Revista Una N° 180 - Novo CEO Global Filosa Assume a Liderança

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NOVO CEO GLOBAL

FILOSA ASSUME A LIDERANÇA

VENHA PARA O CONGRESSO FENABRAVE 2025

O FUTURO DO SETOR AUTOMOTIVO

PASSA POR AQUI

A Abracaf estará presente na maior feira da América Latina e a segunda maior do mundo do setor da distribuição de veículos automotores.

São Paulo Expo – SP 26, 27 e 28 de agosto

Conectando o presente e o futuro. Esperamos você!

Conexões que unem e transformam

Estar conectado vai além da tecnologia. É preciso ouvir com atenção, falar com clareza, estar aberto às inovações, aprender continuamente e estar próximo das pessoas — seja no mesmo ambiente ou virtualmente. A experiência mostra que empresas que cultivam comunicação franca criam ambientes mais criativos, produtivos e, sobretudo, humanos. Na Abracaf, colocamos essa convicção no centro de cada decisão.

Nossa casa está novamente em obras e estamos concluindo o estúdio que irá abrigar a Abracaf TV. Teremos um canal permanente para informar, ouvir e aprender. O sucesso recente das lives sobre Previdência Privada e sobre o simulador de IOF confirma a eficácia desse formato: conhecimento compartilhado em tempo real, perguntas respondidas sem barreiras e resultados práticos para cada concessionária.

Mas a comunicação e a conexão não se restringem ao digital. As Recofiats que percorreram Belo Horizonte, Florianópolis, Recife e, pela primeira vez, Montego Bay, na Jamaica, mostraram a força do encontro presencial. Quem participou voltou com novas ideias, contatos reforçados e a certeza de que somos mais fortes quando estamos juntos. A mesma energia esteve presente na viagem dos premiados do Squadra Fiat ao Japão — um reconhecimento que inspira toda a Rede a buscar excelência.

Temos, ainda, compromissos estratégicos no horizonte. Em agosto, levaremos nossa voz ao 33º Congresso Fenabrave, onde iremos realizar nossa Reunião de Marca e novamente estaremos representados na ExpoFenabrave em nosso estande, onde poderemos encontrar a Rede Fiat, o segmento de distribuição e os nossos parceiros. No final do ano, reuniremos todo o Brasil no Fairmont Rio para a Convenção Nacional. Esses palcos serão oportunidades para debater tendências, ajustar rotas e fortalecer alianças.

Para navegar nesse mercado que muda velozmente, precisamos de líderes preparados. Por isso, investimos no MBA Executivo em Gestão de Concessionárias, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Algumas das reflexões que estão presentes no curso estão compartilhadas aqui e demonstram o quão

Comunicação clara, presença ativa, estudo constante, responsabilidade socioambiental e principalmente ouvir as pessoas [...] compõem a fórmula que continuará a guiar nossa Rede para a liderança. “

profundo é o debate dentro daquele ambiente acadêmico, capaz de integrar tecnologia, dados e sensibilidade humana. Também estamos investindo no conhecimento da nossa próprio Rede, ao reforçar as análises econômicas. A parceria com a AM2, que busca transformar informações de mercado em vantagem competitiva, faz parte desse ecossistema de aprendizado contínuo.

Outro grande tema que nos conecta é o da sustentabilidade –e aqui, a Abracaf também está atuando. A nova cobertura solar da nossa sede lembra que eficiência energética e boas práticas andam juntas. Entender que cada setor da nossa operação carrega consigo responsabilidades — como o uso da água, assunto desta edição — não é apenas mitigar riscos ambientais; é reduzir custos, proteger a reputação e atender aos critérios de ESG que orientam a nossa fábrica e a nossa Rede.

Todas essas frentes nos levam de volta para uma reflexão: o que nos trouxe até aqui não basta para nos levar adiante. Comunicação clara, presença ativa, estudo constante, responsabilidade socioambiental e principalmente ouvir as pessoas — clientes, colaboradores, fornecedores, parceiros — compõem a fórmula que continuará a guiar nossa Rede para a liderança. Convido você a manter os canais abertos, cultivar a curiosidade, contribuir com ideias e participar ativamente dos próximos encontros, presenciais ou virtuais. Unidos, conectados e atentos, construiremos o futuro que desejamos. Boa leitura!

PALAVRA DO PRESIDENTE

ARTIGO

Transição da Reforma Tributária

BEM-ESTAR

Comunicação não violenta no trabalho 5

TECNOLOGIA

Softwares e a experiência automotiva 6

LINHA 2026

Liderança e uma nova era de inovação 8

GESTÃO E NEGÓCIOS

O papel do dealer na nova era digital

ENTREVISTA

Impactos da Reforma Tributária no setor

ECONOMIA

Decifrando o mercado

Antonio Filosa 22

RECOFIAT

Recofiat Internacional na Jamaica

BOAS PRÁTICAS

Repensando o consumo hídrico

GALERIA

Sulpeças: Uma jornada de 60 anos 10 14 20 30 36 18 26 34 42

TURISMO

Foz do Iguacu

SQUADRA FIAT

Melhores do ano no Japão

Presidente: José Tajra Sobrinho.

1º Vice-Presidente: Carlos Milton Buffoni Filho.

2º Vice-Presidente: Graziella Manso Baida Malieri.

Vice-Presidentes: Henrique Brandão Menezes Junior, Roberto Bortoncello Nahas e Djalma

Bezerra Neto.

Diretor Tesoureiro: Hélcio Cardoso de Matos Sobrinho.

Diretores: Edmo Edmundo Pinheiro Neto, Elton Doeler, Gustavo Viviani, Jayme Batista Gonçalves Filho, Marcelo Pizani, Marco Aurélio Leta, Paulo Fernando Queiroz de Figueiredo Júnior e Victor

Lau Netto Viana.

Conselho de Ex-Presidentes: Edmo Mendonça Pinheiro, Flávio Antônio Meneghetti, Guido

Benedito Viviani, José Carlos Dourado de Azevedo Junior, José Maurício Andreta Junior e Rubens da Silva Carvalho.

Diretor Executivo: Márcio Cardoso.

Conselho Editorial da Revista: Márcio Cardoso, Vagner Caldeira e Cairy Lemos.

Coordenação Geral: Cláudia Froeder.

Jornalista Responsável: Juliana Pires (MTB 3866/DF).

Coordenação Editorial e de Arte: GTW Digital Marketing.

Redação: GTW Digital Marketing • Contatos: 61 3032-6029 | cairy@gtwdigital.com.br.

Projeto Gráfico e Diagramação: GTW Digital Marketing - www.gtwdigital.com.br.

Recofiats movimentam Rede em todo o país e no exterior

A 6ª Recofiat Internacional é o principal destaque do calendário de encontros regionais promovidos pela Abracaf este ano. Realizada de 19 a 25 de junho, em Montego Bay, na Jamaica, a reunião trouxe representantes da Recofiat Região VII e convidados em atividades estratégicas e experiências culturais em um dos destinos mais emblemáticos do Caribe (veja reportagem na página 26).

Outras três importantes reuniões regionais mobilizaram a Rede Fiat em diferentes partes do Brasil. Em Belo Horizonte, a Recofiat Minas Gerais foi realizada em 14 de abril, no Holiday Inn Savassi. O encontro iniciou-se com uma reunião exclusiva para os concessionários e contou com a participação do Banco Itaú e da Stellantis, além de um espaço dedicado à palavra da Rede. Os participantes foram recebidos em um jantar de confraternização na Pizzaria Olegário, tradicional ponto gastronômico da capital mineira.

No fim do mês, em 24 e 25 de abril, foi a vez das concessionárias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul se reunirem em Florianópolis para uma Recofiat conjunta. Realizado no Hotel LK Design, o evento teve dois dias de programação com a presença da Abracaf, do Banco Itaú e de representantes da Fiat Automóveis das áreas de Pós-Vendas e Comercial. A integração entre os estados do Sul buscou fortalecer o alinhamento regional e ampliar o diálogo sobre as perspectivas da marca.

Já em 8 de maio, ocorreu a Recofiat Regional Recife, reunindo os concessionários da Região VI no Mar Hotel Conventions. O presidente da Recofiat Recife, Beto Rios Cerqueira, destacou a importância do engajamento da Rede para o sucesso do encontro. A Abracaf esteve presente em todas as quatro Recofiats realizadas este ano, com a participação do presidente da Abracaf, José Tajra Sobrinho, do diretor executivo, Márcio Cardoso, e do assessor de Pós-Vendas, Alessandro Menezes.

Abracaf terá estande e realizará

Reunião de Marca no Congresso Fenabrave

A Abracaf estará presente no 33º Congresso & ExpoFenabrave, que ocorrerá em 26, 27 e 28 de agosto, no São Paulo Expo, na capital paulista. A entidade participará novamente como expositora, com um estande voltado ao atendimento da Rede Fiat e de seus parceiros. A estrutura será dedicada a oferecer suporte institucional e fortalecer os laços com concessionários, montadora, parceiros e fornecedores.

Um dos momentos mais importantes será a Reunião de Marca da Rede Fiat, marcada para 26 de agosto, às 15h, dentro da

programação do Congresso. O encontro, que contará com a presença de diretores da Stellantis e da Fiat, é exclusivo para os concessionários credenciados como congressistas e representa uma oportunidade de alinhamento de pautas estratégicas para a Rede.

Maior encontro do setor de distribuição de veículos da América Latina, e o segundo maior do mundo, o 33º Congresso e ExpoFenabrave reúne empresários de todas as regiões do Brasil e comitivas de outros países, oferecendo plataforma de atualização, networking e geração de negócios. Com uma área de 25 mil metros quadrados, o evento reunirá mais de 7 mil participantes, 200 marcas expositoras e 100 startups. A programação inclui seis super palestras, três arenas de conteúdo e um auditório com capacidade para 2.500 pessoas, além de talks com mais de 3.500 participantes.

Previdência Privada: lives esclarecem vantagens do Programa III

A Abracaf realizou, em 10, 11, 12 e 14 de junho, uma série de lives voltadas à atualização dos concessionários sobre o Plano de Previdência Privada da associação. A iniciativa teve como foco orientar os participantes sobre as modalidades disponíveis, formas de tributação e, principalmente, apresentar as vantagens do novo fundo de investimento lançado pela Kinea, agora integrado ao Programa III do plano.

Com a participação de Ilson Joaquim, executivo do Itaú Previdência, e do diretor executivo da Abracaf, Márcio Cardoso, as apresentações destacaram a importância da migração dos Programas I e II para o Programa III, que passou a contar com o novo fundo da Kinea — uma opção mais competitiva, com menores taxas de administração. Ilson Joaquim reforçou que a migração não compromete o histórico de rentabilidade dos participantes e detalhou o processo de transição.

O tema também havia sido tratado em reunião do Conselho Nacional em março, ocasião em que a representante da Kinea Investimentos, Paula Basaglia Leal, apresentou o novo fundo e respondeu a dúvidas dos participantes. O diretor executivo da Abracaf explicou que a associação firmou contrato com o Itaú para disponibilizar oficialmente o novo fundo dentro do Programa III e ressaltou que a migração deve ser feita por iniciativa do próprio participante.

