Edição 315 - Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA

Page 1

Os registos impressos de “pensadores do mundo”

Vitalino Santos, José de Albuquerque, Teresa Gomes e Paulo Sérgio Santos contam a história de uma secção fundada há 40 anos. Casa do jornalismo académico sobreviveu às adversidades dos tempos.

- POR DANIELA FAZENDEIRO, ALEXANDRA GUIMARÃES E CLARA NETO -

Sem data marcada na sua certidão de nascimento, em outubro de 1983 surgiu a Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra (SJ/AAC), no seio de uma academia imersa no espírito da reivindicação estudantil. Um grupo de jovens alunos levou a cabo a tarefa de construir um novo lar para as práticas jornalísticas, em torno da realidade contemporânea universitária. Marcada por variadas publicações, a SJ/AAC contou no seu repertório com a revista Via Latina, os jornais A CÁBULA e A GAZETA ACADÉMICA, e os elementos ainda ativos: o Arquivo e o Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA.

Uma fundação marcada pelos ares de Abril

Em 1982, os fundadores da SJ/AAC reuniram-se para debater as formas que possibilitariam a produção de jornalismo impresso à academia de Coimbra. Numa dessas discussões estava Vitalino Santos, na altura estudante na área da saúde, que se inscreveu na secção logo após a sua fundação e que ainda hoje vive do setor jornalístico. Quanto à sua experiência na estrutura da Casa, descreve:

“quase troquei as aulas pela SJ/ AAC porque, na altura, via-a como algo muito importante e construtivo para a minha vida”

Ao fazer uma viagem ao passado, recorda que, nos primeiros tempos, vendiam-se as edições em papel nas cantinas e numa banca montada à porta da secção.

Num momento em que ainda se faziam sentir os ares promissores de uma nova era, trazidos pelo 25 de abril de 1974, o acesso à livre informação e a capacidade de ser informado e de informar foi “uma reivindicação democrática dos jovens”, evoca Vitalino Santos. Como novo estudante, lembra-se como olhava o setor nessa época: “o jornalismo era uma esperança para mim e via os jornalistas como pessoas muito importantes para a sociedade”, o que o incentivou a tentar realizar um trabalho semelhante ao destas personalidades.

A origem do nome do primeiro jornal produzido pela SJ/AAC remete à revista criada por Paulo Marques, membro da Secção Filatélica da AAC, intitulada “Cábula Filatélica”. Para Vitalino Santos, era “um nome irónico”, que representava “o local coletivo onde se vai buscar algo que já não se lembra bem”, ou seja, um auxiliar de memória. Durante o seu tempo de publicação, A CÁBULA lançou apenas cinco edições, cessando a sua atividade em 1984. O seccionista explica que o terminar do periódico não se deveu à falta de disponibilidade nem de vontade dos seus membros, mas sim a dificuldades financeiras e a divergências internas quanto ao conteúdo divulgado. Apesar das dissonâncias e concordâncias, relembra um “ambiente agradável”, em que todos partilhavam o gosto pelo jornalismo.

Necessidade de renovar a casa Para colmatar a falta de um jornal, em janeiro de 1987 nasceu A GAZETA ACADÉMICA. Esta produção, que se queria distanciar do formato e conteúdo d’A CÁBULA, contou com 11 edições impressas, até março de 1990. Depois de um período de publicações irregulares, e para sustentar a SJ/AAC, em 1991 apareceu A CABRA, concebida pelos universitários José de Albuquerque, Teresa Gomes e João Saraiva. O nome do órgão de comunicação, que ainda hoje mata a sede de informação dos alunos e habitantes de Coimbra, é inspirado por um dos sinos da Torre da Universidade. Assim, Teresa Gomes ilustra:

Fundadores do Jornal A CABRA: Teresa Gomes, José de Albuquerque e João Saraiva (de baixo para cima)

Arquivo

“o Cabrão toca a cada hora, mas a Cabra abre e fecha o dia. Ela reúne os estudantes, chama-os para atuarem”

Numa associação académica dominada por publicações partidárias, os fundadores sentiram a necessidade de desenvolver um órgão de comunicação que não se submetesse a qualquer força política. Nesse sentido, acreditavam que A CABRA devia cumprir o papel de ser “a voz dos estudantes”. Os momentos iniciais foram marcados pela dificuldade de provar a credibilidade do seu trabalho e de recolher fundos monetários para sustentar o jornal e pela falta de colaboradores e de meios de pro -

7 de março de 2023 02
UMA HISTÓRIA AINDA EM CONSTRUÇÃO
3 de outubro de 2023

dução. Num esforço de contrariar estes obstáculos, procuraram tornar o periódico “apetecível” ao aumentar a diversidade de conteúdos. Tudo isto partiu de engenho e dedicação com o intuito de ser “o contra poder da Direção-Geral da AAC”, como explica José de Albuquerque. Seguindo o exemplo dos antigos da SJ/AAC, os estudantes vendiam as edições impressas à porta das cantinas. José de Albuquerque garante que o jornal “fazia por ser incómodo”, o que causou críticas e ameaças após o lançamento dos primeiros números. Contudo, Teresa Gomes assegura que nunca desistiram, porque acreditavam na importância do trabalho que estavam a desenvolver, prezando a honestidade e a verificação dos factos. Em menos de um ano, o Jornal A CABRA cresceu em número de páginas e de exemplares impressos, conseguindo atingir não só a academia, como também a cidade. Teresa Gomes fala até de um alcance internacional, com alunos estrangeiros a quererem colaborar na redação de artigos. Já em 2003, deu-se início a uma nova etapa: a publicação de artigos no ‘site’, que ainda se mantém.

Resistente a qualquer impasse

Corria o ano de 2004 quando a SJ/AAC se lançou no projeto de reativação da Via Latina, revista histórica que nasceu em 1889. Paulo Sérgio Santos, seccionista e diretor da última edição produzida, fala de “uma revista engraçada de fazer, em que houve um esforço para ter grandes nomes do panorama nacional de várias áreas”. Embora lamente que a Via Latina esteja suspensa desde 2015, ano de publicação da 12ª edição, mostra-se reticente quanto ao seu regresso, visto que “nunca teve sustentabilidade financeira”.

Em 2013, o Jornal A CABRA sofreu uma paragem, derivada da falta de redatores. Para Paulo Sérgio Santos, que também foi diretor do jornal, a diminuição de estudantes interessados em fazer parte das secções deveu-se à redução da duração dos cursos com o Processo de Bolonha e às distrações trazidas pela expansão da internet. O seccionista conta que, em 2011, quando entrou para a SJ/AAC, existiam plenários onde era o único redator presente. Em novembro de 2014, foi um dos estudantes que trouxe de volta o jornal. Na opinião de Paulo Sérgio Santos, A CABRA tem um papel de monitorização junto da Universidade de Coimbra e da AAC, visto que “o jornalismo é um garante da democracia e da verdade”. Graças à publicidade feita, no primeiro plenário de marcação de horários de redação apareceram mais de 40 pessoas e, nesse ano, saíram duas edições impressas. Ainda assim, o antigo redator partilha que muitas pessoas foram abandonando o projeto.

A solução surgiu em setembro de 2015, com um novo modelo de curso de jornalismo trazido por Paulo Sérgio Santos.

