Actualidade Economia Ibérica - nº 308

Page 1

ActuA lidAd Economia ibérica fevereiro 2023 ( mensal ) | N.º 308 | 2,5 € (c ont .) UR Global, aliado de las empresas en su internacionalización páG. 20 Sustentabilidade alicerça a rota da portugal Space páG. 14 Tecnologia e diversificação: os caminhos do setor do calçado páG. 32

ActuAlidAd

Economia ibérica

Diretora (interina)

Belén rodrigo

Coordenação de Textos

clementina fonseca

Redação

Belén rodrigo, clementina fonseca e Susana Marques

Copy Desk

Julia Nieto e Sara Gonçalves

Fotografia

Sandra Marina Guerreiro

Publicidade rosa Pinto (rpinto@ccile.org)

Assinaturas

Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org)

Projeto Gráfico e Direção de Arte

Sandra Marina Guerreiro

Paginação

Sandra Marina Guerreiro

Colaboraram neste número

Belén García Martínez, eduardo Silva, Josep Moreno, Mónia figueiredo e ricardo Aboim

Contactos da Redação

Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º

1050-155 Lisboa

Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333

E-mail: actualidade@ccile.org

Website: www.portugalespanha.org

Impressão

What colour is This?

rua roy campbell, Lote 5 – 4ºB

1300-504 Lisboa

Telefone: 219 267 950

E-mail: info@wcit.pt

Website: www.wcit.pt

Nº de Depósito Legal: 33152/89

Nº de Registo na ERC: 117787

Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org

As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor.

Periodicidade: Mensal

Tiragem: 6.000 exemplares

Propriedade e Editor cÂMArA De coMÉrcio e iNDÚSTriA LUSo-eSPANHoLA - “instituição de Utilidade Pública”

NIPC: 501092382

Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º

1050-155 Lisboa

Comissão Executiva

Miguel Seco, Luís castro e Almeida, ruth Breitenfeld, enrique Hidalgo, Berta Dias da cunha, carla rebelo, Pablo forero e vasileios christidis

Grande Tema

32. Tecnologia e diversificação: os caminhos do setor do calçado

Editorial

04. A qualidade do calçado português impõe-se a nível internacional

Opinião

06. IRC: sabe como reduzir o valor a pagar? Cinco perguntas e respostas sobre benefícios fiscais para empresas

- Eduardo Silva

30. Do Portugal 2020 ao Portugal 2030 – transição entre quadros comunitários

- Ricardo Aboim

40. A insolvência pessoal – alguns aspetos significativos

- Mónia Figueiredo

44. La Ley Crea y Crece: menos trabas y costes para crear, operar y financiar negocios en España

- Josep Moreno y Belén García Martínez

Gestão e Estratégia

22. Criação de empresas em Portugal dispara em 2022

24. Universidade Europeia Online: o ensino digital em Portugal “vai crescer a um ritmo imparável”

E mais...

08. Apontamentos de Economia

14. Grande Entrevista

20. Gestão e Estratégia

26. Marketing

28. Fazer Bem

38. Advocacia e Fiscalidade

46. Setor Imobiliário

48. Ciência e Tecnologia

52. Calendário Fiscal

54. Eventos

56. Intercâmbio Comercial

58. Oportunidades de Negócio

60. Espaço de Lazer

66. Statements

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 3 índice
Índice
Foto APICCAPS Nº 308 - fevereiro de 2023 Câmara de Comércio e Indústria Luso Espanhola

A qualidade do calçado português impõe-se a nível internacional

Éum dos mais competitivos e internacionalizados setores da economia nacional, exportando cerca de 95% da produção, o que corresponde a mais de dois mil milhões de euros. O setor do calçado da sua evolução constante a nível global. O segredo estará no desenvolvimento tecnológico que a indústria soube incorporar, desde há quase três décadas, e que garante um forte valor acrescentado em todas as etapas da cadeia de valor. Segundo alguns especialistas, a indústria do calçado português é mesmo “uma das mais avançadas do mundo, transferindo a sua tecnologia para os cinco continentes”, de acordo com o iNESc tEc, uma das entidades de investigação e desenvolvimento (i&d) que tem acompanhado e contribuído para o percurso de inovação que esta indústria tem trilhado até à atualidade e que a tornam uma das mais importantes da economia nacional.

Segundo apurou a “Actualidad€” junto da Associação Portuguesa dos industriais de calçado, componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APiccAPS), a principal organização setorial deste cluster, no último ano teremos exportado algo como “80 milhões de pares de calçado, num valor próximo de dois mil milhões de euros”. Este valor representará uma subida da ordem dos 20%, demonstrando a pujança que o setor atravessa.

E de acordo com o novo plano

de investimentos anunciado pela APiccAPS em novembro, “o setor no seu conjunto vai investir 600 milhões de euros até 2030”. “Estamos a preparar uma nova década de crescimento na indústria portuguesa de calçado”. Ser a referência internacional da indústria de calçado e reforçar as exportações portuguesas, aliando virtuosamente a sofisticação e criatividade com a eficiência produtiva, assente no desenvolvimento tecnológico e na gestão da cadeia internacional de valor, assim garantindo o futuro de uma base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva” é a visão do cluster português de calçado para 2030, garante ainda Paulo Gonçalves, porta-voz daquela

associação.

No “Grande tema” da edição deste mês (ver págs. 32-37), fomos conhecer alguns dos fabricantes de calçado que estão a dinamizar esta indústria e ainda uma outra empresa não industrial, mas que está a inovar num dos nichos considerados emergentes para o setor e que é o das sapatilhas de moda casual, uma das principais áreas de diversificação face à produção tradicional de calçado em couro.

Nesta edição, espaço ainda para conhecer os projetos da Agência Espacial Portuguesa - Portugal Space (págs. 14-19), entre muitos outros temas. 

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 4 edito R ial editorial
Email cfonseca@ccile.org Foto APICCAPS

IRC: sabe como reduzir o valor a pagar?

Cinco perguntas e respostas sobre benefícios fiscais para empresas

Em 2021, o valor de benefícios fiscais atribuídos às empresas, em Portugal, ultrapassou os 2,4 mil milhões de euros. c erca de 1,34 mil milhões de euros correspondem a isenções ou reduções da taxa de i R c , o que permitiu às empresas um retorno dos seus investimentos e um reforço da sua tesouraria. Se o fecho do ano fiscal da sua empresa coincidir, como na maioria dos casos, com o do ano civil, é muito provável que neste momento já tenha uma previsão sobre quanto terá de pagar de i R c (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas). Por isso, é pertinente levantar algumas questões: será que, no ano de 2022 a empresa efetuou investimentos que lhe permitiriam usufruir de benefícios fiscais, conduzindo consequentemente à redução do i R c que tinha a pagar? Ou será que tirou partido de um benefício fiscal, mas estará a maximizar a utilização de todos os benefícios disponíveis?

c onhecer os principais instrumentos fiscais de apoio ao investimento pode fazer a diferença na tesouraria da sua empresa e, em função disso, respondemos a cinco perguntas fundamentais para agir de forma informada e otimizar os seus investimentos.

1. O que são benefícios fiscais? Muito se fala em benefícios fiscais, dos números, das várias tipologias, das suas vantagens, mas nem sempre se dá o devido destaque ao ponto essencial: todos os benefícios fiscais requerem uma justificação bem fundamentada que deve constar do dossier fiscal de cada empresa ou na respetiva candidatura, no caso específico do S i F id E. Na prática, os benefícios fiscais de apoio ao investimento – que podem também ser cumulativos com incentivos financeiros – correspondem a uma redução do imposto a pagar por contrapartida de investimento realizado. Mas como evitar surpresas e aumentar a probabilidade de poupar no i R c através

destes instrumentos fiscais? É essencial contar com a ajuda de profissionais especializados para maximizar a obtenção de rendimentos e, desta forma, permitir às empresas um retorno dos seus investimentos e um reforço da sua tesouraria.

2. Quais os benefícios fiscais mais relevantes para os investidores?

• Sistema de Incentivos Fiscais à i nvestigação e d esenvolvimento Empresarial (S i F id E ii )

• Regime Fiscal de Apoio ao i nvestimento (RFA i )

• Incentivo Fiscal à Recuperação ( i FR) 1

• Dedução de Lucros Retidos e Reinvestidos ( dl RR)

• Benefícios Contratuais ao i nvestimento Produtivo (BFCIP)

• Benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do i nterior

• Patent Box

3. Estas ferramentas podem traduzir-se em ganhos substanciais em termos de competiti -

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 6 opinião opinión

vidade para qualquer empresa. Como?

• Incentivam a inovação e permitem acelerar investimentos

• Estimulam as atividades de investigação e desenvolvimento

• Promovem a valorização da propriedade industrial e direitos de autor

• Favorecem o reforço de capital das empresas

• Incidem sobre o investimento produtivo e inovador

• São possíveis de ser usados por um período alargado

• São cumulativos com incentivos financeiros (P t 2020 / P t 2030 / PRR).

4. Quais as condições essenciais para ter acesso a Benefícios Fiscais?

A atribuição de Benefícios Fiscais depende do cumprimento de requisitos específicos defini -

dos para cada um dos benefícios. No entanto, algumas condições são transversais, nomeadamente:

• Dispor de contabilidade organizada

• Não ser considerada “empresa em dificuldade”

• Ter a situação regularizada perante a Autoridade tributária e a Segurança Social

• O lucro tributável ser determinado por métodos diretos c ada benefício fiscal é caracterizado por condições de elegibilidade específicas distintas, bem como por ter objetivos específicos, como fomentar o investimento produtivo, premiar a aposta em atividades de i & d , etc., sendo, por isso, essencial realizar um diagnóstico, não esquecendo, no final, a elaboração da documentação fiscal exigida legalmente.

5. Benefícios fiscais para empresas: qual a data mais relevante?

31 de maio 2

• Entrega do Modelo 22: Uma vez que todos os valores apurados, nos vários benefícios, terão de ser introduzidos na declaração, em campos específicos de cada benefício.

• Submissão de candidatura ao S i F id E: na qual é efetuada a descrição das atividades de i & d desenvolvidas pela empresa no ano fiscal em causa e apuradas as respetivas despesas.

Notas

1 Apenas para investimentos realizados no segundo semestre de 2022

2 Para empresas que encerram ano fiscal a 31 de dezembro; estes prazos poderão sofrer alterações

opinião opinión
PUB
* Diretor técnico da Yunit Consulting Email eduardo.silva@yunit.pt

apontamento S de economia apuntes de economÍa edp Renováveis coloca em operação primeiro parque híbrido de energia eólica e solar

A EDP Renováveis (EDPR) anunciou a intenção de ligação à rede do seu primeiro projeto híbrido a nível global e o primeiro da Península Ibérica, no Sabugal, que combina produção de energia eólica e solar num único local. “É a primeira vez que estamos a ligar, de uma forma comercial, um parque eólico a um parque solar, e é a primeira vez, na Península Ibérica, que qualquer operador está a fazer isso”, referiu Duarte Bello, administrador executivo da empresa para a Europa e América Latina, citado pelo jornal “Eco.pt”. Como enquadrou o mesmo responsável, durante uma visita a equipamentos do futuro projeto, na Mina de Orgueirel, no concelho do Sabugal, distrito da Guarda, o parque do Sabugal foi construído em 2004, inicialmente para a produção de energia eólica e, em março de 2022, começou a ser instalada a vertente solar, com cerca de 17 mil painéis. A vertente eólica tem

capacidade para produzir cerca de 11 megawatts (MW) e a solar nove MW de potência. Ou seja, “basicamente, duplicámos a capacidade do parque com a mesma infraestrutura de ligação à rede”.

“Eu acho que isso é o ponto que é muito importante. Hoje em dia, a ligação à rede é, provavelmente, uma das principais limitações que temos para conseguirmos acelerar a transição energética. Com este parque, nós, basicamente, conseguimos duplicar a capacidade que estamos a usar da rede”, afirmou. E acrescentou: “tínhamos uma capacidade mais ou menos de 25% e estamos já perto dos 50% quando combinamos os dois parques ao mesmo tempo. E isso é um aspeto decisivo para podermos acelerar a incorporação das [energias] renováveis na matriz energética deste país ou de qualquer país”.

O parque híbrido ocupa uma área de 13 hectares e permite abastecer “cerca

de 30 mil pessoas”.

A EDPR está a construir este ano um parque idêntico nos concelhos de Penela e Ansião, nos distritos de Coimbra e de Leiria, respetivamente, e três em Espanha, mas não adiantou valores para os investimentos. Duarte Bello referiu que o grupo, entre 2021 e 2025, vai investir “mais de 24 mil milhões de euros” em projetos de transição energética.

A EDP “tem neste momento em estudo ou desenvolvimento mais de 1.600 MW em projetos híbridos em Portugal e Espanha nestas tecnologias, com diferentes fases de maturidade e com previsão de entrada em operação ao longo dos próximos anos”. Para a EDP, é importante continuar a apostar em projetos idênticos também noutras regiões do mundo, como sejam a América do Norte, América do Sul e ainda em países como a Polónia, Itália e Grécia.

A Via Verde e a A-to-Be, empresas detidas pela Brisa, ganharam o concurso internacional para a gestão de cobrança de portagens na A24, uma autoestrada que serve a zona de Roterdão, nos Países Baixos.

As duas empresas participaram no concurso internacional que prevê a cobrança de portagens 100% eletrónicas. A solução proposta pela Via Verde está assente em tecnologia nacional desenvolvida pela empresa de tecnologia A-to-Be.

O contrato prevê dois anos de implementação e cinco de operação, podendo ser prolongado por mais dois períodos opcionais de dois anos cada, num valor total de 16 milhões de euros.

O acordo contempla vários requisitos

ESG (environment, social and governance), entre eles, políticas de carbono

zero e a inclusão na força de trabalho de pessoas portadoras de deficiência ou de baixos recursos.

A A24 liga duas das principais autoestradas na região de Roterdão, a A15 e a A20, sendo que aquela cidade tem um dos maiores portos do mundo, que recebe mercadorias de todos os continentes que depois são distribuídos pela Europa inteira por rodovia e ferrovia.

Eduardo Ramos, presidente da comissão executiva da Via Verde, sublinha “a importância de ganhar este contrato num mercado tão sofisticado como os Países Baixos, pelas suas exigências ao nível da sustentabilidade, qualidade, dimensão e cobertura da sua rede de autoestradas, considerada uma das melhores do mundo”.

O serviço que a Via Verde e a A-to-

Be vão fornecer é baseado na experiência e na tecnologia desenvolvida em Portugal e usada pelos clientes da empresa há mais de 30 anos.

Marta Sousa Uva, presidente da comissão executiva da A-to-Be, “a solução move beyond tolling backoffice que vamos aplicar neste projeto foi totalmente desenvolvida em Portugal, encontrando-se também implementada e testada em vários clientes nos EUA. Este novo contrato representa para a A-to-Be um marco muito importante, dado que confirma a estratégia de aposta no mercado europeu, e desde logo num dos países considerados prioritários. Não menos relevante, corresponde também à primeira internacionalização conjunta da Via Verde e da A-to-Be, modelo que pretendemos repetir” noutras regiões, afirmou.

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 8
Via Verde ganha concurso de 16 milhões de euros nos países Baixos

programa de emissões de papel comercial verde no valor de 20 milhões de euros

A Corticeira Amorim concretizou com o Caixa – Banco de Investimento e com a Caixa Geral de Depósitos um programa de emissões de papel comercial, no montante de 20 milhões de euros, com maturidade em 2027, assumindo o CaixaBI as funções de organizador, líder, agente pagador e instituição registadora e a CGD a garantia de subscrição.

O capital emitido ao abrigo do PPC foi integralmente alocado à aquisição, pela subsidiária Herdade de Rio Frio, de um terreno de 1.855 hectares que inclui um conjunto de imóveis afetos à exploração florestal, contíguo às propriedades já detidas pela referida subsidiária. Como oportunamente anunciado, a Corticeira Amorim pretende melhorar a produtividade da atividade agroflorestal da Herdade de Rio Frio, designadamente através da implementação de adensamentos neste montado único.

As emissões no âmbito deste PPC quali-

ficam-se como instrumentos de financiamento verde, de acordo com o “Green Finance Framework – November 2022” da Corticeira Amorim, que foi objeto de revisão independente por parte da KPMG & Associados, confirmando, através da emissão de um relatório de garantia limitada de fiabilidade, o seu alinhamento com as quatro componentes dos green loan principles da London Market Association, de fevereiro de 2021, e dos green bond principles, da International Capital Market Association, de junho de 2021 (com o Appendix1 de junho 2022). Este é o quinto financiamento sustentável da Corticeira Amorim, num total de 126,6 milhões de euros.

A Corticeira Amorim considera que os instrumentos de financiamento verde são ferramentas eficazes para sustentar projetos com impactos positivos na mitigação e adaptação às alterações climáticas.

Bpi obtém certificação para a qualidade do serviço na banca de empresas

Breves

Produtores de café portugueses fazem missão comercial no Canadá

A Associação Industrial e Comércio do Café (AICC) vai levar o tema do café até ao Canadá, com o evento “Portuguese Coffee – A blend of stories to Canada”. Esta iniciativa vai reunir alguns dos principais players do setor, como importadores, distribuidores, revendedores e retailers, mas também opinion makers, influencers e comunicação social, no ITHQ – Institut de Tourisme et d’Hôtellerie du Québec, em Montreal. O evento terá a realização de um conjunto de atividades de promoção do café português, contando com a participação dos associados da AICC para divulgação dos seus produtos. O objetivo é reforçar o posicionamento do café português em mercados consolidados e investir na abordagem de novos mercados.

“Atendendo ao potencial de exportação, abertura à internacionalização e à capacidade de inovação de muitas empresas da fileira do café, a AICC criou a marca Portuguese Coffee, A blend of stories, que desde em 2017 tem vindo a usar para promover, difundir e aumentar a notoriedade do café português como um café de alta qualidade, diferenciado, com um conjunto de características únicas e uma cultura própria, bem como apoiar as empresas nacionais e as suas marcas a serem reconhecidas nos diferentes mercados internacionais pelo seu notável produto e processo de torrefação”, explica, em comunicado, Cláudia Pimental, secretária-geral da AICC.

O BPI é o primeiro banco português a alcançar a certificação de qualidade do serviço na banca de empresas, atribuída pela AENOR, uma empresa independente, que desenvolve a sua atividade de acordo com os mais rigorosos princípios da imparcialidade. A certificação agora obtida “constitui o reconhecimento do trabalho diário da Banca de Empresas do BPI como uma proposta de valor competitiva.

Esta certificação reconhece o modelo de atuação comercial da banca de empresas do BPI, implementado com o objetivo de maximizar a eficiência e prestar um serviço ao Cliente de elevada qualidade e homogéneo em toda a rede comercial. Todos os processos foram auditados pela AENOR, que assegurou o cumprimento dos requisitos de serviço adotados”, adiantou o banco.

Pedro Barreto, administrador executivo do BPI, destacou que “a obtenção desta certificação é um marco importante do processo contínuo de melhoria e de um trabalho de criação de uma dinâmica uniforme e de homogeneização de procedimentos para obter equipas mais preparadas, alinhadas e eficientes, e que estabelece novos desafios da qualidade do serviço”.

A estratégia implementada vai ainda levar o café português ao Reino Unido, tendo aqueles dois mercados-alvo sido escolhidos por já terem ligações a Portugal no que toca a transações e acordos comerciais e por serem vistos como potenciais parceiros para alavancar as exportações do setor.

Grupo ETE investe em equipamento portuário a nível nacional

O grupo ETE investiu recentemente 14.2 milhões de euros na aquisição de quatro novas gruas portuárias Liebherr, colocadas ao serviço das operações que detém nos portos de Aveiro, Leixões e Setúbal. Um investimento que representa e reforça a sua aposta no desenvolvimento do setor portuário português, nomeadamente no desenvolvimento dos portos nacionais e das suas infraestruturas.

As primeiras gruas Liebherr LHM 280 e LHM 420 já se encontram operacionais em Aveiro e Setúbal, respetivamente, portos onde o grupo ETE detém operação portuária, prevendo-se que as restantes gruas LHM 420 sejam instaladas e iniciem operações no Terminal de Cargal Geral e Granéis de Leixões (TCGL),

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 9
novo

Breves

durante o primeiro trimestre do presente ano. “Face às exigências crescentes da atividade portuária no país, e focado em manter a excelência operacional da sua atividade, o grupo ETE acompanha o paradigma, marcando o início de 2023 com novos investimentos no setor, continuando aquela que é a sua missão de continuar a entregar soluções logísticas integradas, com elevado nível de serviço”, afirma a empresa.

Produção de eletricidade de origem renovável atingiu 78% em dezembro

De acordo com dados da APREN — Associação de Energias Renováveis, em dezembro a geração de eletricidade no total, incluindo a produção através de combustíveis fosseis, foi de 5.223 GWh, tendo as renováveis atingido os 4.074 GWh.

“A salientar que, em dezembro, tanto a produção hídrica como a eólica atingiram o maior valor mensal no ano de 2022, o que levou ao maior valor de incorporação renovável”, indicou a APREN.

No acumulado do ano, a geração de energia atingiu 44.060 GWh, dos quais 57,2% foram de origem renovável.

De acordo com a APREN, entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2022, “Portugal foi o quarto país com maior incorporação renovável na geração de eletricidade, ficando atrás da Noruega, Áustria e Dinamarca, que obtiveram 99,2%, 78,1% e 77,8%, respetivamente”.

Além disso, no ano passado, “o preço médio horário registado no MIBEL [mercado ibérico de eletricidade] em Portugal (167,9 Euro [euros]/MWh ) representa um aumento para o dobro face ao período homólogo”, adianta a mesma fonte.

Multinacional de peças para automóveis abre centro tecnológico em Portugal

A AutoDoc, multinacional de produção e comercialização de componentes automóveis, abriu um centro tecnológico, com 950 metros quadrados, no Lagoas Park, em Oeiras.

“A abertura em Lisboa oferece-nos o potencial significativo para o desenvolvimento de talentos tecnológicos e para um maior crescimento da nossa empresa. Portugal é um local estrategicamente importante para nós. Vemos que a reserva de talentos portugueses está em contínua expansão e mostra a excecional qualidade dos profissionais que gostaríamos realmente de ter como parte da nossa equipa”, afirmou, em comunicado, o copresidente executivo da Autodoc, Dmitri Zadorojnii.

Santander eleito “melhor private Banking” em portugal em 2023

O private banking do Santander foi eleito o melhor em Portugal pela revista “Global Finance”, pela oitava vez consecutiva, em reconhecimento pelas vantagens do modelo de assessoria especializado e pela proposta de valor única que o banco oferece aos seus clientes.

A revista avaliou a performance das várias entidades no seu mercado local, entre julho de 2021 e junho de 2022. Consultou ainda as opiniões de analistas, executivos e outros membros da indústria de banca privada, além de ter efetuado várias pesquisas independentes, para avaliar um conjunto de fatores objetivos e subjetivos. Assim, de acordo com a mesma publicação, “quando se trata de private banking, os empresários e os principais executivos do setor financeiro são clientes sofisticados e conhecedores das tendências económicas e financeiras, mas com um leque fantasticamente vasto de necessi -

dades. Os prémios ‘Global Finance Private Bank Awards’ destacam as instituições que apresentam resultados, tanto em termos de números quanto no lado humano”.

Lourenço Vieira de Campos, responsável do Private Banking do Santander em Portugal, declarou que o reconhecimento “é o resultado da consolidação do nosso modelo de assessoria. O nosso foco é o cliente e oferecer um serviço à altura das necessidades de cada um deles de uma forma proativa e, num contexto como o atual, isso só é possível quando se conta com os melhores profissionais do mercado”.

Em Portugal, a área de private banking registou, entre julho de 2021 e junho de 2022, um crescimento de 5% na sua base de clientes, correspondendo a um aumento de 4% nos ativos sob gestão, ainda que com todas as condicionantes da situação pandémica vivida.

terminal de contentores de alcântara terá escala regular para os eUa

O Terminal de Contentores de Alcântara, concessionado à Liscont, vai ter a primeira escala regular transatlântica para os Estados Unidos, em janeiro, resultado de um acordo com um consórcio de vários armadores liderados pela Ocean Network Express.

A escala, para todo o tipo de carga contentorizada, terá uma periodicidade mensal. O objetivo é evoluir para quinzenal e, numa fase posterior, tornar-se semanal. Esta escala regular para os EUA vem, assim, aumentar a competitividade do terminal de contentores de Alcântara e abrir a porta a novas rotas transatlânticas com as quais Portugal tem relações comerciais, melhor servindo a indústria nacional.

Recorde-se que a exploração do terminal está entregue à Yilport– que detém a Liscont–, até 2038, e que anunciou um

plano de investimentos de 123 milhões, no âmbito do aditamento à concessão, assinado com a Administração do Porto de Lisboa.

A primeira fase do investimento está já a ser implementada em obras de infraestrutura e na substituição de equipamentos de movimentação de mercadorias, no sentido de melhorar a eficiência da operação e permitir a operação de navios de maior dimensão, de forma mais sustentável.

10 actualidad € fevereiro de 2023

novobanco apoia empresas afetadas por subida dos custos de produção

O novobanco apoia o esforço das empresas afetadas pelo aumento acentuado dos custos energéticos e das matérias-primas e pelas perturbações nas cadeias de abastecimento, disponibilizando a Linha de Apoio ao Aumento dos Custos de Produção, protocolada com o IAPMEI, o Banco Português de Fomento e o Sistema de Garantia Mútua. Consciente dos desafios provocados pelos impactos da atual situação, o novobanco apoia a candidatura das empresas afetadas à Linha de Apoio ao Aumento dos Custos de Produção, para que as empresas disponham de fundo de maneio para fazer face a estes custos acrescidos e não tenham de adiar os seus projetos. Esta nova solução de financiamento, gerida pelo Banco Português de Fomento, tem um plafond total de 600 milhões de euros, beneficia de 70% de

garantia nacional– concedida através das Sociedades de Garantia Mútua– e destina-se a reforçar a tesouraria das micro, PME, small mid cap, mid cap e das grandes empresas. São elegíveis as empresas que apresentem um dos seguintes impactos financeiros resultantes do aumento dos custos energéticos, matérias-primas ou perturbações nas cadeias de abastecimento: apresentavam em 2021 um peso de custos energéticos no volume de negócios igual ou superior a 3% e registaram um aumento desse rácio igual ou superior a 33,33% ou apresentavam em 2021 um peso de custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas (CMVMC) no volume de negócios igual ou superior a 20% e registaram um aumento desse rácio igual ou superior a 20% ou um aumento das necessidades de fundo de maneio igual ou superior a 10 pontos percentuais.

