection registou 1.510 transações, uma ligeira descida face a igual período de 2019, ainda assim 7% superior a igual período de 2018. Os apartamentos de luxo foram o tipo de imóvel preferido pelos investidores, ao representar 79,7% do volume de

transações do segmento premium da marca, o equivalente a 67,6% do total de volume de negócios. Nestes apartamentos de luxo, as tipologias T2 e T3 foram as mais procuradas, totalizando 68,6% dos imóveis movimentados. Por outro lado, as moradias tiveram um maior destaque neste primeiro semestre. A RE/MAX Collection negociou com

clientes de cinco continentes, num total de 26 nacionalidades estrangeiras. 

Ageas Portugal compra edifício Expo Tower no Parque das Nações O grupo Ageas Portugal anunciou a compra do edifício Expo Tower, no Parque das Nações. Trata-se de um imóvel que tem cerca de seis mil metros quadrados, incluindo 105 lugares de estacionamento, e que estava na posse de fundos geridos pela Anchorage Capital Group e da Lance Investment Partners. O valor do negócio não foi revelado, mas a Ageas Portugal adianta, em comunicado, que estas últimas quatro

aquisições significam um investimento total de cerca de 100 milhões de

euros. “A Expo Tower é assim a mais recente aquisição do grupo, depois da compra de três edifícios (Rua Castilho, Entrecampos e Benfica) em 2019 e do início, em 2018, do desenvolvimento da sua nova sede de Lisboa no Parque das Nações. Esta nova sede, assim como a do Porto, irão elevar para cerca de 500 milhões de euros o investimento total do grupo Ageas no mercado imobiliário português até ao fim do ano 2021”, lê-se no documento. 

Matosinhos investe 57 milhões de euros em habitação acessível D epois de Évora, a Câmara Municipal de Matosinhos acaba de assegurar junto do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) um financiamento no valor de 57 milhões de euros. Este valor foi atribuído à autarquia no âmbito do programa “1º Direito e será investido em conformidade com a Estratégia Local de Habitação para Matosinhos, num plano desenvolvido em colaboração com a empre-

sa municipal MatosinhosHabit. Em parceria com a autarquia, a MatosinhosHabit, “será uma das grandes responsáveis pela gestão deste acordo que, nos próximos cinco anos, prevê um elevado investimento na habitação do concelho, promovendo residências qualificadas e soluções alternativas de valorização do parque habitacional local”, revela a empresa municipal, em comunicado. “O nosso principal objetivo é apoiar a

população e facilitar o acesso dos munícipes aos diversos serviços e programas existentes para o efeito, proporcionando-lhes assim uma maior qualidade de vida. Com este apoio, pretendemos que, nos próximos anos, as 1.691 famílias matosinhenses identificadas possam contar com uma habitação digna onde possam viver com comodidade”, explica Tiago Maia, administrador da MatosinhosHabit. 

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR SETEMBRO DE 2020

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ciência e tecnologia

Ciencia y tecnología

Científicos españoles diseñan un motor de combustión revolucionario y tan limpio como uno eléctrico

I

nvestigadores del Instituto de Tecnología Química (ITQ-CSICUPV), centro mixto del Consejo Superior de Investigaciones Científicas y la Universitat Politècnica de València, y del Instituto CMT-Motores Térmicos, de la UPV, han diseñado un nuevo motor de combustión interna que

no genera gases nocivos para la salud ni dióxido de carbono (CO2). Se trata de un motor “revolucionario”, aseguran sus creadores, que cumple con la normativa sobre emisiones prevista para 2040 y destaca por su alta eficiencia. Los dos primeros prototipos de este motor verán la luz en los próximos meses, gracias a la financiación de la Agencia Valenciana de la Innovación (AVI). La tecnología empleada para conseguir este hito se basa en la utilización de membranas cerámicas MIEC. Patentadas por el ITQ-CSIC-UPV, estas membranas eliminan todos los gases contaminantes y nocivos para la salud (NOx), capturan el CO2 propio y atmosférico y lo licuan. “Estas membranas, incluidas en el motor del vehículo, permiten la separación selectiva de oxígeno del aire para producir la oxicombustión. De este modo, se genera

un gas de combustión puro, compuesto de agua y CO2, que se puede capturar en el interior del propio vehículo y almacenarlo, sin que salga expulsado por el escape”, explica José Manuel Serra, profesor de investigación del CSIC en el ITQ-CSIC-UPV. De este modo, la tecnología desarrollada por este equipo de investigadores permitiría disponer de un motor con la autonomía y capacidad de repostaje que puede tener uno convencional hoy en día, “pero con la ventaja de que es completamente limpio, sin ningún tipo de emisión contaminante o de efecto invernadero, igual que pasa con los eléctricos. Así ofrecemos al sector una tecnología que combina lo mejor de ambos motores, los eléctricos y los de combustión”, apunta Luis Miguel García-Cuevas, investigador del CMT-Motores Térmicos. 

Radar Covid, la aplicación de rastreo para toda España R adar Covid es la aplicación de rastreo de contagios del coronavirus en España y el Gobierno espera que esté disponible en todo el territorio nacional este mes de septiembre, tal y como ha confirmado la secretaria de Estado de Digitalización, Carme Artigas. “Estamos convencidos de que puede ayudar en el contexto de reaparición de focos de contagio. La “app” ve más que nosotros, porque solo recordamos contactos conocidos y la “app” también desconocidos. Es más rápida y tiene más memoria, registra más contactos que nosotros. Es anónima y mucho menos intrusiva que recibir la llamada de alguien para reconstruir lo que has hecho en los últimos quince días. Nuestra valoración es más que positiva. Ha demostrado

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fiabilidad y precisión para registrar contactos cercanos” ha apuntado la secretaria de Estado. Según el Gobierno, ya han sido muchas las comunidades autónomas que han mostrado su interés en poner en marcha la aplicación. Al igual que en el caso de La Gomera, donde se ha realizado el proyecto piloto, cada una de los gobiernos autonómicos tendrá que facilitar un código alfanumérico a los participantes que, tras introducirlo en su dispositivo, permita avisar a los demás de una infección por covid-19. Más allá de la herramienta que muestra la exposición al virus, y de la pestaña para notificar un positivo, el servicio cuenta con otros dos apartados.

En el primero se recuerda que Radar Covid no recoge datos personales, por lo que no puede determinar la identidad del usuario incluso aunque comparta un positivo en coronavirus. En el segundo, la plataforma comparte diferentes enlaces en los que el usuario puede consultar información oficial sobre la pandemia. 


Ciencia y tecnología

ciência e tecnologia

Portugal desenvolve primeira máscara que inativa o vírus SARS-CoV-2 A

máscara MOxAdTech superou com sucesso os testes realizados pelo Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM), que a tornam na primeira máscara com capacidade de inativar o vírus que causa a covid-19. Totalmente made in Portugal, o inovador projeto de cooperação entre a comunidade empresarial, académica e científica para o desenvolvimento de uma máscara reutilizável de elevado desempenho tinha já o comprovativo de proteção microbiana, acrescentando agora a capacidade do tecido de inativar o vírus SARS-CoV-2, agente que provoca a COVID-19. A MOxAd-Tech, que resultou inicialmente da cooperação entre a fabricante Adalberto, a retalhista de moda MO da Sonae Fashion, o iMM, o centro tecnológico CITEVE, e a Universidade do Minho assume-se, assim,

como a primeira máscara que inativa o vírus SARS-CoV-2. Este projeto pretende, desde a primeira hora, reforçar a proteção pessoal na atual situação de pandemia, tornando acessível o vestuário técnico ao maior número de pessoas possível. Os testes realizados pelo iMM permitem aferir a eficácia da máscara MOxAd-Tech na inativação da covid-19. A máscara beneficia de um revestimento inovador que neutraliza o vírus SARS-CoV-2 quando este entra em contacto com o tecido. Como resultado, a máscara oferece um elevado nível de proteção adicional, uma vez que tem a capacidade de inativar o vírus. Pedro Simas, investigador e virologista do iMM, coordenou os testes que qualificam o tecido como tendo propriedades anti-virais e afirma que “de forma simplificada, estes testes

consistem na análise do tecido após o contacto com uma solução que contém uma determinada quantidade de vírus, cuja viabilidade se mede ao longo do tempo. Os testes à máscara MOxAdtech revelaram uma inativação eficaz do SARS-CoV-2 mesmo após 50 lavagens, onde se observou uma redução viral de 99% ao fim de uma hora de contacto com o vírus, de acordo com os parâmetros de testes indicados na norma internacional ISO18184:2019”, concluíu.  Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org