Para facilitar o processo, a Abracaf e o Itaú Previdência prepararam um tutorial com passo a passo detalhado, além de divulgar materiais de orientação para toda a Rede. A adesão ao Programa III foi incentivada como forma de garantir maior eficiência na gestão dos recursos dos concessionários, com potencial de melhor desempenho no longo prazo.

Live apresenta simulador de IOF do Banco Stellantis

Dando sequência às iniciativas de capacitação voltadas à Rede, a Abracaf promoveu, na última semana de junho, uma live para explicar o funcionamento do Simulador de Pagamento IOF, ferramenta disponibilizada pelo Banco Stellantis.

Com participação de Davidson Araujo, diretor de Relações com o Cliente do Banco Stellantis, e do diretor executivo da Abracaf, Márcio Cardoso, o encontro trouxe demonstrações práticas do simulador, que permite aos concessionários verificar a transmissão de duplicatas e estimar com precisão o valor a ser pago de IOF em operações com duplicatas, tanto em autos quanto em peças.

Durante a apresentação, os participantes puderam esclarecer dúvidas em tempo real. Foram destacadas as vantagens da ferramenta para otimizar a gestão financeira nas concessionárias, com foco em transparência, agilidade e planejamento tributário.

Sede em evolução: novas obras na Abracaf

A sede da Abracaf está novamente em obras, avançando em três frentes estratégicas. Está em fase final a construção do estúdio que abrigará a Abracaf TV, iniciativa voltada à produção de conteúdo para a Rede. Também está em implantação um novo telhado com placas de energia solar, que ampliará a sustentabilidade da estrutura, além de um espaço gourmet voltado à convivência e à recepção de convidados. As obras devem ser concluídas em breve.

Polo de Goiana comemora 10 anos

O Polo Automotivo Stellantis de Goiana (PE) comemorou 10 anos em 2025, em um evento que reuniu representantes da Stellantis, Jeep, Fiat, Abracaf e Rede Fiat. Com quase 2 milhões de unidades produzidas e capacidade anual para 280 mil veículos, o polo reúne mais de 14.700 empregos diretos e indiretos e é responsável pela produção de modelos Jeep, RAM, bem como do Fiat Toro, que entrou em produção em 2016.

“Temos um orgulho enorme da história construída ao longo dos últimos 10 anos pelo Polo Automotivo de Goiana, e dividimos essa alegria com todos os nossos empregados e parceiros que nos ajudaram a consolidar a fábrica como uma das mais modernas da Stellantis no mundo. As perspectivas para o futuro são excelentes! Teremos uma nova marca e seis novos produtos na fábrica entre 2025 e 2030. Confirmamos também que o primeiro veículo equipado com a tecnologia Bio-Hybrid produzido em Goiana será lançado em 2026”, afirmou Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para a América do Sul.

Para o presidente da Abracaf, José Sobrinho, que esteve presente às comemorações, os 10 anos do Polo Automotivo de Goiana representam um marco para toda a cadeia de valor da Stellantis no Brasil. “A Fiat, com sua picape Toro produzida nessa unidade, é exemplo de inovação, qualidade e conexão com as necessidades do consumidor brasileiro. A Abracaf celebra essa trajetória ao lado da Stellantis e reafirma seu compromisso de seguir contribuindo para o fortalecimento da indústria e da rede de concessionárias em todo o país”, afirmou José Sobrinho.

Comunicação não violenta no trabalho:

um caminho para a produtividade e o bem-estar

No ritmo acelerado e muitas vezes exigente do mercado de trabalho atual, a forma como nos comunicamos tem um impacto direto não somente nos resultados, mas também no clima organizacional e na saúde mental dos colaboradores. Nesse contexto, a comunicação não violenta (CNV) tem se mostrado uma ferramenta poderosa para transformar ambientes profissionais em espaços mais saudáveis, produtivos e colaborativos.

Desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg, a CNV propõe uma abordagem empática e consciente na forma de se comunicar, incentivando a escuta ativa, a expressão clara de sentimentos e necessidades, e a resolução pacífica de conflitos. No ambiente corporativo, isso se traduz em relações mais humanas, onde os ruídos na comunicação dão lugar ao entendimento e ao respeito mútuo.

Pesquisa do McKinsey Global Institute revelou que a produtividade pode aumentar entre 20% e 25% em empresas onde os colaboradores estão bem conectados e informados. Isso não se refere somente ao acesso a sistemas ou dados, mas principalmente à qualidade da comunicação entre equipes, gestores e setores. Ambientes onde há abertura para o diálogo, feedbacks são recebidos sem medo, e divergências são tratadas com empatia costumam ser mais inovadores, eficientes e menos propensos a conflitos internos. E é aqui que a comunicação não violenta se torna uma aliada estratégica.

Quando os profissionais se sentem seguros para expressar ideias, dificuldades e preocupações sem receio de retaliações ou julgamentos, há um aumento significativo no senso de pertencimento e confiança. Essa segurança psicológica fortalece os vínculos entre colegas, reduz a rotatividade e contribui para um ambiente onde o trabalho em equipe flui com mais leveza.

Além disso, a comunicação não violenta oferece ferramentas para a resolução saudável de conflitos. Em vez de embates desgastantes, as diferenças são discutidas com foco na solução e não no culpado — algo essencial para preservar relações e manter o foco nos objetivos comuns.

Um exemplo claro da aplicação prática dessa abordagem vem da Toyota . No sistema de produção Toyota (TPS), o conceito de “Genchi Genbutsu ” — ir à fonte para encontrar os fatos — incentiva líderes e colaboradores a escutarem com atenção, buscarem compreensão mútua e resolverem problemas a partir do diálogo direto e respeitoso. Além disso, a cultura da empresa promove encontros regulares entre líderes e equipes, nos quais o feedback é encorajado e tratado de forma construtiva. A escuta ativa e o incentivo à expressão clara de necessidades individuais criaram um ambiente de trabalho menos hierárquico, mais horizontal e colaborativo, impactando positivamente a produtividade e a motivação interna.

Comunicação eficiente é saúde mental

Mais do que evitar conflitos ou facilitar o fluxo de trabalho, a comunicação não violenta tem um papel fundamental na promoção da saúde mental. Em empresas que adotam essa abordagem, os colaboradores relatam sentir-se mais ouvidos, compreendidos e valorizados. Isso reduz o estresse, previne o burnout e melhora significativamente o bem-estar geral.

A possibilidade de compartilhar desafios, dividir responsabilidades e contar com o apoio emocional dos colegas cria um ambiente em que ninguém se sente isolado — e todos se sentem parte da construção dos resultados.

Criar uma cultura de comunicação não violenta exige intencionalidade. Vai além de treinamentos pontuais: requer o envolvimento da liderança, a construção de canais acessíveis e a promoção contínua de espaços seguros para o diálogo. Mas os resultados — em clima organizacional, produtividade e engajamento — fazem esse investimento valer a pena.

Ao adotar a CNV, as empresas se tornam mais eficientes e mais humanas. E, no fim das contas, são essas organizações que se destacam: aquelas que entendem que, para alcançar metas ambiciosas, é preciso começar pelo básico — ouvir, respeitar e dialogar.

Tecnologia ao volante: como os softwares estão transformando a experiência automotiva

Com integração cada vez mais profunda, sistemas como CarPlay Ultra e Android

Auto elevam o conceito de conectividade e imersão dentro dos veículos

A evolução dos softwares automotivos tem reconfigurado a forma como nos relacionamos com os carros. Se há algumas décadas a experiência de dirigir era limitada a aspectos puramente mecânicos, hoje ela passa por interfaces digitais cada vez mais sofisticadas — capazes de transformar o veículo em uma verdadeira extensão do smartphone e da rotina do condutor.

Os primeiros sistemas de espelhamento eram simples: basicamente reproduziam mapas, chamadas e músicas na tela da central multimídia. Com o tempo, essa integração se tornou mais completa, abrindo espaço para comandos de voz, respostas automatizadas e gerenciamento de apps de forma segura durante a condução.

Hoje, softwares automotivos vão além do entretenimento. Eles se tornaram ferramentas de ergonomia, segurança, personalização e comodidade, auxiliando o motorista a manter o foco na estrada enquanto controla funções do carro com comandos de voz, toques intuitivos ou interfaces que se adaptam ao seu perfil de uso. Novos sistemas, como o Apple CarPlay Ultra e o Android Auto 14.5, são o retrato mais recente dessa revolução.

CarPlay Ultra: o carro como uma extensão do iPhone

Apresentado pela Apple há três anos e finalmente lançado oficialmente em 2025, o CarPlay Ultra trouxe essa integração entre smatphone e automóvel a um novo patamar. Nele, o sistema pode ser espelhado em todas as telas do veículo, incluindo o painel de instrumentos. Isso significa que o motorista é capaz de visualizar informações como velocidade, autonomia e temperatura em um layout que segue o padrão visual da Apple, com a tipografia, ícones e linguagem gráfica que os usuários já conhecem no iPhone.

O CarPlay Ultra também permite controlar funções que antes exigiam sair do espelhamento, como ventilação, ajustes de áudio e até configurações do carro, tudo diretamente pelo sistema da Apple, com um design otimizado para não distrair o motorista.

Outro avanço relevante é a integração com a Siri, a assistente virtual da Apple. Isso permite que o condutor realize tarefas com comandos de voz, seja para enviar mensagens, mudar de música ou ajustar o ar-condicionado. Em resumo, o CarPlay Ultra transforma o veículo em um “iPhone sobre rodas”.

Android Auto 14.5: mais fluidez e comandos de voz aprimorados

Do outro lado do ecossistema mobile, o Android Auto 14.5 também trouxe em 2025 um importante avanço em conectividade e segurança. A nova versão do sistema trouxe melhorias visuais, maior estabilidade e uma interface mais fluida, otimizando o uso de aplicativos como Google Maps, Spotify e WhatsApp diretamente na central do veículo.

Com foco na dirigibilidade, o Android Auto preparou o terreno para comandos de voz mais precisos, que permitem,ao condutor interagir com o sistema com menos distrações. Com ele, assistentes virtuais do Google estão mais integradas, abrindo caminho para funcionalidades como lembretes, envio de mensagens ou respostas automatizadas somente com o uso da voz.

Muito além do espelhamento

Esses avanços mostram que os softwares automotivos não são apenas acessórios modernos, mas sim componentes centrais da experiência de condução atual. A integração com smartphones, os assistentes de voz, os ajustes de ergonomia digital e os comandos otimizados por inteligência artificial criam um ambiente mais seguro, confortável e conectado.

Nos próximos anos, a tendência é que esses sistemas se tornem ainda mais integrados ao próprio hardware dos carros, com atualizações over-the-air, interações multissensoriais e maior personalização baseada em perfis de usuário. Isso inclui desde hábitos de direção até preferências musicais e itinerários frequentes.

CONECTIVIDADE TOTAL,

LIDERANÇA E UMA NOVA ERA DE INOVAÇÃO

Tecnologia, design e segurança unem a tradição de liderança da marca a um portfólio renovado e alinhado aos padrões globais de excelência.

A linha Fiat 2026 é uma demonstração de força e inovação, reafirmando o compromisso da marca em evoluir constantemente para atender e superar as expectativas do consumidor brasileiro. As novidades estão desde a picape líder de mercado até os modelos SUV, trazendo aprimoramentos significativos em design, tecnologia embarcada e segurança. A estratégia é clara: oferecer um conjunto de produtos alinhados aos padrões globais, combinando paixão com robustez e a conectividade que o mercado exige.