Greenvolt avança com cinco parques solares

A GreenVolt - Energias Renováveis avançou com a construção de mais cinco parques solares fotovoltaicos em Portugal.

Estes projetos vão adicionar, a curto prazo, uma capacidade adicional de geração de energia renovável de cerca de 70 MW, que se juntarão aos 10 MW já em operação em Cantanhede.

Num momento em que é importante diversificar as fontes de energia, mas também procurar fontes sustentáveis, a GreenVolt decidiu acelerar os projetos que tem em desenvolvimento em Portugal, frisa a empresa.

Estão em fase de construção um total de cinco projetos de energia solar fotovoltaica no centro e sul do país, que, a prazo, poderão adicionar até 70 MW à capacidade de geração energética tirando partido da forte exposição solar de Portugal. Estes parques vão juntar-se a um outro que está já em produção, em Cantanhede, com cerca de 18 mil painéis solares e uma capacidade de 10 MW, sendo capaz

Gestores em Foco

A Endesa anunciou que Guillermo Soler Calero, de 51 anos e atualmente diretor comercial do negócio Residencial em Portugal, foi nomeado novo diretor-geral da elétrica espanhola em Portugal. Guillermo Soler, que está na companhia há 24 anos “irá liderar a estratégia de crescimento da empresa com base no projeto de transição justa do Pego, nos projetos de renováveis conseguidos nos últimos anos nos processos de leilão e no desempenho comercial”, como referiu a Endesa em comunicado. Nos últimos 14 anos, Guillermo Soler tem sido responsável pela gestão de vendas para os segmentos residencial e empresarial em Portugal, e “desempenhou um papel decisivo para tornar a empresa no segundo maior comercializador de eletricidade do país”, adianta a mesma fonte.

O novo gestor irá substituir Nuno Ribeiro da Silva, que esteve à frente da Endesa Portugal nos últimos 17 anos.

de alcançar uma produção estimada de 16 GWh por ano.

O parque de Cantanhede, bem como os outros cinco que estão agora a ser construídos, fazem parte de um conjunto de projetos solares fotovoltaicos que totalizam 243 MW de capacidade, dos quais cerca de 160 MW se encontram em avançado estado de desenvolvimento. A GreenVolt detém 50% destes projetos.

A par da produção de energia a partir de biomassa, a partir de resíduos florestais e resíduos lenhosos urbanos, em Portugal e no Reino Unido, a GreenVolt é promotora de projetos eólicos e solares fotovoltaicos, com atuação em vários mercados europeus e no mercado americano, com um pipeline de 6,7 GW - com 2,9 GW em estado avançado de desenvolvimento até ao final de 2023. No segmento estratégico da geração descentralizada de energia renovável, a GreenVolt atua nos mercados português e espanhol.

O conselho reitor da Coviran elegeu por unanimidade José Antonio Benito (na foto) como novo presidente da cooperativa. O até agora vice-presidente assume a representação da Coviran ao mais alto nível, após a renúncia, por motivos pessoais, de Patro Contreras, que, após quase quatro anos à frente da cooperativa, continuará a fazer parte do próprio Conselho. Nascido em Cobisa, há 48 anos, José Antonio Benito conta com uma ampla experiência como empresário e uma longa trajetória dentro da Coviran, bem como um conhecimento profundo da cooperativa: É membro do conselho reitor da Coviran desde 2018 e assumiu, em junho do ano passado, a vice-presidência da cooperativa depois da maioria dos sócios ter renovado a sua confiança no atual Conselho.

Filipe Carvalho (na foto) é o novo sócio internacional da Mazars em Portugal, reforçando, assim, a sua equipa de gestão. O novo sócio repartirá agora a responsabilidade pela gestão da área de Financial Services – serviços de Auditoria e Assurance – com Pedro Jesus, nomeado sócio internacional no final de 2021.

Esta nomeação reforça a aposta da Mazars em Portugal na área de financial services e tem como principal objetivo desenvolver as áreas de auditoria, nomeadamente na área da banca e outras instituições financeiras, bem como a prestação de serviços de assurance, em que se acompanham de perto as oportunidades e tendências de mercado nas áreas relacionadas com o controlo interno, auditoria interna, branqueamento de capitais e outras matérias de compliance .

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 11

Breves

Renault elige a España como sede de Horse, su división de combustión

El grupo francés Renault ha elegido a España para ser la sede de Horse, el proyecto que aunará todo su negocio de combustión y de coches híbridos. La compañía ubicará dicha sede en las oficinas que Renault tiene en Madrid. Renault había anunciado el nacimiento de dicho proyecto el pasado noviembre, cuando comunicó una profunda reorganización de su estructura. El grupo informó de la creación de una empresa de vehículo eléctrico y software llamada Ampere, que saldrá a Bolsa “en la segunda mitad de 2023 como muy pronto”. Además, se creaba Horse, de la que venderá el 50% a la automovilística china Geely. Una vez establecida, Horse contará con 17 fábricas de motores y transmisores repartidas por tres continentes, entre ellas la planta de cajas de cambio de Sevilla y la de motores de Valladolid, además del centro I+D que el grupo tiene en dicha ciudad.

Inditex, Mango y Tendam baten récord de ventas y llevan a España a liderar el crecimiento del comercio europeo

El fuerte crecimiento que están experimentando las grandes cadenas de moda española como Inditex, Mango o Tendam, han convertido a España en el país donde más crece el sector del retail de toda Europa. De acuerdo con los últimos datos hechos públicos por Eurostat, el comercio español aumentó sus ventas un 3,6% en noviembre respecto al mismo mes del año pasado, lo que le coloca muy por delante de todos los demás países de nuestro entorno. El podio de los que registran un mayor crecimiento lo completan Polonia, con un 2,6% y Suecia, con un 2,3%. Además de estos, tan solo Bulgaria supera el 2% de crecimiento durante ese mes porque todos los demás Estados europeos están por debajo o incluso en terreno negativo. De hecho, hasta en seis países el comercio está perdiendo ventas, entre ellos incluso una de las mayores economías de Europa y donde el sector es más fuerte, Francia, donde el retail registra una caída de la facturación del 1%.

España se sitúa entre los 10 países europeos más activos en patentes de hidrógeno

Las patentes en tecnologías de hidrógeno verde en España han aumentado un 5% anual durante la última década, según un nuevo estudio realizado conjuntamente por la Oficina

Endesa ha confirmado inversiones en Andalucía de 3.400 millones de euros en el periodo 2023-2025, a la que se podrían sumar en otros 1.200 adicionales si gana el concurso de transición justa de Litoral en Carboneras.

El dato lo ha facilitado el consejero delegado de Endesa, José Bogas, quien ha explicado que “Endesa va a multiplicar por 10 su ritmo actual de inversiones en proyectos renovables hasta 2025, lo que supondrá más que triplicar su capacidad renovable en la región, sin considerar la subasta de tran -

sición justa de Carboneras”. Asimismo, están acelerando las inversiones en la red de distribución en un 30% para adaptarla a las necesidades actuales del nuevo modelo basado en la generación distribuida y apostando por proyectos singulares y únicos para que Andalucía se posicione en la esfera internacional como motor de la transición.

“Todo ello aportará al territorio más de 8.000 nuevas oportunidades de empleo, así como un gran refuerzo al crecimiento del PIB”, matiza.

Renfe destinará 122,7 millones de euros para impulsar su proyecto de descarbonización, digitalización y mejora del sistema de transporte de mercancías por ferrocarril en España, lo que permitirá la adquisición de plataformas, vagones y locomotoras eléctricas impulsadas por energía eléctrica de origen 100% renovable. El 30% del total, en torno a 37 millones de euros, procede del programa de Apoyo al Transporte Sostenible y Digital del Ministerio de Transportes, Movilidad y Agenda Urbana, que se sitúa en el marco del Plan de Recuperación, Transformación y Resiliencia finan -

ciado por la Unión Europea. Una cantidad de estas ayudas se destinará a la instalación de sistemas de reducción de ruido en vagones, la disposición del sistema de seguridad ERTMS en locomotoras, la digitalización y optimización de procesos y servicios en los centros de transporte de mercancías, junto con la incorporación de nuevas tecnologías para la identificación y trazabilidad del material rodante.

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 12
Renfe destina 122 millones a la descarbonización y digitalización del transporte de mercancías
endesa invertirá más de 3.400 millones de euros en andalucía hasta 2025, el 50% en renovables

Breves

Biotech Foods va a invertir 30 millones en la primera fábrica de carne “cultivada” en españa

Biotech Foods, la empresa vasca que trabaja en la elaboración futura de la llamada “carne cultivada”, invertirá 30 millones de euros en la primera planta industrial en España para elaborarla y la que será también una de las primeras en el continente.

Con una inversión apoyada en recursos propios, según informan desde

la compañía, abrirán la fábrica en 2024. El centro de 11 mil metros cuadrados estará ubicado en el polígono Eskusaitzeta de Donostia, donde se trasladará toda la actividad de la empresa. Actualmente, elabora la carne cultivada en una planta piloto. “Esta nueva planta nos permitirá incrementar la capacidad de producción para afrontar la siguiente fase de expansión”, asegura Íñigo Charola, consejero delegado de Biotech Foods. “Sin duda, este será un hito muy importante para nosotros, ya que supondrá un gran paso en el desarrollo de nuestra tecnología y nos permitirá dar el salto definitivo con la salida del producto al mercado”, añade.

Europea de Patentes (OEP) y la Agencia Internacional de la Energía (AIE). Esto supone un ritmo de crecimiento anual mayor al de Alemania (+4,2%), Países Bajos (+4,4%) e Italia (+2,6%), y solo superado por el de Francia (+5,7%). España se sitúa así en el top 10 de países europeos en patentes de hidrógeno que están evolucionando de manera global hacia tecnologías más limpias. El informe muestra que las tecnologías de hidrógeno respetuosas con el medio ambiente representaron el 76% de las patentes derivadas de hidrógeno en España en los últimos diez años, lo que supone una proporción bastante mayor a la registrada por otros países europeos (64% en Alemania, 55% en Francia, 59% en los Países Bajos).

KFC alcanza los 247 restaurantes en España tras un año récord con 30 aperturas

La Cámara de Comercio e Industria Luso-Española (CCILE) ha sido uno de los galardonados con los “Certificados de Honor” de “Raia Diplomática”, revista ibérica de diplomacia y negocios. Estos premios tienen como objetivo distinguir a personalidades, instituciones y organizaciones que hayan destacado por su labor a favor de su comunidad.

En el caso de la CCILE, se le ha premiado como “Mejor Institución de Portugal” y según palabras de Bruno Caldeira, fundador y director de Raia Diplomática, “es sin duda una de las referencias del mercado ibérico con más 50 años ayudando a las empresas de Portugal y España a prosperar. Después de más de dos décadas con el mismo presidente, entra ahora en una nueva fase de su

vida con la presidencia de Miguel Seco y de su equipo”, subrayó.

La distinción ha sido entregada a la vicepresidente de la Junta Directiva de la CCILE Ruth Breitenfeld (en la foto), el pasado día 17 de enero, en Madrid, en la 2ª edición de la Entrega de los Certificados de Honor Raia Diplomática.

La cadena estadounidense especializada en pollo frito KFC ha cerrado 2022 con un récord de 30 aperturas en el mercado español, que le han llevado a alcanzar la cifra de 247 restaurantes operativos. Esta expansión supone además un hito en la trayectoria de la marca de Yum! Brands en España, ya que supera el anterior récord de aperturas registrado en 2019 antes de la pandemia, y eleva su presencia en el mercado ibérico a un total de 304 locales, 57 de ellos en Portugal. La cadena del Coronel Sanders culminó el pasado ejercicio con una actividad frenética de expansión que incluyó hasta seis aperturas durante la última semana del año en Madrid, Vigo y en la Comunidad Valenciana, dos en la capital y las otras dos en las localidades alicantinas de Elche y Torrevieja. Sin embargo, la Comunidad de Madrid siguió siendo un mercado fundamental para la marca con la mayor parte de los estrenos del año, con nueve aperturas.

Ryanair lidera el boom del tráfico en 2022 ante Vueling e Iberia

España ha saltado de los 119 millones de viajeros en la red de aeropuertos de Aena en 2021 a algo más del doble en 2022: 243 millones de usuarios en un ejercicio en que la tasa de recuperación respecto al récord de 2019 es del 88,5%. Y buena parte de la explosión del tráfico se debe a los servicios punto a punto que prestan las aerolíneas de bajo coste (low cost en el argot de la aviación). Estas han esquivado los efectos de la guerra en Ucrania; se han nutrido del boom de la demanda pese a la inflación desbocada, y soportan una mayor producción en un contexto de costes laborales y de combustible al alza. De las diez primeras compañías dependen más de 143 millones de viajeros, con un incremento del 123% respecto a la suma de sus tráficos de 2021 (64,2 millones), lo que sirve para quedarse a siete puntos porcentuales de la cota de 2019 (154,3 millones). Ryanair refuerza su reinado en los cielos españoles, y resaltan la fuerte vuelta de la británica Easyjet, la consolidación de Jet2 y Tui como alimentadores del turismo, y el buen comportamiento de Vueling, Iberia y Air Europa, estas dos últimas gracias a la recuperación de las conexiones de largo radio.

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 13
“Raia diplomática” concede distinción a la ccile

Sustentabilidade alicerça a rota da Portugal Space

A gestão sustentável do território terrestre e marítimo conta com a constelação Atlântica de satélites, em que Portugal e Espanha já estão a trabalhar. Essa é uma das prioridades da Agência Espacial Portuguesa - Portugal Space. Criada em 2019, para materializar a estratégia de investigação do espaço, a agência duplicou o investimento e o número de empresas a operar nesta área, desde essa data. O presidente da Portugal Space, Ricardo Conde, aponta as crescentes oportunidades de negócio para as empresas nesta área e também os desafios, que se colocam a nível diplomático e da segurança.

Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

Quais são as prioridades da Portugal Space?

Em 2018 foi publicada a estratégia portuguesa para o espaço com dois grandes objetivos: definir quais seriam os eixos principais de atuação, criar uma lei do Espaço, que está feita, e criar um instrumento para materializar a estratégia que era a Agência Espacial Portuguesa, que foi oficializada em 2019.

A agência passou a marcar o ritmo das atividades do espaço em Portugal. cada vez estamos mais presentes nos eventos e projetos relacionados com o espaço. Somos responsáveis pela política espacial nacional e por representar Portugal internacionalmente, nas organizações e nos comités que abordam a temática do espaço. consolidámos a participação de Portugal na Agência Espacial Europeia (ESA), dando-lhe uma amplitude fantástica de programa nacional.

tudo isto permitiu termos várias linhas

de ação alicerçadas em três pilares. O primeiro pilar consiste em desenvolver as capacidades nacionais do setor, o chamado capacity building. desde 2016 até hoje, duplicámos o número de empresas a trabalhar no setor do espaço, com um crescimento acentuado sobretudo nos últimos três anos. Perto de 70 empresas trabalham diretamente no setor do espaço e empregam cerca de 1400 pessoas. O mesmo aconteceu com o investimento, que também duplicou, consequência do aumento de empresas. Em 2019, o nosso contributo para a ESA foi de 100 milhões de euros e em 2022 já foi de 115 milhões de euros, o que é muito significativo para um país como Portugal.

A que se deve esse maior dinamismo?

A Portugal Space tem lançado vários desafios ao ecossistema, o que nos leva ao segundo pilar de atuação. Será que Portugal pode ter o seu próprio pro-

grama espacial? Podemos continuar, e muito bem, a participar e a desenvolver competências para as grandes missões espaciais europeias, por exemplo, através do fornecimento de componentes. Mas Portugal pode ambicionar ter um programa de dados de observação da terra, o que implica termos satélites a voar e a transmitir dados constantemente, ou seja implica construir uma agenda industrial para os construir e pôr a funcionar. lançámos esse desafio em 2020 e a indústria organizou-se em torno desta ideia e apresentou um projeto extremamente interessante e que foi aprovado e está a ser financiado pelos fundos do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). Este financiamento, na ordem dos 170 milhões de euros, será aplicado nos próximos três anos e permitirá criar a capacidade nacional para lançar uma constelação de satélites, que fornecerá dados para melhor gerirmos o nosso território.

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 14 GR ande ent R e V i S ta gran entrevista

A investigação servirá o combate à crise climática e a sustentabilidade?

A sustentabilidade é grande questão central da exploração espacial, ou seja a gestão do território terrestre e marítimo, enquadrada na vertente tecnológica. como disse, pretende-se que Portugal tenha os seus próprios dados, com informação de qualidade e em tempo real para que possamos dar respostas concretas para problemas como o dos incêndios, as cheias ou a seca, por exemplo. Atualmente não há uma monitorização em tempo real dos incêndios. Outra dimensão é a da observação e investigação dos oceanos. Os países comprometem-se a proteger 30% das suas áreas costeiras. O mar é uma das fontes estruturais da sustentabilidade e Portugal é o 20º país do mundo com a maior área marítima e, se tudo correr bem, será a 10º, porque a nossa área aumentará. Para monitorizar esta imensa área não basta colocar mais uma embarcação ou uma aeronave porque

o seu alcance é baixo. isto tem que ser feito de forma estruturada e através de satélites. temos que ver de cima e com maior frequência. Quanto mais satélites tivermos, maior será a incidência de imagens e de dados recolhidos. depois temos que ter uma política de dados para gerir toda esta informação. A gestão do território passará por ferramentas baseadas nos dados de satélite com qualidade e resolução temporal e espacial. Os satélites permanecem cerca de 10 minutos sobre determinada área e depois tem que haver outro que passe a seguir na mesma área, para haver informação permanente. daí falarmos em constelação, o que nos leva à ideia de cooperação, nomeadamente com Espanha.

Em que ponto está o projeto da Constelação Atlântica, a rede de satélites portugueses e espanhóis?

lançámos o grande desafio que é o de Portugal cooperar com outros paí-

ses, nomeadamente com Espanha. Foi já assinado um acordo entre Portugal e Espanha para criar a constelação Atlântica (na cimeira ibérica, em Viana do castelo), que visa agregar esforços para gerir o território, já que as alterações climáticas não têm fronteiras. A constelação Atlântica tornou-se um objetivo ibérico e já tivemos a primeira reunião para o concretizar. A constelação terá entre 12 a 16 satélites e estará pronta em três anos, até porque é financiada pelo PRR. Portugal tem um orçamento de 38 milhões de euros e Espanha de 42 milhões de euros. Neste conceito de construção cooperativa, estes satélites farão mais ou menos o mesmo. A ideia é que garantam um número suficiente de passagens para viabilizar a recolha de dados em tempo real. Pretende-se, no futuro, agregar outros países. cada país opera e operará um determinado número de satélites, mas haverá coordenação entre eles. O importante é que

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 15
Ricardo Conde Presidente da Portugal Space

a informação migre para uma plataforma em rede (copernicus - Programa de Observação da terra da união Europeia) e chegue às devidas entidades, prevenindo fogos, cheias, etc. A aspiração da ESA é ter um GeoHub que concentre dados para fornecer informação pertinente para agricultura, para as florestas, para o mar, etc. Os dados de qualidade e de alta resolução são caríssimos e se resolvermos esse problema de acesso aos dados, promoveremos uma transformação digital muito grande.

Esse objetivo é viável neste horizonte de três anos?

É viável. A ESA quer avançar com este conceito de GeoHub já este ano. trabalhar esta política de dados é o grande objetivo. Os satélites têm que começar a ser lançados daqui a três anos. Em que outros projetos estão a trabalhar e com que resultados?

Portugal é um país pequeno e tem que fazer escolhas. com esta agenda, muito voltada para as questões de sustentabilidade, desenvolvemos as capacidades nacionais e ao mesmo tempo estamos a tentar alterar o paradigma de atuação. uma das questões que preocupa o setor é o problema do lixo espacial. Há que fazer regressar e remover o que

enviamos para o espaço quando já não estiver a funcionar nas melhores condições, para evitar colisões, por exemplo. Portugal participa em alguns programas de sistemas de remoção de lixo espacial da ESA. Estamos a trabalhar com uma empresa, para termos as capacidades a nível nacional para abordar também essa área. Atualmente estão em órbita cerca de dois mil satélites, alguns operacionais e outros não e no final da década deveremos ter mais de 100 mil satélites em órbita. com o número de satélites a aumentar exponencialmente nos próximos anos, coloca-se também a necessidade de coordenação, de estabelecer um código de conduta que permita gerir este tráfego e torná-lo eficiente, para não estarem dois satélites a olhar para o mesmo lado. tem que haver radares na terra, uns sensores que olham para cima, ou que estão nos satélites e olham para o lado. Estes sensores transmitem dados que serão tratados pela inteligência artificial.

O espaço é de todos, mas tem que haver regras. A partir de uma base legal que está a ser tratada a nível internacional para estabelecer as normas, depois a componente tecnológica poderá mitigar os possíveis problemas. tudo isto, a necessidade de legislação, de coorde-

nação, da remoção do lixo, gera novas necessidades, ou seja novas oportunidades de negócio para as empresas. Em Portugal, iremos instalar radares, e estamos a tratar da componente tecnológica que tratará e analisará esses dados.

Santa Maria destaca-se na estratégia da Portugal Space? O porto de lançamento de foguetões nesta ilha açoriana vai acontecer?

Estamos a trabalhar no ecossistema espacial de Santa Maria, que tem várias valências. Estamos a edificar com o Governo Regional dos Açores o centro tecnológico Espacial de Santa Maria.

A ilha já tem pequenas infraestruturas e queremos ampliar a sua área de ação e atrair empresas para fazer diversas coisas. Vamos aproveitar um terreno perto do aeroporto para instalar essas capacidades, nomeadamente terá um ponto de retorno do projeto Space Rider da ESA, que é um veículo espacial reutilizável que viajará entre o Espaço e a terra, tendo dois pontos de aterragem, um na Guiana francesa e outro em Santa Maria. Para tal, iremos construir um centro de processamento de carga útil (tratamento de dados).

A partir do centro tecnológico faremos voos de teste supersónicos (voam mais rápido que o som). Já há empresas interessadas em fazê-lo e já fizemos acordos nesse sentido, aproveitando as características de Santa Maria, que tem pouco tráfego aéreo. Vamos lançar as primeiras campanhas dos voos suborbitais (atingem o espaço, mas cruzam a atmosfera sem perfazer a órbita completa do planeta), em pequenos rockets (foguetes), a partir de outubro de 2023, também com empresas privadas. Está-se a trabalhar no enquadramento jurídico para darmos um pequeno empurrão ao que poderá ser o futuro porto espacial de Santa Maria, também muito voltado para a exploração comercial. Vamos definir ainda este ano em que moldes o poderemos fazer. A ilha tem as características geográficas para alojar o porto. No continente não há possibilidade de lançar foguetes

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 16 GRande entReViSta gran entrevista
Foto do universo distante captada pelo Telescópio Espacial James Webb da NASA

verticalmente, mas em Santa Maria é possível. também poderão ser feitos lançamentos horizontais. teremos o porto espacial aberto à exploração empresarial, constituindo uma nova oportunidade de negócio.

Os satélites poderão ser lançados em Portugal ou em Espanha?

Nesta altura, não sabemos quem serão os lançadores dos satélites ibéricos. Espanha já tem essa capacidade. Este ano vão surgir mais cinco lançadores, que farão os seus voos de teste. um deles é espanhol. Há um mercado de lançadores e são lançados satélites todos os meses. Os lançadores têm uma taxa de sucesso e quanto mais sucesso, mais se paga pelo lançamento e menos pelo seguro. Na maioria das vezes corre bem. A Arianespace (europeia) e a Space X (americana) têm uma taxa elevadíssima de sucesso, sendo muito requisitadas. Ainda em Santa Maria, queremos aumentar as capacidades do teleporto, que opera infraestruturas de base espacial (antenas) que suportam a Estação de Rastreio de lançadores de Satélites da ESA; a Galileo Sensor Station, que recebe o sinal do espaço enviado pelos satélites para o sistema global europeu de navegação por satélite; e a estação meteorológica EuMEtSAt, que dá apoio à operação de satélites meteorológicos europeus. tudo isto contribui para um ecossistema em Santa Maria que dá corpo ao centro tecnológico Espacial, que estamos a melhorar, para instalar novas capacidades e atrair novos projetos e empresas, em colaboração estreita com o Governo Regional dos Açores e com a câmara Municipal de Santa Maria, aproveitando o grande potencial dos Açores para olhar para outras áreas, como a marítima, para a qual temos um grande projeto de monitorização, em colaboração com a universidade dos Açores.

Como articulam a vossa atividade com as universidades e as escolas?

O terceiro pilar de atuação da Portugal Space tem a ver com uma componente absolutamente importante e decisiva

para Portugal, que é a comunicação, ou seja a divulgação do que fazemos e o respetivo alcance. temos feito um trabalho muito interessante no sentido de levar a temática do espaço às escolas e às universidades para passar aos alunos a mensagem de que esta é uma área de futuro e transversal em termos de conhecimento porque é interdisciplinar. l ançámos o European Rocketry challenge, que vai a caminho da terceira edição, e foi a primeira competição de lançamento de foguetes feitos por estudantes na união Europeia. Realiza-se em Ponte de Sor e é um evento determinante para aproximar as empresas das universidades, sendo já uma referência, com uma aceitação fantástica. É um acontecimento estrutural na Europa e não há outro. Vamos organizar a segunda edição do Zero-G, Astronauta por um dia. No ano passado tivemos 500 candidaturas e acho que este ano vamos multiplicar este número. Esta iniciativa destina-se a jovens, entre os 12 e os 17 anos, a quem damos a oportunidade de voar. Os selecionados da primeira edição não nos deixaram dúvidas de que eram aqueles porque apresentaram um nível de qualificação e de motivação ímpar. Além de terem tido uma experiência de voo

espacial, durante uma semana treinaram, interagiram com astronautas, tiveram workshops, com o apoio da Força Área Portuguesa e da ciência Viva, que são nossos parceiros. transformámos estes jovens em embaixadores da causa espacial, testemunhando a sua experiência para motivar outros alunos.

