Financeiro - Novembro-Dezembro/2020

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EDIÇÃO

122

NOVEMBRO - DEZEMBRO

TEMPO DE TRANSFORMAÇÃO

Otávio Damaso

Rubens Barbosa

Affonso Celso Pastore

Murillo de Aragão

Ilan Goldfajn

Claudia Costin

Margareth Dalcolmo

Rachel Maia

O Seminário Internacional da Acrefi discute estratégias para enfrentar os desafios impostos pela pandemia

Armínio Fraga


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EDITORIAL

3

LUIS EDUARDO DA COSTA CARVALHO Presidente da Acrefi

UM NOVO PERÍODO DE DESAFIOS

2

021 se avizinha e vai chegar, mais do que

para temas cada vez mais importantes, como

nunca, cheio de esperanças. É certo que

inclusão, diversidade, educação e saúde, esse

2020 foi “o ano que não terminou”, repleto

novo lado do SIAC foi apresentado por mulheres

de inéditas e assustadoras surpresas, trazidas pela

de reconhecido conhecimento nessas áreas, que

avassaladora pandemia da covid-19, que atingiu

trouxeram suas importantes contribuições para o

em cheio todo o planeta. Os efeitos desse mal

entendimento da realidade multifacetada, com a

vão persistir, infelizmente, por muito tempo, mas

qual estamos todos convivendo.

é inegável que chegamos ao final de dezembro no

Dessa forma, o SIAC mostrou mais uma vez,

Brasil com um cenário econômico muito melhor

mesmo em um período de tanta incerteza, sua

do que o previsto quando surgiram as primeiras

importância como um dos maiores eventos para

notícias sobre o coronavírus. O País mostrou,

apresentação e debate de ideias e cenários

mais uma vez, sua resiliência às mais duras crises,

que induzem à reflexão e ajudam a entender

mesmo as imprevisíveis e de alcance global.

o complexo mundo que nos cerca. É a Acrefi

Aqui na Acrefi, acompanhamos com grande

colocando em prática um de seus principais

satisfação os dados anunciados no final do ano,

preceitos: disseminar conhecimento.

entre os quais a queda do PIB muito menor

Iniciativas como essa – entre tantas outras

que a prevista e o crédito exercendo cada vez

da nossa entidade – e o poder de reação da

mais seu importante papel como indutor do

economia brasileira reforçam nosso otimismo em

desenvolvimento. O céu ainda está nublado, mas

relação a 2021. Não se trata de fechar os olhos à

há claros indicadores de que o pior já passou.

realidade. Ao contrário, é ter uma visão correta

E acreditando nesse processo de retomada,

em relação ao quadro que temos pela frente.

realizamos em novembro o 15º SIAC (Seminário

Desafios não faltam nem faltarão, mas, ao mesmo

Internacional Acrefi). Com o tema “Inovação,

tempo, já demonstramos que temos vontade e

Transformação e Inclusão”, o evento inovou em

competência de sobra para encará-los.

todos os sentidos: pela primeira vez foi realizado

Vamos seguir no novo ano o caminho

totalmente on-line e em dois dias.

que trilhamos até aqui, sejam quais forem os

Mais do que isso, juntou ao tradicional foco

obstáculos. O momento é de ação, não de

no quadro político-econômico – abordado por

lamentação. E é nessa linha que vamos prosseguir.

um conjunto de palestrantes de primeira linha – também uma abordagem social. Voltado

Bom Ano Novo a todos! f

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CONFIAMOS TANTO NO BRASIL QUE COLOCAMOS ELE NO NOSSO NOME. B3. BRASIL BOLSA BALCÃO. A B3 é a Bolsa do Brasil. Isso significa que estamos sempre prontos para ajudar o mercado a tomar a melhor decisão pensando no futuro. No nosso e do País. Afinal, quando o Brasil cresce, todo mundo cresce junto com ele.

acesse: b3.com.br


SUMÁRIO

5

EDIÇÃO # 122

8

Especialistas analisam questões econômicas, sanitárias e educacionais do Brasil

22

PESQUISA ACREFI / KANTAR

28

SEMINÁRIO LGPD

31 8

15 0 SIAC

Brasileiros preocupados com a saúde e a manutenção da renda

Como as empresas convivem com as regras da proteção de dados

FOCO NAS COMISSÕES

Interlocução ainda maior com os reguladores

32

SEMANA ENEF

34

PAINEL B3

36

Controle de orçamento ajuda as famílias durante pandemia

Até outubro, vendas de veículos financiados somam mais de 4,3 mil unidades

PALAVRA FINAL

(Des)esperança do brasileiro para 2021-2022

22

a

LGPD

28

32

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6

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• SENFF S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

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• UNICRED DO BRASIL – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS COOPERATIVAS CENTRAIS UNICREDS • VIA CERTA FINANCIADORA • ZEMA FINANCEIRA


EXPEDIENTE

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ISSN 1809-8843

PUBLICAÇÃO DA ACREFI — ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO Rua Líbero Badaró, 425 - 28°andar São Paulo, SP - Tel. (11) 3107.7177 www.acrefi.org.br DIRETORIA BIÊNIO 2020 / 2022 PRESIDENTE Luis Eduardo da Costa Carvalho VICE-PRESIDENTES André de Carvalho Novaes Celso Luiz Rocha Jaime Basso José Tadeu da Silva Leandro José Diniz Nelson Dias Aguiar Rodnei Bernardino de Souza Wanderley Vettore DIRETOR TESOUREIRO João dos Santos Caritá Jr. Roberto Carlos de Pádua DIRETORES Agnaldo Prado Donizeti Alfredo Dassan Jr. Edson Tadashi Ueda Heberson Góes Leonardo Lima Bortolini Marcos Alberto Loução Marcos Teixeira da Rosa Roberto Sadami Ikegami Thiago Rodrigues Urbaneja CONSELHO DELIBERATIVO Érico Sodré Quirino Ferreira Fábio Alberto Amorosino Giorgio Rodrigo Donini Hilgo Gonçalves Luis Eduardo da Costa Carvalho Roberto Willians Silva Azevedo CONSELHO FISCAL (EFETIVOS) Domingos Spina Lourenço Cesar de A. Gomes Wilson Diniz

SUPLENTES Alexandre Teixeira Maria Virginia Moreira Pedro Elias Dabbur ADMINISTRAÇÃO/ASSESSORIAS SUPERINTENDENTE Carlos Alberto Marcondes Machado RELAÇÕES INSTITUCIONAIS Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho) CONSULTORA JURÍDICA Cintia M. Ramos Falcão CONSULTOR DE OPERAÇÕES Cleber Martins CONSULTOR ECONÔMICO Nicola Tingas CONSULTORA DE COMUNICAÇÃO Rosângela Villa-Real CONSULTOR DE REGULAÇÃO E COMPLIANCE Sergio Odilon dos Anjos AUDITORIA Boucinhas, Campos & Conti Auditores Independentes CONTABILIDADE Conaupro Consultoria e Contabilidade Ltda. ASSESSORIA DE IMPRENSA

PUBLISHER Sergio Tamer EDITORES Theo Carnier Gilberto de Almeida EDITOR ASSISTENTE Gustavo Girotto ARTE Deise Aneli REVISOR Vicente dos Anjos

Siga a Acrefi nas redes sociais * As matérias e artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.