“esse é o momento que marca a diferença na vida da SJ/AAC, porque o curso se mantém até aos dias de hoje”

Contrariamente ao formato anterior composto por módulos isolados, a obrigatoriedade de participação na publicação online e impressa foi, para Paulo Sérgio Santos, “a âncora que

prendeu as pessoas e permitiu a continuidade do jornal”. Acrescenta que outra das grandes forças deste periódico é a colaboração de estudantes de diversos cursos.

Passados 40 anos desde a sua fundação, Paulo Sérgio Santos reflete que, no presente, “quem faz parte da SJ/AAC são pessoas que se apaixonaram por ela e que criaram amizades que as fizeram ficar”. Ao mesmo tempo, Vitalino Santos valoriza a união de forças entre todos e a energia da juventude. “O mundo é um somatório e um jornal é um produto coletivo”, reitera o antigo estudante que presenciou o início da SJ/AAC. Teresa Gomes acredita que “os jovens mais brilhantes são os que dão voz às suas opiniões e escutam as dos outros”, atitude que os faz crescer como “pensadores do mundo”. Citando as palavras de Mário Soares aquando da comemoração do primeiro centenário da AAC, José de Albuquerque frisa:

03 7 de março de 2023 40 ANOS SJ/AAC
Tiago Paiva
“todos somos responsáveis pela saudade com que te recordarão no futuro”
3 de outubro de 2023
Com colaboração de Gabriela Moore e Disa Palma

RECUPERAÇÃO DE RÚBRICAS DESCONTINUADAS Estórias da Cabrochinha

2084

Há um novo busto do reitor no corredor, o porteiro deitou-me um olhar meio tinhoso e está um gajo a urinar para a nossa única janela. Tudo normal na frente editorial. Há algumas décadas supostamente ainda tínhamos uma câmara, alguns gravadores e um computador. Agora temos telemóveis, o desprezo da população em geral e ‘stickers’ de um tipo com olhar amistoso.

Não impede o Departamento da Verdade da Câmara Municipal de nos ameaçar de partir tudo o que temos, como se ainda tivéssemos alguma coisa que valha a pena partir. Mais um dia ou dois e vamos para o mesmo sítio que as repúblicas: um buraco que começa com "c" e acaba em "aralho".

No outro dia, apanharam dois redatores a assistir à condecoração do reitor com o cargo vitalício. Foram expulsos da universidade no dia seguinte. Entre isso e pagarem 10 mil euros em propinas para comer zeros, ficaram a ganhar.

- POR SIMÃO MOURA -

É mais fácil cobrir eventos na Baixa. A polícia já não patrulha as obras do Metro Mondego, sempre conseguimos ir de A a B em paz. A construção civil não é vista lá há 30 anos e ainda estamos por ouvir o que a Câmara planeia fazer quanto a isso. Se calhar não repararam. Posto isto, tudo o que se refere ao assunto desaparece da internet.

Verdade seja dita, nem o que está em papel está a salvo. O nosso último impresso (há três anos) saiu com uma única página preenchida. O resto foi cortado por uma mui moderna caneta azul. Há que abraçar o progresso.

Enquanto o resto do mundo tão prazerosamente passa dos lápis às canetas, nós regredimos para a idade da pedra. Há ano e meio a internet foi abaixo em toda a AAC (outra vez). Eventualmente voltou para todos, menos para nós.

É de perguntar porque continuamos a bater no ceguinho. Mais relevante é o porquê de nos

UNIVERCIDADE

- POR SOFIA MOREIRA -

deixarem continuar. As respostas são tantas como as expulsões da Assembleia Magna. A teoria prevalente é que toda a gente gosta de ter um bode expiatório. Na sua ausência, uma cabra há de servir.

Ao mesmo tempo, há que mostrar a tolerância do regime. Em vez de mandarem a secção para o bilhar grande, mandam publicar propaganda de vez a vez e dão-lhe com o taco, dia após dia, para a manter humilde.

A tvAAC foi tomada pela DG e a RUC questionou o seu direito de ver os artigos antes de serem publicados. A RUC já não existe. Ficamos nós que, honestamente, já só fazemos verdadeiro jornalismo à socapa, publicado a partir de cibercafés em contas alternativas.

O tipo que estava a urinar para a nossa janela já acabou. Alguém cuspiu para a nossa porta e ouvem-se pegadas apressadas no corredor a vir nesta direção. Continua tudo normal na frente editorial.

Inaugurada em 1290, a Universidade de Coimbra (UC) dispõe de edifícios simbólicos por toda a cidade, tão integrada no panorama académico que se tornou uma extensão da instituição. Desde o Jardim Botânico, para onde os alunos vão relaxar à sombra de uma árvore, à Faculdade de Letras da UC (FLUC), por onde passam stressados com exames, tudo é UC e, ao mesmo tempo, tudo é Coimbra. Porém, não foi de um dia para o outro que os edifícios universitários foram erguidos. Na altura em que a UC foi fundada, dispunha apenas da Faculdade de Direito. A sua vizinha FLUC só foi inaugurada em 1911, ainda que, de início, ocupasse o espaço onde está hoje a Biblioteca Geral. Apenas durante o Estado Novo, mais de quarenta anos depois, a faculdade ganhou a forma que tem atualmente.

Foram precisos quatro anos e alguns percalços para a concretização do projeto da FLUC, elaborado por Alberto José Pessoa, sob orienta-

ção do arquiteto Cottinelli Telmo. O Conselho Superior de Obras Públicas exigia harmonia entre o tom clássico da Porta Férrea e o moderno da planta da FLUC, mas o arquiteto supervisor usou como justificação a funcionalidade e eficiência do projeto para o manter como o idealizado. Cottinelli Telmo fez prevalecer a sua vontade, numa reivindicação de equilíbrio entre o antigo e o atual.

A planta foi aprovada e, em 1951, a faculdade foi inaugurada. De formato quadrangular, é dividida em sete pisos: três no subsolo, três acima e um sótão. À entrada, são quatro as estátuas expostas. Altas e imponentes, representam pensadores da antiguidade clássica: Demóstenes, simbolizando a Eloquência; Aristóteles, a Filosofia; Tucídides, a História; e Safo, única figura feminina, alusiva à Poesia. O escultor Barata Feyo procurou fazer referência às atividades pedagógicas ali praticadas.

Após passar pelos sábios, basta atravessar os portões do prédio e subir as escadas para en-

contrar o bar da FLUC. Com capacidade para 80 pessoas, o café serve desde pastelaria a almoços completos. Há sempre pessoas sentadas nas mesas a conversar ou a estudar, de maneira a que a sua relevância como ponto de convívio entre os estudantes é incontestável.

Regido pelos Serviços de Ação Social da UC, o bar tem sido pauta de discussões no meio académico. Foi divulgada uma proposta para a concessão do estabelecimento a instituições privadas, o que culminou em protestos por parte dos estudantes da FLUC na quinta-feira, dia 28 de setembro. Sob o argumento de que pode haver aumento de preços e precarização da situação dos trabalhadores, alunos participaram na manifestação gritando “o bar é de todos e o privado só de alguns”, e assim demonstraram o seu desejo de manter a UC dona do seu próprio destino.

