Actualidade Economia Ibérica - nº 291

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Actualidad

Economia ibérica setembro 2021 ( mensal ) | N.º 291 | 2,5 € (cont.)

As expectativas de recuperação do setor industrial PÁG. 32

Kleya procura investimento estrangeiro que “faça a diferença” em Portugal

Grupo Anthea entra no mercado espanhol de segurança privada

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Índice

Foto

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Ungureanu Catalina Oana / Shutterstock.com

Nº 291 - setembro de 2021

Actualidad

Economia ibérica

Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca

50.“Nunca

conseguiremos substituir, na adega, o que a natureza nos dá”

Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques

Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro

Grande Tema 32.

Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Nuno Almeida Ramos e Nuno Francisco Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua Roy Campbell, Lote 5 – 4ºB 1300-504 Lisboa Telefone: 219 267 950 E-mail: info@wcit.pt Website: www.wcit.pt Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém

As expectativas de recuperação do setor industrial E mais...

Opinião 04.

Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org

As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor.

A economia espanhola no primeiro semestre de 2021 – das transferências extraordinárias da administração central e da incerteza dos défices regionais em 2022 - Nuno Francisco

Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, José Carlos Sítima, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong

Atualidade 16.

Gato Preto: nasceu em Portugal, fez-se ibérico e está cada vez mais eclético

08. 14. 22. 28. 40. 42. 46. 50. 56. 58. 60. 62. 63. 64. 66.

Apontamentos de Economia Atualidade Marketing Fazer Bem Advocacia e Fiscalidade Setor Imobiliário Ciência e Tecnologia Vinhos & Gourmet Setor Automóvel Intercâmbio Comercial Oportunidades de Negócio Calendário Fiscal Bolsa de Trabalho Espaço de Lazer Statements

Câmara de Comércio e Indústria

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opinião opinión

Por Nuno Francisco*

A economia espanhola no primeiro semestre de 2021 –

das transferências extraordinárias da Administração Central e da incerteza dos défices regionais em 2022

O

modelo de f inanciamento regional de Espanha tem-se revelado durante esta crise pandémica benéf ico para o desempenho f inanceiro e f iscal das várias regiões espanholas. Ainda que em vias de sofrer uma profunda revisão com o objetivo de diminuir disparidades entre o f inanciamento das regiões, este modelo tem-se traduzido até ao momento em resultados positivos para as contas da maioria das comunidades autónomas no âmbito da pandemia. O acrescido gasto orçamental que foi transversa l a todas as economias europeias, de forma a fazer face aos desaf ios de saúde pública– mas também às crescentes pressões económicas e sociais dela derivadas–, foi desde 2020 executado pelas várias comunidades mas proveniente das várias transferências extraordinárias do Estado Central e dos fundos de f inanciamento das regiões. A s estatísticas do Banco de Espanha conf irmam-nos precisamente este dado: por comparação com os valores registados

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em 2019, as entidades regionais – ao contrário do que ocorre com as entidades locais e as entidades centrais da Administração Pública – foram as únicas a atingir em 2020 um ba lanço positivo das suas contas. O déf ice total das regiões espanholas no f inal de 2020 ascendia a 2,31 mil milhões de euros (0,21% do PIB), sendo que no f inal de 2019 o nível de endividamento das regiões se situava em 0,57% do PIB. No entanto, esta redução no nivel de endividamento poderá apenas ser entendido à luz das tra nsferência s extraordiná ria s do Estado central que suportaram cerca de 90% da totalidade do gasto orçamenta l regiona l relacionado com o combate à covid-19, tendo a Administração Central injetado cerca de 40,44 mil milhões de euros para o f inancia mento das estruturas territoriais e segurança social. Estas receitas provêm de injeções extraordinárias, entre as quais o Fundo Covid, e do próprio sistema de f inanciamento regional (SFA).

A s autoridades naciona is e internaciona is reúnem-se no consenso de que a economia espanhola regressará a níveis pré-pandemia no f inal de 2021, prolongando-se os mesmos efeitos durante a primeira metade de 2022. Em relação ao déf ice, espera-se que entre 2021 e 2022 este diminua de 11% para 7,8%, e novamente para 4,6%, em 2022. A segunda metade de 2022, assim como o início de 2023, serão amplamente marcados pela estabilização dos indicadores macroeconómicos de crescimento do PIB e do déf ice público, atingindo, assim, um período de maior normalização. Já o rácio PIB/ dívida pública diminuirá ligeiramente– segundo dados da AIReF, estima-se uma redução em 7,6% entre 2021-2024, atingindo os 112,4% de endividamento regional. Note-se, contudo, que a posição f iscal das comunidades autónomas não foi suportada por uma diminuição efetiva das despesas durante o período pandémico – de facto, a despesa não


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f inanceira agregada das comunidades autónomas aumentou em 6,6% em termos anuais– motivada principalmente pelo aumento da despesa em saúde–, mas foi graças a um aumento de 9,4% em receita que as várias regiões conseguiram concluir o exercício de 2020 com um valor médio de déf ice inferior ao registado em 2019. A autoridade independente para a monitorização f iscal (A IReF) estima um déf ice regional agregado para 2021 de 0,4% do PIB, abaixo da taxa de referência de 1,1%, uma vez que os apoios extraordinários do Estado Central continuam a apoiar as receitas regionais apesar de uma maior despesa registada e uma diminuição signif icativa dos valores do PIB em termos nominais devido à quebra generalizada de atividade económica em 6 ACT UALIDAD€

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vários setores. À data, as regiões autónomas com menor nível de endividamento em relação ao PIB de referência são as Canárias, Madrid, Navarra e País Basco, enquanto que as regiões mais endividadas são Múrcia, Catalunha, CastillaLa Mancha e Valencia, apresentando esta última um rácio de dívida/ PIB na ordem dos 50%. Se o desempenho das contas regionais foi positivo foi graças a estas injeções extraordinárias que funcionaram como “bóia de salvação” das contas públicas, dados recentes do Ministério das Finanças espanhol revelavam que as necessidades iniciais do Fundo de f inanciamento das regiões espanholas (FFCA) para 2021 ascendiam a 34,92 mil milhões de euros. Este va lor aumenta para os 36,8 mil milhões de euros se

c on sidera rmos t a mbém os valores cedidos no âmbito do programa R E ACT-EU. Em 2021, apenas a região da A nda luzia irá recorrer ao mercado de capitais e utilizar os fundos disponiveis de através dos mecanismos extraordinários de liquidez para se f inanciar. Já nove outras regiões espanholas– Aragão, Cantábria, Ilhas Baleares, Castilla-La Mancha, Catalunha, Extremadura, Múrcia, R ioja e Va lência– conseguirão suprir todas as suas necessidades de f ina ncia mento com recurso exclu sivo aos mec a nismos extraordinários de liquidez. Mantém-se a dúvida se as transferências extraordinárias continuarão ao longo de 2022, ainda que seja expectável que o choque f inanceiro da pandemia e das consequências económico-sociais inerentes continue a ser absor vido pela Administração Central. Sabemos, contudo, que a contínua injeção de recursos f inanceiros através dos mecanismos extraordinários não é sustentável a longo prazo, podendo gerar uma força inercial de dependência das contas regionais destes mecanismos extraordinários de f inanciamento. Importará agora saber de que forma as várias regiões irão usufruir dos fundos europeus previstos no plano de resiliência e recuperação espanhol e de que forma serão os mesmos postos ao serviço não só do equilíbrio das contas das várias regiões, mas, sobretudo, do combate às assimetrias regionais, que se esperam sanar também por via de uma reformulação do sistema de f inanciamento regional.  *Head of Portugal do BFF Banking Group E-mail: nuno.francisco@bff.com


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apontamentos de economia apuntes de economÍa

BBVA ganha 2.327 milhões de euros no primeiro semestre de 2021 O grupo BBVA obteve um resultado atribuível de 2.327 milhões de euros entre janeiro e junho de 2021, excluindo os impactos não recorrentes dos resultados da alienação do BBVA USA e os custos líquidos do plano de reestruturação em Espanha. Este valor é 146% superior ao correspondente ao primeiro semestre de 2020 (+ 183% a câmbio constante). Incluindo estes impactos não recorrentes, o resultado atribuível foi de 1.911 milhões de euros, valor que compara muito positivamente com as perdas de 1.157 milhões no mesmo período de 2020, em resultado do impacto da pandemia. “Este resultado foi possível graç a s à r obus tez da s r e ce it a s , nomeadamente as receitas core do negócio bancário (receitas de juros e comissões). A margem

financeira caiu 8% num ano, mas a s comis sões subir a m 12 ,5%”, adianta a instituição liderada por Carlos Torres. O rácio de eficiência está nos 44,8%. Após o fecho da venda do BBVA USA , o grupo espanhol diz que “mantém uma sólida posição de capital, com um rácio CET1 ( fully loaded ) de 14,17% para junho. O r ácio de cré dito ma lpa r ado (NPL) em junho fixou-se 4, 2%, com uma ta xa de cober tura por imparidades de 77%. O custo do risco é de 1%, o que é elevado na comparação com os pares. “Um dos marcos mais impor tantes do trimestre foi o fecho da venda da subs idiá r ia do B BVA nos Estados Unidos para a The PNC Financial Ser vices. A contabilização, quer dos resultados gerados

pelo BBVA USA desde o anúncio da oper ação em novembro de 2020, quer do closing da venda a 1 de junho de 2021, gerou um resultado líquido de impostos de 582 milhões de euros, dos quais 302 milhões foram arrecadados na s demonstr ações financeir a s do quar to trimestre de 2020, e os restantes 280 milhões no primeiro semestre de 2021 (177 milhões no primeiro trimestre e 103 no segundo, respetivamente)”, diz o BBVA em comunicado. Relativamente ao plano de restruturação previsto para Espanha, cujo acordo foi celebrado com os representantes legais dos trabalhadores no dia 8 de junho, foram r e gis t ados nos r e sult ados do segundo tr imestre custos líquidos no montante de 696 milhões de euros, afirma ainda o banco espanhol.

MIllennium bcp firma acordos com AIP e CAP para apoios de mais de 200 milhões de euros O Millennium bcp acaba de assinar dois acordos, um com a Associação Industrial Portuguesa (AIP) e outro com a Confederação dos Agricultores de Por tugal (CAP), pretendendo revelar-se “o banco comercial de referência no apoio à economia portuguesa, o banco dos empreendedores. Dizemos novamente presente, na hora de apoiar a retoma económica, depois de termos sido referência na defesa das moratórias como escudo protetor dos efeitos da pandemia na economia. É tempo de inovar, de renovar de investir na geração de valor. Vamos lá!”, afirmou Miguel Maya, presidente da Comissão Executiva do Millennium bcp.

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Os acordos inserem-se no âmbito da “Estratégia Por tugal 2030” e do próximo Acordo de Parceria a ser celebrado entre a União Europeia e o Estado Por tuguês, para o desenvolvimento do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027, assim como para os Programas Quadro que vão vigorar no mesmo período, como o “Horizonte Europa”. No acordo com a AIP, o Millennium bcp compromete-se a mobilizar linhas de financiamento e/ou de garantia, com 120 milhões de euros para dois anos, dedicadas a soluções de financiamento para empresas associadas e clientes da AIP que manifestem interesse nas mesmas, no âmbito dos quatro grandes eixos estratégicos defini-

dos pela associação: redimensionamento empresarial e cooperação, melhoria da qualidade de gestão e produtividade das empresas, inovação e digitalização produtiva, internacionalização e reforço da capacidade expor tadora. No acordo com a CAP, o Millennium bcp compromete-se a mobilizar linhas de financiamento e/ou de garantia até 100 milhões de euros, dedicadas especialmente a adiantamento de incentivos e antecipação de financiamentos comunitários relativos a operações dos progr amas do QFP 2021-2027; ou disponibilização de linhas de crédito específicas de apoio à tesouraria e fundo de maneio das empresas.


Breves Santander em Portugal obtém lucros de 81,4 milhões de euros Nos primeiros seis meses do ano, o resultado líquido do Santander Totta ascendeu a 81,4 milhões de euros, uma redução homóloga de 52,9% “Os resultados do primeiro semestre de 2021 continuam a refletir a situação de pandemia e os respetivos efeitos sobre a atividade económica em geral. O primeiro semestre de 2021 foi muito desafiante para todas as nossas equipas. Levar a cabo uma transformação digital num ambiente pandémico é uma obra longa, difícil, mas urgente”, realçou o presidente do banco, Pedro Castro e Almeida. “Em resultado desse esforço de todos e da confiança depositada no banco, os números dos primeiros seis meses do ano evidenciam um crescimento de clientes digitais, de clientes de primeiro banco, do crédito e dos recursos. Mantivémos quotas de mercado robustas na nova produção de crédito, de 22,6 e 21,4%, para crédito a empresas e habitação, respetivamente. Neste semestre, e apesar

da queda dos lucros em mais de 52%, o banco manteve uma posição sólida de liquidez e níveis de capitalização bastante elevados. Observamos, face ao semestre homólogo, um crescimento ligeiro da margem comercial, fruto da boa evolução das comissões, que mais do que compensa a redução de margem financeira”, adianta o mesmo responsável. Para os próximos meses, o banco espera que se abra “um novo ciclo de esperança para as empresas, para as famílias, para a economia”, com o controlo da epidemia no país e o restuir da confiança dos consumidores. As linhas de crédito com garantia do Estado cifraram-se em 1.600 milhões de euros, abrangendo cerca de 14 mil clientes. O total de crédito a clientes foi de 43.400 milhões de euros, equivalente a um aumento de 3% face ao período homólogo, destacando-se o crescimento do crédito à habitação em 5,9%.

Mercadona vai contratar para novas lojas em Setúbal e Montijo A Mercadona está a continuar o plano de expansão em Portugal e, para isso, está a contratar. A cadeia espanhola de supermercados vai abrir duas novas lojas -- em Setúbal e Montijo -- em 2022 e anunciou esta sexta-feira que vai dar início ao processo de recrutamento de mais de 100 colaboradores para todas as secções, em regime de part-time e full-time. “A empresa continua a apostar na criação de emprego e, por isso, as novas ofertas agora disponíveis mantêm o compromisso de formar uma equipa focada na excelência e no serviço, altamente motivada e em linha com a visão da empresa, para alcançar os objetivos do projeto comum, prestando um bom serviço ao “Chefe” (cliente) e garantindo qualidade e estabilidade laboral”, diz a Mercadona em comunicado.

A cadeia de supermercados promete um salário “atrativo e contrato de efetividade desde o primeiro dia”, mas também a possibilidade de evoluir dentro da empresa, formação constante e adaptada ao posto a desempenhar. “A Mercadona possui uma política de recursos humanos diferenciada que aposta na construção de carreiras, na promoção interna, na equidade e na progressão salarial, reconhecendo o talento dos seus colaboradores e permitindo o seu desenvolvimento pessoal e profissional”. A par destes postos, a Mercadona tem também em curso o recrutamento para as lojas que continuará a abrir na região Norte, também em 2022, em Guimarães, Braga e Póvoa de Varzim. Este ano, a empresa prevê investir 150 milhões de euros e recrutar um total de 600 pessoas.

CERTIF recupera 9% e espera atingir valores de 2019 até final do ano A atividade da CERTIF, líder em Portugal na certificação de produtos, continuou condicionada pelos constrangimentos impostos pela pandemia. “Contrariamente à expectativa de

um ‘novo normal’, a situação no terreno não se alterou face ao período final do ano anterior”, frisou a empresa. A obrigatoriedade do teletrabalho e a dificuldade em efetuar várias deslocações foram fatores condicionantes, contrabalançados por uma boa resposta por parte da Equipa da CERTIF e que permitiu desenvolver, na sua quase totalidade, o plano de ações de acompanhamento dos vários processos de certificação, suplantando, inclusive o número de ações realizadas no primeiro semestre de 2019. Embora não tendo havido lugar à procura por novas normas, continuou o alargamento da base de clientes, bem como da extensão a novas gamas de produtos por parte de clientes atuais. Assim, “a faturação no semestre apresentou uma recuperação de 9% face ao ano anterior, sendo objetivo, até final do ano, alcançar os valores de 2019”, adianta a CERTIF, em comunicado. Cerca de metade dos portugueses estão disponíveis para partilhar informação dos smart devices com as seguradoras De acordo com o relatório “Flexi”, elaborado pela Liberty Mutual para a Liberty na Europa (Portugal, Espanha e Irlanda) – em março e abril de 2021 e divulgado agora – concluiu que a pandemia alterou a perceção das pessoas destes três países face às suas residências. Agora, já um total de 45% está disponível para partilhar informação dos smart devices com as seguradoras, caso isso ajude a prevenir acidentes e emergências em casa. No que diz respeito à utilização de aparelhos eletrónicos e smart devices nas habitações, hoje, um terço dos portugueses confirma ter mais dispositivos eletrónicos nas suas casas do que no período que antecedeu a atual crise de saúde. Por seu lado, 53% dos portugueses defende que casas com smart devices – isto é, equipadas com iluminação, aquecimento e dispositivos eletrónicos que podem ser controlados remotamente por smartphone ou computador – são o

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Breves caminho a seguir. O estudo, que representa as respostas de 500 portugueses, 800 espanhóis e 520 irlandeses, concluiu que o conforto (37%) e a segurança (35%) são os fatores que os portugueses mais privilegiam nas suas casas – valores que estão em linha com os respondentes dos outros mercados analisados. Por outro lado, a valorização de áreas ao ar livre é muito divergente, com 9% dos portugueses a valorizar este elemento, contra, por exemplo, 30% dos espanhóis. Primeiro trimestre do ano com menos 7.800 colocações em trabalho temporário A APESPE RH (Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos) e o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) divulgaram os “Barómetros do Trabalho Temporário” relativos ao primeiro quarto do ano, salientando que, no total, se verificou uma quebra de 7,5% no número de colocações no primeiro trimestre face ao mesmo período de 2020, para um total de 96 mil pessoas. Analisando mensalmente, março de 2021 já regista um valor superior ao verificado no ano anterior, mas os valores de janeiro e fevereiro continuam abaixo dos registados nos períodos homólogos de 2020. Lufthansa Ground Services Portugal cria serviço inovador de verificação de certificados de saúde A Lufthansa Ground Services Portugal, a primeira empresa portuguesa detida a 100% pelo grupo Deutsche Lufthansa, celebra 10 anos continuando a apostar na diversificação e expansão do seu negócio, com a oferta, hoje em dia, de serviços nas áreas da assistência a passageiros, gestão operacional, apoio à internacionalização de empresas e organização de eventos, através das marcas LGSP Events e LGSP Sports. “Em ambiente de pandemia, que tanto afetou as suas principais áreas de negócio (aviação comercial e eventos), a LGSP mostrou a sua resiliência, criando produtos para apoiar outras empresas”, destaca a companhia, em comunicado. Foi neste âmbito que a empresa criou um serviço inovador de verificação de certificados de saúde antes da viagem, o que permitiu assegurar que nenhum dos colaboradores estivesse em lay-off. “Os passageiros submetem a documentação aquando do check-in online, reduzindo o tempo de espera nos aeroportos e assegurando que o passageiro assim tem toda a documentação de saúde necessária”, adianta Paulo Geisler, administrador executivo da LGSP. Tal deu origem ao recém-criado Health Check Support Center (na foto), baseado no Porto, que tem absorvido a maior parte das novas contratações da empresa, que ascendem já a uma centena este ano.

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BPI lança serviço dirigido a clientes internacionais que escolhem Portugal para viver ou trabalhar O BPI lançou o serviço BPI Citizen, desenhado para cidadãos estrangeiros que residam ou queiram mudar para Portugal, em particular enquanto clientes internacionais (na foto, imagem da campanha comercial). Para além dos produtos associados, a grande inovação é um serviço de assistência exclusivo– o Citizen Living Solutions–, que vai permitir facilitar a integração e a estadia de clientes internacionais no país. O BPI Citizen tem associado uma conta multiproduto para gestão do dia a dia e, na adesão a esta, os clientes terão acesso gratuito ao Citizen Living Solutions, um serviço de apoio telefónico ou digital, em quatro línguas (inglês, francês, alemão e português), sempre disponível. Este compreende ainda um vasto conjunto de benefícios para estrangeiros, como sejam traduções online, pesquisa local de colégios, clínicas ou ginásios, assistência tecnológica remota, serviço de realocação, orientação médica ou veterinária à distância, etc.

