Financeiro 31 - Dezembro 2005

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Financeiro

ano 3 nº 31 dez/2005

ACREFI - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO, FINANCIAM ENTO E INVESTIM ENTO

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 20.000 EXEM PLARES

Fundada em 19 5 8

C r é d it o, m ot or d o d e se nvolvim e n t o Em se m in á rio n a A c re fi , e sp e c ia list a s a va lia m o m e r c a d o e f a z e m p r oje ç õe s Entrevista

Legislação

Guillermo Calvo, economista-chefe do Banco I nteramericano de Desenvolvimento

Em defesa do fim da indústria das ações revisionais



editorial

Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento Rua Libero Badaró, 425 - 28º andar São Paulo - SP Tel: (11) 3107-7177 Fax: (11) 3106-6082 Funcionamento: de segunda à sexta-feira das 8:30 às 18 horas w w w.acrefi.org.br

DIRETORIA Presidente Érico Sodré Quirino Ferreira Vice-Presidentes Fernando Guerreiro de Lemos, Gilber t o Caldar t , José Ar t hur Lemos de Assunção, M arco Ambrógio Crespi Bonomi, Paulo Eduardo D’Ávila Isola, Paulo Henrique Pent agna Guimarães, Ricardo M alcon, Ronaldo Amaral de Car valho Pint o, Tiago Canguçu de Almeida Secret ário José Dant e Zanaga Net o Tesoureiros Jorge Kimura e Sérgio M arra Pereira Capella Diretores Adalber t o Savioli, Daniel Capelo Pinheiro, Enílson Espínola de Souza, Genival Francisco Silva, Ricardo Annes Guimarães, Rubens But ion, Sérgio Ant ônio Cipovicci Diretores Conselheiros Arist eu Zanuncio, Eduardo Garcia Ruiz, Guilherme Almeida de Oliveira, Hélio Lima M agalhães, Ivan Svit ek, Leonel Dias de Andrade Net o, Paulo Sérgio M ont eiro Cast ro Aguiar, Rubens Sardenberg Diret ores Regionais Carlos Alber t o Samogim, Félix Archanjo Bordin, Leonardo M arcondes Dadalt o, Sérgio Faria Lemos da Fonseca Júnior, Aquiles Leonardo Diniz, Evanir Cout inho Ussier, Odílio Figueiredo Neto, Renato M alcon Presidente Honorário João Uchôa Borges Diretor Superintendente Ant ônio August o de Almeida Leit e (Pancho) Conselheiro Econômico Prof. Ist van Kasznar

Financeiro Publicação mensal da ACREFI - Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento. Jornalist a Responsável : Eliana Nigro M TB 15.005 Coordenação Edit orial : Tamer Comunicação Empresarial Fot ografi a: Flávio Rober t o Guarnieri Projeto Gráfi co, Editoração e Produção Gráfi ca: EDF (w w w.edf.com.br) Pré-impressão e Impressão: Fabracor Tiragem: 20.000 exemplares As opiniões emitidas nos artigos assinados não refl etem necessariamente as posições da ACREFI e são de exclusiva responsabilidade dos autores. A reprodução total ou parcial do conteúdo da publicação depende de autorização por escrito.

Crédito cresce em 2005 e se expande mais em 2006 Érico Sodré Quirino Ferreira, Presidente da ACREFI

O set or de crédit o t eve um ano de cresciment o vigoroso em 2005, da ordem de 35% , mas não deve parar por aí: vai t er ainda mais expansão no ano que vem. Se, at é agora, os bons result ados se deveram à pujança – e pico – do crédit o consignado, daqui em diant e, com um desempenho (esperado ) similar ao dos demais segment os, a ampliação t ende a cont inuar, mas agora mais apoiado no cresciment o econômico. A sit uação macroeconômica t ende a melhorar – confi amos em sua recuperação, já que os indicadores apont am nessa direção de f orma consist ent e. M as é bom lembrar – e cobrar – que, para expandir o crédit o no set or pri vado e promover cresciment o econô mico, é necessário rever a composição da dívida, o que passa, necessariament e, pelo aument o do superávit pri mário e pelo cor t e de gast os públicos. Tamb ém é f at o qu e o rendim ent o de at ivo s at relado s à t axa Selic inib e o crescim ent o do crédit o do set o r p ri vado no Brasil. E qu e o País vai p reci sar d e est ímulo s para crescer, at é p o rqu e, d esd e 2003, o qu e p u xou a eco no mia f oi a exp o r t ação, qu e já dá sinai s d e est abilização, em esp ecial

Flávio Roberto Guarnieri

Fundada em 19 5 8

d evido ao nível a qu e chegou a t axa de câm bio. O crédit o é uma possibilidade, pro vavelment e a mais f or t e de t odas. Out ra opção, a da expansão de invest iment os, difi cilment e ocorrerá em um ano de eleição como 2006, apesar do f at o de a Economia t er um peso import ant e no Brasil no quadro eleit oral. O set or de crédit o, porém, t rabalha de f orma int ensa para cont inuar a ser a locomot iva da economia no pró ximo ano, invest indo em t ecnologia, compar t ilhament o de cadast ro posit i vo e redução de cust os e inadimplên cia. M ais do que se empenharem nesse sent ido, bancos e fi nanceiras devem lembrar-se de que são vias reais de realização dos sonhos dos brasileiros, at ravés do fi nanciament o de bens e ser viços que f azem girar a roda da eco nomia. M ant enhamos o f oco, o invest iment o e o empenho, e 2006 vai ser ainda melhor do que 2005. Feliz Nat al a t odos. E um Ano Novo replet o de paz e bons negócios!

Nesta edição 4 Seminário

23 Artigo

8 Entrevista

24 Tendência

Especialist as debat em o crédit o no Brasil

Guillermo Calvo, economist a-chef e do Banco Int eramericano de Desenvolviment o

Operações de crédit o e redução do risco judiciário

O que esperar para o crédit o privado em 2006?

10 Indicadores

25 Notícias

12 Tendência

26 Tendência

14 Balanço Econômico

28 Análise setorial

16 Artigo

29 Artigo

18 Legislação

30 Artigo

20 Artigo

31 Banco de Dados

Fat ores det erminant es do desenvolviment o e o Brasil

O que esperar em 2006

A spect os at uais da polít ica monet ária e credit ícia

Défi cit nominal zero?

A indúst ria das ações revisionais deve acabar

O mercado fi nanceiro e out ros caminhos jurídicos como a negociação, a mediação e a arbit ragem

BV Financeira ent re as melhores

Um círculo vir t uoso para o desenvolviment o do País

Bancos brasileiros x bancos int ernacionais

Confi ança af et a linha de crédit o dirigida a bens duráveis

Fica Palocci ou volt a Palocci


seminário

Especialistas debatem o crédito no Brasil Seminário “O Crédito em Debate”, promovido pela Acrefi , reúne José Arthur de Assunção, Ricardo Loureiro, Álvaro M usa e Paulo Isola Palestras atraíram profi ssionais da área

Ge st ão de risco de dit o, bem como o risco, o que perem buscar ret orno ajuscrédit o mit e que se ant eveja a capacidade t ado a esse mesmo risco. O vice-president e da de ampliar os chamados “ bons risHoje, os bureaux de Acrefi , José Art hur de cos” , buscando sua administ ração crédit o t êm a t endência Assunção, abriu os debacom t axas devidament e ajust adas a de int egrar dados cadast es do seminário, indicada client e, o que benefi cia o crest rais, inf ormações negat icando que o t ema nunca vas, posit ivas e anot ações ciment o do mercado de crédit o e da f oi t ão oport uno, em economia em geral. cadast rais, em busca de especial num moment o Para embasar seus coment ários, um dossiê t ão complet o em que o crédit o, mais o palest rant e apresent ou dados de quant o possível. At ualque de cost ume, t em Adalberto Savioli, levant ament o de M ichael St at en, da ment e, porém, cresce a sido um dos pilares de diretor da ACREFI, Georget ow n Universit y, que aponimport ância das inf ormaexpansão da economia. coordenou o debate ções posit ivas como os t am que a inf ormação complet a do A seguir, apresent ou o client e reduz ef et ivament e a inahábit os do passado de um primeiro palest rant e do event o, dimplência, o que t ambom pagador e seu comRicardo Loureiro, diret or de Produ bém já pode ser compromet iment o de renda. t os da Serasa. provado no cot idiano Para que isso possa Loureiro par t iu do princípio de da própria Serasa, que ocorrer, ent ret ant o, esclaque o ambient e de crédit o est á analisa os compromissos rece Loureiro, é necessácada vez mais dinâmico e complexo, assumidos, os pagamenrio, deixar de lado a aborcom margen s menores e um númet os em dia e os que, dagem t radicional em que ro maior de f errament as à disp o por vent ura, est ejam em cada empresa, seja ela sição do s player s desse mercado, at raso. banco ou fi nanceira, t racom mais necessidade de adminisDe acordo com Loubalha de forma individual: t rar corret ament e o s risco s d e créreiro, um benefício t angíagora é preciso est abeledit o e qualif icar e at ualizar a área, vel e imediato dos burecer um dat asharing, com Assunção: importância de f orma que a t ecnolo gia apli aux positivos é o scoring informações compart ilha- do tema para a cada ao set or t orna-se um dif ede mercado, que se soma das e complet as sobre os economia rencial imp or t ant e no camp o da aos demais processos e políticas interconsumidores, modelos de scoring de comp et it ividade. mercado, monit orament o de client es nas das empresas, de modo que isso De acordo com Loureiro, as empermite a tomada de decisões mais no mercado e administ ração de risco presas precisam de crédit o como acuradas, além de melhorar as estratéde port f ólio. par t e essencial do processo de viabigias de cobrança e os sistemas de valiDe acordo com Loureiro, hoje lizar negócios e gerar valor, adminisdação e qualidade de dados e de conse avalia melhor o passado e t am t rando riscos – ou seja, o f oco est á trole de reciprocidade. bém o f ut uro do t omador de cré-

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FINANCEIRO


Flávio Roberto Guarnieri

I m p o r t â ncia d a Produt o Int erno Brut o). premiar os bons e, muit o menos, uma inf o r m a çã o p o sit iva no Além disso, durant e os f orma de saber com cert eza a quem ne g ó cio d e cr é d it o últ imos t rês anos a inase deve dar crédit o. Pelo cont rário, Álvaro M usa, sóciodimplência vem caindo t rat a-se de uma modo de gerenciar diret or da Part ner Conp r o p o r ci o n a l m e n t e . riscos adequadament e, t ornando a sult oria, enf at izou em sua M esmo assim, t udo isso cart eira mais lucrat iva e obt endo um palest ra, que se seguiu à ainda é muit o pouco behaviour score ant es da concessão de Loureiro, “ A import ândiant e do pot encial do de crédit o. É uma t roca aut omat icia da inf ormação posit iva set or. zada de inf ormações e ref erências no negócio de crédit o” , Se o rit mo de crescique reduz subst ancialment e o cust o indicando que se t rat a de Loureiro: informações ment o se mant iver, devedas verifi cações cadast rais e consolida um f at or relevant e para a completas e mos atingir, nos próximos a carga por client e. gest ão de risco que possi- compartilhadas dez anos, R$ 312 bilhões Dent re os benef ícios do bureau pobilit a acabar com o círculo de crédito concedido. Isso sit ivo para os credores, M usa cit ou vicioso da f alt a de crédit o no País. implicará ext rema comainda que: Musa apresentou dados de Oscar pet it ividade, num cená• com muito mais inforMadeddu, do Banco Mundial, indicando rio em que a inf ormação mação bem utilizada, conque para encorajar os bancos e fi nanceipassa a ser at ivo vit al. segue-se um import ante ras a conceder mais crédito é preciso disDaí a relut ância dos lídediferencial competitivo; ponibilizar tecnologia de informação de res desse mercado em • no desenvolviment o de primeira linha e, dentre elas, um bureau compart ilhar dados dos produt os, concessão e de crédito o mais abrangente possível. bons pagadores – mesmo manut enção de crédit o De acordo com estudo do Banco Interassim, garant e M usa, vale e seus limit es e ações nacional para a Reconstrução e o Desena pena mudar isso para a de cobrança, t em-se uma volvimento, o Bird, realizado em 133 paíexpansão do set or. visão t ot al de cada client e ses, 46 ainda atuam apenas com burePara M usa, o invest i- M usa: benefícios do que permit e alert a ant eaux públicos de dados, o que difi culta a ment o cada vez maior em bureau positivo cipado de comport amenconcessão de crédito. t ecnologia e processos de t os e dados cadast rais Segundo dados do Banco Cent ral, gest ão de riscos de crédit o na área fi sempre at ualizados, diminuindo inaIBGE e Part ner Consult oria, há hoje nanceira deve levar ao ef et ivo comdimplência, cust os e t axas; um cresciment o vert iginoso do volupart ilhament o de dados. Afi nal, lem• abre-se a possibilidade de inclusão me de crédit o concedido no Brasil (R$ brou ele, o bureau de crédit o posit ide autônomos e não-bancarizados no 34 bilhões em 2004, o que represenvo não é uma list a de bons pagadosetor de crédito; t ou 2,4% do PIB e R$ 31 bilhões de res nem um novo banco de dados ou • f acilit a-se o rat ing do País em janeiro a agost o de 2005 ou 7,2% do uma f orma de punir maus client es e quest ão. ACREFI

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a existência de dívidas vencidas e não pagas, além de protestos e ações executivas.

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O Autorizador de Crédito Serasa está disponível 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana e feriados, com acesso simples e ágil via Internet, PDV, máquinas de preencher cheques, telefone e fax.

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A Serviço do Desenvolvimento do Brasil


seminário Atualmente, há países em que se obriga o compartilhamento de dados de crédito, como é o caso de Suíça, Portugal, Quênia, Chile, México, Hungria, Israel, Tailândia, Rússia e Malásia, por exemplo. A determinação, nessasnações, baseia-se no fato de que o datasharing implica maior previsibilidade na concessão de crédito, especialmente quando reúne informaçõesnegativase positivasdosclientes. O Banco Mundial, inclusive, está criando um rating (com notas de 1 a 6) de bureaux de crédito privado, com o intuito de fomentá-los, já que as taxas de perda são maiores onde não há informações positivas compartilhadas. Na prática, continuou Musa, o bureau positivo baixa o tempo de processamento de crédito em 50% dos bancos e reduz custos em 25% dessas instituições. No Brasil, porém, não há ainda compartilhamento tot al de dados e o que existe ainda est á restrito a bancos e fi nanceiras, com bureaux como os de Serasa, G5 (Serasa com 5 fi nanceiras), Acrefi Positivo, Associação Comercial de São Paulo. Sendo assim, a tendência, de acordo com Musa, é a de que, no Brasil, a propriedade da informação seja separada do seu processamento e, depois, agrupada, até que se atinja o equilíbrio: “ O compartilhamento obrigatório é improvável no país” . M ercado de crédit o e nova s pa rceria s ent re ba ncos e com ércio O seminário “ O Crédito em Debate” continuou com palestra do vice-presidente da Acrefi e Diretor-executivo do Bradesco/Finasa, Paulo Eduardo D’Ávila

Isola, sobre o mercado de crédito no Brado segmento de aquisição de bens. sil e as novas parcerias que vêm sendo fi rDiante desse cenário, continuou ele, madas no setor entre bancos e comércio. o Bradesco optou por trabalhar com Segundo ele, hoje o mercado dos duas bandeiras: a do próprio Bradesco, bancos e das fi nanceiras est á cada vez volt ada a empresas e fi nanciamento a mais próximo e, no País, o setor volt a correntist as, e a da Finasa, volt a em a ter muit a força, por cont a da est abiespecial à parceria com lojas e sua rede lidade econômica, embora haja muit as de fi liais, atendimento ao revendedor e nações muito mais à f rente do que o ao lojist a com foco em acordos, parceBrasil nesse sentido. De 2000 a 2005, rias e sociedades como as fi rmadas com esse segmento expandiu-se até atingir Leader e Lojas Colombo. 29% do PIB, quando somaAmbas são marcas dos os volumes de recursos muito fortes: Bradesco, emprest ados a pessoas físicom uma grande rede de cas e jurídicas. De setemdistribuição, tradição no bro de 2004 a setembro varejo e uma enorme base dest e ano, a evolução de de clientes; e, Finasa, com crédito de recursos livres experiência no foco em para pessoas f ísicas variou crédito ao consumo, fl equase 40% , em especial xibilidade na estruturação junto às pessoas físicas, de produtos, serviços e graças ao grande cresciacordos operacionais e um mento do crédito consig- Isola: evolução constante único processo de operanado e das parcerias f echa- do volume de crédito ções que implica econodas com lojas de varejo. mia de escala abrangente A evolução const ant e e o rápido auem todos os produtos. mento do volume de crédito de recurOs grandes desafi os do mercado, sos livres concedido têm sido expressiagora, comentou Isola, são: vos, mas já deram os primeiros sinais 1) fi delizar o cliente com crédito préde arref ecimento nos últimos meses. A aprovado, renovação automática, carexpansão agora parece se concentrar tões de crédito, cadeias produtivas e no crédito pessoal e na aquisição de produtos agregados; e, bens at ravés de parcerias com lojas de 2) usar cada vez mais e melhores f ervarejo, áreas em que Paulo Isola acrerament as de compor t ament o como dit a que haja ainda muito potencial de CRM e inf ormações de bureaux ext ercrescimento. nos (Serasa, IBGE e BC), de f orma a Por outro lado, Isola acredit a que o aprimorar a qualidade dos at ivos; crédito consignado mal decolou no mer3) uso int ensivo de canais alt ernat ivos cado privado e tem perspectivas muito para consumidores e empresas, como positivas, mas com possibilidades de ATM s, Int ernet , call cent ers e Shop crescimento nominal menores do que o Credit


entrevista

Crescimento do crédito exige proteção aos credores e redução de impostos

Divulgação

De passagem pelo Brasil, quando participou de seminário promovido pelo BNDES, Guillermo Calvo, economist a-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento, falou com exclusividade à Financeiro. Comentou o mercado de crédito latino-americano, questões macroeconômicas e afirmou que o Brasil protege demais os maus pagadores

"Tenho uma proposta para a constituição de um fundo que teria como objetivo estabilizar o preço dos bônus dos países emergentes para reduzir o ‘contágio’ entre eles"

A relação crédit o/ PIB nos países lat inoam ericanos é de 28,5% , considerada m uit o baixa. É possível aum ent á-la? O que percebemos at ravés de análises é que a indúst ria fi nanceira e, em part icular, o sist ema bancário, est ão sujeit os a cust os elevados, por ser muit o dif ícil nesses países, execut ar os maus pagadores. Há uma má prot eção, nesse sent ido. Isso é um problema comum a t oda América Lat ina. Nessas circunst âncias, t orna-se muit o dif ícil emprest ar. A difi culdade de execução judicial é o m aior ent rave? Sim, do pont o de vist a microeconô mico. Em nível macroeconômico, em alguns países, é a grande volat ilidade, além das recorrent es crises. O Relat ório 2005 de Progresso Econô m ico e Social do Banco Int eram ericano de Desenvolvim ent o, conclui que o crédit o na Am érica Lat ina é caract erizado pela ext rem a volat ilidade, por ser escasso, por ser caro, por ser dolarizado. Com o equacionar essas variáveis? O BID t em um papel a desem penhar nesse caso?