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CAPA

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NADA SERÁ COMO ANTES Diante das dificuldades impostas pela pandemia, o 15º SIAC abre espaço para discussão de estratégias inovadoras, transformadoras e inclusivas frente aos desafios econômicos, sanitários e educacionais

D

iferente, mas com a mesma qualidade tradicionalmente reconhecida pelo mercado financeiro. A partir de uma nova estrutura, exigida pelo recente padrão da saúde pública, o 15º SIAC encantou pela escolha dos seus palestrantes e pelas ponderações dos convidados, compartilhadas entre as mais de 750 pessoas que acompanharam a programação on-line, nos dias 17 e 19 de novembro. Para ser mais abrangente e não interferir muito na rotina da audiência, a mudança começou com a divisão do evento em duas datas. Estratégia que se mostrou bastante acertada para a discussão de um tema tão relevante: “Inovação, Transformação e Inclusão”. No primeiro dia, Luis Eduardo da Costa Carvalho, presidente da Acrefi, recebeu no painel digital do SIAC Otávio Ribeiro Damaso, diretor de Regulação do Banco Central; Rubens Barbosa, embaixador e presidente do IRICE (Instituto de

Relações Internacionais e Comércio Exterior); Affonso Celso Pastore, economista; Murillo de Aragão, cientista político e CEO da Arko Advice; e Ilan Goldfajn (mediador do debate), presidente do Conselho Credit Suisse Brasil. No segundo dia, com uma programação mais voltada para as questões sociais, a seleta bancada do SIAC foi formada por Rachel Maia, CEO da RM Consulting Consumer Goods; Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da FGV; Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz; e Armínio Fraga (mediador do debate), sócio fundador da Gávea Investimentos e presidente do conselho do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde. Na condução do evento, a jornalista Cynthia Martins. A seguir, acompanhe alguns destaques das palestras dos nossos convidados.

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CAPA

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LUIS EDUARDO DA COSTA CARVALHO Presidente da Acrefi

“DESPERTAR EM CADA UM DE NÓS O SENTIMENTO DE INCLUSÃO E IGUALDADE” No primeiro dia do SIAC, em que foram abordados assuntos relacionados ao ambiente econômico brasileiro e global, os reflexos da eleição nos Estados Unidos e os impactos financeiros gerados pela covid-19, Luis Eduardo da Costa Carvalho, presidente da Acrefi, destacou que o objetivo do evento é analisar o cenário e oferecer estratégias para que o nosso mercado consiga enfrentar os desafios impostos por esse vírus avassalador. Carvalho destacou o papel fundamental exercido pelo Banco Central nesse momento de travessia. “O BC garantiu suporte necessário ao mercado, para que as dificuldades fossem superadas”, lembrou. De acordo com o presidente da Acrefi, o governo disponibilizou aos bancos recursos para que os empréstimos chegassem aos pequenos negócios por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e também do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC). “Foram ações que permitiram apoiar pequenas e médias empresas, associações, fundações de direito privado e cooperativas na obtenção de crédito”, afirmou ele. Já na abertura do segundo dia do SIAC, Carvalho enfatizou a importância de defendermos as condições para que tenhamos um mundo com menos desigualdade e mais inclusivo. “Assistimos a um movimento extremamente importante em favor da inclusão em todos os países. Devemos despertar em cada um de nós o sentimento de inclusão e a busca pela garantia dos direitos iguais para todos”, reforçou o presidente da Acrefi.

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17/11

OTÁVIO DAMASO Diretor de Regulação do Banco Central

“NOVAS SOLUÇÕES FRENTE ÀS SITUAÇÕES ATÍPICAS QUE ESTAMOS VIVENCIANDO” Participante assíduo dos eventos da Acrefi, Otávio Damaso, diretor de Regulação do Banco Central, trouxe a sua contribuição para o SIAC ao comentar, primeiramente, que a instituição responsável por garantir a estabilidade econômica do País estava bem preparada para enfrentar os desafios desse novo momento, garantindo liquidez e implementando medidas prudenciais anticíclicas. “Tínhamos um colchão de alavancagem, que elevou o percentual de capital dos bancos em relação a seus ativos”, explicou ele. Outro ponto abordado pelo executivo do BC é que os investimentos em inovação aplicados no sistema financeiro contribuíram na solução de problemas causados pela pandemia. “Aprofundamos ainda mais as ações voltadas à agenda inovação do BC, com a intenção de oferecer novos benefícios frente às situações atípicas que estamos vivenciando.” Ainda na linha da inovação, Damaso mencionou o PIX, meio de pagamento instantâneo recentemente implantado pelo BC. “Mais barato e mais eficiente, o PIX é um importante avanço para que as pessoas realizem em tempo real transferências de valores, pagamentos e recebimentos.” Mais um serviço mencionado pelo diretor do BC no SIAC foi o Open Banking, compartilhamento de dados, produtos e serviços por meio da integração de plataformas de bancos e fintechs. “Esses são movimentos importantes do sistema financeiro que certamente contribuíram para amenizar os contratempos desse novo ciclo”, finalizou Damaso.

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CAPA

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RUBENS BARBOSA Embaixador e presidente do IRICE

“ÊNFASE NAS POLÍTICAS AMBIENTAIS E MAIOR DINAMISMO NA ECONOMIA” Ao avaliar a vitória de Joe Biden na eleição dos Estados Unidos, o embaixador Rubens Barbosa, disse que os ajustes no âmbito das relações internacionais serão assimilados rapidamente já no início do seu governo. “Tenho a impressão de que o cenário global será beneficiado. Teremos maior ênfase nas políticas ambientais, recuperação no dinamismo da economia e medidas para redução do desemprego”. Será um Green New Deal”, enfatizou. Para Barbosa, a relação dos Estados Unidos com a China é ponto focal. “A primeira fase do acordo entre os dois países, até aqui, ainda não foi implementada. Se Biden der andamento, com certeza, haverá um ganho. Acredito que a política de confrontação também tende a diminuir. Isso é um ganho importante dentro desse processo de acomodação, avaliou o presidente do IRICE – Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior. Sobre o agronegócio brasileiro, o experiente executivo acredita que o segmento deve sofrer impactos no curto prazo, pois Biden tende a retomar de forma mais intensa o comércio com a Ásia. Ele espera que novas medidas restritivas não serão impostas, uma vez que existe interesse na expansão comercial entre os dois países. A respeito da entrada do Brasil na OCDE, Barbosa vê chance de sofrer revés. No entanto, as questões ambientais do Brasil, como a preservação da Amazônia e as políticas de sustentabilidade, serão observadas com grande atenção pelo governo Biden.