O BPI vai ter uma rede de balcões mais direcionados para o atendimento bilingue (inglês e francês), situados maioritariamente na região do Algarve. Rafael Aguilera Lopez, diretor de Marketing de Particulares do BPI, salientou que “o BPI Citizen se dirige a clientes internacionais que compraram ou arrendaram propriedades imobiliárias em Portugal, e que residam no país de forma permanente ou durante um período do ano. Estamos a falar de famílias que compram casas de férias, investidores, executivos de negócios ou reformados, pessoas com rendimentos geralmente superiores à média nacional, provenientes sobretudo de países da Europa Ocidental e da América do Norte” e que desta forma terão “acesso a serviços inovadores” e que “facilitem a sua integração num novo país”. Estima-se que existam atualmente em Portugal cerca de 50 mil cidadãos estrangeiros que beneficiam do regime fiscal de residente não habitual.

MAPFRE celebra acordo com Abanca em Portugal para comercialização de seguros para empresas A MAPFRE Portugal e o Abanca acabam sentido. Segundo Alvaro Castillo, diretor de celebrar uma parceria que permitirá comercial da MAPFRE Portugal: “a nossa ao banco espanhol a comercialização de experiência internacional, dá-nos knowseguros para empresas da MAPFRE. -how e confiança para impulsionar esta Nos últimos anos a MAPFRE tem vindo a área estratégica da companhia. Estamos reforçar a aposta no segmento empresas muito contentes por conseguir fechar este com soluções que se adaptam, cada vez acordo que, certamente, terá muito sucesmais, aos diferentes tipos de negócio. so”. “Este é mais um marco importante A MAPFRE quer reforçar a proximidade para a história da MAPFRE em Portugal, com os empresários portugueses, sobre- que continua a conseguir, assim, ampliar tudo no momento difícil que vivemos, a sua rede de parcerias e acordos de e este acordo é mais um passo nesse distribuição”, adianta a seguradora.


Gestores

iNOVO: um formato inovador do Novo Banco mais perto dos clientes

O Novo Banco acaba de inaugurar banco, incidindo não apenas nos espamais um espaço iNOVO, um formato ços físicos, mas também em toda a coninovador que procura aproximar este ceção omnicanal da relação do cliente banco dos seus clientes mesmo quan- com o banco. do a distância geográfica (ou física) A interligação de todos os canais visa se torna um obstáculo mais difícil de assim proporcionar a melhor experiência transpor. ao cliente, o qual é soberano e escolhe a Carrazedo de Montenegro, em Valpaços, forma de interagir com o banco, seja atraTrás-os-Montes, foi a localidade escolhi- vés da app, do call center ou deslocandoda para receber este novo espaço iNOVO, -se ao balcão ou ao iNOVO. que ficará doravante ao dispor da popu- Tal como nos iNOVO já em funcionalação local e das localidades envolventes. mento, o espaço inaugurado no início Integrado no novo modelo de distribui- de agosto é constituído por uma área ção que o Novo Banco está a implemen- automática, onde se inclui uma ATM que, tar, o formato iNOVO, tal como os novos para além das funcionalidades habituais, balcões, resulta de um processo de refle- também permite depósitos de notas e xão sobre as formas para melhor chegar cheques, e por uma área de atendimento aos clientes, tendo em conta as suas informal na qual, através de um contacto expectativas e preferências, e da procura prévio, os clientes podem, junto de um das soluções que mais se ajustem a cada colaborador do Novo Banco, abrir uma realidade. conta, realizar operações financeiras não Este trabalho teve início há mais de dois disponíveis nas ATM e tratar da maioria anos e envolveu diferentes áreas do dos seus assuntos bancários.

Coviran atinge 1.703 milhões de euros em vendas brutas A cadeia cooperativa espanhola Coviran encerrou 2020 com 15.560 postos de trabalho, o que se traduziu num crescimento de 1,6%. Em 2020, a Coviran viu aumentar as vendas brutas da insígnia, atingindo 1.703 milhões de euros, 21,5% acima do ano anterior. Deste montante, 196 milhões de euros correspondem a vendas realizadas em Portugal e

1.507 milhões de euros em Espanha. “Estes valores refletem a força e estabilidade da cooperativa em matéria económica, mantendo o seu ativo económico total acima de 213 milhões de euros, uma redução de 2,07% em relação ao exercício anterior, motivada pela melhoria na gestão das necessidades operativas de financiamento e a eficiência nas operações sem que se prejudique o nível de serviço, sinonimo de fortaleza e a estabilidade da empresa”, adianta a Coviran, em comunicado. Quanto ao montante líquido do volume de negócios, cresceu 10,18% em relação a 2019, revela ainda a companhia liderada por Jose Francisco Muñoz.

em Foco

Andreia Jotta (na foto) é a nova diretora de Marketing e Parcerias da Yunit Consulting. Depois de quase nove anos como diretora de Marketing e Comunicação da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), Andreia Jotta assume esta mudança com o objetivo de contribuir para consolidar o posicionamento da empresa e criar valor acrescentado para parceiros e empresas. Licenciada em Relações Internacionais, desde cedo que a vida profissional a encaminhou para a área de relacionamento com o cliente e marketing. Passou por instituições como a UNESCO, Ministério das Finanças, IFE - International Faculty for Executives e o Instituto Informação e Franchising. Mais tarde frequentou um programa Executivo de Comunicação Estratégica da Católica Lisbon School of Business and Economics e um Master em Gestão da Formação. Para Bernardo Maciel, CEO da empresa, “este reforço da equipa insere-se no âmbito da aposta da Estratégia 20202022 da Yunit, que tem como objetivo criar mais valor para parceiros e PME, através das nossas competências diferenciadoras, de forma a ajudar as organizações a dar o salto”. A DB Schenker nomeou Cristina Domenech (na foto) como diretora de Carga Terrestre e como membro do comité de Direção da Península Ibérica. A responsável, com mais de 25 anos de experiência no setor, substituiu, em julho, Paul Willems. Licenciada em Economia e Administração de Empresas, a gestora tem 25 anos de experiência em gestão logística e 15 anos em cargos de direção. Tem também uma pós-graduação em Supply Chain. Anteriormente, liderou a conceção, desenvolvimento e transformação de cadeias de abastecimento globais em empresas como a Industex, Mango e Reckitt Benkiser.

Maurizio Borgatta é o novo diretor-geral da GSK em Portugal. Com mais de 15 de anos de experiência nos setores farmacêutico e grande consumo. Tem desenvolvido toda a sua carreira internacionalmente, em países como a Bélgica, China, Alemanha, Reino Unido, ou Espanha. Nos últimos seis anos, assumiu cargos de gestão e liderança nas áreas de marketing, operações comerciais e vendas, dos negócios de vacinas, respiratório e speciality care da GSK. Antes disso, trabalhou mais de nove anos na Procter & Gamble.

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Breves ElPozo logró en 2020 un beneficio histórico de 92,7 millones de euros La compañía cárnica murciana ElPozo registró al cierre del año pasado un beneficio neto de 92,7 millones de euros, lo que supone un crecimiento del 80% respecto al del año anterior. Este aumento se asienta sobre la mejora de ingresos que generó durante el año pasado el mayor consumo doméstico de alimentación, provocado por la pandemia y las restricciones para el ocio fuera del hogar. La cuenta de resultados de ElPozo refleja una cifra de negocio de 1.392 millones, casi un 9% más. Un salto de 113 millones frente a 2019, mientras que los aprovisionamientos y los gatos de personal se vieron incrementados. Pese a ello, la compañía murciana pudo cerrar el año con un beneficio notable y con un ebitda de 155,3 millones, un 57% más. Además, la mejora del mercado internacional también ayudó a la subida de ingresos y representó un 24% del total de las ventas, alcanzando cerca de 337 millones de euros. El grupo Restalia lanza una nueva cadena: Panther Sandwich El grupo Restalia ha inaugurado en Madrid Panther Juice & Sandwich Market, la nueva marca con la que se introduce en el segmento de las cafeterías con una innovadora propuesta que revoluciona el mundo del café y el sándwich tradicional. El plan de expansión de la compañía contempla la apertura de 25 nuevos locales en España de Panther Juice & Sandwich Market hasta final de 2020. “Sabemos que Panther va a revolucionar el sector del café y del sándwich con su innovadora propuesta y su estética pensada en nuestros consumidores más urbanitas que buscan marcas innovadoras, sostenibles, con productos de calidad y precios smart cost. En Restalia tenemos el firme compromiso con nuestros franquiciados y nuestros clientes de innovar constantemente y desde hace 20 años buscamos dar respuesta de forma anticipada a las necesidades del nuevo consumidor”, explica Belén Martín, directora general de grupo Restalia. Primark concentra este año en España un tercio de sus aperturas mundiales El gigante de la moda a bajo precio irlandés cerró el último ejercicio, el 31 de agosto de 2020, con una red de 48 tiendas en España. A pesar de la pandemia la empresa ha decidido dar un impulso a la filial y concentrar en territorio español un tercio de todas sus aperturas a nivel mundial. Según consta en el último informe trimestral de Associated British Food

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Indra y ENAIRE digitalizan el cielo español y lideran la transformación del tráfico aéreo Indra, una de las principales compañías globales de tecnología y consultoría, y ENAIRE, el cuarto proveedor de Servicios de Tránsito Aéreo por volumen en Europa, han modernizado las principales torres de control aéreo del país en lo que representa un paso adelante decisivo en la digitalización del espacio aéreo español y europeo. Acercan con ello el objetivo fijado por la Unión Europea de convertir a Europa en la región del mundo en la que se vuela de forma más eficiente y respetuosa con el medio ambiente. La siguiente generación de sistemas de tráfico aéreo son la única tecnología disponible en este momento para reducir las emisiones de CO2 generadas por la aviación, a la espera de que se desarrollen combustibles más limpios o aviones de propulsión eléctrica en el futuro. Indra y ENAIRE se han puesto a la cabe-

za en el despliegue de estos sistemas. Han modernizado para ello las torres de los aeropuertos Josep Tarradellas Barcelona-El Prat, Palma de Mallorca, Adolfo Suárez Madrid-Barajas, Málaga– Costa del Sol y Alicante-Elche, que ya están operando con el nuevo sistema SACTA-iTEC 4 de nueva generación. Este hito se alcanza después de que se haya realizado hace solo unos meses la implantación de este mismo sistema en los grandes centros de control en ruta y aproximación españoles.

Repsol compra el 25% de la regasificadora de Canaport a Irving Oil

Repsol ha alcanzado un acuerdo para hacerse con el 25% del capital de la regasificadora de Canaport. De este modo, la petrolera española controlará el 100% de la planta tras casi dieciséis años de alianza entre ambas empresas. La operación supone un paso estratégico para la petrolera española. Repsol llegó también a un acuerdo en 2018 para

comprar GNL a Venture Global a partir de 2022 valorado en casi cutro mil millones de euros. Este gas se destinará prioritariamente al suministro de los ciclos combinados que la compañía tiene en España, pero también podrá comercializarlos en cualquier parte del mundo, un extremo muy atractivo en un momento de precios altos para el GNL. La petrolera que dirige Josu Jon Imaz quiere recuperar el negocio de trading de gas y su propio consumo puede aportarle la talla suficiente para cumplir con los objetivos que se marcó de lograr un 15% de cuota en el plan estratégico para 2025.


Iberdrola arranca el mayor parque eólico de América del Sur en Brasil Iberdrola acelera el crecimiento de Neoenergia en Brasil después de lograr el mejor resultado semestral de su historia y pone en marcha la primera fase de un proyecto que quiere inaugurar a final de año. La eléctrica ha arrancado la operación de los primeros 34,65 MW de Chafariz y avanza para llegar al objetivo de 471,25 MW repartido entre sus 15 parques eólicos antes de acabar el año. El complejo eólico se ubica en el interior de Paraíba, en una de las zonas rurales y con necesidad de empleo del país, que ha sido beneficiada con cerca de 2.000 puestos

de trabajo. Además, Neoenergia también está en fase de construcción de denominado Megacomplejo Eólico Oitis, que tendrá una potencia de 566,5 MW. Este megacomplejo constará de 12 parques eólicos, ubicados en Piauí y Bahía, y estará en marcha en 2022.

Endesa invierte 15 millones de euros en la su cuarta planta fotovoltaica en Sevilla

Endesa amplía su área de energías renovables con la construcción de una nueva planta fotovoltaica en la provincia de Sevilla, la cuarta en esta región. A través de su división de renovables Enel Green Power España (EGPE), la compañía ha iniciado las obras de la nueva planta situada en Torrepalma (Sevilla). Tendrá

22,5 MW de potencia instalada, que permitirán evitar la emisión a la atmósfera de cerca de 35 mil toneladas de CO2 al año, asegura la empresa. Endesa invertirá en la construcción del parque fotovoltaico de Torrepalma 15 millones de euros y trabajarán en su construcción 250 personas. La empresa prevé que la instalación esté construida para finales de año. La nueva infraestructura producirá 42,4 GWh al año, equivalentes al consumo energético anual de una población de 30 mil habitantes, según la compañía.

Breves (ABF), la matriz del grupo, Primark ha abierto un establecimiento en León y otro en Sant Cugat (Barcelona), estando previstos para la segunda parte del año otros tres más en el país. Serían cinco grandes tiendas sobre un total de 13 nuevas previstas durante el conjunto del ejercicio. A comienzos de año la empresa anunció la apertura de tiendas en San Fernando (Cádiz), Girona, San Sebastián, Madrid, Bilbao, Vigo y Marbella, que crearán 650 empleos, aunque sin dar un plazo concreto para las mismas. Mutua Madrileña eleva un 67% sus beneficios, hasta 230 millones de euros El beneficio neto de Mutua Madrileña en el primer semestre del año alcanzó los 229,9 millones de euros, lo cual representa un 67,4% más respecto al mismo periodo del año anterior. Este aumento es debido, según la compañía, al impacto que causaron en las cuentas de 2020 las iniciativas de apoyo frente al coronavirus que aprobó para ayudar a clientes y proveedores, como la ampliación de dos meses sin coste el vencimiento de las pólizas. Esta actuación costó 65 millones entre enero y junio del ejercicio anterior y más de 160 millones en todo el año. Mutua anticipa que, aunque el resultado del primer semestre ha sido positivo, espera que las ganancias de final de 2021 serán “significativamente inferiores” porque ya no se verá afectado por dichas extraordinarias y porque la siniestralidad será previsiblemente superior, aunque todavía se sitúe por debajo de los niveles prepandemia. Portobello cierra la compra de Legalitas Portobello Capital ha adquirido por 120 millones de euros en torno al 80% de Legálitas, la firma de servicios de asistencia legal principalmente a través de internet. El actual equipo directivo liderado por Luis del Pozo se mantendrá al frente de la gestión, y conservará el 20% del capital. Legálitas, que superó en 2020 los 50 millones de euros de ingresos, ha logrado “una sólida trayectoria de crecimiento alcanzando un aumento del 20% anual en la base de clientes y de más del 25% anual en ingresos en su segmento principal, consolidando su modelo de negocio único en el marco de mercado actual”, ha señalado la firma en una nota. En su plan estratégico, el grupo se ha propuesto triplicar el número de clientes hasta 2023 y lograr un crecimiento de los ingresos de forma que se multipliquen por 2,5 veces al cierre de ese año, hasta los 100 millones de euros. Para ello la compañía basa su plan en una fuerte inversión en la actividad comercial y publicitaria así como en gastos de personal y call center.

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Kleya procura investimento estrangeiro que “faça a diferença” em Portugal A Kleya, consultora de investimento pertencente ao grupo Ageas Portugal, tem em carteira investimentos de empresas clientes que poderão chegar aos 100 milhões de euros e criar centenas de postos de trabalho diretos. A maior parte refere-se a investimentos destinados ao mercado turístico-imobiliário.

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Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

lexandra Cesário e Vasco um apoio personalizado e transversal, desde a consultoria de investimento, à Rosa da Silva fundaram, há procura de casa, serviços de assistêncinco anos, a Kleya, uma cia, até todo o tratamento burocrático” Neste momento, consultora integrada na área ligado a estes processos, explica Vasco da prestação de serviços do Rosa da Silva (foto na pág. seg.), CEO a consultora grupo Ageas Portugal, que faz parte e co-fundador da Kleya. Nesse âmbito, tem em pipeline de uma estratégia de diversificação e “também auxiliamos os nossos clientes de complementaridade face à atividade a escolher as melhores opções em terinvestimentos que de seguros a longo prazo deste grupo. mos de seguros”, completa o gestor. poderão chegar Atualmente, a Kleya conta já com A Kleya trabalha os segmentos de paruma carteira de clientes de 14 nacioticulares que vêm viver para Portugal, aos 100 milhões de nalidades distintas e o seu modelo seja por motivos de reforma, seja para euros e que irão criar a realização de investimentos que dão inovador e a sua estratégia de internacionalização foram já reconhecidos acesso a autorização de residência ou centenas de postos pela Aicep. “O nosso core business é para trabalhar. de trabalho diretos assessorar aqueles que procuram viver Por outro lado, a consultora dedica-se ou investir em Portugal, prestando ainda à área de grandes clientes institu14 ACT UALIDAD€

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cionais. “Temos também uma área de consultoria especializada que suporta investidores institucionais, com grande foco no setor hoteleiro. Aqui temos grupos hoteleiros que procuram hotéis de cidade, outros ligados ao turismo de natureza e também cadeias de hotéis”, esclarece o mesmo gestor. Um dos exemplos nesta vertente foi a recente entrada do grupo hoteleiro espanhol Chic & Basic no Porto, num investimento que rondou os 13 milhões de euros. Assim, a Kleya potenciou uma parceria entre o grupo espanhol e um investidor português que adquiriu um edifício para reabilitar e fez a sua reconversão para hotel, que já está a funcionar. Tal como explica Vasco Rosa da Silva, “há planos para esta cadeia fazer outros investimentos, nomeadamente em Lisboa”. No que respeita ao hotel do Porto, trata-se de uma unidade com “um conceito lifestyle inovador e que opta por trazer aos seus clientes uma experiência distinta, acompanhada de um estilo de design contemporâneo e irreverente”. Para a consultora, este é um exemplo de cadeia de hotel que oferece um “conceito diferenciador e que contribui decisivamente para estruturar a oferta turística em Portugal”. Em simultâneo, valoriza os recursos patrimoniais e humanos das regiões alvo de investimento: o grupo hoteleiro Chic & Basic contratou uma equipa 100% nacional e vai operar num edifício recuperado junto ao teatro Carlos Alberto, valorizando ainda mais esta zona nobre da cidade do Porto, sublinha ainda o mesmo responsável. A equipa de gestão da Kleya identifica nos países que “sabemos terem maior apetite por Portugal, nomeadamente Espanha, investidores de média dimensão e que tenham um conceito diferenciado e que podem dar um contributo decisivo para estruturar a oferta turística do nosso país”, acrescenta Vasco Rosa da Silva. Segundo sublinha ainda, esta estratégia resulta de dois fatores: o perfil de inovação que caracteriza a equipa da Kleya e que

“permite fazer um melhor match com este tipo de clientes e o impacto causado por estes projetos, que permite mais rapidamente aumentar a nossa reputação e consequentemente conquistar mais mercado”. “Fazemos um contacto direto, usando a nossa própria network, onde se incluem muitos dos nossos clientes particulares estrangeiros, que nos referenciam para estes investidores”. “Não procurámos apoio institucional,

mas na criação da Kleya foi decisiva a nota máximo de mérito na candidatura aos Fundos 2020 no nosso projeto de internacionalização, que nos permitiu fundos para fazer as nossas missões e viagens de prospeção no estrangeiro”, esclarece ainda o co-fundador da empresa. Neste momento, a Kleya tem em pipeline investimentos que poderão chegar aos “100 milhões de euros e que irão criar centenas de postos de trabalho diretos”. Uma carteira de investimentos onde “Espanha ainda é dominante, e há alguns projetos bem interessantes”, que, por motivos de confidencialidade, ainda não podem revelar. Em relação às regiões mais atrativas para estes investimentos, “tudo tem a ver com a natureza do projeto. Em função disso é que podemos determinar qual o local indicado”, lembra o sócio fundador. Contam com projetos que encaixam bem no Algarve, no Alentejo, na Serra da Estrela, na zona do Pinhal Interior, em Lisboa, no Porto, em Amarante e no Alto Douro, enquadra. 

NHR Express irá agilizar processos de submissão ao estatuto de residente não habitual A Kleya, através do seu serviço de consultoria especializado, lançou no passado mês de julho a NHR Express, uma solução digital totalmente inovadora, que permite gerir diretamente a submissão ao estatuto de residente não habitual. A plataforma foi criada e é administrada pela Kleya, e os serviços são prestados por parceiros seus da área jurídica e fiscal. Esta plataforma faz parte de uma estratégia para desenvolver um ecossistema que todos os seus parceiros da área legal e tributária possam usar, nomeadamente com recurso a plataformas digitais que reduzem a carga administrativa e tornam a experiência do cliente melhor. Segundo explica a companhia, a NHR Express representa um pro-

cesso rápido, que permite o envio da inscrição e o acompanhamento do status totalmente online, diretamente de casa, escritório, ou de qualquer parte do mundo. Em casos simples e diretos, que não requerem planeamento, a plataforma permite submeter o processo de forma automática, em cinco idiomas. Para Vasco Rosa da Silva, a “NHR Express é uma solução inovadora, e nós fomos os primeiros a disponibilizar esta ferramenta 100% digital. O programa português do residente não habitual foi já considerado um dos melhores da Europa, isto claro sem contar com toda a envolvência atrativa de um país como Portugal que torna o regime ainda mais apetecível”, garante o responsável.