7 de março de 2023 04 UMA HISTÓRIA AINDA EM CONSTRUÇÃO
O destino não vem do exterior para o homem, ele emerge do próprio homem.
- RAINER MARIA RILKE
3 de outubro de 2023

GUIA DO BOÉMIO ACIDENTAL

Comer Beber

- POR TIAGO PAIVA E MIGUEL SANTOS -

PINTOS

TABERNA CASA COSTA

O ideal para um autêntico tasqueiro. Qualquer GASTRONÓMICO que se preze vê além do atendimento e aproveita a boa da chanfana em vez de um qualquer ‘buffet’ oriental. Jarras, cânticos e pratos caseiros são o que melhor alimenta um boémio antes de navegar noite adentro! Com a penitenciária ao lado, até os polícias mais certinhos se colocam à prova ao encarar o copo de vinho mais criminoso da cidade.

COURAÇA

Tal como o nome indica, este local oferece uma blindagem especial ao álcool, bem como para o ‘lifestyle’ pândego. Quando as aulas terminam, a Rua de São Pedro é a saída de emergência mais próxima do Pólo I. Nesta rua, podes vir relaxado sem o anjinho e o diabo nos teus ombros, porém ambos marcam presença na alegoria de dois estabelecimentos vizinhos (era uma piada sobre o Justiça e Paz, que é ao lado do Café Couraça, caso não tenham entendido à primeira…). Bebam.

RS CAFÉ BAR

Estamos a meio caminho andado. Aqui, a ementa de ‘shots’ é tão rica quanto a extravagância com que são servidos e consumidos. O bar, marcado por uma paleta ‘western’, hippie, tribalista e clássica, despacha ‘shots’ como o Bombeiro e o Basebol, selos de qualidade do estabelecimento. Mas atenção, há que completar este catálogo de maravilhas... (a investigação que fizemos, embora exaustiva, deve considerar-se sempre num nível inicial, dado que, para todo o boémio, a vida é uma eterna novidade)

PASTELARIA UNIVERSIDADE

Tudo tem um preço, e o Senhor Álvaro leva este ditado à letra. Ainda que económico, o ‘pack’ composto por um fino e dois ‘shots’ (um de bagaço e outro de abafadinho), acarreta o custo dissimulado de uma indigestão compensatória. Guitarradas convidativas e encomendas reticentes de javali são alguns dos regozijos adicionais que destacam a casa.

Momentos que passam, saudades que ficam. Local indicado para ganhar um ingresso dourado para os cuidados intensivos. Neste campo minado, pratica-se uma abordagem alternativa ao futebol: qualquer penálti pode culminar num pendurar de botas com saída de maca.

Por volta das 6h30 já se faz fila para os folhados de sabores variados e para o pão quentinho com chouriço. Em contrapartida com as cantinas amarelas, os produtos confecionados albergam uma quantidade aceitável de farinha (talvez se a cortassem pela metade a senha reduzisse para dois euros).

MAGNAWARDS

A abrir o ano letivo com chave de ouro, a Assembleia Magna de dia 27 de outubro foi pobre em quórum, mas rica em “Magnawards”.

Prémio Liberdade para Falar, Liberdade para Ouvir

“Vocês têm o direito de falar 5, 10, 15, 20 minutos. Também é certo que a partir dos 5 ninguém vos ouve”, Vidal para um grupo de estudantes organizado

Prémio SASUC GO daqui para fora

“Tenho que ir porque preciso de jantar e a bateria do meu celular está acabando e vou ficar sem o aplicativo dos SASUC”, estudante que depois volta ao púlpito com uma marmita de prato social

Prémio Candidata-te à ARE

“Mas estamos a brincar com os estatutos ou quê?”, Jéssica Sá

Prémio Miss Simpatia

“Só cumprimentar aqui o Gonçalo, que é um colega bastante participativo em AM, estava a estranhar ainda não ter participado hoje”, João Caseiro

O MOELAS

Todos enveredamos pelos caminhos perigosos da noite, na esperança de encontrar um bom cantinho para beber. É junto da Sé Velha que se encontra álcool em abundância por uma pechincha. Se gostares de adrenalina, joga na roleta. Um euro pode valer-te a saída. Se tiveres o azar de te calhar bebida para o resto da noite, não te preocupes... o caráter labiríntico e inclinado desta zona oferece a desculpa perfeita para disfarçar uma bebedeira precoce.

OBITUÁRIO

*

* A única rúbrica sobrevivente, mas se calhar não devia

- POR CABRA COVEIRA -

o fazem. Aos comunas? Batem as manifs todas e não calam a boca nas Magnas.

Dizem-se irreverentes, mas a malta só lê a Cabra por minha causa... E coitados dos escravos que lá escrevem, que nem opinião podem ter. Abril Sempre! RIP Via Latina.

Ai achavam que não chegava a vossa hora? Vou-vos dar uma prendinha. A SJ diz-se muito escrutinadora, mas depois não os tem no sítio para revelar o que sabe. Mas porque é que têm medo? Vão-vos associar à DG? Já

A SJ pode estar enterrada, mas a Cabra Coveira vai continuar a saber os vossos podres. Big Brother is watching you.

Patrocinado pela rede: DG_Gabinetes_5G e dados móveis do Tomázio_2G.

05 7 de março de 2023 40 ANOS SJ/AAC
SANTA CRUZ
3 de outubro de 2023
Quem chora não mama

GAZETA, CÁBULA E TRIBUNA: páginas perdidas no tempo

Três publicações unidas pela ligação, direta ou indireta, à SJ/AAC. Antigos seccionistas recordam tempos dedicados à produção jornalística.

- POR ANA CARDOSO -

LA 25 de novembro de 1983, pouco tempo depois da origem da Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra (SJ/AAC), sai o número zero do Jornal A CÁBULA. Numa universidade “onde ninguém conhece ninguém e onde não existe um espaço cultural e informativo que possa chegar a todos”, como se lê no editorial da primeira edição, o jornal propunha-se a ser um espaço de comunicação entre os estudantes. Ao longo das cinco edições, foram destacados variados temas, como a visita de Mário Soares à AAC e a questão da habitação estudantil. Em 1984, a publicação conheceu o seu fim. António Marinho e Pinto, um dos fundadores da SJ/ AAC, considera que o abandono da ideia fundacional foi uma das causas do término. A secção não voltaria a ter outro jornal até à A GAZETA ACADÉMICA, em 1987.

Durante este interregno na atividade jornalística da secção, surge outro jornal virado para o público académico – A TRIBUNA DE COIMBRA. Este foi um projeto pessoal de António Marinho e Pinto, com a ajuda de outros membros da secção. Deste modo, a 27 de fevereiro de 1985 sai à rua o número zero d’A TRIBUNA DE COIMBRA. Ao longo de 42 edições, a publicação informou sobre “o que era importante na vida de uma academia e de uma cidade envolvidas pelo mundo académico”. Houve ofertas para profissionalizar o jornal, mas foram

rejeitadas, uma vez que iria entrar num “mundo de negócios onde tudo se troca” e isso seria “trair o espírito irreverente inicial”, confessa o antigo seccionista. Preferiram “morrer com dignidade”. No dia 2 de abril de 1986, sai o último número d’A TRIBUNA DE COIMBRA. No primeiro dia do ano de 1987 é lançado o número zero d’A GAZETA ACADÉMICA. Segundo Francisco Fontes, antigo chefe de redação do jornal, a publicação contava com uma linha editorial semelhante à d’A CÁBULA, ainda que mais generalista, uma vez que acaba por ser “ditada pela dinâmica da Académica e da Universidade”. No início, o jornal foi possível graças aos fundos que a secção recebia da AAC, bem como da publicidade que fazia. Ainda assim, era difícil suportar os custos e, por uma questão de sustentabilidade, aprenderam a paginar com os técnicos da FIG Indústrias Gráficas, onde era produzido o jornal.

