Vox Otorrino 167

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Edição 167 | Ano XXIV | www.aborlccf.org.br

Conduta médica • Entenda como fazer publicidade na atividade médica

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Gestão e carreira

Conheça mais sobre a importância da secretária no consultório

anos da

ABORL-CCF Tradição, atualização e profissionalismo

Conquistas: Lançamento do Censo 2018 da Otorrinolaringologia Nacional acontecerá durante o 48º Congresso Brasileiro da ABORL-CCF



Mensagem do

PRESIDENTE Divulgação ABORL-CCF

Márcio Abrahão

C

hegamos ao 48º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Nosso trabalho intenso e os preparativos para esse evento começaram há um ano, ainda nos preparativos da edição anterior. A elaboração da grade científica e a das atividades diversas foram ideias que nasceram há muito tempo e tomaram forma após um ano de muito trabalho. Buscamos trazer grandes nomes da Otorrinolaringologia mundial para levar a todos vocês o que existe de mais novo em nossa especialidade. Com colegas de todo o país, finalizamos a programação científica com a certeza de que estamos oferecendo aquilo que existe de mais atualizado e aprofundado nos maiores centros de pesquisa e de saúde. A relação com a parte prática fica por conta da transmissão de cirurgias ao vivo, repetindo o sucesso do ano

anterior, e da dissecção de cadáveres, uma prática inédita no Congresso Brasileiro. Com a intensa participação da comissão local, que possibilitou a execução dessas atividades em ambientes externos, conseguimos colocar essas importantes sessões em nosso evento. Além disso, durante o congresso, acontece ainda o Fórum Latino-iberoamericano, que permite o diálogo enriquecedor com colegas de outros países. Para quem quer conhecer e debater temas ligados à carreira e ao desenvolvimento pessoal e profissional, vale a pena conferir a sessão #OtorrinodoFuturo, com palestras inspiradoras. Junte-se a nós para esse importante encontro da especialidade e para a nossa festa de encerramento, com Falamansa e Paralamas do Sucesso. Espero vê-lo em João Pessoa!

Diretoria 2018 Presidente Dr. Márcio Abrahão - São Paulo (SP) Primeiro Vice-Presidente Dr. Luiz Ubirajara Sennes - São Paulo (SP) Segundo Vice-Presidente Dr. Geraldo Druck Sant’Anna - Porto Alegre (RS) Diretor-Secretário Dr. Edson Ibrahim Mitre - São Paulo (SP) Diretor-Tesoureiro Dr. Leonardo Haddad - São Paulo (SP) Diretor-Secretário Adjunto Dr. Ronaldo Frizzarini - São Paulo (SP)

Diretora-Tesoureira Adjunta Drª. Renata Dutra de Moricz - São Paulo (SP) Assessores Dr. Fernando Veiga Angelico Junior - São Paulo (SP) Dr. Rodolfo Alexander Scalia - São Paulo (SP) Dr. Eduardo Baptistella - Curitiba (PR)

PRESIDENTES DOS COMITÊS Comitê de Eventos e Cursos Drª. Thais Knoll Ribeiro - São Paulo (SP) Comitê de Comunicação Dr. Marco Antonio Dos Anjos Corvo - São Paulo (SP)

Comitê de Educação Médica Continuada Dr. Thiago Freire Pinto Bezerra - Recife (PE) Comitê de Ética e Disciplina Dr. Marcelo Miguel Hueb - Uberaba (MG) Comitê de Residência e Treinamento Dr. Eduardo Macoto Kosugi - São Paulo (SP) Comitê de Título de Especialista Dr. Fernando Danelon Leonhardt - São Paulo (SP) Comitê de Defesa Profissional Dr. Paulo Saraceni Neto - São Paulo (SP) Comitê de Planejamento Estratégico Dr. Jose Eduardo Lutaif Dolci - São Paulo (SP)