A segunda edição, apresentada no dia 30 de janeiro em Beja, contou com a presença destes primeiros astronautas por um dia. Vamos fazer um périplo por todo o país, incluindo as ilhas, para divulgar este evento, parra selecionar novos candidatos. Os candidatos têm que fazer um vídeo inspiracional. Na primeira edição vimos coisas incríveis, tínhamos vontade de levar muitos mais só pelos vídeos. depois fazem testes psicotécnicos, testes físicos. Na quarta fase, há uma entrevista, com um júri independente e imparcial, que seleciona os candidatos.

Em que áreas do espaço as nossas universidades mais investigam?

Queremos dar oportunidade ao ensino politécnico. Estamos a preparar o apoio a projetos de astronomia. Queremos incentivar a formação específica e iremos ter programas para financiar isso. No ano passado acolhemos o Space Studies Programm da international Space university, que são cursos foca-

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 17 GR ande ent R e V i S ta gran entrevista
Zero G- Astronautas por um dia

dos nas disciplinas do espaço. São dois meses intensos, também de networking, com estudantes de vários países. Vamos continuar a apostar na formação, nas escolas de verão e a fomentar os mestrados em ambiente internacional e Erasmus também.

O nosso grande evento é a New Space Atlantic Summit, cuja quinta edição, no ano passado, foi dedicada à sustentabilidade. Este ano, realizar-se-á em maio e será dedicada à diplomacia, ou seja, o espaço como ferramenta de diplomacia e de coordenação. Ainda estamos a decidir a localização porque é um evento que exige determinadas condições logísticas.

E as empresas portuguesas em que se destacam?

O espaço é uma área transversal. trabalham nesta área, advogados, médicos, engenheiros mecânicos, temos uma indústria fantástica de desenvolvimento de subsistemas e de componentes. A maior parte das empresas que trabalham em aeronáutica trabalham também em aeroespacial. Há empresas portuguesas concentradas em sistemas de propulsão, há outras em sistemas de controlo de satélites, outras dedicam-se à questão da remoção do lixo espacial, outras à observação da terra, outras estão a desenvolver as capacidades de câmaras espectrais… temos um vasto leque de empresas, em diferentes áreas, a participar nas missões espaciais da ESA. Somos muito bons no desenvolvimento de software, também em sistemas de manobrabilidade, no uso da cortiça para as questões térmicas.

temos várias linhas de apoio ao empreendedorismo. Recentemente conseguimos atrair para Portugal duas empresas ucranianas que operam na área espacial. uma virá para o Algarve e a outra para coimbra. temos vários protocolos com outras congéneres, na Ucrânia, no Egipto, no Brasil. Iremos ter uma iniciativa grande com os países da cPlP. Vamos apoiar projetos no domínio da ciência, nomeadamente projetos em que participarão portugue-

ses e irão voar em órbita em microgravidade (ausência de peso). um deles irá participar no voo inaugural do Space Rider em 2026.

O que pode ser transformacional, para nos diferenciarmos, é termos um centro como o de Santa Maria, é a capacidade de agregar os satélites, é termos uma agenda industrial a trabalhar para o setor.

investe anualmente à volta e 45 milhões de euros no espaço. Recorremos a fundos europeus e também a investimento privado, porque muitos projetos fomentam o co-funding.

Os investidores privados estão cada vez mais interessados no setor espacial?

Está a observar-se uma mudança de paradigma. cada vez mais as sociedades de capital de risco portuguesas e estrangeiras se interessam por esta área e entram no capital das empresas que estão a atuar nesta área. Há uma grande propensão para financiar as empresas de inovação. Mesmo não havendo expertise interna dos investidores para avaliar, falam connosco e aconselham-se para investir nas empresas com mais potencial. Nos EuA isto já se verifica há muito tempo, mas na Europa esta dinâmica também está a aumentar. Os programas europeus de co-funding também são determinantes porque facilitam a obtenção de capital privado. Sente-se uma propensão para esta área, há um ambiente dedicado ao espaço.

O espaço é cada vez mais um negócio e gera várias oportunidades de negócio?

Que volume de negócios gera o setor em Portugal?

cerca de 55 a 60 milhões de euros por ano. Acredito que nos próximos três anos irá, pelo menos, duplicar, tendo em conta os projetos que temos em curso. O setor espacial é considerado estratégico pela união Europeia. Há uma grande dinâmica de investimento no setor do espaço e as nossas empresas vão naturalmente ser contempladas.

Qual é o orçamento anual da agência e como se financia?

Nós temos um orçamento da organização e depois temos um orçamento instrumental, via ESA. Sempre que subscrevemos um programa da ESA é porque queremos apoiar determinadas atividades que esse programa cobre. Algumas coisas que vamos fazer em Santa Maria são financiadas através desses programas. O Estado português

Sim, ainda que seja muito institucional, no final da cadeia, porque, por exemplo, a monitorização marítima é do âmbito da segurança, portanto é uma área governamental.

O mercado tradicional privado do espaço é o que se relaciona com o setor das telecomunicações. Empresas como a Space X (rede Starlink) ou a Amazon (Projeto Kuiper) estão muito empenhadas em colocar a internet em qualquer ponto do mundo através de satélites. Esse é o novo negócio.

Haverá o negócio de observação da terra, talvez daqui a três ou quatro anos. Estamos a falar de vídeos em tempo real, em que alguém faz zoom, por exemplo, de um jogo de futebol. isso será possível quando o número de revisitas (de passagens) que os satélites fazem a determinado local aumentar significativamente. isso será uma realidade daqui a algum tempo, caminhamos para aí.

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 18 GRande
entReViSta gran entrevista
“Se olharmos para o mar como fonte de sustentabilidade poderemos ter uma importante palavra a dizer. A sustentabilidade tem por base a gestão do território e o território só pode ser gerido através do controlo feito por satélites”

Que desafios traz esta crescente capacidade tecnológica?

A Estação Espacial internacional, que orbita em torno da terra tem sido continuamente ocupada por astronautas desde novembro de 2000, mas a Nasa já anunciou que será desativada em 2030 e vão surgir estações privadas, pelo que haverá mais permanência humana em órbita. Quando os serviços em órbita (in orbit services) forem uma realidade, a investigação também avançará mais rapidamente e vão surgir novos negócios que nós nem imaginamos agora. O que vai mudar as regras do jogo é a chamada manobrabilidade em órbita, que significa ter naves, com acesso à energia, e uma maior permanência humana em órbita. Estamos a falar de uma replicação da geopolítica no espaço e da necessidade de entendimento diplomático, estamos a falar de armas a laser que destroem alvos na terra a partir do espaço.

Ninguém sabe como será o mercado daqui a três anos. Se a geopolítica está baseada na tecnologia e em parte ancorada em sistemas de navegação por satélite (GNSS) como o Galileu, os satélites tornam-se alvos e a ciber segurança torna-se mais desafiante. O espaço vai ser um domínio militarizado e policiado. Que impacto terá este espaço militarizado na perspetiva comercial?

Até que ponto o turismo espacial ajuda a financiar e investigação?

A aviação é uma forma de mobilidade usada em todo o mundo. É muito poluente, mas não vamos deixar de voar. O que vamos é procurar evoluir para novos sistemas de propulsão menos poluentes.

As viagens suborbitais espaciais turísticas são criticadas pelos custos e pela componente de sustentabilidade. Em termos ambientais, se calhar é pior um Boeing fazer uma viagem Nova Iorque para tóquio. depois é preciso pensar que para estas viagens acontecerem, houve muitos anos de investigação e foram vencidas enormes barreiras tecnológicas. Na verdade, estes rockets usam

sistemas de propulsão ecológicos que podem revolucionar a aviação tradicional. O turismo espacial pode ser olhado como uma forma de patrocinar a investigação.

O turismo espacial poderá ser a forma de rentabilizar uma Estação Espacial privada, que em simultâneo está a estudar o desenvolvimento de novos fármacos. Mesmo a Nasa está a pensar alugar espaço nas estações privadas porque concluiu que ficará mais barato do que manter uma estação espacial. A estação internacional hoje é um laboratório cooperativo entre estados. No futuro, o caminho passará por arrendar espaços nas estações privadas. É um mercado que se vai abrir. Hoje se quiser mandar alguma coisa para a iSS, é difícil. No futuro contrato uma empresa que tratará disso e haverá uma cadeia logística que se encarregará disto. Estamos a falar de um admirável mundo novo… Nesse admirável mundo novo, pisaremos Marte? diz-se que já nasceu o humano que caminhará em Marte… É capaz de já ter nascido, mas não sei como vai pisar. É uma epopeia. Voltar a pisar a lua é muito difícil. Nós todos, na Europa, associados, não o conseguimos fazer. ir a Marte é ainda mais complicado. Já conseguimos ir a Marte em termos cibernéticos, recolher amostras e imagens. uma viagem a Marte, com os atuais sistemas de propulsão, demoraria um ano e meio. O homem é um ser frá-

gil, e não sei quem se candidatará a estar numa prisão durante mais de um ano e arriscar-se a não regressar.

Com que “espaço” podem sonhar os portugueses que o querem explorar?

As grandes epopeias estão reservadas aos grandes Estados. Portugal foi um grande Estado ao empreender os descobrimentos. A oportunidade do espaço assenta na dimensão do conhecimento, na qual Portugal participa, à sua escala; na dimensão tecnológica de exploração espacial, em que nos associámos à ESA, que é o segundo ou terceiro ator no contexto espacial; na dimensão da exploração comercial, na qual vão prevalecer meia dúzia de empresas que monopolizarão o acesso ao espaço e a sua comercialização porque é preciso capital intensivo e escala, que Portugal não tem. Se olharmos para o mar, como fonte de sustentabilidade poderemos ter uma importante palavra a dizer. A sustentabilidade tem por base a gestão do território e o território só pode ser gerido através do controlo feito por satélites. Portugal será o nono ou décimo país com maior área marítima. isto é brutal. temos que ter uma agenda industrial para pôr satélites lá em cima. Acredito que isso vai ser feito e Portugal terá voz no contexto europeu no que se refere à sustentabilidade. tenho a certeza que daqui a quatro anos teremos uma situação muito diferente. 

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 19 GR ande ent R e V i S ta gran entrevista

La actividad de u R Global se inició hace ya más de dos décadas en México, donde residía su fundador, luis M. uranga. Vio que las empresas españolas tenían dificultades de encontrar una compañía que aglutinase todos los servicios empresariales y de consultoría, un proveedor único, para instalarse en el país, y decidió especializarse en ambas áreas. A lo largo de todos estos años la firma con capital 100% español ha sido una pieza importante en la internacionalización de muchas empresas españolas en l atinoamérica, especialmente las de origen vasco, una vez que es en San Sebastián donde tienen su matriz. c onocen muy bien las fases que va a vivir en el país, sus requerimientos y necesidades. En México cuentan, por ejemplo, con almacenes que suman 7.000 metros cuadrados para brindar oficinas y almacenes con personal especializado en gestión logística a las empresas que mueven producto.

tras su paso por la oficina de u R Global en Brasil, Mikel Mendoza

UR Global, aliado de las empresas en su internacionalización

La empresa de consultoría UR Global ofrece servicios de gestión empresarial para filiales y matrices en España, Portugal y Latinoamérica. Integra en su actividad la gestión contable, fiscal, legal, laboral, administrativa y bancaria con la gestión logística, importación y almacén de producto. Está presente en el mercado luso hace dos años donde quieren reforzar su presencia y ayudar a los clientes a mejorar sus operaciones internacionales.

(en la foto de la derecha) se instaló en l isboa para abrir y dirigir la de Portugal en donde la firma está operativa desde enero de 2021. “l legamos aquí porque nuestros clientes nos lo piden. trabajamos con más de 400 filiales europeas y multinacionales, algunas están presentes en Portugal y otras quieren venir. Vimos por ello que era un mercado interesante y uno de los prioritarios para las empresas españolas”, explica Mendoza. Reconoce que, si bien están centrados en la empresa española, “se abre un nicho de mercado muy alto y ya tenemos clientes de Italia, Brasil...”, señala el responsable de desarrollo de Negocio l atam & Portugal. Son muchas las áreas de las que proceden las empresas que recurren a sus servicios como ingenierías, constructoras, compañías de marketing digital y de energías renovables, entre otras. “cubrimos todas las áreas”, garante el responsable en el mercado luso. Por el tema de proximidad, de

legislación europea, en incluso por la cultura empresarial, “instalarse en Portugal es mucho más sencillo para una empresa española que cuando elige un país de l atinoamérica”, afirma Mendoza. Pero no por ello sus clientes dejan de buscar a alguien de confianza. “una multinacional tiene que tratar una serie de asuntos como temas de intra grupales, dividendos… y buscan una empresa especializada en aspectos internacionales”, añade.

20 ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 Ge S tão e e S t R até G ia gestión y estrategia
Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

En estos dos primeros años la dirección de u R Global está muy satisfecha con su desempeño en Portugal. “Empezamos todavía en época de pandemia y ahora estamos en época de crecimiento. tenemos muy buenas expectativas”, cuenta el responsable. Están fortaleciendo las labores comerciales, dando a conocer su trabajo también en organismos públicos que les ayude a expandirse más. de momento el equipo está formado por siete personas y ya atienden a una veintena de clientes. Aunque de momento están centrados en ayudar a otras empresas a instalarse en el mercado portugués, Mikel Mendoza no esconde su deseo de que un día “podamos a ayudar a los portugueses a aterrizar en América l atina o que los latinoamericanos quieran llegar a Portugal”.

Futuras aperturas

l a red de oficinas que tienen en varios países (México, c olombia, Brasil, Perú, Chile y Ecuador, además de España y Portugal) favorece

los negocios una vez que pueden acompañar a sus clientes por distintos mercados. Ecuador ha sido el último país en el que se han instalado y “a corto plazo no tenemos previsión de apertura en otro destino. En un futuro sí, queremos seguir creciendo y abriendo más oficinas”. trabajan con expertos locales de cada área a la vez que tienen equipos directivos españoles en destino.

En cuanto al tipo de trabajo que realizan, Mendoza señala que “nos adaptamos mucho a lo que el cliente nos pide. Generalmente eligen todo el pack, cubriendo la gestión de todas las áreas, pero con el tiempo pueden, por ejemplo, crear su propio departamento de contabilidad y ya no nos necesitan en ese campo. A veces buscan una asesoría mensual para tener una

segunda opinión”. tal y como señalan desde la dirección de u R Global, “somos los ojos de la empresa en destino” informando a sus clientes de todo lo que está pasando y de esta forma “mejorar las operaciones internacionales”. 

Ge S tão e e S t R até G ia gestión
y estrategia
Pagou IVA em Espanha? Saiba como recuperá-lo connosco, contacte-nos já! ¿Pagó IVA en Portugal? ¡Descubra cómo recuperarlo con nosotros, contáctenos ahora! Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 E-mail: ccile@ccile.org Website: www.portugalespanha.org PUB

Criação de empresas em Portugal dispara em 2022

O ano que passou representou uma retoma do empreendedorismo, ao serem criadas, no território português, mais de 48 mil empresas, depois de uma forte quebra registada nos anos da pandemia e apenas superada pelo recorde de 2019. Nesse ano, foram constituídas perto de 49.600 sociedades em Portugal, adianta a Informa D&B.

No último ano, foram criadas em Portugal mais de 48.400 empresas, o que representa um crescimento de 14% face a 2021, evidenciando, assim, “uma significativa recuperação após a forte queda durante a pandemia de covid19” e muito perto do volume atingido em 2019, ano em que a criação de empresas atingiu o número mais elevado de sempre – quase 49.600 sociedades, adianta um estudo da Informa D&B.

Em termos setoriais, quase todos os setores de atividade observaram subidas na criação de novas empresas por comparação com 2021, com destaque para cinco setores que, em conjunto, representam 95% do aumento global: os transportes (com 2.207 novas constituições), os serviços gerais (1.200 novas empresas), os serviços empresariais (quase um milhar), o alojamento e restauração (mais 765 constituições) e as tecnologias de informação e comu-

nicação (mais 631 constituições). Pelo lado contrário, o retalho, as indústrias e a agricultura e outros recursos naturais são os únicos setores que recuaram no número de novas empresas em 2022. Segundo teresa cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B, “este aumento na criação de novas empresas mostra a recuperação de setores especialmente afetados pela pandemia, como os transportes, serviços e alojamento e restauração, e a confirmação de outros setores com grande dinamismo, como as tic. Em conjunto com a queda dos encerramentos e insolvências, o resultado é um aumento significativo das empresas ativas em Portugal, que no final de 2022 são quase 550 mil”, revelou ainda. Efetivamente, o estudo realça ainda que 2022 foi “o ano com menos encerramentos desde que há registo”, os quais afetaram perto de 13 mil empresas e outras organizações, uma descida de 8,8% face a 2021.

Entre as várias tendências que se podem destacar na evolução dos últimos anos, saliente-se o comportamento do setor das tic, com o número de novas empresas a atingir em 2022 quase o dobro de registos comparativamente com 2011 e mais 31% face a 2019. de resto, o tecido empresarial terá crescido mesmo 26% nos últimos sete anos, adianta o estudo. de assinalar ainda que a “Área Metropolitana de lisboa recupera mais depressa que o norte”, com a primeira a crescer 24% e a região Norte apenas 5%. Esta é a região ainda mais distante dos valores pré-pandémicos, estando a registar uma recuperação mais lenta depois da quebra registada no primeiro ano de pandemia, adianta o mesmo estudo. Quanto às insolvências, registaram-se 1.626 novos processos em 2022, ou seja, menos 17% do que no ano anterior, mantendo a tendência decrescente que se verifica desde 2012, com exceção do primeiro ano de pandemia. 

22 ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023
Ge S tão e e S t R até G ia gestión y estrategia Foto Shutterstock
Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto DR

O mercado de educação superior online em Portugal representa apenas 2%, mas em Espanha a fatia chega aos 20%. Gonzalo Jaquotot, diretor da Universidade Europeia Online, considera que o contributo do ensino digital irá crescer significativamente no mercado português e sublinha a sua capacidade de se adequar às necessidades das empresas.

Em julho de 2021, o Ministério da ciência, tecnologia e Ensino Superior aprovou a criação da universidade Europeia Online (uEO), a primeira faculdade online em Portugal, gerida pela universidade Europeia, que integra também a FcSt - Faculdade de ciências Sociais e tecnologia, o i AdE - Faculdade de design, tecnologia e comunicação e o iPAM. Em setembro do mesmo ano, arrancaram os primeiros cursos. “Já lançámos mais de 40 títulos (graus) 100% online no mercado e passamos de 1.000 alunos, em 2021, para 2.000 em 2022”, revela Gonzalo Jaquotot, diretor da uEO em Portugal e em Espanha, afirmando que “a educação online é uma realidade no mundo”, sobretudo após a pandemia. No mercado espanhol, o ensino onli-

ne registou “uma evolução impressionante nos últimos anos” e já responde por uma quota de mercado acima dos 20%, no que se refere ao ensino superior, com mais de 50.000 estudantes. No segmento de masters, o alcance do online chega aos 43%.

Gonzalo Jaquotot não tem dúvidas quanto ao potencial do mercado português: “Portugal tem um potencial muito elevado, já que, atualmente, o mercado de educação superior online representa apenas 2%. A procura por formação online em Portugal vai crescer nos próximos anos a um ritmo imparável. Basta ver o que se passa nos outros países europeus. Na uEO, num ano, duplicámos o número de estudantes em formação online e esperamos continuar com este ritmo de crescimento nos próximos anos. Acresce que as necessidades

de formação são globais e com o online é mais fácil chegar a mercados internacionais”. A expansão internacional passará por mercados onde o português é a língua oficial, como Brasil e Angola, informa o diretor da uEO.

A aprovação da norma que regula os estudos online em 2019 e a experiência e know-how adquirida em Espanha, onde passaram de um milhar de estudantes online para mais de oito mil em três anos, configurou a oportunidade de começar a desenvolver a educação online em todas as suas instituições integradas na universidade Europeia e conquistar “um segmento da população com mais de 25 anos que não equaciona ou não pode estudar presencialmente por diferentes razões”, mas que pode fazê-lo através de formação online.”

O balanço do primeiro ano de ativida-

24 ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 Ge S tão e e S t R até G ia gestión y estrategia
Universidade Europeia Online: o ensino digital em Portugal “vai crescer a um ritmo imparável”
Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto DR

de é positivo, indica o gestor: “Este ano, recebemos muitos pedidos de informação sobre os nossos programas 100% online. Entre julho e agosto obtivemos a aprovação de nove graus oficiais pela A3ES, incluindo a universidade Europeia, iAdE e iPAM, sendo a instituição privada com maior carteira de graus oficiais em Portugal. temos programas em Gestão, Marketing, comunicação, Psicologia, RH, entre outros. 2022 serviu para fortalecer e aprimorar o nosso modelo académico, com um grande foco na qualidade académica, que é o nosso AdN. Este ano, lecionámos mais de cinco mil horas de aulas em direto online. Os nossos alunos valorizam de forma muito positiva o facto de as aulas online ficarem gravadas, uma vez que podem ver a qualquer hora e as vezes que quiserem para melhor assimilar os conceitos. Outro ponto importante que os alunos referem como essencial ao estudar online é disporem de um gestor académico que os ajuda a organizar seus trabalhos e a concluir o curso com sucesso.”

Entre as vantagens da formação virtual, Gonzalo Jaquotot destaca a maior facilidade com que o estudante poderá gerir o seu tempo, sem ter que se deslocar ao campus. “Quando um estudante acede pela primeira vez ao campus virtual tem toda a informação necessária para se organizar e para o nosso tipo de estudante é fundamental e algo que valorizam de forma crítica: o horário das aulas em direto, as datas de entrega dos trabalhos e dos exames, bem como todos os conteúdos de estudo necessários para superar cada uma das provas”, observa o gestor, acrescentando que também há muitas vantagens para a universidade, já que “pode contratar os melhores professores em qualquer região do país e até no estrangeiro, já que só precisam de um computador e acesso à internet para darem a sua aula em direto online”.

O portefólio da universidade Europeia

Online disponibiliza 60 títulos (graus) 100% online em Portugal e mais de 100 em Espanha, “que respondem às neces-

sidades mais recentes de formação, nas principais áreas de conhecimento”, sublinha Gonzalo Jaquolot, acrescentando que cobrem áreas como as da saúde, StEAM (science, technology, engineering, arts and mathematics), Business, Marketing, desporto, Psicologia, entre outras. “ continuaremos a inovar e a disponibilizar os cursos que a sociedade necessitar. O importante é sermos capazes de responder ao mercado com uma oferta académica de qualidade e que resolva as necessidades de formação que as empresas apresentam. Atualmente, há uma elevada necessidade de formação em todas as áreas, mas principalmente nos programas de StEAM, de saúde e de business”, frisa o gestor.

Para melhor responder às necessidades do mercado a universidade procura estabelecer acordos com várias empresas e instituições, como já acontece com a Galp, a Altice, a lusíadas Saúde, a Santa casa da Misericórdia de lisboa, SAMS, Hospital da cruz Vermelha, Associação Nacional das Farmácias, entre outras, para melhorar a qualidade dos cursos e adequar os programas às necessidades do mercado de trabalho.

Gonzalo Jaquetot considera “fundamental que a formação esteja muito ligada às necessidades das empresas”, já que “de nada serve ter programas que não respondam a essas necessidades”.

Acresce que “há ofertas de trabalho sem resposta por falta de profissionais qualificados para essas funções” e que, “no caso da formação online, o estudante normalmente já está integrado no mercado laboral e quer adquirir conhecimento atualizado e inovador que lhe permita continuar a evoluir na sua vida profissional” e isso só é possível se a formação responder às lacunas das empresas.

Além da ligação institucional às empresas, o gestor destaca também a académica: “contamos com professores de diferentes empresas que aproximam os estudantes da realidade diária do mundo empresarial. temos acordos com empresas para que os nossos estu-

dantes possam estagiar (internship), ou resolver situações reais com trabalhos em equipa. temos ainda as feiras de emprego, com empresas, que vêm ao campus dar-se a conhecer aos nossos estudantes”.

A promoção do ensino online, por sua vez, utiliza também os canais digitais, onde disponibilizam toda a informação sobre os curos e programas a lecionar. Os potenciais interessados podem preencher um formulário para que posteriormente a equipa de assessores académicos os contactem para fornecer mais informação e responder a eventuais dúvidas. “também realizámos mais de 100 webinars em diferentes áreas com especialistas e acordos com instituições para dar a conhecer os nossos programas”, realça o diretor da uEO.

Os cursos são todos em português, mas a uEO está a equacionar no futuro incluir programas lecionados noutras línguas, principalmente em inglês.

O foco é sempre a qualidade académica, garante o diretor da uEO, pelo que “a metodologia se adapta às necessidades dos estudantes, seja no ensino presencial ou no online”. O objetivo é que “a experiência de aprendizagem que seja 100% positiva”, pelo que “colocam ao serviço todos os recursos tecnológicos e ferramentas necessários para o conseguir”.

Será a sociedade a determinar a evolução da educação online, advoga Gonzalo Jaquolot, alertando para o facto de “surgirem novas profissões todos os anos que precisam de formação”. termos como “big data, inteligência artificial, e-health ou growth hacking não existiam há cino anos e, agora, todas as empresas solicitam estas funções”.

O gestor diz que na uEO terão que “estar muito atentos ao mundo real” para serem “rápidos e ágeis na oferta ao mercado da melhor formação, da mais atual e vanguardista”, bem como a responderem às necessidades do estudante, nas quais “a tecnologia joga um papel fundamental”. Melhorar a experiência do estudante será crítico. O foco deverá estar na evolução do modelo académico, juntamente com a tecnologia”. 

25 FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € Ge S tão e e S t R até G ia gestión y estrategia

ctt e eBay apoiam internacionalização das empresas portuguesas

mais de 11 mil vendedores portugueses que vendem com sucesso no eBay. Com efeito, a cada 47 segundos, é vendido um produto localizado em Portugal no eBay. Estamos entusiasmados e honrados por podermos cooperar com os ctt, para em conjunto ajudarmos mais empresas locais a tornar os seus negócios globais, com um suporte e benefícios exclusivos para terem sucesso online”.

Os ctt – correios de Portugal estabeleceram uma parceria com o eBay que visa oferecer condições vantajosas às empresas que usem a plataforma eBay para vender online, apoiando a internacionalização das empresas portuguesas. As empresas portuguesas que venham a aderir a esta parceria e vendam os seus produtos diretamente no e-marketplace da eBay poderão vir a utilizar ferramentas ctt que facilitam os seus envios. Estar numa plataforma global permite às empresas aceder a múltiplos mercados sem realizar desenvolvimentos, a possibilidade de aprender rapidamente quais os mercados onde os seus produtos têm maior aceitação, ter custos de exposição do catálogo relativamente baixos face à

presença física e beneficiar de menores barreiras à entrada.