Nosso papel é o de ajudar na análise e na ident ifi cação dos problemas. Em alguns aspect os t ivemos uma part icipação um pouco mais at iva, por exemplo, at ualment e, o BID est á ajudando

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os países a emit irem bônus em moeda nacional. Isso já acont eceu em diversos locais, exat ament e para ajudar os países que se “ desdolarizam” . E, at ualment e, o BID t em mais fl exibilidade para emprest ar, o que vai nos permit ir enf ocar mais o sist ema fi nanceiro. E qua nt o ao out ro pont o m e nciona do, a vola t ilida de . Há com o re duzir o im pa ct o da vola t ilida de ?

Sim. Tenho uma propost a para a const it uição de um f undo que t eria como objet ivo est abilizar o preço dos bônus dos países emergent es para reduzir o “ cont ágio” ent re eles. Hoje, se há um problema na Turquia, há refl exos sobre a demanda de bônus no Brasil, o que não deveria ocorrer. Esse f undo, seria um f undo que compraria bônus brasileiros, quando houvesse uma crise na Turquia, por exemplo. Isso f aria com que os invest idores no Brasil se sent issem mais t ranqüilos e não abriria uma corrida sobre seus mercados. A idéia é um pouco o que os bancos cent rais nacionais já f azem : quando uma t axa dispara muit o para cima ou para baixo, eles at uam para est abilizá-la. E não exist e um banco cent ral mundial. Os países emergent es cresceram emit indo bônus num mundo em que não há banco cent ral e est e t ipo de problema não est á FINANCEIRO


"O sistema fi nanceiro

Em que á rea o BID m a is a t ua na Am é rica La t ina ?

O set or social, mas isso deve mudar no f ut uro, já que t emos mais fl exibilidade para emprest ar. E há novos se t ore s pa ra os qua is o BID e st á olha ndo? A que st ão a m bie nt a l, por e xe m p lo, o d e se nvo lvim e nt o a m b ie nt a lm e nt e sust e nt á ve l...

Sem dúvida a quest ão ambient al é muit o import ant e e est amos olhando para ela, no ent ant o, a maior preocupação do BID é com o crescimento dos países e a redução da pobreza. Dent ro desse cont ext o, pergunt amos: qual é o set or que vai dinamizar a economia? E a respost a é o set or privado. Ent ão, est amos dando muit a ênf ase à colaboração com o set or privado. O pre side nt e Ge orge Bush, e m visit a ao Bra sil , d e cla r o u q ue o BI D d e ve d a r p r io r id a d e a o se t o r p r iva d o .

Ah, sim e o novo president e do BID menciona o set or privado como uma de nossas prioridades. Isso vai mudando as f eições do Banco e, t omara, ajude, já que uma das caract eríst icas da região é uma t axa de investimento muito baixa. Isso t ambém t em relação com um mau clima de negócios, um hist órico ruim, já que t emos, em geral, f alt a de respeit o ao direit o de propriedade. Eu diria que esse é o problema mais sério. Com o o senhor analisa o fi m da Quart a Cúpula M undial que, mais uma vez, termina sem acordo em relação a adesão à Alca. O senhor acha que o Brasil deveria aderir à Área de Livre Com ércio das Am éricas?

Embora seja uma quest ão mais política, eu acredito que a Alca seja uma boa idéia não t anto por permitir o comércio com os Est ados Unidos mas porque os Est ados Unidos são uma economia que têm instituições que o Brasil poderia utilizar caso se associasse à Alca. Seria um pouco como foi para a EspaACREFI

nha associar-se à União Européia. Não é t ant o pelo comércio porque muit os dos países lat ino-americanos já t êm suas economias sufi cient ement e abert as. O Chile est ava muit o abert o ant es de assinar o t rat ado bilat eral com os Est ados Unidos, mas o f ez porque, ao t er o t rat ado com os Est ados Unidos, dava mais segurança aos invest idores est rangeiros. Isso ajuda a at rair invest iment os est rangeiros e port ant o é muit o import ant e. De nt ro de sse cont e x t o, o M e rcosul a inda de se m pe nha a lgum pa pe l?

O M ercosul abre mercados e permit e aos países que o int egram t er mercados mais amplos e, conseqüent ement e, mais est áveis. É uma boa idéia, mas o problema que t emos t ido é que nossos países são macroeconomicament e muit o inst áveis. É só lembrar que em 1999, a desvalorização cambial no Brasil não f oi uma boa not ícia para a Argent ina. Foi um golpe muit o f ort e, porque as moedas desses países são muit o volát eis. É muit o dif ícil est a união. Alguns países da Europa já t êm uma moeda única, mas ant es disso sempre houve uma paridade bast ant e fi rme ent re elas. Como aqui não chegamos a isso, acho dif ícil que o M ercosul possa sust ent ar-se. Os países asiát icos est ão crescendo m uit o no m e rca do int e rna ciona l. Ele s pode m disput a r inve st im e nt os com o Bra sil ou com os pa íse s la t ino -a m e rica nos?

Não é o que temos visto. A China é que est á crescendo muito. Os investimentos na China aument aram mas os investimentos no sudeste asiático caíram muito. É um terço do que era antes, como proporção do PIB. A explicação é que o capit al est á indo para a China em vez de ir para o sudeste asiático. Agora, quando se somam os investimentos no sudeste asiático e na China o tot al de recursos para est a parte do mundo não foi alterado. A China est á crescendo, e sem dúvida est á competindo com os países do sudeste asiático, mas não com a América Latina. Com o o se nhor ava lia a indica ção de Be m Be r na nke p a ra o lug a r d e A la n Gr e e n sp a n , no Fe d e ra l Re se r ve ?

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brasileiro é muito sofi sticado e essa é a boa notícia"

Ele é um economist a muito respeit ado “Os países mas é um acadêmico. Se me coubesse opinar,emergentes diria que me parece precipidevem se t ada a decisão de adot ar met as de inmaisf unciona para fl ação. Opreparar sistema até agora bem sem isso e acho preocupante que administrar novos ele dê t ant a atenção à infl ação porque, sem rupturas hoje emeventos dia o sistema fi nanceiro internacional est á se desenvolvendo muito fi nanceiras que rapidamente e, f uturamente, poderemos nos deparar com impacto outros probletenham mas, dentro do próprio sistema fi nannegativo crédito” ceiro. Por exemplo, ano crise de 1998 com a empresa LTCM – Long Term Capit al M arlrket – que quase quebrou. Greenspan e o banco cent ral americano procuraram soluções para evit ar que quebrasse. Isso é uma preocupação minha; eles est ão lançando o olhar para t emas monet ários quando as crises são fi nanceiras. O que eu ouço de pessoas de mercado é que Bem Bernanke nunca t rabalhou em Wall St reet . A indúst ria fi nanceira é muit o difi cil de se ser ent endida. Ele não é um Armínio Fraga, essa é a dif erença. Armínio conhecia a indúst ria por dent ro, ele não. Isso é preocupant e . O se nhor vê pe r spect iva s de expa nsão do m e rca do de cré dit o bra sile iro?

Sim, mas é necessário que haja prot eção aos credores. Há ainda um impost o sobre t ransações fi nanceiras, mas parece que são coisas que se podem solucionar. Por que levam t ant o t empo, não sei. M as sem dúvida, o sist ema fi nanceiro brasileiro é muit o sofi st icado e essa é a boa not ícia. É o sist ema mais sofi st icado da América Lat ina. Se baixar os impost os e melhorar a prot eção aos credores, pode haver um f ort e cresciment o

Renato Fogal/Divulgação M oody´s

af eit o ao Fundo M onet ário Int ernacional, t ambém. No meu ent ender, esse papel poderia ser desempenhado por uma inst it uição nova ou ainda ser uma nova at ribuição do Fundo M onet ário Int ernacional.


indicadores

Flávio Roberto Guarnieri

Fatores determinantes do desenvolvimento e o Brasil

Um dos assunt os mais import ant es ao t rat ar-se de Economia diz respeit o ao desenvolviment o econômico nacional. É preciso f azer, nest e sent ido, uma dist inção ent re cresciment o, que corresponde a um increment o ou aument o da produção, e desenvolviment o, que t raz consigo o progresso e a mudança qualit at iva do produt o para melhor. M ediant e o desenvolviment o, aument a-se o bem-est ar e a qualidade de vida de uma população. Pode-se crescer pouco, ou sobre uma base pequena e ruim, sem alcançar-se pat amares ant eriores de produt o ou que seja parecido ao de out ras nações. Nesse caso, não ocorre o verdadeiro desenvolviment o. Est e acont ece quando se verifi ca um cresciment o acelerado sobre uma base, uma ref erência hist órica ou um pico ant erior e sobret udo ult rapassam-se os indicadores de produção dos out ros países, deixando-os para t rás. Há muit as f ormas de se medir o desenvolviment o, sendo comuns o uso do volume t ot al at ingido pelo Pro dut o Int erno Brut o (PIB), a t axa real de cresciment o do PIB, a renda percapit a (dada pelo PIB dividido pela população); e a t axa real de cresciment o do PIB per-capit a. Cada um destes indicadores tem suas virtudes e falhas. Por serem simples e diretos, fornecem uma razoável noção de dimensão e de porte de renda, o que facilit a a compreensão de elementos da realidade. Por outro lado, na falt a de completude, estes

ISTVAN KASZNAR, CONSELHEIRO ECONÔM ICO DA ACREFI

Desde 1960, economistas enfatizam investimento em capital humano indicadores necessit am ser bem cont ext uados, pois podem esconder a dura realidade que nos cerca. Uma das maiores falhas destes indicadores é que eles podem ser aceit áveis para um grupo de empresas, ou uma faixa da população, mas não necessariamente para a grande maioria. Num País que possui uma péssima dist ribuição de renda, esses indicadores perdem em valor e ut ilidade. Por est as razões, f az bast ant e sent ido af ast ar-se dos indicadores individuais e buscar indicadores mais sofi st icados, ou ao menos um pouco mais af eit os à realidade que nos cerca. Nest e sent ido, o IDH, ou Índice de Desenvolviment o Humano, é um progresso de bom senso, na busca de melhores f ormas de se avaliar o progresso, o bem-est ar e o desenvolviment o de uma nação. Ao associar três variáveis, o índice de alfabetização, a expectativa de vida da população e a renda per-capita média, sente-se melhor o grau de desenvolvimento alcançado, posto que quanto mais letrada for a população, mais renda ela auferirá; quanto maior for a expect ativa de vida, melhores deverão ser e ter sido as condições higiênicas, sanit árias e as políticas de saúde;

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e quanto maior for a renda per-capit a, com algum grau de eqüidade ou distribuição socialmente just a, mais e melhor se poderá consumir e poupar. O relevant e no IDH é que ele aport a duas novidades à análise econômica: most ra com singeleza que desenvolviment o se mede mediant e variáveis combinadas ent re si e que a educação é um f at or preponderant e. De f at o, desde os anos 1960 economist as como Solow, Becker e Johnson enf at izam que o invest iment o em capit al humano é f undament al, post o que desenvolve os t alent os, aument a a produt ividade e gera a conect ividade e a int egração produt ivas, nas cadeias operacionais comunit árias e organizacionais modernas. Bem ant es deles, na década de 1940, o épico e pioneiro pai da administ ração moderna, Pet er Drucker, já enf at izava que o mais import ant e f at or de produção era o ser humano, o t rabalhador e o t alento empresarial associado ao saber, nele cont ido. Ist o viria a cair como uma bomba nos anos 1950, quando o t ema esquent ou e comprovou-se que invest ir em pessoas, mediant e o t reinament o e a educação adequados, é uma condição sine qua non do desenvolviment o. Indicadore s de cre scim e nt o m a is acelerado, levando ao desenvolvim ent o M as, quais são os principais indicadores efetivos de desenvolvimento para um país? Se o Brasil cresceu ent re 1945/1975 à t axa real média de 7,6% em seu PIB; FINANCEIRO


ent re 1976/1990 aproximou-se dos 3,4% ; ent re 1991/2000 caiu para 3,2% e mais recent ement e, ent re 2001 e 2004 despencou para quase 2,3% , pode-se realment e afi rmar que ele est á se desenvolvendo? No meio de t ant as desigualdades sócio-econômicas, de um desemprego abert o e crescent e no longo prazo e de uma f avelização generalizada e escancarada pelas principais cidades do País, apenas para cit ar o que se vê e impact a de imediat o, pode-se afi rmar que exist e um desenvolviment o em andament o? Cert ament e que não. Quando há uns poucos nichos que progridem, no meio de uma pane e queda no nível de vida generalizado, ocorre um f enômeno de empobreciment o casado com prolet arização e que cria como seqüelas a violência, o aument o dos homicídios, a desesperança e o drást ico cort e dos invest iment os. Na sociedade moderna, os benefícios gerados pelo progresso tecnológico alienígena chegam facilmente a todos os cantos da terra, a preços cadentes e populares. Dispor de rádio, televisão, CD, geladeira e fogão são lugar comum para a maioria dos cidadãos. Eles est ão melhores que as gerações passadas, mas isto não signifi ca que um país esteja melhorando comparativamente e em relação a outros povos, tendo gerado um progresso consent âneo com a capacidade de uma nação. Em 1980, o Brasil orgulhava-se de afi rmar que era a oit ava potência econômica do mundo, pelo PIB. Em 2004, não passava da 15ª potência. E pelo IDH oscilava entre o 53º e o 57º posto, entre os anos 2000 e 2004. Os verdadeiros indicadores do desenvolviment o são, em resumo, aqueles que most ram sob a ót ica econômica: elevados índices de alf abet ização, f ormação superior e complet ude em t reinament os e cursos t ant o t eóricos quant o prát icos porque elevam a renda e a empregabilidade; grande proporção de empresários e execut ivos t alent osos em relação à população t ot al; elevada capacidade domést ica e aut ônoma, nacional, de f ormar e mant er de modo capit alizado a poupança fi nanceira, ligada ao sist ema produt ivo; alt o coefi cient e de ACREFI

O Brasil carece de uma cultura e de uma atitude espartanas invest iment os privados e públicos em relação ao PIB; grande f acilidade e acesso aos mercados int ernacionais de capit ais, com capt ação de recursos a t axas de juros baixas ou reduzidas remessas de dividendos, por int eresse em reinvest ir no País; e quedas dos preços dos bens e serviços, em f unção de grandes economias de escala, progresso t ecnológico próprio crescent e e redução do cust o-país. Est e cust o menor é vit al e se associa à concepção de um est ado moderno, enxut o e produt ivo, disciplinado e at uant e com uma disciplina fi scal f érrea. Com o desenvolviment o, a renda real per-capit a da população eleva-se de f at o t ant o no curt o, quant o no longo prazo; a poupança cresce e dá ensejo a invest iment os de valor unit ário alt o, como imóveis, aut omóveis e educação superior; e a demanda por bens e serviços se diversifi ca, o que pode incent ivar a sofi st icação e a ampliação da malha produt iva agroindust rial e de serviços. Condições essenciais para verifi car-se o verdadeiro desenvolvim ent o no Brasil Obviament e, medidas e polít icas que incent ivem a evolução posit iva dos indicadores do desenvolviment o ant eriorment e enumerados, cont ribuirão a f avor do desenvolviment o do Brasil. Mas, seriam elas as únicas medidas? Certamente que não. É preciso adotar uma visão e uma concepção holística, plural e logo multifacetada, para lidar com os fatores que de fato engendram, catapultam e mantêm em elevado ritmo o crescimento econômico e que se irradiam no formato do desenvolvimento. Nest e sent ido, carece o Brasil de uma cult ura e de uma at it ude espart ana, f ervorosament e disciplinada, para at uar a f avor do longo prazo est abilizado e reduzir sua t endência em at uar t al como M acunaíma e os imediat ist as de plant ão. No meio de uma mult idão de honest os, pairam poderosos malandros e desonest os,