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Gato Preto: nasceu em Portugal, fez-se ibérico e está cada vez mais eclético Com 65 lojas na Península Ibérica, a cadeia de casa e decoração Gato Preto está em transformação: o rebranding sublinha o que era mais forte no nome, renova os espaços comerciais e reforça o e-commerce e a comunicação. O CEO do Gato Preto, Joaquim Pássaro, adianta que há novos segmentos na oferta e novos mercados a conquistar...

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto DR

oja é a tradução de “ tienda ”, e muitos também não sabem mas nem todos os espa- o que signif ica. Acresce que nhóis reconhecem ou con- quanto maior é o nome, maior seguem pronuncia r bem é a dispersão. Então decidimos esta palavra portuguesa, o f icar apenas com Gato Preto, que para uma marca lusa com que é mais marcante, sublinha 25 “tiendas” em Espanha estava a vivacidade e o A DN latino da a revelar-se um obstáculo, como marca e é, sem dúvida, o nome conta Joaquim Pássaro, CEO do identif icado pelos clientes.” grupo Gato Preto. “Fizemos um Assim, a Loja do Gato Preto, estudo de notoriedade no mer- criada em 1986, passa a designarcado ibérico da marca Loja do -se Gato Preto. O processo de Gato Preto (antigo nome), que rebranding representa um invesrevelou em Portugal um top of timento de dois milhões de euros, mind alto, estando no top três revela o gestor: “Além de toda a nas referências deste setor, e em identidade visual ter sido mudaEspanha f igura no top cinco. da (nome nas fachadas das lojas, No entanto, a palavra loja não é packaging, uniformes dos funciofácil de dizer para os espanhóis nários, etc), aproveitámos tam-

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bém para requalificar as lojas, de modo a apresentar melhor as nossas propostas de casa e decoração. A ideia é construir ambientes de interiores e exteriores, expondo os produtos de forma mais imersiva, para reforçar o nosso conceito de living spaces (espaços vivos) e melhor expressar a mística e a personalidade decorativa do Gato Preto.” Este “Gato Preto” tem no seu ADN “o dinamismo e a perspicácia”, pelo que está atento às novas tendências de consumo na área de casa e decoração, realça Joaquim Pássaro. A marca percebeu que “os consumidores estão mais empenhados em melhorar


os seus espaços interiores e exteriores, já que a pandemia obrigou a repensar a relação que temos com a casa, que passa a estar no centro do mindset (disposição mental) do consumidor”, comenta o CEO, reconhecendo que o apetite por decoração está a crescer. A s novas tendências de consu mo de sper t a ra m a lg u ma s mudanças na oferta do Gato Preto, informa o responsável por esta marca portuguesa: “Temos mais produtos de decoração de conforto, mobiliário de interior e exterior, lançámos recentemente o conceito de colchões ‘bed in a box’. Sempre fomos muito fortes no Natal, sobretudo no segmento de decorações, mas queremos reforçar o segmento de presentes. Queremos que o Gato Preto seja cada vez mais uma marca identif icada com a sustentabilidade e uma marca do mundo, pelo que disponibilizamos produtos interessantes de vários lugares.” O gestor ressa lva, que continua a haver muitos produtos fabricados em Portuga l, “cerca de 25 a 30%”, sobretudo no domínio têxtil, já que “a qua lidade dos têxteis lar portugueses é muito reconhecida, quer em Portuga l, quer em Espanha”. A ma rc a ta mbém traba l ha com fornecedores espanhóis, na área do mobiliário e da persona lização de produtos. Reforço do omnicanal A forma de vender também é diferente, motivada pela pandemia, que fez disparar o e-commmerce: “As nossas vendas online passaram de 700 mil euros em 2019 para 1,8 milhões de euros em 2020 e esperamos duplicar este valor em 2021 porque temos assistido a alterações no paradigma do comércio online e no com-

manteve-se, registando-se “um crescimento considerável do click As nossas vendas & collect”, ou seja os clientes encomendam online e levantam online passaram na loja. de 700 mil euros O CEO do Gato Preto admite que “o retalho físico foi muito em 2019 para 1,8 afetado pela pandemia e 2020 milhões de euros em foi um ano complexo” para a marca, uma vez que as lojas esti2020 e esperamos verem encerradas muito tempo, duplicar este valor com “uma quebra de faturação na ordem dos 30%, quer em em 2021 porque Portugal, quer em Espanha”. No temos assistido entanto, este ano as vendas estão a crescer, “quase atingindo os a alterações no níveis de 2019”, ano em que “o paradigma do grupo faturou 56 milhões de euros”, revela o gestor, acrescomércio online e centando que “a faturação está a no comportamento aumentar cerca de 20% face ao ano passado”. do consumidor que Das 65 lojas do grupo, 25 apontam nesse situam-me se em Espanha, e a maioria em centros comerciais, sentido” que foram mais lesados pela pandemia do que as lojas de rua. portamento do consumidor que Atualmente, “assiste-se a um apontam nesse sentido”, observa enorme crescimento das vendas Joaquim Pássaro, indicando que cruzadas”, uma vez que “as pes“o cliente omnicanal circula entre soas vão menos vezes aos ceno digital e a loja, investigando tros comerciais, mas quando vão em casa antes de ir à loja, e por compram mais e em mais lojas”. isso exige um serviço que integre O Gato Preto procura fazer da ambos”. Mesmo depois do confi- sua loja “um espaço vivo que namento, o ritmo do e-commerce ref lete uma maior ligação com SETEMBRO DE 2021

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o canal online e apresenta novas funcionalidades que favorecem a experiência omnicanal”. A loja pretende disponibilizar nas suas lojas touch screens, favorecendo uma compra interativa. A marca está a apostar na formação dos seus colaboradores na Retail Academy, para melhor responderem aos desafios da digitaliza-

ção e de atendimento ao cliente omnicanal. A comunicação também foi reforçada, quer através do website da marca, com incorporação de novas tecnologias, quer através de conteúdos nas redes sociais, quer “através de parcerias com programas de televisão, que contam com artigos da marca (Big Brother e Querido

Há 35 anos no mercado A rede Gato Preto nasceu 1986 com o nome Loja do Gato Preto, “numa altura em que existia pouca ofer ta de decoração para a casa, com a ambição de dar a conhecer a beleza do ar tesanato que é feito de nor te a sul do país”, como recorda o texto de apresentação da marca na sua página web. A marca conta “com uma oferta para as mais diversas áreas da decoração para a casa, com-

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binando coleções exclusivas”, criadas pelos designers do grupo e “também peças selecionadas nos melhores produtores mundiais”. A marca possui 40 lojas em Portugal e 25 em Espanha, bem como loja online para os mercados português, espanhol e francês, onde comercializa produtos dos segmentos mobiliário, têxteis, mesa e cozinha, decoração, iluminação, banho e kids (crianças).

Mudei a Casa), de patrocínios a eventos como o Rock in Rio, que ref lete a informalidade, a consciência ambiental e o lifestyle da marca”, observa Joaquim Pássaro. O gestor indica que o Gato Preto é uma marca voltada para a família e quer também conquistar os consumidores mais jovens e o segmento business to business, nomeadamente no setor do turismo, já que pretendem direcionar uma oferta interessante para os negócios de alojamento local. Com uma forte presença na Península Ibérica, onde estão concentradas as suas lojas, o grupo planeia expandir a presença internacional nos mercados angolano (através de franchising), alemão, francês (onde já tem alguma expressividade online), britânico e Benelux, nomeadamente em department stores (grandes armazéns). O mercado externo representa 40% das vendas da marca. 


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Grupo Anthea entra no mercado espanhol de segurança privada A segurança do grupo Amorim Luxury, do Centro Cultural de Belém, de eventos como o Estoril Open e o Rally de Portugal, e de personalidades como Cristiano Ronaldo, Cristina Ferreira, Chris Brown ou Paris Hilton, é garantida pelo grupo português Anthea. Liderado por Gonçalo Salgado, o grupo redefiniu a sua nova imagem e posicionamento e anuncia a sua entrada em Espanha e nos Emiratos Árabes Unidos.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

pós várias experiências profissionais em algumas empresas do setor da segurança privada, Gonçalo Salgado (foto na pág. seg.) decidiu criar a sua própria empresa de segurança. Nasceu, assim, a Anthea, em 2012: “Quis criar uma empresa com valores com os quais me identifico, no sentido de dar um serviço com mais qualidade e criar relações de parceria com os clientes, bem como o de criar e garantir melhores condições de trabalho e de formação para os colaboradores. À medida que fomos cres20 ACT UALIDAD€

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cendo e criando uma ligação de confiança com os nossos clientes, foram os próprios a solicitar-nos mais serviços nas diversas áreas. Atentos ao mercado e ao nosso negócio, rapidamente começámos a expandir e a especializar-nos noutras áreas de negócio que nos permitissem dar resposta aos clientes e prestar-lhes o melhor serviço possível.” O grupo dividiu-se em cinco empresas distintas, mas complementares entre si: Anthea Security (segurança privada humana e eletrónica), Anthea Services (apoio a eventos), Anthea First-Class (lifestyle mana-

gement services), Anthea Logistics (serviços de transportes e logística) e Anthea Academy (academia de formação profissional). Atualmente, “as áreas mais dinâmicas atualmente são a segurança privada e lifestyle”, adianta o CEO da Anthea, ressalvando que “tudo pode mudar com as oscilações no mercado e por isso é tão importante termos uma oferta diversificada”. O grupo emprega mais de 300 colaboradores e considera a formação essencial, observa o empresário: “A área da formação terá uma evolução muito interessante nos próximos


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anos e orgulho-me de que a Anthea esteja já na linha da frente neste segmento. A nossa expectativa é que cada segmento evolua de forma positiva. A área da segurança privada com a reabertura dos espaços de diversão noturna e com a realização dos eventos. A área de lifestyle também tem cada vez mais procura e a área da formação que terá um forte crescimento.” Com esta nova estrutura organizacional, o objetivo de Gonçalo Salgado é liderar o mercado de segurança premium: “O mercado premium tem vindo a crescer em Portugal, particularmente na sequência da chegada de estrangeiros e expatriados, bem como clientes que valorizam a exigência, a excelência, a exclusividade, e soluções feitas à sua medida, privilegiando a máxima confiança e descrição.” Esta estratégia é reforçada com a nova identidade do grupo Anthea, que assim se posiciona para dar resposta a estas necessidades como empresa capaz de centralizar, num só interlocutor, diversos serviços direcionados para o segmento premium seja na segurança, seja nas suas áreas complementares, como explica o gestor: “A Anthea é uma empresa viva, que cresceu e evoluiu bastante nos últimos anos. Esta nova imagem, identidade, website e organização não são mais do que um reflexo desse crescimento e da vontade de fazer, todos os dias, mais e melhor pelo mercado e pelos nossos clientes.” De assinalar que o grupo Anthea é responsável pela segurança de clientes nacionais como o grupo Amorim Luxury, Centro Cultural de Belém, o Estoril Open, o Rally de Portugal, entre outros, e iniciou em 2020 a sua expansão para o mercado espanhol e mais recentemente para os Emirados Árabes Unidos: “Em 2020, com a pandemia e com a redução dos seus clientes em algumas áreas de negócio, o grupo

Anthea expandiu-se para Espanha, em 2021 é expectável ultrapassar na área dos serviços e comércio os sete milhões de euros. “Com a de equipamentos, estando já, este pandemia, houve uma diminuição ano, com esta operação a dar frutos. dos serviços de segurança humana, Como é o mercado mais próximo nomeadamente com o encerramento do português, optámos por começar dos espaços de diversão noturna e o nosso processo de internaciona- com o cancelamento dos eventos. lização por Espanha. Estamos a No entanto, verificámos uma maior internacionalizar o nosso negócio e procura na área da eletrónica e a marca Anthea de olhos postos no cibernética, duas áreas nas quais a futuro do mercado premium e nas Anthea se tem vindo a especializar.” Consciente de que a área da segunecessidades do cliente high end, seja ele privado ou corporate, pelo rança privada está cada vez mais que a par com o caminho que temos dinâmica, o CEO da Anthea alerta feito nos últimos nove anos em para algumas práticas incorretas. “O Portugal, procuramos agora levar os mercado da segurança é muito commelhores serviços premium taylor- petitivo, com muitos players, mas -made e integrados de segurança, onde impera uma cultura de oferta lifestyle management, logística e do serviço mais barato, que freformação para estes dois mercados quentemente descura a qualidade do tão desafiantes e exigentes.” mesmo e acaba por educar os clienAlém de empresas, o grupo garan- tes a procurarem preço ao invés de te a segurança de personalidades qualidade de serviço. Nota-se tamnacionais como Cristiano Ronaldo, bém que, na maioria das vezes, estes Cristina Ferreira, Tony Carreira ou preços mais baratos são atingidos Ljubomir. Dos clientes, destacam- com práticas incorretas de gestão, -se ainda nomes internacionais nomeadamente com condições precomo Lapo Elkann, Mick Fanning, cárias laborais e fiscais. Felizmente, Kelly Slater, Gabriel Medina, Chris temos margem de progressão, na Brown ou Paris Hilton, entre outros. medida em que os próprios clientes Gonçalo Salgado frisa que o Grupo estão a inverter esta tendência, ao Anthea tem tido uma tendência de procurarem a excelência no setor crescimento: “Em 2020 o volume premium, em detrimento do fator de negócios da Anthea cifrou-se nos preço, a qualquer custo”, sublinha o 6,780 milhões de euros sendo que mesmo responsável  SETEMBRO DE 2021

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El Corte Inglés com serviço de decoração por medida e coleção inspirada em Portugal A combinação de azul e branco, característica dos painéis de azulejos que revestem tantos edifícios históricos em Portugal, está agora presente na coleção “Lisboa”, que o El Corte Inglés lançou este verão. Produtos de têxtil-lar, banho e cozinha que estão à venda nas lojas do grupo na Península Ibérica. Além de novos produtos, o grupo espanhol lançou também um serviço de decoração por medida no mercado português.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

á 20 anos em Portugal, os Grandes Armazéns El Corte Inglés lançaram no passado mês de julho a coleção “Lisboa” inspirada nos azulejos portugueses e na relação que os portugueses têm com o grupo. A coleção, que junta referências das áreas de têxtil lar, banho e cozinha, inclui, entre outros, uma capa de edredão, lençol e capa de almofada em algodão; toalha de mesa, avental, panos e vários utensílios de cozinha; toalha de banho; e ainda um necessaire e um saco de praia para desfrutar do verão com as cores dos azulejos. “Todas as referências têm design típico português e são uma forma da empresa homenagear a cidade que a recebeu de braços abertos há 20 anos”, assinala O El Corte Inglés em comunicado, informando ainda que estes artigos estão já à venda nas 80 lojas do Grupo em Espanha, e nos dois Grandes Armazéns em Portugal, o de Lisboa, que abriu em 2001 e o de Gaia (Porto), que celebrou em maio 15 anos de atividade. Esta coleção exclusiva da campanha de primavera/verão 2021 continuará à venda nos próximos tempos, adianta o gabinete de comunicação do grupo, acrescentando que uma parte dos produtos é feita em Portugal: “A produção desta coleção é feita pelos nossos fornecedores internacionais de prestígio, que cumprem as rigorosas diretrizes do grupo, porque só assim conseguimos garantir a qualidade a que os nossos clientes estão habituados. É interessante verificar que uma

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grande percentagem do têxtil lar do El Corte Inglés é feito em Portugal através do nosso escritório de sourcing em Braga.” A coleção foi lançada no início do verão e as vendas têm corrido bem: “O balanço é bastante positivo. Uma vez que se trata de uma coleção com um significado tão especial, porque assinala os 20 anos do El Corte Inglés em Portugal, não podíamos estar mais satisfeitos com a forma como foi acolhida pelos nossos clientes.” Os preços destes artigos variam entre os 3,95 e os 49,95 euros, estando atualmente alguns artigos com desconto. Também este verão, o El Corte Inglés lançou um novo serviço premium de decoração e design de interiores com aconselhamento personalizado à medida de cada cliente. Chama-se Decor Studio e para já está apenas disponível nos Grandes

Armazéns de Lisboa, envolvendo “um apoio contínuo e pessoal” aos clientes, que “terão à disposição quatro especialistas em decoração que estão preparados para trabalhar desde espaços pequenos até grandes projetos de interiores, tendo sempre em conta os gostos e necessidades dos clientes”, esclarece o gabinete de comunicação do El Corte Inglés. A equipa do Decor Studio “é composta por decoradores, designers de interiores, arquitetos e técnicos altamente qualificados, que contam com o auxílio das mais recentes ferramentas tecnológicas e um conhecimento diferenciado, que lhes permitem oferecer aconselhamento diferenciado e à medida”, em todo o processo: “desde a tomada de decisão sobre o conceito decorativo, à escolha do mobiliário, iluminação, têxteis, acabamentos, acessórios e até pequenos detalhes


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que complementam o ambiente pretendido por cada cliente, tornando a experiência totalmente personalizada, única e exclusiva”. O grupo garante também todo o serviço de remodelação e decoração: “O cliente só tem de escolher como quer o seu espaço remodelado e nós executamos, sem preocupações para o cliente. O serviço pode incluir também todo o equipamento da casa, desde têxteis, louças, utensílios de cozinha ou eletrodomésticos.” O El Corte Inglés sublinha que “a equipa de especialistas do Decor Studio trabalha com as mais recentes ferramentas de design para que o cliente possa visualizar de antemão como ficará o espaço”. Cada projeto “começa sempre com um contacto inicial com o cliente, onde são ouvidas as suas necessidades, é analisado o âmbito do projeto e as características do local a ser intervencionado”. O grupo realça ainda que o serviço

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tem vindo a corresponder e a superar todas as nossas expectativas: “É um serviço inovador e que nos distingue, uma vez que somos um grande armazém garantimos tudo aquilo que o cliente pode precisar para remodelar a sua casa e torná-la no seu espaço de sonho. Tudo isto agregado a um conjunto de serviços e condições que contribuem para acrescentar valor ao serviço.” O Decor Studio possui um website, que poderá ser uma fonte de inspiração, já que incluiu propostas de ambientes e sugestões de tendências para este segmento da decoração.  PUB

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ASAE e EFSA lançam campanha que promove a confiança nas escolhas alimentares E scolher e preparar uma refeição para si, para um grupo de amigos ou para a família é uma responsabilidade. Além de fazer uma refeição saborosa, precisa de garantir que a comida é fresca, que não contém alergénios indesejados e que foi armazenada e confecionada corretamente. A nova campanha da EFSA, denominada #EUChooseSafeFood, tem como objetivo consciencializar a população para a ciência que está por trás da segurança alimentar na União Europeia e para ajudar os consumidores a tomarem decisões informadas acerca das escolhas alimentares do dia-a-dia, com a tranquilidade de saber que os seus alimentos são seguros. Lançada a 31 de julho, o objetivo da

nova campanha da EFSA, a nível europeu, é encorajar a sociedade a tomar decisões alimentares com confiança, explicando o papel essencial da ciência e dos cientistas na segurança alimentar. Desde ajudar a decifrar as etiquetas e a compreender os aditivos, até aconselhar sobre o porquê de as batatas cruas não deverem ser conservadas no frigorífico, a campanha oferece informação de grande utilidade prática para os consumidores. Filipa Melo de Vasconcelos, subinspetora-geral da ASAE, explicou que “esta iniciativa é extremamente importante e vai contribuir para fortalecer a confiança dos consumidores no sistema alimentar. Esta campanha destaca o papel crucial

da cooperação constante entre a EFSA, autoridades competentes, organizações de consumidores, produtores alimentares, academia e a sociedade civil, através da ASAE enquanto Autoridade de Segurança Alimentar e seu focal point nacional. É essencial que os cidadãos Europeus conheçam e, acima de tudo, confiem nos alimentos que ingerem, onde quer que estejam dentro da geografia da UE, conhecida como o espaço alimentar mais seguro do mundo”. Com um público-alvo entre os 25 e os 45 anos, a campanha também vai explicar o papel da EFSA na contribuição das normativas europeias, que protegem os consumidores e toda a cadeia alimentar. 