Para João Sousa, administrador dos ctt, “esta parceria é muito relevante e enquadra-se na estratégia dos ctt como grande impulsionador da digitalização e presença online das empresas portuguesas. Estamos muito satisfeitos com este acordo com o eBay, um dos maiores marketplaces do mundo, e acreditamos que esta iniciativa ajudará muitas empresas no seu processo de internacionalização”.

Para Daniel Biran, head of Business Development, Global Markets, eBay, “estamos muito felizes por podermos apoiar as pequenas e médias empresas em Portugal, que é um dos principais mercados da nossa região. Já existem

A adesão ao programa será gratuita. todas as empresas receberão um toolkit com manual e dicas de como vender no eBay e ainda terão acesso em primeira mão a informação sobre todas as iniciativas que forem sendo desenvolvidas no âmbito da parceria. No caso das empresas com mais de 100 produtos listados no eBay e que forem consideradas de elevado potencial, as mesmas serão contactadas por um elemento eBay para lhes propor gratuitamente um programa de aceleração de vendas. Para estes clientes será possível ter um programa de treino pessoal com especialistas do eBay, irão beneficiar de limites de vendas mais elevados e ainda da assinatura gratuita da loja eBay por um trimestre para ajudá-las a tornar os seus negócios globais e alcançar 135 milhões de compradores em todo o mundo, valendo este programa milhares de dólares. 

delta é a marca com maior relevância e reputação no país

Adelta é a marca com maior relevância e reputação no país em 2022 e Rui Nabeiro ocupa a primeira posição na categoria Economy Business leaders. Estes são dois dos resultados do “RepScore”, estudo elaborado pela consultora OnStrategy, que analisa a relevância e de reputação emocional das marcas com os portugueses. de acordo com a informação consolidada do último ano, numa escala de 100 pontos, a delta tem a melhor avaliação (83,8 pontos) e a Mercadona o maior crescimento (+13,9

pontos), salienta a consultora, que avalia anualmente cerca de 2 mil marcas.

Olá (82,5 pontos), Nestlé (82,3 pontos), Youtube (81,6 pontos), Microsoft (81,2 pontos), Sumol compal (81 pontos), lego (80,8 pontos), lidl (80,6 pontos), continente (80,5 pontos), luso (80,4 pontos), Google (80,3 pontos) e Multibanco (80,1 pontos) são as 12 marcas que se destacam, com uma avaliação acima de 80 pontos, como excelentes.

“Foram quase 70 indústrias / categorias auditadas e analisadas em 2022 e

verifica-se que as marcas voltaram a estar bastante ativas e de uma forma consciente e positiva; voltam a ser registadas mais de 10 marcas com uma avaliação de excelência (mais precisamente 12 este ano), algo que não ocorria desde 2018. É também de evidenciar que em 10% das indústrias/ categorias a liderança é assegurada por uma marca de excelência (80100 pontos) e em 80% por uma marca com uma avaliação de reputação robusta (70-80 pontos)”, refere Pedro tavares, managing partner da OnStrategy.

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 26 ma R ketin G marketing

terminal de cruzeiros de lisboa eleito o melhor da europa

Oterminal de cruzeiros de lisboa acaba de conquistar, pela primeira vez, o prémio de “Melhor terminal de cruzeiros da Europa”, atribuído pelos “World cruise Awards”.

O galardão é motivo de orgulho para a Administração do Porto de lisboa (APl) e mais uma prova da crescente importância do porto e do terminal para o turismo e para a cidade.

“Esta distinção vem destacar as excecionais condições que lisboa dispõe para acolher navios e passageiros de cruzeiro com exigências cada vez maiores, prestando, assim, um serviço de excelência a quem visita a capital portuguesa”, afirma António caracol, administrador do Porto de lisboa.

Neste contexto, destaca ainda: “É uma honra receber este prestigiado prémio, especialmente numa fase em que a APl está a desenvolver um conjunto de ações

no âmbito da estratégia de valorização e qualificação da indústria de cruzeiros na cidade, nomeadamente ao nível da sustentabilidade, e, por isso, acreditamos fortemente que lisboa – como porto e destino de cruzeiros – garante uma resposta sustentável aos desafios presentes e futuros.”

Na nomeação para “Melhor terminal de cruzeiros da Europa”, lisboa teve a seu lado os terminais de civitavecchia, Amesterdão, limassol, Málaga, Barcelona, Kiel, Mónaco, Oslo, RostockWarnemunde, Portsmouth, Valletta e Zadar.

Os “World cruise Awards”, lançados em 2021, visam reconhecer a excelência no setor global de cruzeiros, sendo um evento “irmão” dos “World travel Awards”, que distinguem os melhores exemplos de boas práticas no setor do turismo.

O terminal de cruzeiros de lisboa tem

autoria do arquiteto carrilho da Graça, inaugurado no dia 10 de novembro de 2017, e cujo custo global ascendeu a cerca de 28 milhões de euros.

A flexibilidade, a acessibilidade, a segurança, a qualidade ambiental e o conforto são os principais critérios do novo terminal, que tem uma área de 13.800 metros quadrados e um cais com 1.490 metros de comprimento, com capacidade para receber navios de vários tipos e dimensões, com um calado até 12 metros.

nova marca homenageia as técnicas ancestrais

transição digital, sustentabilidade e valorização do queijo com dOP da região centro, que teve lugar em Castelo Branco.

Ainovcluster, Associação do cluster Agroindustrial do centro, a par da Parceria do Programa de Valorização da Fileira do Queijo da Região centro acaba de lançar uma nova marca, que através de uma nova imagem identitária, pretende diferenciar os queijos com dOP da região centro no mercado e assim ajudar a acrescentar-lhes valor bem como a toda a sua fileira. A nova marca foi apresentada há algumas semanas, no evento “inovFood Summit’22”, dedicado à inovação,

Criada pela Ivity Brand Corp, a nova marca Queijos do centro Portugal abarca três submarcas figurativas, inspiradas em elementos culturais e icónicos de cada território criando uma distinção e identidade própria para os queijos com dOP da Região centro: o Queijo da Serra da Estrela dOP, Queijo da Beira Baixa DOP e Queijo Rabaçal dOP. O objetivo é capacitar estas regiões para a preservação e reconhecimento do valor o seu passado associado ao fabrico de queijo, mas também reforçar e incentivar para um futuro mais sustentável e com mais amor pelas artes e ofícios da cultura nacional.

unidos por esta nova marca, os queijos

com dOP da região centro partilham entre si a cura, ou uma maturação rigorosa e o tempo de espera necessário para uma afinação perfeita do seu sabor. A assinatura da marca desenvolvida pela ivity– “Guardados pelo Sabor”– reflete isso mesmo.

As 15 entidades parceiras do programa de Valorização da Fileira do Queijo da Região centro tomaram este como um dos grandes desafios do projeto.

A parceria foca-se agora na próxima etapa que será a boa implementação destas marcas no mercado, conseguindo uma boa adesão por parte dos produtores e consumidores.

Esta é uma iniciativa inserida no Programa de valorização da fileira do queijo dOP na Região centro, financiado pelo centro2020, Portugal 2020 e pela união Europeia, através do FEdER. 

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 27 ma R ketin G marketing
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
de pastorícia do centro do país

três investigadores vencem “prémio científico mário Quartin Graça 2022”

Os investigadores Ana Oliveira, Priscila Moreira e Ricardo Jordão são os vencedores do “Prémio c ientífico Mário Quartin Graça 2022”, uma iniciativa conjunta do Banco Santander e da Casa da América l atina, que distingue anualmente as melhores teses de doutoramento realizadas em Portugal e na América l atina.

Ana Oliveira, natural do Brasil, foi galardoada na categoria de tecnologia e c iências Naturais, com o trabalho

“ Ecological indicators as tools to monitor the effects of climate change on tropical dry forest”, fruto de uma parceria entre a Faculdade de c iências, da u niversidade de l isboa e o Departamento de Biologia, da u niversidade de Aveiro. A tese aborda a importante

questão de desenvolver metodologias que permitam antecipar os impactos das alterações climáticas nas terras secas, mais sujeitas a desertificação, o que, segundo o júri, “permitirá melhorar a nossa capacidade de adaptação às previsíveis alterações climáticas das próximas décadas”.

Na categoria de c iências Sociais e Humanas, a vencedora é Priscila Moreira, de nacionalidade brasileira, com a tese “ c ompor livros de fora para dentro: i mpressões poéticas e tipográficas de João c abral de Melo Neto”. O trabalho constitui, segundo o júri, “um contributo muito original para o conhecimento da obra de João c abral de Melo Neto”, incidindo em catorze “livros artesanais” integrados no projeto editorial intitulado “O l ivro

i nconsútil”.

Ricardo Jordão, também de nacionalidade brasileira, distinguiu-se na categoria de c iências Económicas e Empresariais, pela tese “Gestão de informação e do conhecimento e capital intelectual em redes de pequenas e médias empresas”, pelo i nstituto de i nvestigação e Formação Avançada, na u niversidade de Évora. O autor investigou o efeito da integração de micro, pequenas e médias empresas brasileiras em redes de conhecimento sobre as práticas da gestão de informação e do conhecimento, bem como sobre o capital intelectual, com o júri a ressalvar que a investigação “veio demonstrar que estas redes de conhecimento geram capital intelectual e proporcionam vantagens para as empresas aí integradas”.

el corte inglés oferece 93 bolsas de estudo a filhos de colaboradores

OEl c orte i nglés reforçou

o investimento na área de educação e concedeu 93 bolsas de estudo aos filhos dos colaboradores que frequentam o ensino e formação profissional, o ensino secundário e o ensino superior, mais 23 bolsas que no ano anterior, num investimento total de 117 mil euros.

As bolsas são financiadas através da fundação Ramón Areces, do grupo El c orte i nglés. “A área da educação tem sido uma das apostas do El c orte i nglés, tanto no que diz respeito aos colaboradores

como aos seus filhos”, afiança a cadeia retalhista. No âmbito dos benefícios e incentivos, o El c orte i nglés tem vindo a fazer um esforço em apoiar os colaboradores e famílias em matéria de educação. A criação de uma estrutura interna de Educação e o lançamento dos programas Estudar+E ci e Superior+E ci e a concessão de bolsas de licenciatura aos colaboradores, são disso um exemplo. d o incentivo à conclusão do ensino básico e secundário trazendo o programa Qualifica para dentro da empresa, ao

apoio e incentivo à frequência do ensino superior, e os mais de 35 protocolos que a empresa estabeleceu com instituições de ensino superior, alguns dos quais concedendo descontos nas propinas, são alguns dos projetos a salientar.

Para os filhos dos colaboradores, a empresa tem procedido à entrega de kit de material escolar e conta já com quatro edições de candidaturas a bolsas de mérito para o ensino básico, para além de deter protocolos com centros de estudo e explicações, com creches e infantários.

28 ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 Faze R B em Hacer bien

infância” distingue 34 projetos

F oram há poucos dias conhecidos os vencedores da “4ª edição do Prémio BPI Fundação La Caixa infância”. No total, foram atribuídos 1,3 milhões de euros a 34 projetos sociais, que visam quebrar o ciclo de pobreza, facilitar o desenvolvimento e empoderamento na infância e adolescência, além de valorizar a família como factor de ação socioeducativa.

As candidaturas vencedoras receberam em média mais de 38 mil euros e vão apoiar cerca de 9.500 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. A iniciativa recebeu 165 candidaturas, que foram alvo de uma avaliação objetiva dos

projetos à luz das linhas prioritárias estabelecidas para o Prémio.

A seleção das candidaturas vencedoras foi realizada através de uma avaliação criteriosa dos projetos e das linhas prioritárias estabelecidas, beneficiando ainda do apoio de uma equipa de 26 avaliadores colaboradores ou reformados do BPI que, em regime de voluntariado, reuniram com todas as entidades que passaram à 2ª fase de avaliação. Esta prática inovadora enriquece os processos de avaliação e de humanização do Banco.

Os projetos distinguidos vão oferecer respostas sociais nas seguintes áreas prioritárias: atenção à primei-

ra infância, incluindo o desenvolvimento de competências parentais; apoio ao reforço escolar e a ações que promovam a inclusão social através do desporto, da criatividade da música e da arte; acesso a bens e serviços básicos de alimentação, saúde e higiene infantil; e ainda a ações que promovam soluções integrais para crianças com múltiplos fatores de vulnerabilidade, intervenção precoce e melhoraria da qualidade de vida das crianças que sofrem de doença. c riado em 2019, o Prémio infância atribuiu, em quatro edições, mais de 3,6 milhões de euros a 116 projetos, beneficiando mais de 26 mil crianças e adolescentes. 

Vsitada por 300 mil pessoas, ao longo de 2022, a Exponor faz um balanço positivo do ano, depois de ter sido bastante afetada pela pandemia. O centro de exposições localizado em Matosinhos recebeu e promoveu um total de 51 eventos, juntando mais de dois mil expositores, regressando aos resultados positivos.

Para equilibrar as contas, a Exponor implementou novas ações de sustentabilidade, conseguindo reduzir “em 72% os gastos de eletricidade e 36% o consumo de água, em relação a 2017, tendo atingido valores recorde no que toca a contributos para a redução da pegada ecológica”, informa a entidade em comunicado.

Esta redução de custos devem-se à “transição praticamente integral da iluminação do recinto para lEds, além de uma utilização mais criteriosa dos equipamentos de alto consumo”. As despesas em água diminuiram graças à “implementação de melhorias

nas infraestruturas, bem como pela manutenção proativa dos equipamentos”.

Diogo Barbosa, diretor-geral da Exponor, afirma que a aposta na eficiência energética é para manter: “A pandemia atrasou um pouco aquele que era o nosso plano para conseguirmos atingir assertivamente novas metas de sustentabilidade, embora tenhamos sido capazes de cumprir com um decréscimo gradual nos consumos energéticos e hídricos. Em 2022, assumimos que essa seria uma das nossas grandes prioridades, a par da retoma consolidada das feiras em formato presencial, e atingimos as nossas metas com sucesso. Queremos primar pelo exemplo das nossas práticas, e os próximos anos terão sempre objetivos de superação no nosso horizonte. Acreditamos

que em 2023 teremos condições para reinventar alguns dos nossos formatos de feiras setoriais, para as tornarmos mais atrativas e atuais, em linha com as tendências da indústria. Queremos continuar a dar palco e voz aos novos talentos e às marcas nacionais emergentes nos mais diversos setores, a promover boas práticas relacionadas com a sustentabilidade e com a inovação, e a cumprir com novas metas que possibilitem o nosso crescimento e dos nossos parceiros”. 

29 FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € Faze R B em Hacer bien
Textos
Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
“prémio
sociais para apoiar crianças e adolescentes exponor aposta na sustentabilidade e reduz gastos de eletricidade e água
Clementina

Do Portugal 2020 ao Portugal 2030 – transição entre quadros comunitários

Com o quadro comunitário Portugal 2020 (Pt2020) a terminar, torna-se oportuna a realização de um balanço sumativo daquilo que correu bem e do que correu menos bem no seu período de vigência (2014-2023).

Os resultados oficiais divulgados pela Agência para o desenvolvimento e coesão (Ad&c) reportam uma taxa de execução a rondar os 87% no fim de 2022, que se traduz num total de 18,6 mil milhões de euros em apoios públicos disponibilizados diretamente ao tecido empresarial português para estímulo do seu crescimento. de acordo com as previsões, em 2023 este montante será incrementado em 2,8 mil milhões de euros, o que, a verificar-se, culminará numa taxa de execução final do Pt2020 de 100%, sem qualquer verba por distribuir. consequentemente, é notório o papel fulcral que os fundos europeus (existentes desde 1986, ano em que Portugal aderiu à então comunidade Económica Europeia) desempenharam no salto qualitativo que o país deu em termos de transformação da economia, servindo como uma alavanca geradora de maior competitividade.

Estamos atualmente numa fase de transição entre Quadros comunitários (estava programado que o Pt2020 terminasse no final de 2020, tendo-se registado a sua prorrogação aos últimos dois anos, com seguimento no primeiro semestre de 2023), e, como experienciado em

períodos passados semelhantes (de que é exemplo a transição do quadro comunitário QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013 para o Pt2020), com um hiato temporal acima do expectável, as empresas têm registado acrescidas dificuldades no acesso a incentivos financeiros, que seriam especialmente fundamentais nesta fase, para combater os efeitos económico-financeiros nefastos que a pandemia da covid-19 trouxe às empresas, e mais recentemente dos aumentos dos custos de produção resultantes da guerra na ucrânia (com grande foco nos custos de energia e matérias-primas) e da disrupção das cadeias logísticas de abastecimento. Ainda assim, é possível identificar um conjunto de incentivos/apoios disponibilizados durante este interregno, de caráter local e nacional, atribuídos nomeadamente através do PdR - Programa de desenvolvimento Rural 2014-2020 (instrumento financeiro de apoio ao setor agroflorestal e ao desenvolvimento rural), do +cO3SO - Sistema de Apoios ao Emprego e ao Empreendedorismo (programa de apoio à criação de novos postos de trabalho), do instituto de Emprego e Formação Profissional (apoios/ incentivos à contratação e valorização de recursos humanos), de instrumentos de apoio à tesouraria das empresas (por exemplo, programas Apoiar.Pt e Apoiar Restauração) ou do Plano de Recuperação e Resiliência (programa nacional destinado a repor o crescimen-

to económico sustentado da economia pós-pandemia). Sublinhe-se também a implementação de mecanismos extraordinários de antecipação de verbas provenientes do Quadro comunitário Portugal 2030 (Pt2030), para apoio ao financiamento de cursos profissionais, de equipamentos sociais, a projetos conjuntos de associações empresariais ou à atribuição de bolsas de ensino superior.

Porém, apesar deste conjunto de medidas de mitigação ter funcionado como suporte às empresas neste momento crítico das suas trajetórias, é verificado através do contacto direto da We incentivos com os seus clientes (empreendedores) que a taxa de satisfação sobre as mesmas é relativamente reduzida, por não gerarem os efeitos/impactos esperados.

tal deve-se, entre outros, ao facto de os programas/avisos lançados não estarem totalmente alinhados com as necessidades da generalidade das empresas, sendo muitas vezes restritivos em termos de setores de atividade alvo, limitados ao nível da dotação orçamental disponibilizada e apresentarem critérios de elegibilidade pouco flexíveis e demasiado exigentes. É ainda de relevar a excessiva burocracia e extensão dos processos de instrução de candidaturas, conjuntamente com os demasiado alargados períodos de análise, que frequentemente colocam em causa o time-to-market dos investimentos delineados e atrasam a disponibilização dos fundos às empresas.

Após ter sido dada luz verde por parte

30 ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 opinião opinión

de Bruxelas a todos os programas do novo Quadro, aprovando o modelo de governação dos fundos, assim como o regulamento geral e os regulamentos específicos, à data deste artigo aguardamos, empreendedores e consultores, a emissão da regulamentação nacional relativa ao novo Quadro comunitário, que substituirá o atual Regulamento Específico do domínio da competitividade e internacionalização (REci), prevista para este primeiro trimestre de 2023. Quando isso acontecer, estarão reunidas as condições para serem lançados os primeiros avisos de abertura de concursos, que as empresas anseiam e que certamente terão uma muito elevada procura.

Quanto às tipologias dos sistemas de incentivos do Pt2030, não se deverão afastar em grande medida das do Pt2020 - internacionalização e Qualificação das PME, investigação e desenvolvimento tecnológico e inovação Empresarial

e Empreendedorismo -, embora com maior foco no contributo das operações para a transição climática/ambiental e para a promoção da inovação através da transformação digital pela adoção de tecnologias core da indústria 4.0. deste modo, será fundamental manter a aposta na internacionalização do tecido económico português, em inovações com vista ao aumento da sua capacitação tecnológica, na digitalização dos processos produtivos e na i&d de novas soluções com potencial de mercado, valorizando o know-how de gestores e quadros técnicos. Simultaneamente, torna-se oportuna a promoção de uma economia mais eco-friendly/ambientalmente responsável e a qualificação/capitação dos recursos humanos com as competências-chave para potenciarem uma melhor performance dos negócios. Numa perspetiva mais operacional, e de acordo com as problemáticas anterior-

mente identificadas, é ainda recomendável a aposta na desburocratização dos processos de instrução das candidaturas, na extensão dos períodos de submissão, utilizando a estratégia já adotada no PRR de abertura de concursos em contínuo, assim como na simplificação dos processos de análise para uma maior celeridade da emissão de decisões, apoiadas no reforço das equipas técnicas dos organismos públicos envolvidos. Se cumpridas estas premissas-base, estaremos mais próximos de reunir as condições necessárias para a completa e atempada execução dos fundos europeus e sua efetividade na prossecução das metas que almejam, no caminho da transformação estrutural da economia do país para sua afirmação e diferenciação no panorama global. 

*Técnico de Sistemas de Incentivos Financeiros e Fiscais da We Incentivos E-mail ricardo.aboim@we-incentivos.pt

opinião opinión
PUB

Tecnologia e diversificação: os caminhos do setor do calçado

Hoje em dia, as empresas de calçado portuguesas já produzem quase à medida das necessidades dos clientes, com uma forte customização do produto, forte dinâmica logística e comercial para chegar aos mais variados mercados mundiais, com um baixo nível de stocks. Um trabalho que resulta de uma intensa estratégia de base tecnológica, que permitem a este setor apresentar-se como um dos mais competitivos e exportadores em Portugal.

32
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR actualidad € fevereiro de 2023

Está cada vez mais competitivo, internacional e dinâmico. Falamos do setor do calçado nacional e da sua evolução contínua a nível global. O segredo estará no desenvolvimento tecnológico que a indústria soube incorporar, desde há quase três décadas, e que garante um forte valor acrescentado em todas as etapas da cadeia de valor, asseguram especialistas que analisam este setor.

"A indústria do calçado português é uma das mais avançadas do mundo, transferindo a sua tecnologia para os cinco continentes", de acordo com o iNESc tEc, uma das entidades de investigação e desenvolvimento (i&d) que tem acompanhado e contribuído, nos últimos 30 anos, para o

revela Paulo Gonçalves, diretor de c omunicação da Associação Portuguesa dos i ndustriais de calçado, c omponentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APicc APS) à "Actualidad€".

Portugal exporta atualmente mais de 95% da sua produção para 172 países, nos cinco continentes. c om cerca de 1.700 empresas, o setor tem apostado fortemente em produtos de maior valor acrescentado, alicerçados no desenvolvimento de novos equipamentos, na utilização das tecnologias de informação e comunicação e de métodos de gestão mais exigentes.

Entre 2009 e 2022, as exportações portuguesas de calçado cresceram mais de 50%, em valor, para quase 1.900 milhões de euros. Se a este valor se acrescentarem os restantes setores do cluster, as exportações já somam mais de dois mil milhões de euros. Este crescimento das exportações foi acompanhado por um crescimento semelhante do saldo comercial, o qual ascende a mais de 1.300 milhões de euros.

Nesse mesmo período, há que assinalar ainda que os preços médios portugueses do calçado mais que duplicaram, devido à redução da dimensão das séries, sendo atualmen-

Novos targets para o calçado nacional

percurso de inovação que esta indústria tem trilhado até à atualidade e que a tornam uma das mais importantes da economia nacional.

Ainda não existem dados definitivos relativamente ao ano de 2022. "Os dados disponíveis apontam para que o setor tenha exportado cerca de 80 milhões de pares de calçado, num valor próximo de dois mil milhões de euros. Até novembro, as exportações aumentaram 21%",

No âmbito do "Plano Estratégico do Cluster do Calçado 2030", a APICCAPS analisou os mercados que oferecem as melhores perspetivas de sucesso comercial. Sucesso quer em quantidade, quer em qualidade e sofisticação. "A quantidade de calçado consumido em cada país não é um indicador suficiente para orientar os esforços comerciais da indústria portuguesa de calçado. Diferentes países apresentam diferentes padrões de consumo e uns adequam-se melhor do que outros à sofisticação e criatividade, e consequente preço, que caracterizam a oferta portuguesa. A procura por calçado com estas características concentra-se predominantemente em consumidores com níveis de rendimento elevados", refere Paulo Gonçalves, diretor de Comunicação da APICAPPS. "Admitimos aqui que o mercado potencial do calçado português é constituído pelos consumidores que têm um rendimento igual ou superior à mediana do PIB per capita dos paí -

ses da OCDE em 2020, ou seja, cerca de 38.500 dólares [35.515 euros]".

"De acordo com o critério adotado, o mercado potencial para o calçado português é constituído por 9,1% da população mundial, ou seja, cerca de 690 milhões de pessoas", estima ainda a APICAPPS, apontando, assim, o foco para os mercados europeu e norteamerciano.

Atualmente, o setor exporta mais de 95% da sua produção para todo o mundo. A Europa é o mercado de referência, em especial a Alemanha, França, Holanda ou Espanha. Fora da Europa, destacam-se os EUA e o Canadá, estando ainda a crescer destinos como a Austrália, China e Japão.

"Ao nível das importações de componentes, ainda que Portugal tenha um forte cluster de calçado e seja, em certa medida, autossuficiente adquirimos matérias-primas de qualidade aos melhores fornecedores de todo o mundo", adianta Paulo Gonçalves.

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 33 GR ande tema gran tema
A indústria portuguesa de calçado vai continuar a fazer da tecnologia um importante aliado para exportar para quase todo o mundo com uma alta eficiência. As exportações rondam, atualmente, os dois mil milhões de euros

AMF Safety Shoes cresce graças à marca toworkfor

A AMF Safety Shoes, com sede em Tabuadelo (Guimarães) e que se dedica à produção de calçado de segurança, registou em 2022 uma subida do volume de negócios, que se situaou nos 18 milhões de euros, e que se ficou a dever sobretudo às vendas da sua principal marca, a toworkfor.

"Em 2022, tivémos 80% de exportação e 20% de importação", em linha com o exercício anterior. "Mas o que é relevante é o forte crescimento da marca toworkfor, que foi de cerca de 20%", adianta Orlando Andrade, diretor de Marketing da AMF Safety Shoes.

Os principais mercados de exportação da empresa vimarenense são na Europa. Já a nível da importação, a empresa compra sobretudo matérias-primas em Espanha e Itália, na Europa, e ainda em alguns países asiáticos.