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para os quais o que import a é ganhar já, não import am os preços nem as conseqüências sociais. Eis porque, para vingar, o desenvolvimento precisa ser equipado de pré-condições de sucesso, para ser blindado em sua rot a posit iva, mediant e o aport e das seguint es medidas: educação cont inuada e reeducação das lideranças, elit es e o corpo diret ivo e gerencial da nação; manut enção do cust o-Brasil num pat amar similar ao dos Est ados Unidos, para poder concorrer no mundo; of erecer eqüidade de condições educacionais, empresariais, jurídicas, legais, produt ivas e afi ns, a t odos os seus cidadãos; planejar e acionar de f orma int egrada a evolução da sociedade, da polít ica, da administ ração empresarial e pública e da economia; mant er o Est ado sempre operoso, produt ivo e bem dimensionado; invest ir em regime permanent e em inf raest rut ura; promover a t ecnocracia pública por mérit o e reconhecer seu verdadeiro valor, ao mesmo t empo combat endo a burocracia e eliminando a lent idão processual e operacional que est a pode provocar no sist ema produt ivo; combat er a corrupção e punir rápida e exemplarment e aqueles que apresent am desvios de condut a inadmissíveis, especialment e na gest ão da causa pública; mant er a palavra e uma vez assinados acordos e cont rat os locais e int ernacionais, segui-los à risca para most rar que a palavra t em credibilidade; respeit ar a propriedade privada, as conquist as individuais e a vont ade just a de acumular riquezas, segundo as ambições dif erenciadas de cada indivíduo ou comunidade. Conforme se pode concluir, o Brasil fez e está fazendo grandes e evidentes progressos em múltiplas áreas, para assegurar o seu crescimento e desenvolvimento. Todavia, a rota para que cada uma das medidas anteriores seja atendida e satisfeita em sua plenitude é extensa. Este é um dever de casa fascinante e grandioso, que envolve a t odos os brasileiros em regime permanent e. Sem dúvidas, ele pode ser sat isf eit o E-mail: ist van @ibci.com.br ibci@ibci.com.br Telefones: 021 - 2263-0563 / 2263-7017


tendência

Flávio Roberto Guarnieri

O que esperar em 2006 TEREZA M ARIA FERNANDEZ DIAS DA SILVA, SÓCIA DA M B ASSOCIADOS

O ano de 2005 est á se encerrando sem conseguir at ingir as expect at ivas. Os avanços est rut u rais f icaram perdidos no meio de denúncias de corrupção que prat i cament e paralisaram o Execut ivo e o Legislat ivo. Com duas CPIs em andament o, sub st it uições impor t ant es no Governo, su speições ainda não devidament e esclarecidas e processos de cassações em t ramit ação, os projet os de longo prazo f oram adiados. Passamos o ano administ rando uma crise de governabilidade. Apesar das difi culdades polít icas, os indicadores conjunt urais seguem posit ivos. A economia encerra o ano com cresciment o próximo a 3% , a infl ação converge para se aproximar da met a, a balança comercial apresent a superávit recorde e o result ado fi scal alcançado será superior ao previst o. O Banco Cent ral iniciou o processo de queda nos juros e se prepara para em 2006 seguir sinalizando t axas de Selic mais baixas. Com um cenário int ernacional muit o f avorável ao longo do ano, nossos indicadores de risco t ambém se ajust aram posit ivament e, acom panhando o mercado de emergen t es. A t axa de câmbio é a variável que diverge desse conjunt o pela sua super valorização. A expansão das expor t ações junt o com o cresciment o do crédit o e da massa salarial ajudaram

Com as eleições presidenciais e com a campanha já nas ruas, os avanços fi carão, mais uma vez, para o próximo governo

no cresciment o do ano, que apresent ou dif erenças regionais int eressant es. O desempenho do comércio das regiões Nor t e, Nordest e e Cen t ro Oest e (12,5% e 15,5% e 10% ) superam de maneira impor t ant e o desempenho das regiões Sudest e e Sul (6,5% e 4,8% ), pelo ef eit o da t ransf erência de renda mais acen t uada nest e ano (Bolsa Família e maior salário -mínimo ). A expect at iva é de que, pelo aument o esperado nest e programa do governo, além da promessa para o salário mínimo (15% ), esse desempenho permaneça no próximo ano. O que os dados posit ivos da eco nomia escondem são os nossos pro blemas est rut urais, cujos impact os

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soment e irão aparecer no t empo. A s ref ormas e os invest iment os que poderiam possibilit ar o cresciment o sust ent ado não f oram encaminhados indicando gargalos e af ast ando os invest idores do lado real da eco nomia. A valorização do real, mais de 20% soment e em 2005, t irou a compet it ividade dos produt os brasileiros. Os maiores invest iment os (do set or expor t ador), já dão sinais de desaceleração. A quant idade de produt os expor t ados começa a diminuir. At é o agribussiness, set or de maior compet it ividade da econo mia brasileira f oi at ingido, t razendo para o campo uma crise de rent abilidade e liquidez cujos ef eit os serão sent ido nos próximos dois anos. Nesse cenário, como f ica a eco nomia em 2006? Com as eleições presidenciais e com a campanha já nas ruas, os avanços f icarão mais uma vez para o próximo governo. Por out ro lado, o cresciment o mun dial associado ao excesso de liqui dez no mercado int ernacional e a nossa elevada t axa de juros, deverão assegurar um result ado ainda posit ivo para a nossa economia. O PIB deve crescer a t axa ligeirament e sup erior a desse ano (3,5% ), a balança comercial ainda irá apresent ar um saldo p o sit ivo signif icat ivo, emb ora abaixo do result ado de 2005, e o fl uxo fi nanceiro deverá mant er o Real ainda valorizado. Ou FINANCEIRO


QUADRO 1

Resum o das Projeções do Principais Indicadores Econôm icos

PIB (a preços de mercado) Indústria Geral (PIM -IBGE) Taxa de Desemprego (médio)* Taxa de Desemprego (último trimestre)* M assa Real de Rendimentos (média)* * Balança Comercial (US$ bi) Transações Correntes (US$ bi) Transações Correntes (% do PIB) Câmbio (R$/US$) - M édio Câmbio (R$/US$) - Final de Dezembro SELIC (acumulada no ano) SELIC (fi nal de período) IPCA IGP-M Cont as Fiscais (% do PIB)* * * Resultado Primário Juros (com desvalorização cambial) Resultado Nominal (com desval.) Dívida Pública Font e: IBGE, Banco Cent ral Projeções: M B A ssociados 10/11/2005. * Nova PM E * * Projeção baseada na série do DIEESE.

2003

2004

2005

2006

0,5 0,1 12,3 12,0 -9,0 24,8 4,2 0,8 3,08 2,89 23,5 16,5 9,3 8,7

4,9 8,3 11,5 10,2 2,1 33,7 11,7 1,9 2,93 2,65 16,5 17,8 7,6 12,4

3,3 3,0 9,8 8,9 5,1 42,0 13,4 1,6 2,44 2,30 19,1 18,0 5,5 1,4

3,6 4,5 9,2 8,7 4,9 36,0 4,8 0,5 2,37 2,45 16,2 15,0 4,8 4,0

-4,5 8,0 3,5 57,2

-4,7 7,3 2,6 51,7

-4,8 8,2 3,4 51,2

-4,3 5,9 1,5 49,6

A est imat iva de câmbio não supõe pressões por cont a do processo eleit oral de 2006. * * * Superávit (-); Défi cit (+).

O PIB de 20 05 e 20 06 será revisto com a divulgação do PIB do 3º Trimest re pelo IBGE em 30 /11.

A sucessão presidencial deverá ser o tema mais relevante do ano e deverá dar o tom da economia

seja, a principio t eremos um 2006 muit o parecido com o ano de 2005, com risco de maior volat ilidade, pela campanha polít ica que deverá ser muit o acirrada. (quadro I). Na verdade, a sucessão presi dencial deverá ser o t ema mais relevant e do ano e deverá dar o t om da economia e suas variáveis


balanço econômico

Aspectos atuais da política monetária e creditícia Divulgação

O Banco Central, no seu objetivo de atingir a meta central de infl ação, manteve a trajetória altista da taxa Selic, que havia sido iniciada em setembro do ano anterior, durante todo o primeiro semestre do ano de 2005

CARLOS THADEU DE FREITAS GOM ES, EX-DIRETOR DO BANCO CENTRAL E CHEFE DO DEPARTAM ENTO ECONÔM ICO DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COM ÉRCIO

A polít ica monet ária t em sua ef i ciência julgada p ela ancoragem das exp ect at ivas inf lacionárias, que ao longo de 2005, result ou em desin f lação dent ro da t rajet ória f ixada p elo Ban co Cent ral. No início de 2005, várias f ont es de pressõ es e risco s inf lacionário s, t ant o int erno s como ext erno s, f aziam com que a met a cent ral de inf lação, elevada de 4,5% para 5,1% , parecesse irreal. No mês de Junho de 2005, a exp ect at iva para a inf lação medida p elo IPCA era de 6,2% . Isso p orque at é o ref erido mês, a inf lação acu mulada no ano já era de 3,16% , e 7,27% no acumulado em 12 meses. A ssim , no primeiro semest re dest e ano, a inf lação acumulada já con sumia mais de 60% da met a cen t ral e carregava uma inércia ref let ida na aceleração inf lacionária de vário s meses seguido s. Naquele moment o, as f ont es de pressõ es inf lacionárias f oram t razidas p or f at ores p ont uais, com a elevação do s preço s administ rado s, cujo impact o diret o não é p ermanent e, e t amb ém pela própria dinâmica do f or t e cresciment o o corrido no f inal de 2004, ap oiado em alt a liquidez, via expan são do crédit o e do s gast o s público s, f at ores monet ário s expan sionist as. Ou t ra pressão cont ida nest a dinâmica con sis-

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t iu na recup eração das margen s de lucro do varejo, que haviam sido comprimidas p elo não repasse ao con sumidor das elevaçõ es de preço s no at acado. Frent e a essas perspectivas, o Banco Cent ral, no seu objet ivo de at ingir a met a cent ral de infl ação, mant eve a t rajet ória alt ist a da t axa Selic, que havia sido iniciada em set embro do ano ant erior, durant e t odo o primeiro semest re do ano de 2005. Além disso, apont ou riscos adicionais, que ref orçavam a just ifi cat iva de apert o monet ário, ent re eles o de esgot ament o da capacidade inst alada, pelo t emor de que o nível de invest iment o não acompanhasse o rápido cresciment o da demanda. Cont udo, os receios do Banco Cent ral em relação ao “ hiat o do produt o” não se concret izaram, como demonst raram os result ados dos indicadores de nível de at ividade. Ou t ro s risco s se relacio navam com uma rever são de exp ect at ivas provo cada p or uma mudança no cenário ext erno, que cau saria elevaçõ es nas t axas de juro s no s países desenvolvido s e diminuição da liquidez int ernacional. Essas preo cupaçõ es ainda p er sist em , mas, como o aument o das t axas de juro s nor t e-americanas t em sido conduzido de maneira gradual, o ambient e ext erno t em se mant ido f avorável at é o present e moment o FINANCEIRO


e cont inua ajudando a economia b rasileira. A elevada liquidez int ernacional e as prát icas de juro s reais baixo s no s EUA f izeram com que o ap et it e do s invest idores p or risco aumen t asse. Combinando esse f at or com o ciclo de ap er t o monet ário man t ido p elo Banco Cent ral do Brasil, o s at ivo s brasileiro s t ornam -se bast ant e at rat ivo s, o que mant eve o câmbio bast ant e valorizado. Em meados do ano, as expect at ivas e índices para a infl ação começaram a arref ecer, mais precisament e, após o primeiro quadrimest re, quando houve defl ação em maio. A combinação de ambient e ext erno f avorável com câmbio apreciado e t axas de juro s reais alt as con seguiu redirecionar a t rajet ória inf lacionária de volt a para as met as de in f lação. A p esar da t axa de inf lação esp erada para 2005 se sit uar um p ouco acima do s 5,1% , as projeçõ es ap ont am para uma inf lação abaixo da met a int erp olada no primeiro t rimest re de 2006, abrindo espaço para uma t rajet ória declinant e das t axas de juro s no s próximo s meses. Os ef eit os adversos do aper t o monet ário promovido pelo Banco Cent ral e da valorização cambial sobre a at ividade econômica f oram menores que o esperado. Houve de f at o uma desaceleração do nível de at ividade, principalment e no 1º e 3º t rimest re de 2005. Cont udo, mesmo com o câmbio apreciado, as expor t ações cont inuaram f or t es, e as import ações ainda crescem em baixa velo cidade, o que vem mant endo saldos posit ivos na cont a corrent e. Em relação à dívida pública, sobre a qual os ef eit os de aument os nas t axas de juros são imediat os, a manut enção do cresciment o econômico f oi f undament al para a est abilização da relação dívida/ PIB. No próximo ano, espera-se uma diminuição do superávit nas t ransações corrent es do Balanço de Pagament o, via redução dos saldos comerciais. Esse ajust e pode se dar de maneira posit iva, acompanhado de cresciment o econômico, por signifi car ACREFI

uma diminuição da poupança enviada ao ext erior, redirecionando -a para o s invest iment o s domést ico s. Para que isso ocorra, a queda das expor t ações líquidas t em que ser condicionada a um aument o das impor t ações, gerado por um au ment o da demanda. Os element os que podem levar a um cresciment o mais modest o do PIB são uma apreciação cambial excessiva e seus ef eit os negat ivos sobre as expor t ações, combinada com dosagens exageradas de juros reais. Porém, o cenário mais provável é que ocorra uma desvalorização cambial moderada em 2006, junt o com t axas de juros reais menos elevadas. Além disso, como afi rmado ant eriorment e, as expect at ivas para o IPCA permanecem na t rajet ória de queda at é maio de 2006, dent ro das met as int erpoladas at é julho. Ent ão, se as expect at ivas se confi rmarem, o Banco Cent ral t em f olga para acelerar o rit mo de queda da t axa Selic at é maio do próximo ano, permit indo uma expansão maior da economia no primeiro semest re de 2006. A t endência de quedas sucessi vas da t axa Selic t amb ém f avorecerá o mercado de crédit o, que t em ganhado cada vez maior imp or t ân cia para a economia, sobret udo no f inanciament o da expan são do con sumo. A recup eração gradual da renda real do t rabalhador t amb ém colab ora com esse cenário. A part ir de 2004, o crédit o t ot al ent rou com maior f orça em uma nova t endência de alt a, puxada principalment e pelo crédit o pessoal, por cont a de dois f at os relevant es: a regulament ação de novas modalidades de crédit o pelo governo (crédit o consignado e vinculado) e pela melhoria nas condições do mercado de t rabalho. Nos últ imos doze meses fi nalizados em agost o de 2005, o crédit o consignado cresceu 90,92% em t ermos reais (defl acionado pelo IPCA). Os set ores rural e comercial, mesmo que de f orma mais sut il, vêm aument ando o volume de seus emprést imos junt o ao sist ema fi nanceiro. O mercado de t rabalho t em

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Os efeitos adversos do aperto monetário promovido pelo Banco Central e da valorização cambial sobre a atividade econômica foram menores que o esperado

infl uenciado posit ivament e a demanda por crédit o na economia. A massa de rendiment os reais da economia vem dando sinais vigorosos de recuperação desde o início de 2004, dado pelo aument o do nível de emprego e pela melhor remuneração em t ermos reais dos t rabalhadores. A ret omada do cresciment o econômico aliada ao sucesso das met as inf lacionárias prop orciona um ambient e de maior segurança ent re os agent es econômicos, p ermit indo o alongament o do s prazo s de crédit o. De f at o, ent re janeiro de 2004 e set embro de 2005, o crédit o t ot al t eve seu prazo médio est endido em 13% , o prazo médio das op erações de crédit o de p essoa jurídica elevou -se em 20% e o crédit o à p essoa f ísica em 48% (excluindo -se f inanciament o imo biliário e aquisição de veículo s). A p olít ica monet ária para cont i nuar apresent ando result ados f avo ráveis dent ro do regime de met as de inf lação est ab elecido, precisa cont ar com o sup or t e f iscal de longo prazo, sem o qual t o do o esf orço at é agora demandado ao set or real da economia e cu st o so para a dívida pública, p o de t er sido inú t il. Lo go, sobre a t endên cia declinant e da relação dívida /PIB reside a cont inuidade do sucesso das at uais p olít icas monet ária e credit ícia


artigo

Défi cit nominal ZERO? PROF. DR. ALBERTO BORGES M ATIAS, PRESIDENTE, E LUIZ H. DE CASTRO PRADO, ANALISTA, DO INEPAD - INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA EM ADM INISTRAÇÃO

Nas últ imas semanas, discut iu-se muit o nos meios de comunicação e imprensa em geral a propost a do Deput ado Delfi m Net t o (PPB-SP) de alcançar o défi cit nominal ZERO. Em t ermos gerais, o objet ivo da propost a é alcançar o superávit primário (Receit as - Despesas e Invest iment os do Governo) represent at ivo o sufi cient e para pagar os juros da dívida pública, de maneira que as cont as do governo at injam result ado nominal igual a ZERO. Hist oricament e, considerando os dados do Banco Cent ral que se iniciam em janeiro de 1995, o Brasil nunca conseguiu, em t ermos anuais, at ingir result ado nulo nas cont as públicas. O gráfi co ao lado ilust ra os result ados primários, pagament os dos juros da dívida e result ado nominal nos últ imos 10 anos. A part ir de 1999, após acordo com o Fundo M onet ário Int ernacional, as cont as públicas começaram a apresent ar superávit no result ado primário, que f oi de R$ 64 bilhões em 1999 (em valores at ualizados para junho /2005) e cresce a cada ano. Em 2004, período no qual o result ado nominal f oi mais próximo do objet ivo de Delfi m, o result ado primário f oi de R$ 87 bilhões, que apesar de t er superado a met a do FM I - que era de 4,25% do PIB - f oi insufi cient e para pagar os juros da dívida, que f oram de R$ 134 bilhões gerando assim um result ado nominal ainda negat ivo no ano de 2004 (-R$ 46 bilhões).