Francisco Fontes refere que a montagem do jornal impresso era feita numa mesa de luz emprestada pela Secção Filatélica da AAC. “Não tivemos uma regularidade perfeita, ainda que a tenhamos procurado”. O antigo chefe de redação acrescenta que houve períodos em que não publicaram, devido à “contingência do financiamento”. Glória Bairras, que acompanhou o início d’A GAZETA ACADÉMICA enquanto redatora, aponta também a logística e a obtenção de verbas económicas como

os aspetos mais difíceis de resolver, ainda que houvesse sempre uma “dedicação a 100%”. Apesar dos erros que “fazem parte da natureza dos projetos”, Francisco Fontes recorda as amizades e a diversão: “foi uma aventura interessante, uma fase bonita”.

7 de março de 2023 06 UMA HISTÓRIA AINDA EM CONSTRUÇÃO
3 de outubro de 2023
Clara Neto Clara Neto

O Arquivo da Secção de Jornalismo como guia histórico

Ao longo de quatro décadas, os nossos redatores escreveram sobre alguns dos temas mais marcantes na história da academia de Coimbra e de Portugal. Ao abrir o arquivo da SJ/AAC estes são alguns dos textos que saltam à vista do leitor.

- POR BRUNO OLIVEIRA -

Das Corridas de Garraios à arena vazia

A CABRA, edição nº289 Abril 2018

UC discute possibilidade de passar a fundação

A CABRA, edição nº278 Novembro de 2016

As imagens do Assalto A CÁBULA, edição nº4 Novembro de 1984

Cesário Silva: "Tu queres, tu tens"

A CABRA, edição 308

Maio de 2022

Cao Sap Cao

A CABRA, edição nº53 Dezembro de 1999

Centenário da AAC Mário Soares preside à comissão de honra GAZETA ACADÉMICA, edição nº4

Maio 1987

Propinas Espaciais

07 7 de março de 2023 40 ANOS SJ/AAC
A CABRA, edição nº9 Outubro de 1992 3 de outubro de 2023 Em coolaboração com o Arquivo

ISTO NÃO É

UMA CRISE DE MEIA IDADE

Fundação da Secção de Jornalismo AAC

Fundação d’A GAZETA ACADÉMICA

Fundação do Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA

2004

Fundação d’A CÁBULA

Foi a primeira tentativa de uma produção jornalística dentro da SJ/AAC, que chegou a ter cinco edições, que se pautavam pelo humor e por seguir as principais polémicas da academia.

Surge como continuação d’A CÁBULA, quatro anos após a edição da última. A sua primeira edição é de 1987 e termina em 1990.

O Jornal nasce da vontade de três estudantes de criar um jornal que projetasse a voz da comunidade académica. O projeto mais antigo da SJ/ AAC ainda em funcionamento é hoje um jornal de referência no panorama do jornalismo local. É a única publicação universitária no país que ainda imprime em papel, uma vez por mês, mantendo a produção online todos os dias.

“O Nº 0 d'A CABRA não será apenas mais um número, será o primeiro de uma série, será o assinar de um compromisso com a Academia.

Queremos ser, de uma forma consciente, o espelho do pensar e do sentir de toda a academia, o local privilegiado de debate” (edição nº223).

2003

Criação do site acabra.net

Fundação do 'website' do Jornal A CABRA. "À meia noite do dia 7 de outubro de 2003, ao comando de Rui Justiniano e João Pedro Pereira, nasceu acabra.net. Quase oito anos depois, o 'site' continua a afirmar-se no panorama do jornalismo universitário.”

(edição nº223)

Reativação da Revista Via Latina pela 1ª vez Após vários períodos de publicação irregular da Via Latina, o periódico é reativado em 2004, sob a alçada da Secção de Jornalismo da AAC, assumindo a cobertura da Semana Cultural da Universidade de Coimbra. Herdava-se assim uma publicação centenária, que desempenhou um papel fulcral na divulgação de informação e opinião anti-regime durante o período ditatorial e a crise académica. A revista foi berço e escola de escritores de renome a nível local e nacional, como Manuel Alegre e Vergílio Ferreira.

UMA HISTÓRIA AINDA EM CONSTRUÇÃO
1983
1991
1987
3 de outubro de 2023

Eis alguns dos momentos-chave

Edição especial dos 20 anos d’A CABRA

Esta edição comemora e conta a história do Jornal A CABRA. É uma viagem no tempo durante as primeiras duas décadas do jornal por meio de fotografias e depoimentos de antigos diretores e colaboradores.

Reativação d’A CABRA O funcionamento do Jornal A CABRA esteve interrompido durante quase um ano por falta de recursos. O jornal passou por mudanças após a reativação e tornou-se no que é conhecido hoje.

Descontinuação da Revista Via Latina

Por falta de recursos económicos e humanos, a Revista Via Latina contou com a sua última edição até ao momento: “Tempo de encontro(s)”.

Edição especial 50 anos da Crise Académica Para assinalar os 50 anos da Crise Académica, o Jornal A CABRA lançou uma edição comemorativa. Nesta estão presentes diferentes visões que evidenciam as marcas do associativismo académico. Destacaram-se figuras-chave da revolta estudantil, como José Pio Abreu, que afirmou que “O 25 de Abril nasceu em Coimbra em 1969” (edição nº295).

Parceria com o Diário de Coimbra

De forma a conseguir alcançar um público maior e mais diversificado, o Jornal A CABRA, em conjunto com a Direção-Geral da AAC, assinou uma parceria com o Diário de Coimbra, que passa a distribuir 1000 exemplares de cada edição impressa do jornal universitário.

Criação do Arquivo

Em 2022 é criado o mais recente projeto da SJ/AAC, o Arquivo, para partilhar com a comunidade todo o acervo de que a SJ/AAC dispõe. Nas redes sociais do Arquivo, em @arquivo.sjaac, é possível revisitar e refletir, à luz dos dias de hoje, alguns dos momentos mais marcantes da Academia e da cidade de Coimbra ao longo dos anos. Com a ajuda da Biblioteca Geral, todos os jornais A CABRA foram pela primeira vez digitalizados. O site encontra-se, atualmente, em desenvolvimento.

40 ANOS SJ/AAC
2011 2014 2019 2021
2015 2022
3 de outubro de 2023
da história da Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra que marcaram estas quatro décadas.

Diferentes gerações partilham testemunhos das suas vivências desde o momento de chegada até à saída. Falta de contacto entre membros é realidade partilhada por antigos seccionistas. emblemáticas e bebidas, estudantes afirmam trocar “dia pela noite”.