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SETEMBRO DE

Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 E-mail: ccile@ccile.org : www.portugalespanha.org 2 0 Website 20

AC T UA L I DA D € 45


Vinhos & Gourmet

vinos & Gourmet

Foto Fabrice Demoulin

Adega Mayor distinguida em concursos em Portugal e França

A

Adega Mayor foi premiada no “Challenge International du

Vin 2020”, o mais antigo concurso de vinhos de França, e no “Concurso Brancos de Portugal – A Escolha do Mercado”, organizado pela revista “Vinho – Grandes Escolhas”, e que é dedicado exclusivamente aos vinhos brancos de Portugal. No “Challenge International du Vin 2020”, a empresa liderada por Rita Nabeiro (na foto) foi distinguida com Ouro pelo seu Mayor Touriga Nacional 2016. Neste concurso, participaram mais de 38 países, tendo os jurados provado cerca de quatro mil amostras, entre vários produtos de origem vínica, como vinhos tintos, brancos, rosés, espumantes, licorosos e aguardentes. Em 2018,

a Adega Mayor foi distinguida com o prémio máximo no mesmo concurso, com o Adega Mayor Grande Reserva Pai Chão 2014 e o Adega Mayor Reserva do Comendador Branco 2016. Na 1ª edição do “Concurso Brancos de Portugal”, a Adega Mayor conquistou o Prémio Escolha do Mercado – Categoria PVP até cinco euros, com o Adega Mayor Caiado Branco 2018 e o Prémio Escolha do Mercado – Categoria PVP entre cino e 12 euros, com o Adega Mayor Arinto 2018. Entre os jurados, encontravamse os compradores profissionais, como sommeliers, lojas de vinhos, grandes e médias superfícies, entre outros. 

Prémios VinDuero-VinDouro afirmam-se como prova de referência internacional O maior Concurso de Vinhos de Portugal e Espanha realizou a 16ª edição, com grande sucesso de participação, tendo sido avaliados cerca de um milhar de vinhos. Pela primeira vez, Portugal ultrapassou a Espanha no número de vinhos participantes, representando 53% do total. A Comissão de Prova foi composta por 50 profissionais de Espanha, Portugal, Bélgica, Roménia, Rússia e Uruguai. O evento pretende “associar a cultura do vinho ao turismo, assumindo-se cada vez mais como uma alternativa eficaz ao despovoamento do território”, enquadra a organização do concurso. Os Prémios VinDuero-VinDouro encerram uma nova edição com um elevado número de participações, apesar das circunstâncias causadas pela pandemia. O concurso

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contemplou três dias de provas cegas, entre os dias 4 e 6 de agosto, num restaurante de Salamanca. O concurso, com uma história consolidada de 16 anos, ajustou o seu regulamento e adaptou as instalações para garantir o rigoroso cumprimento de todas as medidas de saúde contra a covid-19, nomeadamente, todo o painel de provadores e membros da equipa técnica foram submetidos ao controlo diário da temperatura, entre outras medidas. O Douro tem vindo a manifestar-se como a região com maior número de referências de vinhos a concurso,

seguido pela Beira Interior, Trás-osMontes e Tejo, e do lado espanhol, Ribera del Duero e Rueda. A destacar a presença de referências de todo o território ibérico, incluindo vinhos dos Açores, Madeira, Baleares e Canárias. “Somos uma referência internacional e pretendemos apoiar as adegas e o território”. afirmou José Luis Pascual, presidente dos Prémios, 


vinos & Gourmet

Vinhos & Gourmet

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Vinhos & Gourmet

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Vinhos do Tejo promovem a descoberta de pequenos produtores em nove vinhos A

região dos Vinhos do Tejo é uma das mais antigas regiões produtoras do país, vendo o seu nome associado ao rio que a atravessa. O rio Tejo é o elemento dominante da região, contribuindo de forma decisiva para o seu clima e, por conseguinte, terroirs. É berço de grandes e afamadas casas agrícolas, mas também de pequenos produtores, alguns dos quais recentes. São nove os vinhos de alguns desses pequenos produtores a que a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo propõe que sejam descobertos pelos apreciadores. Seis brancos, um rosé e dois tintos, que em comum têm o selo de garantia de qualidade e de origem, atribuído pela CVRTejo, como denominação de origem (DO) do Tejo ou indicação geográfica (IG) do Tejo. Os brancos em questão são o Herdade

dos Templários Branco 2019, do produtor Quinta do Cavalinho/Herdade dos Templários (castas: 40% Arinto, 40% Fernão Pires e 20% Riesling); o Quinta da Badula Reserva Branco 2018, da Quinta da Badula (Arinto e Alvarinho); o Quinto Elemento Reserva Branco 2016, produzido pela Quinta do Arrobe (100% Arinto); o Rui Reguinga Vinha da Talisca Branco 2018, do produtor Rui Reguinga (60% Marsanne, 20% Roussanne e 20% Viognier); o Casal das Aires Chardonnay Branco 2018,, do produtor Pine Nuts Vines & Wines (100% Chardonnay) e o Quinta da Escusa Harvest Branco 2016, da Casa Romana Vini (65%

Arinto, 35% Moscatel Alexandria). Outro vinho a descobrir nesta região é o Zé da Leonor Rosé 2019, do produtor Casa Agrícola Rebelo Lopes. Nos tintos, propõem-se o Quinta da Arriça Reserva Tinto 2017, da Quinta da Arriça (Pinot Noir, Sousão e Syrah) e, finalmente, o Joana da Cana Reserva Tinto 2016, do produtor Vinhos Franco (Touriga Nacional e Tinta Barroca). Apenas os dois primeiros brancos têm DO do Tejo, apresentando-se os restantes sete vinhos com a IG do Tejo. 

Fazer a vindima da Casa Relvas por um dia N uma iniciativa que tem tido grande adesão, o produtor alentejano Casa Relvas volta a abrir as suas portas para um programa de vindimas que, integrado na sua atividade de enoturismo, pretende divulgar o processo da vindima e a essência do Alentejo, e partilhar bons momentos de convívio e descontração. O principal objetivo é proporcionar uma experiência inesquecível a todos os que se queiram juntar à equipa e vestir a camisola da Casa Relvas por um dia. Operando com todas as medidas de segurança, e sob o selo “Clean & Safe”, a Casa Relvas garante um dia bem passado. Em grupos únicos de até 10 pessoas – e apenas com reserva de um grupo por dia – o programa de vindimas tem a duração de cinco horas e inclui várias atividades em que os todos poderão fazer parte da equipa e da família que é a Casa Relvas.

Pelas 11 horas (ou um pouco mais cedo nos dias mais quentes) o programa tem início com um passeio na vinha, com a identificação das castas e a análise sensorial de bagos, grainhas e engaços, seguida da vindima manual. Depois, já na adega, chega o momento que muitos anseiam, a pisa a pé, que por tradição são sempre momentos muito animados e que resultam em fotos divertidas para partilhar.Ainda na adega da Herdade de São Miguel (a poucos quilómetros de Évora), seguem-se a prova de mostos e a remontagem do vinho de talha. Vindima feita, chega a hora da prova de vinhos. O programa de vindimas da Casa Relvas pode ainda incluir um almoço ao ar livre, tipicamente alentejano, com produtos locais, sendo este opcional na altura da reserva. Para aqueles que há muito se rendem a esta arte secular, ou para aqueles

que sempre o quiseram experimentar, o programa de vindimas da Casa Relva é a proposta perfeita para um passeio ao Alentejo, e para viver uma experiência a recordar, e muito provavelmente repetir. Aqui, o tempo passa devagar em boa companhia e, como afirma Alexandre Relvas, “queremos que quem nos visita possa ter este contato direto com a nossa terra, a nossa cultura e tradição, numa experiência que sabemos que não os vai deixar indiferentes, mesmo num ano diferente...Temos tudo preparado para receber em segurança quem queira vir passar um dia com a Casa Relvas”. Para participarem neste “Programa de Vindima 2020”, os interessados devem fazer a sua reserva com 72 horas de antedência, variando o custo do evento entre os 40 e os 70 euros (se incluir almoço). 