GRÁFICO 1

Result ado Nom inal - R$ bilhões corrigidos pelo IGP-DI INEPAD & BC 150 100 50 0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 1995

1996

1997

Result ado Primário

1998

1999

2001

Juros Nominais

Para a propost a de Delfi m ser alcançada, o governo pode ut ilizar-se, de maneira isolada ou em conjunt o, de t rês est rat égias dist in t as, que são : aument ar a receit a fi scal, diminuir as despesas operacio nais e de invest iment os públicos ou diminuir o cust o da dívida pública. Aum e nt o da Rece it a Fisca l A receit a fi scal é compost a, em sua grande maioria, pela arrecadação de impost os. O aument o da receit a fi scal ocorre nat uralment e com o cresciment o econômico, ou de maneira f orçada com o aument o da carga t ribut ária. Nos últ imos anos, a receit a fi scal brasileira aument ou bast ant e, passando de R$ 230 bilhões em 1995, para R$ 326 bilhões em 2004 (ambos valores corrigidos para

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2000

2002

2003

2004

2005*

Result ado Nominal

jun /2005). Em relação ao PIB, a t ribut ação t ambém ganhou represen t at ividade, passando de 28% do PIB, em 1995, para 37% em 2004. Dessa maneira, a t ribut ação relat iva ao PIB do Brasil at ingiu pat amares de países de alt o padrão de ser viço público e assist ência social, como Canadá, Alemanha e Suécia, dist anciando -se do padrão dos países emergent es como M éxico, China, Rússia e Chile. Veja no gráfi co 2. Est a alt a carga t ribut ária aumen t a os cust os de produção, gerando inefi ciência econômico -produt iva, af et ando a compet it ividade das em presas inst aladas nest e País. Dessa maneira, percebe-se que a elevação da carga t ribut ária como est rat égia para alcançar o défi cit nominal t orna-se não recomendável. FINANCEIRO


GRÁFICO 2

GRÁFICO 3

Carga Tribut ária em % do PIB

Tít ulos do Tesouro Nacional

Fonte: INEPAD & IBPT

( R$ bilhões corrigidos IGP-DI) Fonte: INEPAD & BC

Suécia França Noruega Alemanha Brasil Reino Unido Turquia Irlanda Suiça Est ados Unidos Japão Coréia do Sul Argent ina M éxico Chile Rússia China

1.100 1.000 900 800 700 600 500 400 300 200

Dim inuição de De spe sa s e Inve st im e nt os Públicos Após o acordo com o FM I, o governo promoveu ajust e nas cont as públicas de maneira a alcançar a já cit ada met a de superávit primário, que era de 4,25% do PIB. Nest e sent ido o governo t em, de uma maneira geral, diminuído bast ant e suas despesas e, principalment e, os invest iment os. A s despesas e invest iment os do governo em 1999 t ot alizaram R$ 298 bilhões, enquant o em 2004 o t ot al de gast os (despesas e invest iment os) f oi de R$ 251 bilhões (ambos valores corrigidos para jun /2005), ou seja, uma diminuição real de 15% no período. A redução das desp esas e invest iment o s do governo t em sido sig nif icat ivas o suf icient e para agravar algun s problemas est ru t urais brasileiro s, b em como “ p o ssibilit ar” o surgiment o de novo s problemas na est ru t ura nacio nal (Si st emas Ro doviário, Por t uário, de Saúde e de En sino ). Nesse cont ext o, f az-se válida a idéia de acelerar o pro cesso de operacionalização das PPP’s (Parcerias Público Privada), uma vez que elas melhorariam as condiçõ es est ru t urais brasileiras sem a necessidade de grande volume de invest iment os públicos e, paralelament e, p o ssibilit ariam maior cresciment o econômico e con seqüent e aumen t o da receit a f iscal, seja de maneira diret a (imp o st o s pago s p elas em ACREFI

D i m i n u içã o d o Cu st o d a D í v id a Como já coment ado, nos últ imos 20 anos as cont as do governo brasileiro f oram defi cit árias. Durant e o período de infl ação alt a e hiper-infl ação (1985-1994), o défi cit público nacional era sust ent ado pela emissão de moeda, o que result ava na manut enção do ciclo hiperinfl acionário. A par t ir de julho de 1994, com o início do Plano Real, o governo precisava cont rolar a infl ação, mas não mais podia imprimir moeda. A ssim, para est ancar o défi cit público, o t esouro nacional passou a emit ir t ít ulos. O gráfi co 3 ilust ra a explosão dos t ít ulos públicos. A emissão de t ít ulo s f oi bast an t e grande na primeira f ase do Plano Real, quando a t axa de câmbio era f ixa, de julho de 1994 ao f inal de 1999. Po st eriorment e, a emissão de t ít ulo s f oi bast ant e reduzida. O grande volume de t ít ulos do t esouro é o principal f at or responsável pela geração dos cust os da dívida (juros nominais). Grande maioria desses t ít ulos é at relada à t axa básica da economia (SELIC); dessa maneira, quant o maior a Selic, maior serão os juros nominais dos

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p resas o riundas das PPP´s) ou indi ret a (p elo aument o da arrecadação con seguido na f orma de au ment o da at ividade econômica con dicionada pelas melhores condições est ru t urais e menor Cu st o Brasil ).

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Tít ulos

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GRÁFICO 4

Dívida por indexador ( jul /05) Fonte: INEPAD & BC

2,8% 13,1%

56,4%

24,3%

3,4%

Selic c/ sw ap

Câmbio c/ sw ap

Pré-fi xado

Preços

Out ros

t ít ulos, maior será o cust o da dívida e mais longe do ZERO fi cam as con t as públicas. Veja no gráfi co 4 a dist ribuição dos t ít ulos por indicador. Como 56,4% do s t ít ulo s da dívida são at relado s à SELIC, t emo s que cada 1% reduzido na t axa básica ref let iria em R$ 5,4 bilhõ es de economia no pagament o de juro s. Esclarecemo s, no ent ant o, que a pret en são do est udo é mo st rar como a p olít ica monet ária rest rit iva e de alt o s juro s é maléf ica e drena o s recur so s público s e gerando necessidade de f inanciament o do set or


legislação

A indústria das ações revisionais deve acabar CELI GABRIEL FERREIRA, ADVOGADA DO DEPARTAM ENTO JURÍDICO DA BV FINANCEIRA

Import ant e esclarecer ao leit or que o present e art igo não t erá a pret ensão de adent rar nos aspect os ideológicos, nem jurídicos que envolvem as discussões ent re o t omador do emprést imo e as inst it uições fi nanceiras. A preocupação que t em nos acompanhado diz respeit o aos aspect os econômicos que envolvem as ações revisionais de cláusulas de cont rat o de fi nanciament o de veículos. Não há possibilidade de mant er uma sadia relação comercial e mesmo de consumo se as par t es não est iverem empenhadas em agir est rit ament e dent ro da boa f é. At u alment e, o client e que ingressa com ação revisional é aquela pessoa que cont rat a um f inanciamen t o visando, de ant emão, a vant agem do não pagament o do con t rat o, pois, em algumas vezes, não paga sequer a primeira parcela.

Não há possibilidade de relação comercial sadia sem empenho em agir dentro da boa-fé

A vant agem objet ivada por ele não est á no desf echo da ação e sim no seu t ranscur so, vist o que, con t ando com a morosidade da Ju st iça, bem como, com a desconsi deração do depósit o das quant ias que ent ende devidas ao longo do processo, f ica desonerado da obri gação de pagar o cont rat o, vê-se livre de cobranças e f az u so do bem f inanciado. Ocorre que, algum dia est a ação encont rará seu t ermo, a qual, mesmo t endo alcançado seu propósit o, qual

seja, o benef ício da mera at ualização monet ária e de uma t axa de juros aplicada de 1% ao mês, com a acumulação dest es ao longo de 3 ou 4 anos, t rará o valor f inal para níveis superiores aqueles cont rat ados, rest ando muit as vezes impagável o saldo devedor, além do que, em ab solut a dissonância com o valor do bem f inanciado, not adament e depreciado. Há uma máxima econômica que est á sendo desprezada por t odos aqueles que def endem as ações revisionais, a qual nos ensina “ ser o dinheiro o único bem que se valo riza no t empo” , e cont ra o t empo não há ideologias que sobrevivam. M esmo não exist indo legislação que limit e a cobrança de juro s e demai s encargos previ st o s em con t rat o s de concessão de crédit o, as in st it uiçõ es f inanceiras há muit o


t emp o t em se deparado com um grande volume de ações revisio nais visando discu t ir as cláu sulas de juro s remunerat ório s e de comissão de p ermanência. A revisão de cont rat o s, que deveria ser encarada como um f at o excep cional no mundo das obrigaçõ es, como já ob ser vamo s, t em sido largament e u t ilizada p or aqueles que não querem cumprir suas obrigaçõ es. Dest a f orma, o ef eit o dessas açõ es t em sido t ão signif icat ivo no âmbit o das in st it uiçõ es f inanceiras, que virou expressão corrent e chamarem esse f enômeno de “ indú st ria das açõ es revisionais” . Tal f at o, além de gerar pro blemas às inst it uições f inanceiras, coloca o t rabalho do advogado e do Poder Judiciário em cheque, vez que dá margem ao ent endiment o de que a Ju st iça pode ser u sada para procrast inar obrigações assu midas em cont rat o pact uado espon t aneament e pelas par t es. Chegamos ao cúmulo de nos deparar com a dist ribuição de pan f let os publicit ários, à margem do que dispõe o Código de Ét ica da advocacia, of erecendo os ser viços de advogados para ingresso de ações revisionais. O Judiciário Est adual t ambém t em sua parcela de responsabili dade no f oment o dessas ações, na medida em que t emas como comissão de permanência e juros remu nerat órios, passíveis de cobrança e respaldados pela legislação, são insist ent ement e por ele ref ut ados,

em oposição ao ent endiment o paci f icado nas inst âncias superiores. Os ef eit os negat ivos dessas ações são sent idos pelas inst it uições fi nanceiras, pois agravam o risco de cont rat ação, obrigando -as a repassar as perdas oriundas das revisio nais às f ut uras operações de crédit o. Ist o, consequent ement e, provoca a elevação das t axas de juro nas regiões af et adas. Em casos mais ext remos, as inst it uições f azem rest rições ao crédit o e podem at é mesmo deixar de operar em det erminada região que concent ra um grande número de ações revisionais. Os Est ados com maior incidên cia de revisionais são Rio Grande do Sul e Sant a Cat arina. Embora seja conhecida a f orça econômica de t ais Est ados, o posicionament o do Judiciário local propicia que as inst it uições f inanceiras se cerquem de cuidados ao at uar, apresent ando maiores rest rições na concessão do crédit o. A quest ão no Rio Grande do Sul é t ão preocupant e que dados indicam que soment e esse Est ado é responsável por 65% das ações revisionais em t odo o país. Como grande promessa de ajuda na lut a cont ra a indú st ria de ações revisionais, em agost o de 2004 f oi edit ada a Lei 10.931, dispondo sobre a Cédula de Crédit o Bancário, ent re out ros assunt os por ela t rat ados. A Cédula de Crédit o Bancário, específ ica para a cont rat ação das operações de crédit o, aut orizou a pact uação de juros sobre a dívida e a sua capit alização mensal, deu

Devemos trabalhar para que os Tribunais de Justiça interpretem e apliquem a lei

f orça probat ória a ext rat os e planilhas demonst rat ivas do débit o e ainda permit iu a cobrança de encargos de mora, mult as e honorários ext rajudiciais. Ela veio como uma respost a à urgent e necessidade que as inst it uições f inanceiras t êm de combat er a insegurança gerada pela inst abilidade das decisões judiciais que vêm f ragilizando os vínculos cont rat uais. A ssim, t ambém rest ou claro que as t axas de juros cobradas pelas inst it uições bancárias ou f inanceiras, em seu s negócios jurídicos, est ão balizadas no cont rat o, nas regras de mercado e, sem dúvida alguma, na legislação vigent e. Devemos t rabalhar para que os Tribunais de Just iça Est aduais in t erpret em e apliquem a lei, f irmando ent endiment o de é legít ima a cobrança dos juros pact uados quando da celebração do con t rat o de f inanciament o. Quando isso acont ecer, poderemos f lexibi lizar as operações, dot ando -as de t axas de juro compat íveis com o novo per f il de risco, o que será ext remament e benéf ico para o con sumidor f inal


artigo

O mercado fi nanceiro e outros caminhos jurídicos como a negociação, a mediação e a arbitragem Divulgação

Um dos grandes ent raves a novos invest iment os e negócios no Brasil se dá por cont a do complexo sist ema judiciário nacional o qual est á diret ament e ligado a lent idão do t râmit e dos processos. M uit as ref ormas da lei processual t êm t razido algum t ipo de celeridade mas a verdade é que nossos t ribunais encont ram-se abarrot ados de recursos para julgar, o que f az que a decisão fi nal de um caso t ome anos e, muit as vezes, acabe desvirt uando a nat ureza do próprio negócio. Há ainda os casos em que o desgast e provocado pelo próprio t empo somado à let argia das par t es na busca de um ent endiment o t ornam ainda mais incer t a a resolução fi nal da cont rovérsia. M inha vivência de mais de 17 anos à f rent e de inst it uições fi nanceiras e há mais de quat ro anos em um escrit ório de advocacia, possibilit ou-me enxergar mét odos capazes de evit ar os riscos de um processo e ademais garant ir a convivência pacífi ca das part es at é a conclusão fi nal do projet o no qual a cont rovérsia se inst alou. A negociação diret a, a mediação e a arbit ragem são f errament as poderosíssimas que podem af ast ar os riscos t razidos pela nat ural demora dos processos judiciais, garant ir a cont inuidade do projet o e t ambém a convivência pacífi ca dos sócios ou part es em det erminado negócio. Fazendo um paralelo em relação

LUTHERO CAIXETA BARBOSA JUNIOR, SÓCIO DA DAURO DÓREA & ADVOGADOS

M étodos capazes de evitar os riscos de um processo e garantir convivência pacífi ca das partes

a uma preparação para uma corrida, em que no passado o at let a precisava apenas de um calção e um par de t ênis para que pudesse começar a correr, hoje, est e mesmo at let a cont a com orient ações sobre a import ância do alongament o ant es e depois do exercício, da cadência mais ordenada ao longo do t rajet o, da ingest ão de carboidrat os ant es e depois, da ut ilização de um f reqüencímet ro (para não ult rapassar o nível ideal de bat iment o cardíaco), dent re out ras orient ações que cert ament e aument arão suas chances de êxit o e garant irão bons result ados não apenas na colocação mas t ambém na sua saúde e no seu bem est ar. Recent ement e part icipei de uma corrida que reuniu mais de 20.000 compet idores, na qual cert ament e muit os já cont avam e ut ilizaram dest as t écnicas e inf ormações, obt endo, pois, melhores result ados. Porém, uma grande part e ainda não conhecia ou não sabia ut ilizar muit as dest as inf ormações e equipament os,

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result ando em perda de perf ormance e at é mot ivação. Volt ando ao t ema em discu ssão propriament e dit o e f azendo uma relação ao exemplo da corrida, no direit o e nas relaçõ es do mercado f inanceiro a realidade não é muit o dif erent e. Hoje cont amo s com in st rument o s e com at it udes que p o ssibilit am , mesmo que em paralelo, uma condição nego cial muit o mais int eressant e para as duas par t es. A ssim é que a at uação prevent iva no Direit o t em se t ornado dia ap ó s dia uma imp or t ant e f errament a para se prevenir cont endas ou evit ar um result ado incer t o. Po deria aqui f alar bast ant e sobre t ran saçõ es judiciais e ext rajudiciais, p orém vou resumir minha ab ordagem em t rês ef icazes mét o do s: a nego ciação diret a, a mediação e a arbit ragem. À exceção da arbi t ragem , co st umo chamar o s dois demais mét o do s de linha nego cial. 1) NEGOCIAÇÃO - CAM INHO M AIS RÁPIDO PARA O RESULTADO Antes de se pensar em ingressar no judiciário ou com um processo arbitral, não se deve descartar a negociação, sem dúvida o caminho mais rápido e econômico para a solução de controvérsias. Tecnicamente falando, a negociação diret a basicamente diferencia-se dos próximos métodos que pretendo coment ar – a mediação e a arbitragem FINANCEIRO