No centro dessa ofensiva tecnológica estão os modelos Fastback, Toro e Pulse Abarth, que incorporam as novidades mais marcantes. O Novo Fiat Fastback 2026, com seu design único de SUV cupê, ganha uma dianteira renovada, que inclui nova grade, linhas mais retas e para-choques revisados, conferindo-lhe uma identidade visual mais alinhada à família global da Fiat. Sua gama de motorizações se mantém robusta com opções Turbo 200, Turbo 200 Hybrid e o potente Turbo 270 da versão Abarth.

Em conforto e sofisticação, o pacote sunroof adiciona teto solar panorâmico de série no Abarth e opcional nas versões Impetus T200 Hybrid e Limited Edition T270. Em segurança, o modelo eleva o padrão com recursos de assistência avançada (ADAS) a partir da versão Audace, que incluem frenagem automática de emergência, assistente de permanência em faixa e comutação automática de farol. O interior é aprimorado com um painel full digital de até 10,1 polegadas, central multimídia com espelhamento sem fio e carregador por indução, destacando a conectividade.

A Nova Fiat Toro 2026 reforça sua proposta como a picape que une o conforto de um SUV à robustez de um utilitário. O design exterior é aprimorado com nova grade frontal com filetes verticais, faróis de neblina com moldura trapezoidal e DRL em formato quadrado. As inovações mecânicas são fundamentais para elevar a segurança e o conforto, como a inclusão de freios a disco no eixo traseiro e o console central preparado para o freio de estacionamento eletrônico. A picape mantém como principais opções o motor 1.3 Turbo Flex de 176 cv e 270 Nm com câmbio automático de seis marchas e o motor 2.2 Turbo Diesel de 200 cv e 450 Nm com transmissão automática de nove marchas e tração 4x4. A segurança é ainda mais aprimorada nas versões de topo, como a Ultra Flex e a Ranch Diesel, com a oferta do pacote ADAS, que inclui frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa e farol alto automático.

O Fiat Pulse Abarth MY26 chega para reforçar o verdadeiro DNA da divisão esportiva da Fiat, combinando um design repaginado com a performance já conhecida do modelo. Com motor 1.3 T270 de 185 cv (etanol) e câmbio automático de seis marchas, acelera de 0 a 100 km/h em 7,6 s e atinge 215 km/h, com calibração exclusiva de motor e transmissão, freios redimensionados, suspensão e direção específicas, além de ADAS e multimídia de 10,1’’ com espelhamento sem fio.

A Fiat Strada MY26 reafirma sua posição como líder absoluta de vendas no Brasil pelo quinto ano consecutivo, façanha inédita para uma picape. Desde 2021, ocupa o primeiro lugar no ranking nacional, superando modelos de passeio e comerciais leves, e reafirma sua liderança no segmento, com mais de 2

milhões de unidades vendidas desde seu lançamento em 1998. Na linha 2026, mantém seu portfólio robusto com cabine simples, cabine dupla e versões voltadas ao trabalho ou uso misto, preservando a combinação de versatilidade, robustez e baixo custo de manutenção que a consagrou.

Essa estratégia de renovação se estende à Fiat Titano MY26, que se destaca no segmento de picapes médias. O modelo, agora produzido em Córdoba, na Argentina, passou por uma evolução significativa. O principal diferencial é o novo motor 2.2 Multijet turbodiesel de 200 cv e 450 Nm de torque, acoplado a uma transmissão automática de oito marchas. As melhorias resultam em uma dirigibilidade aprimorada e melhor desempenho, com aceleração de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos e um consumo mais eficiente. A Titano também conta com suspensão recalibrada e direção elétrica para maior conforto. O pacote ADAS da versão Ranch inclui frenagem automática de emergência, monitoramento de ponto cego, controle de cruzeiro adaptativo, alerta de saída de faixa, controle de descida em rampa e de oscilação de reboque, oferecendo um arsenal completo de segurança. No interior, o cluster digital de 7” e a central multimídia de 10” com carregamento sem fio e câmera 360º evidenciam a evolução tecnológica.

No segmento de sedãs, o Fiat Cronos 2026 adota um acabamento interno escurecido e central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio em todas as versões. A segurança é reforçada na versão Precision, que passa a contar com quatro airbags de série. A linha 2026 se completa com modelos essenciais que garantem a liderança da Fiat em seus respectivos segmentos, como o Fiat Argo MY26, que agora oferece espelhamento sem fio, o furgão Fiat Fiorino MY26 e o utilitário Fiat Ducato MY26, que continuam a ser referências em seus respectivos nichos. Com essas atualizações, a Fiat demonstra seu compromisso em oferecer produtos completos, inovadores e alinhados às expectativas dos consumidores mais exigentes, solidificando sua posição de liderança no mercado.

Vale lembrar que a Fiat comercializa modelos híbridos no Brasil desde o ano passado, como parte da estratégia do grupo de liderar a transição energética no país, e continua investindo para trazer ainda mais novidades em breve.

O papel do dealer na nova era de mobilidade digital

Concessionárias evoluem para centros integrados de serviços, incorporando tecnologia, dados e novas formas de relacionamento com o cliente. E o dealer está no centro dessa transformação

As concessionárias assumem hoje dois papéis estratégicos e complementares, em que o ponto de distribuição atua como elo fundamental da cadeia automotiva. A concessionária tem o papel de facilitar o acesso ao produto ou serviço, tornando a compra e o uso mais simples, conveniente e acessível ao cliente. É o local onde a experiência começa e se transforma em relacionamento.

Mais do que vender veículos, a concessionária é também um hub que passa a oferecer soluções completas de mobilidade, como locação, assinatura, serviços conectados e pós-venda inteligente, ampliando seu papel como parceira da jornada do cliente no dia a dia. Para enfrentar essa transformação, os líderes precisam ser visionários.

Mais do que capacidade de gestão, é essencial que saibam inspirar e conduzir equipes com foco no futuro. Devem formar times com domínio em mobilidade, novos modelos de negócio e, principalmente, em competências digitais e inovação tecnológica. Liderar atualmente exige visão estratégica, abertura para o novo e coragem para mudar.

Novas visões e projeções sobre o futuro das concessionárias são temas presentes no MBA Executivo em Gestão de Concessionárias, curso desenvolvido em parceria entre a Abracaf, a Fundação Getulio Vargas, a Fenabrave, a Academia CEO e a MegaDealer, que teve início em fevereiro deste ano. O curso é voltado para sucessores e gestores de Concessionárias que desejam aprimorar conhecimentos e desenvolver habilidades estratégicas e conta com 25 alunos ligados à Rede Fiat. Entre elas está o desafio de encarar o papel do dealer nessa nova era de mobilidade digital.

O comportamento das novas gerações — especialmente millennials e geração Z — tem sido fator decisivo nessa transformação,

impulsionando a busca por soluções mais flexíveis e menos ligadas à posse. Neste cenário, os gestores de concessionárias precisam dominar competências digitais como análise e interpretação de dados, uso estratégico de plataformas digitais, automação de processos operacionais e gestão eficaz de CRM para garantir competitividade.

Modelos como assinatura e marketplace são realidade para grandes grupos e redes com forte presença em capitais e regiões metropolitanas. Iniciativas ligadas à Rede ou a montadoras oferecem plataformas próprias e parcerias com fintechs e locadoras para atender essa nova demanda.

Incorporar inovação, dados e sustentabilidade no modelo de gestão das concessionárias sem gerar rupturas significativas exige alinhar a inovação à estratégia do negócio, promover o engajamento das equipes desde o início e garantir investimentos contínuos em capacitação, sempre respeitando a cultura da organização.

Para o professor Marcello Romani, coordenador do MBA

Executivo em Gestão de Concessionárias pela FGV, a construção de uma experiência digital fluida em um setor tradicional como o automotivo “enfrenta desafios como a resistência cultural, a dificuldade de integrar sistemas legados e a necessidade de manter consistência e excelência no atendimento em todos os canais”.

Nilson Redis Caldeira, representante da MegaDealer e responsável pela coordenação técnica do programa pela Abracaf, afirma que grande parte do setor ainda se apoia em experiências bem-sucedidas do passado que nem sempre refletem os caminhos do futuro, especialmente quando falamos de soluções integradas e digitais. “Esse apego ao modelo tradicional acaba criando resistência interna, dificultando a atuação de

lideranças visionárias que buscam promover transformações e inovar os modelos de negócio”, afirmou Caldeira.

O professor Marcello Romani entende que “para que as concessionárias deixem de ser apenas pontos de venda e se tornem hubs de mobilidade, é indispensável promover uma transformação estrutural que envolva a reorganização de processos, o redesenho de papéis e funções e a ampliação dos serviços oferecidos ao cliente”.

A tarefa é árdua, mas pode ser superada. “Um modelo seguro para acelerar a transformação digital passa por um diagnóstico claro, definição de metas viáveis, implementação de ciclos curtos de inovação com avaliação contínua e uso de indicadores estratégicos para guiar a evolução”, afirmou Romani.

É preciso também estar atento e mapear todos os pontos de contato com o cliente — do primeiro clique até o pós-venda — identificando onde ocorrem rupturas na experiência, como demora no atendimento, duplicidade de processos ou retrabalho na coleta de informações. Para Nilson Caldeira, mais do que implantar ferramentas, “trata-se de repensar toda a experiência do cliente, promovendo integração entre sistemas, automação inteligente e, principalmente, simplicidade. Quanto mais fácil for para o cliente, maior será a taxa de conversão e fidelização”.

O ponto-chave é o engajamento das lideranças dentro da concessionária. E aqui o papel do dealer é fundamental: Romani afirma que, tanto do ponto de vista acadêmico quanto prático, “os pilares de liderança que sustentam uma concessionária digital e orientada para soluções incluem visão estratégica, foco no cliente, cultura de inovação, domínio digital e uma gestão de pessoas que valorize agilidade e aprendizado contínuo”.

Esse movimento já pode ser observado. O professor Marcello Romani tem notado que empresas bem-sucedidas em sua transformação digital compartilham alguns pontos em comum, como a liderança comprometida, o investimento contínuo em pessoas e tecnologia, a capacidade de adaptação rápida e um foco genuíno nas necessidades do cliente.

Para Nilson Caldeira, a mudança começou, mas ainda não se consolidou. “As empresas que se adaptarem mais cedo sairão na frente, com vantagem competitiva clara: estarão preparadas para atender um consumidor que valoriza experiência, conveniência e mobilidade sob demanda, e não apenas a compra de um veículo”, ele afirmou.

A nova lógica deixa de ser “vender carros” para se tornar “entregar valor e mobilidade”. Isso exige sair da zona de conforto operacional e assumir um papel ativo na transformação do setor. “O dealer que enxergar o novo como oportunidade — e não como ameaça — estará um passo à frente, com um modelo de negócios mais ágil, conectado às novas demandas e preparado para o futuro da mobilidade”, resume Nilson Caldeira.

A mobilidade digital na prática

A transição da concessionária tradicional para um ecossistema digital de mobilidade exige mais do que tecnologia: requer novas práticas, novas métricas e uma nova mentalidade. Veja algumas ações práticas de dealers inovadores:

ǟ Integração com plataformas de mobilidade – conectando-se a novos formatos como assinatura, car sharing e serviços sob demanda.