Campanha “Voar na Beira Baixa” quer dinamizar turismo na região O evento de balões de ar quente “Voar na Beira Baixa”, organizado pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB), no âmbito do projeto “Beira Baixa: 3.Dias 3. Experiências”, cofinanciado pelo Centro 2020, em parceria com a Entidade Regional do Turismo do Centro de Portugal, com direção técnica da Windpassenger e o apoio de Cepsa Gás e Rádio Renascença, assumirá um novo formato atendendo às limitações na deslocação de diversos participantes oriundos de vários países do mundo. Assim, como previsto, ao longo de seis dias – de 30 de agosto a 4 de setembro de 2021 – o balão de ar quente da Beira Baixa realizará, em modo de “balão cativo”, um périplo pelos seis concelhos da região possibilitando diariamente “batismos de balão de ar quente” gratuitos em cada município. Em simultâneo, decorrerão jogos tradicionais portugueses de participação

gratuita e abertos ao público em geral. Todas as atividades decorrerão em conformidade com as recomendações de segurança sanitária indicadas pelas autoridades de saúde. A segunda parte do programa ocorrerá no inicio de novembro próximo, nomeadamente os voos livres de dezenas de balões de ar quente de forma convencional e especial, passeios BTT e pedestre, passeio de veículos clássicos e rota gastronómica. Esta alteração do formato, perante os constrangimentos internacionais causados pela pandemia, assume uma atitude responsável e preventiva, explica a organização. Todos os detalhes da programação de “Voar na Beira Baixa” e os locais específicos onde decorrão as atividades podem ser conhecidos no site Voarnabeirabaixa.com e nos canais sociais Facebook e Instagram. Mantêm-se abertas também as inscrições para os voos comerciais de balão de ar quente em grupo, que podem

realizar-se durante todos os dias do evento em agosto, setembro e novembro de 2021. O “Voar na Beira Baixa”, realiza-se em pleno “coração” da Península Ibérica e contará com a participação de entre 15 a 20 equipas de pilotos oriundas de vários países do mundo. A iniciativa assinala o lançamento na região de um novo produto turístico “voos de balão de ar quente com passageiros” comercializados pela Windpassenger. A CIMBB entende que os voos turísticos em balão de ar são um contributo para o desenvolvimento turístico do território. A região da Beira Baixa procura, assim, diferenciar-se face a outros territórios ibéricos, em busca de um desenvolvimento económico mais sustentável e duradouro, adiantam as entidades promotoras da iniciativa. As viagens aéreas com os balões estão dependentes das condições meteorológicas e de segurança adequadas para a sua realização.  Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org

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Renova transforma su fábrica en escenario de ballet

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enova ha transformado su fábrica en escenario para acoger el rodaje de un espectáculo de ballet compuesto por tres coreografías con música original, dentro de su objetivo de promover y colaborar en numerosas iniciativas dirigidas a impulsar el arte y la belleza. Creada en formato vídeo danza, esta representación es el resultado del análisis de varias propuestas,

que ha culminado en la selección de tres parejas de compositores y coreógrafos: por un lado, Edward Ayres d’Abreu, Carlos Zíngaro y Nuno da Rocha (música), y por el otro, Fernando Duarte, Paula Pinto y Margarida Belo Costa (coreografía). Juntos, estos profesionales han creado un espectáculo que estará abierto al público en el tercer tri-

mestre de 2021. Las grabaciones se están realizando en la fábrica de Renova, y las coreografías han sido diseñadas pensando en este espacio concreto. La película con el trabajo final será presentada a finales de este año. Este proyecto forma parte del programa Renova Art Commissions, que promueve un diálogo muy activo entre la marca y la visión del mundo de las artes, gracias al cual se han creado obras en el área del diseño, del mobiliario, de la fotografía, la danza, la moda o la arquitectura. Renova ha promovido y colaborado ya en numerosas iniciativas dirigidas a impulsar el arte y la belleza, en lugares tan diferentes como Sevilla, París, Toronto o Río de Janeiro. En marzo del año pasado, en línea con este propósito, decidió promover iniciativas culturales que pudiesen apoyar uno de los sectores más afectados por la pandemia. 

Correos se une al mundo de las criptomonedas C orreos se ha aliado con la consultora británica Gran Thornton para lanzar una colección de criptosellos. La compra de estos se hará a través de Ethereum, la segunda divisa más popular del mundo, seguido de Bitcoin. Los criptosellos también puede ser sellos convencionales, es decir, pueden utilizarse para hacer envíos de paquetes y en su caso se autentifican a través de la tecnología blockchain. Correos está imitando la estrategia lanzada por Austrian Post, quien hace unos años fue la primera compañía en lanzar criptosellos. La colección de edición limitada, Crypto Stamp 3.0, contaba con 150.000 critposellos que nada más ponerse en circulación se agotaron rápidamente.

Mediante su nuevo negocio de criptoactivos Correos busca diversificarse para paliar el desplome del correo postal tradicional como consecuencia del apogeo de internet. Esta unidad de negocio a la baja se tradujo, de hecho, el año pasado en pérdidas récord de 264 millones de euros para la empresa pública. Fiel a su estrategia de diversificación, Correos trabaja además en el lanzamiento de un operador móvil virtual para competir de manera directa con Jazztel, Lowi, Digit o

Pepephone, y tiene también en el horno una plataforma de «cloud» soberano enfocado al almacenamiento de datos de las administraciones públicas españolas. 

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

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Schindler compromete-se com metas baseadas na ciência e intensifica combate às alterações climáticas

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Schindler anunciou o seu compromisso em estabelecer objetivos de redução de emissões baseados no conhecimento científico, em linha com a determinação do grupo em evitar os efeitos mais negativos das alterações climáticas. “Este é o momento para levar a cabo ações climáticas”, menciona Silvio Napoli, presidente do conselho de administração da Schindler. “Empresas como a nossa

desempenham um papel crucial na hora de facilitar a transição para uma economia de baixo carbono. Temos muito trabalho pela frente, mas estamos convencidos de que este é o caminho certo”. As metas baseadas em dados científicos, fundamentados no mais recente conhecimento sobre o meio ambiente, determinam as ações que são necessárias para atingir os objetivos do Acordo de Paris, nomeadamente conseguir limitar o aumento da temperatura global a 1,5º centígrados acima dos níveis pré-industriais. Esses objetivos são fixados por empresas e validados pela iniciativa Science Based Targets (SBTi), uma parceria entre o Carbon Disclosure Project (CDP), o Pacto Global das Nações Unidas (United Nations

Global Compact – UNGC), o World Resources Institute (WRI) e a World Wide Fund for Nature (WWF). Este comunicado acontece num momento em que a Schindler sublinha os seus novos compromissos de sustentabilidade no seu “Relatório de Responsabilidade Corporativa”, que inclui a transição completa para eletricidade renovável em 2025 e o objetivo de “zero resíduos” a nível global para 2023. A Schindler também reforçou a sua estrutura de governação de sustentabilidade em 2020, com o estabelecimento de um Comité Global de Sustentabilidade liderado pelo CEO Thomas Oetterli. Em setembro de 2020, a Schindler juntou-se oficialmente ao Pacto Global das Nações Unidas, a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, reafirmando o seu compromisso para com os 10 princípios do pacto. 

Novos Cartões Santander para segmento de empresas também já são biodegradáveis O Santander acaba de lançar uma nova oferta de cartões biodegradáveis para o segmento empresas, com nova imagem, diversas funcionalidades e alinhada com o seu compromisso de banca sustentável e responsável e apoiando a transição verde do banco. Dentro desta nova oferta, e dependendo da versão do cartão – Business Santander Visa (débito/crédito/corporate/pré-pago), os mesmos são de fácil utilização tanto em Portugal como no estrangeiro, com tecnologia contactless, sendo possível usufruir de descontos em combustível Repsol, nos hotéis Vila Galé e em outros parceiros. A versão crédito – um cartão

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integrado no Mundo 123 Negócios – tem incluído um pacote de seguros em viagem e dá acesso a um POS de última geração sem custos fixos Por outro lado, com o Business Santander (Corporate) o cliente tem, ainda, a vantagem de escolher o débito na conta do colaborador (versão individual) ou o débito na conta da empresa (versão empresa). No âmbito da reformulação desta oferta os cartões Business oferecem agora vantagens em parcerias Visa, tais como a AirRefund, a Bidroom para pesquisar e reservar hotéis – com acesso a taxas competitivas - a Hotels. com e a Hertz Gold Plus Rewards.

O Santander tem vindo a assumir compromissos que reforçam a sua preocupação de longa data com o meio ambiente. Em Portugal, em 2020, o Santander passou a ser uma empresa neutra em carbono. Recentemente, foi anunciado o objetivo de alcançar zero emissões líquidas de carbono em todo o grupo até 2050, para apoiar as metas do Acordo de Paris sobre alterações climáticas. Esta ambição aplica-se tanto à atividade própria do grupo, como para as emissões de todos os seus clientes decorrentes dos serviços de financiamento, assessoria ou investimento fornecidos pelo Santander, assegura a instituição financeira. 


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El Corte Inglés juntou-se à Cruz Vermelha Portuguesa para a recolha de alimentos O El Corte Inglés e a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) juntam-se para mais uma acção solidária, a iniciativa “Shop for Goodness, faça compras por uma boa causa”, que visa angariar alimentos para quem mais precisa. A campanha, adaptada ao contexto de pandemia, não pôde contar com a presença de voluntários externos. Mas o El Corte Inglés apelou aos seus colaboradores a atuarem como voluntários durante esta iniciativa. Por isso, colaboradores de todas as áreas da empresa irão prestar toda a informa-

rão aos clientes nas entradas dos supermercados de Lisboa e Gaia Porto e convidá-los a dar o seu contributo para a aquisição de bens. Para ajudar famílias carenciadas basta que cada cliente, no ato de pagamento das compras, acrescente um vale de bens (esparguete, atum, leite, azeite ou fraldas) ao que está a comprar. Essas referências serão depois entregues a quem mais precisa, através dos centros e delegações da CVP em todo o país. Esta campanha decorreu entre os dias 13 e 22 de agosto, nos supermercados

El Corte Inglés de Lisboa e Gaia Porto e em todos os Supercor do país e ainda na loja online. Na acção anterior foram angariados cerca de cinco mil produtos alimentares, equivalentes a cerca de 7.500 refeições. A iniciativa faz parte do conjunto de ações de responsabilidade social corporativa do El Corte Inglés e surge no âmbito do protocolo assinado com a CVP. A companhia retalhista anunciou há poucas semanas que no âmbito das iniciativas promovidas durante o primeiro ano de parceria entre as duas instituições, a CVP pode contabilizar mais de 120 mil euros de apoios para as suas causas. 

Corticeira Amorim galardoada de novo com os “Prémios de Sustentabilidade” da revista “World Finance” A

Corticeira Amorim, o maior grupo de transformação de cortiça do mundo, é a grande vencedora da categoria “Wine products industry” dos Prémios de Sustentabilidade da revista World Finance. Distinguida pelo terceiro ano consecutivo, a empresa portuguesa é, assim, reconhecida pela implementação dos princípios da economia circular, pela preservação do montado de sobro e dos serviços dos ecossistemas associados, pela promoção da formação, segurança, bem-estar, desenvolvimento pessoal, social e profissional dos seus colaboradores e pelo fomento, suporte e investimento em Investigação & Desenvolvimento + Inovação, assim como pelos ambiciosos objetivos e compromissos de médio e longo prazo que promovem a sua contínua evolução e asseguram o seu crescimento económico sustentado. Premissas que resultam num vasto portfólio de produtos, soluções e tecnologias de superior performance técnica combinada sempre com credenciais

de sustentabilidade sem paralelo. Um exemplo claro deste compromisso da Corticeira Amorim com o crescimento sustentável, nomeadamente na indústria do vinho, é o lançamento recente a nível mundial da Naturity e da Xpür, tecnologias desenvolvidas para remover o TCA (tricloroanisol) detetável das rolhas de cortiça naturais e criar um novo segmento de rolhas de cortiça microaglomeradas, respetivamente. Vistas como as mais inovadoras, eficientes e ecológicas tecnologias anti-TCA até hoje conhecidas, Naturity e Xpür representam também o cumprimento da promessa anunciada pela empresa em meados de 2018: um desempenho de TCA não detetável quer de rolhas naturais quer de rolhas técnicas de cortiça até ao final do ano de 2020. A Corticeira Amorim inicia, pois, a nova década com uma oferta de rolhas com garantias de desempenho técnico, sensorial e de sustentabilidade ímpar na indústria. O júri dos Prémios de Sustentabilidade

da revista World Finance avaliou igualmente de perto o balanço negativo de CO2 das rolhas da Corticeira Amorim, que têm um contributo “relevante para a descarbonização da indústria vinícola”. Começando pelas rolhas naturais, passando depois pelas rolhas para espumosos, pelas rolhas microaglomeradas e pelas rolhas bartop, todas as famílias sem exceção de produtos da Amorim Cork, Unidade de Negócio Rolhas da Corticeira Amorim, estão agora certificadas com uma declaração do seu balanço de carbono negativo. Uma vantagem competitiva significativa face à concorrência que traduz o compromisso da empresa em constituir-se como a primeira escolha para os clientes preocupados quer com o fator qualidade, quer com o fator sustentabilidade. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR setembro de 2021

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Sociedade Ponto Verde leva reciclagem à praia

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Sociedade Ponto Verde está a marcar presença nas praias com uma ação de sensibilização “que irá proteger o ambiente enquanto os protege do sol”. Ao longo do mês de agosto, um conjunto de chapéus-de-sol foi colocado em praias selecionadas para ser utilizados pelos banhistas,

durante o seu dia de praia. “A mancha de chapéus azuis, verdes e amarelos no areal traz um apelo simples: esteja onde estiver o importante é que recicle, sempre, até na praia”, explica a Sociedade Ponto Verde. Dentro de cada chapéu de sol está uma etiqueta, feita a partir de plásticos recolhidos no oceano, a recordar dicas de separação de algumas das embalagens tipicamente utilizadas na

praia. A reciclagem tem vindo a crescer nos lares portugueses nos últimos anos, “mas não queremos que este seja um hábito doméstico do qual nos esquecemos quando vamos de férias. Todos os anos, a SPV leva a cabo campanhas de sensibilização durante o verão, precisamente para recordar a mensagem de que a reciclagem das embalagens deve ser feita em todos os momentos. Este ano, fomos para as praias num alerta próximo e direto para a proteção da vida marinha e dos oceanos. Ao colocarmos as embalagens usadas nos ecopontos, protegemos oceanos e os recursos do nosso planeta”, justifica Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde. 

Empresa portuguesa produz novas pranchas de surf ecológicas da Lightning Bolt A

Lightning Bolt anunciou o lançamento de novas pranchas de surf ecológicas com o selo “Gold Level”., pranchas que vão ser produzidas pela Surfactory, empresa portuguesa que foi validada e certificada para produzir as Ecoboards. A certificação é atribuída pelo Projeto Ecoboard, que reconhece as pranchas e os seus construtores mais sustentáveis, que se destacam pela maior redução de impacto ambiental. A construção Eco-Tech, comparada com uma construção standard em poliuretano e poliéster, tem um impacto ambiental inferior em 70% em cada prancha produzida. Para além de utilizar materiais sustentáveis na sua composição, a construção destas pranchas utiliza tecnologia de vácuo por infusão, o que permite reduzir o consumo de resina e respetivo desperdício em cerca de 45%. Segundo a insígnia, por cada prancha produzida é paga uma taxa que é aplicada no projeto Sustainable Surf em

ações para a redução da pegada de carbono no planeta. No futuro, o objetivo será disponibilizar todos os modelos de pranchas Lightning Bolt também com a construção eco-tech. As pranchas construídas com esta tecnologia foram testadas durante o mês de agosto para que possam vir a ser disponibilizadas ao público a partir de

setembro, através das lojas online da Lightning Bolt e Surfactory. A apresentação oficial, em conjunto com o shaper Spottt e a empresa portuguesa responsável pela produção, terá lugar em novembro, para coincidir com a altura em que a Lightning Bolt será anfitriã de um campeonato de surf, em Tenerife (Canárias). 

Textos Belén Rodrigo actualidade@ccile.org Fotos DR

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As expectativas de recuperação do setor industrial

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Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto Ungureanu Catalina Oana /Shutterstock.com

1.

Qual será, na sua perspetiva, a evolução da economia portuguesa para este ano? Pensa que haverá crescimento e, nesse caso, este será suficiente para recuperar da queda do ano atípico de 2020?

2.

Como antecipa a evolução do setor industrial em Portugal e do seu contributo para o crescimento da riqueza nacional?

3.

Pensam que os apoios previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) serão canalizados para a indústria da forma mais adequada ou deveriam ser ajustados em específico para as empresas industriais?

4.

No caso particular da vossa empresa, como estão a viver no atual contexto pandémico – que ajustes tiveram ou estão a fazer e que perspetivas têm até 2023? 32 act ualidad€

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oderá ser um ano de grande recuperação, mas 2021 poderá ficar-se apenas por uma ligeira melhoria para uma grande parte das empresas, afetadas por um contexto mundial ainda de fortes incertezas. Depois do tombo histórico verificado na primeira metade de 2020, apenas algumas empresas industriais podem dizer que estão a produzir a 100%, recuperando já totalmente das perdas provocadas pela pandemia e a considerar mesmo planos de expansão. O grupo Repsol será uma das multinacionais que mostra a sua resiliência face às condições adversas do respetivo mercado. O grupo anunciou recentemente um plano de investimentos para o mercado português que irá ascender a 657 milhões de euros, inserido no Plano Estratégico da multinacional energética para 2021-2025, o qual totaliza 18.300 milhões de euros. O novo investimento pretende ampliar o Complexo Industrial de Sines com duas novas unidades de polímeros termoplásticos, dotando este complexo não só das mais modernas tecnologias produtivas de toda a Península Ibérica, como estas estão já preparadas para a utilização futura de matérias-primas descarbonizadas, ou seja, alinhando-se com o futuro da chamada transição energética. No total, a Repsol Polímeros vai investir 725 milhões de euros nas suas instalações químicas da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), já que além das duas unidades fabris, com conclusão prevista

para 2025, irá dispender ainda cerca de 68 milhões de euros noutros processos produtivos de base ou de interligação, incluindo a produção de energia solar fotovoltaica. O objetivo futuro passa por acompanhar os planos da Repsol de ser uma empresa de emissões líquidas zero até 2050, seguindo os compromissos previstos no âmbito do Acordo de Paris, como sublinha Armando Oliveira (ver caixa na pág. 34), administrador-delegado da Repsol Portuguesa. O maior investimento industrial em Portugal da última década vai, ainda, acrescentar mais de mil milhões de euros por ano à balança comercial nacional, entre substituições de importações, novas exportações e um impulso à indústria portuguesa, de acordo com a aicep Global Parques. Com este novo investimento, a maior empresa petroquímica do país vai, por outro lado, aumentar a empregabilidade na região de Sines, com 75 empregos diretos e 300 indiretos. Já na região centro, a empresa portuguesa de material elétrico Efapel mostra também a sua capacidade de resistência, perante a adversidade do atual contexto. O maior fabricante nacional de aparelhagem elétrica de baixa tensão conseguiu reverter na segunda metade de 2020 a performance negativa do primeiro semestre e fechou o exercício com vendas de 43,33 milhões de euros, ou seja, 5,2% acima de 2019, "minimizando, assim, o efeito da crise pandémica que se fez sentir na economia em geral e na atividade da


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empresa em particular". Este é também o crescimento esperado para este ano. As exportações, que representam 30% da faturação global, registaram, por seu lado, um crescimento homólogo de 5%. Com a maior parte da atividade produtiva em Serpins (no concelho da Lousã), a empresa tem vindo a realizar diversos investimentos de expansão da sua unidade fabril, que conta já com quatro módulos, e mantém ainda um pólo industrial na Lousã. Américo Duarte (ver caixa na pág. 38), administrador da Efapel, salienta os esforços da empresa em termos de "ajustamento da atividade às exigências de higiene, saúde e segurança decorrentes da pandemia" que a empresa teve de realizar, "cedendo prioridade à proteção dos seus colaboradores e respetivas famílias, perdendo cerca de 15% da capacidade produtiva por essa razão, mas sem recorrer ao lay-off ", sublinha. A Efapel adiou o lançamento de novos produtos que estava previsto para 2020,

mantendo como prioridade o controlo de todas as medidas de segurança necessárias ao melhor funcionamento da empresa, tendo em conta o contexto pandémico. Em comunicados recentes, a empresa reconheceu como "positivas" algumas medidas já tomadas pelo Governo para apoio à economia e às empresas no combate à crise, mas continua a defender "a adoção de medidas tendentes a proporcionar às empresas nacionais melhores condições de competitividade, pelo maior apoio às exportações, à semelhança do que está já a ocorrer em muitos outros países". O mesmo administrador considera ainda que deveriam ser “condicionadas e taxadas importações oriundas de países que não cumprem regras e condições de trabalho semelhantes às praticadas na Europa”. Por fim, outra das empresas que acederam a comentar este tema das perspectivas económicas para Portugal e em concreto para a sua indústria, foi a Bial, sedeada na Trofa e cujo CEO teme que o