– pois prescinde da int ervenção de um t erceiro. O mét odo da negociação diret a, que não se conf unde com a conciliação, engloba t écnicas especiais de se evit ar o nasciment o de uma demanda ou t erminá-la caso já iniciada. Eu, pessoalment e, posso dizer que t enho obt ido bast ant e êxit o no que chamo de linha negocial, evit ando grandes prejuízos com o est ancament o de projet os ou out ras mazelas produzidas por um processo judicial pela simples aplicação das t écnicas e ciência da negociação. Com ef eit o, a negociação vem se most rando como uma das mais efi cazes f ormas de solução de lit ígios, em f unção do seu baixo cust o, rapidez e efi ciência. Isso fi ca bem evident e, quando obser vado o crescent e número de profi ssionais que buscam especialização nest a área. O grande dif erencial é o t empo. Exist em sit uações de lit ígio que não podem esperar por uma, duas, ou at é t rês décadas para serem solu cionadas p ela via judicial, p ois cert ament e essa lent idão ira gerar prejuízo s incalculáveis. Cumpre salient ar que a base para a efi caz solução de demandas via negociação é o real int eresse das par t es em t ransacionar, ou seja, os int eresses devem ser exclusivos visando a ef et iva solução do pro blema, despidos de vaidades, f alsas ilusões e met as impossíveis, o que envolve concessões mút uas para evit ar-se prejuízos maiores. Traçados os reais objet ivos e met as, e delineando -se as reais e verdadeiras possibilidades de êxit o e perda, os int eressados devem pau lat inament e buscar a int er secção dos int eresses, desde o inicio most rando -se o que não poderá ser t ransacionado, ou seja sempre caminhando em uma gradação posit iva. Algumas prát icas comuns devem ser evit adas a t odo cust o, como os “ leilões” e as “ cart as na manga” . Isso porque já est á claro que para ser viável e f act ível, uma negociação deve sempre se paut ar pela t ransparência e lisura de ambas as part es. ACREFI

A negociação vem se mostrando como uma das mais efi cazes formas de solução de letígios

2) M EDIAÇÃO - M AIS UM A OPORTUNIDADE EFICAZ DE COM POSIÇÃO AM IGÁVEL A mediação dif erencia-se basicament e da negociação diret a, pois exige a int ervenção de t erceiros na t ent at iva de obt enção de um meiot ermo que seja f act ível e conf ort ável para os cont endores. Ao contrário do que se pensa, a mediação é mais que um método científi co mas confi gura-se num processo conduzido por profi ssionais de diversas áreas envolvidas (conforme o tema) em busca da composição amigável num determinado prazo de tempo, que pode ser defi nido entre as partes. Evident ement e, a concordância das part es é essencial para o sucesso da mediação a qual, sendo f rut íf era, t erminará com a redação de um t ermo est abelecendo o fi m da ent ão cont rovérsia. Há pouco mais de seis meses tive oportunidade de participar de um processo de mediação conduzido por mim e mais três profi ssionais, que foi capaz de compor diversas partes litigantes em questões que envolviam desde situações societ árias até outras ligadas a engenharia, distribuição etc. A forma sigilosa e pacífi ca da mediação evitou que as partes sof ressem com a desvalorização de seu produto caso o mercado soubesse das acirradas discussões que se travavam entre os sócios e demais áreas da companhia. 3) ARBITRAGEM - JUSTIÇA PRIVADA FORM A ALTERNATIVA DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS Quando f rust rados os caminhos negociais ant eriorment e explanados, ainda há uma chance de se evit ar a via

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judicial e obt er um pronunciament o adequado e rápido para o direit o que se pret ende ver t ut elado, at ravés da eleição por ambas as part es do f oro arbit ral ou, como cost umo dizer, da Just iça Privada. A arbit ragem sempre exist iu no Brasil e est ava cat alogada em art igos esparsos dos Códigos Civil, Comercial e de Processo Civil, porém era pouco ut ilizada uma vez que a decisão do árbit ro (àquela época chamada de laudo arbit ral) necessit ava de homologação judicial, sujeit ando-se assim, a t odos os t râmit es, burocracias e demora do nosso Poder Judiciário. Hoje, com a nova lei, a decisão do árbit ro (sent ença arbit ral) não est á sujeit a ao crivo do Judiciário. O inst it ut o da arbit ragem vem sendo ut ilizado no mundo int eiro como um meio efi cient e de solução de cont rovérsias, inclusive em países como os Est ados Unidos, Alemanha, Japão, Canadá que se ut ilizam largament e dest e mét odo, aliviando o Judiciário e propiciando decisões rápidas, precisas e barat as. Dest art e, a promulgação da Lei Federal 9.307/96, conhecida como a Lei M aciel, o Brasil consolidou t odos aqueles art igos das leis já cit adas que t rat avam de arbit ragem numa só lei, com inovações import ant es, dent re as quais dest acamos que: a) a sent ença arbit ral não depende de homologação judicial; b) não cabe recurso da sent ença arbit ral ; c) a sent ença arbit ral é t ít ulo de crédit o judicial ; d) o prazo fi nal nunca pode ser superior a 180 dias; e) as part es escolhem livrement e quem será o árbit ro; f ) são as part es quem det erminam os crit érios da arbit ragem ; g) as part es decidem em que prazo querem a solução do problema ou impasse; Em out ras palavras, cabe dizer que at ravés da arbit ragem é possível resolver-se qualquer t ipo de lit ígio (excet o quest ões t ribut árias, criminais ou de f amília), de uma f orma rápida, econômica, precisa.


artigo Veja no quadro abaixo uma comparação ent re um caso levado ao Poder Judiciário (Just iça Pública) e o mesmo caso ent regue à uma Câmara Arbit ral (Just iça Privada). No fi nal de 2003, o plenário do Supremo Tribunal Federal, máxima Cort e de Just iça, decidiu pela plena efi cácia de t odos os art igos da Lei 9.307/96, colocando por t erra ant igas alegações de inconst it ucionalidade de alguns disposit ivos da cit ada lei. Esse mét odo de solução de cont rovérsias, sem dúvida alguma, é a maneira mais hábil, rápida, econômica, civilizada e precisa de se colocar fi m a impasses comerciais, negociais

et c., preser vando a relação das part es e f oment ando os negócios da empresa, vez que ações judiciais só f azem gerar cust os alt íssimos, at ravancar os negócios e ret ardar deci sões por muit os anos. Desde a promulgação da Lei de Arbit ragem, f oram criadas no Brasil diversas Câmaras Arbit rais como a da Fiesp, Câmara Brasil-Canadá, Amcham, FEBRABAN, Abar (Associação Brasileira de Arbit ragem) e out ras as quais t êm t ido bast ant e êxit o na solução de cont rovérsias, desaf ogando nosso Judiciário e propiciando aos int eressados uma decisão fi nal muit o mais célere e efi cient e.

POD ER JUDICIÁ RIO JUSTIÇA PÚBLICA

Tenho vist o na prát ica os ef ei t os benignos e de f at o ef icazes que as t écnicas acima t razem às empresas e ao mundo dos negócios, ao mesmo passo que vejo exemplos de cont endas que se arrast am há mais de uma década sem solução e cujo negócio principal já se esvaiu pela própria ação do t empo. Se o t empo t em um ef eit o implacável em nossas vidas igualment e o t em nos negócios, mot ivo que f az com que t odos os que at uem no direit o devessem refl et ir mét odos alt ernat ivos de resolução legal de cont rovérsias a fi m de evit ar os caminhos incert os de uma demanda judicial

ARBITRAGEM - LEI 9.307 /96 JUSTIÇA PRIVADA

Sigilo

Não garant e sigilo : qualquer pessoa pode t omar conheciment o do processo e das part icularidades lá discut idas, além da anot ação em regist ros públicos que muit as vezes acabam por denegrir ou vir em desfavor dos próprios lit igant es.

Sigilo absoluto garantido: todo o procedimento é absolutamente sigiloso, somente as partes tomam ciência de seus termos e as partes podem determinar que fi nda a arbitragem os documentos sejam destruídos.

Ce le rida de

O processo é m uit o lent o, podendo demorar dez ou mais anos.

O processo é rápido, as partes determinam seu prazo, sendo que este nunca poderá ultrapassar 180 dias.

Cust o

É elevado e incerto, pois nunca se sabe quanto tempo vai durar e quanto vai cust ar a fi nal.

É econômico, sendo que as part es t êm o exat o conheciment o de quant o vai cust ar.

É im prescindível.

Embora recomendável, não é necessário.

Julga dor

É um juiz sort eado, das quais as part es não conhecem, e est e nem sempre est á afeit o ao problema e quase nunca t em conheciment os t écnicos sobre a discussão das part es, cingindo-se apenas a julgar de forma purament e jurídica.

É um árbit ro livrement e escolhido pelas part es, que t em profundo conheciment o do assunt o que se discut e e leva em consideração aspect os import ant es das part es.

Form a de Julga m e nt o

M uit o embora as part es possam t er cont rat ado de uma forma específi ca, o juiz será obrigado a seguir soment e os t ermos do Código de Processo Civil, desprezando a vont ade das part es e do que foi cont rat ado, quando em cont rariedade com o CPC.

As part es decidem quais os crit érios e forma que o árbit ro deverá ut ilizar para decidir a quest ão, podendo valer-se do que foi est rit ament e combinado ou cont rat ado.

Recursos cont ra a decisão 1

N o Brasil, são m ais de 5 0 os recursos cabíveis, o que t orna o processo inf indável.

Recursos cont ra a decisão (¹ ) Da sent ença arbit ral não cabe recurso, sendo que t orna-se imediat ament e exeqüível.

Re st a be lecim e nt o da re lação da s pa r t e s

Prat icament e impossível, eis que o processo judicial leva ao desgast e t ot al das part es em virt ude dos argument os dos advogados, da enorme demora et c.

Totalmente possível, eis que o processo é rápido, civilizado e é julgado por alguém de confi ança das partes.

Advoga do

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FINANCEIRO


artigo

Operações de crédito e redução do risco judiciário CARLOS DAHLEM DA ROSA E PABLO BERGER, ADVOGADOS

Luciano Zafalon

Em recent e est udo publicado pelo Banco M undial, int it ulado Access t o Financial Ser vices in Brazil, a aut ora Anjali Kumar conclui que a disponibilidade de crédit o no País encont ra sério óbice em f ace do risco aliado à inadimplência. Da mesma maneira, o Banco Cent ral do Brasil, no est udo denominado Juros e Spread Bancário no Brasil, at ribui à inadimplência cerca de 30% do spread bancário. Depreende-se, port ant o, que o risco de crédit o t em sido um f at or det erminant e da elevação do cust o das operações de emprést imo, bem como da difi culdade ou at é a impossibilidade de sua concessão. Est e alarmant e dado remet e a uma embaraçosa const at ação: a banalização do acesso ao Poder Judiciário at ravés das chamadas ações revisionais bancárias e a insegurança jurídica decorrent e Em um país como o Brasil, no qual o Poder Judiciário não t em condições de supor t ar grandes volumes de ações sem que alguma das par t es envolvidas seja prejudicada em f ace da demora, f oram os bancos e fi nanceiras escolhidos para pagar a cont a. Após o período inicial das revisionais

bancárias, quando o ent endiment o majorit ário do próprio Poder Judiciário chancelava a inadimplência at ravés de liminares e sent enças, o Superior Tribunal de Just iça – últ ima inst ância judicial em direit o f ederal no País –, sopesando os prejuízos suport ados pela sociedade em f ace da posição de alguns t ribunais est aduais, ent endeu por pacifi car as quest ões relacionadas aos cont rat os bancários, defi nindo, por exemplo, que a ut ópica limit ação de juros ao pat amar de 12% ao ano não poderia ser obser vada perant e o sist ema fi nanceiro pát rio. Na mesma est eira, essenciais as medidas adot adas por associações ligadas às inst it uições fi nanceiras, not adament e a Acrefi , que vem denunciando a prát ica ilegal de pro fi ssionais ligados ao Direit o, os quais ignoram o posicionament o pacífi co do STJ e seguem veiculando propagandas que vendem a cer t eza do ganho de causa aos fi nanciados. Tais delet érias prát icas vêm sendo invest igadas pelo M inist ério Público – especialment e pelas promot orias de def esa do consumidor – bem como

pelos Tribunais de Ét ica e Disciplina das seccionais est aduais da Ordem dos Advogados do Brasil. Est as pro vidências vêm det erminando a sensível redução da publicidade ilegal combat ida, principal combust ível da “ indúst ria da revisional” , que vulgariza o acesso à just iça t ransf ormando -o na busca de um produt o em prat eleira. A t endência at ual, por conseguint e, leva a crer que os próximos est udos a serem realizados pelo Banco M undial e pelo Banco Cent ral do Brasil cer t ifi carão o avanço da posição de nossos Tribunais no que t ange à f at ia judiciária na compo sição do spread bancário, benefi ciando a t odos com o aument o de disponibilidade de capit al no mercado int erno, porquant o, se não há a cer t eza de que os bancos e fi nanceiras receberão de volt a os valores emprest ados e os encargos pact uados, pelo menos há a t endência de ver o cont rat o mant ido caso sub met ido à análise do Poder Judiciário, consagrando o at ribut o da segurança jurídica, que dist ingue sociedades desenvolvidas das demais


tendência

O que esperar para o crédito privado em 2006? Divulgação

Em 2005, o saldo das operações de crédit o do sist ema fi nanceiro às pessoas f ísicas acumulará expansão de mais de 33% , já descont ada a infl ação. Esse expressivo aument o t em cont ribuído para mant er aquecidas as vendas do comércio, mas t ambém t em aument ado o receio de uma parcela do mercado de que essa expansão não seria sust ent ável. O t emor se f undament aria no f at o de que, no passado recent e, o Brasil viveu períodos de expansão do crédit o seguidos de aument o da inadimplência, como f oram os anos 1994 e 2001, com expansão de 40,4% e 18,2% , respect ivament e, no crédit o às pessoas f ísicas. Ent ret ant o, algumas caract eríst icas dif erenciam o at ual moment o do mercado de crédit o dos vividos nesses períodos. Em 1994, por exemplo, a expansão de crédit o pósest abilização se deu, via de regra, sem o uso adequado de t ecnologias de concessão de crédit o. Já em 2001, as perspect ivas de cresciment o econômico f oram f rust radas pela crise energét ica, seguida de um aument o da aversão ao risco, devido à sucessão presidencial e aos escândalos cont ábeis nos Est ados Unidos. Alguns indicadores sugerem perspect ivas posit ivas para a economia brasileira em 2006. Esses mesmos indicadores t êm o pot encial ef eit o de cont ribuir para expandir o crédit o às pessoas f ísicas, que deve crescer cerca de 20% em 2006. Em primeiro lugar, exist e a expect at iva de que a economia mundial

JUAN PEREZ CARRILLO, DIRETOR DE M ERCADO E RELAÇÕES INSTITUCIONAIS DA SERASA cont inue se expandindo a uma t axa próxima de 3,5% ao ano – o que cont ribuirá para mant er o superávit comercial em pat amares elevados, na medida em que est imulará nossas expor t ações. M esmo a recent e valorização do Real não t em dado sinais de que est eja compromet en do nossa capacidade expor t adora. Aliás, é a ent rada de dólares das expor t ações que, aliada a uma t axa de juros elevada, cont ribuem para essa valorização. Em segundo lugar, uma t ímida melhora no mercado de t rabalho brasileiro, com redução nas t axas de desemprego, a expansão do emprego f ormal e o ligeiro aument o no rendiment o médio real, colaboram para aument ar a massa de salários e, conseqüent ement e, a capacidade de pagament o das f amílias. É verdade, no ent ant o, que o maior endividament o da população e o f at o de que a massa de salários ainda se encont ra em pat amares inf eriores à média de 2002, cont ribuirão para cont er a velocidade de expansão do crédit o do sist ema fi nanceiro às pessoas f ísicas. O rigor na condução da polít ica fi scal, ao reduzir a t axa de cresciment o da dívida pública, redireciona recursos do sist ema fi nanceiro para emprést imos ao set or privado, est imulando o crédit o. A manut enção dessa polít ica, em 2006, cont ribuiria para aument ar o volume de emprést imos do sist ema fi nanceiro. Há que ponderar, cont udo, que a sucessão presidencial em 2006 pode mot ivar

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alguma prodigalidade na execução dessa polít ica, o que t ambém f aria aument ar o prêmio de risco e poderia int erromper o processo de redução da t axa básica de juros. A s novas modalidades de crédit o pessoal, como o crédit o con signado ou para aquisição de bens, com maiores garant ias para os credores, menores t axas e maiores prazos para os t omadores, ainda t êm algum espaço para expansão em 2006. Essas modalidades podem ainda ser increment adas pelos acordos que as inst it uições fi nanceiras e as grandes redes de varejo t êm f eit o. No que se ref ere especifi cament e ao crédit o consignado, alguns f at o res, no ent ant o, poderão limit ar sua velocidade de cresciment o : a recent e limit ação de prazo para os emprést imos consignados aos aposent ados; a sat uração na demanda dos at uais demandant es; e a relat iva limit ação na expansão para novos demandan t es, dada a baixa f ormalização no mercado de t rabalho. Por fi m, e igualment e import ant e, cont ribuirá para a manut enção da expansão do crédit o no próximo ano a disseminação de met odologias adequadas na concessão, processo no qual a Serasa t em desempenhado papel f undament al. Todos esses f at ores dif erenciam o at ual cont ext o do mercado de crédit o do verifi cado em anos ant eriores, como 1994 e 2001, e sugerem uma perspect iva posit iva de aument o do crédit o às pessoas f ísicas FINANCEIRO


notícias

BV Financeira entre as melhores A BV Financeira foi duplamente eleit a como uma das melhores empresas na gest ão de pessoas pelo Guia Exame. Pelo terceiro ano seguido foi eleit a uma das 150 M elhores Empresas Para Você Trabalhar e uma das 50 M elhores Empresas Para a M ulher. E ficou em segundo lugar no ranking do jornal Valor Econômico, na categoria “ As M elhores na Gest ão de Pessoas, para empresas que tem ent re 1001 e 2000 funcionários. As duas publicações dest acaram a motivação dos funcionários ao falar da empresa, sendo que o Valor Econômico dest acou a remuneração acima da média da mercado, benefícios e qualidade de vida como seus diferenciais.