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AFFONSO CELSO PASTORE Economista

“A TENDÊNCIA É QUE BIDEN APROVE UM PACOTE FISCAL PARA DAR FÔLEGO E ENFRAQUECER O DÓLAR” O economista Affonso Celso Pastore também vê de maneira positiva para a economia mundial a vitória de Joe Biden nos Estados Unidos e a descoberta de uma vacina contra a covid-19. “São fatos que jogam luz no mundo e que favorecem o cenário internacional.” Ele falou que um novo pacote de estímulo fiscal dos Estados Unidos para enfrentar a crise do coronavírus pode gerar efeitos positivos consideráveis. “A atuação do FED também pode contribuir para a expansão ou criação de novos programas voltados ao apoio das famílias e das empresas”, afirmou Pastore. A tendência, segundo Pastore, é de que Biden aprove um pacote fiscal para dar fôlego e enfraquecer o dólar. “Apesar da interpretação de que um dólar mais fraco favorece as commodities exportadas pelo Brasil, ponderamos que o quadro hoje é diferente, se comparado ao boom de matérias-primas causado pela crise financeira internacional de 2008, em razão da desaceleração da economia chinesa.” Para Pastore, é preciso fazer a lição de casa e insistir nela. "Em nós repousa a capacidade de reverter a armadilha de renda média, que nos levou à recessão a partir de 2014", exemplificou o economista. Ao comparar o Brasil aos Estados Unidos, o economista alertou que, embora ambos caminhem para uma dívida equivalente a 100% do PIB), as situações são distintas porque, diferentemente do Brasil, os Estados Unidos têm margem para realizar políticas anticíclicas.

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CAPA

17/11

MURILLO DE ARAGÃO Cientista político e CEO da Arko Advice

“TEREMOS 90 DIAS CRÍTICOS EM 2021; SERÁ MOMENTO DE DEFINIÇÃO DE RUMOS” Ao abordar o posicionamento do governo Bolsonaro em relação à eleição de Joe Biden, o cientista político Murillo de Aragão acredita que isso pode provocar um impacto inicial, mas que tende a se acomodar. “Há muitos interesses em jogo e a relação deve estabilizar-se de maneira natural. No agronegócio, temos agendas conflitantes e competitivas, mas também serão ajustadas”, considerou o CEO da Arko Advice. Sobre o cenário político nacional, Aragão colocou quatro fatores: Bolsonaro quer a reeleição; a equipe econômica está focada na questão fiscal; no Legislativo existe a expectativa da sucessão dentro do Congresso; e ainda há a possibilidade de uma reforma ministerial. “A reforma é importante, uma vez que Bolsonaro sabe que o governo não tem base suficiente para a sua reeleição. Como pano de fundo, ainda temos uma segunda onda de contaminação da covid-19, o que pode alterar prioridades. Teremos 90 dias críticos em 2021; será momento de definição de rumos”, alertou. Aragão ainda indagou: “as eleições fortalecem o governo ou a oposição?”, e respondeu: “fortalecem apenas o centrão”, o que faz com que o governo Bolsonaro comece a rever essa configuração de apoio do governo. Isso aumentará cada vez mais a temperatura da próxima eleição, influenciando nas tomadas de decisão dos agentes que compõem esse cenário”, acrescentou ele. Assista ao evento completo (17/11) no YouTube: https://bit.ly/37mGsi8

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17/11

ILAN GOLDFAJN Presidente do Conselho Credit Suisse Brasil

AGENDA BC# E OPEN BANKING: “BRASIL SEGUINDO NO CAMINHO CERTO” Antes de iniciar a mediação do debate “Como Avançar na Agenda Brasileira, com Inovação e Transformação”, com os palestrantes do primeiro dia do 15º SIAC, Ilan Goldfajn, presidente do Conselho Credit Suisse Brasil, fez questão de destacar duas ações implementadas pelo Banco Central, a Agenda BC# e o Open Banking. “São inciativas que mostram que estamos avançando. É um prazer ver o Brasil seguindo no caminho certo”, afirmou. A seguir, o bate-bola de Ilan com os palestrantes do SIAC.

IG – Embaixador Rubens Barbosa, o senhor traçou um cenário econômico aparentemente otimista com a eleição de Joe Biden nos Estados Unido. Isso significaria que o partido Democrata deixou de ser tão duro nas negociações internacionais? RB – Fui embaixador em Washington por cinco anos, enfatizo que atualmente os partidos Democrata e Republicano defendem as mesmas posições em termos de comércio internacional. Acredito que a política comercial do Biden será a mesma que tivemos com o Trump. Haverá a defesa dos interesses norte-americanos, com RUBENS BARBOSA

medias restritivas.

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CAPA

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IG – Professor Pastore, são as demandas de políticas fiscal/ monetária ou o controle do coronavírus/vacina que vão definir o crescimento do Brasil e do mundo? ACP – Tenho a impressão que no curto prazo o que domina é a pandemia, é a vacina. Aquele que é racional, que preserva a vida e tem amor à família, tende a buscar o isolamento. Na medida em que as pessoas se isolam, o setor de serviço, responsável por 65% do PIB, sofre uma queda muito grande. Diante dessa segunda onda de contágio, o economista Nouriel Roubini anunciou que a recuperação em V da economia estava se transformando em W. Dando um certo desconto ao que o Roubini diz, sou tentado a concordar que esse magnifico V corre um enorme risco de virar um W. A vacina virá, mas AFFONSO CELSO PASTORE

estamos pensando em comemorar melhor o Natal de 2021.

IG – Professor Aragão, se não fizermos as reformas não será possível continuar a financiar uma dívida de 100% do PIB. Será que a confluência de fatores sociais e políticos não pode nos levar a uma inação, gerando ansiedade na economia e nos mercados ao longo dos próximos 90 dias? MA – O Brasil tem a tradição de que quando chega perto do precipício, toma decisões importantes para evitar a tragédia total. Há uma consciência por parte dos políticos de que as reformas são necessárias. É preciso ter competência política para operá-las com urgência. Não há alternativa. Vamos ver se o governo tem ‘balinha’ para trocar. Será preciso negociar e gerenciar perdas e ganhos. Os MURILLO DE ARAGÃO

próximos 90 dias determinarão o que será o ano de 2021.