- POR RAQUEL LUCAS -

As paredes que dão corpo à sala da Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra (SJ/AAC) contam histórias sobre um passado formado pelo esforço coletivo, pelo convívio e, sobretudo, pelo uso da palavra em prol da academia e da cidade. Ao longo de 40 anos, foram várias as pessoas que por lá passaram, trabalharam e que, mesmo por pouco tempo, deixaram a sua marca. Hoje, são recolhidos os testemunhos de antigos membros da SJ/AAC, que abraçam com carinho as memórias de um tempo a recordar.

António Nunes, atual professor de História em Vila Franca de Xira, conta como se vivia a SJ/AAC nos seus primórdios, quando ainda se fazia circular a GAZETA ACADÉMICA. Mais tarde, esta viria a ser substituída pelo Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA, que, durante alguns anos, passaria a ser o seu principal projeto. “Foi o José de Albuquerque (“Zé Tó”) e a Teresa Gomes que me convidaram, porque tinham falta de pessoal e sabiam que eu escrevia para outros jornais e revistas”, expressa. Após o verão de ’89, o então estudante

de Direito relembra como “a secção já existia há uns três ou quatro anos” e voltou à atividade quando os fundadores “Zé Tó”, Teresa Gomes e João Saraiva decidiram “criar outro jornal e gerir a Casa com novas pessoas”.

O antigo seccionista revela como este era um lugar onde se “deixava entrar toda a gente” e havia espaço para “trabalhar no duro, escrever e bater texto”, assim como “conviver, fumar e dar à língua”. Já na altura o ambiente na SJ/AAC era marcado pelos “convívios e pelo trabalho que, muitas vezes, ia pela noite fora até alta madrugada”. Passavam-se dias e noites na secção em torno de “um espírito de família e de estima entre as pessoas”, expõe António Nunes. Entre recordações, também Carla Silveira, juíza e esposa do professor, relata como começou a integrar o espaço, fruto da sugestão de Pedro Menezes, colega de curso e membro da SJ/AAC.

Por vários anos, na década de 90, Carla Silveira tratou da revisão de textos e do grafismo do Jornal A CABRA, publicação que viria a dirigir em 1992, dois anos após a sua entrada. A juíza

retrata essa época como “um período menos feliz” e “difícil de gerir” em termos pessoais, em parte devido à falta de sintonia entre opiniões partilhadas por todos. Ainda assim, só abandonou a SJ/AAC em 1994, em conjunto com António Nunes e Pedro Menezes. “Tínhamos orgulho e não queríamos ser antigos fósseis a mandar nos novos, por isso, combinámos afastarmo-nos no ano em que terminássemos o curso”, conta.

A última vez que o casal interagiu com algum membro da SJ/AAC foi em 1999, num “encontro de antigos” no Centro Cultural Dom Dinis. “Até hoje, nunca mais…”, lamentam. Essa é uma realidade partilhada por José Pimentel, autor do podcast 45 Graus, da TSF. O também economista afirma não manter qualquer contacto com a secção, além das memórias: “tenho muita curiosidade em saber onde é que as pessoas que por lá andavam foram parar”, confessa. Ao falar sobre os tempos que passou na SJ/ AAC, experiência que o “marcou, mesmo tendo sido relativamente curta”, José Pimentel refere que ter pertencido e trabalhado na secção o “ajudou a aprender a trabalhar em equipa” no seu último ano de licenciatura.

Em contrapartida, há quem ainda contacte com a SJ/AAC regularmente. Isabel Simões, editora de informação na Rádio Universidade de Coimbra (RUC), trabalha na sala ao lado da qual começou a fazer parte em 2016. O que a levou a juntar-se à imprensa escrita foi a necessidade que sentiu de aprender a redigir de forma a adaptar-se à nova era de digitalização dos media. A editora, que se mantém no seio da comunicação da Casa, relembra os convívios entre membros da RUC e da SJ/AAC, que ganhavam vida no terraço da rádio. “As pessoas d’A CABRA gostavam de fumar um cigarrito e nem sempre podiam fazê-lo à janela, então iam até lá”. Embora já não integre a secção de forma direta, Isabel Simões ainda colabora com o jornal universitário através das famosas “ÉXTÉGUES da Isabel”, rúbrica habitual nas edições impressas.

Se me perguntassem sobre a Secção de Jornalismo, no topo da minha lista estariam o empenho, a criatividade e a transparência predominantes num espaço que, todos os dias, se preocupa em estabelecer a ponte entre a verdade e os estudantes. Falaria com orgulho dos momentos de aprendizagem, trabalho e convívio que partilhei com colegas seccionistas, de dia e de noite, desde que aqui cheguei, em outubro de 2021. Não poderia deixar de mencionar que, neste lugar especial, com 40 anos de história, apenas fiz parte de dois. Mesmo assim, passei aqui mil vidas, marcadas pela amizade e crescimento pessoal, à mistura com alguns obstáculos, como é natural em qualquer Casa. Por fim, deixaria bem clara a minha intenção: perder o contacto com a SJ/AAC não está nos meus planos, nem nos daqueles que dividem este espaço comigo.

10 7 de março de 2023 UMA HISTÓRIA AINDA EM CONSTRUÇÃO
Foto 1: No jardim da AAC, da esquerda para a direita: Carlos Ferreira, Carla Silveira, Teresa Gomes, Pedro Meneses e Eduardo. A Carla pensa que esta chegou a ser uma das Direções da Secção, após a saída do José de Albuquerque. Foto 3: No interior da Secção, Teresa Gomes à esquerda e Carla Silveira à direita. Foto 2: António Nunes à porta da Secção, em 1990.
1 2 3
"Conviver, fumar e dar à língua": quatro décadas de memórias
Com coolaboração de Eduardo Neves e Disa Palma Fotos cedidas por António Nunes
3 de outubro de 2023
11 7 de março de 2023 40 ANOS SJ/AAC
A SJ tem personalidade(s) 3 de outubro de 2023
Colagem por Sofia Ramos Fotografias Arquivo

De olhos postos na Secção de Jornalismo

Personalidades da cidade refletem sobre importância, dificuldades e soluções para a SJ/AAC. “Não subserviência e independência” são qualidades destacadas pelo diretor-adjunto do Diário de Coimbra.

- POR DANIELA FAZENDEIRO, RAQUEL LUCAS E LUÍSA RODRIGUES -

Ao longo das suas quatro décadas de vida, a Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra (SJ/ AAC) assumiu a missão de informar a academia e a cidade, através das diversas publicações que criou. Com o intuito de perceber a visão das várias entidades coimbrãs, o Jornal A CABRA sentou-se à mesa com a Direção-Geral da AAC (DG/AAC), a Câmara Municipal de Coimbra (CMC), a reitoria da Universidade de Coimbra (UC), órgãos de comunicação social e seccionistas da Casa.