Errata

Dif erent e do que inf ormamos no Edit orial da edição nº 29 (out ubro de 2005) da revist a Financeiro, o president e da Anef ac - Associação Nacional dos Execut ivos de Finanças, Administ ração e Cont abilidade é o sr. José Ronoel Piccin. O sr. M iguel de Oliveira é o vice- president e da ent idade.


tendência

Um círculo virtuoso para o desenvolvimento do País Divulgação

A recent e crise polít ica levou a mudanças subst anciais no minist ério do president e Lula, em part icular à saída do M inist ro Dirceu, chef e da Casa Civil e coordenador dos demais minist ros, excet o os da área econômica. Inicialment e esperava-se que est a modifi cação apaziguasse um confl it o import ant e que vinha ocorrendo no seio do governo desde o seu começo, qual seja, o embat e ent re os M inist ros Palocci e Dirceu. O primeiro, responsável pela política macroeconômica, desejava cont rolar os gastos do setor público, para evit ar que houvesse um excesso de demanda na economia e, em conseqüência, desest abilização e pressões infl acionárias. O cont role de gastos propiciaria t ambém um menor défi cit e menor endividamento do governo. O segundo, responsável pelo sucesso político do governo, queria expandir t ais gastos, de modo a obt er apoio das lideranças benefi ciadas e da população em geral. Pressionava t ambém pela redução dos juros reais, grande component e do gasto público, mesmo que est a diminuição t rouxesse um certo sopro infl acionário. Palocci e Dirceu se enf rent aram em inúmeras ocasiões, como, por exemplo, a respeit o da Presidência do BNDES e do M inist ério do Planejament o, a respeit o da independência do Banco Cent ral e assim por diant e. Ninguém obt eve uma vit ória clara, possivelment e porque o President e Lula, como ele próprio disse, pref eriu mant er o debat e em vez de f ort alecer

ANTONIO CARLOS PÔRTO GONÇALVES, PHD EM ECONOM IA PELA UNIVERSIDADE DE CHICAGO E DIRETOR EXECUTIVO DE CURSOS CORPORATIVOS DO IDE/FGV excessivament e uma das part es. M as eis que, devido aos event os da crise polít ica, Dirceu se af ast ou do governo e volt ou ao Congresso. A posição de Palocci se f ort aleceria nat uralment e, segundo a percepção geral. M as não f oi ist o que acont eceu. A M inist ra Dilma Roussef f, subst it ut a de Dirceu, adot ou as mesmas posições de seu ant ecessor, t alvez at é inst ada pelo próprio President e Lula. Clama por reduções na t axa de juros e não aceit a os cont roles de gast os que levariam ao défi cit nominal zero. Além do mais, a crise polít ica começou a at ingir Palocci, acusado t ambém de envolviment o no fi nanciament o do PT. Finalment e o ano eleit oral de 2006 f az com que o governo t enha uma t endência nat ural para gast ar mais, em busca de apoios polít icos. A post ura de aust eridade de Palocci não agrada no moment o. O desenlace dest e embat e é dif ícil de prever, pelo menos quanto às pessoas envolvidas, embora mais fácil quant o às posições e opiniões. O President e Lula parece ser muito cuidadoso de não f ort alecer excessivament e nenhum dos lados, e nitidament e pref ere mant er a sit uação meio confl it uosa. No momento, em busca de apoio para as eleições, t alvez Lula prefi ra um perfi l de política econômica expansionist a, com juros mais baixos e maiores gastos públicos. M as uma vez eleito est a pref erência pode mudar. Uma pergunt a fi nal. Será que a manut enção dest e confl ito é boa para o Brasil, para a sua economia? Será que

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não seria melhor uma post ura de polít ica econômica mais est ável e previsível, inclusive com o cont role do orçamento público, de modo a que não fi casse defi cit ário, expandindo mais ainda a dívida do governo? As respost as a est as pergunt as são obviament e positivas, pois os défi cit s continuados devido aos gastos excessivos, com o conseqüent e endividamento crescent e, não podem ser o regime permanent e de vida do setor público brasileiro. A arrecadação fi scal já é muito grande, 35% da renda do país, o brasileiro t rabalhando quat ro meses por ano para o governo. É preciso que os gastos públicos “ caibam” nest a arrecadação, que o governo brasileiro “ caiba” no Brasil. Caso cont rário, fi ca cada vez mais dif ícil reduzir a t axa de juros da economia, pois o set or público é o maior t omador de emprést imos e se endivida crescent ement e. Logo, devido aos riscos para os emprest adores, t em que pagar juros elevados. Os governos brasileiros, sejam municipais, est aduais ou f ederal, precisam praticar um choque de gest ão, reduzindo os desperdícios e os gastos superpostos, vigiando as t ent ativas de corrupção. Só assim o país poderá ent rar num círculo virt uoso de diminuição de gastos, de endividamento, de juros e de despesas com juros, de redução t ribut ária e assim por diant e. Est e projeto de círculo virt uoso é muito mais import ant e que o oscilar ent re a linha do Palocci e a do Dirceu, pref erido pelo at ual governo FINANCEIRO


ACREFI - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO, FINANCIAM ENTO E INVESTIM ENTO Fundada em 19 5 8


análise setorial

Divulgação Divulgação

Bancos brasileiros X Bancos internacionais PROF. DR. ALBERTO BORGES M ATIAS, PRESIDENTE DO INEPAD - INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA EM ADM INISTRAÇÃO

É

d e co n h ecim en t o d a m aio ria d o s p rof i ssi o n ai s lig ad o s ao m ercad o f in an ceiro a b ai xa escala d o n o sso si st em a q u an d o co m p arad o ao s p ad rõ es in t er n acio n ai s. Seg u n d o o s úl t im o s d ad o s d o Ban co Cen t ral , o at i vo t o t al d o si st em a f in an ceiro n acio n al em ju n h o era d e R$ 1,5 t rilh ão, o u US$ 636 b ilh õ es, co n si d eran d o -se o f ech am en t o d e câm b io d o m esm o m ês. À p rim eira vi st a est e nú m ero p arece gig an t esco, n o en t an t o, ao co m p arar m o s co m o s val o res d o s si st em as f in an ceiro s d e p ai ses d e eco n o mia d esenvo l vi d a realizam o s o q u ão p eq u en o é o n o sso si st em a f in an ceiro. Ilu st ran d o, so m en t e o San t an d er In t er n acio n al , b an co d e o ri g em esp an h o la, p o ssuía em 2004 US$ 788 b ilh õ es em at i vo s, sen d o, assim , m aio r em vo lu m e d e at i vo s q u e a so m a d e t o d as as in st i t ui çõ es f in an ceiras q u e o p eram n o Brasil , sejam elas d e cap i t al p ú b li co o u p ri vad o, n acio n al , est ran g eiro o u mi st o. Em t ermos da composição de result ados os grandes bancos brasileiros são bast ant e similares ent re si. Quando comparados aos grandes bancos int ernacionais, algumas similaridades, e dissimilaridades podem ser ident ifi cadas. Dada a magnit ude das operações dos bancos int ernacionais as comparações devem ser f eit as em t ermos relat ivos, pois do cont rário, a análise fi caria compromet ida. Tant o nos grandes bancos brasileiros quant o nos int ernacionais, a receit a é compost a, em maior part e, pelas operações de crédit o, sendo que na amost ra nacional elas represent aram 47% das receit as t ot ais, enquant o nos grandes conglomerados int ernacionais essa proporção f oi de 55% para o ano de 2004. Embora parecidas proporcionalment e, enquant o a geração dessas receit as é const it uída int ernacionalment e na f orma de grande volume de crédit o, no ambient e nacional a const it uição das receit as com operações de crédit o é sust ent ada pelas alt as t axas de juros e spreads vigent es, que mesmo com uma baixa moviment ação de crédit o geram alt as receit as. As receit as oriundas de aplicações de t esouraria possuem pesos dif erent es nos dois grupos, sendo a média dos grandes bancos brasileiros de 34% e dos int ernacionais 14% . Vale coment ar ainda que, no caso da amost ra brasileira, a maior part e dessas receit as de t esouraria advém de aplicações em t ít ulos públicos, sendo os bancos nacionais grandes “ fi nanciadores” da nossa dívida mobiliária.

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As receit as de prest ações de serviços, infl uenciadas em part e pela maior bancarização e acesso ao consumo da população nos mercados desenvolvidos, possuem represent at ividade maior nos bancos int ernacionais do que nos bancos nacionais, sendo, respect ivament e, de 32% e 18% da receit a t ot al. Apesar dos bancos nacionais terem rendimento com serviços proporcionalmente inferiores aos bancos estrangeiros, o conceito de cobertura com serviços (que nada mais é que a relação Receit as com Serviços / Despesas Estruturais) é similar, sendo de 0,64 para os nacionais e 0,68 para os internacionais. Em parte, isto é explicado pelo menor custo de mãode-obra no Brasil, bem como pelo alto grau de informatização de nossas transações fi nanceiras e adequação de processos, o que reduz os custos de pessoal e administrativo. Com menor represent at ividade, a predominância de operações de crédit o de curt o prazo no caso brasileiro acaba demandando uma re-operacionalização de cont rat os mais f reqüent e, o que gera despesas administ rat ivas e de pessoal. Apesar dessa predominância, pode-se dizer que, de maneira geral, enquant o grandes conglomerados fi nanceiros int ernacionais const roem a cobert ura com serviços na f orma de volumosa comercialização de produt os e serviços, as inst it uições do Brasil buscam cobrir suas despesas por meio do aperf eiçoament o e inf ormat ização de processos e achat ament o da est rut ura organizacional. Devido às condições macroeconômicas brasileiras (alt a t axa básica e altos compulsórios), percebe-se grande desvant agem dos bancos nacionais no que t ange aos custos de capt ação. Enquanto a média dos grandes bancos internacionais é de 1,6% ao ano, no Brasil esse custo é de 8% ao ano. O maior custo de capt ação dos bancos brasileiros, em conjunto com a inefi ciência do sistema jurídico nacional (o que aument a as perdas com insolvência) e com o baixo volume acabam encarecendo o crédito no Brasil, o que result a em maiores despesas fi nanceiras para as em empresas brasileiras, fazendo do custo de capit al uma das principais “ desvant agens competitivas” das empresas nacionais (principalmente pequenas e médias). Além disso, o crédito caro inviabiliza determinados projetos de investimentos bem como inibe o consumo, “ encravando” a economia do País Colaborou o analist a Luiz de Cast ro Prado FINANCEIRO


artigo

Confi ança afeta linha de crédito dirigida a bens duráveis ADRIANO PITOLI E CAM ILA SAITO Começa-se a perceber que a queda da confi ança do consumidor já tem afet ado algumas linhas de crédito. Dest aca-se o segmento de “aquisição de out ros bens” (exceto veículos), que apresentou um recuo bast ante signifi cat ivo nos últ imos dois meses e que destina grande parte dos seus fi nanciamentos para as vendas de bens duráveis.

Novas concessões - Aquisição de outros bens exceto veículos*

jan/05

jan/04

jan/03

jan/02

jan/01

1,9 1,8 1,7 1,6 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 jan/00

De acordo com o balanço do mercado fi nanceiro referente a outubro, divulgado pelo Banco Central, o saldo de crédito volt ado à pessoa física continua em forte expansão, ainda que a uma t axa um pouco inferior à observada no terceiro trimestre. Considerando os dados defl acionados e dessazonalizados, houve uma alt a de 1,3% em relação ao mêsanterior, enquanto a elevação média observada entre julho e setembro foi de 2,9% ao mês. Contudo, começa-se a perceber que a queda da confi ança do consumidor já tem afetado algumas linhas de crédito. Destaca-se o segmento de “ aquisição de outros bens” (exceto veículos), que apresentou um recuo bastante signifi cativo nos últimos dois meses, de 4,5% . Somente em outubro, a retração nesta linha foi de 2,7% , após ter ocorrido uma expansão bastante robusta nos oito primeiros meses do ano, de 33% no acumulado, em termos dessazonalizados. Est e f raco desempenho da linha de “ aquisição de out ros bens” (excet o veículos) nos dois últ imos meses pode ser explicado, ao menos em part e, pelo Índice de Confi ança do Consu-

* Dados defl acionados e dessazonalizados. Em R$ bilhões - Font e: BC

midor (ICC) apurado pela Fecomercio-SP, que apresent ou um nível bast ant e depreciado nos últ imos meses em decorrência da crise polít ica e que possui uma relat iva sensibilidade com as vendas de bens duráveis, para qual se dest ina grande part e dos fi nanciament os dest a linha de crédit o. Est e result ado fi ca mais evident e quando se observam as novas concessões de crédit o dest e segment o

(fi gura), que apresent aram um declínio de 19,2% em set embro e um leve aument o de 3,5% em out ubro, encont rando-se ainda em níveis bast ant e depreciados f rent e ao verifi cado ent re junho e agost o. Para o ano como um todo, mantivemos nossa projeção de crescimento de 26% no saldo de crédito para pessoas físicas e de 14% para pessoa jurídica (pitoli@tendencias.com.br)


artigo

Fica Palocci ou volta Palocci Luiz Carlos Casagrande

Eu queria f azer uma análise da economia brasileira para 2006 aqui nesse espaço. Cont udo, por mais que eu me esf orce, não vou conseguir f ugir da grande quest ão do moment o: Ant ônio Palocci cont inua no comando da economia? Você, leit or, é um privilegiado, est á lendo a revist a da Acrefi já na segunda quinzena do mês de dezembro. Já sabe, port ant o, se Ant ônio Palocci permaneceu como minist ro da Fazenda. Eu, que est ou fi nalizando esse meu art igo ainda no fi nal de novembro, conf esso que não f aço a mínima idéia se ele fi ca ou se ele sai do governo. Torço muit o para que fi que. Três possibilidades me vêm à cabeça. Uma delas est ará sendo dit a por você nesse exat o moment o: “ Palocci est á mais f ort e do que nunca e a economia brasileira vai de vento em popa” ou “ Palocci caiu, f ulano ent rou em seu lugar, mas a economia cont inua fi rme e f ort e” ou, queira Deus que não, “ Palocci caiu e a economia f ez uma guinada populist a” . M eu caro, essa é a quest ão. Eu creio que, em meados de dezembro, já tenhamos um desfecho dessa história. Mas eu cá, no fi nal de novembro, estou muito receoso. Minha vont ade é sair pelas ruas com uma faixa com os dizeres: “ Fica Palocci” . Sim, senhor! Palocci é o guardião do cofre, é a cabeça pensante desse governo. É o responsável pelo grande sucesso da política econômica. É uma política continuísta? Sim, é continuísta,

JOSÉ ARTHUR ASSUNÇÃO, VICE-PRESIDENTE DA ACREFI E DIRETOR DA ASB FINANCEIRA o próprio Palocci já disse isso inúmeras vezes. Entretanto, para mim, está bem mais aperfeiçoada agora. É bem melhor do que a dos últimos governos. Desde o início do governo Lula, Ant ônio Palocci t eve que most rar que não est ava ali de brincadeira. Aprof undou o superávit primário e, junt ament e com Henrique M eirelles, president e do Banco Cent ral, elevou os juros para pat amares reais nunca vist os. Era preciso. O governo do PT, at é hoje, gera grandes dúvidas nos agent es econômicos. Todos fi cam esperando pelo moment o da guinada populist a. M as sob a condução de Ant ônio Palocci não vai haver populismo na economia, já sob a bat ut a de out ro minist ro da Fazenda, não ponho minhas mãos no f ogo. Se o PT fi zesse tudo aquilo que prometera na oposição já teria aniquilado o país. Mas Palocci não deixou. Convenceu o presidente Lula de que o caminho fácil, o caminho do populismo não seria conveniente para a construção de um Brasil saudável para o futuro. Pois bem, o Brasil de uma economia t ão pujant e, que superou moment os t ão dif íceis no passado, hoje enfi m t em uma base sólida, assinada defi nit ivament e nesse governo, do qual se esperava t ão pouco ou quase nada nessa área. E se est á sendo um sucesso at é ent ão, é graças a Ant ônio Palocci. Podem at é rir de mim, mas se Lula não se reeleger, eu aconselharia o próximo president e da República que

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convidasse Ant ônio Palocci para cont inuar na Fazenda. Loucura? Claro que não. Seria a cert eza da cont inuidade do único caminho que exist e, um caminho dif ícil, const ruído dia após dia. Um caminho de aust eridade, de cont role. Um caminho impopular, mas o caminho que vai levar o Brasil ao Primeiro M undo. Podem t ent ar at é out ros caminhos. M as no dia em que realment e quiserem f azer bem f eit o vão t er que ret ornar ao caminho t rilhado por Ant ônio Palocci. M eu caro leit or, eu não quis me aprof undar em números. Os números est ão aí t odos os dias. M as vou lhe conf essar uma coisa: eu queria mesmo é est ar aí no f ut uro junt o com você para saber se Palocci fi cou ou não no minist ério da Fazenda. Se fi cou, eu acredit o em um 2006 muit o promissor no campo econômico. Se ele saiu do governo, fi co bast ant e receoso, com medo de o president e Lula dar uma guinada de 180 graus na economia para t ent ar a reeleição de modo mais f ácil. O moment o em que vivemos hoje é muit o dif ícil. Talvez não ent endamos t oda sua magnit ude. Os nobres deput ados e senadores da oposição e t ant os out ros do próprio governo que t ant o at acaram Ant ônio Palocci podem t er cont ribuído para a const rução de uma era de prof undo at raso da economia brasileira. Eu fi z um apelo para que Palocci fi que. Você já sabe se meu apelo f oi at endido FINANCEIRO


banco de dados por INEPAD TAXAS M ÉDIAS

GERAL

DATA

Aplicações % a.a.