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CLAUDIA COSTIN Diretora do CEIPE-FGV

“PROVER OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA PARA TODOS” Ao tratar do ensino no Brasil, tema que nunca deixará de ser importante e atual, Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (CEIPE-FGV), avalia que é essencial assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, além de prover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. “É fundamental garantir a boa qualidade da educação até o fim do ciclo de aprendizado. É lamentável termos 54,73% dos estudantes acima de oito anos com níveis insuficientes de leitura. Só 9,1% dos jovens do 3º ano do Ensino Médio aprenderam satisfatoriamente os conceitos da matemática. O Brasil terá de dar conta de lutar contra essas assimetrias”, reforçou Claudia. A educadora afirmou também que ninguém estava preparado para lidar com o problema das escolas fechadas. E para um retorno seguro, será preciso garantir a plena sintonia de todos os protocolos sanitários. Para Claudia, a covid-19 provocou a aceleração da inclusão digital de professores e estudantes. “Competências digitais foram favorecidas pela pandemia e acabaram incluídas na formação dos professores. Por fim, é preciso melhorar a formação dos professores, garantir a igualdade de oportunidades entre os estudantes, além de preparar as escolas para os novos tempos”, completou.

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CAPA

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MARGARETH DALCOLMO Médica pneumologista da Fiocruz

“A COVID REVELOU A FORÇA DO SUS, A FORÇA DA COMUNIDADE ACADÊMICA E A FORÇA DO VOLUNTARIADO” Presença extremamente requisitada na mídia desde o início da pandemia, a médica pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, disse à plateia virtual do 15º SIAC que estamos vivendo um momento que nunca achamos que fôssemos passar. “Este ano foi tão diferente que nem percebemos, por exemplo, o recuo do mar. Todos estão sensibilizados diante do iminente colapso social e da saúde”, comentou. Ela lembrou também a importância do SUS no combate à doença. “Em seus 30 anos de existência, o SUS nunca foi tão exigido quanto durante a pandemia. Ela revelou a força do sistema, a força da comunidade acadêmica e a força do voluntariado nacional”, ponderou. Margareth reconheceu a capilaridade gerada pela telemedicina, que se mostrou uma grande aliada durante a pandemia, principalmente, em comunidades mais carentes. “É preciso investir cada vez mais em soluções, na indústria de refino químico e na ciência. Essa não foi a primeira pandemia que a humanidade enfrentou e não será a última. O importante, neste caso, é aprender com o que está acontecendo a fim de elaborar protocolos para que estejamos cada vez mais preparados”, analisou.

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RACHEL MAIA CEO da RM Consulting Consumer Goods

“EM UM PAÍS RACISTA, É PRECISO SER ANTIRRACISTA” Conhecida por sua militância em favor da maior diversidade no alto escalão de grandes empresas, Rachel Maia, CEO da RM Consulting Consumer Goods, ressaltou a importância da construção de uma gestão de equidade. “É essencial planejar e executar ações voltadas a agregar benefício, sem deixar de lado as transformações. “O trabalho no projeto social me capacita, com o viés de mudança e de crescimento de pessoas em situação de vulnerabilidade, e acredito que temos muitos indivíduos que se posicionam com discordância em relação ao racismo, mas é preciso fortemente lutar contra a discriminação. Em um país racista, é preciso ser antirracista”, defendeu.

PATROCÍNIO

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CAPA

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ARMÍNIO FRAGA Sócio fundador da Gávea Investimentos

“SALVAR A AMAZÔNIA É SALVAR O RESTO DO BRASIL” Mediador do segundo dia de palestras do 15º SIAC, Armínio Fraga, sócio fundador da Gávea Investimentos, ao saldar o público, manifestou, antes de iniciar o debate, que é uma pessoa otimista por natureza, mas que estamos vivendo um período muito difícil – com duas grandes crises: a primeira começou ainda em 2014 e vinha se recuperando lentamente até que chegou a pandemia. Segundo Fraga, com a crise sanitária, a ficha caiu em favor de repensarmos a estrutura do Estado. “Precisamos rever as áreas estratégicas, como fazer mais e melhor. Devemos encarar a oportunidades em três grandes frentes: gasto com a folha de pagamento; despesas com a previdência; e as reformas sociais”, enumerou o sócio da Gávea Investimentos. Fraga lembrou que crescer e distribuir são coisas que não acontecem uma sem a outra. “Os empresários em vez de fazer lobby em Brasília deveriam dedicar mais tempo na chefia dos seus negócios.” O ex-presidente do BC também chamou a atenção para a questão do meio ambiente, principalmente na Amazônia. “Salvar a Amazônia é salvar o resto do Brasil. Isso é ciência. Precisamos olhar a preservação como um todo, não como um sonho, mas uma realidade”, enfatizou o economista. f Assista ao evento completo (19/11) no YouTube: https://bit.ly/3oajIIM

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f

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PESQUISA

BRASILEIROS EM COMPASSO DE ESPERA O estudo Acrefi / Kantar Brasil revela que boa parte das pessoas acredita que o País pode voltar a crescer no próximo ano, mas continua atenta ao controle dos gastos e à pouca oferta de emprego

D

esde 2014, o mercado financeiro guarda com grande expectativa as pesquisas anuais realizadas pela Acrefi, em parceria com a Kantar Brasil, para sentir o pulso dos brasileiros frente aos acontecimentos sociais e políticos. Porém, a edição deste ano da pesquisa Perspectiva trouxe um elemento novo: os reflexos da pandemia da covid-19. Uma novidade que arrastou para o centro das discussões a preocupação com a saúde e a manutenção da renda, diante dos recentes desafios impostos aos governantes e à sociedade. Em uma coletiva de imprensa, liderada por Luís Eduardo da Costa Carvalho, presidente da Acrefi; Silvia Quintanilha, vice-presidente de atendimento da Kantar Brasil; e Nicola Tingas, consultor econômico da Acrefi, a associação levou ao conhecimento geral que a saúde deve ser prioridade número 1 do governo, com 28% (maior índice da série histórica); seguida do emprego, com 17%; do crescimento da economia, 15%; e da educação, 14%. Outro dado que chamou atenção foi que quase a metade dos brasileiros (48%) teve acesso a algum tipo de auxílio financeiro durante a pandemia.

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Qual deve ser a prioridade do Presidente da república? Em um cenário de pandemia, a prioridade do Presidente deve ser a saúde Redução em quase todas as outras categorias TOP 7 28

17 18 19 14

17 14 13 13

Educação

16 14 16

Oferta de emprego / Reforma trabalhista

Saúde

2018

2019 (junho)

14 13 15 15

13

Crescimento da economia 2019 (outubro)

21 7

9

3

Segurança

4

6

10

1

Reforma da previdência

5

6

7

Reforma política

2020

Base: 2000

Q2. Na sua opinião, considerando esses itens, econômicos e financeiros, qual deve ser a prioridade do Presidente da República?

Ao serem questionados a partir de quando a situação econômica vai melhorar, 32% dos 2 mil respondentes da pesquisa disseram que isso só acontecerá no segundo semestre de 2021; 29% somente em 2022; e 14% apenas nos próximos três ou quatro anos.