ǟ Gestão inteligente de estoque e precificação dinâmica – garantindo maior agilidade, eficiência comercial e adaptação às variações do mercado em tempo real.

Entrevista Antonio Maciel (Academia CEO)

A liderança que move a transformação

Com vasta experiência na indústria automotiva e à frente da Academia CEO — parceira da Abracaf no MBA Executivo em Gestão de Concessionárias que está sendo realizado na FGV —, Antonio Maciel Neto acompanha de perto os movimentos de transformação digital nas concessionárias brasileiras. Nesta entrevista à Revista Una, ele fala sobre o uso de novas tecnologias, destaca as pessoas como fator central na geração de valor para as empresas, ressalta a importância da formação continuada e aponta o papel estratégico do Dealer na transição para modelos de mobilidade mais conectados, flexíveis e centrados no cliente.

Revista Una – O senhor costuma dizer que a velocidade da adaptação será decisiva para o sucesso das concessionárias. Quais são, na sua visão, as maiores resistências culturais que os dealers precisam enfrentar para acelerar essa transformação?

Antonio Maciel - Entendo que a transformação digital é o tema que merece mais atenção das concessionárias no momento, lembrando que não estamos falando apenas de digitalização de processos. A transformação digital inclui novas formas de organização, mais ágeis e que entendam com mais rapidez as demandas dos consumidores. Também exige uma mudança de mindset, para valorizar mais as iniciativas e as inovações. A era do comando e do controle acabou.

ǟ Segmentação inteligente de leads: análise do comportamento dos clientes para priorizar quem tem maiores chances de conversão.

ǟ Uso de Inteligência Artificial em modelos preditivos –para antecipar comportamentos de compra e necessidades no pós-venda, otimizando a experiência do cliente.

ǟ Dados de giro por modelo: entender o desempenho de cada produto por região, canal ou perfil de consumidor.

Revista Una - No modelo atual, o líder da concessionária precisa combinar visão estratégica, capacidade de gestão e sensibilidade digital. Qual dessas dimensões tem sido mais desafiadora?

Antonio Maciel - Penso que essas três dimensões são desafiadoras e a transformação digital é que merece atenção no momento. No entanto, a dimensão mais desafiadora, mas com maior possibilidade de geração de valor é a relacionada às pessoas. Falo do desenvolvimento de líderes nos diversos níveis, do aperfeiçoamento dos aspectos técnicos e da importância dos comportamentos na gestão e na liderança moderna.

Revista Una - Como o dealer pode assumir o papel de liderança na transformação digital da sua operação, sem perder a essência do atendimento pessoal, que é tão valorizado na Rede?

Antonio Maciel - Se o dealer não assumir a liderança da transformação digital, a transformação digital não acontecerá, ou se desenvolverá lentamente. Essa mudança não deve ser liderada pelas áreas de TI, nem mesmo de RH. O líder é que deve assumir esse papel e envolver a empresa toda. O atendimento pessoal sempre terá uma vantagem sobre o atendimento por máquinas. No entanto, a geração de leads, a preparação para as negociações, as informações essenciais

para o bom desenvolvimento dos negócios e diversas outras atividades importantes podem ser melhoradas e aceleradas com o uso da tecnologia, e em especial da inteligência artificial.

Revista Una - Que práticas ou modelos de gestão o senhor considera mais eficazes para conduzir esse processo de transformação?

Antonio Maciel - Primeiro, a definição de uma estratégia simples, objetiva, que mostre para onde a empresa quer caminhar na transformação digital. Em seguida, uma execução com muita energia e com muita competência, com o acompanhamento frequente do progresso dos principais indicadores definidos na estratégia. E, mais importante de tudo, um treinamento aprofundado, que forneça conhecimento e metodologias para o progresso do tema na empresa. A comunicação com todos envolvidos também é essencial.

Revista Una - Quais erros são mais comuns entre os líderes que tentam conduzir a transformação digital sem um planejamento adequado?

Antonio Maciel - Tenho visto muitas empresas se dedicando à digitalização dos processos, sem uma revisão detalhada sobre a adequação dos processos ao novo mundo digital. Outro erro é pensar somente na digitalização. As concessionárias têm muitos dados e podem usar esse tesouro para vender mais, com o auxílio das tecnologias digitais modernas.

Revista Una - Como a formação continuada e o desenvolvimento de soft skills entram nessa equação de transformação do negócio?

Antonio Maciel - A parte comportamental dos líderes e dos liderados é fundamental para o sucesso das empresas. As novas gerações valorizam o propósito, o ambiente de trabalho e querem enfrentar desafios. A resiliência, a capacidade de se conectar com as equipes, com os pares, com os fornecedores e com os clientes, além da coragem para tomar decisões difíceis são temas relacionados com as soft skills que são importantes hoje e serão muito mais importantes no futuro próximo.

Revista Una - Na sua opinião, o dealer brasileiro está se enxergando mais como um gestor de soluções de mobilidade do que como um vendedor de veículos?

Antonio Maciel - Já vejo progresso nessa direção. As palestras do professor Leonardo Busavo, nos Congressos da Fenabrave, em 2022 e 2023, mostram caminhos nessa direção — essas palestras podem ser acessadas na plataforma da Academia CEO.

Revista Una - Que conselho prático o senhor daria a quem hoje lidera uma concessionária Fiat?

Antonio Maciel - Dedique muito mais tempo para os temas relacionados com as pessoas, com gente. O diferencial maior de uma empresa está nas pessoas. As estratégias são importantes, a execução é tão importante, ou até mais importante do que a estratégia, mas o fator humano é o que faz a diferença na geração de valor das empresas. E muita coisa está mudando nessa área. Também recomendo uma revisão completa da experiência do cliente, tanto no showroom quanto na oficina. As demandas dos consumidores estão mudando e a transformação digital pode ajudar muito nesse campo. Tomo a liberdade de sugerir que os líderes das concessionárias conheçam e participem, pessoalmente ou inscrevam os seus talentos nos cursos de curta duração — 30 horas — oferecidos pela FGV, Fenabrave e Academia CEO, ou mesmo no MBA – Gestão de Concessionárias – 430 horas. Essas iniciativas cobrem, em profundidade, muito do que falamos aqui nessa entrevista.

REFORMA TRIBUTÁRIA: IMPACTOS NO SETOR AUTOMOTIVO

Com a recente aprovação da reforma tributária, setores da economia se mobilizam para entender e se adaptar ao novo modelo, que traz a unificação de diversos tributos em dois grandes pilares: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O setor automotivo e, ao que tudo indica, beneficiado com a simplificação e a não cumulatividade dos tributos.

Para esclarecer os principais pontos da reforma e tirar dúvidas dos Concessionários, entrevistamos o professor e tributarista Eduardo Perez Salusse, sócio do escritório Salusse Marangoni Parente e Jabur Advogados e um dos principais especialistas em Direito Tributário do país. Com ampla experiência na área e participação ativa em grupos de estudo e regulamentação, Salusse oferece uma visão prática e técnica sobre como o setor pode se preparar para a transição.

Entrevista com Eduardo Perez Salusse

Salusse Marangoni Parente e Jabur Advogados

REVISTA UNA: Como vai funcionar a transição entre o sistema atual e o novo?

EDUARDO SALUSSE: 2026 (fase de teste): alíquotas simbólicas, 0,9% de CBS e 0,1% de IBS, deverão ser destacadas nas notas fiscais, mas o recolhimento será dispensado se todas as obrigações acessórias forem cumpridas.

2027–2028: extinção do PIS e da COFINS e substituição dessas contribuições pela CBS (alíquota a ser definida); início da cobrança do Imposto Seletivo (IS); e manutenção do IPI somente para os produtos produzidos na ZFM.

2029–2032: ICMS/ISS serão substituídos gradualmente pelo IBS.

2033: novo regime de tributação sobre o consumo.

REVISTA UNA: O que significa dizer que o imposto será cobrado no destino e como isso impacta uma concessionária que vende para clientes de outros municípios ou estados?

EDUARDO SALUSSE: O IBS passa a ter a arrecadação integralmente vinculada ao local de destino da operação (artigo 156A, § 5º da Constituição Federal). A receita do imposto caberá exclusivamente ao Estado e ao Município onde estiver localizado o consumidor final. Para a concessionária, as principais implicações são as seguintes:

ǟ Vendas interestaduais ou para outros municípios: a nota fiscal deverá indicar a alíquota correspondente ao destino (Estado e Município do comprador), eliminando a necessidade de cálculo da partilha do ICMS interestadual.

ǟ Recolhimento automatizado: a concessionária apenas informará os dados na Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e o sistema de arrecadação fará o repasse automático das parcelas do IBS para o Estado e o Município de destino.

REVISTA UNA: Quais rotinas administrativas, fiscais ou comerciais precisarão ser revistas?

EDUARDO SALUSSE: A reforma tributária ainda depende de regulamentação, e muitas rotinas deverão ser definidas no decorrer desse processo. As principais rotinas que podem ser revistas a partir de agora são:

ǟ Atualização do ERP;

ǟ Emissão de notas fiscais;

ǟ Mecanismos de formação de preços; e

ǟ Contratos de longo prazo.

REVISTA UNA: Quais setores dentro da concessionária serão mais impactados? Vendas, oficina, peças, financeiro, contabilidade — todos serão afetados? De que forma?

EDUARDO SALUSSE: Por se tratar de uma reforma tributária ampla e disruptiva, praticamente todas as áreas, em maior ou menor medida, serão afetadas. Cite-se, por exemplo:

ǟ Vendas: impactos do novo sistema na formação de preços;

ǟ Oficina: substituição do ISS pelos novos tributos, com implantação de sistema não cumulativo sobre os serviços;

ǟ Departamento de Peças: fim da substituição tributária (ICMS) e da tributação monofásica (PIS/COFINS);

ǟ Financeiro e Contábil: impactos no fluxo de caixa; e

ǟ Contabilidade: adequação ao cadastro de novas alíquotas por destino.

REVISTA UNA: Há risco de redução da margem na venda de veículos? A carga sobre serviços tende a diminuir?

EDUARDO SALUSSE: O impacto do novo sistema na margem de lucro dos negócios deve ser avaliado à luz, entre outros fatores, da carga tributária que será suportada em comparação com o atual sistema. Já é possível fazer algumas projeções, mas precisamos aguardar a fixação das alíquotas para que isso possa ser feito de maneira mais precisa. O que podemos afirmar com segurança é que a alteração das bases de tributação provocará uma redistribuição da carga tributária e, consequentemente, aumento da carga para alguns setores e redução para outros. Em razão da sistemática não cumulativa, a carga sobre serviços tende a aumentar, à medida que a mão de obra é um componente relevante no custo da atividade.

REVISTA UNA: Quais as principais adaptações que os contadores precisam implementar já em 2025?

EDUARDO SALUSSE: Para garantir uma transição segura e em conformidade com as novas regras do IBS e da CBS, as áreas contábil e fiscal das empresas precisam iniciar uma série de ajustes ainda em 2025, incluindo:

ǟ Mapeamento de NBS e NCM para os novos Grupos de Detalhamento previstos na LC nº 214/2025;

ǟ Reconfiguração de centros de custo e planos de contas;

ǟ Criação de contas específicas para alocação de créditos pendentes de apropriação; e

ǟ Controle de estoque para fins de apropriação de crédito presumido na transição.