Questionada sobre se tem em curso alguma candidatura a fundos de incentivos públicos, a AMF Sa-

te o segundo mais caro do mundo, apenas superado pelo italiano.

A "indústria mais sexy da Europa" –um dos slogans adotados pelo setor –, tem sabido posicionar-se em termos de imagem e da oferta, mais flexível e customizada.

Hoje em dia, as empresas do setor, essencialmente PME, têm capacidade para apresentar várias coleções por ano– uma coleção praticamente a cada três meses. E isto não apenas para o segmento da moda, como também em segmentos como o calçado de segurança ou o calçado de conforto.

Tecnologia de "ponta"

E como é que este setor chegou a esta eficiência e exigência? A resposta está na inovação e na tecnologia de "ponta" utilizadas. A simulação, a logística

fety Shoes adianta que tem tido "sempre programas ativos de fundos comunitários, desde programas de inovação à internacionalização. Neste momento, fazemos parte dos projetos ao abrigo do PRR do cluster do calçado, com um valor de investimento a rondar os nove milhões de euros".

O mesmo responsável refere que como grandes desafios para a empresa, a curto e médio prazos, "sendo uma empresa que aposta na inovação e diferenciação, estes serão sempre desafios que a AMF tem que continuar a vencer de forma a que mantenha as expetativas dos clientes". Também o tema da sustentabilidade "é estratégico, tendo este ano a AMF assumido metas

flexível, os novos modelos e métodos de otimização, as técnicas de previsão e instrumentos de recomendação aplicados ao setor ajudaram na flexibilização e na otimização da produção, levando à resposta rápida e eficiente em pequenas séries de produtos customizados, tornando esta indústria muito mais sofisticada e eficiente.

O impacto destas linhas de investigação foi transversal a todo o setor do calçado, desde as empresas produtoras de bens de equipamentos, empresas fabris e empresas de tecnologias de informação.

Segundo Rui Rebelo, investigador do iNESc tEc, tem sido graças ao trabalho deste instituto, juntamente com o centro tecnológico do calçado de Portugal (ctcP) e com a APicc APS, que foi possível dar um impulso a

de compromisso" a este nível. De igual modo, também "a robotização e automatização, bem como a Ind.4.0 serão objetivos a implementar com muita força durante este ano", declara o mesmo responsável. A AMF Safety Shoes encontra-se entre as principais empresas europeias de produção e comercialização de calçado de segurança colado, com capacidade produtiva para mais de dois mil pares de sapatos por dia.

todo o cluster do calçado, onde se movimentam centenas de pequenas e médias empresas de diferentes segmentos. "O setor tem empresas de base tecnológica forte", desde empresas de software específico para a indústria (e que, por vezes, comercializam também os seus produtos e serviços a outras indústrias) até fabricantes que incorporam equipamentos altamente sofisticados em termos produtivos, logísticos e de comercialização, tendo sido possível passar da fase de grandes encomendas para menores quantidades e com marca própria (maior valor acrescentado). "O objetivo das empresas é produzir muita diversidade de artigos em simultâneo, para chegar a vários públicos, ou seja, a customização de produtos".

Por outro lado. dentro deste univer-

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 34 GR ande tema gran tema

Calçado Centenário: a qualidade clássica

O fabricante de Oliveira de Azeméis Calçado Centenário continua a expandir-se e a crescer internacionalmente, para onde exporta mais de 95% da sua produção.

Segundo Hugo Ferreira, responsável da área Comercial da Calçado Centenário, a produção da empresa em 2021 foi de cerca de 81 mil pares, tendo atingido os 97 mil pares em 2022, dos quais exportou 95%.

Os principais mercados externos para onde vende são a Holanda, França e Estados Unidos da América. A nível de importação de matérias-primas, destacam-se Itália e Espanha como principais fornecedores, adianta a empresa especializada na pro -

so de empresas, existe ainda um forte espírito de colaboração e interdependência, já que cada empresa produz apenas um componente do sapato, sendo necessário coordenarem-se em termos de fornecimentos entre si, adianta Rui Rebelo. Assim, estas empresas funcionam geralmente em redes B2B, para assegurar e otimizar "esta complexa rede de fornecimentos–desde a pele, às gáspeas, aos saltos e adereços– e ainda de redes de subcontratação", explica o investigador. dentro do universo empresarial, duas empresas têm estado estreitamente envolvidas com o iNESc tEc ao nível da i&d aplicada a este setor, e que são a Kyaia e a Flowmat. A Flowmat - Sistemas industriais é uma empresa especializada na montagem e fornecimento de máquinas industriais e sistemas logísticos, que tem implementado as mais diversas soluções em várias empresas portuguesas, apresentando as mais adequadas soluções técnicas e económicas com base em estudos realizados à medida

dução de calçado em pele, clássico e para golfe.

O principal canal de comercialização da Centenário são as lojas de calçado de qualidade, mas a empresa está a apostar também no canal online.

A empresa, com mais de 80 anos de atividade, pretende concorrer a fundos públicos, para "valorização da oferta" e no âmbito da eficiência energética. Quanto à sua participação no projeto mobilizador Famest, a Calçado Centenário colaborou com este cluster ao nível de as -

das necessidades específicas de cada cliente.

Quanto à Kyaia, é o maior fabricante português de calçado e um dos mais avançados em termos de processo produtivo. O fabricante de Guimarães apresentou ganhos na flexibilidade da produção e na produtividade da empresa que se traduzem em produção simultânea superior a 30 modelos. A sua flexibilidade produtiva, permitiu-lhe importantes ganhos também ao nível da redução de stocks e do tempo de produção das encomendas, podendo atualmente produzir um par de sapatos personalizado em 24 horas.

O grupo de Fortunato Frederico fatura cerca de 65 milhões de euros, possuindo uma extensa rede de lojas próprias.

Setor prevê novos investimentos da ordem dos 600 milhões um dos mais recentes projetos desenvolvidos pelo setor foi o Famest, que mais uma vez permitiu a Portugal ser "pioneiro na aplicação de tecnologias,

petos como uma aplicação mobile para medição e visualização de calçado, estudos biomecânicos em calçado e uma metodologia de ecodesign para calçado. Os grandes desafios para a empresa passam pela digitalização e e-commerce, sustentabilidade ambiental e diversificação de produto.

com impacto na produção, como o sistema RFid" (ver caixa na pág. 37). Atualmente está decorrer outro projeto mobilizador, o GreenShoes4All, que tem como objetivo implementar e disseminar uma metodologia para quantificar a pegada ambiental do produto (PEF - product environmental footprint) e desenvolver soluções de ecodesign, reciclagem e produção para redução da pegada ambiental do calçado.

Quanto ao futuro, a inovação logística, a robótica inteligente, a prototipagem ou o recurso a sistemas ciber-físicos são algumas das vertentes de investigação que já estão a ser seguidas para dar resposta aos desafios da indústria 4.0 (por exemplo, os projetos FASCOM e BEinCPPS), antecipa ainda o iNESc tEc, numa nota sobre a inovação do setor do calçado português.

A par da inovação tecnológica que o tem caracterizado, o setor enfrenta, ainda, outros desafios. O novo "Plano Estratégico do cluster do calçado

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 35 GR ande tema gran tema

Hirundo: a resposta do calçado sustentável

Há pouco mais de um ano surgiu uma nova empresa portuguesa de ténis, a Hirundo, nascida "da paixão dos fundadores pelo calçado e como forma de respeitar a tradição e qualidade da indústria portuguesa, que tanto fazem parte da nossa cultura.

A sustentabilidade sempre foi um dos pilares da marca, porque acreditamos que é a única forma de trabalharmos para um mundo melhor". Para já, a marca nacional apenas vende via online.

"Em 2022, já atingimos exporta-

2030", apresentado em novembro, define quatro prioridades, a saber, a qualificação de pessoas e empresas; os produtos e processos sustentáveis; a flexibilidade e resposta rápida; a presença ativa nos mercados. Para tal, são elencadas diversas medidas e ações concretas para "reposicionar o setor na cena competitiva internacional". Os investimentos deste cluster irão ascender a "600 milhões de euros até final da década", adianta a APicc APS. "Estamos a preparar uma nova década de crescimento na indústria portuguesa de calçado. Ser uma referência internacional e reforçar as exportações portuguesas, aliando virtuosamente a sofisticação e criatividade com a eficiência produtiva, assente no desenvolvimento

ções na casa dos 75%, face a 50% em 2021", adiantou Eduardo Serzedelo, um dos fundadores da empresa, à "Actualidad€". Os principais mercados de exportação são os EUA e a Alemanha. Em relação às matérias-primas "tentamos apenas usar materiais portugueses, o que, por vezes, tem impacto no preço, por serem componentes de qualidade, mas, por outro lado, permite-nos ter uma abordagem mais coerente e saber que estamos a ajudar a desenvolver a indústria local. Todos os nossos fornecedores são portugueses e dos fornecedores de nível dois existe um espanhol para um pequeno detalhe dos sapatos", adianta Eduardo Serzedelo. Sobre os desafios para a empresa, refere "a curto, médio prazo, os desafios de conseguir manter a integralidade dos componentes usados fabricados em Portugal e melhorar na rentabilidade do e-commerce".

A nova marca de ténis utiliza ma-

tecnológico e na gestão da cadeia internacional de valor, assim garantindo o futuro de uma base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva” é a visão do cluster português de calçado para 2030.

Os novos investimentos, que deverão ser suportados essencialmente pelas empresas, segundo acredita a APicc APS, destinam-se a garantir os desafios desta indústria.

"Os desafios atuais com que o cluster do calçado está confrontado são significativos. São, aliás, vários os fatores que elevam o clima de incerteza como a escassez de mão de obra qualificada, o aumento acentuado da inflação e seus reflexos na política monetária, a emergência de novos canais de distribuição, a afirmação de novos concor-

teriais reciclados e recicláveis para produzir as peças da sua coleção, marcadas por uma grande irreverência. As sapatilhas surgem em 11 cores e são produzidas artesanalmente em Portugal, por empresas subcontratadas pela Hirundo, apostando numa gestão eficiente do stock. Os ténis são produzidos com materiais de alta qualidade, sendo a parte superior e o forro fabricados em couro certificado pelo “Leather Working Group” e a sola exterior é composta por borracha sintética reciclável, extra-leve e macia, contendo ainda cortiça na sua composição.

A empresa fundada no Porto por Eduardo Serzedelo, Filipe Serzedelo, Pierre Stark e Ann Massal, pretende “ir ao encontro das principais tendências globais e aos novos hábitos de consumo, mais sustentável e baseado no movimento slow, que defende uma mudança cultural em direção a abrandar o ritmo de vida e a apreciar as coisas simples”, afirma Eduardo Serzedelo.

rentes, as alterações nas preferências dos consumidores ou a incerteza sobre a evolução do consumo. Ainda assim, essas dificuldades não nos levarão a abandonar os princípios fundamentais que têm guiado a nossa evolução: acreditamos na produção de calçado de excelência, na Europa, respeitando as convenções internacionais e os direitos humanos, a um preço justo", afiança Paulo Gonçalves.

"Na última década, a importância atribuída pela sociedade e pelos consumidores ao tema da sustentabilidade cresceu exponencialmente. trata-se de um tema que temos de trabalhar com o maior afinco, transformando-o num dos nossos argumentos competitivos fundamentais da nossa indústria".

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 36 GR ande tema gran tema

Famest: a inovação no cluster de calçado e moda

Desenvolvido entre 2017 e 2022, o Famest foi um dos mais recentes grandes projetos de inovação transversais desenvolvido pelo cluster do calçado. O cluster do calçado e moda evoluiu de atividades lideradas pela manufatura e mão de obra para atividades lideradas pelo mercado e baseadas no conhecimento, tirando vantagens do design e da moda e preservando a capacidade de produção em Portugal. "Para se manter competitivo, este cluster tem de apostar na inovação, dominar todo o processo de produção e o ciclo de vida do produto, adicionando valor em cada fase e abraçando os desafios, tendências e oportunidades ambientais, de mercado, tecnológicas, incluindo a bioeconomia circular e indústria 4.0", de acordo com os objetivos traçados pelo consórcio.

O projeto mobilizador Famest visou a investigação e o desenvolvimento de novos conceitos de calçado de moda e calçado técnico, materiais e componentes, tecnologias avançadas e soluções para valorizar os resíduos de produção e produtos de pós-consumo.

O Famest foi promovido por um consórcio de 23 empresas de toda a cadeia de valor do calçado– couros (Aveneda, Boaventura, entre outras), palmilhas e solas (Atlanta, Aloft, Aglomex e 3DC), produtos químicos (Indinor), software (CEI, Flowmat, Inocam, K-S.

A esse propósito, o desafio do e-commerce e da digitalização não é novo. temos vindo a investir de forma significativa na modernização das nossas empresas. diria que existem já em Portugal algumas das empresas mais evoluídas tecnologica-

Informáticas, Oficinaware e Zipor), equipamentos, logística, produção de calçado (como a AMF Safety Shoes, a Kyaia, a Jóia da Europa, a Carité ou a Calçado Centenário), representativas e líderes nos seus setores, e nove entidades de I&I (CTCP, CTIC, CCG, da UPorto: FADEUP, FCUP e FEUP, INESCTEC, INEGI, IPB, ISEP e UMinho) com competências multidisciplinares, que asseguraram o desenvolvimento de resultados inovadores e a sua valorização económica pelos promotores nos mercados nacional e internacional.

Ao longo de três anos, estabeleceram-se metodologias de design e ecodesign para suportar o desenvolvimento de novos produtos de calçado e responder às tendências e desejos dos consumidores e do mercado e produzir soluções sustentáveis. As empresas de calçado, criaram e materializaram novos conceitos de calçado de moda, conforto, diabético e trabalho, incorporando sinergicamente os materiais desenvolvidos, e produzidos e comercializados pelas novas tecnologias flexíveis e ágeis. As empresas e as entidades de I&I desenvolveram novos produtos químicos e materiais de couro durável e respirável, baseados em ingredientes naturais incluindo taninos e gorduras vegetais ou amido da castanha, e processos de produção limpos e circulares.

mente do mundo, capazes de responder rapidamente, mesmo a pequenas encomendas". As grandes encomendas, de calçado indiferenciado, são agora satisfeitas por mercados como a china ou o Vietname.

"Os novos produtos surgirão natural-

Estudaram-se novos materiais, componentes, palmilhas e solas; baseados em materiais de origem natural, resíduos do cluster ou nanomateriais; produzidos por injeção, vulcanização ou impressão 3D; obtendo-se soluções com elevada resistência física, leveza, capacidade de amortecimento de impactos, resistência ao escorregamento em condições extremas ou propriedades elétricas.

Desenvolveram-se novas plataformas digitais para produção e venda de calçado; soluções inovadoras de equipamentos de corte por faca e jato de água com aumento produtividade de 70 a 100%; transportadores robotizados e sistema de secagem de colas de base aquosa; e novos equipamentos de controlo de qualidade incluindo um novo dinamómetro digital.

Os resultados do projeto foram apresentados em novembro passado.

Uma das empresas que demonstrou os avanços incorporados no seu processo produtivo foi a AMF Safety Shoes, que revelou a importância, entre outros, do sistema de RFID de controlo e gestão das matérias-primas e produtos na linha de produção e armazém. Este sistema tem como objetivo fazer o acompanhamento completo e transversal da produção de um par de sapatos, desde o momento da sua produção até à distribuição final.

mente, na ligação que as empresas têm com as universidades e centros tecnológicos. A esse propósito, em dois projetos distintos, mas complementares, já em curso, investiremos 140 milhões de euros numa nova geração de produtos", conclui Paulo Gonçalves.

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 37 GR ande tema gran tema

catarina enes oliveira vence prémio Young

employment lawyer

Catarina Enes de Oliveira, advogada associada da CRS Advogados, foi a vencedora da categoria young employment lawyer, nos prémios “Labour Awards Portugal 2022”. Os vencedores foram anuncia-

em trânsito:

» A Cerejeira Namora, Marinho Falcão reforçou a sua equipa de sócios com a contratação de Pedro da Costa Mendes (na foto). O advogado vai coordenar a equipa de corporate e de Internacional do escritório do Porto.

Pedro da Costa Mendes transita da Telles, onde desenvolvia atividade como of counsel

dos durante uma cerimónia realizada em Lisboa, no final de dezembro, onde se reconheceram a excelência entre os profissionais portugueses ativos nesta área de referência. Este prémio reflete “a sua dedicação, gosto, profissionalismo e experiência em direito do trabalho, apesar da sua jovem idade”.

Catarina Enes de Oliveira trata maioritariamente de questões relativas à área do direito do trabalho, no acompanhamento

próximo quer a empresas quer a trabalhadores. Na sua prática diária, tem destaque também em litígios relacionados com o emprego, incluindo despedimentos individuais ou coletivos, processos disciplinares e todas as questões extrajudiciais. A Cruz, Roque, Semião e Associados iniciou em 2015 a sua atividade com os sócios fundadores, Nuno Pereira da Cruz, Raquel Galinha Roque e Telmo Guerreiro Semião. Tratase de uma sociedade full service, vocacionada para as áreas de atuação de contratualização e contencioso e focada no direito empresarial. Está também presente a nível internacional, através de parceiros locais.

útil e, utilizando a experiência que fui ganhando ao longo da minha carreira, onde posso ser mais eficiente, quer para os assuntos dos clientes quer para reforçar a presença natural da Cerejeira Namora, Marinho Falcão nesta crítica área da economia”, afirmou o novo sócio.

Com uma vasta experiência internacional, o advogado tem assessorado operações de restruturações societárias e de investimento e tem atuado no setor da distribuição, tanto de cariz nacional como internacional.

“A área alargada do direito dos negócios, incluindo M&A e direito da distribuição, com grande ênfase na vertente internacional, é a área onde posso ser mais

»A sociedade Telles Pires reforçou a equipa de societário, comercial e M&A, com a integração de Ofélia Pinto de Queiroz. A nova sócia, que transita da CS’Associados, irá coordenar um grupo de advogados especializado em private equity e venture capital. Em comunicado, a Telles refere que esta contratação é mais um “importante passo na continuada política de crescimento de uma das áreas core do escritório”.

Ofélia Pinto de Queiroz possui mais de 24 anos de experiência na assessoria jurídica em transações, nacionais e multinacionais de venture capital, fusões e aquisições e private equity. A sócia tem atuado em vários setores de atividade, nomeadamente nos setores da tecnologia e inovação, infraestruturas e indústria.

ad V ocacia e F i S calidade abogacÍa y Fiscalidad
actualidad € fevereiro de 2023 38
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

A insolvência pessoal – alguns aspetos significativos

I– Enquadramento

No passado mês de janeiro, tivemos a oportunidade de abordar nesta mesma publicação a temática relacionada com a insolvência da pessoa coletiva, não podendo deixar agora de nos debruçarmos sobre a i nsolvência pessoal, ou seja, aquela que afeta a pessoa singular.

durante a grave crise económico-financeira que se iniciou em 2008, assistimos a um aumento galopante do número de insolvências pessoais decretadas. desde então e ao longo da última década, o recurso à insolvência, por parte dos indivíduos, em reação a situações de sobreendividamento, banalizou-se.

c oncomitantemente, o desejo de uma melhor qualidade de vida, veio potenciar nas famílias (portuguesas e não só) uma maior procura em adquirir bens de consumo não essenciais, recorrendo, mormente, ao crédito para esse efeito.

As apelativas ofertas de crédito ao consumo, que visam transmitir a ideia de facilidade de acesso a uma disponibilidade financeira extra, de fácil regularização e com taxas de juro aparentemente atrativas, aliadas ao uso cada vez mais frequen -

te de cartões de crédito (sendo que Portugal tem das taxas de juro mais altas associadas a este tipo de produto), são fatores que, associados agora a uma débil conjuntura económica, conduzem muitas famílias ao sobreendividamento e, consequentemente, a uma situação de incapacidade de prover ao pagamento dos seus compromissos financeiros.

Numa economia como a portuguesa, em que, por um lado, o salário mínimo nacional se fixa, atualmente, nos 760 euros, sendo que a grande maioria da população ativa recorre a crédito quer para a compra de habitação, quer para a aquisição de veículos automóveis, e em que, por outro lado, o acesso a cuidados de saúde primários, em tempo útil, implica o pagamento de um seguro privado de saúde, e em que os bens de primeira necessidade assumem uma grande fatia do orçamento familiar, verifica-se que muitas famílias estão a viver abaixo do limiar da pobreza.

Segundo dados estatísticos, publicados pela direção-Geral da Política de Justiça 1, verifica-se “um aumento, na comparação homóloga do segundo trimestre de 2007 com o

segundo trimestre de 2022, do peso das pessoas singulares no total de processos [de insolvência]”, sendo que as famílias representaram, no segundo trimestre de 2022, um peso de 81,3% do total de insolvências decretadas, em comparação aos 18,5% de 2007. Por outras palavras, assistimos a um aumento de 62,8% do número de insolvências pessoais decretadas, o número mais elevado dos últimos 15 anos.

infelizmente e face à prevista estagnação económico-financeira, não se vislumbra que a situação venha a melhorar em breve, razão pela qual torna-se premente recordar as alternativas existentes à insolvência e, não sendo a mesma possível, quais os efeitos da insolvência pessoal.

II – As Alternativas à Insolvência

Face ao enquadramento acima referido, importa transmitir e explicar, sucintamente, cada um dos processos alternativos à insolvência:

A. Os sistemas de apoio ao sobreendividamento

No panorama nacional, foram criados diversos mecanismos de apoio cujas principais funções são ( i) promover a reconstituição da

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 40 opinião opinión
por mónia Figueiredo*

situação financeira dos devedores de forma sustentada; (ii) recuperar créditos que, numa via judicial, provavelmente não seriam recuperados; (iii) criar uma ligação entre o sistema de justiça e as entidades que prestam apoio ao sobreendividamento.

Assim, e desde já, podemos destacar:

1. Sistema Público de Apoio à Conciliação no Sobreendividamento - SISPACSE

Aprovado pelo d ecreto- l ei n.º 105/2020, de 23 de dezembro, o S i SPAc SE tem por base um sistema de negociação promovido por um conciliador, onde participam todos os interessados (devedor e credores).

O conciliador tem como função mediar o diálogo e as negociações entre o devedor e os credores, com vista à obtenção de um acordo entre as partes, sem recurso à via judicial.

Podem recorrer ao S i SPA c SE os “devedores, pessoas singulares, residentes em território nacional, que se encontrem em situação de mora, na sua iminência, ou de não cumprimento definitivo de obrigações de natureza pecuniária, independentemente de atuarem na qualidade de consumidores”, conforme melhor estabelece o artigo

2.º daquele diploma legal, que não tenham pendente nenhum processo especial para acordo de pagamento, nem processo de insolvência.

As negociações de dívida, no âmbito do S i SPA c SE, não se aplicam aos créditos detidos para com a Autoridade tributária e a Segurança Social, nem às dívidas abrangidas pelo Plano de Ação para o Risco de incumprimento e pelo Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de incumprimento.

O acordo alcançado nas negociações realizados no âmbito do S i SPAc SE, com a intervenção do conciliador, constitui título executivo para os credores, nos termos

da al. d) do n.º 1 do artigo 703.º do c ódigo de Processo c ivil, o que lhes permite avançar diretamente com cobrança coerciva das respetivas dívidas em caso de incumprimento.

2. Plano de Ação para o Risco de Incumprimento e pelo Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento (PARI E PERSI)

Aprovados pelo d ecreto- l ei n.º 227/2012, de 25 de outubro, estas medidas visam essencialmente a restruturação das dívidas existentes para com as instituições de crédito, estabelecendo regras de acompanhamento e gestão de riscos de incumprimento, e apresentando soluções para a regularização extrajudicial em situações de incumprimento. de forma sumária, este diploma visou promover a adequada tutela dos interesses dos clientes bancários, garantindo a célere atuação por parte das instituições de crédito, na busca de medidas que permitam a restruturação da dívida e, assim, evitem o recurso aos meios judiciais, com a consequente condução do cliente a uma situação de iminente insolvência. Além dos dois mecanismos legais acima mencionados, a pessoa singular sobreendividada pode ainda recorrer ao Gabinete de Proteção Financeira da d E c O para solicitar aconselhamento financeiro e jurídico de como evitar a insolvência iminente e, em última ratio, requerer o apoio daquela instituição para a negociação com os seus credores. Apesar de este gabinete não ter uma previsão legal, encontrando-se sob a alçada e coordenação da Associação Portuguesa para a defesa do c onsumidor, o que transmite nos consumidores uma segurança jurídica essencial neste tipo de situações.

B. Processo Especial para Acordo de Pagamento (PEAP)

O PEAP é um processo judi -

cial, previsto nos artigos 222.º-A e seguintes do c ódigo de insolvência e de Recuperação de Empresa, doravante ci RE, e destina-se a pessoas singulares que se encontrem em situação económica difícil ou em insolvência meramente iminente. Sendo um processo judicial, inicia-se com a apresentação, por Advogado, junto do tribunal competente, de requerimento manifestando a vontade de o devedor e de, pelo menos, um credor, encetarem negociações com vista à obtenção de um acordo de pagamento. O requerimento deverá ser acompanhado da documentação prevista no n.º 2 do artigo 222.º- c do ci RE.

O acordo de pagamento contemplará uma proposta de restruturação do passivo do devedor (incluindo as dívidas à Autoridade tributária e à Segurança Social) que poderá incluir o perdão parcial do capital, perdão de juros moratórios, ou o prolongamento das moratórias para pagamento das dívidas, sendo o mesmo aprovado pelas maiorias previstas no n.º 3 do artigo 222.º-F do ci RE.

c om a propositura do PEAP os credores ficam impedidos de instaurar, contra o devedor, qualquer processo judicial para cobrança de dívida, suspendendo-se as ações judiciais já em curso. Este processo tem ainda como efeito a proibição de suspensão da prestação de fornecimento de serviços essenciais, como eletricidade, água, gás natural e telecomunicações.

Homologado o Acordo de Pagamento o mesmo deverá ser integralmente cumprido, sob pena de as moratórias e os perdões de dívida concedidos serem dados sem efeito, podendo qualquer credor propor o devedor à insolvência. Não obstante os apoios e alternativas existentes, nem sempre é possível evitar o escalar das dificuldades financeiras, existindo como última opção a propositura à insolvência.