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

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Vinhos & Gourmet

Espumante Quintas de Melgaço Velha Reserva de regresso E nquanto um dos principais embaixadores da Região dos Vinhos Verdes, a Quintas de Melgaço, projeto único que reúne mais de 530 pequenos e médios produtores do concelho homónimo, já habituou o mercado à casta Alvarinho nas suas mais ousadas facetas. Depois de três anos de stock esgotado, o produtor apresenta o Quintas de Melgaço Velha Reserva 2017, um espumante Alvarinho, elaborado em método clássico, com estágio mínimo de 36 meses em garrafa. É na sala de provas da Quintas de Melgaço que repousam os espumantes até que estejam prontos a servir. Três anos depois da colheita, na hora de abrir a garrafa, o QM Velha Reserva 2017 mostra-se límpido, de cor citrina,

o Alvarinho e a região ao lugar cimeiro dos vinhos europeus. “Durante estes 26 anos o nosso compromisso foi sempre para com a qualidade do Alvarinho. Testamos e experimentamos, da vinha à adega, novas expressões da casta em busca de uma qualidade de nível mundial. E, felizmente, estamos a chegar lá. O espumante QM Velha Reserva 2017 é um espumante surpreendente, fiel à Alvarinho, capaz de ombrear com vinhos de topo de todo o mundo”, refere Pedro Soares, o administrador-delegado da Quintas de Melgaço. Esta é a grande novidade do

com espuma fina e muito delicada. O corpo é cheio, mas a bolha é fina e de cordão persistente. O seu aroma frutado, com notas de laranja e tangerina, é acompanhado de nuances de frutos secos. À mesa, o QM Velha Reserva é um vinho democrático, revelando-se uma excelente companhia para mariscos, peixes ou assados como o leitão ou o cabrito. Embora surpreenda pelo tempo de estágio na região dos Vinhos Verdes, este espumante responde completamente aos objetivos futuros da Quintas de Melgaço, que visam elevar

Restaurantes da Beira Interior participam em primeiro concurso gourmet da região O primeiro “Concurso Beira Interior Gourmet”, que está decorrer entre 10 de julho e 10 de agosto, envolve 30 restaurantes da região, anunciou a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI). O concurso, que esteve para acontecer em março/abril, pretende promover o “casamento” dos vinhos com a gastronomia local e a CVRBI afirma ter decidido avançar com a realização da iniciativa “depois de reunidas as condições de abertura dos restaurantes”. “Superada esta difícil fase de confinamento, particularmente dolorosa para os empresários de restauração da região, ganhou um duplo sentido o nosso concurso”, refere a entidade organizadora. A CVRBI, presidida por Rodolfo Queirós, aponta que o concurso tem como pressuposto “valorizar e dar a conhecer a qualidade e criatividade dos restaurantes e vinhos da Beira

Interior” e também “ajudar a reavivar a grande dinâmica gerada com uma retoma económica, turística e anímica, no “pós-covid-19””. Com a iniciativa, a entidade promotora visa “valorizar (sobretudo) os vinhos DO [Denominação de Origem] Beira Interior e IG [Indicação Geográfica] Terras da Beira, e os seus produtores, promovendo a excelência na restauração da região”. O projecto da CVRBI insere-se na estratégia de promoção do enoturismo da região, sendo que a Rota dos Vinhos da Beira Interior, criada recentemente, faz do evento “uma aposta no desenvolvimento da Beira Interior”, segundo a fonte. O concurso abrange 20 municípios da Beira Interior (envolve a totalidade do distrito de Castelo Branco e os concelhos de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Mêda, Pinhel,

Sabugal e Trancoso, no distrito da Guarda). O júri, presidido por Fernando Melo, crítico de vinhos e de gastronomia, fará as visitas aos restaurantes durante o mês da realização da prova. O concurso tem as categorias de “Cozinha regional/ tradicional”, “Cozinha criativa/ evolutiva” e “Cozinha europeia e do mundo”. A CVRBI, com sede no Solar do Vinho, na Guarda, já promove, em colaboração com o NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda e a Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), um concurso de vinhos da Beira Interior, que em 2019 conheceu a sua 12.ª edição. Aquela entidade abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de Castelo Branco, onde possui mais de 60 associados, sendo quatro adegas cooperativas. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR

49


Setor automóvel sector automóvil

Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com

Opel Grandland X Hybrid4 Opel aposta nas versões híbridas A Opel reforça a sua aposta na eletrificação num dos segmentos mais importantes do mercado, o dos SUV compactos, com a chegada das primeiras unidades do Grandland X Hybrid à rede de concessionários da marca em Portugal, com preços a partir de 46.725 euros.

E

Fotos DR

sta versão, de tração dianteira, vem complementar a oferta inaugurada pelo Grandland X Hybrid4, também um híbrido plug-in (PHEV) mas de tração integral, que é proposto por valores desde 47.120 euros. Aliando um motor elétrico e um propulsor a gasolina 1.6 sobrealimentado, o sistema de motorização do Grandland X Hybrid debita potência máxima de 225 cavalos (165 kW) e binário máximo de 360 Nm. O consumo médio obtido de acordo com a nova norma WLTP1 é de 1,5-1,4 l/100 km, com emissões de CO2 de 34-31 g/km. Em modo de funcionamento puramente elétrico, o novo Opel oferece autonomia até 57 quilómetros no ciclo WLTP (60 a 65 km no ciclo NEDC2), que pode 50 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2020

alcançar 70 quilómetros circulando exclusivamente em circuito urbano. Para aumentar o grau de eficiência, o Grandland X Hybrid está dotado de um sistema sofisticado de travões capaz de recuperar energia resultante

da inércia da travagem ou da desaceleração. O motor de combustão interna intervém sobretudo quando o automóvel circula a velocidades médias e superiores, enquanto a secção elétrica


sector automóvil Setor automóvel

é colocada em funcionamento na faixa de velocidades baixas a médias. Vários estudos revelam que grande parte das deslocações diárias pendulares, casa-trabalho-casa, não ultrapassam 50 quilómetros de distância, o que quer dizer que, nesses casos, o novo híbrido ‘plug-in’ da Opel pode ser potencialmente utilizado permanentemente sem emissões. No capítulo da segurança, o equipamento de série é também vasto e inclui importantes sistemas de assistência à condução como o alerta de colisão dianteira com deteção de peões e travagem de emergência, manutenção de faixa com correção automática da direção, reconhecimento de sinais de trânsito e deteção de cansaço do condutor. Todos os Grandland X Hybrid possuem de série bancos forrados a couro

e tecido, ar condicionado, faróis de LED, comutação automática máximos-médios, sensores de luz e chuva, espelhos retrovisores exteriores com comando elétrico e aquecimento, sistema de fechadura central e ignição sem chave, jantes de liga leve, assistência ao arranque em subidas, travão de estacionamento elétrico, sensores de estacionamento à frente e atrás, câmara traseira e vidros traseiros escurecidos, entre muitos outros. O novo Opel Grandland X Hybrid oferece três modos de condução - “Elétrico”, “Híbrido” e “Sport” - que podem ser selecionados pelo condutor. No modo “Híbrido” o sistema de motorização seleciona automaticamente a opção de propulsão mais eficiente, permitindo mudar para modo puramente “Elétrico”, sem emissões, quando chega

a um centro urbano. O modo “Sport” alia a potência de ambos os motores térmico e elétrico para garantir a máxima ‘performance’. O Grandland X Hybrid consegue acelerar de zero a 100 km/h em 8,9 segundos e alcançar a velocidade máxima de 225 km/h. Para simplificar o recarregamento, a Opel oferece soluções específicas providenciadas pela Free2Move Services, a marca de mobilidade do grupo PSA. A oferta integra um passe de acesso a uma completa rede de postos de carregamento e uma aplicação de planeamento de viagem que indica a localização de postos ao longo do percurso. A aplicação “myOpel”, por seu turno, permite programar horas de recarregamento ou ajustar à distância as regulações de pré-aquecimento do habitáculo, por exemplo.  PUB

Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

SETEMBRO DE 2020

AC T UA L I DA D € 51


intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial luso

español en enero-junio de 2020

E

n la presente edición de la revista “Actualidad€-Economía Ibérica” publicamos los datos actualizados hechos públicos por Datacomex de la Secretaria de Estado de Comercio de España relativos al primer semestre del año. Se habrá de indicar que estos datos corresponden exclusivamente a datos de comercio declarado proporcionados por el Departamento de Aduanas e Impuestos Especiales de la Agencia Tributaria (Aduanas) y son datos provisionales. El cuadro 1 pone de manifiesto una clara recuperación de los flujos comerciales bilaterales en términos mensuales, las ventas españolas en junio respecto a mayo crecieron 29% (1.718,7 millones de euros en este periodo frente a 1.336,2 millones en el mes de mayo) y las compras lo hicieron en un 42% (852,6 millones frente a 598,9 millones alcanzados en mayo). En términos acumulados,

las ventas españolas en este primer semestre del año superaron los 9.195,7 millones de euros, es decir –18% que la registrada en el primer semestre del año pasado, que se situó en los 10.918,6 millones. En lo que a las compras españolas acumuladas se refiere, también en este caso se produjo una ligera quiebra, habiendo pasado de los 5.570,2 millones de euros, en el primer semestre de 2019, a los actuales 4.939,1 millones, lo cual representa una disminución del -19%. Es evidente que esta evolución negativa refleja el impacto que la crisis sanitaria del covid está teniendo en la actividad económica a nivel mundial y regional. En este periodo, el superávit favorable a España alcanzó los 4.256,6 millones de euros y una tasa de cobertura de 186%. Los cuadros 2 y 3 recogen la distribución geográfica del comercio exterior español. Pese a la desaceleración en la actividad económica en su conjunto, el merca-

do portugués mantiene la cuarta posición entre los principales mercados clientes de España con un peso relativo del 7,4% sobre el total de la oferta exportadora española y la sétima posición entre nuestros principales mercadores proveedores con una peso relativo de 3,8%. Con base en los datos publicados por la Secretaria de Estado de Comercio, las exportaciones españolas decrecen en línea con otras economías europeas (-13,1% en la zona euro, -12,5% en la UE-27). Ase redujeron las exportaciones de países como Francia (-21,5%), Reino Unido (-15,6%), Italia (-15,3%) y Alemania (-13,4%). Fuera de Europa, también se redujeron las exportaciones de Estados Unidos (-16,5%), Japón (-15,4%) y China (-6,2%). Las exportaciones a la UE (60,4% del total) se redujeron un 14,6%. Las exportaciones a la zona euro (52,7% del total) se redujeron un 14,5%. Las exportacio-

Balanza

1. Balanza comercial España - Portugal en enero-junio de 2020 VENTAS ESPAÑOLAS 20

COMPRAS ESPAÑOLAS 20

VENTAS COMPRAS Cober 20 % ESPAÑOLAS 19 ESPAÑOLAS 19

Saldo 19

Cober 19 %

ene

1 778 762,75

1 003 845,34

774 917,41

177,19

1 742 735,34

913 960,29

828 775,05

190,68

feb

1 724 629,55

1 005 714,30

718 915,25

171,48

1 706 821,40

873 899,16

832 922,24

195,31

mar

1 581 766,04

906 741,35

675 024,69

174,45

1 812 053,31

984 166,48

827 886,83

184,12

abr

1 055 661,19

571 257,22

484 403,97

184,80

1 810 815,75

906 315,91

904 499,84

199,80

may

1 336 168,90

598 908,11

737 260,79

223,10

1 951 251,80

999 087,41

952 164,39

195,30

jun

1 718 689,32

852 608,01

866 081,31

201,58

1 894 918,30

892 750,62

1 002 167,68

212,26

jul

1 888 569,00

1 057 136,40

831 432,60

178,65

ago

1 572 644,63

694 691,19

877 953,44

226,38

sep

1 809 737,87

1 004 127,43

805 610,44

180,23

oct

2 077 533,09

1 104 109,06

973 424,03

188,16

nov

1 868 799,77

1 020 269,73

848 530,04

183,17

dic

1 769 405,43

973 285,64

796 119,79

181,80

21 905 285,69

11 423 799,32

10 481 486,37

191,75

Total

9 195 677,75

4 939 074,33

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

52 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2020

Saldo 20

4 256 603,42

186,18


Rankings 2.Ranking principales países clientes de España - enero-junio 2020

nes al resto de la UE (7,6% del total), se redujeron un 15,7%. Las exportaciones a terceros destinos (39,6% del total) se redujeron un 17,5% (Oceanía, -30,8%; América Latina, -26,9%; África, -23,7%; Oriente Medio, -14,4%; América del Norte, -11,2%; Asia, excluido Oriente Medio, -9,7%). Los cuadros 4 y 5 recogen la distribución sectorial del comercio hispano portugués y en ambos se mantiene el liderazgo de la partida 87-vehiculos automóviles; tractor con una cifra de ventas que supera los 790,8 millones de euros y de compras que asciende a los 547,4 millones. En la oferta española, cabe mencionar la partida 84-Máquinas y aparatos mecánicos, con 701 millones de euros, seguido de la 85-Aparatos y material eléctricos, con 679,4 millones, la 39-Materiales plásticos; sus manufacturas, con 512,4 millones, y, por último y en la quinta posición, la partida 27-Combustibles, aceites minerales, con 446,6 millones. Este grupo de cinco partidas (3.130,2 millones de euros) representa el 34% de las ventas españolas a su vecino Portugal. Por lo que a las compras españolas además de la partida 87-vehiculos automóviles; tractor referida anteriormente, se habrá de destacar la partida 84-Máquinas y aparatos mecánicos, con 380,2 millones de euros, y la 39-Materiales plásticos; sus manufacturas, con 362,4 millones. En la cuarta y quinta posiciones, las 27-Combustibles, aceites minerales y 72-Fundición, hierro y acero, con 305,4 y 230,2 millones de euros, respectivamente. Este grupo de cinco partidas, también en este caso, tiene un peso importante en la demanda española, habiéndose situado en los 20% sobre el total de las compras españolas a Portugal. Las CC.AA. de Cataluña, Madrid y Galicia se sitúan a la cabeza de las ventas y compras españolas a Portugal y en su conjunto representan el 50% del comercio bilateral. 

Orden País

Importe

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal - enero-junio 2020 Orden Sector

Importe

1

001 Francia

19 620 717,37

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

547 385,78

2

004 Alemania

14 150 902,25

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

380 186,03

3

005 Italia

9 556 268,21

3

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

362 356,90

4

010 Portugal

9 195 677,75

4

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

305 451,06

5

006 Reino Unido

8 011 888,17

5

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

230 219,64

6

400 Estados Unidos

6 141 644,49

6

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

204 496,11

7

003 Países Bajos

4 403 264,44

7

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

187 115,50

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO

158 494,46

94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS

8

720 China

3 538 641,60

8

9

017 Bélgica

3 504 457,40

9

10

204 Marruecos

3 351 586,67

11

060 Polonia

2 839 889,15

12

039 Suiza

2 629 870,60

13

052 Turquía

1 766 164,79

14

412 México

1 516 747,62

15

952 Avituallamiento terceros

1 299 339,48

16

030 Suecia

1 263 787,09

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

701 037,97

17

732 Japón

1 170 416,89

3

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

679 394,85

18

061 República Checa

4

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

512 391,27

19

038 Austria

1 083 540,05

5

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

446 589,33

20

951 Avituall.y combust. intercambios comunitarios

1 054 571,49

4 939 074,33

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal - enero-junio 2020 Orden Sector 1

1 153 589,35

151 469,68

TOTAL

Importe

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

790 762,80

6

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

327 357,71

SUBTOTAL

97 252 964,86

7

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

306 912,55

TOTAL

124 101 445,61

8

03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS

244 428,60

9

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

244 412,37

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

3.Ranking principales países proveedores de España - enero-junio 2020 Orden País

TOTAL

9 195 677,75

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

Importe

1

004 Alemania

16 167 086,26

2

720 China

13 796 963,69

3

001 Francia

13 382 770,18

4

005 Italia

5

400 Estados Unidos

7 745 944,30

6

003 Países Bajos

5 969 748,56

7

010 Portugal

4 939 074,33

8

006 Reino Unido

4 431 144,36

6.Evolución del intercambio comercial de España - enero-junio 2020

8 075 591,84

9

017 Bélgica

3 275 532,10

10

204 Marruecos

2 883 208,08

11

052 Turquía

2 782 678,19

12

060 Polonia

2 497 725,41

13

288 Nigeria

2 143 445,16

14

959 Países y territorios no determinados.Intraco.

1 868 928,11

15

508 Brasil

1 742 163,87

16

039 Suiza

1 698 203,33

7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal - enero-junio 2020 CC.AA.