REVISTA UNA: Haverá sistemas integrados com a nota fiscal? O crédito é automático ou depende do pagamento?

EDUARDO SALUSSE: A nova sistemática prevê uma integração direta entre os documentos fiscais eletrônicos (NF-e e NFS-e) e o sistema de apuração do IBS e da CBS. Uma vez implantado o sistema de split payment, o crédito dos novos tributos dependerá do pagamento.

REVISTA UNA: O que deve ser feito para evitar autuações e multas?

EDUARDO SALUSSE: Para mitigar riscos fiscais e reduzir a possibilidade de autuações com a implantação do IBS e da CBS, as empresas devem adotar políticas de conformidade

relativamente às novas regras, bem como realizar testes preventivos e validações durante o período de transição.

REVISTA UNA: Quais os erros mais comuns que podem ocorrer na transição? Como evitá-los?

EDUARDO SALUSSE: Materialidades antes não alcançadas pela tributação sobre o consumo agora passam a ser oneradas, sujeitando o contribuinte ao cumprimento das obrigações acessórias pertinentes a elas. Exemplos dessas novas materialidades são as operações de locação de bens móveis ou imóveis, contratos de mútuo e outras receitas não operacionais. A fim de garantir que todas essas materialidades sejam inseridas no sistema fiscal das empresas, é recomendável a criação de um comitê com integrantes dos diversos setores, com o objetivo de mapear e dar o devido tratamento às operações tributadas no novo sistema.

REVISTA UNA: Como preparar os sistemas e o DMS da concessionária para o novo modelo?

EDUARDO SALUSSE: A adequação dos sistemas de gestão será fundamental para garantir o correto cumprimento das novas obrigações fiscais e evitar impactos negativos no fluxo de caixa. Deverá ser implantada uma alteração no DMS que contemple as novas regras, bem como faça a integração de dados com o Portal Nacional, permitindo a transmissão automática das informações fiscais e o correto processamento das operações e apropriações de créditos.

REVISTA UNA: Será preciso trocar ou atualizar software? O que os fornecedores de sistemas precisam entregar?

EDUARDO SALUSSE: Sim. Considerando a utilização de sistema eletrônico de processamento de dados para controle e cumprimento das obrigações tributárias, será necessária a atualização ou substituição dos softwares. Deverão ser alterados os layouts dos documentos fiscais eletrônicos, a sistemática de apuração dos novos tributos e a integração com o Portal Nacional do IBS/CBS.

REVISTA UNA: Como os contadores devem tratar operações que envolvem serviços e bens na mesma nota? Exemplo: venda de um acessório instalado no veículo com serviço embutido — como separar isso?

EDUARDO SALUSSE: Em princípio, cada produto ou serviço deverá estar vinculado a um código de classificação tributária, que representará o enquadramento tributário da operação de acordo com a Lei Complementar nº 214/2025. Essas regras serão detalhadas em regulamento.

REVISTA UNA: Com o fim do ICMS e a criação do IBS, como a base de cálculo para venda de veículos novos e seminovos será afetada?

EDUARDO SALUSSE: No caso de veículos novos, a base de cálculo passará a ser o valor total da operação, apurado “por fora”, ou seja, sem a inclusão do IBS e da CBS no próprio preço de venda. Já para os veículos seminovos, a tributação continuará a ocorrer sobre a margem de revenda, pois será permitida a apropriação de um crédito presumido nas aquisições feitas de pessoas físicas ou não contribuintes.

REVISTA UNA: A nova sistemática exigirá revisão dos markups?

EDUARDO SALUSSE: Sim, de acordo com a mudança ocorrida na carga tributária da operação.

REVISTA UNA: A nova sistemática de cobrança de impostos e geração de créditos tributários afeta o capital de giro das concessionárias? Como elas devem se planejar?

EDUARDO SALUSSE: A nova sistemática pode ter impacto sobre o capital de giro das concessionárias, especialmente em razão da implantação do split payment. O planejamento para essa nova realidade deve levar em consideração as relações comerciais (prazos de pagamento, por exemplo) existentes entre a concessionária e seus fornecedores e clientes.

REVISTA UNA: Quais despesas operacionais típicas de concessionárias (marketing, limpeza, vigilância, tecnologia, etc.) passam a gerar crédito com a CBS e o IBS?

EDUARDO SALUSSE: Com a adoção da não cumulatividade ampla prevista na LC nº 214/2025, todas as aquisições onerosas de bens e serviços utilizados nas atividades da concessionária passam a gerar créditos de IBS/CBS. Excetuam-se dessa regra apenas os bens e serviços considerados de uso pessoal. Assim, passam a gerar créditos de IBS/CBS, dentre outras despesas operacionais:

ǟ Marketing e publicidade;

ǟ Serviços de apoio operacional (limpeza, vigilância, manutenção predial, segurança eletrônica etc.);

ǟ Tecnologia da Informação (licenciamento de software, serviços de cloud computing, suporte técnico e manutenção de sistemas, incluindo o DMS);

ǟ Logística e transporte;

ǟ Seguros;

ǟ Consultorias; e

ǟ Treinamentos e capacitações.

O destino dos créditos de PIS e COFINS (2026)

e de ICMS

(2032) na TRANSIÇÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA

Na reforma tributária, todos os contribuintes devem ter especial atenção com os créditos de PIS, COFINS e ICMS na transição para a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

A lei complementar n.º 214/25 (LC 214/25) permitiu que os créditos ou saldo credores de PIS e COFINS existentes em 31.12.2026 – data de extinção destes tributos – possam ser utilizados na transição para compensação com a CBS.

No caso dos veículos novos, não há que se falar em créditos não apropriados ou não utilizados pelas revendedoras, vez que os veículos estão sujeitos à tributação pelo PIS e COFINS no regime monofásico (cobrança feita apenas na primeira etapa da cadeia pelos fabricantes ou importadores).

Mas tampouco é correto dizer que as revendedoras nada pagaram a título de PIS e de COFINS, vez que a cobrança monofásica leva em conta a incidência do tributo em todas as etapas de comercialização até o consumidor final, havendo apenas uma concentração desta cobrança no fabricante ou no importador.

Em outras palavras, apesar de não apurarem débitos ou créditos de PIS e de COFINS, as revendedoras suportaram financeiramente estes tributos incorporados no valor de venda do veículo pelo fabricante ou importador.

Na transição para a CBS, com a consequente extinção do PIS e da COFINS, os veículos novos mantidos em estoque no dia 31/12/2026 (data da transição), estarão sujeitos à CBS por ocasião da sua venda posterior.

Para evitar oneração excessiva e injusta destes veículos em estoque, os setores fiscais das revendedoras devem estar atentos às regras da LC 214/25. Explico.

Sabe-se que, a partir de 01/01/2027, o PIS e a COFINS serão integralmente substituídos pela nova contribuição CBS. Neste momento, é provável que revendedores de veículos tenham estoque de veículos adquiridos até 31/12/2026 e ainda não comercializados.

Estes veículos em estoque, tributados anteriormente pelo PIS e pela COFINS no regime monofásico, não geraram – nem poderiam – qualquer tipo de crédito ao concessionário por ocasião das suas aquisições.

A LC 214/25, que regulamentou a reforma tributária introduzida pela emenda constitucional n.º 132/23 (EC 132/23), permitiu que os contribuintes sujeitos ao regime regular da CBS (caso das revendedoras de veículos) possam apropriar um crédito presumido sobre o estoque de veículos existente em 31/12/2026.

Essa permissão foi dada a todos os contribuintes que não apuraram créditos sobre os bens antes adquiridos em decorrência de restrições impostas pelo regime tributário a que estavam sujeitos. Dentre eles, estão aqueles – como as revendedoras de veículos –, que tiveram os seus bens em estoque tributados anteriormente na incidência monofásica ou substituição tributária.

O crédito presumido de CBS é aplicável apenas aos bens novos mantidos em estoque, não sendo aplicáveis aos veículos que foram incorporados no ativo imobilizado da revendedora.

O crédito presumido será calculado à razão de 9,25% sobre o valor do estoque ou, no caso de veículos importados, será equivalente ao PIS/Cofins-Importação pago na importação, vedada a apuração de crédito presumido em relação ao adicional de alíquota da Lei n.º 10.865/2004 (adicional de 1% para alguns produtos).

A verificação do estoque será disciplinada por Ato do Poder Executivo da União. Deve-se estar atento para os prazos impostos pela lei. O crédito presumido sobre o estoque deverá ser apurado e apropriado até o último dia de junho de 2027 e deve ser utilizado para compensar com a CBS nas operações futuras em 12 (doze) parcelas mensais iguais e sucessivas a partir do período subsequente ao da apropriação.

O revendedor somente poderá utilizar o crédito presumido para compensação com a CBS (com preferência em relação aos créditos regulares), vedada a compensação com outros

A EC 132/23 permite a utilização dos créditos e saldos credores de ICMS existentes ao final de 2032, desde que regularmente apurado na escrituração fiscal do estabelecimento e digam respeito a créditos admitidos (aproveitáveis ou ressarcíveis) pela lei em vigor, inclusive crédito de ICMS-ST retido de mercadorias em estoque em 2032 e saldos credores requeridos e reconhecidos após 2032 por decisões judiciais.

No caso do ICMS-ST restituível, as revendedoras devem apresentar pedido de homologação em até 5 anos, contados a partir de 01/01/2033 ou, no caso de ativo imobilizado, no mesmo período de apuração em que iniciar o seu uso.

A homologação deste pedido será expressa ou tácita (decurso, sem resposta, do prazo de 24 meses previsto no projeto de lei complementar n.º 108 em tramitação no Senado e que deve ser aprovado em breve) ou de 60 dias no caso de ativo imobilizado.

Os pedidos homologados tacitamente admitem fiscalização no prazo de 5 anos. Assim que homologados, o Comitê Gestor informará aos Estados e ao DF para fins de compensação com o

Estes créditos homologados também podem ser utilizados para compensação com créditos tributários (dívidas), constituídos ou não, segundo as regras de cada Estado/DF.

Os saldos credores são escriturais e não estão sujeitos à atualização, exceto se houver um óbice ilegal à apropriação tempestiva do crédito (decurso do prazo legal para homologação ou interpretação ilegal reconhecida por decisão judicial), sendo atualizados pelo IPCA do 2º mês anterior ou outro índice que vier a substituí-lo a partir de 2033.

A revendedora pode transferir os créditos homologados para terceiros para compensar com créditos tributários ou com o próprio IBS, mantidos os prazos legais de utilização (240 meses ou até 48 meses dos ativos).

Os créditos homologados tacitamente somente podem ser transferidos após 2038. Por fim, caso os contribuintes não consigam compensar os seus saldos credores de ICMS homologados com débitos de IBS, poderão requerer o ressarcimento em dinheiro destes saldos credores homologados, a serem pagos nos mesmos prazos permitidos para compensação com o IBS (240 meses ou 48 meses).