Uma secção que

“enriquece a universidade”

O presidente da DG/AAC, João Caseiro, valoriza a importância da SJ/AAC junto da comunidade estudantil ao afirmar ser “um dos melhores mecanismos de informação da academia”. Nesse sentido, refere o trabalho desenvolvido pelo Arquivo da secção na preservação de documentação, que contribui para perceber de que forma a história se repete. Menciona ainda “a dupla função” do órgão da Casa, com as vertentes informativa e pedagógica. O dirigente preza a construção de pensamento desempenhada pelo Jornal

A CABRA, que ajuda os estudantes a tomarem decisões conscientes.No sentido de obter mais contribuições financeiras para as estruturas culturais da Casa, João Caseiro acredita que “levar o nome da AAC além de Coimbra” é uma das soluções possíveis. Numa consideração final, reforça o papel impactante do jornalismo praticado pela SJ/AAC, que, a seu ver, “nunca vai perder a sua influência”.

Na mesma linha de ideias, o vice-reitor com a pasta para a Cultura, Comunicação e Ciência Aberta da UC, Delfim Leão, parabeniza a SJ/ AAC quanto à atenção dada a “necessidades e questões próximas à comunidade estudantil”. O docente considera que estes são assuntos que não são abordados pela “comunicação ‘mainstream’”, elementos-chave para o órgão de informação. Dessa forma, acredita que a SJ/AAC deve ser ambiciosa em relação ao seu posicionamento no seio da AAC e da UC. “A existência de uma secção como a de jornalismo, com 40 anos de atividade, é algo que enriquece a universidade”, reitera.

Além do já mencionado, Delfim Leão salienta a valorização curricular proporcionada pelo envolvimento na secção, quer para quem estuda jornalismo, quer para quem pertence

a outras áreas. Quanto às dificuldades enfrentadas pelo Arquivo, devido à falta de espaço, o docente reconhece “os quilómetros de documentação que são necessários acomodar constantemente”. Nesse sentido, apresenta como possível solução “um espaço de arquivo partilhado” entre a associação dos estudantes e a universidade. Numa reunião conjunta com uma direção anterior da SJ/AAC, o vice-reitor sugeriu a possibilidade de implementar estratégias de divulgação de atividades culturais para apoiar o espaço, como a cobertura da Semana Cultural da UC.

Por sua vez, o presidente da CMC, José Manuel Silva, confessa não conseguir imaginar Coimbra sem a SJ/AAC, “sendo uma escola de jornalismo com um trabalho crítico e apaixonado que enriquece a vida da cidade”. No futuro da autarquia está a perspetiva de um maior apoio cultural, no sentido de compensar “os erros do passado” no que toca à gestão camarária. Por fim, cogita a hipótese das associações diversificarem as suas fontes de financiamento para alcançarem a sua autonomia.

A presença da SJ/AAC no jornalismo local Entre parcerias e afinidades, quem divide a atividade jornalística com a SJ/AAC também tem uma palavra a dizer em relação ao trabalho que esta desempenha. A partir do segundo piso da Associação, o presidente da Rádio Universidade de Coimbra (RUC), Gonçalo Pina, reconhece a proximidade que o Jornal A CABRA tem com a comunidade estudantil, que “nem a RUC, nem

a tvAAC, conseguem atingir”. Isto deve-se às edições impressas produzidas pela secção, que fazem com que a informação chegue às pessoas “da forma mais pessoal possível”. Além do mais, o estudante considera que a secção “abre horizontes” acerca da vivência coimbrã, em especial para as pessoas de outras cidades. “Ter quem organize o património da academia é importante para ter uma memória histórica catalogada”, assegura Gonçalo Pina, em relação ao projeto de Arquivo da SJ/AAC. Diretamente do quinto piso do edifício-sede, o presidente da tvAAC, Diogo Mateus, partilha da mesma opinião. “O Arquivo, a par com o Jornal A CABRA, é um dos projetos mais im-

12 7 de março de 2023 UMA HISTÓRIA AINDA EM CONSTRUÇÃO
3 de outubro de 2023
Gustavo Eler

portantes que existem em toda a Associação Académica, porque o passado serve para perceber o presente e, quem sabe, prever o futuro”, sublinha. O dirigente acredita que a parceria com o Diário de Coimbra (DC) é vantajosa, pois leva a academia e a universidade além portas. Refere ainda que o conteúdo explorado pelo jornal universitário é possível graças ao caráter voluntário da equipa, focada em transmitir a verdade, sem obter qualquer retorno financeiro.

Assim como os restantes entrevistados, também João Luís Campos, diretor-adjunto do DC, aponta para a relevância ligada “ao papel formativo que o Jornal A CABRA assume” para os estudantes. Na sua opinião, outro aspeto que caracteriza a publicação prende-se com o seu estatuto editorial isento. O jornalista constata: “nunca vi o jornal conotado com qualquer corrente, nota-se que há um cuidado grande em como todos devem ser retratados do mesmo modo”.

No que diz respeito à importância de uma comunicação social autónoma, João Luís Campos confessa que, “infelizmente, a tendência é haver menos projetos que sejam verdadeiramente livres, porque estão sempre reféns de um ou outro interesse”. Assim, realça a “não subserviência e independência” personificadas pelo Jornal A CABRA, ao servir como ponte

entre a academia e os seus estudantes. O jornalista acredita que “há muitas populações que só se informam através do impresso”, o que torna desejável o renascer de projetos em papel, como a Via Latina.

Entre amigos e colegas

Entre os seccionistas da casa é consensual que a SJ/AAC é um órgão fundamental para o funcionamento da comunidade académica. O presidente do Centro de Informática da AAC, Paulo Nogueira Ramos, afirma que testemunhou uma das “fases menos felizes” da história da secção, quando o seu desaparecimento parecia iminente. O estudante acredita que a estrutura assume um papel inovador e, assim, contribui para uma sociedade melhor.

Pedro Andrade, antigo presidente da Secção de Fado da AAC, segue a mesma linha de pensamento. Para o antigo dirigente, a SJ/AAC dinamiza vários projetos, como o Arquivo, que influenciam de forma positiva o meio académico “pela recuperação de momentos históricos emblemáticos”. Por sua vez, Tiago Santos, antigo membro do Centro de Estudos Cinematográficos e diretor do Festival Caminhos do Cinema Português, ressalva a posição crítica que a SJ/ AAC desempenhou ao longo do seu percurso, que considera ser essencial para acompanhar a história contemporânea da AAC e da academia.

QUEM ÉS TU N’A CABRA?

1 Acordas de manhã, qual é a primeira coisa em que pensas?

a)Voltar a dormir

b)Nunca chegaste a dormir

c)Desistir do curso

2. Vais ao pintos, o que é que pedes?

a)Um tintol de 1290

b)Só bagaço

c)Pack

3. Com que símbolo da SJ/AAC te identificas mais?

a)Iogurte com dois anos que continua no mini-frigorífico imundo

b)O macaco enforcado no estore

c)Menino da Lágrima

4. Vens à AAC, para onde vais?

a)Tó Nogueira

b)Nunca de lá saíste

c)Esconder-te na casa de banho

5 Quem é a tua maior inspiração?

a)Quem inventou o cigarro

b)As vozes da minha cabeça

c)O gajo da Garrafeira

6 Quando vais a uma Magna, o que fazes?

a)Já nem metes lá os pés, mas comentas tudo no twitter

b)Vais defender a secção ao púlpito

c)O que é uma Magna?