VENTAS ESPAÑOLAS 19

COMPRAS ESPAÑOLAS 19

17

664 India

1 647 941,84

Cataluña

1 902 318,72

Cataluña

800 113,73

18

061 República Checa

1 626 893,50

Madrid, Comunidad de

1 555 133,42

Madrid, Comunidad de

792 216,95

19

732 Japón

1 570 832,15

Galicia

1 254 254,81

Galicia

742 486,90

20

412 México

1 555 359,18

Andalucía

994 656,25

Andalucía

537 577,58

SUBTOTAL

99 801 234,44

Castilla-La Mancha

656 847,85

Castilla y León

423 050,67

TOTAL

131 674 749,60

Comunitat Valenciana

639 967,62

Comunitat Valenciana

394 081,27

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

SETEMBRO DE 2020

AC T UA L I DA D € 53


oportunidades de negócio

oportunidades de negocio

Empresas Portuguesas

Oportunidades de

negócio à sua espera

BUSCAN

REFERENCIA

Empresas españolas que puedan aportar tecnologias a la agricultura portuguesa

DP200101

Fabricantes o almacenistas de artículos para fiestas de niños

DP200201

Distribuidores de infusiones y tés

DP200301

Empresas españolas de artículos hospitalarios de alta tecnología.

DP200302

Empresas españolas de piscicultura (acuicultura)

DP200401

Empresas españolas de torrefacción e distribuición de café

DP200601

Representantes comerciales y distribuidores en el sector vitivinícola, venta de cápsulas para vino, vino espumoso y aceite

DP200701

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Agente comercial no mercado de artigos de cozinha para casa Empresas portuguesas de segurança Empresas de roupa de desporto Farmacias, hospitais e dentistas em Portugal Empresas dedicadas à pesca Empresas portuguesas de cebolas e batatas Empresas portuguesas que produzem tecidos têxteis para hospitais e farmácias

DE191003 DE200501 DE200502 DE200503 DE200504 DE200601 DE200701

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

54 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2020


oportunidades de negocio

oportunidades de negócio

SETEMBRO DE 2020

AC T UA L I DA D € 55


calendário fiscal calendario fiscal >

S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Setembro Prazo Imposto Até

Declaração a enviar/Obrigação

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

Observações

10

IVA

Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em julho/2020

Contribuintes do regime normal mensal

10

Segurança Social

Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de agosto/2020

Entidades empregadoras

10

IRS

Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a agosto/2020

Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)

14

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em agosto/2020

Sujeitos passivos do IVA

- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT

20

IRS/IRC/ Selo

Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em agosto/2020

Entidades devedoras dos rendimentos e do imposto do selo

No âmbito das medidas relativas ao covid-19, pode haver pagamento de prestações referentes a retenções efetuadas no 2º trimestre/2020

21

Segurança Social

Pagamento das contribuições relativas a agosto/2020

Entidades empregadoras

No âmbito das medidas relativas ao covid- 19, pode haver pagamento das contribuições diferidas devidas nos meses março, abril e maio/2020

21

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em agosto/2020

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 euros no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros quando tais operações se considerem aí localizadas.

21

IRS

2º Pagamento por conta do IRS 2020

Sujeitos passivos de IRS com rendimentos empresariais e profissionais

30

IRC

2º Pagamento por conta do IRC de 2020

Sujeitos passivos de IRC que desenvolvam a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, cujo período de tributação seja coincidente com o ano civil.

30

IRC

2º Pagamento adicional por conta (derrama estadual) do exercício de 2020

Sujeitos passivos de IRC que desenvolvam a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, que tenham tido no ano anterior um lucro tributável superior a 1.500.000 de euros

30

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em julho/2020

Entidades devedoras dos rendimentos

30

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado em 2019 noutro Estado-membro da EU

Sujeitos passivos do IVA

56 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2020

O pagamento do IVA pode ser feito até ao dia 15

Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

BE190129

F

Data de Nascimento Línguas FRANCÊS/ ESPANHOL

Área de Atividade PROFESSORA DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA

BE190130

F

18/12/1992

ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS

LOGÍSTICA

BE190131

M

01/11/1982

ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS

CONSULTOR DE NEGÓCIOS

16/11/1992

BE190132

F

ESPANHOL/ INGLÊS/PORTUGUÊS

ADMINISTRATIVA

BE190133

F

ESPANHOL/ INGLÊS

TÉCNICO DE RECURSOS HUMANOS

BE190134

F

ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS

PEDAGOGA EM RECURSOS HUMANOS

BE190135

F

ESPANHOL/ CATALÃO/ PORTUGUÊS/ INGLÊS

JORNALISMO

BE190136

F

ESPANHOL/ CATALÃO/ PORTUGUÊS/ INGLÊS

MARKETING E COMUNICAÇÃO

BE190138

F

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

SECRETÁRIA DE DIREÇÃO E ATENÇÃO AO CLIENTE

BE190139

F

17/03/1992

ESPANHOL/CATALÃO/VALENCIANO

SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS

BE190140

M

18/02/1977

ESPANHOL/ PORTUGUÊS / INGLÊS

ENGENHEIRO CIVIL

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

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novembro de 2014

ac t ua l i da d € 57


espaço de lazer

espacio de ocio

“A marca Amália Rodrigues deve ser das marcas portuguesas mais valiosas” Celebrar o centenário do nascimento de Amália Rodrigues é recordar o seu legado artístico, mas também perspetivar o futuro desse património e repensar “uma das marcas portuguesas mais valiosas”, sustenta Vicente Rodrigues. O presidente da Fundação Amália Rodrigues avança que a prioridade é equilibrar as contas da instituição, de modo a honrar a vontade da artista, ajudando os que mais necessitam.

N

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

a rua de São Bento, o entre muitos outros) nas inúmeras prédio do número 193, tertúlias que Amália provocava. “Não que Amália da Piedade gostava de estar sozinha, adorava estes Rebordão Rodrigues adqui- convívios, que começavam depois de riu em 1954 e onde viveu anoitecer e acabavam depois do sol até morrer, em 1999, permanece nascer”, como conta Joana Machado. quase como a artista o deixou. Na Trabalha como guia há pouco mais sala de estar, recheada de obras de de um ano na Casa Museu, mas já era arte (entre elas o busto da canto- visitante habitual desde os doze anos: ra esculpido por Joaquim Valente, “Sempre admirei Amália. O que me que foi capa do álbum “Busto”, e agarrou foi a pessoa. Fascinava-me a uma pintura da escola holandesa do sua inteligência, as respostas que dava século XVIII) e instrumentos musi- nas entrevistas, a sua forma de vida.” Amália chamou-lhe “Estranha forma cais (uma guitarra do século XVII e outra do século XIX), há sofás e de vida”, num dos muitos poemas que várias cadeiras. Os mesmos onde se escreveu e que cantou. Não foi além sentaram outrora artistas, músicos da escolaridade obrigatória, mas falava e poetas (Vinicius de Morais, Édith quatro línguas fluentemente, escrevia Piaf, Frank Sinatra, Anthony Quinn, poesia e cantou textos de alguns dos