Advogado, professor de Direito Tributário e sócio do escritório Salusse Marangoni Parente Jabour Advogados

DECIFRANDO O MERCADO:

o poder das análises estratégicas

Parceria entre Abracaf e AM2 visa transformar dados em vantagem competitiva para a Rede Fiat

O dia a dia da concessionária é extremamente dinâmico. Os gestores lidam com a pressão dos estoques e com o aumento das ofertas de novos concorrentes, modelos e marcas. Desde janeiro de 2025, foi concretizada a parceria entre a AM2 e a Abracaf, fornecendo em tempo real à Associação informações completas de análises de precificação e competitividade da marca Fiat e dos concorrentes.

A parceria entre a AM2 e a Abracaf, por meio do Departamento Econômico da Associação, visa trabalhar com as informações de um mercado dinâmico, compreender as tendências e contribuir para que uma ótima estratégia seja aplicada no ponto de venda, aumentando o desempenho da Rede e, consequentemente, as vendas.

“A AM2 tem como conceito auxiliar nossos parceiros na tomada de decisão, primeiro municiando-os com informações consistentes do mercado e, posteriormente, realizando estudos de tendências na linha do tempo, que podem ‘justificar’ os resultados alcançados no número de vendas de determinado modelo e versão”, afirmou Marcus De Bellis, sócio da AM2.

A empresa realiza esses estudos desde 2016, com a criação de uma área específica para esse fim, baseada em metodologia própria, atualmente validada por diversas montadoras, associações de marca, locadoras, bancos e outros players da cadeia de distribuição automotiva.

A parceria com a Abracaf permite visualizar o posicionamento dos produtos da marca frente à concorrência, identificando os bônus que cada montadora está subsidiando para cada

modelo e versão. O trabalho vai ao detalhe, fornecendo informações que possibilitam à Abracaf entender o posicionamento competitivo de determinado veículo, sua versão e seu ano-modelo em relação à concorrência.

A relação entre AM2 e Abracaf é de longa data. Desde 2010, quando iniciou operações, a empresa realizou diversos trabalhos com a Abracaf — não apenas o fornecimento atual, mas também soluções variadas dentro da expertise da empresa no segmento automotivo.

Mensalmente, os sócios da AM2, Marcus De Bellis e Marco De Mitri, executam reuniões com o Departamento Econômico da Abracaf para direcionar estudos conforme as necessidades da Rede, com foco especial nos estoques e nos veículos com maior número de dias parados. Trata-se de um trabalho conjunto, que possibilita à Associação contar com subsídios reais e com acurácia comprovada para definir as estratégias em conjunto com a montadora.

A AM2 desenvolveu um Portal de Competitividade na web, por meio do qual é possível realizar diversos estudos e formatar relatórios conforme a necessidade de cada cliente. Todas as informações podem ser exportadas de forma simples para Excel ou arquivos CSV, permitindo integração rápida com os sistemas de BI dos clientes.

“É importante que, em nossa parceria, todas as melhorias do Portal de Competitividade AM2 estejam inclusas. Como sempre falamos, somos uma empresa de inteligência e não uma software house”, afirmou Marco De Mitri.

“Um dos principais indicadores de competitividade que utilizamos é o Preço Público Potencial Penetrado, em que nosso algoritmo consegue, por meio dos tipos de incentivos, valores, taxas, entrada e prazos, colocar todos os incentivos gerados pela montadora em uma base comparativa sólida, mostrando o nível de competitividade dos veículos da marca Fiat frente à concorrência”, complementou Marcus De Bellis.

A implementação de sistemas de informação estratégicos permite que empresas respondam com flexibilidade e agilidade aos desafios de um mercado altamente competitivo, identificando novas oportunidades. “Esse é o modelo da parceria Abracaf–AM2: monitorar todos os movimentos do mercado e

da concorrência, com agilidade e simplicidade, para a melhor tomada de decisão pela Associação, beneficiando toda a Rede de Concessionárias”, afirmou De Bellis.

Para Marco De Mitri, manter-se competitivo exige que o concessionário “tenha informações consistentes, saiba analisá-las de forma simples, amplie a visão para a melhor tomada de decisão e utilize ferramentas e inteligência artificial de forma objetiva”. Mas a tecnologia, por si só, não basta. Mesmo com as melhores informações disponíveis, “o mais importante são as pessoas — ter gestores alinhados com a cultura da empresa e com a visão estratégica da mesma é fundamental para o sucesso de um negócio”, concluiu De Mitri.

Antonio Filosa DA BASE AO COMANDO GLOBAL

Com trajetória iniciada no Brasil, Antonio Filosa assume como CEO global da Stellantis após liderar marcas, plantas e mercados com precisão de piloto experiente

Desde junho, a Stellantis passou a ser liderada por um executivo que conhece profundamente a realidade da Rede Fiat no Brasil. Antonio Filosa foi nomeado Chief Executive Officer (CEO) global do grupo automotivo após criteriosa seleção conduzida pelo Conselho de Administração da companhia. A decisão, tomada por unanimidade, teve como base o histórico de mais de 25 anos de atuação de Filosa na indústria automotiva e sua destacada trajetória internacional.

Foto: https://www.media.stellantis.com/br-pt/

ANTONIO FILOSA CEO

Natural de Nápoles, na Itália, Filosa iniciou carreira no Grupo Fiat em 1999. Atuou em diversas áreas, passando por manufatura, compras, gestão industrial e estratégia comercial. Foi diretor de compras na América Latina, chefe da operação da Fiat Chrysler na Argentina e, entre 2018 e 2021, ocupou o cargo de Chief Operating Officer (COO) da FCA para a América Latina. Nesse período, conduziu a retomada da Fiat como líder de mercado no Brasil, promoveu o reposicionamento estratégico da marca e consolidou o desempenho de outras marcas do grupo, como Jeep, Peugeot, Citroën e RAM.

A experiência acumulada em solo brasileiro serviu de base para voos maiores: Filosa foi CEO global da Jeep, liderando a expansão internacional da marca e, a partir de dezembro de 2024, assumiu o comando das operações da Stellantis nas Américas. Em fevereiro de 2025, passou também a responder como Chief Quality Officer. Desde a criação da Stellantis, ele integra o Top Executive Team da companhia.

Ao longo da carreira, Filosa se destacou por sua visão estratégica, capacidade de execução e perfil colaborativo. Essas qualidades foram reconhecidas publicamente por nomes como John Elkann, presidente executivo do grupo, Robert Peugeot, vice-presidente do Conselho, e Nicolas Dufourcq, CEO do Bpifrance, acionista da Stellantis. Para Elkann, Filosa reúne experiência global e liderança efetiva em um momento desafiador para a indústria automotiva. Já Peugeot destacou seu domínio sobre as complexas dinâmicas do setor e o legado construído ao longo de anos na companhia.

A nomeação de Filosa é especialmente celebrada pela Abracaf e pela Rede Fiat do Brasil. José Sobrinho, presidente da Associação, ressalta que a convivência com o executivo sempre foi marcada pelo respeito, pela abertura ao diálogo e pela confiança mútua. “Filosa tinha um canal direto com a Rede, sabia escutar e levava em consideração as contribuições da Abracaf nas decisões estratégicas. Sob sua condução, a Fiat retomou a liderança de mercado no Brasil, com o envolvimento ativo dos Concessionários. Ele sempre confiou na Rede, e nós confiamos plenamente em sua capacidade, afirma Sobrinho.

Outra grande característica de Filosa, que será igualmente importante nesse novo posto, é a maneira como ele atrai bons profissionais e abre espaço para o crescimento. “Filosa montou um time altamente competente, reuniu os melhores profissionais e deu um suporte fundamental para que seu time pudesse lidar com os mais diferentes temas em um diálogo aberto e transparente com a Rede, além de se mostrar extremamente

engajado em todos os momentos. Nós sempre destacamos que o diálogo e o compromisso são os legados dessa convivência”, afirmou José Carlos Dourado, que presidiu a Abracaf no mesmo período em que Filosa esteve à frente da FCA.

A relação construída ao longo dos anos entre Filosa e a Rede Fiat brasileira extrapolou protocolos. Havia proximidade, troca sincera de ideias e envolvimento em decisões relevantes, inclusive em períodos críticos, como o auge da pandemia.

Para José Sobrinho, a nomeação de Filosa para o posto mais alto da Stellantis “não apenas nos enche de orgulho, como reafirma a importância da Rede Fiat do Brasil na trajetória de sucesso da Stellantis”.

A primeira grande missão de Filosa como CEO será liderar a companhia em um cenário global em transformação, marcado pela transição energética, pela digitalização e pelas novas demandas de mobilidade. O anúncio da nova equipe de liderança, feito em conjunto com sua posse, dá início a uma nova fase na história da Stellantis — com um rosto familiar ao Brasil à frente do grupo.

RAIO X

ǟ Antonio Filosa

ǟ Nacionalidade: Italiana

ǟ Local de nascimento: Nápoles, Itália

ǟ Ano de nascimento: 1973

ǟ Formação acadêmica:

ǟ Graduação e Mestrado em Engenharia

ǟ Instituição: Politecnico di Milano — Milão, Itália

Executive MBA em Administração de Empresas

ǟ Instituição: Fundação Dom Cabral — Nova Lima (MG), Brasil

Curso Executivo em Supply Chain Management

ǟ Instituição: Kellogg School of Management, Northwestern University — Illinois, EUA

ǟ Idiomas: Italiano, Português, Espanhol e Inglês

| CAPA · ANTONIO FILOSA

Linha do Tempo — Antonio Filosa

1999

ǟ Ingressa no Grupo Fiat, na Itália.

Anos 2000

ǟ Atua em diversas áreas da empresa, incluindo manufatura, suprimentos e estratégia.

ǟ Torna-se Plant Manager da fábrica de Betim (MG), no Brasil.

ǟ Assume como Head de Compras para a América Latina.

2016

ǟ É nomeado Head da operação da FCA na Argentina.

Março de 2018

ǟ Assume como Chief Operating Officer (COO) da FCA América Latina.

ǟ Passa a integrar o Group Executive Council da Fiat Chrysler Automobiles.

2021

ǟ Com a criação da Stellantis, torna-se o primeiro COO da América do Sul do novo grupo.

ǟ Consolida o Brasil como principal mercado da marca Jeep fora dos EUA.

2023

ǟ Assume como CEO global da marca Jeep, com foco em globalização e novas motorizações.

Outubro de 2024

ǟ É nomeado COO da América do Norte.

Dezembro de 2024

ǟ Passa a ser COO das Américas (unificando as operações do Norte e do Sul).

ǟ É incluído no Comitê Executivo Interino da Stellantis.

Janeiro de 2025

ǟ Torna-se também o Chief Quality Officer do grupo.

Junho de 2025

ǟ Assume oficialmente como Chief Executive Officer (CEO) global da Stellantis.

Foto: https://www.media.stellantis.com/br-pt/

Recofiat Região VII

realiza convenção internacional na

Jamaica com foco em integração e alinhamento estratégico

A Recofiat Região VII promoveu a 6ª Convenção Internacional, entre 19 e 25 de junho, em Montego Bay, na Jamaica. O encontro reuniu 67 participantes, entre representantes de 22 grupos de concessionárias da Rede Fiat e familiares, com uma programação que combinou atividades institucionais, troca de experiências e momentos de convivência.