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 41 opinião opinión

III – A insolvência

A insolvência pessoal destina-se a todas as pessoas singulares que se encontrem em situação de insolvência, ou seja, quanto se tornam incapazes de satisfazer as suas obrigações financeiras.

Embora a propositura à insolvência não seja obrigatória para as pessoas singulares, contrariamente ao que sucede para as pessoas coletivas, caso o devedor pretenda vir a usufruir do benefício de exoneração do passivo restante, é sempre aconselhável que se proponha à insolvência no prazo de 6 (seis) meses da data em que se torna vítreo que se encontra em situação de insolvência.

Assim, a insolvência pessoal poderá ter duas vertentes: ( i) insolvência com exoneração do passivo restante, ou ( ii) a insolvência com plano de pagamentos.

A exoneração do passivo restante corresponde ao perdão do remanescente das dívidas da pessoa singular, que não sejam integralmente liquidadas no processo de insolvência, após a liquidação imediata do ativo, ou nos três anos posteriores ao encerramento da mesma. Pretendeu o legislador com a criação deste regime, conceder uma segunda hipótese para que os devedores se possam reerguer e começar de novo.

Naturalmente, sendo este um pedido formulado com a entrada da petição, está dependente do despacho do juiz quanto à sua concessão, respeitado que estejam os critérios previstos no ci RE.

Salientamos ainda que, durante os três anos de duração do período de cessão, o devedor terá à sua disposição somente a remuneração que lhe for fixada pelo tribunal, sendo que qualquer rendimento excedente será utilizado para a fazer face, na medida do possível, às despesas ali reclamadas. No final dos três anos do perío -

do de cessão, tendo o devedor cumprido todos os requisitos que lhe tenham sido impostos, são expurgadas todas as dívidas que subsistirem, com excepção das dívidas à Autoridade tributária e à Segurança Social, as quais em nenhuma circunstância podem ser abrangidas pelo regime de exoneração do passivo restante. Por outro lado, o devedor poderá requerer a insolvência com a apresentação de um plano de pagamentos, relativo a todos os seus credores. À semelhança do que sucede no PEAP, este plano mais não é que uma forma de restruturação do passivo do devedor, com a diferença de não ter de ser subscrito por nenhum credor, cabendo a homologação do mesmo, após negociação entre as partes, ao juiz. Já no que concerne aos efeitos da insolvência, a mesma importa, por um lado, a suspensão de todas as ações judiciais para cobrança de dívida em curso, com a consequente suspensão das diligências de penhora e, por outro lado, invalida que qualquer credor possa, enquanto a insolvência estiver em curso, intentar novas ações judicias para a cobrança coerciva dos seus créditos.

c ontudo, se o efeito supramencionado poderá ser encarado pelo devedor como algo positivo, já o seguinte não terá o mesmo significado. Na verdade, com a insolvência, o devedor perde também todo o seu património, ou seja, vê-se despojado de todos os seus bens (imóveis e móveis sujeitos ou não a registo), os quais revertem como ativos para a massa insolvente, sendo apreendidos e liquidados para satisfação do passivo existente.

c om o encerramento da insolvência, inicia-se o período de exoneração do passivo restante (se for o caso), ou o início dos efeitos do plano de pagamentos aprovado.

Em suma, este artigo visa, de uma

forma simplificada, transmitir ao devedor os mecanismos disponíveis com vista à tomada antecipada de medidas que previnam, por um lado o seu sobreendividamento e, por outro, a consciencialização de que existem meios legais para fazer face ao mesmo.

d e acordo com os dados estatísticos publicados na plataforma Pordata 2, no ano de 2021, 11,2% da população portuguesa empregada sobrevivia com rendimentos abaixo do limiar de pobreza, um aumento de quase dois pontos percentuais, face ao ano anterior, em que tal percentagem se fixava nos 9,5%.

c om base na nossa experiência, grande parte das insolvências são causadas pelo recurso desmesurado ao crédito, que, em associação com perda de salários, existência de doenças graves, crises económicas ou sociais, ou qualquer uma outra circunstância imprevista que importe a impossibilidade de obtenção de rendimento, geram uma situação de ruptura financeira. urge, na nossa opinião, que a sociedade aposte na importância de uma literacia financeira, a qual deverá ser incutida/ensinada desde tenra idade, para que gerações futuras possam estar preparadas para melhor enfrentar as oscilações cada vez mais frequentes da economia mundial! 

NOTAS

1 Publicados no Destaque Estatístico Trimestral 105 – 2.º Trimestre de 2022 em https://estatisticas.justica.gov.pt/ sites/siej/pt-pt/Destaques/20221028_ D105_FalenciasInsolvencias_2022_ T2.pdf

2Em https://www.pordata.pt/europa/taxa +de+risco+de+pobreza+da+populacao +empregada-3534

* Advogada da Teresa Patrício & Associados

E-mail mcf@tpalaw.pt

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 42 opinião opinión

La Ley Crea y Crece: menos trabas y costes para crear, operar y financiar negocios en España

El 19 de octubre de 2022 entró en vigor, con carácter general, la ley 18/2022, de 28 de septiembre, de creación y crecimiento de empresas, más conocida como “ley crea y crece”.

la ley crea y crece nace en el contexto de los Planes NextGeneration uE y, en concreto, del Plan de Recuperación, transformación y Resiliencia español, con el objetivo de proveer un marco jurídico adecuado que impulse la creación y el crecimiento empresarial de una forma ágil y flexible y dar respuesta a algunas recomendaciones realizadas por organismos internacionales para mejorar la demografía empresarial y el clima de negocios en España. las medidas que contiene la ley crea y crece se agrupan en cuatro categorías destinadas principalmente a (i) facilitar la creación de empresas, (ii) favorecer su crecimiento mediante la mejora de la regulación y eliminación de obstáculos a las actividades económicas, (iii) luchar contra la morosidad y (iv) facilitar el acceso a financiación. Si usted ha creado o pretende crear un negocio en España, preste atención a las siguientes medidas que le permitirán abaratar costes en su inversión:

(i) Posibilidad de crear una sociedad de responsabilidad limitada (Sl) con solo 1€ de capital social, frente a los 3.000 € exigidos actualmente por ley. No obstante, deberá cumplir con las siguientes reglas hasta que el capital social no alcance la cifra de 3.000 €: (a) el 20% del beneficio deberá destinarse a reserva legal y (b) en caso de liquidación sin patrimonio suficiente para pagar las obligaciones sociales, los socios responderán solidariamente de la diferen-

cia entre la cifra de 3.000 € y la del capital suscrito. con esta medida, la legislación española se alinea con países en los que no existe un importe mínimo de capital social para Sl (e.g. Portugal). Aunque ya se permitía la constitución de Sl con menos de 3.000€ de capital social (mediante el régimen de formación sucesiva que ahora se elimina), esta nueva medida flexibiliza el régimen de responsabilidad y retribución de los socios y administradores.

(ii) Fomento de la constitución de S.l mediante el uso del sistema de tramitación telemática “ciRcE” (centro de información y Red de creación de Empresas) y el “duE” (documento Único Electrónico), lo que conlleva menores plazos, costes notariales y registrales así como la utilización de documentación legal estandarizada.

(iii) Ampliación de la lista de actividades exentas de la exigencia de licencia previa de instalaciones, de funcionamiento, de actividad o análogas, incluyendo empresas de estudios de mercado, servicios integrales de correos y telecomunicaciones o servicios de colocación y suministro de personal.

(iv) Refuerzo de los mecanismos de financiación alternativa, como las plataformas de financiación participativa (crowdfunding), la inversión colectiva y el capital riesgo. las principales novedades que se prevén son:

(a) la flexibilización del régimen jurídico del crowdfunding, (b) la creación de mecanismos de agrupación de inversores que permiten reducir costes de gestión y (c) la posibilidad de que las sociedades gestoras de instituciones de inversión colectiva (SGiic) y las sociedades gestoras de entidades de inversión colectiva de tipo cerrado (SGEic)

puedan constituirse como S.l. Asimismo, se introduce la figura de las entidades de inversión colectiva de tipo cerrado de préstamos (EiccP), comúnmente conocidas como “fondos de deuda”.

(v) Avances en la lucha contra la morosidad comercial, a través de, entre otras medidas, la adopción generalizada de la factura electrónica y el refuerzo de los mecanismos de garantía respecto al cobro de facturas de los subcontratistas (en contratos públicos) con el propósito ambivalente de impulsar la transparencia de los periodos de pago y reducir su excesiva duración.

(vi) Reconocimiento de sociedades de beneficio e interés común, que son sociedades de capital que voluntariamente recojan en sus estatutos: (a) su compromiso de generar un impacto positivo a nivel social y medioambiental y (b) su sometimiento a mayores niveles de transparencia y rendición de cuentas en el desempeño de tales objetivos, y la toma en consideración de los grupos de interés relevantes (los llamados stakeholders) en sus decisiones.

Estas medidas representan un paso adelante en la senda del crecimiento empresarial y de la agilización de los trámites requeridos para iniciar y financiar negocios en España. No obstante, la buena predisposición de estas normas se tendrá que reflejar en la práctica y complementar con mayores iniciativas encaminadas a fomentar la digitalización de los procesos para con los registros, notarios y administraciones públicas.

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 44 opinião opinión
* Asociado sénior en Uría Menéndez **Asociada júnior en Uría MenéndezProença de Carvalho. E-mails josep.moreno@uria.com ; belen.garcia.m@uria.com

investimento em imobiliário comercial atingiu três mil milhões de euros em 2022

Ovolume de investimento em imobiliário comercial alcançou a fasquia recorde dos três mil milhões de euros em 2022, o que representou um aumento de 39% face ao ano precedente, revelou a cushman & Wakefield. O capital estrangeiro representou 76% do investimento realizado.

Em termos de segmentos de mercado, a hotelaria foi a que teve maior predominância, absorvendo 30% do investimento concretizado.

Já o segmento dos escritórios, teve um impacto de 27%, estando no top 3 das principais transações neste segmento a aquisição pela Sonae Sierra e Bankinter do edifício Atrium Saldanha ao Grupo Fibeira, por 205 milhões de euros, a aquisição pelo grupo castel à Explorer de um portefólio de três edifícios de escritórios localizados em lisboa, por um montante entre os 110 milhões e os 120 milhões, e a compra pela Merlin Properties da antiga sede do Novo Banco, na Avenida da Liberdade, por

112 milhões. No volume de investimento total, já estão contabilizados os cerca de 850 milhões de euros da operação do “Projeto crow”. de acordo com a cushman & Wakefield, outro setor relevante foi a reabilitação urbana, que a consultora estima que terá registado, em 2022, um investimento a rondar os 460 milhões de euros, o que representou uma quebra de 7% em comparação com 2021. Em termos de pipeline no mercado para este ano, a consultora aponta para investimentos da ordem dos dois mil milhões de euros.

A 29 de dezembro, foi concluído o “Projeto crow”, após a celebração de contratos de compra e venda com uma sociedade relacionada com a davidson Kempner capital Management (compradora), juntamente com o Novobanco, caixa Geral de depósitos, Santander e a Oitante.

A caixa Geral de depósitos recebeu

cerca de 187 milhões por venda de ativos no âmbito deste projeto imobiliário. Numa nota sobre a venda de “unidades de participação no Fundo de Recuperação turismo, Fundo de capital de Risco (FRt) e Flit –PtREl, SicAV-SiF, S.c.A. (Flit), bem como de outros ativos do setor hoteleiro (Projeto crow)”, a cGd informou que “a conclusão desta transação repercutiu-se no recebimento aproximado de 187 milhões de euros” e que o “impacto estimado nos resultados do exercício de 2022 deverá ser positivo em cerca de 14 milhões de euros antes de impostos”, estimou a cGd

Por sua vez, o BCP anunciou que recebeu cerca de 233 milhões de euros pela venda de ativos no âmbito do Projeto crow, que teve um impacto positivo de 1,6 milhões de euros no resultado de 2022.

No mesmo dia, o Novobanco anunciou que ia receber 224 milhões de euros pela conclusão deste projeto. 

Os norte-americanos da lcN capital Partners ganharam a corrida e vão comprar uma carteira de 50 supermer-

cados por 150 milhões de euros que colocou à venda a imobiliária alemã trei RE, do grupo tengelmann.

Esta carteira é constituída por 44 supermercados Pingo doce, distribuídos pela Grande lisboa, Porto, Faro e outras cidades do país. Além destes, a carteira de imóveis inclui ainda um continente em Setúbal, um Minipreço em Braga, um restaurante, uma loja, um terreno um ativo designado “standalone”. Os 50 imóveis, juntos, somam uma área de 68.196 metros quadrados (m2).

O denominado “Project Amália” foi apresentado como uma “oportunidade de adquirir o melhor portefólio de supermercados e com o melhor desempenho” do país, oferecendo uma “rentabilidade excecional”, com um prazo médio de arrendamento de 16 anos, refere o mesmo meio. 

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 46 S eto R imo B iliá R io sector inmobiliario
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
norte-americanos compram 50 supermercados em portugal por 150 milhões

vivienda encara 2023 con menos demanda y bajadas en los costes de construcción

Al esperado enfriamiento de la demanda que va a experimentar en 2023 el sector inmobiliario tras el impulso de 2022 se une el descenso previsto en el precio de los materiales de construcción residencial. Sin embargo, pese a esta circunstancia,

los costes de la construcción aún se mantendrán altos, por encima del nivel prepandemia. Según el último informe Inmobiliario de CaixaBank Research, los costes de la construcción residencial en España se incrementaron de manera significativa desde enero de

2021, como consecuencia de la fuerte reactivación de la demanda global, ante la reapertura de la economía tras la pandemia. la tendencia se agravó con el inicio de la guerra en ucrania y el incremento de los precios de los materiales básicos para la construcción.

El Experience center de Astara, empresa líder en el sector de la movilidad, se ha convertido en “la mejor oficina del año”. la Asociación

Española de Oficinas (AEO) acaba de premiar a la compañía en la categoría de Mejor implantación de Oficinas. un proyecto que ha liderado y desarrollado íntegramente Steelcase, consultora estratégica de espacios de trabajo en España. El nuevo edificio, situado en Madrid, cuenta con 3.900 metros cuadrados, además de garajes y zonas exteriores. Preparado para albergar a más de 200 personas, el diseño del espa-

cio permite una total adaptación a las necesidades actuales y futuras de la organización. En concreto, cuenta con 94 puestos de trabajo, 125 puestos colaborativos, 12 puntos de trabajo, 15 phone booths, 17 salas de reunión, tres salas de formación, dos salas agile, 44 puestos workcafé y 60 puestos de comedor. En este sentido, la utilización de la tecnología BIM ha resultado clave para la implantación de la estrategia de workplace 

Banca march, primera entidad que implanta en españa un ranting eSG en las garantías hipotecarias

Banca March se ha convertido en la primera entidad en España en desarrollar un método para evaluar de forma global el grado de sostenibilidad en las garantías hipotecarias, estableciendo un rating ESG para los inmuebles. tras un análisis previo que evidenció la falta de procesos y herramientas específicos para evaluar la garantía, Banca March ha tomado la iniciativa de poner en marcha un proyecto de análisis de riesgo ESG que servirá para valorar las actuales operaciones crediticias sujetas a garantía hipotecaria y para que las futuras incorporen de manera

efectiva criterios de sostenibilidad.

“El desarrollo de este proyecto de Rating ESG para los bienes inmuebles que sirven de garantía hipotecaria es un ejemplo más de que la sostenibilidad no es una moda para la entidad, sino que se trata de un compromiso integrado en nuestro objetivo estratégico de crecimiento conjunto, base de nuestra filosofía centenaria. Ese compromiso nos exige una gestión que contribuya a un modelo económico integrador

y sostenible y que, al mismo tiempo, sea rentable para los grupos de interés con los que nos relacionamos”, ha destacado la directora de Sostenibilidad de Banca March, Sonia colino. 

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 47 S eto R imo B iliá R io sector inmobiliario
la
Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
el experience center de astara, “la mejor oficina de españa”

ABIA (Bankinter Interactive Assistant) e a Beatriz, a dupla de assistentes telefónicas interativas do Bankinter e do Bankinter Consumer Finance, respetivamente, passaram a oferecer novas funcionalidades aos clientes do banco e do Bankintercard, alargando, assim, o leque de soluções desenvolvidas para facilitar o dia a dia dos clientes.

A dupla de assistentes virtuais foi lançada no início de 2022, no âmbito de uma colaboração entre o Bankinter e a IBM Consulting Portugal, com o objetivo de acelerar a transformação digital do Bankinter em Portugal. Projetadas e desenvolvidas pela IBM Portugal, a BIA e a Beatriz usam inteligência artificial e machine learning para adicionar vantagens à forma como os clientes se relacionam com o banco, permitindo um serviço imediato, personalizado e abrangente, 24 horas por dia, capaz de atender as chamadas, sem tempo de espera ou necessidade de qualquer deslocação.

O primeiro balanço da entrada ao serviço da BIA e da Beatriz é muito positivo, com o reconhecimento dos

pedidos dos clientes superior a 90% e com uma resolução média de 70% das chamadas.

Em junho, a BIA passou a apoiar os clientes do Bankinter na adesão aos canais digitais e a realizar operações através da app ou homebanking, bem como consultar saldos de contas e cartões de crédito, funcionalidades que se juntam a outras já disponíveis através desta assistente virtual, nomeadamente a possibilidade de ativar cartões, recuperar códigos de acesso, fazer alterações de contacto e cancelamento urgente do cartão em caso de perda ou roubo.

A BIA já se encontra habilitada a apoiar os clientes de forma autónoma em cerca de 40% dos pedidos atualmente disponíveis no contact center, e o objetivo é chegar aos 50% até ao primeiro trimestre deste ano.

A Beatriz, que já possibilitava aos clientes do Bankintercard a consulta de saldos, obtenção de dados para pagamentos, a recuperação de códigos de acesso e a solicitação do cancelamento urgente do cartão em caso de perda, furto ou roubo, entre outras operações, passa

agora também a permitir alterar limites de crédito, prestar informação sobre o estado da proposta de adesão, alteração da percentagem de pagamento mensal, solicitar transferência de fundos para encomenda e acionar seguro gratuito de assistência em viagem. cerca de 40% dos pedidos atualmente disponíveis no contact center podem ser resolvidos de forma autónoma pela Beatriz e o objetivo é aumentar a sua capacidade para 70% durante o próximo ano.

Para Alberto Ramos, country manager do Bankinter Portugal, “a colaboração com a IBM permite-nos potenciar oportunidades de inovação e acrescentar valor aos serviços que prestamos aos nossos clientes. com o investimento em tecnologia e a disponibilização de soluções inovadoras, simplificamos o dia a dia dos nossos clientes, com processos mais simples e eficientes, maior comodidade e disponibilidade dos serviços, assegurando uma maior proximidade digital, em complemento ao acompanhamento personalizado que realizamos”. 

Acmiio, empresa portuguesa que está a inovar na área da mobilidade elétrica, anuncia a aquisição da Voltcharge, projeto de e-commerce que disponibiliza equipamentos para o carregamento doméstico de veículos elétricos. O objetivo é, com esta aquisição, arrancar com uma nova área de

negócio – miio Store, que proporcione aos carregamentos de veículos elétricos em ambiente doméstico a comodidade e simplicidade característica da miio. com esta aquisição, os recursos humanos da Voltcharge são integrados na miio, havendo também um reforço na equipa para suportar esta nova área de negócio da empresa. A miio Store estará disponível em todos os países onde a miio opera, para ajudar os utilizadores a adquirirem o equipamento adequado às suas necessidades, incluindo todo o processo de instalação. A atual loja de e-commerce da Voltcharge manter-se-á 100% operacional até a transição

para a miio Store estar concluída. “A aquisição da Voltcharge é mais um passo no crescimento da miio, que pretende levar toda a sua inovação e praticidade para o ambiente doméstico do carregamento de elétricos. Sabemos que, apenas em França, mais de 50% dos condutores de elétricos usa maioritariamente o carregamento doméstico numa base diária, número que em Portugal é ainda mais elevado”. “A miio pode ajudar a simplificar o processo, tal como fez no carregamento público e é nesse sentido que surge esta nova área de negócio”, explica daniela Simões, cEO e co-fundadora da miio. 

48 ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 ciência e tecnolo G ia ciencia y tecnologÍa
Bankinter acelera transformação digital em colaboração com a iBm consulting portugal
miio avança para o e-commerce na área da mobilidade elétrica com a aquisição da Voltcharge

Aapp do novobanco foi novamente vencedora nos “Banking Tech Awards”, pelo segundo ano consecutivo, desta vez na categoria “Best Mobile i nitiative”.

Após ter conquistado a categoria Best UX/UI in Finance Initiative na edição de 2021 com a aplicação móvel e recebido duas menções honrosas na edição de 2020, com a oferta de “Small Business Finance” na categoria “Best Digital Initiative” e com a solução de “Onboarding digital” na categoria “Best Use of IT in Retail Banking”, este mais recente reconhecimento nos prestigiados “Banking Tech Awards” vem reafirmar a qualidade e inovação do caminho de transformação digital que o novobanco tem vindo a percorrer, de forma a oferecer os melhores e mais eficazes serviços bancários digitais aos seus clientes.

A app do novobanco é a aplicação para smartphones que o banco disponibiliza aos seus clientes: “radicalmente mais intuitiva, inclusiva, personalizada e fácil de utilizar.

Baseia-se na realidade fundamental de que os nossos clientes não são todos iguais, permitindo oferecer-lhes, de facto, não apenas uma app, igual para toda a gente, mas um milhão de apps diferentes. i sto porque se adapta a diversos perfis e permite uma fácil personalização fortemente apoiada na data science, conseguindo chegar a todos os clientes do banco, independentemente do seu nível de literacia digital”, adianta o novobanco.

É também uma app sempre em evolução. de forma a dar resposta ao feedback e às necessidades dos clientes, simplificaram-se menus, forma incluídos novos elementos personalizáveis (widgets) e ainda novas funcionalidades de acesso muito fácil na carteira digital, no orçamento familiar, e na categorização de despesas, apoiando-os nas suas decisões diárias. tornou-se também a opção de transações frequentes mais intuitiva. Seguindo uma estratégia omnicanal, a app do novobanco foi reforçada enquanto canal de venda, através da

disponibilização de jornadas online para um leque cada vez mais universal de produtos financeiros. destaca-se ainda a nova solução de operações recorrentes, que antecipa e sugere, através de uma notificação, quais as transferências, pagamentos de serviços ou carregamentos, que o cliente poderá querer submeter naquele momento. Fá-lo através do pré-preenchimento dos campos necessários para se realizar essa mesma operação, tendo por base a atividade passada do cliente. “O objetivo é antecipar as necessidades dos nossos clientes, poupando-os a um conjunto de ações morosas e repetitivas, e libertando-os para aquilo que realmente importa”, assegura o banco. “O último ano foi decisivo para a aceleração da transformação digital no novobanco, com o lançamento de variadas soluções digitais disruptivas a contribuírem para melhorar o serviço ao cliente, para transformar o banco e para a inovação do sistema financeiro em Portugal”, conclui a instituição financeira. 

Ogrupo c egid, que em setembro integrou o grupo Primavera e se tornou líder na Península i bérica em soluções de gestão empresarial baseadas na cloud, anunciou agora a aquisição da Gestión Remota, uma tecnológica espanhola que desenvolve e comercializa software de mobilidade para a gestão da manutenção de ativos em tempo real. A solução desenvolvida por esta empresa, designada Gestiona3w, destina-se a PME que operam no setor da manutenção, disponibilizando automatismos para a gestão central das operações e controlo

das atividades das equipas técnicas que realizam tais trabalhos de manutenção. Entre outros, inclui planeamento, rastreio e controlo de ordens de trabalho, GPS, orçamentação e faturação, geração de documentos e análise de dados. Fundada em 2006 e sediada em Madrid, a Gestión Remota tem mais de 220 clientes, principalmente em Espanha, mas também no Reino unido, c hile e c olombia, que se dedicam maioritariamente à atividade de proteção e segurança contra incêndios. A empresa comercializa os seus produtos

no modelo SaaS (software as a service), disponível através de mensalidades, destacando-se a rapidez de acesso à solução (em menos de uma semana é possível começar a usar o software).

Em setembro, a c egid concluíu a aquisição da Primavera, depois desta, por sua vez, ter integrado no seu universo a Eticadata Software. A nova entidade conta mais de 1.300 colaboradores, 700 parceiros e um volume de negócios pró-forma na Península i bérica da ordem dos 150 milhões de euros, no final de 2022. 

49 FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € ciência e tecnolo G ia ciencia y tecnologÍa
app do novobanco vence novamente nos “Banking tech awards 2022”
Grupo cegid adquire a Gestión Remota e reforça liderança na península ibérica

tecnologias da cloud “vão redefinir 2023”

Com várias crises globais a afetar o quotidiano de cidadãos em vários países, a tecnologia pode ajudar a resolver vários problemas. Hoje, temos mais acesso a dados provenientes de wearables, dispositivos médicos, sensores ambientais, captura de vídeos, e outros dispositivos interligados, que permitem uma acessibilidade fácil e imediata a um sem número de informações. Quando se combina tudo isto com tecnologia cloud, como computer vision, machine learning ou simulação, consegue-se perceber onde esta combinação de informação e aplicações nos pode levar. Enquanto todos os aspetos da nossa vida se transformam em dados possíveis de analisar, Werner Vogels, chief technology Officer na Amazon.com, salienta no artigo “tech predictions for 2023 and beyond”, que em 2023 vamos assistir a uma avalanche de inovação que marcará o ano.

Por exemplo, a nível do desporto e de acontecimentos como o Mundial de Futebol – no qual mais de cinco mil milhões de pessoas assistiram aos jogos

–, tem-se uma ideia do impacto que a as transmissões televisivas têm na evolução do desporto profissional, financiando o que é hoje uma indústria de 500 mil milhões de dólares e de como, nos anos que se avizinham, todas as modalidades vão sofrer uma transformação digital. Empresas como a Veo estão atualmente a liderar os custos desta transformação, a criar tecnologias como machine learning, computer vision, e processamento de fluxos, para reduzir a divisão digital entre atletas amadores e profissionais. A Veo não só criou uma experiência semelhante à transmissão, mas para espetadores de desportos amadores, como também construiu uma rede neural profunda que lhe permite criar automaticamente destaques a partir de transmissões de vídeo. isto permite aos jogadores, treinadores e recrutadores encontrar facilmente táticas-chave e partilhá-las de uma forma que antes não era possível. ligas de topo, como a Bundesliga e a NFL, começaram a utilizar transmissões de vídeo, wearables, sensores iot, e outras funcionalidades, para análises e insights em tempo

real, mas olhando para o futuro, estas capacidades continuarão a avançar, e as tecnologias tornar-se-ão uma força omnipresente em quase todos os desportos e a todos os níveis.