58 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2020


espacio de ocio

mais conceituados poetas portugueses, como Luís de Camões, David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Mello, Alexandre O´Neill e José Gomes Ferreira. Terá sido o compositor Alain Oulman, que trabalhou com Amália em vários discos, o responsável por esta aproximação entre a cantora e estes autores. Na prática, Amália fez chegar estes poetas a um povo pobre em recursos culturais e económicos. Joana Machado conta que testemunhou isso mesmo: “Uma vez veio cá uma família italiana, descendente de portugueses. A senhora dizia-me ao ver a montra de obras de poetas portugueses (tudo primeiras edições assinadas pelos autores) da coleção da cantora, que tinha sido através dos fados de Amália que conheceu um bocadinho da cultura portuguesa, pelo seu pai, que de outra forma não teria tido contacto com estes autores.” Dona de “uma enorme sensibilidade e bom gosto”, visível pelas suas escolhas enquanto artista e consumidora de arte (exposta por toda a casa), o amor e o respeito pela cultura levavam Amália a aprender sobre outras culturas, aproximando-se assim dos diferentes públicos que foi conquistando. A artista atuou em vários palcos internacionais e não só cantava fado e folclore português, como também procurava cantar músicas dos países em

que estava. “Antes de atuar em Cabo Verde, chamou o amigo e cantor Dany Silva para a ensinar a cantar mornas (música de origem cabo-verdiana)”, recorda Vicente Rodrigues (na foto da pág. ant.), que aceitou o desafio de presidir à Fundação Amália Rodrigues. Professor do ISCTE, Vicente Rodrigues considera que presidir ao Conselho de Administração da Fundação Amália Rodrigues é um “muito honroso desafio”. O gestor (integrou os CTT e o Grupo Nabeiro) diz que “a prioridade é recuperar a situação económica da Fundação, que chegou a ter prejuízos de 500 mil euros”. Reequilibrar as contas da fundação e “garantir a sua sustentabilidade” é o grande desafio. A Fundação Amália Rodrigues foi instituída por testamento da artista em 1997 e foi fundada a 10 de dezembro de 1999. Amália deixou expressa em testamento a sua vontade de deixar a sua casa aos portugueses, de a transformar em museu e de criar uma fundação com o objetivo de gerir parte dos seus bens (outra parte deixou à família), e de distribuir os seus eventuais rendimentos líquidos anuais pelas seguintes entidades: 15% para a Casa do Artista, 15% para o Centro de Saúde de Brejão ou de Enfermagem e Primeiros Socorros do Brejão (que não havia, mas que já foi criado) e os restantes rendimen-

espaço de lazer

tos líquidos anuais de acordo com os objetivos da Fundação, tendo em conta os mais desfavorecidos, instituições de beneficência e de solidariedade social. “Para isto acontecer, para que possamos cumprir o desejo de Amália, esta fundação tem que gerar receitas. Em dezanove anos de atividade, esta fundação funcionou sem qualquer apoio de fundos públicos, à exceção de três estágios profissionais apoiados pelo centro de emprego. As receitas de bilheteira não cobrem os custos”, explica Vicente Rodrigues. Para fazer aumentar as receitas da fundação, o gestor identifica três ativos fundamentais: “A Casa Museu, a propriedade de Brejão (casa de férias no Alentejo) e a marca Amália, já que a Fundação Amália Rodrigues é detentora dos direitos de nome e imagem da fadista, gerindo este património imaterial com o objetivo de captar apoios e receitas para concretizar a sua missão. Estamos a falar de um património de grande valor material e imaterial. A Casa e o seu acervo são intocáveis (a mobília, as obras de arte, os instrumentos musicais, livros, discos, as roupas, calçado, joias e acessórios da artista), mas é preciso preservá-los. Representam o lado mais intimista da artista, que toca todos os que visitam a casa. O edifício pré-pombalino (sobreviveu ao terramoto de 1755) acusa a necessidaSETEMBRO DE 2020

AC T UA L I DA D € 59


espaço de lazer

espacio de ocio

de de algumas obras de manutenção. Temos obras orçamentadas no valor de meio milhão de euros. O desafio é enorme. Gostaríamos de ter um elevador exterior contíguo às traseiras do edifício, de modo a facilitar o acesso ao primeiro e segundo andares a pes-

espaços. Temos que fazer parcerias a sua parte à fundação. Não tenho com operadores de turismo porque dúvidas de que há vontade por parte temos consciência de que há muitos dos responsáveis das empresas em turistas interessados na cultura imate- trabalhar connosco. Tem acontecido. rial de um país.” Acabámos de licenciar uma coleção de Vicente Rodrigues sublinha que a óculos Amália pela Prooptica, inspiramarca Amália pode gerar oportuni- dos nos modelos que a própria artista usava. O grupo Nabeiro vai lançar um vinho da Adega Mayor com o nome Amália”, adianta. De salientar ainda que a Delta Cafés vai ser o patrocinador oficial da exposição “Bem-Vinda Sejas Amália” (ver também a pág. 64). “Já foi lançada uma coleção de joias pela Ouronor, que são réplicas das joias de Amália ou inspiradas na cantora. A Tissot comercializa relógios soas com mobilidade reduzida. Temos dades de negócio para várias outras comemorativos do centenário Amália. cerca de nove mil visitantes por ano, marcas: “A marca Amália Rodrigues Os CTT lançaram selos também para mas podemos receber mais.” deve ser das marcas mais valiosas celebrar o centenário. A Vista Alegre O gestor adianta que a herdade de de Portugal. Pretendemos fazer um está a trabalhar connosco para o lan12 hectares no Brejão, composta por estudo para avaliar o valor da marca. çamento de uma coleção e muitas uma vivenda e um anexo também Trata-se de uma marca com um enor- outras marcas o farão. Estamos a fazer podem ser rentabilizadas: “Trata-se me potencial e nós queremos que as contactos nesse sentido, com resposde uma propriedade inserida numa empresas, as editoras, os produtores tas muito positivas. Este centenário reserva natural, pelo que nada mais de espetáculos, as câmaras municipais, está a ser muito importante, porque pode ser ali construído, mas pode- etc., percebam isso e saibam que têm além de inspirar vários eventos em mos reconstruir o que existe, nomea- em nós um parceiro no sentido de torno de Amália, bem como livros e damente duas pequenas casas, que trabalhar a marca Amália. Ou seja, discos, é também uma oportunidade podem ser recuperadas para aloja- uma parte das receitas derivadas do para comunicar os ativos da fundamento local, como já acontece com uso da marca devem reverter para a ção”, conclui o mesmo responsável.
O o anexo. É possível fazer eventos na fundação, para que se possa honrar centenário tem ajudado os portuguepropriedade, à semelhança do espetá- os desejos da artista. Não é legítimo ses a entender quem foi Amália e qual culo comemorativo do centenário, no que Amália tenha deixado os seus o seu enorme contributo para a culpassado dia 23 de julho. Temos que bens para ajudar os portugueses e que tura portuguesa. “Amália é uma das comunicar mais e melhor todos estes alguém se aproprie da marca sem dar figuras de proa da cultura portuguesa: 60 act ACT ualidad€ UALIDAD€

Se s E tT e Em Mb Br Ro O d De E 2020


espacio de ocio

fluente em quatro línguas, foi cantora, anos), é considerada uma das quatro atriz de teatro e de cinema e poetisa. melhores vozes do mundo, recebeu o Amália era muito mais do que fado. prémio MIDEM (para a artista que Cantava outros géneros musicais e mais vende no seu país) por três vezes, nas respetivas línguas de origem. Era o que só aconteceu aos Beatles. Em modesta ainda que tivesse plena cons- 1973, deu 88 concertos em Itália, ciência do seu próprio valor”, sustenta onde a adoravam. No Japão, edi-

espaço de lazer

em casa, salienta Joana Machado: “Amália gostava de dizer que era uma artista ibérica. Adorava ouvir e cantar flamenco e tinha uma grande paixão pela cultura e pela estética cigana. Gostava de saias compridas, de blusas coloridas e de usar muitos colares, brincos e pulseiras.” Muitas destas peças estão expostas no quarto de Amália, tal como os seus carismáticos sapatos de tacões que poderiam ir até aos 17 centímetros. “Tinha mais de 200 pares de sapatos, muitos deles feitos por encomenda”, revela a guia. Percorrer a casa de Amália é ficar a conhecer uma página fundamental da cultura portuguesa. Vicente Rodrigues gostaria que Amália fosse devidamente abordada pelo ensino público: “Apesar de temos visitas de algumas escolas, sabemos que Amália não consta ainda dos programas de ensino oficial, mas há aber-

“Trata-se de uma marca com um enorme potencial e queremos que as empresas saibam que têm em nós um parceiro no sentido de trabalhar com a marca Amália” o presidente da Fundação Amália Rodrigues, lamentando que a dimensão internacional da artista seja pouco conhecida em Portugal. “Penso que a maioria dos portugueses não tem ideia de quem foi Amália no mundo”. Depois de uma visita à Casa de Amália percebe-se melhor como o mundo a reconhecia. A guia Joana Machado conta que a cantora, cuja carreira começou aos 19 anos, também se internacionalizou cedo e atuou em vários países. “Em 1959 (aos 30

tou um livro de poesia, um vídeo- tura do Ministério da Educação para -concerto (não há nenhum vídeo que isso aconteça em breve. Além concerto de Amália em Portugal) de cantora, foi poetisa e é um nome e a música “Lágrima” foi genérico incontornável da cultura portuguesa. de uma novela nipónica e esteve Talvez não tenhamos outro com esta no top de vendas várias semanas”. dimensão nacional e internacional. Em Espanha, primeiro país estran- Um nome que queremos perpetuar geiro onde atuou, Amália sentia-se para as gerações futuras.”  S E Ta EgM o Bs Rt o O d De E 2020