Maioria acredita que a situação só vai melhorar a partir de 2021

11% 1° semestre de 2021

32%

29%

14%

2° semestre de 2021

Somente em 2022

Não deve melhorar nos próximos 3-4 anos

14% Não sabe

Base: 2000

Q20. Você acredita que a situação econômica do Brasil vai melhorar significativamente a partir de:

O estudo Acrefi / Kantar Brasil revela também que 66% dos entrevistados on-line acreditam que o desemprego aumentará no próximo ano. Além disso, o sentimento de preocupação com o País se mostra elevado: 56%. As perspectivas para 2021 se mantêm relativamente favoráveis. Boa parte das pessoas consultadas (41%) espera que o País volte a crescer no próximo ano, enquanto o desemprego tende a aumentar e a propensão a fazer financiamentos é menor.

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PESQUISA

Você acha que o desemprego vai aumentar nos próximos meses? O desemprego vai aumentar Tamanho da fatia retorna aos níveis de 2017 Sim

77 68

67 54 46

55

55

45

45 33

32 23

Não

2016

2017

2018

2019 (junho)

2019 (outubro)

2020

Base: 2000

Q14. Você acha que o desemprego vai aumentar nos próximos meses?

Para Luís Eduardo da Costa Carvalho, presidente da Acrefi, há um movimento, até por conta da pandemia, de readequação do consumo. “Quem possui veículo próprio, por exemplo, até por uma necessidade, talvez venda esse ativo. Aqueles que puderem andar de bicicleta, patinete ou mesmo a pé recorrerão a esses recursos. No entanto, em um segundo momento, a compra do automóvel voltará a ganhar força”, destaca. Segundo o presidente da Acrefi, a informação de que 58% dos brasileiros não têm contas em atraso é algo extremamente positivo. “Todos acreditavam que o cenário de retomada se alongaria, mas começou a acontecer um movimento de reversão, de tração. Isso até surpreendeu, positivamente, o mercado financeiro”, afirma Carvalho.

Qual ou quais desses itens você financiaria em 2021? Carro diminui expressivamente sua importância Imóvel passa a ser o mais relevante 2019 (outubro)

2020

56 43

Carro

42 41

Imóvel

21 18

20 21

20 21

Eletrodomésticos/móveis

Empréstimo pessoal

Material de construção

18 17

18 16

17 17

Smartphone/celular

Viagem

Educação (cursos/treinamentos/faculdade)

Base: 2019 (Out) : 453 / 2020 : 738

Q12. Para quais desses itens você utilizaria financiamento?

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14

18

Crédito consignado


25

Contas que tem a pagar... Contas de consumo foram colocadas em dia Aumento relativos dos que contraíram empréstimos 2019 (outubro)

77

58%

2020

73 72 51

NÃO TÊM CONTAS EM ATRASO

2019 (Out) 59%

Outras contas de consumo (net, luz, água, condomínio, aluguel, etc.)

NÃO TÊM CONTAS EM ATRASO

Cartão de crédito (fatura regular)

12 11

11 10

CDC/ carnês (eletrodomésticos, material de construção, móveis)

Financiamento de carro

10

15

Empréstimo Pessoal

8

8

Financiamento imobiliário

Base: 2019 (Out) : 590 / 2020 : 1157

Q15.Você tem contas que não conseguiu pagar na data de vencimento e agora estão em atraso? Q15D. Hoje, quais dessas contas abaixo você tem a pagar ?

Houve mudança de hábitos de consumo neste período de pandemia? Mudança extrema de hábitos Redução muito significativa de lazer, vestuário e transporte e aumento de alimentação Não 16%

5

6

14 Aumentaram

29

30

47

14

8 25

46 Mantiveram 40

81

52

40

Diminuíram

Sim 84%

67

63 19

14 Alimentação

Lazer

Vestuário

Saúde

Educação

Transporte

Base: 2000

Q17. Seus hábitos de consumo mudaram neste período de pandemia? Q18. Durante a pandemia, você e sua família mantiveram, aumentaram ou diminuíram quais itens de consumo?

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PESQUISA

Diante do atual ambiente macroeconômico, 66% dos pesquisados disseram pretender poupar mais, e novas alternativas de investimentos estão no radar para 40% das pessoas. Para 50% dos brasileiros, a taxa de juros também deve aumentar em 2021; 37% acreditam que a oferta de crédito irá piorar.

Daqui em diante, de que forma você irá se comportar com sua vida financeira? Maioria vai poupar mais, alguns vão buscar alternativas de investimento

2%

11%

40%

66%

Vou utilizar mais crédito e financiamento

Não vou mudar meu comportamento atual

Vou buscar novas alternativas de investimento para minhas economias pessoais

Vou poupar mais

5%

Vou consumir mais

Base: 2000

Q19. Daqui em diante, de que forma você irá se comportar com sua vida financeira?

Um outro dado da pesquisa, que se mostrou significativo, é que os bancos digitais e fintechs não tiveram redução em seus serviços: 47% buscaram soluções em bancos digitais, enquanto as outras opções registraram queda, como é o caso de contas em bancos tradicionais, caindo de 82%, no ano passado, para 71%.

Atualmente você utiliza quais desses serviços financeiros? Aparente transferência de serviços tradicionais para serviços mais novos Bancos digitais e fintechs não tiveram redução enquanto os outros sim 2019 (outubro)

82

2020 Fintech – 6% (dados apenas para 2020)

71 42

47 18

Conta em banco

Conta em banco completamente digital

12

Cartão pré-pago

8

6

Financeira

6

4

Cooperativa de crédito

6

11

Nenhum destes

Base: 2000

Q16. Atualmente você utiliza quais desses serviços financeiros?

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Mais eficiência na validação cadastral Solução lançada pela Quod em parceria com três das principais operadoras de telefonia fixa e móvel do Brasil mensura confiabilidade do endereço informado pelo consumidor, gerando eficiência operacional e redução de custo no processo de análise de fraude e onboarding

Buscando ampliar sua atuação para além do Cadastro Positivo, a Quod, gestora de bases de dados, firmou recentemente parceria com três das maiores operadoras de telefonia fixa e móvel do Brasil, o que resultou no desenvolvimento de soluções com base nos dados disponíveis em quase 70% da rede de telecomunicações do país. A parceria deu origem ao Quod Autentica Cadastral, solução que mensura a confiabilidade do endereço residencial e/ou comercial fornecido pelo CPF, validando-o a partir da geolocalização das antenas dos dispositivos móveis. Além de aprimorar o onboarding e a experiência do cliente, o processo de comprovação de endereço reduz custos operacionais e fraudes de subscrição.