PRR possa ficar aquém das necessidades da indústria portuguesa. Para António Portela (ver caixa na pág. 36), o mais importante para o setor onde a Bial opera tem sido a inovação. A maior farmacêutica portuguesa prepara-se para investir 15 milhões de euros na expansão industrial da sua unidade da Trofa, prevendo a contrução de uma nova fábrica de antibióticos. A Bial fechou o ano de 2020 com uma faturação da ordem dos 344 milhões de euros, o que representou um crescimento de 11% face a 2019. Daquele volume de faturação, 80% diz respeito a exportações. O grupo está presente em cerca de 60 países e tem filiais próprias nos principais mercados farmacêuticos europeus, como Espanha, Alemanha, Itália, Reino Unido, Suíça e, mais recentemente, EUA. Economia portuguesa deverá crescer 4,8% em 2021 e espera novos apoios A economia portuguesa deverá termiPUB

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"É importante gerar um ambiente atrativo para todos os agentes

1. – Neste segundo semestre, esperamos recuperação da atividade ainda que por exemplo em mobilidade ainda não venhamos a atingir os vaores de 2019. Em outros setores, como o turismo ou a aviação, o impacto foi mais tardio, mas inexorável. A pandemia alterou hábitos de consumo, comportamentos que prevalecerão para sempre. A título de exemplo, as viagens de trabalho, muito possivelmente, nunca voltarão aos níveis pré-pandemia. Tendo em consideração as características próprias da nossa atividade, que permite fornecer soluções multienergéticas aos nossos clientes, nunca paramos. No caso do setor da energia, a distribuição e comercialização a clientes domésticos e empresariais, principalmente o setor dos transportes e mercadorias, enfrentou uma comoção do lado da procura, ao mesmo tempo que se deparou com uma queda abrupta dos preços das matérias-primas. Estes dois fatores combinados, coadjuvados pelo desenvolvimento tecnológico e pela eficiência dos veículos, fazem com que a atividade tenha sido uma das

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mais afetadas pela crise, só mesmo ultrapassada pelas indústrias que mencionei acima. No segmento “non-oil”, também nos tivémos de adaptar. Cumprimos, em todos os momentos, as normas vigentes que proíbem a venda de certo tipo de produtos para além dos combustíveis, apesar de muitas das vezes os próprios clientes não percebem o porquê de não ser possível vender, por exemplo, uma água. No final do ano, assistimos a uma recuperação gradual da procura, e esperamos, apesar deste início de ano mais difícil, recuperar o mais possível até ao final do ano. Existem inúmeros fatores que estão correlacionados com a recuperação económica, pelo que será incauto afirmar que se conseguirá recuperar da queda abrupta de 2020. Não obstante, na Repsol, estamos confiantes em relação ao futuro, em relação ao potencial de crescimento da economia portuguesa.

2. – Acreditamos que a indústria será uma das fontes catalisadoras da recuperação económica. É necessário apostar na força in-

dustrial, na ciência e na tecnologia, procurando as soluções mais competitivas para conseguir uma transição energética justa, capaz de gerar riqueza e empregos de qualidade, não deslocalizáveis. Em Portugal, este foi o primeiro dos setores de atividade a recuperar os níveis de atividade e alguns setores como o agroindustrial, nunca pararam e tiveram um desempenho crescente. No setor da mobilidade, temos realizado investimentos consideráveis para incrementar a nossa oferta de pontos de carregamento elétrico. Atualmente, contamos com 16 pontos de carregamento em operação em estações de serviço da Repsol, divididos entre carregadores rápidos e ultrarrápidos, o que constitui uma das maiores redes nacionais de carregamento rápido e ultrarrápido. No roteiro da descarbonização, deverão entrar as várias fontes de energia e tecnologias, mas também projetos de economia colaborativa, como aquele que celebrámos com a Brisa e a EDP para instalar 40 carregadores rápidos e ultrarrápidos em áreas de serviço.

3. – O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) assume um papel preponderante na recuperação económico-social do país, a curto, médio e longo prazo. A estratégia terá um impacto significativo não apenas na recuperação económica imediata, mas também na construção dos alicerces que criarão valor, de uma forma sustentável, para o progresso da sociedade. O maior custo da atividade industrial é a energia. Em relação a este ponto, o PRR carece de


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económicos e não seletivo para determinados projetos" uma diversificação das fontes de energia. A transição energética e a descarbonização são oportunidades para canalizar o investimento em projetos sustentáveis, de maneira a reinventar a indústria e precaver futuras carências nas cadeias de abastecimento, como assistimos recentemente. Este reposicionamento apenas será efetivo e inclusivo se houver equidade entre tecnologias, pois será incauto restringir a transição energética a uma determinada ciência aplicada, ou acreditar que a resposta a um problema complexo será efetivada apenas por tecnologias emergentes com elevados custos e riscos de segurança de armazenagem. É importante gerar um ambiente atrativo para todos os agentes económicos e não seletivo para determinados projetos, privilegiando a eficiência das soluções e o aproveitamento de infraestruturas existentes, pois o futuro será assente na multienergia e num modelo de inovação em rede, onde o investimento em investigação e desenvolvimento é a chave para enfrentar os desafios da procura global de energia de forma sustentável.

4. – Os ajustes tiveram que ser feitos, como em todos os setores. Todavia, apesar de todas as circunstâncias, em novembro do ano passado, reforçamos a nossa pertinácia com a transição energética, apesar dos constrangimentos e incertezas causadas pelo novo coronavírus, deixamos bem patente, no novo Plano Estratégico 2021-2025, que não iremos apenas continuar este trajeto, como o iremos, inclusive, acelerar.

Fomos a primeira empresa do setor a apoiar o Protocolo de Quioto e, em 2019, voltámos a liderar pelo exemplo quando afirmamos a nossa ambição ambiental, colocando o desígnio de zero emissões líquidas de CO2 em 2050. A determinação e clareza estratégica da Repsol no seu progresso rumo à descarbonização são demonstradas pelo desenvolvimento de projetos associados com a transição energética. O plano tem previstos projetos de circularidade, de desenvolvimento do negócio químico e dos seus complexos industriais para transformá-los em verdadeiros hubs multienergéticos, posicionar a Repsol como um ator relevante no negócio de geração renovável, capaz de produzir produtos de baixa, nula ou mesmo pegada de carbono negativa e de impulsionar novos modelos de negócio baseados na digitalização e na tecnologia. No setor industrial, em Portugal, o investimento de 657 milhões de euros que anunciamos no mês de julho permitirá expandir a nossa gama de produtos diferenciados e tronar o Complexo Industrial de Sines um dos mais avançados da Europa, devido à sua flexibilidade, elevado grau de integração e competitividade. Contempla a construção de uma fábrica de polietileno linear (PEL) e uma fábrica de polipropileno (PP), cada uma com uma capacidade de 300 mil toneladas por ano. As tecnologias de ambas as fábricas, que garantem a máxima eficiência energética, são líderes de mercado e as primeiras do seu género a serem instaladas na Península Ibérica. Os novos produtos são 100% recicláveis e

podem ser utilizados para aplicações altamente especializadas, alinhadas com a transição energética nas indústrias farmacêutica, automóvel e alimentar. De realçar, ainda, que é o maior investimento industrial realizado em Portugal nos últimos 10 anos, e que ao impacto direto deste investimento na balança comercial, acrescerá o decorrente do efeito multiplicador da disponibilização, em volume e proximidade, de matérias indispensáveis à competitividade e ao crescimento da indústria transformadora destes importantes setores exportadores. Iremos, naturalmente, acompanhar a evolução do mercado e estar onde o cliente está, adaptando os nossos canais e pontos de venda em função deles, sempre com a máxima de prestar o melhor serviço possível e acompanhar toda a sua jornada. Um exemplo paradigmático é a solução que encontramos para apoiar os nossos parceiros da DPD Portugal, que irá poupar 330 toneladas de CO2 por ano e descarbonizar a 100% as entregas na cidade de Lisboa. Vamos instalar o nosso primeiro e-hub privado nas instalações da DPD Portugal. Os equipamentos permitirão carregar, simultaneamente, 30 veículos elétricos. Iremos garantir não apenas toda a infraestrutura e instalação de carregadores, mas também a manutenção e sistema de gestão de frota dos veículos elétricos. Esta pertinência com a descarbonização, com a vontade de fazer parte da solução e de prestar um serviço de valor acrescentado aos nossos clientes, estarão presentes ao longo da nossa evolução.

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"Os apoios previstos no PRR não estão orientados para o setor industrial" ou ponente indústria e diversificar as origens do PIB.

3. – Os apoios previstos no PRR

1. – A evolução será claramente positiva relativamente a 2020, mas o grande desafio será conseguirmos crescer face a 2019. Os dados acumulados a julho são interessantes, e vão nesse sentido nalguns setores de atividade (indústria, construção civil, setor exportador em geral), mas há setores de atividade que podem colocar em causa esse objetivo, nomeadamente o turismo e serviços conexos. Parece haver uma significativa discrepância entre setores. Alguns apresentam dados muito interessantes de crescimento, enquanto outros continuam com a sua atividade muito afetada. É importante o controlo da pandemia, a par de uma forte redução das medidas restritivas, para permitir um relançamento sustentado da atividade economia. 2. – Os indicadores económicos do setor industrial, até à data, são positivos em termos de re-

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lançamento da atividade, nomeadamente no setor exportador. É fundamental para Portugal ter uma politica de apoio ao investimento produtivo, para atividades com elevado valor acrescentado e com competitividade internacional. Há setores industriais que deram provas dessa capacidade de competir no mercado internacional, como é o caso da industria farmacêutica, e devem ser apoiados no seu desenvolvimento futuro. A criação de emprego qualificado, a capacidade exportadora, um VAB elevado deverão ser variáveis a ter em consideração. A par do incentivo ao investimento industrial, deve manter-se e reforçar-se o apoio à I&D, uma vez que, a médio prazo, só com inovação será possível sermos competitivos em produtos com elevado valor acrescentado. Obviamente que os serviços têm um peso relevante na atividade económica, mas devemos fortalecer a com-

não estão, duma forma geral, orientados para o setor industrial e não me parece que vão ter um impacto estruturante no setor. Há uma forte componente social e de investimento em obras públicas, que é uma opção política clara. Indiretamente, em alguns subsetores industriais, terão naturalmente um impacto significativo, mas abaixo do que seria necessário para a reindustrialização do país e o reforço da competitividade internacional. A última crise que passámos mostrou-nos que há setores muito competitivos, que foram capazes de dinamizar fortemente as exportações, gerando emprego qualificado e crescimento para o país. Seria muito importante que parte do PRR fosse canalizado para esses setores, que são competitivos à escala internacional, se continuassem a desenvolver.

4. – O ano de 2020 foi complexo, afetou a nossa atividade internacional e a I&D pelas condicionantes resultantes da pandemia e das diversas restrições existentes à atividade económica. No entanto, foram sendo encontradas soluções para minimizar os problemas e este ano a situação está a caminhar para a normalidade, acreditando-se que o quarto trimestre será muito próximo do normal. Temos o nosso último medicamento de investigação Bial, Ongentys, um novo anti- parkinsoniano, lançado nos principais mercados mundiais e que será um dos principais motores de desenvolvimento Bial nes-


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para a "reindustrialização do país e o reforço da competitividade internacional" ta década. Em 2020, foi lançado nos EUA, Japão, Suíça e Coreia do Sul, sendo os EUA e o Japão, respetivamente, o primeiro e segundo maior mercados mundiais para a doença de Parkinson. O seu lançamento foi afetado pelas restrições existentes nesses mercados, similares às que ocorreram em Portugal no setor da saúde (forte redução das consultas presenciais, decréscimo significativo na identificação de novos doentes, condicionantes no acesso dos doentes aos hospitais, etc.), mas acreditamos que em 2022/ 2023 se normalizará a atividade na Europa, EUA e Japão, as nossas principais áreas

geográficas. Ao nível da I&D, estamos a reforçar a nossa atividade na realização de ensaios clínicos, quer pela continuidade dos já existentes, quer no lançamento de novos ensaios. É fundamental para permitir o avanço da investigação e criar condições para trazer aos doentes novos medicamentos. Em 2020, houve uma enorme dificuldade em recrutar pacientes para ensaios clínicos, mas estimamos que no quarto trimestre de 2021 já possamos ter condições mais propícias à sua realização. Estamos confiantes de que 2021-2023 será um período de forte desenvolvimento para a

Bial, com um elevado investimento na ampliação e remodelação das nossas instalações industriais e logísticas (estamos a construir uma nova fábrica de antibióticos, a ampliar a fábrica geral e a alargar de forma significativa a área logística), com o desenvolvimento de vários projetos de I&D na fase de ensaios clínicos, e o lançamento de novos medicamentos em diversos mercados. Sentimos que é fundamental reforçar o investimento, nomeadamente em I&D. A inovação tem sido absolutamente fundamental para o nosso desenvolvimento e para resistir aos períodos de crise.

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"O PRR deve apoiar mais a indústria, melhorando o desempenho das médias e grandes empresas que tenham condições de crescimento, bem como apoiar novos negócios" 1 – Apesar da forte contração da economia, fruto do choque económico provocado pelas restrições da covid-19, as mais recentes projeções apontam para um crescimento da economia portuguesa acima dos 4%. Assistimos a uma evidente redução da atividade na indústria, no comércio e nos serviços e, não obstante essa redução, a Efapel, e a par das projeções da OCDE e do FMI, prevê acompanhar o crescimento na ordem dos 5% face ao ano anterior.

2. – Para o relançamento do setor industrial, é necessário um forte investimento, não somente em grandes projetos controlados pelo Estado, mas em todas as médias e grandes empresas com potencial de crescimento em Portugal. Não obstante, consideramos que a evolução do setor industrial tem sido crescente e para tal, tem contribuído o crescimento de alguns setores de atividade, nomeadamente a Efapel, como maior fabricante nacional

de aparelhagem elétrica de baixa tensão. A empresa caracteriza-se pela sua agilidade nas constantes adaptações ao mercado, pelo investimento em inovação, bem como pela aposta constante na qualificação e competência dos seus ativos.

3. – Entendemos que o PRR deve tender a apoiar mais a indústria, melhorando o desempenho das médias e grandes empresas que tenham condições de crescimento e desenvolvimento, bem como

nar o ano com um crescimento de 4,8%, euros. Deste montante, 13.900 milhões depois da travagem de -7,6% registada de euros referem-se a subvenções a fundo em 2020, de acordo com as previsões perdido e 2.700 milhões a empréstimos mais recentes do Banco de Portugal. Este em condições favoráveis. crescimento representa uma revisão em Para já, saliente-se que o Governo alta face às anteriores projeções de março lançou já o Fundo de Capitalização e do Banco Central. Resiliência, com as primeiras verbas para Quanto ao Plano de Recuperação a capitalização, no valor de 320 milhões e Resiliência (PRR) delineado por de euros, e mais 100 milhões para apoiar Bruxelas para catapultar o crescimento as micro e pequenas empresas. No total, dos Estados-membros, Portugal come- este Fundo pode chegar a 1.300 milhões, çou já a receber as primeiras verbas deste com verbas do PRR. programa. No início de agosto, Portugal O Fundo é detido pela Agência para a recebeu 2.200 milhões de euros, referente Competitividade e Inovação (IAPMEI) ao pré-financiamento de 13% da chama- e gerido pelo Banco Português de da "bazuca" europeia, que ascende a um Fomento. Tem como objetivo “aportar montante global de 16.600 milhões de apoio público para reforçar a solvência 38 ACT UALIDAD€

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apoiar novos negócios com projetos válidos para a nossa economia. O desenvolvimento do nosso país passa em boa medida pela produção de produtos e/ ou serviços exportáveis e ou que substituam as importações. Em qualquer caso, o primeiro passo a dar para desenvolver o nosso país passa pela formação e qualificação dos gestores, sendo um dos fatores críticos de sucesso que atualmente se descura. Não consideraria apoios a empresas que não tenham ou não apostem na formação em gestão.

4. – Apesar de não termos recorrido ao lay-off, estamos com dificuldade na mão de obra, o que se mantém e se agudiza desde que os colaboradores ficaram em regime de apoio à família. Nunca mais recuperámos o nosso nível de stock ideal. Porém, e apesar de tudo, temos mantido o crescimento face ao facto da construção civil, da qual dependemos, ter mantido um bom nível de atividade. das sociedades comerciais que desenvolvam atividade em território nacional”, que tenham sido “afetadas pelo impacto da pandemia”. Visa ainda “apoiar o reforço de capital de sociedades comerciais em processo de crescimento e consolidação”. No âmbito do PRR, para a indústria, serão canalizados cerca de três mil milhões de euros a fundo perdido, mas contando com o Banco de Fomento e projetos com impacto indireto (descarbonização, transição digital, etc.), a ajuda às empresas pode chegar a 3% do PIB. No entanto, as associações industriais pediram um reforço adicional de 700 milhões de euros para o sistema produtivo. 


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ADVOCACIA E FISCALIDADE

aBOGACÍA Y FISCALIDAD

Costa Pinto Advogados apresenta uma nova imagem institucional A

Costa Pinto Advogados apresentou a sua nova imagem institucional, assente no conceito de “uncomplicated business”. Com linhas mais modernas e limpas, esta alteração da marca visa sublinhar a opção estratégica da sociedade adotada há oito anos de se posicionar como uma sociedade de direito dos negócios.

José Costa Pinto, fundador da sociedade, salienta que “ao longo destes oito anos fomos conhecendo melhor as necessidades particulares sentidas pelos investidores no momento da aquisição ou alienação dos ativos e na gestão dos mesmos e quisemos na nova marca refletir os valores que acreditamos serem os indispensáveis para a assessoria jurídica relevante”.

Na nova marca, ressalta a assinatura “Legal/ tax/ compliance”, competências que traduzem os três pilares fulcrais da assessoria prestada pela Costa Pinto Advogados aos seus clientes nacionais e internacionais, refletindo, de resto, “um esforço que temos feito no reforço da equipa nestas competências”, justifica José Costa Pinto. 

PRA reforça presença nos Açores Num contexto que é também de cres- de Sá, também adcimento da sua equipa, a PRA altera a ministradora do eslocalização do seu escritório em Ponta critório PRA Açores, Delgada, onde se encontra presente há o objetivo é “fazer o cerca de 14 anos. “Queremos que este nosso melhor para novo espaço, num edifício abraçado pela potenciar ainda zona histórica de Ponta Delgada, robus- mais este projeto, teça a nossa aposta na Região Autóno- que não é novo, ma dos Açores, no crescimento da PRA mas que se renova e que continue a ser uma referência na agora, procurando região”, refere Pedro Raposo, presidente respeitar a cultura do conselho de administração da PRA. local, e focarmoO novo escritório encontra-se localizado -nos, designadaperto do tribunal de Ponta Delgada, sen- mente, no investido mais central. Segundo destaca Joana mento sustentável, que a realidade atual

e a região assim exigem”.

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

Em trânsito: »

A Sérvulo & Associados reforçou a sua equipa com as contratações de Pedro Silveira Borges como sócio e de Catarina Marques da Silva como associada. O primeiro advogado, que transita da sociedade Serra Lopes, Cortes Martins & Associados (SLCM), e a segunda advogada, que vem da Caiado Guerreiro, irão agora reforçar os departamentos de Corporate/ M&A (fusões e aquisições) e Energia da Sérvulo & Associados.