AC tT ua ac UA lL iI da DA d D € 61


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Bela Época, as palavras-chave para mirandesa, bísaro e ibérico

O restaurante brigantino Bela Época faz o cliente recuar um século, pela decoração inspirada na Belle Époque. À mesa, o presente obriga a atualizar o provérbio: “Para lá do Marão mandam a mirandesa e o bísaro. Já o cliente, costuma mandar vir mais, como conta Rui Veiga, dono do espaço…

A

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto DR

geografia ajuda e não é difícil encontrar carne de boa qualidade em Trás-osMontes. Afinal é com um bife transmontano (proveniente de um boi de Chaves) que termina o documentário “Steak (R) evolution”, de Franck Ribière, uma espécie de roteiro das melhores carnes do mundo. Rui Veiga faz questão de servir à mesa do Bela Época “carnes da melhor qualidade, certificadas”, nomeadamente vaca de raça Mirandesa e porco Bísaro ou Ibérico. As classificações deste restaurante no Trip Advisor e no Facebook con62 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2020

firmam as palavras do proprietário: “Temos a classificação máxima - cinco estrelas - no Trip Advisor e no Facebook. Não há outros restaurantes na região tão bem classificados. Como também não haverá outros restaurantes na região onde as pessoas fotografem tanto os quartos de banho…” O que primeiro impressiona no Bela Época é a

decoração, inspirada nesse período (que começou em finais do século XIX e durou até ao início da primeira guerra). O dono do Bela Época explica como surgiu o conceito decorativo e o nome do restaurante: “Eu sou apaixonado pelo mundo do café. Sempre gostei das máquinas antigas, dos moinhos e de todos os utensílios ligados ao café. Uma vez, em Espanha vi uma máquina vintage


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à venda espetacular. Gostei do aspeto antigo e mandei vir uma igual, da mesma marca, de Itália percebe Em Bragança, faz dela assinatura. Da mesma forma, sempre gostei de móveis antigos, de os recuperar. Fui juntando muitas peças que estão agora no Bela Época e escolhi este nome porque reporta precisamente a esse estilo de decoração. Quis fazer uma coisa especial, com personalidade e com atenção aos detalhes, como os tetos trabalhados, os lustres, a louça… Foi tudo escolhido ao pormenor e as pessoas reconhecem isso mesmo.” Natural de Macedo de Cavaleiros, Rui Veiga trabalha há muitos anos no setor da restauração, tendo sido proprietário de um restaurante na sua terra Natal antes de se mudar para Bragança, onde também é sócio de outro do Sandwish Snack. A oportunidade de abrir o Bela Época surgiu quando conheceu o Circuito de karting da Quinta da Candaira, conta: “Na altura havia apenas um espaço de apoio ao karting, mas que funcionava mal. Achei logo que havia potencial. A localização é excelente e tem uma bela vista sobre a cidade. Tem estacionamento próprio. Foi assim que abri o Bela Época há três anos e tem corrido muito bem porque apostámos na qualidade da comida, do serviço e do espaço.” Beatriz Veiga (a mulher de Rui Veiga) é responsável pela cozinha, de onde saem carnes grelhadas a lenha, como a incontornável posta Mirandesa, a costeleta Mirandesa, os secretos de porco Bísaro ou Ibérico, as gigantes (de meio metro) espetadas de picanha, de frango ou de lulas. Na lenha também são grelhados marisco, ou ainda polvo e bacalhau, servidos com batata a murro. Além dos pratos grelhados, o Bela Época disponibiliza também o carismático galo estufado no pote, levado à mesma no mesmo recipiente em que é cozinhado. Também é

espaço de lazer

possível degustar cordeiro no forno, se previamente encomendado. “A qualidade dos produtos para nós é fundamental. Queremos que as pessoas saiam daqui muito bem servidas e é isso que tem acontecido”, frisa Rui Veiga. O gestor prefere, sempre que possível, optar por produtos locais: o vinho é da região, as azeitonas, o azeite, o presunto e os enchidos (alheiras, linguiças e chouriços) servidos de entrada também. Rui Veiga acrescenta que estão a trabalhar no sentido de apresentar no futuro mais pratos confecionados com castanhas e cogumelos da região.

A castanha já é usada numa das sobremesas do restaurante, o creme de castanha, que integra uma lista onde brilham também o pudim Abade de Priscos e outras iguarias inventadas na casa. A rematar a refeição, ser-lhe-á sugerido um licor de ervas (dos vizinhos espanhóis) ou um Vinho do Porto. Com 90 lugares na sala e uma gene-

rosa esplanada com vista para Bragança, o Bela Época é muito popular também pelos jantares e festas de grupo que organiza, para família, amigos ou empresas. O preço médio da refeição ronda os 15 euros. No final, é recomendável que vá ver Bragança mais de perto. Ficará a conhecer uma charmosa cidade histórica fronteiriça e a sua digestão agradece... 

Bela Época Circuito de Karting Quinta da Candaira 1333, Bragança Tel: 917072015

SETEMBRO DE 2020

AC T UA L I DA D € 63


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Agenda cultural Livros

“Amália – Ditadura e Revolução”

Miguel Carvalho assina “uma investigação jornalística que atravessa dois regimes, vários continentes e reúne perto de uma centena de entrevistas e depoimentos exclusivos, gravações inéditas da fadista e de personalidades que com ela conviveram, milhares de páginas de documentos nunca revelados, além de cartas e fotografias desconhecidas da cantora”. O livro pretende clarificar várias questões: “Como se relacionou com o Estado Novo e sobreviveu à admiração por Salazar? Como enfrentou a pobreza, seduziu a aristocracia e os intelectuais? Como ajudou presos políticos, cantou poetas proibidos, colaborou com antifascistas e financiou clandestinamente a oposição e o PCP? Como sobreviveu aos boatos, ataques e tentativas de silenciamento no pós-revolução? Como é que os políticos, os músicos, os poetas, a ditadura e a democracia lidaram com a maior cantora portuguesa de sempre?”

“Amália, já sei quem és”

Da autoria da também fadista Carminho, este livro, editado pela Penguin Random House em parceria com o Museu do Fado, procura apresentar Amália Rodrigues aos mais pequenos. “Amália, já sei quem és” está escrito em sextilhas e ilustrado por Tiago Albuquerque, a obra explica às crianças como Amália se tornou “diva do fado”.

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setembro de 2020

Exposições

“Bem-Vinda Sejas Amália” Além de celebrar o centenário do nascimento de Amália Rodrigues, a exposição itinerante “Bem-Vinda Sejas Amália” pretende dar a conhecer a singularidade da figura de Amália, enquanto mulher e artista, a dimensão internacional da cantora, bem como o seu caráter eclético, já que Amália cantou diferentes géneros musicais e em diferentes línguas, escreveu poesia e foi atriz de cinema e de teatro. A mostra é organizada pela Fundação Amália Rodrigues e está a percorrer várias cidades do país. Estreou-se em Braga, já passou pela Maia, Fundão e Viana do Castelo, e tem já exibições agendadas em Odemira, Ourém, Alter do Chão, Lagoa, Crato, Portimão, Barcelos e Alcochete. A exposição divide-se em quatro módulos: “Do eco do sucesso mundial que nem sempre chegou a Portugal, pelo seu vanguardismo e arrojo artístico, ao recato do seu camarim. Não esquecendo as curiosidades menos conhecidas da sua carreira”, assinala a organização, acrescentando que o título “Bem-vinda sejas Amália” é uma alusão à forma carinhosa como foi recebida pelos militares portugueses em Moçambique, em 1969, quando foi cantar para os feridos de guerra. “A frase, então escrita num cartaz, registada pela RTP para a posteridade, foi sendo replicada noutras alturas e noutros contextos, nas suas inúmeras digressões pelo país e pelo estrangeiro”. Composta por fotografias, esculturas, objetos e registos audiovisuais, a exposição mostra O lado “cosmopolita – presença assídua nas mais importantes salas de espetáculo do mundo” de Amália e também o lado mais “sensível, no campo a colher flores silvestres”, sublinha a organização. Integrada no programa nacional de comemorações do centenário do nascimento de Amália, esta iniciativa conta com o alto patrocínio do Presidente da República.