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dos usuários ao exibir somente a nota e a probabilidade do risco, mas nunca sua localização. Segundo Oliveira, além de prevenção a fraudes cadastrais em abertura de contas, emissão de cartões de crédito e contratação de seguros, por exemplo, o uso do Quod Autentica Cadastral oferece maior eficiência na retomada de bens em garantia e em cobrança, além de redução de custos nos processos de onboarding. A gestora já comprovou os benefícios da adoção da solução em empresas de diferentes segmentos, sendo que uma delas, do setor financeiro, obteve ganho de eficiência no processo de validação cadastral. “Nesse caso, 70% das propostas aprovadas derivavam para a mesa de fraude para comprovar os dados cadastrais e, com a utilização do Quod Autentica Cadastral, a empresa reduziu entre 30% e 40% o volume de propostas analisadas na mesa. Ou seja, uma redução de custo e um aumento na conversão de clientes”, explica Oliveira. A partir de uma amostra que representa a população brasileira, ficou claro que quando o endereço não confere (score de 001 a 100) a fraude chega a ser quatro vezes maior do que a média da carteira do cliente, conforme o gráfico a seguir

De acordo com Gustavo Oliveira, diretor comercial da Quod, a solução desenvolvida para mitigação de fraudes cadastrais funciona da seguinte forma: a partir do comportamento do usuário, é feito um cálculo sobre a distância entre o endereço informado por ele e as antenas que ele mais utiliza em seu dispositivo. A partir disso, é gerado um score que vai de 1 a 1000. Quanto mais alta a nota, menor a distância entre os pontos e menor o risco do endereço informado não ser coincidente com o da antena mais utilizada pelo celular informado. Ou seja, quanto maior a nota, menor o risco de fraude de subscrição. O cálculo considera as antenas mais utilizadas pelo usuário e permite validar também se o telefone celular informado pelo CPF é o mesmo cadastrado na operadora, mitigando ainda mais o risco de fraude. O Quod Autentica Cadastral auxilia no processo de validação de forma simplificada, sendo que as faixas de score correspondem às distancias médias entre o endereço informado e o endereço das antenas. A solução está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo a privacidade

A infraestrutura de Big Data das principais operadoras de telecomunicações do Brasil aliada à expertise de gestão de dados e ao desenvolvimento de modelos estatísticos da Quod permitiu a criação dessa solução via API. Com isso, os clientes da Quod terão acesso a uma plataforma robusta para avaliação de risco de crédito e fraude de forma ágil e segura. “A inovação faz parte do DNA da Quod e estamos constantemente buscando grandes parceiros para seguir cocriando novos produtos”, acrescenta o Head de Desenvolvimento de Negócios da Quod, Raphael Salmi, destacando o novo posicionamento da marca. Aponte o celular para o QR Code e saiba mais sobre Quod Autentica Cadastral. bitly.com/autenticacadastral

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LGPD

LGPD não produz receita, mas gera confiança Live promovida pela Acrefi revela como as empresas convivem com as novas regras da proteção de dados e os benefícios trazidos para a sociedade e para as corporações

A

LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) ganha cada vez mais relevância. É por isso que a Acrefi abre espaço para a realização de mais uma live, organizada no dia 26 de novembro, sobre o tema. Para abordar questões pertinentes ao relacionamento com os clientes, garantia da privacidade e segurança jurídica, foram convidados para o evento on-line: Milena Fório, superintendente Jurídica da B3; Priscilla Silva, diretora Jurídica da Visa; e Danilo Doneda, conselheiro da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados). O painel foi mediado por Cintia Falcão, consultora Jurídica da Acrefi, que, em sua manifestação inicial, lembrou: “Desde que a LGPD foi aprovada pelo congresso, em agosto de 2018, o tema vem sendo debatido constantemente. Ele não se esgota. Esse é um dos motivos pelo qual a Acrefi faz questão de acompanhar a sua evolução”, disse Cintia. Antes de passar a palavra aos convidados, Luis Eduardo da Costa Carvalho, presidente da Acrefi, fez questão de ressaltar: “A LGPD é um assunto que domina o mundo, uma vez que a preocupação com proteção de dados se tornou necessária. Mais do que isso, ela se tornou

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fundamental no ambiente dos negócios. Como sempre, escolhemos debatedores experientes para fomentar conhecimento, pois esse é um dos pilares da nossa entidade", resumiu Carvalho. Mesmo já com todas as medidas implantadas para evitar qualquer risco, Milena Fório, superintendente Jurídica da B3, conta que as equipes continuam trabalhando em uma estrutura cada vez mais ágil e eficiente, com o mapeamento e a análise de alguns pontos considerados ainda críticos. “Precisamos entender todo o enquadramento para fazer com que a fundamentação aconteça dentro das bases legais”, explicou, destacando que a LGDP é um tema multidisciplinar, que envolve diversas áreas da B3”. Milena destacou que a seleção e a contratação do DPO (data protection officer) foram balizadas em critérios de competência e em conhecimentos avançados para tratamento dos dados na B3. “Profissional que pudesse cumprir todas as tarefas relacionadas à segurança e à proteção de dados previstas na LGPD”, enfatizou a superintendente Jurídica da B3. Priscilla Silva, diretora Jurídica da Visa, disse


29

à audiência da Acrefi que, como o projeto da LGPD veio para ficar, a companhia contou com o apoio forte do setor jurídico, com ênfase no mapeamento da segurança da informação. “Concluímos o projeto em julho, mas as obrigações não cessam por aí, pois a política de segurança da empresa precisa estar presente no nosso dia a dia”, alertou. Segundo a diretora Jurídica da Visa, a implementação do projeto voltado à LGPD foi resultado de um esforço coletivo. “Jurídico, compliance, TI e outras áreas da Visa cuidaram do assunto. Ela compartilhou ainda que a LGPD foi uma oportunidade de organizar melhor os processos de coleta das informações, garantindo um fluxo mais transparente e ágil dos dados. Isso impacta, naturalmente, no desenvolvimento de novos negócios”, sustentou a diretora Jurídica da Visa. A LGPD não produz receita, mas gera confiança. “A adaptação às regras da LGPD é um processo constante. A empresa precisa levar isso em conta nas diversas etapas da sua atividade”, ponderou em sua palestra Danilo Doneda, conselheiro da ANPD. Ele chamou a atenção também para a LGPD-Penal, que complementa o tratamento de dados para fins de segurança pública e de investigação criminal. “A LGPD-Penal seria uma resposta para que órgãos tivessem acesso aos dados com o objetivo de combater crimes, como a lavagem de dinheiro”, explicou Doneda. De acordo com o conselheiro da ANPD, o sistema judiciário também precisa de uma atualização constante, como já acontece com a LGPD. “A segurança de dados é uma matéria que nunca se encerra, à medida que as tecnologias vão sendo substituídas” acredita. “Daqui a algum tempo teremos uma ideia dos pontos que precisam ser aprimorados. O próprio judiciário

deve adaptar-se para entender completamente o processo. É uma dinâmica da qual não vamos nos livrar tão já”, concluiu o especialista. f

LUIS EDUARDO DA COSTA CARVALHO Presidente da Acrefi

MILENA FÓRIO Superintendente Jurídica da B3

PRISCILLA SILVA Diretora Jurídica da Visa

DANILO DONEDA Conselheiro da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados)

CINTIA FALCÃO Consultora Jurídica da Acrefi

PATROCÍNIO

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E você?