Var. p.p.

Capt ações % a.a.

Var. p.p.

Spread % p.p.

Var. p.p.

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

45,2 45,2 44,6 46,2 46,4 46,7 47,1 47,8 47,3 47,2 47,4 48,1 48,2

0,1 0,0 -0,6 1,6 0,2 0,3 0,4 0,7 -0,5 -0,1 0,2 0,7 0,1

17,5 17,9 17,8 18,3 18,8 19,0 19,4 19,4 19,2 19,0 18,9 18,7 18,4

0,1 0,4 -0,1 0,5 0,5 0,2 0,4 0,0 -0,2 -0,2 -0,1 -0,2 -0,3

27,7 27,3 26,8 27,9 27,6 27,7 27,7 28,4 28,1 28,2 28,5 29,4 29,8

0,0 -0,4 -0,5 1,1 -0,3 0,1 0,0 0,7 -0,3 0,1 0,3 0,9 0,4

Va ria çã o out -out

3,0

0,9

2 ,1

Fonte: Banco Central do Brasil / INEPAD

PESSOA FÍSICA DATA

Aplicações % a.a.

Var. p.p.

Capt ações % a.a.

Var. p.p.

Spread % p.p.

Var. p.p.

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

62,4 62,3 60,5 62,0 61,8 61,6 61,7 62,5 61,3 61,3 61,1 62,1 61,7

-0,8 -0,1 -1,8 1,5 -0,2 -0,2 0,1 0,8 -1,2 0,0 -0,2 1,0 -0,4

17,3 17,8 17,6 18,2 18,6 18,7 19,1 18,9 18,4 18,2 18,2 18,0 17,8

-0,2 0,5 -0,2 0,6 0,4 0,1 0,4 -0,2 -0,5 -0,2 0,0 -0,2 -0,2

45,1 45,6 42,9 45,2 45,4 45,3 45,4 43,6 42,9 43,1 42,9 44,1 43,9

-0,6 0,5 -2,7 2,3 0,2 -0,1 0,1 -1,8 -0,7 0,2 -0,2 1,2 -0,2

Va ria çã o out -out

- 0,7

0,5

-1,2

Fonte: Banco Central do Brasil / INEPAD

PESSOA JURÍDICA DATA

Aplicações % a.a.

Var. p.p.

Capt ações % a.a.

Var. p.p.

Spread % p.p.

Var. p.p.

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

31,1 30,9 31,0 32,2 32,4 32,9 33,3 33,7 33,4 33,0 33,2 33,3 33,4

0,7 -0,2 0,1 1,2 0,2 0,5 0,4 0,4 -0,3 -0,4 0,2 0,1 0,1

17,6 18,0 18,0 18,3 18,9 19,2 19,6 19,9 19,8 19,6 19,5 19,2 18,9

0,3 0,4 0,0 0,3 0,6 0,3 0,4 0,3 -0,1 -0,2 -0,1 -0,3 -0,3

13,5 12,9 13,0 13,9 13,5 13,7 13,7 13,8 13,6 13,4 13,7 14,1 14,5

0,4 -0,6 0,1 0,9 -0,4 0,2 0,0 0,1 -0,2 -0,2 0,3 0,4 0,4

Va ria çã o out -out

2 ,3

1,3

Fonte: Banco Central do Brasil / INEPAD

ACREFI

31

1,0


banco de dados por INEPAD JUROS E SPREAD BANCÁRIO

CRÉDITO PESSOA FÍSICA CRÉDITO PESSOAL Volume

50,0 47,5 45,0 42,5 40,0 37,5 35,0 32,5 30,0 27,5 25,0 22,5 20,0 17,5 15,0

Taxa Juros

65.000

72,50

60.000

72,00 71,50

55.000

SPREAD

71,00

50.000

70,50

45.000

70,00 69,50

40.000

69,00

35.000

68,50

Aplicações

68,00

out nov dez jan f ev mar abr mai jun 04 04 04 05 05 05 05 05 05

out /05

set /05

ago/05

jul/05

jun/05

mai/05

abr/05

mar/05

f ev/05

jan/05

dez/04

nov/04

out /04

30.000

Capt ações

Volume

jul ago set out 05 05 05 05 Taxa de Juros

VOLUM E DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - PREFIXADOS (R$ milhões) M ÊS / ANO

CHEQUE ESPECIAL

VARIAÇÃO EM %

CRÉDITO PESSOAL

VARIAÇÃO EM %

FINANCIAM ENTO IM OBILIÁRIO

VARIAÇÃO EM %

CARTÃO DE CRÉDITO

VARIAÇÃO EM %

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

10 726 10 963 9 800 10 567 11 071 11 502 11 550 12 044 11 790 11 647 12 265 12 289 12 514

-1,83% 2,21% -10,61% 7,82% 4,77% 3,89% 0,42% 4,28% -2,11% -1,22% 5,31% 0,20% 1,83%

41 353 42 439 43 423 44 781 47 218 49 965 52 333 54 345 55 426 57 270 59 015 60 628 61 859

3,67% 2,62% 2,32% 3,13% 5,44% 5,82% 4,74% 3,84% 1,99% 3,33% 3,05% 2,73% 2,03%

1 036 1 071 1 080 1 076 1 072 1 057 1 047 1 053 1 049 1 028 1 037 955 946

-3,95% 3,42% 0,86% -0,36% -0,42% -1,38% -0,97% 0,59% -0,42% -1,97% 0,83% -7,84% -0,97%

7 591 8 666 8 207 8 711 9 440 9 231 9 942 10 051 10 196 10 512 10 687 10 853 11 232

0,02% 14,16% -5,29% 6,14% 8,36% -2,21% 7,70% 1,10% 1,44% 3,10% 1,67% 1,55% 3,49%

Fonte: Banco Central do Brasil / INEPAD

VOLUM E DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - Prefixados/ continuação (R$ milhões) AQUISIÇÃO M ÊS / ANO out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

VEÍCULOS

VARIAÇÃO EM %

OUTROS

VARIAÇÃO EM %

TOTAL

VARIAÇÃO EM %

OUTROS

VARIAÇÃO EM %

TOTAL

VARIAÇÃO EM %

35 573 36 754 38 065 38 855 39 340 40 221 40 958 41 795 42 723 43 636 45 044 46 339 47 242

0,54% 3,32% 3,57% 2,07% 1,25% 2,24% 1,83% 2,04% 2,22% 2,14% 3,23% 2,88% 1,95%

6 639 6 840 7 225 7 375 7 313 7 394 7 578 7 992 8 351 8 824 9 416 9 478 9 596

7,45% 3,02% 5,62% 2,08% -0,83% 1,10% 2,48% 5,47% 4,50% 5,66% 6,71% 0,66% 1,24%

42 212 43 594 45 290 46 230 46 653 47 615 48 535 49 787 51 074 52 460 54 460 55 818 56 838

1,57% 3,27% 3,89% 2,08% 0,92% 2,06% 1,93% 2,58% 2,59% 2,71% 3,81% 2,49% 1,83%

5 559 5 625 5 471 5 621 5 834 6 177 6 437 6 889 7 097 7 349 7 702 8 016 8 142

1,17% 1,18% -2,74% 2,74% 3,78% 5,88% 4,21% 7,02% 3,02% 3,56% 4,79% 4,09% 1,57%

108 478 112 358 113 272 116 987 121 288 125 547 129 844 134 169 136 632 140 266 145 166 148 560 151 532

1,82% 3,58% 0,81% 3,28% 3,68% 3,51% 3,42% 3,33% 1,84% 2,66% 3,49% 2,34% 2,00%

Fonte: Banco Central do Brasil / INEPAD

32

FINANCEIRO


VOLUM E DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - CRÉDITO CONSIGNADO (R$) CRÉDITO PESSOAL*

M ÊS / ANO out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05 Var. out-out

47.146 48.317 49.321 44.781 47.218 49.965 52.333 54.345 55.426 57.270 59.015 60.628 61.859 131,21%

CONSIGNADO Públicos

Privados

Total

Amostra* *

13.714 14.155 14.936 16.277 17.557 19.159 20.594 22.008 22.701 24.024 25.303 26.217 26.874

2.440 2.535 2.599 2.671 2.786 2.920 3.109 3.297 3.453 3.651 3831 4024 4128

16.153 16.689 17.535 18.948 20.343 22.080 23.703 25.305 26.154 27.674 29.135 30.242 31.002 191,92%

11.286 11.882 12.611 13.017 14.038 15.545 16.625 17.897 18.833 19.712 20.743 21.428 22.055 195,42%

% Consignado* * *

Concentração Taxa de Juros % aa do Consignado Estimativa INEPAD Consignado Pessoal Diferença* * *

34,3% 34,5% 35,6% 42,3% 43,1% 44,2% 45,3% 46,6% 47,2% 48,3% 49,4% 49,9% 50,1%

69,9% 71,2% 71,9% 68,7% 69,0% 70,4% 70,1% 70,7% 72,0% 71,2% 71,2% 70,9% 71,1% 0,01

39,1% 38,9% 38,0% 39,1% 38,9% 38,6% 38,4% 37,5% 37,5% 37,4% 37,2% 37,0% 37,2%

71,9% 70,9% 68,4% 71,2% 70,0% 68,7% 68,7% 69,9% 68,6% 69,4% 69,5% 70,6% 70,3%

32,8% 32,0% 30,4% 32,1% 30,9% 29,8% 30,1% 31,5% 31,1% 31,9% 32,1% 33,4% 33,3%

FONTE: INEPAD / BC * Inclui empréstimos realizados pelas cooperativas de crédito. * * Pesquisa com treze das maiores instituições que operam com crédito pessoal. * * * Total consignado sobre o total de crédito pessoal.

INADIM PLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS CRÉDITO PESSOAL (R$ mil) M ês/Ano

Saldo sem atraso

Com atraso de 15 a 30 dias

% sobre Saldo da Carteira

Com atraso de 31 a 90 dias

% sobre Saldo da Carteira

Com atraso maior que 90 dias

% sobre Saldo da Carteira

Saldo total CarteiraBrasil

Variação em %

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

36.330.048 36.429.717 38.174.691 39.269.395 41.398.232 43.853.143 45.958.211 47.958.159 49.107.813 50.932.454 52.427.636 53.908.781 54.669.178

1.071.229 1.854.350 910.690 1.081.995 1.113.012 1.263.104 1.224.836 1.364.220 1.260.105 1.180.764 1.322.628 1.355.802 1.375.642

2,59% 4,37% 2,10% 2,42% 2,36% 2,53% 2,34% 2,51% 2,27% 2,06% 2,24% 2,24% 2,22%

1.150.369 1.347.591 1.241.283 1.220.396 1.349.410 1.427.796 1.421.446 1.432.355 1.494.652 1.485.848 1.528.370 1.563.240 1.702.915

2,78% 3,18% 2,86% 2,73% 2,86% 2,86% 2,72% 2,64% 2,70% 2,59% 2,59% 2,58% 2,75%

2.444.849 2.478.395 2.490.724 2.597.523 2.649.416 2.800.103 3.078.013 2.951.453 3.013.742 3.145.514 3.288.510 3.406.907 3.555.205

5,91% 5,84% 5,74% 5,80% 5,61% 5,60% 5,88% 5,43% 5,44% 5,49% 5,57% 5,62% 5,75%

41.353.350 42.438.810 43.422.690 44.781.159 47.218.466 49.965.156 52.332.903 54.344.976 55.426.011 57.270.000 59.015.306 60.628.282 61.859.297

3,67% 2,62% 2,32% 3,13% 5,44% 5,82% 4,74% 3,84% 1,99% 3,33% 3,05% 2,73% 2,03%

Fonte: Banco Central do Brasil / INEPAD

AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS (R$ mil)

M ês/Ano

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

Saldo

Com at raso

sem atraso

de 15 a 30 dias

32.340.462 33.650.225 35.183.751 35.794.379 36.219.687 36.869.843 37.642.112 38.206.540 39.234.937 40.002.093 41.251.555 42.390.852 42.773.478

1.217.895 1.177.013 1.123.870 1.243.330 1.183.837 1.386.782 1.275.989 1.458.922 1.359.409 1.448.473 1.544.357 1.511.876 1.668.624

% sobre Saldo da Carteira

Com atraso de 31 a 90 dias

% sobre Saldo da Carteira

Com atraso maior que 90 dias

% sobre Saldo da Carteira

Saldo total CarteiraBrasil

Variação em %

3,42% 3,20% 2,95% 3,20% 3,01% 3,45% 3,12% 3,49% 3,18% 3,32% 3,43% 3,26% 3,53%

1.089.188 1.100.391 954.090 1.025.747 1.156.706 1.205.748 1.278.733 1.384.923 1.391.475 1.404.040 1.458.118 1.416.261 1.545.100

3,06% 2,99% 2,51% 2,64% 2,94% 3,00% 3,12% 3,31% 3,26% 3,22% 3,24% 3,06% 3,27%

922.225 823.190 800.832 788.925 776.871 756.356 758.170 741.774 733.856 776.692 783.591 1.017.384 1.066.805

2,59% 2,24% 2,10% 2,03% 1,97% 1,88% 1,85% 1,77% 1,72% 1,78% 1,74% 2,20% 2,26%

35.572.761 36.753.547 38.065.281 38.855.103 39.339.842 40.221.467 40.957.737 41.795.094 42.722.706 43.636.074 45.043.780 46.339.476 47.242.192

0,54% 3,32% 3,57% 2,07% 1,25% 2,24% 1,83% 2,04% 2,22% 2,14% 3,23% 2,88% 1,95%

Fonte: Banco Central do Brasil / INEPAD

ACREFI

33


banco de dados por INEPAD INADIM PLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS (R$ mil) M ê s/Ano

Saldo sem atraso

Com atraso de 15 a 30 dias

% sobre Saldo da Carteira

Com atraso de 31 a 90 dias

% sobre Saldo da Carteira

Com atraso maior que 90 dias

% sobre Saldo da Carteira

Saldo total CarteiraBrasil

Variação em %

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

5.472.671 5.650.757 6.105.428 6.147.604 5.990.515 5.948.868 6.107.852 6.445.620 6.790.933 7.190.986 7.699.456 7.800.062 7.825.280

263.448 266.926 247.018 323.728 325.200 364.990 357.857 375.047 359.584 372.685 424.811 369.804 392.294

3,97% 3,90% 3,42% 4,39% 4,45% 4,94% 4,72% 4,69% 4,31% 4,22% 4,51% 3,90% 4,09%

272.977 287.900 246.571 275.200 354.267 417.733 418.795 414.913 416.052 406.831 414.857 423.765 443.125

4,11% 4,21% 3,41% 3,73% 4,84% 5,65% 5,53% 5,19% 4,98% 4,61% 4,41% 4,47% 4,62%

621.100 625.283 616.087 618.340 633.331 652.454 683.148 745.969 774.531 830.585 865.811 873.758 923.413

9,35% 9,14% 8,53% 8,38% 8,66% 8,82% 9,02% 9,33% 9,27% 9,41% 9,19% 9,22% 9,62%

6.639.404 6.840.214 7.224.939 7.374.918 7.313.439 7.393.980 7.577.546 7.991.679 8.351.397 8.824.004 9.416.143 9.478.412 9.595.614

7,45% 3,02% 5,62% 2,08% -0,83% 1,10% 2,48% 5,47% 4,50% 5,66% 6,71% 0,66% 1,24%

Fonte: Banco Central do Brasil / INEPAD

INADIM PLÊNCIA - CRÉDITO PESSOAL - PREFIXADO Outubro/2005 (em R$ mil) 20,7%

Atraso de mais de 90 dias 3.555.205

INADIM PLÊNCIA - AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS - PREFIXADO Outubro/2005 (em R$ mil)

Atraso de 15 a 30 dias 1.375.642

Atraso de 15 a 30 dias 1.668.624

53,6% 25,7%

22,3%

36,1%

Atraso de 31 a 90 dias 1.545.10 0

INADIM PLÊNCIA - OUTRAS OPERAÇÕES - PREFIXADO Outubro/2005 (em R$ mil) Atraso de

Atraso de 15 a 30 dias 392.294

17,9 % Atraso de mais de 90 dias 890.238

52,5% 25,2%

39,0 %

Atraso de 31 a 90 dias 1.702.915

INADIM PLÊNCIA - AQUISIÇÃO OUTROS BENS - PREFIXADO Outubro/2005 (em R$ mil)

Atraso de mais de 90 dias 923.413

24,9 %

Atraso de mais de 90 dias 1.066.805

Atraso de 31 a 90 dias 4 43.125

52,5%

29,6%

15 a 30 dias 302.742

Atraso de 31 a 90 dias 501.179

OUTRAS OPERAÇÕES (R$ mil) M ê s/Ano

Saldo sem atraso

Com atraso de 15 a 30 dias

% sobre Saldo da Carteira

Com atraso de 31 a 90 dias

% sobre Saldo da Carteira

Com atraso maior que 90 dias

% sobre Saldo da Carteira

Saldo total CarteiraBrasil

Variação em %

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

3.446.978 3.429.475 3.403.043 3.427.678 3.411.009 3.453.875 3.586.571 3.579.408 3.654.442 3.796.891 4.060.034 4.212.346 4.477.039

211.053 228.923 204.489 220.111 230.730 218.566 186.260 183.304 207.002 214.947 226.263 243.579 302.742

3,80% 4,07% 3,74% 3,92% 3,96% 3,54% 2,89% 2,66% 2,92% 2,92% 2,94% 3,04% 3,72%

340.596 334.332 314.235 319.305 384.060 383.012 348.687 338.569 356.159 381.234 417.153 446.176 501.179

6,13% 5,94% 5,74% 5,68% 6,58% 6,20% 5,42% 4,91% 5,02% 5,19% 5,42% 5,57% 6,16%

845.248 824.206 818.283 821.802 809.917 783.905 778.224 679.473 705.436 716.611 742.541 791.179 890.238

15,20% 14,65% 14,96% 14,62% 13,88% 12,69% 12,09% 9,86% 9,94% 9,75% 9,64% 9,87% 10,93%

5.559.467 5.625.320 5.471.407 5.621.076 5.833.611 6.176.684 6.436.891 6.888.526 7.096.557 7.349.412 7.701.548 8.016.408 8.142.346

1,17% 1,18% -2,74% 2,74% 3,78% 5,88% 4,21% 7,02% 3,02% 3,56% 4,79% 4,09% 1,57%

Fonte: Banco Central do Brasil / INEPAD

34

FINANCEIRO


DESEM PREGO TAXA DE DESEM PREGO (% ) DATA

Brasil

Var. p.p.