“imagine um cenário em que um treinador pode utilizar a visão por computador e dados biométricos que são analisados na cloud, em tempo real, para avisar um jogador antes que ele tenha cãibras ou sofra um golo, substituindo-o pelo colega de equipa mais bem posicionado. isto agora é mensurável, simultaneamente melhora a segurança do jogador e aumenta a competitividade do jogo”, adianta a Amazon. com.

As simulações vão ainda “ajudar-nos a tomar melhores decisões sobre as estradas que construímos, as formas como organizamos os nossos armazéns e as formas como respondemos a desastres. com a simulação, é possível espreitar o futuro para avaliar os impactos dos nossos esforços, executando inúmeros cenários de simulação que respondem às perguntas, sem termos de esperar muitos anos para ver qual é o impacto”. 

AAdyen, plataforma global de tecnologia financeira escolhida por empresas líderes, anuncia que agora disponibiliza a solução de banca aberta (ou open banking) na sua plataforma. Esta solução pay-by-bank foi concretizada em parceria com a tink, uma plataforma de open banking que permite às instituições financeiras, fintechs e startups construir produtos e serviços financeiros. A integração da banca aberta da empresa foi primeiramente lançada no Reino unido, com planos de expansão para outros mercados europeus em 2023.

“Os consumidores de hoje em dia não valorizam apenas ter variedade de opções de pagamento, eles esperam essa possibilidade”, explica Edgar Vers-

chuur, diretor de aquisição global da Adyen. “com a nossa solução de banca aberta, os consumidores podem pagar diretamente através dos seus bancos de confiança”. “A associação à tink para a banca aberta é a mais recente evolução da nossa tecnologia para cumprir com este objetivo”.

A solução de banca aberta da Adyen oferece uma série de vantagens tanto para os clientes, como para os consumidores. Ao facilitar a conexão entre bancos e empresas, a tecnologia permite aos consumidores pagar diretamente desde o seu banco preferido. E, além de trazer uma maior capacidade de escolha e comodidade na fase de pagamento, as transferências bancárias entre contas proporcionam aos

compradores uma maior transparência do saldo da sua conta. todas estas vantagens de pagamento por transferência são possíveis graças à integração e plataforma única da Adyen através de um único clique.

A funcionalidade de banca aberta da Adyen está desenhada para ser dinâmica. Foi desenvolvida como uma solução de marca branca para que apenas apareça o nome da empresa nos extratos bancários dos consumidores. Quando um comprador escolhe pagar por transferência, ser-lhe-á apresentado automaticamente o método de autenticação do seu banco. A opção de banca aberta da Adyen está disponível nos sistemas operativos principais, incluindo APi, web, iOS e dispositivos Android.

50 ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 ciência
e tecnolo G ia ciencia y tecnologÍa
adyen apresenta solução de banca aberta de próxima geração em parceria com a tink

tendências para setor das ti para este ano

AEurotux, empresa especializada na implementação de tecnologias de informação à medida, manutenção de infraestruturas e cibersegurança, tem o seu negócio alinhado com as principais tendências do mercado para 2023. Nem todos os países recuperaram ainda da crise provocada pela pandemia e já outra crise surgiu aquando da invasão russa do território ucraniano. Ainda assim, nos últimos anos, o mercado das ti cresceu exponencialmente, em parte como consequência do confinamento que caracterizou os últimos anos. Esse desenvolvimento vai continuar. O papel do digital ganhará mais relevância quer para a competitividade das organizações, quer das nações nos próximos anos. Segundo a idc, não obstante o ambiente adverso, o investimento em transformação digital português crescerá mais de 16% em 2023. de acordo com previsões da Eurotux, entre as principais tendências de ti para 2023, ao nível do outsourcing, este continuará a crescer. O outsour-

cing tem-se revelado um recurso importante no universo dos recursos humanos, das ti e, inacreditavelmente, também do mundo do crime organizado. A Eurotux exemplifica que os cibercriminosos estão a recorrer ao outsourcing para operacionalizar ataques de ransomware em grande escala. Nas organizações, os trabalhadores querem continuar a trabalhar remotamente ou num modelo híbrido. A Eurotux lançou recentemente o trust by Eurotux, um serviço que visa combater a dependência que as pequenas empresas têm do responsável pela informática e que oferece a flexibilidade necessária para responder a todos os modelos de trabalho (tradicionais ou híbridos) e a todos os volumes de tarefas. Outra tendência, em termos de cibersegurança, será a sua evolução “para dar respostas às ciberameaças cada vez mais sofisticadas. As ameaças estão em constante renovação. de acordo com as Nações unidas registou-se um aumento de 600% no número de mensagens de correio ele-

trónico maliciosas durante a pandemia”. O ransomware vai continuar a ser uma das maiores ciberameaças para as organizações, devido a uma muito elevada capacidade de reinvenção de táticas de extorsão por parte dos cibercriminosos.

Em termos de digital trust, a diversificação das aplicações, dispositivos e tecnologias está no cerne de uma das fortes tendências para 2023 e anos seguintes. A confiança tem de ser conquistada através da inovação para fazer face a ameaças cada vez mais complexas e com narrativas cada vez mais credíveis. Já relativamente à tendência das soluções cloud, esta já se tornou mainstream. Plataformas como a Amazon Web Services, a Microsoft Azure e a Google cloud dominam o mercado. No entanto, ainda há margem para crescimento da adoção da computação na nuvem, à medida que mais e mais negócios migram as suas soluções para ambiente cloud e há que dar especial atenção à tecnologia de gestão de infraestruturas cloud no cliente, adianta a mesma fonte. 

AWebhelp, multinacional francesa especialista em experiência do cliente (CX) e soluções empresariais (BPO), revela que em 2022 alcançou o seu maior crescimento global desde a abertura, com operações em mais de 60 países e com cerca de 125 mil colaboradores mundialmente.

A Webhelp recebeu ainda mais de 50 prémios da indústria, durante o último ano, tendo sido reconhecida pela Gartner

como “líder em serviços de experiência do cliente e outsourcing na análise Magic Quadrant de 2022”, tendo por outro lado, obtido as melhores classificações como “líder Global em Experiência do cliente” a nível internacional pelo grupo Everest. Em Portugal desde 2015, contando com mais de 2.600 colaboradores, a Webhelp pretende continuar a apostar no mercado português, onde inaugurou este ano dois novos escritórios, incluindo a nova sede, em lisboa. desde que se instalou em território nacional, a multinacional já investiu mais de 15 milhões de euros em infraestruturas de norte a sul do país, principalmente nas regiões de Lisboa e Braga.

A nível global, a Webhelp alcançou também um forte crescimento de clientes em 2022, conseguindo mais de 240 novos clientes em todo o mun-

do e recebeu mais de 25 mil Webhelpers. Em linha com o aumento da procura, a Webhelp continuou a reforçar o trabalho híbrido e remoto através da sua proposta Webhelp Anywhere, de forma a oferecer flexibilidade e escalar a performance para os clientes, ao mesmo tempo que se ajustam as preferências dos colaboradores.

A companhia anunciou, igualmente, diversas aquisições e investimentos estratégicos, incluindo os investimentos adicionais com a Gobeyond Partners, através da criação de uma prática intitulada Nudge – uma unidade estratégica que estimula a economia comportamental para apoiar organizações a alcançar os melhores resultados possíveis, influenciando os comportamentos dos clientes.

51 FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € ciência e tecnolo G ia ciencia y tecnologÍa
cfonseca@ccile.org Fotos DR
Webhelp alcança o seu maior crescimento global em 2022, com operações em mais de 60 países
Textos Clementina Fonseca

calendá R io F i S cal calendario Fiscal

fevereiro

0 IRS / IRC / Seg. Social Declaração de rendimentos pagos e de retenções, contribuições sociais e de saúde e quotizações, referentes a janeiro de 2023 (trabalho dependente)

12 IVA Comunicação dos elementos das faturas referentes a janeiro de 2023

Declaração mensal de remunerações

n/a

Comunicação deverá ser efetuada:

• por transmissão eletrónica em tempo real;

• por transmissão eletrónica de dados, mediante remessa de ficheiro normalizado estruturado com base no ficheiro SAF-T (PT), criado pela Portaria n.º 321-A/2007, de 26 de março, na sua redação atual;

• por inserção direta no Portal das Finanças;

• por outra via eletrónica, nos termos a definir por portaria do Ministro das Finanças.

15 IRS Comunicação de alterações dos dados sobre o agregado familiar relativamente ao ano anterior

15 IRS Comunicação das despesas de educação dos membros do agregado familiar que frequentem estabelecimentos de ensino que se situem em regiões do Interior do País ou nas Regiões Autónomas relativamente ao ano anterior

15 IRS Comunicação de encargos com rendas resultantes da transferência da residência permanente para um território do interior relativamente ao ano anterior

15 IRS Comunicação da identificação dos contratos de arrendamento para habitação permanente de longa duração (igual ou superior a 2 anos), incluindo data de início, duração, renovações, cessação e respetivo motivo, relativamente ao ano anterior

20 IVA Envio da declaração periódica referente ao mês de dezembro de 2022, e anexos, para os contribuintes no regime mensal

20 IVA Envio da declaração periódica referente ao 4.º trimestre de 2022, e anexos, para os contribuintes no regime trimestral

20 IRS / IRC / Selo Pagamento do IRC e IRS retidos e do Imposto do Selo referentes a janeiro de 2023

n/a

• No Portal das Finanças, através do endereço https:// irs.portaldasfinancas.gov.pt/dadosagregadoirs/ agregadofamiliar/comunicar

n/a No Portal das Finanças, através do endereço https:// irs.portaldasfinancas.gov.pt/afetacaoimoveis/entregardespesas-estudante

n/a

n/a

No Portal das Finanças, através do endereço https:// irs.portaldasfinancas.gov.pt/afetacaoimoveis/entregarrendas-transferencia

No Portal das Finanças, através do endereço https:// imoveis.portaldasfinancas.gov.pt/arrendamento/ alterarDuracaoContratosForm

Declaração Periódica Envio de anexos adicionais, em caso de reembolso.

Declaração Periódica Envio eletrónico de informação adicional, em caso de reembolso.

Declaração de retenções na fonte de IRS/IRC

Declaração Mensal de Imposto do Selo (DMIS)

20 Segurança Social Pagamento das contribuições relativas a janeiro de 2023 n/a

20 IVA Envio da declaração recapitulativa mensal referente ao mês de janeiro de 2023

Declaração recapitulativa: Transmissões intracomunitárias de bens e operações assimiladas/prestações de serviços

Aplicável a: sujeitos passivos no regime mensal; e, sujeitos passivos no regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na Declaração Recapitulativa tenha, no trimestre em curso ou em qualquer um dos quatro trimestres anteriores, excedido 50.000 €

24 IRS / IRC Declaração de rendimentos pagos, de retenções, deduções, contribuições sociais e de saúde e quotizações, referentes a 2021 (exceto trabalho dependente)

Modelo 10

52 ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023
S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 >
-
-
-
enviar/Obrigação Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
Prazo Até Imposto Declaração a
Observações

25 IRS Consulta, registo e confirmação de faturas no Portal da Autoridade Tributária e Aduaneira para efeitos de deduções à coleta, relativamente ao ano anterior

25 IVA Pagamento do IVA referente ao mês de dezembro de 2022

25 IVA Pagamento do IVA referente ao 4.º trimestre de 2022

28 IRS / IRC Declaração de rendimentos pagos ou colocados à disposição de sujeitos passivos não residentes, referente a dezembro de 2022

28 IRS / IRC Comunicação de rendimentos pagos e retenções efetuadas a taxas liberatórias, referentes a 2022

28 IVA Envio da declaração mensal referente às obrigações declarativas decorrentes do regime de importação do Balcão Único, relativa ao mês de janeiro 2023

Fonte: PwC Portugal

Através do e-fatura.

Documento de pagamento gerado no Portal das Finanças após submissão da Declaração Periódica de IVA. O pagamento do IVA poderá ser efetuado em prestações mensais de valor igual ou superior a 25 €, sem juros ou penalidades nos termos do Decreto-Lei n.º 85/2022, de 21/12.

Documento de pagamento gerado no Portal das Finanças após submissão da Declaração Periódica de IVA. O pagamento do IVA poderá ser efetuado em prestações mensais de valor igual ou superior a 25 €, sem juros ou penalidades nos termos do Decreto-Lei n.º 85/2022, de 21/12.

Modelo 30 -

Modelo 39 -

Declaração mensal -

calendá R io F i S cal calendario Fiscal PUB
n/a
n/a
n/a

Portugal e Espanha envolvidos em ligar o Sudoeste Ibérico ao resto do mundo

As conexões ibéricas ao nível das redes de transportes, de energia e comunicações estão em contínua evolução e este ano será marcado por decisivos avanços, no sentido de conetar as principais cidades da Península Ibérica entre si e também ao resto da Europa e do mundo, como sublinharam os oradores do seminário “Desafios das conexões ibéricas”, promovido há cerca de duas semanas pela CCILE, CCIP e Corredor Sudoeste Ibérico, e realizado em Lisboa.

Os avanços nas redes ferroviárias nacional e espanhola– e sobretudo na alta velocidade– constituem sempre o grande mote de discussão ao nível das infraestuturas de transportes e mobilidade dentro da Península ibérica, mas outras infraestruturas são também fundamentais para os operadores económicos e para a população em geral. temas como o novo aeroporto de lisboa, as ligações rodoviárias, as conexões digitais e do armazenamento de dados de comunicações que estão a ser implementados por grandes multinacionais do setor na costa portuguesa, ou as redes energéticas e outros equipamentos foram também alvo de debate pelos oradores presentes no evento de debate “desafios

das conexões ibéricas”, promovido pela câmara de comércio e indústria luso-Espanhola (ccilE), câmara de comércio e indústria Portuguesa (cciP) e corredor Sudoeste ibérico (plataforma luso-espamhola dedicada ao desenvolvimento dos fluxos na Península ibérica em volta do eixo lisboa-Madrid), que se realizou no passado dia 17 em lisboa.

Segundo Miguel cruz, presidente da infraestruturas de Portugal, o Governo português tem previstos investimentos da ordem dos dois mil milhões de euros para este ano, nas áreas das infraestruturas de transportes e no sistema de águas, o que fica “muito acima de outros anos”, o que significa que alguns projetos irão acelerar entre este ano e o próximo.

Numa mesa-redonda para debater alguns dos desafios que se colocam nesta área e em especial para o fomento das ligações entre as principais cidades da Península ibérica e entre estas e o resto da Europa e do mundo, Miguel cruz referiu que, ao nível do plano ferroviário nacional, o projeto da alta velocidade segue como planeado pelo Governo. No entanto, reconheceu a existência de alguns atrasos, como na modernização da linha da Beira Alta e da construção da nova linha ÉvoraElvas, a qual permitirá que haja oferta em alta velocidade entre lisboa e Madrid. A primeira deverá estar concluída muito em breve, enquanto a segunda está a avançar a bom ritmo, adiantou, no mesmo encontro.

Quanto à ligação Porto-lisboa, que

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 54 e V ento S eventos
Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

irá avançar de norte para sul, ainda se encontra em fase de análise, muito por causa da questão da localização do novo aeroporto de lisboa. Segundo justifica Miguel cruz, o objetivo é assegurar a interoperabilidade de transportes, neste caso, aéreo e ferroviário, adiantou na mesa-redonda subordinada ao tema “Necessidades, desafios e Perspetivas das conexões entre Portugal e Espanha no Horizonte 2030”.

O mesmo responsável reconheceu ainda a importância do país avançar com a linha de alta velocidade PortoVigo, cuja primeira fase será a ligação entre Braga e Valença, que deverá estar concluída até 2029/30.

“Não há praticamente troço nenhum da rede ferroviária nacional que, neste momento, não esteja em obra”, garantiu, adiantando que 2023 deverá conhecer alguns avanços significativos. Quanto às infraestruturas de telecomunicações, revelou que já foi lançado um concurso para a substituição do sistema de cabos submarinos que liga o continente aos Açores e à Madeira (Anel cAM) e que deverá estar terminado em 2025/26.

Para Antonio García, coordenador do projeto Sudoeste ibérico en Red, existem vários desafios e oportunidades para as empresas e o setor público de ambos os países no âmbito do enquadramento do “corredor Sudoeste

ibérico como eixo do desenvolvimento” dos dois países e da sua expansão internacional, sendo uma das prioridades o avanço dos planos ferroviários nacionais, os quais, contudo “sofrem atrasos quer em Espanha como em Portugal ao nível do corredor Sudoeste ibérico, que tem o compromisso com a Europa de estar terminado en 2030”. de recordar que o Plano Ferroviário Nacional (PFN), apresentado em novembro, estabelece como principal meta que os comboios de alta velocidade venham a servir as dez maiores cidades portuguesas, além de ligações a Espanha. Sem um prazo fixado, o PNF estima, todavia, 2050 como horizonte temporal para a sua concretização, que implicará o fim das ligações aéreas domésticas no território continental.

A alta velocidade será também essencial para a colocação de cabos de energia e telecomunicações, lembraram os intervenientes da mesa-redonda.

Antonio García adiantou, por outro lado, que se estimam em cerca de 1,55 milhões os passageiros que utilizaram o avião entre lisboa e Madrid, em 2019. “uma conexão lisboa-Madrid por comboio terá 300 mil a 500 mil passageiros, no primiero ano” por ano, antecipou, assim, Antonio García, sublinhando desde logo a importância dos dois países ibéricos no mapa turístico mundial.

Sponsors Oficiais

Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

Quanto ao transporte de carga, lembrou que em Espanha apenas 3,8% do transporte de mercadorias é feito por esta via, mas que para aumentar para uma fasquia de 20%, à semelhança do que se verifica no resto da Europa, seria necessário prolongar esse eixo através de um túnel nos Pirinéus.

também Raúl Magalhães, presidente da Associação Portuguesa de logística, defendeu a importância da ferrovia para o transporte de passageiros e de carga, assim como dos portos, em especial o Porto de Sines, para interligar a Península ibérica com o resto do mundo (transporte de mercadorias). E defendeu, mesmo, a criação de “uma forte zona franca em Sines”, com os transportes todos integrados.

Por sua vez, Alberto castanho Ribeiro, administrador da B-Rail (operador do grupo Barraqueiro), lamentou os poucos avanços registados ao nível ferroviário e o facto do PNF não ter sido apresentado como um plano estratégico mais vasto, intermodal, e não só ferroviário.

Por seu lado, João Grilo, presidente da AdRAl, salientou o papel de pólo logístico do Alentejo, impulsionado por Sines, e defendeu a instalação de novas infraestruturas logísticas em torno da nova linha de alta velocidade Évora-Elvas para favorecer a economia da região e de todo o país.

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 55 e V ento S eventos
PUB

Intercambio comercial hispano-portugués hasta noviembre

Se acaban de hacer públicas las cifras oficiales del comercio exterior español relativas a los once primeros meses de 2022, y por lo que al comercio hispano portugués se refiere se verifica una evolución muy positiva en relación a igual periodo del año anterior. En el caso de las ventas españolas el aumento fue del 23,7% (29.592,5 millones de euros en 2022) y en el caso de las compras el incremento superó los 22% (14.932,6 millones en 2022), lo que ha generado un superávit de 14.659 millones y una tasa de cobertura de 198%. conforme reflejan los cuadros 2 y 3, el mercado portugués mantiene la tercera posición entre nuestros principales clientes con un peso relativo del 8,3% y la sétima posición entre nuestros principales proveedores, con un peso relativo del 3,5%. Sobre la distribución geográfica del comercio exterior español se habrá de destacar el peso de los mercados francés y ale-

mán, principales socios comerciales de España que en su conjunto tienen un importante peso en el comercio exterior español, superando el 21%. de destacar igualmente el protagonismo cada vez mayor del mercado chino en la demanda española que este periodo superó los 45.606,1 millones de euros (11% sobre el total de las importaciones españolas). Por lo que a la distribución geográfica por cc.AA. se refiere, la comunidad de Madrid lidera ambas clasificaciones. En las ventas españolas, Madrid alcanzó los 6.209,9 millones de euros (21% de las ventas) y las compras 3.006,7 millones (20,1% de las compras). En la oferta española destacan la comunidad de cataluña, con 5.529,9 millones de euros (18,7%), y Galicia, con 3.763,8 millones (12,7%). En la demanda española destacan la comunidad de Galicia, con 2.518 millones de euros (16,8%), y en la tercera posición cataluña, con 2.081,1 millones (13,9 %).

En el análisis sectorial (cuadros 4 y 5) recurriendo a la clasificación taric (clasificación arancelaria integrada de los países comunitarios) la oferta española está encabezada por la partida 27-combustibles, aceites minerales (4.447,6 millones de euros), seguido de la 87-vehículos automóviles (1.789,9 millones) y en la tercera posición la partida 84-máquinas y aparatos mecánicos (1.774,3 millones). En las compras españolas a su vecino Portugal coinciden las dos primeras partidas, es decir la partida 27-combustibles, aceites minerales (1.427,0 millones de euros), y la 87-vehículos automóviles (1.318,1 millones). En la tercera posición surge la partida 39-materias plásticas y sus manufacturas (1.102,2 millones de euros).

Según una nota publicada recentemente por la actual secretaria de Estado de comercio, Xiana Méndez, las exportaciones españolas de mercancías crecieron un 23,6% en el periodo enero-no-

1. Balanza comercial España-Portugal enero-noviembre 2022

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 56 inte R câm B io come R cial intercambio comercial
Balanza
VENTAS ESPAÑOLAS 22 COMPRAS ESPAÑOLAS 22 Saldo 22 Cober 22 % VENTAS ESPAÑOLAS 21 COMPRAS ESPAÑOLAS 21 Saldo 21 Cober 21 % ene 2 201 585,87 1 114 092,73 1 087 493,14 197,61 1 581 387,44 897 431,77 683 955,67 176,21 feb 2 471 447,64 1 171 838,19 1 299 609,45 210,90 1 571 724,32 1 009 320,52 562 403,80 155,72 mar 2 785 938,03 1 365 533,17 1 420 404,86 204,02 2 008 010,68 1 095 762,87 912 247,81 183,25 abr 2 635 499,64 1 355 606,40 1 279 893,24 194,41 1 980 168,47 1 071 108,28 909 060,19 184,87 may 2 805 620,53 1 403 498,01 1 402 122,52 199,90 2 118 632,54 1 065 230,82 1 053 401,72 198,89 jun 2 747 125,46 1 424 156,40 1 322 969,06 192,89 2 065 822,03 1 237 518,11 828 303,92 166,93 jul 2 679 322,95 1 383 645,85 1 295 677,10 193,64 2 149 500,37 1 130 197,83 1 019 302,54 190,19 ago 2 636 924,66 1 349 315,28 1 287 609,38 195,43 1 838 711,61 872 511,37 966 200,24 210,74 sep 2 934 030,45 1 505 370,43 1 428 660,02 194,90 2 325 987,73 1 293 862,46 1 032 125,27 179,77 oct 2 829 039,19 1 336 040,06 1 492 999,13 211,75 2 470 465,85 1 208 942,41 1 261 523,44 204,35 nov 2 866 008,79 1 523 520,38 1 342 488,41 188,12 2 478 874,06 1 358 894,23 1 119 979,83 182,42 dic 2 281 979,08 1 358 692,68 923 286,40 167,95 Total 29 592 543,21 14 932 616,90 14 659 926,31 198,17 24 871 264,18 13 599 473,35 11 271 790,83 182,88 Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

2.Ranking principales países clientes de España enero-noviembre 2022

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-noviembre 2022

viembre de 2022 respecto al mismo periodo del año anterior y alcanzaron los 357.111 millones de euros, cifra récord. Por su parte, las importaciones subieron un 35,8% hasta los 420.714 millones de euros, también máximo histórico.

En noviembre se aprecia un repunte de las exportaciones, que crecen más que las importaciones en un contexto de desaceleración del comercio a nivel global. El resultado es una contención notable del déficit en noviembre, que se reduce a la mitad respecto a octubre y representa el menor valor mensual desde septiembre de 2021”. En términos de volumen, las exportaciones aumentaron un 4,2%, ya que los precios, aproximados por los índices de valor unitario, crecieron un 18,6%. las importaciones se incrementaron un 8,4%, pues los precios crecieron un 25,2%.

El crecimiento interanual de las exportaciones españolas entre enero y noviembre (23,6%) fue superior al registrado en la uE-27 (21,8%) y zona euro (22,0%). también al registrado en Alemania (14,7%), Francia (20,3%), e italia (20,5%) y Reino unido (27,1%). Fuera de Europa, también crecieron las ventas de EE. uu. (18,8%), china (11,9%) y Japón (18,9%).

las principales contribuciones positivas a la tasa de variación anual de las exportaciones de enero a noviembre de 2022 provinieron del sector de productos químicos, productos energéticos, bienes de equipo y semimanufacturas no químicas. destacar que ningún sector contribuyó negativamente.

las exportaciones dirigidas a la unión Europea (62,8% del total) aumentaron un 25,4% en los once primeros meses del año. las ventas a terceros destinos (37,2% del total) subieron un 20,6% en este periodo, con incremento sobretodo de las exportaciones a América del Norte (28,2%).

3.Ranking principales países proveedores de España enero-noviembre

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-noviembre 2022

6.Evolución del intercambio comercial enero-noviembre 2022

7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal enero-noviembre 2022

CC.AA.