Além de mais, Tiago Santos defende que o trabalho dos órgãos culturais deve ser encarado como um local propício ao desenvolvimento artístico da cidade. Por fim, faz uma reflexão sobre o impacto do Processo de Bolonha no Ensino Superior: “As grandes transformações que a comunidade académica sofreu alteraram completamente a vivência universitária, o que trouxe mudanças drásticas ao envolvimento dos estudantes nas secções da AAC”. Desde 1983 que a SJ/AAC se esforça para evoluir o trabalho que desenvolve. A vertente crítica e escrutinadora, valorizada pelos entrevistados, reflete-se no trabalho que vem desenvolvendo desde a sua criação, e na construção de uma narrativa ainda por escrever. A criação de um site para o Arquivo, a realização de reportagens multimédia e o esforço pela reativação da Via Latina são algumas das ambições da secção. A perspetiva de um futuro, com uma redação em crescimento, que se dedica a modernizar uma secção emblemática, é o que motiva quem se compromete a lutar pelos próximos 40 anos.

7. Estás a tentar publicar no site. O que te irrita mais?

a)O novo acordo ortográfico

b)Já temos net?

c)Isso não é um problema meu

8 Alguém quer publicar um título inapropriado. Qual é a tua opinião?

a)@#**$% questa *%&?$@

b)Alexa, play José Pinhal “Porém Não Posso”

c)Fui eu que sugeri

9. Quem és tu no Fêxu?

a)O que desestabiliza

b)O que faz sestas em cima da mesa

c)Mas fechar o quê?

10. Onde estás quando o jornal sai?

a)Qual jornal? A CÁBULA ou A GAZETA ACADÉMICA?

b)A chorar ao telefone com a tesoureira

c)A pesquisar no Google Maps onde fica o Polo II para ir distribuir jornais

tanto transcrever.

Se escolheste mais vezes a alínea c) és o Redator escravo, subserviente e gostas. Passas a vida a trabalhar para a secção e já te cresceu um calo no mindinho da mão direita de

tas mais há cerca de três edições e estás a uma vírgula mal posta de pôr fogo à secção.

Se escolheste mais vezes a alínea b) és a Diretora em burn-out, dizes que já não -aguen

reces só para reclamar, mas na verdade nunca consegues sair daqui. És mais útil que o arquivo e a tua lista de contactos parece as páginas amarelas.

Se escolheste mais vezes a alínea a) és a Cabra Velha, o mais antigo do jornal, que -apa

RESULTADOS:

13 7 de março de 2023 40 ANOS SJ/AAC
3 de outubro de 2023
Com colaboração de Daniel Oliveira , Ana Filipa Paz e Gabriela Moore

Erguer e preservar projetos numa “história que não se repete, mas rima”

Peso da história e papel da Secção na Academia são pontos inerentes a todas as iniciativas. Promoção da captação de diferentes associados através de novos projetos é um dos pontos realçados pela equipa.

Quatro décadas depois, para lá da porta mais discreta do piso 2 do edifício-sede da Associação Académica de Coimbra (AAC), ainda se colocam mãos, teclados e canetas à obra. Para iniciar o novo ano, a Secção de Jornalismo da AAC (SJ/AAC) tem planeada uma receita em dose tripla: a aposta no Arquivo, a retoma da Via Latina, e a continuidade do Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA.

Entre a azáfama diária, são muitas as histórias que se ouvem relatar. As prateleiras da sala guardam muitas daquelas que já foram contadas e que ganham agora uma nova vida. Um dos novos projetos passa pela catalogação e digitalização dos documentos. A criação de um “espaço de preservação da memória da AAC para que esta não se cristalize” foi um dos motes principais do Arquivo, como realça uma das coordenadoras, Joana Carvalho. Já foram digitalizadas todas as edições em papel d’A CABRA, em parceria com a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

Rotular todas as edições dos jornais para se disponibilizarem online faz parte da ordem de tra-

balhos. “A partir do nosso espólio, pretendemos ser o Arquivo não só da secção, mas da comunidade, porque é isso que a SJ/AAC faz: contar o percurso da academia, acompanhá-la, escrutiná-la”, refere a também coordenadora, Disa Palma. Vão ser ainda realizadas entrevistas a personalidades com percursos marcantes, além dos dirigentes, para que estas não se “percam no tempo” e para fazer a ponte entre o passado e presente da história que “não se repete, mas rima”, acrescenta.

“Manter o espírito reivindicativo e atento e tornar a produção mais crítica quanto aos problemas da academia e da cidade” são alguns dos pilares para o novo ano do jornal, como revela Ana Filipa Paz. A atual diretora considera que o projeto se tem mostrado um lugar de projeção de diferentes realidades, o que coincide com o espírito da AAC. “Somos um jornal pela academia e não conseguimos fugir dessa realidade, temos de a abraçar e usá-la a nosso favor”, refere. A par do curso de jornalismo, mantêm-se as publicações diárias online e as edições periódicas. Apostar no multimédia é um dos planos, apesar de a prioridade serem as edições

O futuro da Via Latina

Ponto prévio: não sou, de todo, uma pessoa desinteressada em relação à Via Latina. Fui diretor da última edição que viu a luz do dia, em 2015. Escrevi, para essa mesma edição, um texto sobre a minha avó, que tinha falecido nesse mesmo ano. Escrevi, aliás, textos para várias edições da Via Latina. E sempre com o prazer de estar a contribuir, de forma genuína e humilde, para algo maior do que eu. Portanto, anseio o dia em que haja nova edição da revista Via Latina e que possa deixar de dizer que fui o diretor da última edição. Todavia, há um ponto que deve estar assente e que foi sempre levantado por mim quando se falava numa nova edição da Via, como carinhosamente lhe chamamos: sustentabilidade. É um conceito em voga nos dias de hoje, ligado principalmente à parte ambiental. Mas é a sustentabilidade financeira que me preocupa.

Não é novidade para ninguém, nem são de agora, as dificuldades que o jornalismo atravessa. Dificuldades essas que causaram a morte a muitas edições em papel, emblemáticas, de jornais e revistas por esse mundo fora. Algumas migraram para o digital, ganhando nova vida e formato, outras cumpriram a lei imutável da Natureza e extinguiram-se. O tema financeiro não é novo para a Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra, bem como para muitas outras secções da casa. As fontes de receita de outrora, como a Queima das Fitas, minguaram a tal ponto que impediram o regular funcionamento, conforme muitos de nós o conhecemos, da nossa secção.

E é por isso que volto à questão da sustentabilidade. A secção, um laboratório incrível de jornalismo, precisa agora de ser também um espaço de aprendizagem e exploração, por exemplo, de anga-

em papel, fator diferenciador dos restantes jornais universitários nacion ais.

Projetos passados também bateram à porta para serem reerguidos, como é o caso da Via Latina. Descontinuada desde 2015, a ideia é voltar aos moldes originais, como destaca a presidente da SJ/AAC, Luísa Macedo Mendonça. “Esta recuperação vem da necessidade que temos de um espaço de opinião seguro”, diz, em contraste com a bolha das redes sociais. “É algo com história e impacto em termos académicos, pelo que é um orgulho termos algo desse calibre sob a alçada da secção”, acrescenta.