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FGC é o Fundo Garantidor de Créditos. Uma instituição que tem como propósito principal proteger o pequeno e o médio investidor. O FGC garante seus depósitos e investimentos em até 250 mil reais por banco ou financeira*. É uma garantia que você tem para poder investir com mais segurança e tranquilidade. Com o FGC, você e o seu dinheiro ficam muito mais protegidos.

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fgc.org.br financeiro#122 novembro-dezembro 2020


FOCO NAS COMISSÕES

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Interlocução ainda maior com os reguladores e atenção redobrada na movimentação do mercado Cleber Martins*

O

s trabalhos dos últimos meses definem um pouco a dinâmica proposta pela gestão atual da associação, com aumento de interlocução com os reguladores e de volume de entregas. Em outubro, recebemos executivos do Banco Central do Brasil de diversos departamentos, como o DESUC (Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias), para debater gerenciamento integrado de risco e a resolução 4557/2017, com foco nas instituições integrantes do segmento S4, do DENOR (Regulação do Sistema Financeiro Nacional) para apresentação sobre a circular 4036/2020 (CCB escritural) e também do DECON (Supervisão de Conduta) para uma apresentação das expectativas sobre o novo marco de PLD-FT no setor, que é a circular 3978/2020. Parte dessas agendas exigirão desdobramentos adicionais que deverão ser apresentados e aprovados pela diretoria da associação nos próximos meses, alinhados com os objetivos, previstos em seu estatuto, de amparar e defender os direitos e interesses de suas associadas. A prorrogação da isenção do IOF para operações de crédito até 31/12, contida no decreto 10.504/2020, também exigiu atuação da Acrefi, em conjunto com outras associações perante o governo federal. Ação também adotada por outros setores da economia, já

que ainda temos impacto da pandemia da Covid-19 em todo o mercado. A associação estará atenta à nova necessidade de atuação, considerando o momento de incerteza. Ainda sobre os impactos da pandemia, é percebido aumento dos números de fraudes em meios digitais e incidentes cibernéticos, exigindo mais compartilhamento de informações entre as associadas, bem como entre setores. Prova disso é a criação do Fórum de Resiliência Operacional, no âmbito de atuação do BACEN e ANATEL, que entre outras iniciativas resultou no lançamento da campanha #fiqueesperto. Mais informações em https://fe.seg.br/. Não podemos deixar de falar do PIX, o novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central do Brasil, uma das agendas mais esperadas de 2020 pelo setor. Lançado em 16/11, ele já é uma realidade, contribuindo com inovação, transformação e inclusão no sistema financeiro nacional. O mês de novembro também trouxe novas normas relacionadas ao open banking, que deve ter as discussões intensificadas em 2021. Ainda teremos a Semana ENEF (Semana Nacional de Educação Financeira), entre 23 e 29/11, num momento em que ela nunca foi tão importante para apoiar a população no enfrentamento da crise. Participe! Cadastre sua instituição em https:// semanaenef.gov.br/. f

(*) Cleber Martins é consultor de Operações e coordenador das Comissões Técnicas da Acrefi.

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ENEF

Educação financeira ganha força no ambiente digital Como parte da programação da 7ª edição da Semana ENEF, live organizada pela Acrefi mostra que as boas práticas aplicadas no orçamento pessoal têm contribuído na manutenção das famílias durante apandemia

a

A

s atividades da Semana Nacional de Educação Financeira (ENEF) já se tornaram tradição entre as instituições financeiras e educacionais. Todos empenhados em uma gestão mais eficiente do orçamento pessoal do cidadão. Para oferecer a sua contribuição à sociedade a respeito de uma questão tão importante, a Acrefi, em parceria com a ABBC (Associação Brasileira de Bancos) e com a ABBI (Associação Brasileira de Bancos Internacionais), organizou uma live, no dia 24 de novembro, em torno do tema “Resiliência Financeira: Como Atravessar a Crise?” O evento

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contou com a participação de Luis Gustavo Siqueira, chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central; André Nardy, vice-reitor da Saint Paul Escola de Negócios; Claudia Forte, da AEF (Associação de Educação Financeira); e Vera Rita de Mello Ferreira, do Vértice PSI – Instituto de Psicologia Econômica e Ciências Comportamentais. O mediador do painel foi Cleber Martins, consultor de Operações da Acrefi. Ao saudar os palestrantes e a audiência do evento on-line, Luis Eduardo da Costa Carvalho, presidente da Acrefi, enfatizou a importância da Semana ENEF, que em 2019 impactou mais de 70 milhões de brasileiros. “Um dos importantes pilares da nossa entidade é a defesa da educação financeira. Nesse período que estamos atravessando, ações relacionadas aos cuidados do cidadão com o seu orçamento pessoal tornam-se ainda mais fundamentais", reforçou o presidente da Acrefi. Ao tratar do impacto da pandemia na vida financeira das pessoas, Luis Gustavo Siqueira, do BC, disse que o novo coronavírus trouxe complicações adicionais ao bolso de uma grande parcela dos brasileiros. “Nesta fase de transição, é necessário maior planejamento e controle das finanças familiares”, sugeriu Siqueira. O executivo do BC enfatizou também que a Semana ENEF serve para que o sistema financeiro avalie todas as ações em favor do equilíbrio orçamentário, sem esquecer de incluir temas relacionados a inclusão, sustentabilidade, baixa renda e superendividados. Para André Nardy, da Saint Paul, longos períodos de experiência facilitam a compreensão das três etapas do desenvolvimento contínuo: aprender, cooperar e melhorar. “É aí que o papel do Banco Central se torna fundamental para fomentar educação financeira na base das famílias.” Ele ressaltou que a gestão eficiente do orçamento pessoal maximiza o bem-estar das famílias, principalmente diante do impacto social e econômico provocado pela pandemia, quando o conhecimento pode evitar algumas