» A Cuatrecasas promoveu a sócio o advogado 40 act ualidad€

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Rui Vaz Pereira (na foto), da área de Laboral do escritório de Lisboa. Na mesma assembleia geral de sócios, realizada no final de abril, foram ainda promovidos a sócios, em Espanha, os advogados Almudena Batista Jiménez, Carlos Ara Triadú, Manuel Franco Vergel, Moisés Oller Angusto, Paz Irazusta Córdoba e Rosa Gual Tomàs, e a consultores Carlos Ramírez Sánchez, Jorge Monclús Ruiz e Carmen Arribillaga Sorondo.



setor imobiliário

sector inmobiliario

Casas antigas cada vez mais procuradas por investidores imobiliários

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segmento premium de reabilitação de casas tem sido um dos nichos mais explorados durante os últimos anos e, de acordo com dados da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, constantes no mais recente barómetro de reabilitação urbana, este nicho registou em junho uma taxa de crescimento homólogo de 7,2%. A Engel & Völkers, multinacional

alemã especializada na mediação de imóveis de luxo, também tem verificado no último ano uma crescente procura por propriedades reabilitadas. “A preservação da história, valorizada por muitos investidores premium, parece ser um dos fatores que levam a adquirir esta tipologia de casas”, refere a mediadora. Atualmente, em Portugal, a Engel & Volkers apresenta algumas propriedades repletas de história e disponíveis para processos de restauração, como seja um apartamento do século XVIII no coração do Chiado, um dos bairros mais emblemáticos e tradicionais da cidade de Lisboa. Aqui figura um apartamento do século XVIII, avaliado em 3,95 milhões de euros. O imóvel destaca-se pela sua grandiosidade

e características arquitetónicas, no qual se mantêm todos os elementos originais, com evidência para os murais de azulejos que revestem as paredes dos corredores, quartos e salas. A habitação conta com 12 assoalhadas, salões nobres, uma capela privada e um terraço com 105 metros quadrados, sendo decorada com grandes frescos nos tetos. Este apartamento tem aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa um projeto de remodelação e modernização, mantendo a beleza e charme original. De destacar neste portefólio, ainda, um palacete com 17 quartos, na zona de Campo de Ourique (na foto). Datado do século XVII, o imóvel conta com 500 metros quadrados, divididos por três pisos, e um terreno de mil metros quadrados. Todas as divisões estão decoradas com artigos da época. Está avaliada em 2,999 milhões de euros. 

Mercado de escritórios de Lisboa mostra sinais de alguma recuperação em julho E ntre janeiro e julho de 2021, o mercado de escritórios de Lisboa contabilizou um volume de absorção total de 68.700 metros quadrados, menos 19% face ao mesmo período de 2020 e 45% abaixo do volume alcançado nos primeiros sete meses 2019, na fase pré-pandemia, de acordo com a mais recente análise da consultora imobiliária Savills. No entanto, a consultora mostra-se otimista. “A recuperação no segundo semestre parece cada vez mais evidente. Ainda que o mercado esteja a sofrer as ‘mazelas’ do confinamento vivido nos últimos meses, o apetite das empresas por Lisboa mantém-se visível, principalmente no setor das tecnologias e informática. É também curioso observar as novas tendências que a pandemia trouxe aos espaços de trabalho. Com as

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zonas centrais a apresentarem taxas de disponibilidade cada vez mais residuais, a procura de localizações secundárias e espaços de trabalho mais alternativos vieram diversificar o perfil de procura”, constata Ana Redondo, associate director do Departamento de Office Agency da Savills Portugal. No decurso do primeiro semestre de 2021, a Zona 5 (Parque das Nações) observou o maior volume de absorção, com aproximadamente 21 mil metros quadrados. No entanto, contabilizando apenas o mês de julho, a zona com maior volume de absorção foi a zona 7 (Outras zonas), onde se destaca a operação da Bi4ALL, que foi responsável por sete mil metros quadrados. Nos primeiros sete meses do ano, foram fechadas 67 operações, mais 10 do que

no período compreendido entre janeiro e julho de 2020. A zona que apresentou o maior número de transações foi a zona 2 (CBD), com 19 transações e uma área média contratada de 512 metros quadrados. Relativamente aos setores de atividade mais dinâmicos, o setor das TMT & utilities continua a exercer um peso significativo (47%) no volume total de absorção do mercado de escritórios de Lisboa, confirmando a atratividade da capital portuguesa para a instalação de empresas do setor das tecnologias de informação e comunicação. Nos sete primeiros meses do ano, das 67 operações fechadas, o maior volume de absorção observou-se no intervalo de áreas dos 1.501 aos três mil metros quadrados, totalizando cerca de 17.500 metros quadrados. 


sector inmobiliario

setor imobiliário

Casas do Forte: novo empreendimento vai nascer na região de Tavira C asas do Forte é o novo empreendimento imobiliário que vem reforçar a oferta do MA XGROUP, grupo imobiliário pioneiro da rede RE/MA X em Portugal, e que irá trazer elegância e modernidade à típica vila piscatória de Cabanas de Tavira. Situado junto à Ria Formosa, uma das vistas mais apreciadas na região de Tavira, e à praia de Cabanas com 7 km de areia dourada banhada por um mar transparente e calmo, este empreendimento, com 11,500m2 e que tem o Forte de S. João da Barra como pano de fundo, vai acolher 65 habitações de tipologia T2 e 15 habitações de tipologia T3. Ladeando o jardim familiar com piscina e solário, os apartamentos distribuem-se em dois núcleos paralelos e simétricos entre si, tendo sido desenhados para se relacionarem naturalmente com o espaço exterior. Todas as habitações dispõem de varandas e terraços e algumas ainda estão capacitadas com piscina ou jardins privativos.

No interior, os padrões de modernidade e conforto são igualmente elevados. Todos os apartamentos possuem três pisos e estacionamento privativo no piso -1. Todos os apartamentos têm cozinha equipada, porta de segurança com fecho de segurança, caixilharia de alumínio com vidro du-

O empreendimento Casas do Forte nasce do reencontro da arquitetura contemporânea com a arquitetura popular, enquadrando a herança das raízes mediterrânicas. A simplicidade dos materiais e das formas promove a arquitetura bioclimática, ligando os residentes aos valores locais algarvios.

plo e corte térmico, ar condicionado, vídeo porteiro e isolamento acústico entre pisos e frações. No jardim comum, a piscina desnivelada permite criar uma barreira natural de proteção e conta com uma zona de apoio com balneários, um pequeno ginásio, uma zona de receção, elevador em todos os edifícios e todas as habituais comodidades.

A construção das Casas do Forte está assegurada pelos promotores Alves Ribeiro, Mundicenter e Imogávea e a sua arquitetura por R RJ Arquitetos. A R E/MA X Maxgroup Tavira está a comercializar o empreendimento e os preços variam consoante a tipologia do imóvel, começando nos 240 mil euros, adianta a empresa comercializadora. 

Rendas baixaram quase 10% em Lisboa durante a pandemia D e acordo com um estudo do “Idealista.pt”, arrendar casa ficou mais barato durante o ano passado em Portugal, com os preços a caírem com mais força em Leiria e em Lisboa. Na capital do país, o preço do arrendamento de casas caiu 9,6% em março de 2021, face ao mesmo mês do ano passado. Contudo, é

Leiria que lidera as quedas entre as capitais de distrito (-18,6%), e Braga (-9,5%) surge na terceira posição. O preço de arrendamento desceu em 6 capitais de distrito, e aumentou em Castelo Branco e Setúbal (13% em ambas as cidades), Ponta Delgada (11,6%), Coimbra (11,2%), Viseu (7,8%), Funchal (3,9%) e Faro (1,6%).

Lisboa continua a ser a cidade onde é mais caro arrendar casa, com o preço por metro quadrado a tocar nos 13,6 euros. Porto (10,6 euros) e Funchal (8,4 euros) ocupam o segundo e terceiro lugares, respetivamente. Já as cidades mais económicas são Castelo Branco (4,6 euros), Leiria (4,9 euros) e Viseu (5,2 euros). 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR SETEMBRO DE 2021

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setor imobiliário

sector inmobiliario

La inversión inmobiliaria se hunde un 60% en el arranque del año

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l año de 2021 comenzó con un volumen de compras, en el mercado inmobiliario español, de 1.558 millones de euros, según los datos del primer trimestre.

Este valor representa un 61% menos que un año antes, justo cuando comenzó la pandemia de covid-19, según la consultora CBR E.

Entre enero y marzo de 2020, se había producido un récord de adquisiciones, con casi cuatro mil millones de euros invertidos. La debilidad inversora se extiende por todos los segmentos. Especialmente signif icativo es el desplome en retail , que únicamente sumó 75 millones en inversión, sobre todo si se compara con un animado primer trimestre de 2020, cuando se cerraron las ventas de grandes centros comerciales como Puerto Venecia e Intu Asturias. En lo que va de año, los supermercados siguen siendo el activo más atractivo para los inversores y han protagonizado la única transacción relevante, la compra de un portfolio de estas tiendas por parte de Blackbrook Capita l a Lar, por 59 millones de euros. 

El precio del alquiler cae en torno al 15% interanual en las capitales más tensionadas E l precio medio del alquiler en España se situó a finales del primer trimestre de 2021 en los 958 euros mensuales para una vivienda tipo, una cifra que supone un descenso del 0,21% en relación a febrero, del 2,24% en comparación con su valor a cierre de 2020 y del 4,37% interanual. Los datos, publicados por el portal inmobiliario “Pisos. com”, revelan que el descenso llegó a los dos dígitos en la comparativa interanual en hasta 13 capitales de provincias, incluyendo varias de las más tensionadas de España, que cayeron incluso por encima del 15%. La renta media se redujo en Barcelona un 16,96%, un 14,96% en Madrid, un 15,6% en Málaga, un

14,71% en Palma de Mallorca y un 16% en Sevilla. En Valencia, el precio se recortó un

12%, en Santa Cruz de Tenerife lo hizo un 7,39% y en Las Palmas un 3,74%. 

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

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sector inmobiliario

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ciência e tecnologia

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Tlantic facilita transformação digital das marcas retalhistas A Tlantic, uma empresa de apoio à transformação digital de empresas retalhistas que conta já com quase 20 anos de experiência no mercado, considera essencial que as marcas acelerem a integraçao tecnológica das suas redes comerciais, para chegar mais perto dos clientes.

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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

Tlantic é uma nova empresa da área tecnológica, que “nasceu com a missão de apoiar os retalhistas na transformação de suas operações de loja e na comunicação digital e relacionamento com o cliente. Nós assumimos o desafio de operar a partir da loja, com soluções que agilizam e facilitam a operação, a gestão de pessoas e transações e a comunicação com os consumidores, onde quer que estejam”, enquadra Paulo Magalhães (na foto), CEO da Tlantic. “As nossas soluções visam dar respostas às necessidades de gestão 46 ACT UALIDAD€

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dos processos da loja e dos proces- lução totalmente móvel, a execução sos de gestão dos colaboradores do eficiente e o controlo de todos os setor retalhista, para elevar, através processos de loja (gestão dos fluxos de soluções e serviços, a eficiência, de stock , gestão de preço, auditoprodutividade, rentabilidade, eco- rias, gestão de ruturas, abastecinomia e nível de serviço das lojas. mento de mercadorias na gôndola, Fazemos isso por meio de três solu- controlo de validades, entre ouções: Tlantic Workforce Manage- tros)”. A empresa disponibiliza ainment, solução de gestão de força de da uma integração do front office trabalho que estima as necessida- da loja, através da solução Tlantic des de trabalho, faz o planeamento Store Sales Services, uma “arquitedas escalas e gestão de horários dos tura modular, flexível e orientada a colaboradores da loja, que entende serviços, promovendo a integração e gere a realidade da loja e otimi- com as aplicações corporativas dos za o tempo dos gestores na gestão clientes, gerindo a tesouraria da destas escalas. O Tlantic Mobile loja, o processo de venda e mantenRetail garante, através de uma so- do o controlo e monitorização ope-


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ciência e tecnologia

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racional dos operadores de caixa”, adianta o mesmo responsável. Quanto ao perfil de clientes da nova empresa, o gestor assegura ainda que “a partir da complementariedade das nossas ofertas, nós conseguimos atingir todos os processos do retalho, e o fazemos para qualquer retalhista, geografia, dimensão ou formato”. No portefólio de clientes, contam-se empresas como o Lidl, Auchan, as insígnias da Sonae MC, farmácias de diferentes dimensões, no Brasil e em Portugal, redes de fast fashion, lojas de decoração como a Kinda Home, lojas de desporto como as insígnias da ISRG, retalho de artigos eletrónicos, como a Worten, entre outros. Com quase duas décadas de atuação com foco exclusivo no desenvolvimento de soluções para o retalho, a empresa conta com uma centena de colaboradores, que atuam em 23 retalhistas com mais de cinco mil lojas. Atualmente, além da atividade consolidada em Portugal, a Tlantic está presente em Espanha, Brasil, França e Reino Unido, e o objetivo a curto e médio prazo passa por aumentar a presença da empresa nestes mercados e criar estrutura para se expandir para outras 48 ACT UALIDAD€

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geografias. “Queremos consolidar a nossa presença no mercado espanhol, como prioridade e expandir para França e Inglaterra. Na América Latina vamos atuar, principalmente, no Chile e na Colômbia, países onde temos atuação mais ativa através de parceiros estratégicos”, antecipa o CEO da Tlantic. “O grande desafio do retalho nunca esteve tão em evidência como agora, após a pandemia. O principal objetivo de cada retalhista é organizar a informação para tornar as empresas mais competitivas. O aumento da complexidade dos processos de compras demonstra que o poder do “conhecimento” é a chave para todos os negócios de sucesso no futuro. Os modelos de operação precisam de ser ajustados de forma muito mais acelerada. Num mundo cada vez mais digital, o “novo normal” será diferente do que estamos habituados e, em breve, todos estaremos organizados para este novo paradigma. E é neste sentido que a Tlantic ajuda os retalhistas. Nós assumimos o desafio da inovação e da transformação digital desde o início da Tlantic, estamos um passo à frente, na busca por inovação e melhoria contínua atra-

vés da tecnologia oferecida pelas nossas soluções. Acreditamos que a tecnologia é o que impulsiona a transformação da loja. Por isso, com as nossas soluções conseguimos complementar todas as fases do processo da loja, desde a gestão interna dos colaboradores até toda a gestão da informação operacional das lojas, assim como a integração da frente de caixa de forma a garantir um melhor atendimento ao cliente. Promovemos benefícios na melhoria dos processos, com entrega de resultados direta no serviço ao cliente, o que traduz-se na redução de filas, atendimento mais personalizado, velocidade de abastecimento do artigo na prateleira, menos vendas perdidas e mais rigor do stock, redução de custos, entre tantos outros benefícios”, frisa ainda Paulo Magalhães. Se alguns setores se apresentam mais maduros, em termos de e-commerce e oferta de serviços digitais aos clientes, outros ainda enfrentam desafios complexos para ultrapassar, adianta, realçando o caso do retalho alimentar, que “mostra que estamos longe de ser um modelo estável para a compra digital de dezenas de itens, diversificados e de baixo valor. Mesmo nos casos mais bem-sucedidos, o comércio eletrónico no setor alimentar é irrelevante quando medido pela proporção nas vendas totais dos retalhistas e com elevada exigência do ponto de vista logístico, humano com retornos incipientes”, considera. Este será um dos setores onde os serviços da Tlantic podem fazer a diferença. “A nossa solução móvel de operação de loja pode ser totalmente interligada com o processo de separação de artigos para a entrega ao cliente, de forma a garantir a eficiência operacional necessária, para que o retalhista possa gerir o seu negócio de acordo com uma estratégia omnichannel ”, sublinha Paulo Magalhães. 


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Vinhos & Gourmet

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“Nunca conseguiremos substituir, na adega, o que a natureza nos dá” Com reconhecimento nacional e internacional, Susana Esteban faz vinhos portugue-

ses desde 1999. Nasceu em Tui, apaixonou-se pelo Douro, onde trabalhou nas quintas do Côtto e do Crasto, e em 2011 mudou-se para a zona mais fresca do Alentejo, para iniciar a sua própria adega e potenciar o terroir da Serra de São Mamede, de onde extrai vinhos “com boa acidez”, feitos para apreciar à mesa, com comida.

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Texto Susana Marques smarquea@ccile.org Fotos DR

uando percebeu que queria trabalhar no setor dos vinhos e o que a atrai nesta área?

O meu primeiro trabalho como enóloga foi em 1999, na Quinta do Côtto, de Miguel Champalimaud, no Douro, região onde já tinha estagiado, na Sandeman. Na minha família não havia ligação ao mundo dos vinhos e eu só sabia que não queria trabalhar num local fechado, sentada a uma secretária. Interessava-me por agricultura e acabei por estudar química, até porque em Espanha não havia curso de enologia, na altura. No entanto, na Galiza, nas Rias Baixas,

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o setor dos vinhos estava cada vez mais de treino diário, muitas garrafas… Há dinâmico e eu comecei a fazer provas de também uma componente artística, que vinhos e cursos de provas e gostei. Senti- depende da sensibilidade de cada um: eu me imediatamente engajada! Tanto que não faço um lote igual a outra pessoa. A depois da licenciatura, fiz um mestrado escolha das uvas é muito pessoal. em viticultura e enologia na região vinícola da Rioja. Ganhei uma bolsa para Como descreve os seus vinhos? Que fazer um estágio num país da União características destaca nos seus vinhos? Europeia e escolhi o Douro. Nos meus vinhos tento expressar a zona de onde são, o que significa intervir o Que características tem que ter um candi- menos possível na vinha. Interessa-me dato a enólogo? valorizar o terroir, a vinha e as caracterísTem que treinar muito, provar muito, ticas da zona onde se desenvolve. experimentar muito. Ter um dom não Gosto especialmente de zonas frescas é suficiente. É preciso trabalhar muito. porque aprecio uma boa acidez nos Tal como um atleta: são muitas horas vinhos. Por isso demorei dois anos à pro-


vinos & Gourmet

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cura de uma zona no Alentejo com estas características. Quando decidi ter um projeto meu, escolhi a zona da Serra de São Mamede (Portalegre) precisamente por ser fresca. Não tem nada que ver com outras zonas do Alentejo. Quero que os meus vinhos sejam harmoniosos: quando usamos os sentidos, em conjunto, deve haver harmonia no que o vinho nos transmite. Faço vinhos gastronómicos, para beber à mesa com comida e aguentar na garrafa muitos anos. Não faço vinhos para beber na piscina! Que vinhos seus destaca?

É impossível escolher. Gosto de todos. Atualmente produzo no meu projeto pessoal 35 mil garrafas. Quero chegar às 50 mil e manter. Não quero crescer mais do que isso porque quero controlar todo o processo. Faço nove vinhos distintos e faço pouca quantidade de cada um porque quero preservar a identidade, decorrente de ter vinhas que foram plantadas há 80 anos. Isso torna o vinho muito especial. Trabalho sempre com castas nacionais, como a Arinto e a Roupeiro (brancos) e a Touriga Nacional e a Castelão (tintos). Há mais castas brancas do que tintas nas vinhas velhas que trabalho. Os brancos evoluíram muito. Como descreve a evolução do setor da enologia desde que começou a trabalhar?

O salto qualitativo dos vinhos portugueses foi brutal. Quando cheguei a Portugal estava a começar uma revolução nas vinhas do Douro. Nos últimos vinte anos, os tintos deram um salto qualitativo enorme. Mais recentemente, nos últimos seis ou sete anos, tem havido uma explosão de bons brancos. Não era fácil antes encontrar brancos de qualidade. Quando se consegue fazer brancos que envelhecem bem, isso é raro e indescritível. Hoje há grandes brancos do Minho ao Algarve. O que é fascinante em Portugal é que se conseguem elaborar grandes vinhos em todo o país e muito diferentes entre si. Em Portugal Continental e também nas

ilhas há uma enorme riqueza e variedade de castas, de climas e de solos. Nas ilhas a viticultura é difícil e exige um grande esforço porque há muita salinidade, mas quando resulta é inacreditável. O Dão também é uma zona excelente. A Bairrada também. Portugal tem excelentes adegas e grandes enólogos. Gosto de viajar e conhecer outras regiões de vinhos de diferentes países e considero que Portugal ainda é um diamante em bruto! Estamos ainda no início de um percurso que pode ser espetacular.

sigo colocar um branco do Alentejo a 60 euros, quando antes estavam a seis euros. Sou completamente contra elevar o preço de um vinho sem que ele tenha dado provas, mas se fazemos um grande vinho, temos que ser capazes de o posicionar no mercado, de modo a que o valor corresponda ao produto. Curiosamente, no meu projeto, são os vinhos brancos que estão mais bem cotados internacionalmente. Ainda há desajustamento entre o preço e a qualidade do produto, no caso dos vinhos portugueses. Portugal estava posiEm que áreas há uma maior necessidade cionado como país de vinhos baratos e de evolução? isso demora tempo a mudar. O cresciÉ na vinha que os vinhos bons nascem. mento do turismo ajudou porque ninÉ aí, mais do que nas adegas, que é guém ia comprar um vinho de um país preciso melhorar. Nem todos os viticul- que nem sequer sabe onde fica. tores sabem regar bem, na altura e na Há milhares de marcas e é um mundo quantidade certa. Só uso no meu projeto muito complexo. É preciso criar marcas fortes e fortalecer a marca Portugal como vinhas de sequeiro (sem rega). Falta conhecer melhor os vinhos na país de excelentes vinhos e de excelente origem. Se uma vinha gera um bom gastronomia, que sabe receber. Esse é vinho é preciso saber porquê? Estudar um trabalho de equipa. todos os fatores que concorrem para esse resultado. Foi um pouco isso que fizeram com a A região de Bordéus consegue produzir Douro Boys? 300 mil garrafas de qualidade superior, Eu já saí da Douro Boys há muitos porque estuda muito bem todas as vari- anos. Era uma parceria comercial: junáveis. támo-nos precisamente para promover Penso que também é preciso trabalhar a região e os nossos vinhos no mercado melhor a vertente comercial e saber internacional. posicionar melhor os vinhos portugueses. No meu projeto, foi muito difícil posi- Continua a trabalhar em diversas parcecionar os vinhos brancos. Agora con- rias, como é o caso dos vinhos que faz SETEMBRO DE 2021

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com a enóloga Sandra Tavares da Silva? Além do Crochet e Tricot estão previstos outros vinhos?