A convenção teve como sede o Iberostar Selection Rose Hall Suites, resort com infraestrutura completa para receber o grupo com conforto e atender aos critérios estabelecidos pela organização: sistema all inclusive, espaços adequados para reuniões e estrutura receptiva às famílias, incluindo crianças. A Recofiat Região VII cobriu todos os custos de duas inscrições por casa matriz, incluindo passagens, hospedagem all inclusive e passeios, assegurando a participação do casal. A presença dos demais membros foi coberta pelos próprios concessionários, reforçando a tradição de envolvimento familiar nesses encontros.

O ponto central da programação foi a reunião realizada no sábado, 22 de junho, que contou com a participação ativa dos concessionários da Região VII e de representantes da Abracaf. Com foco em temas comerciais, alinhamentos estratégicos e perspectivas para o segundo semestre, o encontro teve a presença do presidente da Abracaf, José Tajra Sobrinho, do diretor executivo, Márcio Cardoso, e do assessor de Pós-Vendas, Alessandro Menezes, que fizeram apresentações e promoveram o diálogo entre a entidade e os concessionários.

Além da reunião, a programação incluiu atividades de integração, como coquetel de boas-vindas, passeio de catamarã com parada no icônico bar flutuante Margaritaville Montego Bay e mergulho nas águas cristalinas do Caribe. Os participantes também desfrutaram de jantar à beira-mar durante a tradicional confraternização de encerramento, com uma tenda montada na praia. A estrutura do evento foi pensada para proporcionar momentos de descanso e convivência, respeitando o perfil familiar da delegação.

Para Luiz Umberto da Silva, diretor de eventos da Recofiat, o equilíbrio entre conteúdo institucional e espaço para integração é um dos pilares da iniciativa. Ocupando 64,1% da área territorial brasileira, a Região VII é a mais extensa do país, reunindo concessionárias do Centro-Oeste e do Norte do país. “Nosso objetivo é criar um ambiente que favoreça o alinhamento entre os concessionários, nos permita trabalhar as questões comerciais e o debate de temas comuns aos concessionários, mas também preserve o vínculo de convivência que a Recofiat consolidou ao longo dos anos. Mesmo com grandes distâncias entre os grupos, somos a região mais unida, graças à Recofiat”, afirmou Luiz Umberto.

O modelo de custeio é viabilizado por uma contribuição suplementar mensal dos grupos participantes, com apoio adicional de patrocinadores — nesta edição, o Itaú renovou o compromisso institucional com a Rede e esteve presente durante o evento. Além das convenções internacionais, a Região VII também realiza encontros nacionais, alternados ano a ano com os internacionais.

A coordenação geral da viagem ficou a cargo da agência de eventos liderada por Silvia Mattos, que acompanha a Recofiat em suas convenções desde 2008. “É um grupo que construiu uma dinâmica própria, baseada em confiança e continuidade. São pessoas que se reúnem com frequência nos últimos 15 anos pelo menos, e a cada edição vemos a consolidação de um ambiente de amizade e de proximidade”, avaliou Silvia.

Para o presidente da Abracaf, José Tajra Sobrinho, a retomada dos encontros internacionais da Recofiat — o último havia sido em 2022, em Punta Cana, na República Dominicana — reforça os laços entre os concessionários. “A Recofiat tem esse papel importante de reunir pessoas, ideias e trajetórias. Ver esse grupo novamente reunido, agora em Montego Bay, mostra a força de uma parceria que vai além dos negócios e já faz parte da história da nossa Rede”, afirmou José Sobrinho.

FOZ DO

CONHEÇA A TERRA DAS CATARATAS IGUAÇU

Situada no extremo oeste do Paraná, Foz do Iguaçu é um dos destinos turísticos mais impressionantes do Brasil e conhecido como a Terra das Cataratas, recebendo milhares de turistas vindos de diversos cantos do país e do mundo.

A famosa cidade paranaense possui uma geografia privilegiada, localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, oferecendo uma combinação única de belezas naturais, cultura e engenharia moderna.

Não por acaso, é considerada um dos principais polos turísticos da América do Sul. Conheça alguns dos principais pontos turísticos:

Parque das Aves

Localizado próximo à entrada do Parque Nacional do Iguaçu, o Parque das Aves é um santuário de conservação da fauna, com foco em espécies tropicais da Mata Atlântica.

Nele, é possível caminhar por viveiros integrados à floresta e observar de perto araras, tucanos, flamingos e outras aves exóticas. O local também abriga borboletários e répteis, oferecendo experiências interativas com alguns animais.

Cataratas do Iguaçu

Principal cartão-postal da cidade, as Cataratas do Iguaçu são uma das Sete Maravilhas da Natureza. Com mais de 270 quedas d’água, o espetáculo natural pode ser apreciado tanto do lado brasileiro quanto do lado argentino, cada um com as suas particularidades.

No Brasil, as passarelas garantem uma vista panorâmica incrível. Na Argentina, as trilhas oferecem uma visão mais próxima das quedas.

O destaque fica para o passeio de barco que leva os visitantes até a base das cataratas, uma das experiências mais emocionantes para os turistas.

Quando Visitar Foz do Iguaçu?

De acordo com a época em que visita a cidade, a sua experiência pode ser diferente:

ǟ Abril a setembro: clima mais ameno, menos chuvas e menor fluxo de turistas. Ideal para passeios tranquilos e agradáveis.

ǟ Novembro a março: período chuvoso, com maior volume de água nas cataratas. As quedas ficam ainda mais impactantes, mas prepare-se para calor intenso e maior movimentação turística.

Usina Hidrelétrica de Itaipu

A Itaipu Binacional é uma das maiores hidrelétricas do mundo e um marco da engenharia moderna.

A visita panorâmica permite ver a grandiosidade da barragem e do vertedouro, enquanto o circuito especial leva o turista até áreas internas da usina, como a sala de controle e as gigantescas turbinas. À noite, o espetáculo de iluminação da barragem é uma atração à parte.

Marco das Três Fronteiras

O Marco das Três Fronteiras é onde os rios Iguaçu e Paraná se encontram, delimitando os territórios do Brasil, Argentina e Paraguai. O local foi revitalizado e hoje conta com estrutura moderna, restaurantes, lojas e um show noturno com águas dançantes, luzes e apresentações culturais que celebram a história e os povos das três nações.

Dica de Roteiro

Para aproveitar bem Foz do Iguaçu, o ideal é ficar ao menos três dias na cidade. Um roteiro básico pode incluir:

ǟ Dia 1: Cataratas do Iguaçu (lado brasileiro) + Parque das Aves.

ǟ Dia 2: Cataratas do Iguaçu (lado argentino).

ǟ Dia 3: Usina de Itaipu + Marco das Três Fronteiras à noite.

ÁGUA QUE MOVE:

como empresas estão repensando o consumo hídrico e inspirando um futuro mais sustentável

Num início de tarde abafado no interior de São Paulo, uma equipe da fábrica da Natura acompanha com atenção o trajeto da água reaproveitada que sai de um dos setores de produção. O sistema de recirculação, implantado há poucos anos, é hoje motivo de orgulho entre os colaboradores. Para quem está ali todos os dias, essa água — antes descartada — agora volta ao processo como símbolo de inovação, respeito ambiental e eficiência.

Essa cena simplesreflete uma mudança silenciosa, porém decisiva, que está transformando o modo como as empresas enxergam seus próprios processos: o uso consciente da água deixou de ser apenas uma meta ambiental. Hoje, ele é parte da estratégia, da cultura, da identidade de companhias que entenderam que o sucesso do negócio está diretamente ligado à preservação dos recursos naturais.

O que é pegada hídrica e por que ela importa?

A pegada hídrica é um indicador ambiental que mede o volume total de água doce usado para sustentar atividades humanas — incluindo o uso direto e indireto. No ambiente corporativo, a pegada hídrica direta envolve atividades como abastecimento, higienização e produção. Já a pegada hídrica indireta se refere à água consumida em etapas como a extração de matérias-primas, a fabricação de insumos e até o transporte. A pegada hídrica total, por sua vez, avalia o impacto global das operações empresariais sobre os recursos hídricos.

Entender essa pegada é fundamental não apenas para mitigar riscos ambientais, mas também para reduzir custos operacionais, fortalecer a reputação institucional e garantir competitividade em um mercado cada vez mais orientado por critérios ESG (ambiental, social e de governança).

No coração dessas transformações está uma nova mentalidade: a de que água não é recurso infinito, nem privilégio — é responsabilidade compartilhada. Quando uma empresa decide cuidar da água que usa — visível ou invisível — ela está, na verdade, cuidando de todo um ecossistema. Da comunidade onde atua. Do planeta que a abriga. E do futuro que ainda está por vir.

Durante décadas, o foco da eficiência hídrica esteve nos canos visíveis: torneiras, caldeiras, resfriadores. Mas com o passar do tempo, um novo conceito começou a emergir — o da pegada hídrica, que não se resume apenas ao que se consome diretamente. Trata-se de tudo que está por trás de um produto: da água usada para cultivar um ingrediente até a que movimenta caminhões nas rodovias.

Esse olhar ampliado ajudou empresas a descobrirem gargalos e oportunidades. Foi assim que a Ambev, uma das maiores fabricantes de bebidas do mundo, decidiu agir. A meta era ambiciosa: reduzir drasticamente a quantidade de água utilizada por litro de bebida produzido. Com a instalação de sistemas de reuso e um rigoroso monitoramento em tempo real, a empresa conseguiu cortar o consumo em mais da metade em relação aos anos 2000 — sem comprometer a qualidade e, ao contrário, ganhando ainda mais eficiência.

A Braskem viveu um dilema parecido. Em sua planta de Triunfo, no Rio Grande do Sul, o volume de água utilizado nos processos petroquímicos era desafiador. Mas a solução surgiu quando a equipe técnica passou a enxergar a água como um ativo estratégico — não apenas um insumo. Hoje, mais de 70% da água usada ali é reciclada. O que antes era descartado, agora retorna ao ciclo, minimizando o impacto ambiental e reduzindo custos de forma significativa.

Esse movimento não é isolado. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) tem reforçado que adotar medidas como sistemas de reuso, tecnologias de monitoramento inteligente e capacitação interna não é apenas uma resposta à crise hídrica — é uma forma de garantir competitividade e relevância no mercado.

Em paralelo, empresas têm apostado na digitalização de processos, que não só reduz o uso de papel — cuja produção consome água em larga escala —, mas também melhora a gestão e a transparência. Outro fator relevante é a escolha por fontes de energia renovável, que consomem muito menos água em comparação às fontes térmicas tradicionais.

Estratégias

para reduzir o consumo indireto de água

ǟ Adoção de tecnologias de reuso e monitoramento hídrico

A implementação de sistemas que reaproveitam a água utilizada em processos industriais, como lavagem, resfriamento e limpeza, é uma das estratégias mais eficazes. Além disso, tecnologias de monitoramento em tempo real permitem identificar desperdícios e ajustar o consumo de forma inteligente.

ǟ Digitalização e desmaterialização de processos

Ao reduzir o uso de papel e adotar ferramentas digitais para gestão documental e processos internos, as empresas economizam não só insumos, mas também a água envolvida na produção e no transporte desses materiais.