Englobar a “informação, opinião e história” num só sítio é um dos pontos que distingue a Casa, segundo Luísa Macedo Mendonça. “Os três projetos que gerimos têm a sua identidade própria e vamos fazer o possível para a preservar”, aponta. A necessidade de captação de associados de diferentes áreas científicas é um dos pontos priorizados por toda a equipa. “Num ano piloto em termos de iniciativas, estamos a precisar como nunca de pessoas e só temos a ganhar com isso”, apela.

riação de fundos, de estabelecimento de parcerias, de procura de interessados em publicidade (ainda que seja uma procura quimérica) ou de mecenas, grandes empresas que, sem contrapartida, queiram ver o seu nome associado a uma revista centenária. A um Fórum de Confrontação de Ideias. É assim que aparece na ficha técnica. Fórum de Confrontação de Ideias. Desde 1889, com interregnos maiores ou menores. E é essa essência que eu não quero que se perca. Portanto, este é o meu contributo. Confrontem-se ideias. Façase mais e melhor. Mas sempre com um ponto bem assente e concreto: a Via Latina tem de ser autossustentável, tem de se assumir como um farol, um exemplo a seguir. Não pode fechar a porta a quem vem atrás, mas antes deixá-la bem escancarada.

14 7 de março de 2023 UMA HISTÓRIA AINDA EM CONSTRUÇÃO
- POR PAULO SÉRGIO SANTOS -
3 de outubro de 2023

Mais informação disponível em

Editorial

“ Quando pensámos nesta Edição Especial, pensámo-la com o intuito de relembrar antigas personalidades que por cá passaram e histórias que, durante 40 anos, cá surgiram. Neste editorial não podemos deixar de vincar que dar os parabéns à Secção de Jornalismo significa também refletir sobre o potencial gigante que esta secção tem de ser cada vez maior e de tornar maior aquilo que já cá existe.

A verdade é que só conseguimos honrar o trabalho realizado até agora e o compromisso assumido por esta direção pegando neste projeto e exigindo mais por ele. Quantas pessoas referem a importância que tem a Secção de Jornalismo sem lá nunca ter entrado. Quantas pessoas formulam juízos do trabalho realizado sem nunca o terem consumido. Quantas pessoas carregam a hipocrisia de reconhecer mérito a uma casa que não conhecem. Não podemos aceitar que daqui a 40 anos continue tudo na mesma.

Sendo assim, deixamos aqui uma carta aberta aos leitores para quem fazemos o nosso trabalho:

Caras Instituições de Coimbra, A falta de recursos financeiros e humanos é uma realidade ainda bastante presente, que nos faz abdicar de projetos ambiciosos. Quando assumimos a direção da Secção, comprometemo-nos a não deixar que isso acontecesse mais, mas para isso precisamos de ajuda . Precisamos que quem “não imagina a cidade sem a SJ” faça

FICHA TÉCNICA

Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA

Depósito Legal nº478319/20

Registo ICS nº116759

Propriedade Associação Académica de Coimbra

Morada Secção de Jornalismo

Rua Padre António Vieira, 1

300-315 Coimbra

Tiragem 2000

por nos ouvir. Mais concretamente, que instituições como a Câmara Municipal de Coimbra, a Reitoria e outras não esperem o contacto do grupo de estudantes, mas que o procurem, que se lembrem e acreditem nele. A falta de recursos é transversal a qualquer associação cultural feita por voluntários e estudantes, mas a falta de atenção e reconhecimento é uma epidemia muito maior. Não nos vejam como miúdos que tentam brincar ao mundo real. Vejam-nos como parceiros com quem podem trabalhar.

Cara cidade, O nosso trabalho é um espelho da admiração que sentimos por ti, Coimbra. Acontece-te um fenómeno único de honesta e conformada dependência da saudade. Isso faz com que tenhas dificuldade em ver os potenciais de futuro que cá existem. Para a AAC e, em particular, a SJ crescer, precisamos que tu estejas do nosso lado e projetes o que aqui é feito. Só assim voltaremos a atingir importância nacional e internacional. Só assim preservaremos esse sentimento de saudade para o futuro. Ninguém sente saudade do que não é feito.

Cara Académica, Contigo vivemos, diariamente, um conjunto de intensos sentimentos que tanto caracterizam a juventude. A inquieta juventude coimbrã que reside em nós, todos os dias, quando para ti olhamos e sentimos a compaixão enervada da consciência de saber que podes ser tanto mais. E não és. Porquê, Académica?

Diretora Ana Filipa Paz

Equipa Editorial Daniela Fazendeiro & Alexandra

Guimarães & Simão Moura (Ensino Superior), Raquel Lucas & Tiago Paiva (Cultura), Larissa Britto & Daniel Oliveira & Fábio Torres (Desporto), Ana Cardoso & Eduardo Neves & Sofia Ramos (Ciência & Tecnologia), Clara Neto & Sofia Variz Pereira & Luísa Rodrigues (Cidade), Sofia Ramos (Fotografia)

Colaborou nesta edição Larissa Britto, Ana Cardoso, Gustavo Eler, Daniela Fazendeiro, Alexandra Guimarães, Raquel Lucas, Luísa Macedo Mendonça, Gabriela Moore, Sofia Moreira, Simão Moura, Clara Neto, Eduardo Neves, Disa Palma, Tiago Paiva, Ana Filipa Paz, Sofia Ramos, Cristiana Reis, Luísa Rodrigues, Miguel Santos

Estamos, cada vez mais, a presenciar a queda de uma academia que vive à luz da união e reconhecimento que outrora teve. Que sirva este editorial para alertar para a necessidade urgente de nos unirmos em volta de um potencial comum que já foi, mas que já não é mais: o nome presente no panorama nacional da velha e ilustre Associação Académica de Coimbra. Podemos fazê-lo começando por reconhecer e apoiar o valor e a importância dos projetos que a compõem. Não sejamos consumidos pela distância desconfiada que caracteriza a nossa geração. Não olhemos para esta Casa como um palco para ascender individualmente, mas como um trampolim para alcançarmos, em conjunto, o seu potencial máximo. Este só será alcançado se o trabalho das nossas secções e núcleos tiver em mente um fim comum: o estudante de Coimbra, que também tem de fazer a sua parte.

Tu, que és Académica, reconhece, envolve-te, honra a tua condição de associado da Associação Académica de Coimbra.

Luísa Macedo Mendonça, Presidente SJ/AAC Ana Filipa Paz, Diretora Jornal A Cabra

Conselho de Redação Luís Almeida, Francisco Barata, Tomás Barros, Carina Costa, Inês Duarte, Filipe Furtado, Leonor Garrido, Hugo Guímaro, Luísa Macedo Mendonça, Margarida Mota, Bruno Oliveira, João Diogo Pimentel, Paulo Sérgio Santos, Pedro Emauz Silva, Joana Carvalho

Fotografia Clara Neto, Tiago Paiva, Miguel Santos

Capa Pedro Mendes

Programa Daniela Mendes

Paginação Ana Filipa Paz e Lucas Yamamoto

Impressão FIG - Indústrias Gráficas, S.A.

Telf.239 499 922, Fax: 239 499 981, e-mail: fig@fig.pt

Produção Secção de Jornalismo da Associação

Académica de Coimbra

15 7 de março de 2023
40 ANOS SJ/AAC
3 de outubro de 2023
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.