33

armadilhas comportamentais. Coordenadora do Vértice PSI, Vera Rita de Mello Ferreira disse que a educação financeira é como uma andorinha: não faz verão sozinha. “É preciso articular e unir forças, até como meio para atingir a saúde e o equilíbrio financeiro. A crise gerada pela pandemia, no entanto, acabou acelerando o processo de aprendizado pelo caminho da dor, pois a situação levou à busca de mais informações”, explicou a consultora. A crise mudou também a maneira como as pessoas guardam as economias. “Em um cenário de incerteza, houve um movimento de manada para a renda variável, o que é um risco por si só. Aqui no Brasil as pessoas não têm conhecimento para investir em mercado de risco”, avaliou. Segundo a coordenadora do Vértice PSI, o isolamento social contribuiu para deslocar a educação financeira das plataformas tradicionais para o ambiente digital, por meio de sites aplicativos e games. “Porém, não podemos nos esquecer dos excluídos digitais, aqueles que não tiveram como se manter conectados. Ficamos devendo

LUIS EDUARDO DA COSTA CARVALHO

uma resposta para os que ainda se encontram em isolamento digital”, lembrou a psicóloga. Superintendente da AEF-Brasil, Claudia Forte falou da missão da sua entidade em levar a educação financeira à população brasileira. “Depois do que aconteceu em Mariana (MG) – referindo-se ao desastre ambiental ocorrido pelo rompimento da barragem de minério – toda a cidade e seu entorno passaram por um processo de reparação. Foi aí que educação financeira se mostrou um instrumento fundamental para a reconstrução daquela comunidade”, destacou. Claudia disse que a educação financeira é muito mais do que a aplicação das operações matemáticas. Ela deve ser inserida em todas as disciplinas escolares. Ao apresentar uma pesquisa para o público do 15º SIAC, a superintendente da AEF-Brasil informou que 41,4% dos professores dizem trabalhar os conceitos da educação financeira apenas durante as aulas de matemática. Outro dado interessante do estudo revela que 92% dos docentes afirmaram que a pandemia estimulou discussão do tema em sala de aula. f

CLAUDIA FORTE

Presidente da Acrefi

AEF (Associação de Educação Financeira)

LUIS GUSTAVO SIQUEIRA

VERA RITA DE MELLO FERREIRA

Chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central

Vértice PSI – Instituto de Psicologia Econômica e Ciências Comportamentais

ANDRÉ NARDY Vice-reitor da Saint Paul Escola de Negócios

CLEBER MARTINS Consultor de Operações da Acrefi

REALIZAÇÃO

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PAINEL B3

Mercado de Financiamentos de Veículos (Outubro/2020)

1 DADOS DOS FINANCIAMENTOS

QUANTIDADE DE FINANCIAMENTOS DE VEÍCULOS

INFORMAÇÃO PÚBLICA

QUANTIDADE DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS | ACUMULADO 2020

No acumulado do ano de 2020, até o mês de outubro, as vendas de veículos financiadas somaram 4.375 mil unidades, entre novas e usadas - incluindo motos, auto leves e pesados. Esse número apresentou uma queda de -13% em relação ao ano de 2019, isto equivale a 625 mil unidads a menos. INFORMAÇÃO PÚBLICA

QUANTIDADE DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS | PARA O MÊS DE OUTUBRO

INFORMAÇÃO PÚBLICA

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MODALIDADE DE FINANCIAMENTOS DE VEÍCULOS

554

leasing e outros. Porém, em outubro de 2020 apresentou uma queda de -1,2% frente a outubro do ano anterior. INFORMAÇÃO PÚBLICA

2 DADOS DE CRÉDITO

CRÉDITO PARA VEÍCULOS | TOTAL | SETEMBRO

INFORMAÇÃO PÚBLICA

Este arquivo dispõe das informações referentes ao desempenho detalhado do mercado de financiamento de veículos, penetração de financiamentos sobre venda de veículos (fonte: Fenabrave) e como complemento à visão da carteira de créditos de veículos (fonte: Banco Central do Brasil).

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PALAVRA FINAL NICOLA TINGAS*

(DES)ESPERANÇA DO BRASILEIRO PARA 2021-2022 A pesquisa Acrefi / Kantar, divulgada dia 16/11/2020, como parte do 15º SIAC – Seminário Internacional ACREFI, mostra um quadro que pode ser denominado "pessimista" e/ou do "brasileiro consciente e realista sobre os obstáculos do cenário 2021-2022, que afetam sua vida pessoal". O quadro resumo da pesquisa identifica esses pontos. Ao longo de um ano, de outubro de 2019 para outubro de 2020: cresceu o sentimento de preocupação, o receio forte de aumento do desemprego, a perspectiva de menor crescimento e menor propensão futura de fazer financiamento. Além disso, quando perguntado "qual deveria ser a prioridade do Presidente da República", uma parcela das 2.000 entrevistas entre homens e mulheres por todo o País, indicou as seguintes preferências: 28% a saúde; 17% a oferta de emprego; e 15% o crescimento da economia. Com relação à pergunta "você acredita que a situação da economia vai melhorar significativamente a partir de", a resposta foi: 11% no 1º semestre 2021; 32% no 2° semestre 2021; 29% somente em 2022; 14% não deve melhorar nos próximos 3-4 anos; 14% não sabem. O conjunto de respostas da pesquisa denota duas grandes prioridades: "saúde", "emprego e renda". A questão da "saúde" reflete a continuidade e ainda elevada taxa de contaminação e mortes pela pandemia da covid-19. Depois de um pico de mortes no meio do ano, houve queda nas mortes diárias ao longo de meses. Contudo, além de ter sido uma curva descendente longa, ocorre recrudescimento das contaminações e óbitos. Possibilidade de "longa redução da pandemia" postergando a "normalização" de economia, emprego e renda. O setor de serviços teve retomada defasada. Indústria e comércio tiveram retomada forte devido a medidas de manutenção de emprego, renda emergencial e crédito. A expectativa para 67% da população sobre aumento do desemprego em 2021 denota que as "pontes financeiras oferecidas na pandemia" têm "prazo para acabar". Na medida em que a população voltar a procurar emprego, a taxa de desemprego atual, de 14%, poderá chegar a 16% no fim de 2020 e avançar para 20% em 2021, se não houver medidas fiscais responsáveis e medidas econômicas adequadas para redução da enorme incerteza com relação ao futuro. Certamente, com enorme responsabilidade para o Presidente da República e sua equipe, e o Congresso Nacional. f

Situação Geral do País

2019 (out 2019)

2020

predominantemente regular.

predominantemente pessimista

Sentimento de Preocupação

52%

Desemprego

55%

Achavam que iria aumentar

Perspectiva de Crescimento do País (vai melhorar)

Financiamento

Estão propensos a fazer um financiamento.

43% 45%

(*) Nicola Tingas é consultor econômico da Acrefi. |

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32% 37%

57%

Pessimismo

67%

As perspectivas para 2021 são de preocupação. O País não deve crescer, a propensão a fazer financiamentos é menor e o desemprego vai aumentar.

Artigo enviado em 23.11.2020


Kaike, paciente do GRAACC, com Reynaldo Gianecchini

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1991

1998

Ponto de Criação Foto: Maurício Nahas

SONHAR

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2013

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