ǟ Escolha de fornecedores comprometidos com práticas sustentáveis

Incluir critérios de sustentabilidade na seleção de parceiros ajuda a reduzir a pegada hídrica ao longo da cadeia. É possível avaliar fornecedores quanto ao uso de tecnologias limpas, eficiência hídrica e planos de gestão ambiental.

ǟ Uso de energia de fontes renováveis

A matriz energética também tem impacto indireto no consumo de água. Optar por fontes como solar e eólica contribui para a economia hídrica, especialmente quando comparadas à geração térmica, que exige grande quantidade de água para resfriamento.

ǟ Conscientização e capacitação interna

Campanhas internas, treinamentos e metas de sustentabilidade estimulam uma cultura organizacional voltada à preservação dos recursos naturais. A engajamento dos colaboradores é fundamental para o sucesso dessas iniciativas.

Squadra Fiat leva os melhores do ano ao Japão

O destino, com visitas a Quioto e Tóquio, foi escolhido em votação pelos próprios contemplados

Os vencedores do Programa de Excelência Squadra Fiat 2024 viveram uma experiência única de reconhecimento e celebração. De 6 a 16 de junho, os premiados vivenciaram uma imersão cultural e gastronômica nas cidades de Quioto, Nara e Tóquio, no Japão. A viagem consagrou os 12 Concessionários com melhor desempenho nas categorias de Performance em Vendas, Qualidade e Pós-Venda, reconhecendo o compromisso com a excelência em todas as frentes da operação.

Cada Concessionária premiada teve direito de enviar um representante e um acompanhante para a viagem, que também teve a presença das lideranças da Stellantis e da Fiat. Na comitiva estavam o presidente da Stellantis para a América do Sul, Emanuele Cappellano, o vice-presidente sênior de Operações Comerciais da Stellantis Brasil e de Veículos Comerciais Leves para a América do Sul, Herlander Zola, o vice-presidente de Vendas Diretas da Stellantis, Fábio Meira, o diretor de Desenvolvimento de Rede da Stellantis para a América do Sul, João Paulo Toscano Filho, o vice-presidente de Operações Comerciais Brasil Fiat, André Montalvão, o diretor de Operações da Stellantis, Sinfrônio Júnior, e a gerente de Desenvolvimento de Rede e de Network Standards da Stellantis, Fernanda Sousa.

O grupo desembarcou em 8 de junho no aeroporto de Osaka e seguiu para o hotel Four Seasons, em Quioto. No dia seguinte, foram realizadas visitas aos templos Kiyomizu-dera e Kinkaku-ji, conhecido como Templo Dourado. O Kiyomizu-dera, cujo nome significa “templo da água pura”, localizado nas colinas de Quioto, é uma construção centenária feita inteiramente de madeira, sem o uso de pregos. Com vista privilegiada da cidade, o templo abriga a famosa fonte Otowa, cujas três correntes d’água representam saúde, longevidade e sucesso.

Já o Kinkaku-ji, ou Pavilhão Dourado, é um dos ícones da arquitetura budista japonesa. Revestido em folhas de ouro, está localizado às margens de um lago e a sua imagem se reflete na água. Cada andar da estrutura representa um estilo arquitetônico diferente, simbolizando a harmonia entre os mundos material e espiritual.

O almoço de boas-vindas, servido no intervalo da visita aos dois templos, também serviu como inspiração à cultura japonesa: em uma cerimônia tradicional, o sushi foi preparado ao vivo com atum bluefin fresco, considerado um dos peixes mais raros do mundo. O almoço foi harmonizado com a música de harpistas japonesas e a apresentação de Maiko-sans e Geikosans — nomes dados às gueixas de Quioto.

Em 10 de junho, o grupo seguiu para a cidade histórica de Nara, onde visitou o Parque de Nara e o Todai-ji, considerado um dos maiores e mais importantes templos budistas do Japão. Em seu interior, abriga-se o Daibutsu, estátua de

Buda moldada em bronze com 15 metros de altura, a maior do mundo.

No retorno a Quioto, os premiados foram recebidos em um coquetel no hotel e puderam presenciar a tradicional Kagami Biraki, cerimônia em que um barril de saquê é quebrado com martelo de madeira. Originada há cerca de 300 anos, o ritual envolve a quebra de um barril de saquê com um martelo de madeira, simbolizando boa sorte, renovação e novos começos.

O presidente da Stellantis para a América do Sul, Emanuele Cappellano, saudou os premiados e destacou a busca pela excelência, o merecimento pela conquista. “Todos vocês são referência em excelência, comprometimento e qualidade”, disse Cappellano, que também afirmou que o encontro demonstrava a importância da parceria entre a Stellantis e a Rede de Concessionários.

Na quarta-feira, dia 11, o grupo embarcou em um trem-bala com destino a Tóquio, capital do Japão. A programação incluiu almoço no restaurante típico japonês Tsukiji Jisaku, reconhecido por ingredientes fresquíssimos e tradição centenária, seguido de city tour e visita à Tokyo Skytree, que permite vista panorâmica de 360° da cidade.

Após um dia livre, em que puderam passear pela cidade, no dia 13, os participantes visitaram o museu TeamLab, que utiliza projeções digitais e interação sensorial. Após o almoço, houve deslocamento para os bairros de Ginza ou Shibuya. Os premiados foram agraciados com uma grande surpresa, preparada pela montadora ao passar pelo Shibuya, conhecido como cruzamento mais movimentado do mundo: onde cinco telões exibiram, a cada 15 minutos e por 12 horas consecutivas, as marcas dos programas presentes na viagem, incluindo o Squadra Fiat.

A programação encerrou-se no sábado, 14 de junho, com uma festa no espaço Cé La Vi. O evento contou com apresentação da cantora Marcela Fogaça e condução do mestre de cerimônias Joaquim Lopes.

Durante os eventos, o vice-presidente sênior de Operações Comerciais da Stellantis Brasil e de Veículos Comerciais Leves para a América do Sul, Herlander Zola, destacou a importância de reconhecer os melhores concessionários do ano, com desempenho consistente ao longo do ano, tanto em qualidade quanto em performance comercial, e reforçou a relevância da premiação como forma de engajar toda a Rede Fiat, premiando consistência, performance comercial e compromisso com a qualidade. Zola reforçou a importância da premiação como ferramenta de engajamento da Rede, valorizando o investimento em processos, a preparação estratégica e o compromisso com a excelência em todas as etapas do trabalho.

O diretor de Desenvolvimento de Rede da Stellantis para a América do Sul, João Paulo Toscano Filho, afirmou que a entrega do prêmio mostra que “Por mais um ano a Stellantis consegue retribuir com grandiosidade o esforço das concessionárias para ganhar o Programa de Excelência Squadra Fiat 2024! O destino, a programação, a gastronomia, cultura, etc., tudo foi surpreendente! Entendemos que o objetivo de engajamento da rede para a excelência em performance e atendimento está sendo atingido. A marca Fiat tem obtido desempenho extraordinária no país e todos os participantes ficaram energizados para ganharem em 2025 também”.

Para a gerente de Network Standards da Diretoria de Desenvolvimento de Rede, Fernanda Sousa, responsável pela coordenação da viagem, a experiência foi uma das mais impactantes que os concessionários participaram. “Tanta cultura, história, espiritualidade… Muitos participantes não conheciam o Japão, e viver isso foi um tempo de aprendizado, network e lazer. Pensamos cada espaço com cuidado para permitir que todos desfrutassem não só de uma agenda de premiação, mas de descoberta”, afirmou Fernanda Sousa.

Presente à viagem como um dos Concessionários premiados, o presidente da Abracaf, José Sobrinho, disse que “o Squadra Fiat é mais do que um reconhecimento; é uma celebração do esforço coletivo e da dedicação à excelência. Vivenciar essa jornada no Japão foi uma oportunidade única de aprendizado e integração, que reforça nosso compromisso com a evolução da Rede.”

GRANDES VENCEDORES

Categoria A

1º Trentino (Criciúma/SC)*

2º Trevisul (Brusque/SC)*

3º SIM (Campinas/SP)

4º Belcar (Goiânia/GO)

5º Iguauto (Fortaleza/CE)

Atri (Ribeirão Preto/SP)*

Categoria B

1º DFSUL (Santa Cruz do Sul/RS)

2º Carboni (Videira/SC)

3º Via Marconi (Avaré/SP)

4º Jelta (Picos/PI)

Categoria C

1º Caminho (Votuporanga/SP)

2º AutoShow (Mafra/SC)

3º Marina (Frederico Westphalen/RS)

*Trentino e Trevisul pertencem ao mesmo grupo e tiveram direito a todas as premiações separadamente. Como, conforme o regulamento, a Viagem Internacional é concedida a 1 titular com 1 acompanhante, o Dealer colocado imediatamente após no ranking, foi selecionado para compor as vagas da Viagem Internacional.

Sulpeças: Uma jornada de 60 anos movida por reinvenções e conquistas

A história da Sulpeças começou em fevereiro de 1965, na cidade de Taquara (RS), onde o grupo deu seus primeiros passos como oficina mecânica. Com o passar do tempo, veio a oportunidade de representar a marca Chrysler — relação que seguiu até 1979, quando a montadora deixou o país.

No ano seguinte, a Sulpeças iniciou uma nova fase, agora ao lado da Fiat, atendendo o Vale do Paranhana. Essa parceria durou até 2006 e marcou um período importante de consolidação no mercado automotivo da região. Sempre atentos ao cenário e às necessidades do público, os sócios decidiram buscar novos caminhos. Em 1998, o grupo chegou a Gramado, ampliando sua presença na Serra Gaúcha.

Em 2003, a matriz foi transferida para Caxias do Sul, cidade estratégica para os planos de expansão. Quatro anos depois, a loja foi reinaugurada com uma nova estrutura, fortalecendo ainda mais a identidade da Sulpeças como representante da Fiat na serra.

Uma nova etapa iniciou-se em 2015, com a união ao Grupo Marina. A parceria trouxe novas perspectivas e, dois anos depois, resultou na chegada da empresa ao mercado catarinense, com a aquisição de quatro concessionárias no sul do estado. Assim nasceu a Duna.

“Começamos com uma oficina. Ao longo dos anos, enfrentamos muitas mudanças e nos adaptamos diversas vezes. Isso fez parte do nosso crescimento. Olhamos para o futuro com confiança e com o mesmo compromisso de sempre: atender bem e evoluir junto com o mercado”, conta o fundador, Davenir Dreher.

Mais recentemente, em setembro de 2023, a Sulpeças passou a representar também as marcas Peugeot e Citroën no sul de Santa Catarina, com unidades em Araranguá, Criciúma e Tubarão. Um passo importante na diversificação das operações e na ampliação do portfólio de serviços.

“Nos orgulhamos da trajetória que construímos até aqui. E seguimos com foco no futuro — em inovação, experiência do cliente e crescimento sustentável”, afirma Jader Guerreiro, diretor-geral do grupo.

No último mês, essa caminhada de seis décadas foi celebrada com um evento especial que reuniu colaboradores, parceiros e familiares. Um dos destaques da noite foi o reconhecimento da Stellantis, com a entrega de uma placa comemorativa pelos anos de parceria.

Com seis décadas de trajetória, a Sulpeças continua movida pelo desejo de evoluir, sempre em busca da excelência no atendimento e da plena satisfação dos seus clientes; objetivos que seguem impulsionando o grupo diariamente.

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