SP

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

10,50 10,60 9,60 10,20 10,60 10,80 10,80 10,20 9,40 9,40 9,40 9,60 9,60

-0,40 0,10 -1,00 0,60 0,40 0,20 0,00 -0,60 -0,80 0,00 0,00 0,20 0,00

11,20 11,20 9,80 11,10 11,50 11,50 11,40 10,50 10,50 9,90 9,40 9,70 9,60

TAXA DE DESEM PREGO Taxa (% )

Var. p.p. -0,50 0,00 -1,40 1,30 0,40 0,00 -0,10 -0,90 0,00 -0,60 -0,50 0,30 -0,10

Fonte: IBGE/ INEPAD

Variação (p.p.)

14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0

0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 -0,20 -0,40 -0,60 -0,80 -1,00 -1,20

out 04

nov 04

dez 04

jan 05

Brasil

f ev 05

mar 05

abr 05

SP

mai 05

jun 05

jul 05

set 05

ago 05

out 05

Var. p.p. mensal Brasil

Fonte: IBGE/ INEPAD

RENDIM ENTO M ÉDIO REAL HABITUALM ENTE RECEBIDO (R$)

RENDIM ENTO M ÉDIO REAL HABITUALM ENTE RECEBIDO (R$) DATA

Brasil

Var. %

SP

Var. %

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

949,24 949,95 932,38 952,48 961,66 966,62 949,68 935,53 949,65 973,36 979,89 979,83 966,10

-1,2% 0,1% -1,8% 2,2% 1,0% 0,5% -1,8% -1,5% 1,5% 2,5% 0,7% 0,0% -1,4%

1.084,13 1.085,14 1.063,49 1.091,47 1.108,14 1.122,84 1.085,68 1.082,14 1.097,12 1.130,26 1.127,16 1.113,74 1.083,50

-1,6% 0,1% -2,0% 2,6% 1,5% 1,3% -3,3% -0,3% 1,4% 3,0% -0,3% -1,2% -2,7%

Fonte: IBGE/ INEPAD

0,03 0,025 0,02 0,015 0,01 0,005 0 -0,005 -0,01 -0,015 -0,02 -0,025

1.200 1.150 1.100 1.050 1.000 950 900 850 800 750 700 out 04

nov 04

dez 04

Brasil

jan 05

f ev 05

mar 05

abr 05

SP

mai 05

jun 05

jul 05

ago 05

set 05

out 05

Var. % mensal Brasil

Fonte: IBGE/ INEPAD

COM ÉRCIO VAREJISTA VOLUM E DE VENDAS

VOLUM E DE VENDAS Dat a set / 04 out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai / 05 jun/ 05 jul / 05 ago / 05 set / 05 Va riação set -set

Índice Var. % Geral 103,74 111,32 109,58 154,93 105,15 97,10 111,36 107,75 112,29 110,11 114,61 113,39 109,57

5,62 %

-2,6% 7,3% -1,6% 41,4% -32,1% -7,7% 14,7% -3,2% 4,2% -1,9% 4,1% -1,1% -3,4%

Hipermercados e Supermercados

Var. %

103,82 112,27 107,59 142,81 106,03 96,37 111,90 104,70 104,61 102,99 110,16 108,46 106,62

-1,0% 8,1% -4,2% 32,7% -25,8% -9,1% 16,1% -6,4% -0,1% -1,5% 7,0% -1,5% -1,7%

2 ,70 %

Veículos,M otos, Var. % Partes e Peças 121,56 120,31 125,95 137,60 119,03 99,38 122,56 113,56 115,74 117,37 112,82 128,55 119,57

160

-0,3% -1,0% 4,7% 9,2% -13,5% -16,5% 23,3% -7,3% 1,9% 1,4% -3,9% 13,9% -7,0%

150 140 130 120 110 100 90 80

out nov dez jan 04 04 04 05

Índice Geral

-1,64 %

Fonte: IBGE/ INEPAD

ACREFI

set 04

35

f ev mar abr mai 05 05 05 05

Hipermercados e Supermercados

jun 05

jul 05

ago 05

set 05

Veículos, M ot os, Par t es e Peças


banco de dados por INEPAD PREVISÕES ECONÔM ICAS Ano de 2005

PIB Tot al % a.a.

PIB Agropecuário % a.a.

PIB Indústria % a.a.

PIB Serviço % a.a.

Produção Industrial % a.a.

3,62 3,31 3,09 3,00

3,96 3,04 3,07 3,05

4,40 4,11 4,08 3,97

2,81 2,53 2,55 2,49

4,67 4,26 3,69 3,56

Selic Taxa anual

IGP-DI % a.a.

IPCA % a.a.

Taxa de Câmbio R$ / US$

Saldo Comercial US$ bilhões

15,91 18,00 18,00 18,00

6,51 1,51 1,49 1,47

5,75 5,31 5,53 5,59

2,95 2,30 2,25 2,25

26,46 42,00 42,40 42,76

Previsão 03 / 01/2005 4 semanas antes 1 semana antes Previsão 11/11 Final de 2005 Previsão 03 / 01/2005 4 semanas antes 1 semana antes Previsão 11/11 Fonte: BC-Focus/ INEPAD

ATIVIDADE ECONÔM ICA DATA

Taxa da Utilização da Capacidade Inst alada

Var. p.p.

DATA

Índice de Produção Física M édia M óvel Trimestral

Var. %

set / 04

83,76

-0,09

set / 04

109,76

0,6%

out / 04

84,00

0,24

out / 04

110,05

0,3%

nov/ 04

83,40

-0,61

nov/ 04

110,08

0,0%

dez/ 04

81,10

-2,30

dez/ 04

110,57

0,4%

jan/ 05

81,01

-0,09

jan/ 05

110,93

0,3%

fev/ 05

80,60

-0,41

fev/ 05

110,69

-0,2%

mar/ 05

83,20

2,60

mar/ 05

110,55

-0,1%

abr/ 05

81,90

-1,30

abr/ 05

110,63

0,1%

mai/ 05

82,30

0,40

mai/ 05

111,70

1,0%

jun/ 05

82,90

0,60

jun/ 05

112,85

1,0%

jul/ 05

81,70

-1,20

jul/ 05

112,89

0,2%

ago/ 05

81,90

0,20

ago/ 05

113,02

0,1%

set / 05

80,10

-1,80

set / 05

111,80

-1,1%

Va ria çã o se t -se t

Va ria çã o se t -se t

- 4 ,37

Fonte: CNI/ INEPAD

1,86 %

Fonte: IBGE/ INEPAD

PRODUÇÃO (ÍNDICE) X CAPACIDADE (% ) Capacidade (% )

Produção - Índice

102

78

100

Fonte: INEPAD

Taxa da Ut ilização da Capacidade Inst alada

set /05

79

ago/05

104

jul/05

80

jun/05

106

mai/05

81

abr/05

108

mar/05

82

f ev/05

110

jan/05

83

dez/04

112

nov/04

84

out /04

114

set /04

85

Índice de Pr odução Física M édia M óvel Tr im est r al

36

FINANCEIRO


INDÚSTRIA AUTOM OBILÍSTICA - AUTOM ÓVEIS DE PASSAGEIROS, M ISTOS, VEÍCULOS COM ERCIAIS LEVES E PESADOS PRODUÇÃO

PRODUÇÃO

(em unidades)

Dat a

Produção

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

190.302 201.893 188.990 160.737 188.514 220.722 205.739 215.005 219.272 205.648 220.469 207.428 190.651

M édia Trim. Var. M ensal Var. M ensal (%)

197.736 198.419 193.728 183.873 179.414 189.991 204.992 213.822 213.339 213.308 215.130 211.182 206.183

-12.760 11.591 -12.903 -28.253 27.777 32.208 -14.983 9.266 4.267 -13.624 14.821 -13.041 -16.777

Va ria çã o out / 0 4 -out / 05

-6,3% 6,1% -6,4% -14,9% 17,3% 17,1% -6,8% 4,5% 2,0% -6,2% 7,2% -5,9% -8,1%

(em unidades)

220.000 210.000 200.000 190.000 180.000 170.000 160.000 150.000

out 04

nov 04

dez 04

jan 05

fev 05

mar 05

Produção

0,2 %

abr 05

mai 05

jun 05

jul 05

ago 05

set 05

out 05

ago 05

set 05

out 05

ago 05

set 05

M édia t rimest ral

Fonte: Anfavea/ INEPAD

VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS

VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS

(em unidades)

Dat a

Vendas

M édia Trim.

Variação

Variação(%)

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

130.473 140.793 155.432 100.909 115.436 149.026 137.759 138.078 140.036 133.948 147.553 138.873 131.588

134.131 136.816 142.233 132.378 123.926 121.790 134.074 141.621 138.624 137.354 140.512 140.125 139.338

-8.709 10.320 14.639 -54.523 14.527 33.590 -11.267 319 1.958 -6.088 13.605 -8.680 -7.285

-6,3% 7,9% 10,4% -35,1% 14,4% 29,1% -7,6% 0,2% 1,4% -4,3% 10,2% -5,9% -5,2%

Va ria çã o out / 0 4 -out / 05

(em unidades)

165.000 155.000 145.000 135.000 125.000 115.000 105.000 95.000

out 04

nov 04

dez 04

jan 05

fev 05

mar 05

Vendas

0,9 %

abr 05

mai 05

jun 05

jul 05

M édia t rimest ral

Fonte: Anfavea/ INEPAD

EXPORTAÇÃO TOTAL

EXPORTAÇÃO TOTAL

(em unidades)

Dat a

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

Export ações M édia Trim.

62.856 60.579 59.049 45.487 62.015 69.618 72.261 76.218 77.600 74.229 71.811 74.057 61.683

62.899 60.280 60.828 55.038 55.517 59.040 67.965 72.699 75.360 76.016 74.547 73.366 69.184

Va ria çã o out / 0 4 -out / 05

Variação

Variação(%)

5.450 -2.277 -1.530 -13.562 16528 7603 2643 3957 1382 -3371 -2418 2246 -12374

9,5% -3,6% -2,5% -23,0% 36,3% 12,3% 3,8% 5,5% 1,8% -4,3% -3,3% 3,1% -16,7%

(em unidades)

80.000 75.000 70.000 65.000 60.000 55.000 50.000 45.000 40.000 35.000 30.000 out 04

dez 04

jan 05

Expor t ações

-1,9 %

Fonte: Anfavea/ INEPAD

ACREFI

nov 04

37

fev 05

mar 05

abr 05

mai 05

jun 05

jul 05

M édia t rimest ral

out 05


banco de dados por INEPAD INDÚSTRIA AUTOM OBILÍSTICA VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS E IM PORTADOS - AUTOM ÓVEIS (em unidades) Dat a

Vendas

1000cc

% no Tot al

1000cc a 2000cc

% no tot al

> 2000cc

% no tot al

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

106.228 116.998 129.579 82.256 95.954 125.031 115.228 114.308 115.250 111.470 123.173 115.725 113.231

60.318 65.451 72.331 44.720 51.736 70.179 63.612 63.376 63.315 62.344 71.067 65.611 64.354

56,8% 55,9% 55,8% 54,4% 53,9% 56,1% 55,2% 55,4% 54,9% 55,9% 57,7% 56,7% 56,8%

45.548 51.019 56.738 37.267 43.924 54.197 51.062 50.509 51.477 48.683 51.308 49.684 48.033

42,9% 43,6% 43,9% 45,3% 45,8% 43,3% 44,3% 44,2% 44,7% 43,7% 41,7% 42,9% 42,4%

362 528 510 269 294 655 554 423 458 443 798 430 844

0,3% 0,5% 0,3% 0,3% 0,3% 0,5% 0,5% 0,4% 0,4% 0,4% 0,6% 0,4% 0,7%

Fonte: Anfavea/ INEPAD

VENDAS POR CATEGORIA - AUTOM ÓVEIS 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000

out 04

nov 04

dez 04

1000 cc

jan 05

f ev 05

mar 05

abr 05

mai 05

jun 05

jul 05

ago 05

set 05

out 05

1000 cc a 2000 cc

TAXAS DE JUROS PREFIXADOS - PESSOA FÍSICA (R$ milhões) CRÉDITO PESSOAL SALDO TOTAL

AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS

TAXAS DE JUROS

SALDO TOTAL

% Variação % Variação M ÊS/ANO R$ milhões a.m. p.p a.a. p.p

out / 04 nov/ 04 dez/ 04 jan/ 05 fev/ 05 mar/ 05 abr/ 05 mai/ 05 jun/ 05 jul/ 05 ago/ 05 set / 05 out / 05

41.353 42.439 43.423 44.781 47.218 49.965 52.333 54.345 55.426 57.270 59.015 60.628 61.859

4,62 4,57 4,44 4,58 4,58 4,52 4,45 4,45 4,52 4,45 4,49 4,50 4,55

-0,10 -0,05 -0,13 0,14 0,00 -0,06 -0,07 0,00 0,06 -0,07 0,04 0,01 0,06

71,90 70,90 68,40 71,20 70,00 68,70 68,70 69,90 68,60 69,40 69,50 70,60 70,30

-2,00 -1,00 -2,50 2,80 -1,20 -1,20 -1,30 0,00 1,20 -1,30 0,80 0,10 1,10

R$ milhões 35.573 36.754 38.065 38.855 39.340 40.221 40.958 41.795 42.723 43.636 45.044 46.339 47.242

TAXAS DE JUROS % Variação a.m. p.p 2,57 2,57 2,57 2,63 2,61 2,64 2,66 2,68 2,65 2,60 2,58 2,59 2,57

-0,01 0,00 0,00 0,06 -0,02 0,03 0,02 0,02 -0,03 -0,05 -0,03 0,01 -0,02

SALDO TOTAL

% Variação a.a. p.p 35,60 35,60 35,60 36,50 36,20 36,70 37,00 37,40 36,90 36,10 35,70 35,90 35,60

AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS

-0,10 0,00 0,00 0,90 -0,30 0,50 0,30 0,40 -0,50 -0,80 -0,40 0,20 -0,30

R$ milhões 6.639 6.840 7.225 7.375 7.313 7.394 7.578 7.992 8.351 8.824 9.416 9.478 9.596

TAXAS DE JUROS % Variação a.m. p.p 4,07 4,13 4,36 4,24 4,19 4,12 3,87 3,87 3,67 3,70 3,65 3,99 3,95

0,04 0,06 0,23 -0,13 -0,04 -0,07 -0,25 0,01 -0,21 0,03 -0,06 0,34 -0,04

% a.a.

Variação p.p

61,40 62,50 66,90 64,50 63,70 62,40 57,70 57,80 54,10 54,70 53,70 59,90 59,10

0,80 1,10 4,40 -2,40 -0,80 -1,30 -4,70 0,10 -3,70 0,60 -1,00 6,20 -0,80

Fonte: Banco Central do Brasil / INEPAD

38

FINANCEIRO



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