Festa do Jazz 2020 em formato virtual Dedicada ao jazz feito por músicos portugueses, a Festa do Jazz vai já na 18ª edição. Este ano, o festival decorre no Centro Cultural de Belém (CCB), porém sem público na sala. Todos os espetáculos serão transmitidos em direto pela RTP Palco e e conteúdos estarão disponíveis nesta plataforma. A Festa do Jazz 2020 associa-se ao Fundo de Solidariedade com a Cultura lançado pela Santa Casa, GDA, Audiogest e GEDIPE através da recolha de donativos, via website da Associação Sons da Lusofonia (a entidade que organiza o festival), que revertem a 100% para o fundo. “Desde a sua primeira edição que a Festa do Jazz se dedica a apoiar e cuidar dos músicos de jazz portugueses. Em 2020 esse apoio torna-se ainda mais urgente e relevante devido às dificuldades que os técnicos, produtores, músicos e todos os envolvidos nesta área enfrentam”,


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assinala a organização, acrescentando que “a Festa do Jazz é um acontecimento único em Portugal, que mostra o melhor da música improvisada portuguesa. É na Festa que o jazz português se tem deixado inspirar em momentos de encontro entre diferentes gerações de músicos, produtores, editores, investigadores, escolas e estudantes, amantes do jazz e diferentes públicos. No primeiro dia do festival, será lançado o “Livro Festa do Jazz”. A obra “conta a história da Festa do Jazz que, em muitos pontos, se confunde com a história contemporânea do jazz em Portugal e traça o perfil de alguns dos seus intervenientes”. No dia 13 de setembro, debate-se “Portugal, Jazz e a questão racial” com Mamadou Ba (SOS Racismo), Maria João e Selma Uamasse. Em palco estarão Tomás Marques Quarteto, Andy Sheppard Quarteto, o projeto Volúpias + Rodrigo Pinheiro, João Barradas a solo, Susana Santos Silva e Angélica Salvi Duo, Sound of Desire (trio de Ricardo Toscano) e ainda um encontro de grandes músicos de jazz no panorama português Carlos Martins / João Paulo Esteves da Silva / Carlos Bica / João Lobo. Está ainda agendada uma “Homenagem a Bernardo Sassetti com participação de João Mortágua (saxofone alto), João Pedro Coelho (piano) e os seus acompanhantes de sempre, Carlos Barretto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria)”. O festival encerra com Maria João e Carlos Bica. Dias 12 e 13 de setembro, no CCB, em Lisboa

Culturgest abre temporada com dança e música O ponto de partida da temporada da Culturgest é assinalado, a 17 de setembro, com “o concerto de apresentação do muito bem recebido álbum a solo de Sonic Boom, membro fundador dos icónicos Spacemen 3 – All Things Being Equal – lançado no passado mês de junho”. Altura para escutar canções que “ começaram a ser escritas em 2015, nas vésperas da sua mudança de Inglaterra para Sintra, onde reside”, temas que nos trazem “otimismo, esperança e conforto, com algumas músicas que são também uma viagem através do cosmos, de escapismo multi-colorido”. Em estreia nacional, a Culturgest em Lisboa acolhe “a última criação de um dos nomes mais influentes e originais da coreografia atual, Marlene Monteiro Freitas, que em 2018 recebeu o Leão de Prata na Bienal de Veneza”. O espetáculo “Mal – Embriaguez Divina”, uma coprodução da Culturgest e de instituições como Münchner Kammerspiele, Wiener Festwochen, Kunstenfestivaldesarts e Ruhrtriennale, é apresentado nos dias 24, 25 e 26 de setembro. Dias 17, 24, 25 e 26 de setembro, na Culturgest, em Lisboa Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

XXI Bienal de Arte de Cerveira: “Diversidade-Investigação. O Complexo Espaço da Comunicação pela Arte” Alexandre Delmar, Alfredo Gallegos, Kyria Oliveira, Mariana Mizarela, Nicoleta Sandulescu, Nelson Miranda e Rafael Ibarra são os vencedores dos Prémios Aquisição Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira” da XXI Bienal Internacional de Arte de Cerveira, que decorre até 31 de dezembro de 2020, em Vila Nova de Cerveira. A mais antiga bienal de arte do Península Ibérica dedica-se este ano ao tema “Diversidade-Investigação. O Complexo Espaço da Comunicação pela Arte” e apresenta mais de 350 obras de cerca de 370 artistas de 38 países. ”A Bienal de Cerveira tem um lugar especial na paisagem cultural do país e realizá-la neste tempo de incertezas é uma lição de resiliência e de responsabilidade”, sublinhou o diretor da Direção-Geral das Artes, Américo Rodrigues, no dia da inauguração da Bienal. O evento integra: exposição do concurso internacional e artistas convidados, 11 projetos curatoriais, intervenções artísti-

cas, conferências, conversas, visitas guiadas, entre outras ações, mantendo “o compromisso de apresentar ao público as mais recentes realizações artísticas e tendências estéticas. Para reforçar a internacionalização do evento, a Fundação Bienal de Arte de Cerveira vai apresentar um formato duplo incluindo, pela primeira vez, uma edição digital, que permitirá ao público a visita virtual à bienal a partir de qualquer parte do mundo. A transmissão da programação complementar nas redes sociais será outra das apostas, por forma a possibilitar a participação e o envolvimento dos visitantes. Entrevistas em ateliers, intervenções artísticas e visitas guiadas são alguns dos conteúdos que estarão disponíveis gratuitamente. Além das exposições no Museu da Bienal e da integração de trabalhos no espaço público da ‘Vila das Artes’, o evento volta a expandir-se pelo Norte de Portugal, com exposições em: Alfândega da Fé (Casa da Cultura Mestre José Rodrigues), Viana do Castelo (Galeria Noroeste - Fundação Caixa Agrícola do Noroeste), Vila Praia de Âncora (Centro Cultural de Vila Praia de Âncora) e Monção (Galeria de Arte do Cine Teatro João Verde). Até 31 de dezembro, em Vila Nova de Cerveira setembro de 2020

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Statements Para pensar

”Devemos garantir que o turismo recupere a sua posição como fornecedor de empregos decentes e rendas estáveis– criando uma experiência de viagem sustentável que seja segura para as comunidades anfitriãs, trabalhadores e viajantes (...) o turismo também é um pilar fundamental para a conservação do património natural e cultural” António Guterres, secretário-geral da ONU, num twitter, onde afirma que “nos primeiros cinco meses deste ano, as chegadas de turistas internacionais diminuíram em mais da metade e mais de 270 mil milhões de euros em exportações do turismo foram perdidos”, “ExecutiveDigest.pt”, 25/8/20

“É imperativo reconstruir o setor do turismo de uma forma segura, equitativa e favorável ao clima” Idem, ibidem

“O país entrou em confinamento em meados de março e, nessa altura, começámos logo a notar o crescimento dos pedidos de domínios [de sites .pt]. O mês de abril é o mês com maior crescimento, com cerca de 67% de crescimento relativamente ao ano anterior. São números que têm de ser explicados pelo facto das empresas terem uma necessidade muito grande de poderem ter contacto com os seus clientes habituais, mas também de poderem alavancar o seu negócio, uma vez que estavam, fisicamente, impedidas de o fazer (…) [em agosto] os 67% de abril não se repetiram, mas continuamos a crescer sempre acima dos 20%, o que significa que esta tendência veio para ficar” Luísa Ribeiro Lopes, presidente do conselho diretivo do .PT (entidade que gere o domínio de topo nacional), “Marketeer”, 25/8/20

“Este é um trabalho conjunto. Neste momento, sabemos que existe da parte do Governo de Portugal uma aposta muito grande na transição digital (...) A transição e transformação digital das empresas é uma prioridade quer do nosso país, quer em termos europeus. Aliás, o plano de recuperação mostra mesmo a importância de olharmos para a transição digital como uma área estratégica de crescimento [conjunta da Europa e do resto do mundo]” 66 ACT UALIDAD€

Idem, ibidem SETEMBRO DE 2020




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