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € 57
Rankings
Orden País Importe 1 001 Francia 54 911 907,66 2 004 Alemania 34 370 175,79 3 010 Portugal 29 592 543,22 4 005 Italia 28 990 701,07 5 017 Bélgica 21 722 660,10 6 006 Reino Unido 19 612 628,46 7 400 Estados Unidos 17 468 478,00 8 003 Países Bajos 13 942 341,60 9 204 Marruecos 10 839 388,53 10 060 Polonia 7 711 592,69 11 720 China 7 321 753,97 12 039 Suiza 6 309 266,69 13 052 Turquía 6 088 175,68 14 952 Avituallamiento terceros 5 551 832,39 15 951 Avituall.y combust. intercambios comunitarios 4 851 638,05 16 412 México 4 725 533,57 17 508 Brasil 3 236 090,59 18 030 Suecia 3 190 989,14 19 061 República Checa 3 173 437,90 20 732 Japón 3 010 307,75 SUBTOTAL 286 621 442,85 TOTAL 357 111 158,97 Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
2022 Orden País Importe 1 720 China 45 606 118,95 2 004 Alemania 39 604 452,79 3 001 Francia 37 525 603,30 4 400 Estados Unidos 31 319 743,76 5 005 Italia 25 451 472,22 6 003 Países Bajos 17 929 237,62 7 010 Portugal 14 932 616,89 8 006 Reino Unido 10 314 779,58 9 017 Bélgica 9 929 746,43 10 052 Turquía 9 356 965,61 11 288 Nigeria 8 567 414,16 12 508 Brasil 8 542 393,83 13 204 Marruecos 8 096 815,69 14 060 Polonia 7 320 152,79 15 208 Argelia 7 105 282,46 16 075 Rusia 6 953 402,97 17 039 Suiza 6 429 929,36 18 412 México 5 419 401,61 19 664 India 5 371 017,66 20 061 República Checa 5 007 980,00 SUBTOTAL 310 784 527,68 TOTAL 420 714 103,14 Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
Orden Sector Importe 1 27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL. 4 447 602,16 2 87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR 1 789 905,06 3 84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS 1 774 319,85 4 85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS 1 650 647,80 5 39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU. 1 612 086,00 6 72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO 1 368 530,31 7 02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES 819 675,73 8 76 ALUMINIO Y SUS MANUFACTURAS 780 534,46 9 48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA 767 129,18 TOTAL 29 592 543,21 Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
Orden Sector Importe 1 27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL. 1 427 007,59 2 87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR 1 318 092,63 3 39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU. 1 102 164,42 4 84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS 986 166,08 5 72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO 912 959,67 6 48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA 558 388,31 7 15 GRASAS, ACEITE ANIMAL O VEGETA 538 389,98 8 85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS 522 980,77 9 73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO 451 150,67 TOTAL 14 932 616,90 Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
VENTAS ESPAÑOLAS 22 COMPRAS ESPAÑOLAS 22 Madrid, Comunidad de 6 209 903,04 Madrid, Comunidad de 3 006 695,77 Cataluña 5 529 920,05 Galicia 2 517 989,40 Galicia 3 763 753,76 Cataluña 2 081 149,48 Andalucía 3 133 941,48 Andalucía 1 591 648,05 Comunitat Valenciana 2 009 004,44 Comunitat Valenciana 1 188 849,73 Castilla-La Mancha 2 006 016,83 Castilla y León 1 093 100,47 Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

oportunidades de negocio

Oportunidades de negócio à sua espera

Empresas Portuguesas

BUSCAN REFERENCIA

Empresas de madereros en España

Empresas españolas productoras de huevos de codorniz

Empresas españolas que fabrican contenedores de reciclaje y papeleras

Empresas cárnicas españolas que quieran vender en Portugal

Empresas Espanholas

DP220401

DP220203

DP220204

DP230101

PROCURAM REFERÊNCIA

Empresas portuguesas de artigos de bebé

Lojas de puericultura em Portugal

Empresas distribuidoras de Carne em Portugal

Empresas portuguesas joalharia

DE220801

DE220701

DE220601

DE220402

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE-Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la cciLe en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La cciLe no se responsabiliza por el contenido de las mismas.

As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na cciLe nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A cciLe não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 58 opo Rt U nidade
S de ne G ócio

Mercado da Vila: uma ilha, quatro chefes e muitos produtos locais

A Ilha é a de São Miguel, nos Açores; os chefes são Donária Pacheco, Paulo Morais, Roberto Mezzapelle e Rui Paula; os produtos são quase todos açorianos, com tempero vulcânico e atlântico. O também chefe Rúben Pacheco Correia teve a ideia de os juntar num restaurante que ocupa um espaço onde já funcionou um mercado, em Vila Franca do Campo.

Quem se descola ao antigo Mercado do Peixe em Vila Franca do campo, na ilha de São Miguel, senta-se agora à mesa e escolhe para onde pretende viajar: o roteiro faz escalas no Oriente, com as criações do chefe Paulo Morais, recentemente premiado com a

sua primeira estrela Michelin; na itália do chefe siciliano Roberto Mezzapelle, campeão do mundo de pizza em 2002; a carta viaja também pela gastronomia açoriana, com assinatura da nativa chefe donária Pacheco, embaixadora natural dos produtos açorianos; Rui Paula, chefe distinguido com duas estrelas Michelin,

promete viagens por outros paladares portugueses, num registo que amplifica a qualidade dos produtos locais. São precisamente os produtos açorianos os outros protagonistas desta história, pelo menos da forma como a idealizou o chefe Rúben Pacheco correia: “Fizemos uma grande aposta nos produtos locais. tudo

60 ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023
Foto DR e S paço de laze R espacio de ocio
Texto Susana Marques smarques@ccile.org

A elevação dos produtos açorianos com Donária Pacheco

“As mães são as melhores cozinheiras do mundo e a minha não é exceção”, terá gracejado Rúben Pacheco Correia, para justificar o convite a Donária Pacheco, no entanto, a mãe do promotor do conceito Mercado da Vila cedo se revelou uma exceção no setor da restauração e hotelaria açoriano, “refinando a tradição regional” e elevando sempre os produtos regionais dos Açores. A chefe nasceu e formou-se em São Miguel, onde trabalha desde 1998, tendo chefiado as cozinhas do Hotel Holiday Inn Azores e depois a cozinha do The Lince Azores Hotel. Atualmente divide-se entre o restaurante Botequim Açoriano, em Rabo de Peixe, e o Mercado da Vila, em Vila Franca do Campo.

Donária Pacheco considera que a gastronomia açoriana “é uma cozinha de bases”, assente “na herança das receitas das nossas avós que muitas vezes, na pobreza das suas cozinhas, tinham de puxar pela sua criatividade para

o que é carne, peixe, vegetais, etc., é tudo produto fresco dos Açores. Valorizamos sobretudo os produtos das nossas ilhas, de tradição e com uma qualidade ímpar, como contributo para o desenvolvimento económico, turístico local e regional”. O chefe acrescenta que “a gastronomia dos Açores surpreende pela força dos seus sabores; é uma cozinha de sabores que marcam a identidade das nossas ilhas”.

Juntar no mesmo espaço cartas criadas por chefes que se evocam diferentes geografias e gastronomias é uma forma de mostrar as potencialidades dos produtos açorianos. “temos de estar atentos ao que está neste momento a acontecer no mundo da gastronomia e perceber como, com os nossos produtos e com a nossa tradição, podemos estar a este nível também”, advoga Rúben Pacheco correia,

criarem pratos diferentes com os mesmos produtos do quotidiano, como a pimenta da terra, por exemplo, que aparece na maior parte das nossas receitas”. Esta “cozinha de gente humilde é cada vez mais valorizada” e esta cozinha que a chefe procura “sempre refletir nos menus” que cria e nas cozinhas por onde passa. A chefe sustenta que o maior desafio está em evoluir, sem perder a identidade: “Creio que devemos sobretudo preservar as nossas raízes, a nossa cultura gastronómica e o nosso produto local. Às vezes evoluir é apenas respeitar. Respeitar o que herdamos de bom até aqui, a nossa história gastronómica, respeitar os produtos característicos das nossas ilhas, que marcam a diferença cada vez mais e também respeitar a evolução da cozinha. Para termos uma cozinha tradicional, não significa que não podemos ter um empratamento diferente, mais contemporâneo.”

Para a chefe, o mais aliciante “é

justificando a escolha dos chefes: “São quatro chefes amigos, referências das suas cozinhas, que se uniram num único projeto. Queríamos ter um conceito italiano porque a oferta nos Açores ainda é muito limitada nesta cozinha e a escolha do Roberto Mezzapelle foi óbvia. É um dos melhores pizaolos em Portugal. depois,

criar conceitos diferentes e trazer para os Açores projetos que valorizem o que temos, mas que também acrescentem” e considera que “O Mercado da Vila creio que é um exemplo disto mesmo”.

O peixe é o seu produto de eleição, o produto que mais gosta de trabalhar, mas da sua carta no Mercado da Vila, a chefe sugere-nos dois pratos com outros protagonistas: os bombons de morcela com chutney de ananás e a nossa baba de banana de Vila Franca do Campo.

e sempre com o objetivo de valorizar o nosso peixe, também queríamos ter uma cozinha tradicional japonesa e, claro, o Paulo Morais foi escolha óbvia. Já trabalha com o nosso peixe há muito tempo e é de facto a maior referência do sushi em Portugal. O Rui Paula, outro amigo nosso, representa a cozinha de autor, da inovação,

61 FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € e S paço de laze R espacio de ocio

Sabores e texturas japonesas, à boleia de Paulo Morais

Já não é de agora que Paulo Morais trabalha com produtos dos Açores, o que não será de estranhar, já que se especializou em gastronomia japonesa (foi nomeado pelo Governo do Japão embaixador da gastronomia japonesa, distinção nunca antes dada a um chefe português), que tem no peixe de qualidade superior um dos seus principais ingredientes. Chefiou vários projetos de cozinha oriental (Midori, Bica do Sapato, Umai e Rabo d’Pêx) e recebeu no ano passado a sua primeira estrela Michelin pelo Kanazawa.

“Sou um grande fã dos produtos açorianos, nomeadamente o peixe e o marisco. Já conhecia os atributos dos produtos aço -

ri anos, mas tenho a certeza de que ainda existem muitos mais por descobrir”, observa Paulo Morais, para quem “a melhor definição dos produtos açorianos é a qualidade e a frescura”. Como “a cozinha japonesa vive da sazonalidade, da frescura e dos produtos locais, trabalhar nos Açores é tudo o que precisamos para termos sucesso”, sublinha o chefe, acrescentando que “a cozinha japonesa está para os Açores como peixe na água” porque “a qualidade e a biodiversidade são uma mais-valia para fazer comida japonesa”.

Sendo já um forte cliente dos produtos açorianos, o chefe espera “com esta parceria poder descobrir alguns novos produ -

tos que ainda não tenha no kanazawa”.

A carta de Paulo Morais para o Mercado da Vila inclui a entrada “Tataki de atum” e pratos como “Sashimi moriawase” e “Sushi to sashimi”. A sugestão oriental de sobremesa é “Dora yaki”.

Rui Paula: habituado e “encantado com a riqueza marítima”

leu a primeira estrela Michelin em 2017 e duas desde 2019, Rui Paula ainda soma os restaurantes DOC (na margem do Douro) e DOC (no centro do Porto), e agora uma das cozinhas do Mercado da Vila, onde assina pratos de autor, interpretando alguns clássicos portugueses, incluindo açorianos.

O mar será inevitavelmente uma inspiração para Rui Paula. Habituado à intimidade com o oceano, na sua cozinha da Casa de Chá da Boa Nova, instalada entre areia e rochedos, em Leça da Palmeira (Matosinhos), o chefe

Rui Paula volta a ter o Atlântico como vizinho, já que o Mercado da Vila também tem vista marítima. A este projeto, que lhe va-

O chefe assinala que o Mercado da Vila “é um conceito inovador, com quatro chefes, quatro conceitos distintos e que vai ao encontro da procura atual dos clientes”. O sabor é a sua aposta: “O meu contributo neste projeto e ter uma cozinha de sabor, com raízes açorianas, mas diferente do que se pode encontrar em outros espaços da ilha.”

Tal como os restantes chefes do Mercado, Rui Paula não poupa elogios para qualificar a gas -

tronomia local: “O que mais me encanta na gastronomia açoriana é a riqueza marítima, embora também tenha carne e queijos de elevada qualidade. É uma ilha muito bonita que tem que captar o máximo de turistas para a gastronomia evoluir no bom sentido, ou seja, a abertura de mais espaços para ter uma oferta cada vez maior.”

A regra será sempre respeitar os produtos, “preservando o seu sabor e enaltecendo-os nas receitas” que propõe para a carta do Mercado da Vila. O chefe aposta pratos como “o bife tártaro”, o “hambúrguer de lagosta” ou a “lula dos Açores” e, para terminar, “o creme brûlée de chocolate branco com maracujá”, salientando que “todos estes pratos são criados com produtos açorianos de forma a enaltecer a região”.

62 ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023 e S paço de laze R
de ocio
espacio

Roberto Mezzapelle faz a ponte entre a Sicília e São Miguel

“O que me aliciou foi o fascino desta ilha. Nasci em Sicília mas não vivo ai há muito tempo e representava para mim um grande desafio trabalhar por outra ilha maravilhosa e ainda inexplorada como San Miguel. No meu primeiro encontro com Rúben Pacheco recordei aquele momento da vida em que deixei o meu país. Tinha mais ou menos a idade que ele tem e, como ele, muitas ideias e projetos na cabeça. Entrámos logo em sintonia e isso para mim foi mais um incentivo para aceitar esse desafio”, começou por frisar Roberto Mezzapelle, natural de Mazara del Vallo, na Sicília, campeão do mundo de pizza (2002) e um dos fundadores da Acrobatic Pizza World (APW). Colabora na equipa do chefe Chakall como responsável do projeto de cozinha italiana Refeitório Senhor Abel, em Marvila, Lisboa, e presta serviços de consultoria em projetos de restauração de inspiração italiana no mercado português, sendo embaixador de diversas marcas italianas em Portugal.

Ao Mercado da Vila, quer “levar a qualidade italiana” e “ressaltar algum dos produtos mais típicos da ilha”. Com a sua “originalidade e experiência”, o chefe planeia “quem sabe um dia, criar uma linha de farinha dos Açores para utilizar nas receitas”. Confessa-se articularmente fã da “qualidade dos lacticínios tão característicos e saborosos” dos Açores. “Não está a ser difícil para mim escolher os produtos açorianos, nomeadamente peixe e queijos, que uso nas minhas receitas porque são bastantes parecidos em termos de sabor com os produtos da minha terra”. Em comum, a Sicília e os Açores têm “a variedade de peixes, marisco e lacticínios”, ou seja “produtos excelentes e de qualidade que a natureza oferece”. As duas regiões unem-se também no respeito pelas origens. “Tentamos manter as tradições de cozinhar os produtos de uma forma simples, sem exagerar nos ingredientes, para manter o sabor original e para valorizar ainda

mais os produtos.Acho que temos que manter as tradições e tentar valorizar ainda mais a excelência dos produtos sem alterar os sabores. Ao mesmo tempo, acho que se deveria otimizar ainda mais o valor e os recursos desta terra, aproveitando as condições climáticas e ambientais.”

Roberto Mezzapelle destaca a entrada “Bruschetta Mar E Terra”, os pratos pricipais “Spaghetti al tonno” e “Linguine Mare Nero” e a sobremesa “Panna Cotta com compota de Ananás dos Açores”.

aliada sempre às suas raízes nortenhas. E a minha mãe, a donária Pacheco, completa este conceito com a nossa gastronomia açoriana.”

O espaço abriu em novembro do ano passado e procura dignificar a história do próprio local, onde há mais de 100 anos funcionava o mercado do peixe, explica o chefe: “No fundo, a ideia foi recriar

um mercado antigo onde pudéssemos oferecer várias cozinhas de chefes diferentes, à semelhança do que já acontece muito em Portugal e Espanha. A única diferença é que neste mercado há serviço de mesa e não precisamos de sair da mesa para podermos vivenciar uma experiência completa das nossas quatro cozinhas existentes.” O gestor do projeto

diz que o balanço até ao momento é bastante positivo: “Abrimos numa altura considerada nos Açores como época baixa, mas o facto de termos um conceito completamente diferente do que funcionava até então na ilha, certamente despertou curiosidade nos locais em virem conhecer o nosso espaço. Este vai ser um grande ano. Ao longo de 2023, iremos atualizar a nossa carta, abrir uma esplanada com um conceito diferente também e organizar vários eventos aqui no nosso espaço. Estamos bastante expectantes para este novo ano!”

Restaurante Mercado da Vila Avenida Vasco da Silveira, 36, Vila Franca do Campo São Miguel, Açores

63 FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD € e S paço de laze R espacio de ocio

S paço de laze R espacio de ocio

Agenda cultural

Livros

As histórias da comunidade portuguesa que viveu em Xangai no século XIX

Macau integrou o império colonial português entre 1557 e 1999, mas a presença de portugueses na China chegou também a Xangai, onde uma enorme comunidade por tuguesa se instalou em meados do século XIX, numa altura em que a capital económi ca da China era conhecida como a “Paris do Oriente”. Muitos desses portugueses e des cendentes de portugueses tiveram que regressar a Portugal. O jornalista António Caeiro conta as histó rias de alguns deles em “Os Retornados de Xangai”, publicado pela Tinta da China: “Mais de duas décadas antes de Portugal per der o seu império colo nial, milhares de portu gueses tiveram de abandonar a terra onde nasceram e onde esperavam continuar a viver. Mas, ao contrário dos retornados de África, os de Xangai não tinham uma metró pole para a qual voltar e muitos nem sequer falavam português. «Euro‑asiáticos», «filhos de Macau» ou «luso‑orientais», foram dos primeiros estrangeiros a estabelecer‑se em Xangai, em meados do século XIX, e duran te os cem anos seguintes constituíram uma das suas maiores comunidades. Viveram os efeitos da Guerra do Ópio, a queda de uma monarquia multimilenar, a ocupação japone sa, uma longa guerra civil, que terminou com a vitória do Partido Comunista em 1949, e a seguir voltaram a partir. Contribuíram para transformar a cidade numa grande metrópo le internacional e, depois de terem saído, ajudaram a perpetuar o fascínio em torno da mítica Xangai dos anos 20 e 30.”

António Caeiro nasceu em Lisboa em 1949. Tornou se jornalista profissional em 1975, com experiência na imprensa escrita e na rádio, tendo sido correspondente em Pequim, onde viveu 19 anos. É autor de três livros sobre temas chineses: Pela China Dentro (2004), Novas Coisas da China (2013) e Peregrinação Vermelha (2016).

Exposi ç ões Fund ã o, Lisboa e Porto homenageiam Eugénio de Andrade

Nascido a 19 de janeiro de 1923 no Fundão, Eugénio de Andrade viveu grande parte da sua vida no Porto, onde morreu em 2005. O Museu da Cidade do Porto assinala o centenário do seu nasci mento com uma exposição na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, tendo por ponto de partida o espólio manuscrito, fotográfico e editorial cedido em 2020 ao Município do Porto.

“Eugénio de Andrade, a Arte dos Versos”, tem a curadoria de Jorge Sobrado e Rita Roque,e conta com colaboração de Arnaldo Saraiva. A mostra home nageia e recorda a sua obra poética, que “atravessa mais de cinquenta anos de atividade criadora, com tradução para inúmeras línguas e vários prémios que o consagram”.

O programa que se dedica à celebração da vida e obra do autor inclui tam bém um curso breve sobre a poesia de Eugénio de Andrade, orientado por Maria João Reynaud, a decorrer nos dias 6, 13, 20 e 27 de fevereiro no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett.

No Fundão, está prevista a construção de uma “sala de leitura”, projetada por Siza Vieira, bem como várias iniciativas comemorativas durante o Festival Literário da Gardunha, nomeadamente a apresentação da obra do maestro Luís Cipriano, composta a partir do poema “É urgente o amor”.

Em Lisboa, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Biblioteca Nacional de Portugal vão acolher em outubro, um Congresso internacional sobre Eugénio de Andrade. No mês seguinte, o Porto receberá outro congresso internacional, organizado em colaboração com a Associazione italiana di studi portoghesi e brasiliani (AISPEB).Conversa “A Arte dos Versos — a tarefa do poeta”, com Arnaldo Saraiva e Rui Lage; moderação de Marta Bernardes.

Durante todo o ano, no Fundão, Lisboa e Porto

2022 através dos cartoons de Luís Afonso

Empenhada em contribuir para uma maior visibilidade e valori zação do cartoon jornalístico, a Casa da Imprensa, em parceria com a associação CC11, lan çou o programa “O Ano em Cartoons”. O primeiro cartoo nista convidado é Luís Afonso, que retrata o ano de 2002, atra vés dos seus quatro alter egos – Bartoon, A Mosca, Barba e Cabelo e S.A.. O público poderá rever o ano de 2022 através das histórias que estas personagens nos contam, no Salão de Honra da Casa da Imprensa.

A exposição é composta por 13 painéis em PVC no formato 155x100 cm (um painel de abertura com textos da organização e um por cada mês do ano).

64 ACTUALIDAD € FEVEREIRO DE 2023
e

Acompanha esta exposição um jornal de 8 páginas, com entrevista de Ana Sousa Dias ao autor e textos de jorna listas do Público, A Bola, Jornal de Negócios e RTP. Faz parte também da exposição um vídeo com uma sele ção de cartoons animados d’A Mosca, que passam em loop, bem como a visualização uma vez por dia da curta metragem Everestalefe. Estarão ainda em exposição as três obras de ficção, de autoria de Luís Afonso, edita das pela Abysmo, uma garrafa magnum da Niepoort, com rótulo do cartoonista e ainda vários objetos pes soais do autor.

Até 17 de fevereiro, na casa da Imprensa, em Lisboa

Teatro

A “Noite de Reis” de Shakespeare

Um elenco inteiramente masculino reinterpreta “Noite de Reis”, uma das comédias mais populares de Shakespeare, “um tesouro de ambivalência tragicómica no seu chiaroscuro constantemente revelado na própria escrita”, assinala a sinopse do espetáculo encenado por Ricardo Neves Neves. Esta comédia sobre o amor é “um retrato profundamente simples e cómico e por vezes profundo e existencial, personificado pelas trocas de identidade, disputas amorosas, constantes folias e partidas”.

William Shakespeare leva nos ao reino de Ilíria: “O duque Orsino está apaixonado por Olívia, que não o ama. Uma jovem mulher, Violeta, chega a Ilíria levada pelo mar após um naufrágio. Ela tem um irmão gémeo,

Para assinalar os 50 anos da morte de Pablo Ruiz Picasso, o Turismo de Espanha apresentou um programa de comemorações composto por 50 ex posições a realizar na Europa e nos EUA, para “va lorizar a herança artística do pintor”, como frisaram a ministra da Indústria, Comercio e Turismo, Reyes Maroto, e o ministro da Cultura e Desporto, Miquel Iceta, na apresentação do programa, durante a Fi tur, realizada em janeiro, em Madrid. O programa “Celebração Picasso 1973 2023”, co missariado por Carlos Alberdi, passará por cidades como Málaga, onde o pintor nasceu a 25 de outu bro de 1881, pela Corunha, onde passou a infância, por Barcelona e Madrid, cidades onde se formou, bem como por outras cidades espanholas. Estão associados ao programa o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía; o Museu Nacional do Prado (do qual foi diretor); o Museu Nacional Thyssen Bor nemisza, o Museu de Belas Artes da Corunha; o Museu Picasso o o Museo Casa Natal de Málaga; o

Sebastião, e acre dita que ele mor reu afogado no naufrágio. Violeta disfarça se de homem, muda o seu nome para Cesário e encon tra trabalho como mensageiro de Orsino. O traba lho de Violeta é mandar mensa gens de amor de Orsino para Olívia. Olívia, apaixona se por Cesário (Violeta), achando que ela é um homem. Violeta apaixona se por Orsino, mas não pode revelar o seu amor por ele, pois Orsino acha que ela é Cesário, um homem. Cria se, assim, uma tempes tade amorosa.”

A peça resulta de uma coprodução do Teatro da Trindade INATEL, com o Teatro do Elétrico, o Cineteatro Louletano, o Convento São Francisco e a Culturproject.

Até 19 de março, no Teatro da Trindade, em Lisboa

Museu Guggenheim Bilbao; a Casa Encendida de Madrid, o Museu del Disseny de Barcelona e o Mu seu Picasso de Barcelona. A nível internacional, Pi casso tem várias exposições já a decorrer em Fran ça, Alemanha, Bélgica, Suíça e nos Estados Unidos. Este mês arrancam as mostras “Picasso e a Pré História” no Museu do Homem Museu Nacional de História Natural, em Paris, e “Picasso. O Artista e a Modelo. Últimas Obras”, na Fundação Beye ler, em Basileia.

FEVEREIRO DE 2023 ACTUALIDAD €
e S paço de laze R espacio de ocio
65
fevereiro
O ano de Picasso Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

Statements

“A Europa teve ‘sorte’ com clima ameno deste inverno, mas crise energética ainda não acabou [mantendo-se os mercados energéticos frágeis enquanto continuarem excessivamente dependentes dos combustíveis fósseis, além de expostos a eventos geopolíticos]”

“La goldenvisa fue diseñada para atraer inversión extranjera y funcionó. Hasta diciembre, eran casi 560 millones de euros, la mayoría del sector inmobiliario en las grandes ciudades. Ahora lo que queremos es redireccionar la goldenvisa por adquisición de vivienda hacia el interior del país y, sobre todo crear las condiciones para generar inversión en el área productiva y de desarrollo económico. Esta es solo una parte de la inversión extranjera. En 2021 atrajimos 2.700 millones de euros de inversión directa extranjera. Somos el octavo país de la UE, superamos a países como Polonia o Irlanda. Es cierto que en 2022 bajó, porque conseguimos apenas 2.400 millones de euros, pero vamos a continuar trabajando en reformas que atraigan más capital extranjero al país”

António Costa Silva, ministro de la Economía y del Mar de Portugal, “elEconomista.es”, 20/1/2023

“TAP es ahora una compañía saneada y se han creado las condiciones adecuadas para la privatización y que Iberia y otros operadores internacionales interesados puedan participar en la misma”

Idem, ibidem

“[El tema de las conexiones de alta velocidad ferroviaria] es un punto clave en el desarrollo del turismo transfronterizo y queremos potenciar las concesiones ferroviarias aunque ahora mismo la prioridad es la unión entre Oporto y Vigo, para conectar el eje del norte de Portugal con Galicia (...) [no obstante] estamos estudiando también otras conexiones, porque nos gustaría que Portugal estuviese conectado con España y que la Península Ibérica estuviera así unida a las grandes redes de transporte europeas por alta velocidad”

Idem, ibidem

Ignacio Galan, CEO da Iberdrola, falando no Fórum Económico Mundial de Davos, acerca da redução de procura global de energia, devido ao clima ameno do inverno, que gerou ainda uma redução dos preços do gás, alertando, todavia, que este não será o fim da crise de energia vivida na Europa, “Eco.pt”, 16/1/2023
Para P ensar última S últimas
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.