Os vinhos Crochet (Douro) e Tricot (Alentejo), que fazemos juntas, resultam essencialmente da vontade de estarmos juntas. Somos amigas e fazer estes vinhos é um pretexto para nos juntarmos. Eu vou ao Douro e ela vem ao Alentejo e puxamos uma pela outra. Há uma criatividade contagiante e gratificante. Gosto muito de trabalhar com outros enólogos e por isso criei o projeto Sidecar. Todos os anos, desafio um amigo a fazer um vinho na minha adega, em Mora. São eles que decidem como interpretar as fantásticas vinhas desta região. Eles conduzem a moto e eu vou ao lado.

ser respeitadas as suas características de primeiro Cabriolet, que só “circulará” origem. Não é uma casta que deva ser quando uma determinada casta, em plantada no Baixo Alentejo, por exem- determinado ano, nos volte a surpreConcorda que a Touriga Nacional (que plo. A Serra de São Mamede tem carac- ender, como aconteceu com a Touriga também cultiva) é uma das castas mais terísticas semelhantes à região do Dão, Nacional de 2017. relevantes em Portugal? em termos de frescura, o que permitiu O desafio é respeitar a origem da casta? A Touriga Nacional é uma grande casta obter um vinho de enorme qualidade. Sim. Se a casta Alvarinho se dá tão bem oriunda do Dão, que é fresco e graníti- Eu decidi fazer um monocasta Touriga em zonas frescas como o Alto Minho co. É inacreditável! Poucas castas têm a Nacional precisamente pela sua quali- e a Galiza não faz sentido plantá-la em complexidade desta casta, porém devem dade e complexidade. Assim nasceu o zonas com outras características. Temos que conhecer bem as características e as condições de cada vinha e estudar o que faz a diferença nessas castas e nessas zonas para perceber o que determina a qualidade de um vinho. Nunca conSusana Esteban nasceu perto to, quando encontrou em Portaseguiremos substituir na adega o que a de Portugal, em Tui, na Galiza. legre “uma vinha tradicional que natureza nos dá. A carreira que elegeu levou-a a reúne um conjunto alargado de A natureza está a mudar… Tendo em cruzar a fronteira, primeiro para castas tradicionais de produção conta os efeitos das alterações climátiestagiar e depois para trabalhar. baixíssima que acrescenta uma cas vamos, inevitavelmente, ter vinhos Licenciada em Ciências Quími- frescura e complexidade pouco muito diferentes no futuro? cas pela Universidade de San- habituais, e uma vinha 100% AliAs alterações climáticas podem interferir tiago de Compostela e Mestre cante Bouschet, que aporta poem muitas vinhas. As vindimas podem em Viticultura e Enologia pela tência e estrutura”. acontecer mais cedo ou mais tarde, Universidade de La Rioja, come- Em 2012, Susana Esteban é eleidependendo das condições do clima. çou a sua trajetória como enólo- ta “Enólogo do Ano”, pela ReTalvez por isso a serra esteja agora na ga em 1999, na Quinta do Côtto vista de Vinhos, tendo sido até moda, como as zonas mais perto do mar. (no Douro), depois de ter esta- a data a única mulher a quem Escolhi a Serra de São Mamede, porque giado na Sandeman. Manteve- foi atribuída esta distinção. Em acho fundamental a frescura nos vinhos, -se na região para passar a tra- 2016 foi-lhe atribuído o prémio e esta zona é fresca de forma natural. O balhar na Quita do Crasto, entre “Produtor Revelação do Ano mesmo acontece com zonas mais perto 2015” pela revista “Wine - A Es2002 e 2007. do mar. Isso permite-me ter no meu Desde 2007, a enóloga trabalha sência do Vinho”, pelo enorme projeto vinhas de sequeiro. como consultora em diferentes sucesso atingido com os vinhos Este ano, estamos [entrevista feita no produtores do Alentejo, e em produzidos, quer a nível nacioinício de agosto] com um verão fresco 2011 iniciou o seu próprio proje- nal como internacional. e acho que será um grande ano para os vinhos portugueses. 

A primeira mulher premiada com o título “Enólogo do ano” em Portugal

52 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2021


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Vinhos da Bairrada sobem à mesa da 2ª edição do circuito de arte “São 7 na Eira”

E

m setembro, mês de vindimas, os sábados prometem ser ainda mais especiais na Bairrada, graças à “2.ª edição do São 7 na Eira”, que junta música, artes visuais, poesia, gastronomia e vinhos da Bairrada.

Tudo isto ao final do dia e noite dentro, num restaurante de Oiã, à beira da grande lagoa natural Pateira de Fermentelos. O circuito de arte “São 7 na Eira” nasceu em 2020, de uma conversa e posterior parceria entre David Rocha, proprietário do Eira no Pato Ougado, e Leandra Morais, produtora cultural. Esta edição tem o Ministério da Cultura como parceiro institucional e conta com a Comissão Vitivinícola da Bairrada, no apoio à produção. O nome sugere o horário do evento (sete da tarde), que é constituído por quatro sessões ao todo, e o local (Eira do Pato Ougado). Os dias são temáticos, sendo “O Feminino” o tema da primeira noite, a 4 de setembro, contando com David Bento e Gabriela Peres na música, bem como outros artistas. O jantar, elaborado pelo chefe Leandro Alves, será harmonizado com vinhos de Luís Pato e sua filha Maria João. A 11 de setembro, o tema inverte-se e passa a ser

“O Masculino”. Abrilhantam o serão o músico Hugo Correira, sendo a criação gastronómica inspirada em “Falo-Fá-LoTu” e acompanhada por vinhos do produtor Arcos do Rei. A 18 de setembro, é “A Melatonina” que faz as honras da casa, dando mote ao jantar, em que o “casamento” é feito com vinhos da Quinta dos Abibes, do produtor Batel Marques. A música estará a cargo de Ricardo Antão e Jonathan Silva, do Nomad Duo. contando igualmente com um artista plástico e um declamador de poesia. A fechar este ciclo de 2021, a 25 de setembro, o mote será “A Serotonina”, sendo quase certo que os presentes vão ser brindados com cogumelos, vegetais e frutas, durante o jantar. Isto porque são ricos na molécula em causa, que vai “maridar” com espumantes e vinhos das Caves do Solar de São Domingos. Música, pintura e poesia constarão também da ementa. 

Vinhos do Tejo apostam na Polónia e Rússia O s Vinhos do Tejo têm feito uma grande aposta na promoção – e consequente presença – nos mercados externos, através de ações concertadas entre a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo e os agentes económicos da região, com suporte da consultora Wine Intelligence, que, através de estudos de mercado, ajudou a apontar o caminho. Começaram por identificar, em 2014, seis como os mercados estratégicos, trabalhados entre 2014 e 2020. Para este ano, e tendo em conta todas as condicionantes ao nível das viagens e dos eventos, é reforçada a promoção na Polónia e estreia-se o mercado russo. “A Polónia é, atualmente, o mercado mais importante para os Vinhos do Tejo, seguindo-se o Brasil, onde duplicámos as vendas em 2020. Por isso mesmo são países onde a promoção tem

54 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2021

acontecido, in loco, mesmo em tempos de pandemia. Algo que é possível devido à estratégia da CVR Tejo, que elegeu parceiros locais para desenvolver a promoção de forma mais efetiva. Esta foi também a fórmula de sucesso implementada na Rússia”, adianta a CVR. Foi eleito um embaixador dos Vinhos do Tejo para explorar o mercado russo, que chegou a vir a Portugal e visitou dez produtores que elegeram este como um mercado a trabalhar – Adega do Cartaxo, Casal Branco, Casal da Coelheira, Companhia das Lezírias, Encosta do Sobral, Enoport Wines, Fiuza, João M. Barbosa Vinhos, Quinta da Lagoalva e Quinta da Ribeirinha. Depois desta visita, foi tempo de fazer viajar os Vinhos do Tejo eleitos para a Rússia, dando-os a conhecer-se e a degustar em dois eventos: um em Moscovo e outro em São Petersburgo.

Estão ainda previstos outros eventos e ações para este ano. A Rússia é a sexta maior economia mundial e o vinho é um produto de relevo, em crescimento. Com uma dimensão diferente, em termos de área e população, a Polónia é quase que uma coqueluche para os Vinhos do Tejo, onde estão já mais de vinte produtores. Os Vinhos do Tejo promovem vários eventos neste país e patrocinam o “Concurso Nacional de Sommeliers” da Polónia, competição onde os Vinhos do Tejo são elemento essencial das provas, 


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Síbio Rosé 2020: nova colheita de um Douro pleno de sabor e frescura

B

icentenária, criadora de vinhos de grande qualidade e com um portefólio inigualável em Portugal, a Real Companhia Velha acaba de lançar a colheita de 2020 do seu Síbio Rosé, um vinho com muita frescura e pleno de sabor, ideal para o verão. Do Douro, este irresistível rosado revela-se um complemento à altura para prolongar momentos de lazer à beira da piscina, em esplanadas ou restaurantes de praia. Com um sofisticado e elegante packaging, o Síbio Rosé chega ao mercado em três formatos: garrafas de 750 mililitros, 1,5 litros e três litros. Para beber

a solo ou a acompanhar peixes grelhados, vieiras caramelizadas e pratos picantes e especiados, propõe o produtor. Como o nome aponta, o Síbio Rosé tem origem nas terras altas da Quinta do Síbio, no planalto de Alijó, zona conhecida pelo seu clima fresco e solos mais ricos, permitindo assim à Touriga Nacional – casta que dá origem a este vinho – amadurecer de forma mais lenta, preservando o carácter aromático, a frescura e a acidez. Com uma cor clara, ao estilo Provence, o Síbio Rosé 2020 é bastante aromático e cheio de expressão. Apresenta ligeiras nuances de morango, complexadas com notas florais e frutos vermelhos. Na prova, mostra-se repleto de sabores frutados, mas é, ao mesmo tempo, um rosé complexo e com bom volume de boca. No final de prova, é muito equilibrado e cheio de

carácter, revelando uma acidez viva e refrescante. Da Quinta do Síbio, que é uma das cinco propriedades da Real Companhia Velha e considerada um verdadeiro museu a céu aberto, para além do Síbio rosé, produzem-se o Síbio Ananico, um varietal de Moscatel Ottonel, o Síbio Arinto e o Síbio Field Blend, nos brancos, e o Síbio tinto. Situada em pleno vale do Roncão – famoso pela excelência dos seus vinhos–, a Quinta do Síbio é uma das mais antigas e tradicionais propriedades da Real Companhia Velha. Se já esteve confinada a 40 hectares de terra e 10 de vinha, nos dias de hoje estende-se até ao planalto de Alijó, com uma área total de 130 hectares, em que 100 são de vinha. Tendo beneficiado de uma total reconversão das suas vinhas, é palco de um dos projetos mais inovadores da região, onde a RCV recupera antigas castas do Douro, algumas delas em risco de extinção. 

Enoturismo no Quinta do Pôpa também digital O projeto de enoturismo da duriense Quinta do Pôpa, já reaberto ao público, pretende ser também uma inovação em termos de presença digital. É que os irmãos Vanessa e Stéphane Ferreira têm agora a possibilidade de partilhar o seu domínio à beira do rio Douro convidando enófilos, turistas e curiosos para uma imersão virtual: estes podem fazer um tour pela adega, sala de cascos e garrafeira, assim como visitar e fazer compras na loja de vinhos, tudo isto à distância de um acesso digital. Desde o mês passado que estão disponíveis estas visitas virtuais às vinhas, acessíveis através do site do projeto ou de um QR code

presente nos novos contra-rótulos dos vinhos da Quinta do Pôpa. “Esta é uma iniciativa carregada de dinamismo, reflexo do que são, na essência, os netos do Pôpa e o ciclo da vinha e do vinho: a fim de captar atenção dos visitantes, mais do que uma vez e ao longo do ano, o site e as visitas virtuais vão integrar novidades e atualizações permanentes, com recurso a vídeos, mas também novas informações, relevantes para o visitante, que ao inscrever-se como membro do Pôpafriends Wine & Club – no site da Quinta do Pôpa –, vai receber lembretes dessas mesmas atualizações”, afirma o produtor duriense. Entrar virtualmente na Quinta do

Pôpa é uma experiência que não substitui a visita ao vivo, mas acaba por facilitar nesta fase de pandemia e de distância obrigatória, adianta ainda. E há outras vantagens, desde logo porque a visita pode ser feita a qualquer hora do dia e da noite e é gratuita. O “sítio” digital mantém-se, em Quintadopôpa.com, mas a abertura destas portas virtuais ditou que o website fosse restruturado, estando ainda mais adaptado aos dias de hoje. Assim, de qualquer parte do mundo, desde que com acesso à internet – via computador, tablet ou telemóvel – e idade legal para o fazer, todos poderão aceder a este pedaço de património mundial. 

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR SETEMBRO DE 2021

AC T UA L I DA D € 55


Setor automóvel sector automóvil

Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com

Citroën Ami Um novo conceito de mobilidade

Um dos carros mais revolucionários da Citroën chegará a Portugal já neste mês de setembro. O Citröen Ami deverá ainda conquistar o título de elétrico mais barato do mercado. Com sete versões disponíveis, os preços irão váriar entre os 6.900 e os 8.700 euros.

H

Fotos DR

Uma das apostas da Citroën é loucura somarmos as hipóteses de á 100 anos, a Citroën demonstrou ousadia e na estética irreverente, tanto por personalização, em que cada um criatividade na demo- dentro como por fora, pois o AMI “veste” o modelo a seu gosto, é fácil cratização do acesso à surpreende e até pode chocar al- perceber a aposta nos clientes mais mobilidade acessível para guns, pelas suas linhas retas e prá- novos. Curiosamente, para reduzir todos. No início do seu 101 ani- ticas, que à primeira vista tornam os custos, o AMI monta duas portas versário, a Citroën foi novamente difícil perceber onde está a frente rigorosamente iguais, que apenas mais longe ao revelar o AMI, fruto e a traseira. Mas se a esta dose de são invertidas para ser montadas à da reflexão iniciada pelo AMI ONE Concept. Na realidade, não é bem um carro. É, antes, um novo conceito de mobilidade. Ou seja, um daqueles veículos que podem ser conduzidos sem carta de condução. Nascido para ser utilizado exclusivamente em ambiente urbano, não tem acesso às autoestradas, o pequeno Citroën Ami tem um diâmetro de viragem de apenas 7,2 metros para facilitar as manobras. A largura, de apenas 1,39 metros, também ajuda. 56 ACT UALIDAD€

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sector automóvil Setor automóvel

re ao smartphone para desempenhar esquerda ou à direita. O habitáculo é simples, mas não o papel de ecrã central, através do deixa de ter aquecimento. A super- qual se acede ao sistema de navegafície transparente é imensa, com um ção, selecionar música e até telefotejadilho panorâmico de série. Tal nar. A cor exterior é única, mas é possícomo no lendário 2 CV, os vidros laterais abrem dobrando-se para vel personalizá-lo por intermédio de pacotes de acessórios, estes sim, discima. Por dentro, as soluções são muito poníveis em quatro cores. Cinzento, ousadas. Mas sempre simples, pois azul, laranja e caqui. Atrás dos dois bancos há espaços não se consegue um preço tão baixo sem abrir mão de alguns pormeno- para arrumar objetos maiores, enres. Com apenas bancos para dois e quanto os mais pequenos podem ser um pequeno espaço para bagagens guardados em compartimentos exislá atrás, o pequeno Citroën aposta tentes na zona do tabliê. O Citröen Ami faz-se acompanhar no caráter prático das suas soluções, desde a forma como concentra as de um pequeno motor de seis kW, poucas informações prestadas ao ou 8,2 cavalos, alimentado por uma condutor num reduzido painel de bateria de iões de lítio com 5,5 kWh instrumentos, ao modo como recor- de capacidade. O Ami terá apenas

70 quilómetros de autonomia e carregá-lo numa tomada doméstica demorará cerca de três horas. A velocidade máxima deste quadriciclo da Citröen é de 45 quilómetros/hora. É graças a toda esta simplicidade que o Citroën Ami da era moderna, vai custar apenas 6.900 euros. Também pode ser alugado em curta duração a 0,26 euros por minuto (15 euros à hora) ou em longa duração, por 19,99 euros por mês, neste caso com um depósito inicial a rondar os 2.5 euros. A Citroën também simplifica o processo de compra. Poderá ser tudo feito pela internet, com a entrega a ser feita em casa do cliente, com a ajuda de um técnico, que explica o funcionamento em meia hora.  PUB

Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

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AC T UA L I DA D € 57


intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial hispano portugués en enero-junio 2021

E

n el actual contexto de dificultad económica provocada por la crisis sanitaria a nivel global, el comercio hispano portugués da muestras de recuperación a juzgar por las últimas estadísticas oficiales recientemente publicadas por Datacomex de la Secretaria de Estado de Comercio y que reproducimos en esta sección de la revista “Actualidad€Economía Ibérica”. El primer semestre del año nos trae noticias muy positivas en lo que al comercio bilateral se refiere. Si comparamos este último periodo con el mismo de 2020, se constata un aumento en las ventas españolas del orden de los 23,2%, que corresponde a las ventas realizadas en 2020 por valor de 9.195,7 millones de euros frente a los actuales 11.325,7 millones. Por lo que a las compras españolas se refiere, la evolución también ha sido muy positiva,

habiendo superado, este año, los 6.376,4 millones de euros frente a los 4.939,1 millones alcanzados en el primer semestre de 2020, lo cual significa un aumento de 29,1%. Como consecuencia de esta dinámica, el saldo comercial favorable a España se situó en los 4.949,4 millones de euros, con una tasa de cobertura del 177,6%. Comparando las cifras del último mes de junio con el mes anterior, se observa una ligera quiebra en las ventas españolas del -2,5% (2.118,6 millones de euros alcanzados en mayo frente a los actuales 2.065,8 millones) y, en caso de las compras españolas, la evolución fue positiva, habiendo pasado de los 1.065,2 millones de euros en mayo para 1.237,5 millones en junio, es decir un aumento del 16,2%. Los cuadros 2 y 3 recogen las posiciones relativas del mercado portugués en el comercio exterior español y

Portugal consolida la cuarta posición en el ranking de los principales mercados clientes de España habiendo alcanzado un peso relativo del 7,4% y la sétima posición entre los principales mercados proveedores de España, con un peso relativo del 4%. Francia y Alemania lideran ambas listas y consolidan su papel de principales socios comerciales de España. Cabe señalar que estos dos mercados europeos representan una cuarta parte del comercio exterior español, y en cualquier caso si tenemos en cuenta las dimensiones relativas de los mercados, Portugal tiene un papel importante para la oferta exportadora española. En los cuadros 4 y 5 recogemos la distribución sectorial del comercio bilateral y de nuevo a pesar de la crisis del sector automóvil la partida 87-vehiculos automóviles; tractor lideran ambas listas. En las ventas españolas a su veci-

Balanza

1. Balanza comercial España - Portugal en enero-junio 2021 VENTAS ESPAÑOLAS 21

COMPRAS ESPAÑOLAS 21

VENTAS COMPRAS Cober 21 % ESPAÑOLAS 20 ESPAÑOLAS 20

Saldo 20

Cober 20 %

ene

1 581 387,44

897 431,77

683 955,67

176,21

1 778 762,75

1 003 845,34

774 917,41

177,19

feb

1 571 724,32

1 009 320,52

562 403,80

155,72

1 724 629,55

1 005 714,30

718 915,25

171,48

mar

2 008 010,68

1 095 762,87

912 247,81

183,25

1 581 766,04

906 741,35

675 024,69

174,45

abr

1 980 168,47

1 071 108,28

909 060,19

184,87

1 055 661,19

571 257,22

484 403,97

184,80

may

2 118 632,54

1 065 230,82

1 053 401,72

198,89

1 336 168,90

598 908,11

737 260,79

223,10

jun

2 065 822,03

1 237 518,11

828 303,92

166,93

1 718 689,32

852 608,01

866 081,31

201,58

jul

1 814 995,51

994 977,75

820 017,76

182,42

ago

1 489 093,95

758 815,50

730 278,45

196,24

sep

1 825 809,88

1 005 194,80

820 615,08

181,64

oct

1 906 349,26

1 017 340,08

889 009,18

187,39

nov

1 870 842,64

1 049 345,10

821 497,54

178,29

dic

1 688 171,73

981 264,79

706 906,94

172,04

19 790 940,72

10 746 012,35

9 044 928,37

184,17

Total

11 325 745,48

6 376 372,37

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

58 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2021

Saldo 21

4 949 373,11

177,62


Rankings 2.Ranking principales países clientes de España enero-junio 2021

no Portugal esta partida alcanzó los 902,28 millones de euros, seguida de 84-máquinas y aparatos mecánicos con 892,55 millones, y en la tercera posición la 85-aparatos y material eléctricos, con 727,16 millones. Conforme indicamos la demanda española va encabezada por la partida 87-vehículos automóviles, tractores con 774,53 millones de euros, la 27-combustibles, aceites minerales, con 619,85 millones, y la 39-materias plásticas; sus manufacturas, con 461,1 millones. Este conjunto de partidas suma 4.377,48 millones de euros y representa a su vez el 25% del comercio hispano portugués. Y por último, destacar el peso de las CC.AA. de Cataluña, Madrid y Andalucía en el comercio bilateral, que agregado representa el 50% del comercio entre los países. La oferta catalana a Portugal ascendió a los 2.445 millones de euros, seguido de la Comunidad de Madrid, con 1.943,5 millones, y en la tercera posición Galicia, con 1.386,7 millones. En la demanda española, cabe resaltar la Comunidad de Madrid, con 1.071,1 millones de euros, seguido por Cataluña, con 1.019,9 millones, y Galicia, con 923,1 millones. 

Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org

Orden País

Importe

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-junio 2021 Orden Sector

Importe

1

001 Francia

24 816 100,44

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

774 534,93

2

004 Alemania

16 477 154,40

2

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

619 852,55 461 105,45

3

005 Italia

12 917 018,79

3

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

4

010 Portugal

11 325 745,46

4

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

438 937,42

5

006 Reino Unido

9 227 852,79

5

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

385 813,05

6

400 Estados Unidos

7 079 689,80

6

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

311 807,55

7

017 Bélgica

6 255 987,00

7

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO 48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA 94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS

8

003 Países Bajos

5 415 240,66

8

9

720 China

4 653 125,06

9

10

204 Marruecos

4 564 938,81

11

060 Polonia

3 658 698,29

12

039 Suiza

2 879 006,01

13

052 Turquía

2 500 687,71

14

412 México

1 845 229,15

15

030 Suecia

1 523 194,06

16

061 República Checa

1 508 956,75

17

732 Japón

1 392 965,45

202 411,69

TOTAL

6 376 372,37

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-junio 2021 Orden Sector

Importe

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

902 277,01

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

892 549,46

3

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

727 161,24

18

038 Austria

19

009 Grecia

1 198 756,22

4

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

710 326,12

20

508 Brasil

1 164 255,15

5

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

686 251,64

121 697 465,88

6

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

572 772,76

152 961 001,26

7

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

322 444,41

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

8

15 GRASAS, ACEITE ANIMAL O VEGETA

312 699,26

9

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO

300 805,70

SUBTOTAL TOTAL

1 292 863,88

218 187,74 205 950,73

3.Ranking principales países proveedores de España enero-junio 2021 Orden País

TOTAL

11 325 745,46

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

Importe

1

004 Alemania

19 208 472,52

2

001 Francia

16 432 947,96

3

720 China

15 187 112,02

4

005 Italia

10 794 725,79

5

003 Países Bajos

7 495 243,75

6

400 Estados Unidos

7 183 077,79

7

010 Portugal

6 376 372,37

8

017 Bélgica

4 287 163,86

9

052 Turquía

3 874 704,91

10

006 Reino Unido

3 865 475,98

11

204 Marruecos

3 772 492,95

12

039 Suiza

3 699 921,15

13

060 Polonia

3 169 197,69

14

075 Rusia

2 429 721,73

15

061 República Checa

2 294 445,17

16

412 México

2 172 814,73

6.Evolución del intercambio comercial enero-junio 2021

7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal enero-junio 2021 CC.AA.

VENTAS ESPAÑOLAS 21

COMPRAS ESPAÑOLAS 21

Cataluña

2 445 500,81

Madrid, Comunidad de

1 071 147,07

Madrid, Comunidad de

1 943 292,67

Cataluña

1 019 880,71

Galicia

1 386 724,44

Galicia

923 098,39

Andalucía

1 116 414,69

Andalucía

706 760,08

17

288 Nigeria

2 129 183,02

18

508 Brasil

2 035 393,55

19

664 India

1 922 547,55

20

208 Argelia

1 874 623,40

SUBTOTAL

120 205 637,89

Castilla-La Mancha

808 672,18

Comunitat Valenciana

511 080,84

TOTAL

158 358 339,57

Comunitat Valenciana

801 687,01

Castilla y León

402 080,70

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

SETEMBRO DE 2021

AC T UA L I DA D € 59


oportunidades de negócio

oportunidades de negocio

Empresas Portuguesas

Oportunidades de

negócio à sua espera

BUSCAN

REFERENCIA

Consultor Imobiliário (m/f), fluente em Espanhol, com interesse em desenvolver uma carreira do segmento premium

OP210801

Veterinários para hospital Veterinário de Viseu

OP210701

Empresas españolas ropa formal para hombres

DP210501

Locais de 300 a 450 m2 idealmente com esplanada com prioridade em Lisboa nas zonas de Avenidas Novas, Parque das Naçoes e Chiado

OP210401

Licenciado/a em contabilidade, economia ou finanças, com 5 anos de experiência e fluente em espanhol e inglês

OP210101

Distribuidores de equipos de estética

DP201102

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Empresas portuguesas fabricantes de roupa Empresas portuguesas produtoras de kiwis Empresas portuguesas de escorredores de louça e tábuas de madeira para cozinha Hotéis em Lisboa para comprar Motoristas perto da fornteira Salamanca-Portugal Empresas portuguesas de Automação, Robótica , Montagem Mecânica e Montagem Elétrica

DE210603 DE210602 DE210601 OE210501 DE210501 DE210401

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

60 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2021


oportunidades de negocio

oportunidades de negócio

SETEMBRO DE 2021

AC T UA L I DA D € 61


calendário fiscal calendario fiscal >

S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Setembro Prazo Imposto Até

Declaração a enviar/Obrigação

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

10

IVA

Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em julho/2021

Contribuintes do regime normal mensal

10

Segurança Social

Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de agosto/2021

Entidades empregadoras

10

IRS

Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a agosto/2021

Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)

13

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em agosto/2021

Sujeitos passivos do IVA

20

IRS/IRC/ SELO

Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em agosto/2021

Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo

20

Segurança Social

Pagamento das contribuições relativas a agosto/2021

Entidades empregadoras

20

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em agosto/2021

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

20

SELO

Envio da Declaração Mensal de Imposto do Selo (DMIS), referente a agosto/2021

Sujeitos passivos que titulem atos, contratos, documento, títulos ou outros factos sujeitos a imposto do selo, ainda que dele isento

30

IRS

2º Pagamento por conta do IRS 2021

Sujeitos passivos de IRS com rendimentos empresariais e profissionais

30

IRC

2º Pagamento por conta do IRC de 2021

Sujeitos passivos de IRC que desenvolvam a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, cujo período de tributação seja coincidente com o ano civil.

30

IRC

2º Pagamento adicional por conta (derrama estadual) do exercício de 2021

Sujeitos passivos de IRC que desenvolvam a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, que tenham tido no ano anterior um lucro tributável superior a 1.500.000 €.

30

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em julho/2021

Entidades devedoras dos rendimentos

30

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado em 2020 noutro Estado membro da EU

Sujeitos passivos do IVA

30

IMI

Pagamento do AIMI

Proprietários de prédios urbanos – habitacionais e terrenos para construção, em 01.01.2021

62 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2021

Observações O pagamento do IVA pode ser feito até ao dia 15

- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do Webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT.

Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

Data de Nascimento Línguas

BE200147

M

BE200148

F

17/03/1992

BE200149

F

12/04/1995

BE200150

F

BE200151

F

BE200152

F

19/01/1992

BE200153

F

BE200154

Área de Atividade

ESPANHOL/ INGLÊS

ARTE / GRAFISMO E COMUNICAÇÃO

ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

INGLÊS/ PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS/ ITALIANO/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

01/12/1975

ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO/ LOGÍSTICA/ PRODUÇÃO/ ÁREA COMERCIAL

M

18/02/1993

ESPANHOL

ADVOCACIA

BE200155

F

23/10/1980

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

SECRETÁRIA DE DIREÇÃO / TESOURARIA

BE200156

M

ESPANHOL/ALEMÃO/INGLÊS/PORTUGUÊS/ITALIANO

COMERCIAL DE MÁQUINAS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL

BE200157

F

BE200158

F

06/03/1979

INGLÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ ESPANHOL/PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS / COMÉRCIO EXTERNO MARKETING

BE200159

F

ESPANHOL/INGLÊS/PORTUGUÊS

BE200160

F

ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS/ PORTUGUÊS

DESIGNER DIGITAL

BE200161

F

ESPANHOL/PORTUGUÊS/INGLÊS

Gestão de StockS / Logística / Transporte

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

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novembro de 2014

ac t ua l i da d € 63


espaço de lazer

espacio de ocio

Agenda cultural Livro

“100 Experiências Inesquecíveis em Portugal”

Joke Langens nasceu na Bélgica e vive em Portugal desde 2013, dedicando agora ao país um livro de histórias que convidam à viagem e à descoberta. “100 Experiências Inesquecíveis em Portugal” é o primeiro livro da coleção The Road Less Travel e está organizado em sete capítulos regionais: “Baseia-se em estórias e histórias, pessoas e animais, cheiros e sons. Não há ordem cronológica nas cem experiências aqui sugeridas porque a geografia assume o protagonismo, desde o Norte montanhoso até ao Sul inundado de sol. Interior e litoral. Cidade e campo. E também não há conteúdos patrocinados, apenas sugestões genuínas.” A autora alerta que “este não é um guia de viagens, nem pretende sê-lo”, no entanto é possível que o leitor seja tentado a percorrer os caminhos descritos no livro, a descobrir as tradições de cada região e a experimentar os restaurantes sugeridos pela autora: “as estradas menos conhecidas, as quedas d’agua pouco frequentadas”, as praias fluviais, as serras, as feiras e mercados... A ideia para a coleção de guias The Road Less Travelled surgiu a Dirk Timmerman e Joke Langens quando viajar para o estrangeiro deixou, de repente, em 2020, com a pandemia, de ser tão frequente: “Nada como transformar uma limitação numa oportunidade de (re)descobrir o que temos dentro do próprio país. Estes guias destinam-se não apenas a quem vem de fora e quer ter experiências diferentes das proporcionadas pelo turismo de massas, mas também aos portugueses, mesmo aqueles que já palmilharam milhares de quilómetros em terras lusas.” Joke Langens vive em Lisboa e trabalha como guia--intérprete. Dirk Timmerman trabalha na indústria da música, em merchandising, licenciamento e promoção de artistas nacionais e internacionais. Em 2018 publicou o seu primeiro livro sobre turismo alternativo em Malta.

64 act ualidad€

setembro de 2021

Exposições

A arte milenar do esmalte no Museu Nacional Soares dos Reis O mais antigo museu público de arte do país, fundado em 1833, com a designação de Museu Portuense, exibe a exposição “Azul e Ouro - Esmaltes em Portugal da Época Medieval à Época Moderna”. Uma oportunidade para conhecer esta arte do fogo milenar de aplicação de esmalte sobre metais e a sua evolução entre os séculos XII e XIX. As peças expostas foram produzidas sobretudo nas prestigiadas oficinas da região de Limoges. Trata-se da primeira exposição em Portugal dedicada exclusivamente ao esmalte artístico, de onde se destaca “uma série de 26 placas de esmalte pintado no século XVI, peça fundadora do MNSR e proveniente do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, e o tríptico da Paixão de Cristo do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, tesouro nacional e uma das peças com maior reconhecimento internacional, e dois cofres da Sé de Viseu, peças do século XII, que foram roubadas em 1980 e encontradas mais tarde em Milão. Esta técnica de ornamentação era muito usada em peças religiosas e em ourivesaria. São conhecidas duas fases: a primeira, de esmalte ‘champlevé’, produzido em Limoges, entre os séculos XII e XIV, protagonizou um extraordinário fenómeno de difusão à escala europeia; a segunda fase corresponde ao esmalte pintado. Há também uma secção dedicada aos revivalismos, às réplicas e à contrafação, muito em voga por toda a Europa, ao longo dos seculos XIX e XX, encantando e ludibriando o olhar dos conservadores de museus e colecionadores privados na Europa e nos Estados Unidos da América. Até 31 de outubro, no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto

“Inquietações” de Graça Morais Há uma sala do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, forrada a jornais que contam como têm sido os dias da pandemia. Esta sala integra a exposição “Inquietações” da pintora que deu nome a este espaço cultural, e contará com várias intervenções da artista até ao enceramento da mostra, no dia 23 de janeiro de 2022. Esta será uma obra em permanente construção, mas a mostra exibe quadros e desenhos da pintora feitos durante o período de confinamento a que a pandemia nos obrigou. Graça Morais projetou na arte o que foi sentindo, como explica o comunicado sobre a mostra: “Como um estado emocional resultante da consciência de ameaça física ou psicológica, seja ela real, hipotética ou imaginária, o medo tem sido um tópico abordado por Graça Morais em diversos momentos da sua produção artística. Os trabalhos mais recentes prosseguem a exploração deste tema, assumindo como ponto de partida vários acontecimentos internacionais, como a trágica morte de George Floyd, episódio que reacendeu o historial da violência policial contra os negros americanos; o crescente drama dos refugiados e dos migrantes que tentam chegar às fronteiras da Europa ou dos EUA, na expectativa de uma vida melhor, ou ainda as incertezas das causas e consequências de uma pandemia vivida à escala mundial. A estes dramas externos associam-se outras inquietações, mais pessoais e até íntimas.” Nestas obras há protagonistas da atualidade, mas também personagens


espacio de ocio

inspiradas no teto da capela Sistina: “Os protagonistas dos desenhos e pinturas que agora se apresentam, a maioria inéditos, são inspirados em imagens difundidas na televisão e na imprensa, cruzando-se com pesquisas em torno das personagens bíblicas que povoam as icónicas pinturas a fresco que Miguel Ângelo realizou nas paredes da Capela Sistina, no Vaticano, particularmente algumas cenas inspiradas no livro do Génesis.” Na inauguração da exposição, Graça Morais explicou como a Capela Sistina a inspirou. “Olhei com muita atenção para a Capela Sistina de Miguel Ângelo e recuperei algumas figuras e trouxe-as para a minha pintura, sobretudo aquelas figuras mais dramáticas”. A sinopse da mostra classifica de “densas e inquietantes, estas obras”, que “são o resultado de uma reflexão sobre a condição humana e sobre o medo que nos invade perante a crueldade, o desconhecido, a injustiça, o incompreensível. Nelas destaca-se o olhar intenso e interpelador das personagens, que, por vezes, continuam a surgir em forma de metamorfose”. A mostra

espaço de lazer

conta com a curadoria de Joana Baião e Jorge da Costa, que assinalam “o regresso à cor, contrastando com a monocromia dominante nos trabalhos da série anterior, Metamorfoses da Humanidade.” Em permanência, o Centro de Arte Contemporânea de Bragança, já conta com 150 obras de Graça Morais, doadas pela artista de origem transmontana. Até 23 de janeiro de 2022, no Centro de Arte Contemporânea, em Bragança

Dança

Marlene Monteiro Freitas, Jan Martens, Maguy Marin e Dimitris Papaioannou no Rivoli A temporada de dança dos teatros Rivoli e Campo Alegre, no Porto, arranca a 18 de setembro com o espetáculo “Any attempt will end in crushed bodies and shattered bones” do belga Jan Martens Phile Deprez com a GRIP & Dance on Ensemble. Nos dias 24 e 25, a Compagnie Maguy Marin dança “Umwelt”. Nos dias 30 de setembro e 1 de outubro apresenta-se em palco “ Mal — Embriaguez Divina”, da coreógrafa cabo-verdiana Marlene Monteiro Freitas. Em destaque ainda na temporada 2021/2022 do Teatro Municipal do Porto (que integra o Teatro Rivoli e o Teatro do Campo Alegre) o espetáculo “Transverse Orientation”, do coreógrafo grego Dimitris Papaioannou Julian Mommert. Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

“A Máquina de Magritte”, no museu Thyssen-Bornemisza Em 1950, René Magritte (1898-1967 assinou com alguns amigos surrealistas belgas o catálogo de produtos de uma suposta sociedade cooperativa, “La Manufacture de Poésie”, que incluía artefatos destinados a automatizar o pensamento ou a criação; entre eles, uma “máquina universal de fazer quadros”, cuja descrição prometia “um manuseio muito simples, ao alcance de todos”, para “compor um número praticamente ilimitado de quadros pensantes”. Esta máquina de pintar inspira a primeira retrospetiva dedicada ao artista belga realizada em Madrid, no Museu Nacional Thyssen-Bornemisza, a partir de 14 de setembro. O título da exposição, “A Máquina de Magritte”, sublinha “a componente repetitiva e combinatória da obra do pintor, cujos temas obsessivos voltam sempre com inúmeras variações”. Um dos maiores representantes do surrealismo, o artista destaca-se pela “sua genialidade transbordante, que “deu origem a infinitas composições audazes” e “a imagens provocantes, capazes de alterar a nossa perceção, questionar a nossa realidade precon-

cebida e suscitar a reflexão”. Esta máquina de pintura “teve precedentes na literatura de vanguarda, como a de Alfred Jarry e a de Raymond Roussel, precursores do surrealismo, cujos dispositivos colocam ênfase no processo físico da pintura, embora com conceções opostas: no primeiro, a máquina gira e dispara os seus jatos de cor em todas as direções, enquanto o segundo se assemelha a uma impressora que produz imagens fotorrealistas”. O aparelho descrito pelos surrealistas belgas é diferente, já que gera imagens autoconscientes. “A máquina Magritte é uma máquina metaictórica, uma máquina que produz quadros pensantes, pinturas que refletem sobre a própria pintura”. Comissariada por Guillermo Solana, diretor artístico do museu, a mostra reúne mais de de 95 pinturas procedentes de instituições, galerias e coleções particulares de todo o mundo, graças ao apoio da Fundação Magritte e do seu presidente, Charly Herscovici. agosto

de 2021

ac t ua l i da d € 65


espaço de lazer

espacio de ocio

últimas

últimas

Statements Para pensar

“A alocação de 650 mil milhões de dólares [cerca de 555 mil milhões de euros, valor destinado pelo FMI para aumentar as reservas cambiais de todos os países da Estados-membros] é uma significativa dose no braço para o mundo e, se for usada corretamente, uma oportunidade única para combater esta crise sem precedentes (...) [Esta alocação] vai dar mais liquidez ao sistema económico global, aumentando as reservas externas dos países e reduzindo a sua dependência da emissão de dívida externa ou nacional, que é mais cara” Kristalina Georgieva, diretora executiva do FMI, “Jornal Económico”, 23/8/21

“Embora haja ainda um longo caminho a percorrer, o facto é que aos poucos o investimento [no mercado publicitário] está a voltar. E, se é verdade que televisão e digital são os que melhor recuperaram e captaram mais investimento, é também positivo que a situação tenha melhorado em todos os meios. O pior que podia acontecer seria uma polarização excessiva na televisão e no digital, com desaparecimento de investimento de meios como a imprensa ou a rádio, que são dois tradicionais alicerces da diversidade e pluralismo da informação” Manuel Falcão, diretor-geral da SF Media, “DinheiroVivo.pt”, 23/8/21

“Vamos ver o que o segundo semestre traz em termos de evolução, mas os números dos primeiros seis meses deste ano foram melhores do que esperado, atendendo aos efeitos da pandemia. E este é precisamente um ponto que só daqui a algum tempo, se a situação se normalizar, poderá ser aferido com rigor: que hábitos de consumo de media se alteraram e em que sentido, depois da pandemia? Aqui está um tópico a seguir com atenção” Idem, ibidem 66 ACT UALIDAD€

SETEMBRO DE 2021




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