5 Carta ao leitor 6 Conquistas: Lançamento do Censo 2018 da Otorrinolaringologia Nacional 8 Gestão e carreira: A importância da secretária no consultório 12 Conduta médica: Publicidade na atividade médica 14 Brasileiro: Pré-Congresso Brasileiro 2018: confira a programação 16 Capa: 70 anos da ABORL-CCF

24 Imagem destaque 26 Páginas azuis: BJORL: revista científica da ABORL-CCF completa 85 anos de existência 30 Vox news 32 Especial gestão: Algumas ações da ABORL-CCF em 2018 34 O que diz a lei: Acesso à justiça: momento de coibir abusos 36 Educação médica continuada: Caso clínico Otoneurologia 38 ABORL-CCF em ação: Conheça o comitê de Comunicação da ABORL-CCF 40 Qualidade de vida: O amor pelo fundo do mar


EXPEDIENTE ABORL-CCF

CARTA AO

LEITOR Trabalho e consolidação

Marco Antonio Corvo Presidente do Comitê de Comunicações

VOX Otorrino Presidente: Marcio Abrahão

Comitê de Comunicações:

Alexandre Beraldo Ordones Allex Itar Ogawa Fabrizio Ricci Romano Ingrid Helena Lopes de Oliveira Marco Antonio dos A. Corvo Maria Dantas C. L. Godoy Renata Dutra Moricz Ricardo Landini Lutaif Dolci

Assistente de Comunicação da ABORL-CCF: Aline Pereira Cabral

Editora-chefe:

Gabriela Rezende

Revisão: Leonardo de Paula e Camila Morais

Reportagem:

Bárbara Mello, Julia Lins e Silvia Buzinari

Fotos:

Divulgação, arquivo pessoal

Diagramação:

Douglas Almeida, Monica Mendes e Tatiana Couto

Produção:

DOC Content Fone: (21) 2425-8878

Periodicidade: Bimestral

Tiragem:

A

Otorrinolaringologia Brasileira está em festa, sem dúvida alguma. Você sabia que nossa associação completa 70 anos de existência em 2018? E que o BJORL, nesse ano, chega aos 85 anos de publicação científica? É isso mesmo, a revista é precursora da data de fundação da ABORL-CCF! Descubra o motivo desse e de outros fatos curiosos da história da associação nesta edição da Vox Otorrino, a revista oficial de toda Otorrinolaringologia do Brasil. O assunto destaque na seção de “Gestão” é a importância da secretária para a condução harmoniosa do horário do médico e na fidelização dos pacientes no consultório. Desde a análise de currículo na entrevista até a capacitação da equipe, a matéria está recheada de boas dicas práticas e fáceis de assimilar. Você sabia que existe um curso on-line da ABORL-CCF com objetivo de promover a qualificação e o treinamento do seu staff, totalmente gratuito? O tópico desenvolvido no “Conduta Médica” é polêmico, mas muito atual: uso de mídias sociais para divulgação da profissão: pode mostrar foto de paciente? Pré e pós-operatório? Quais as regras que devemos seguir e as implicações legais de infringi-las? Abordamos também o lançamento da quarta edição do Censo de Otorrinos da ABORL-CCF ainda em 2018, instrumento importantíssimo para guiar decisões que envolvem nossa especialidade, sejam individuais ou de políticas públicas. Imperdível! O tão esperado evento do ano chegou! O Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia de 2018 (CBO18) merece o destaque desta edição da Revista Vox, que foca no pré-congresso e seus palestrantes internacionais. Baixe o aplicativo oficial da ABORL-CCF, disponível para Android e IOS, e confira a programação completa de todo o evento. Tenham todos um ótimo CBO18. Espero que atinjam seus objetivos por lá. Para qualquer sugestão ou crítica, eu gostaria de lembrá-los que os nossos canais de comunicação estão sempre abertos para receber sua mensagem. A Revista Vox é feita para o associado! Tenham uma ótima leitura!

6.500 exemplares

Um grande abraço a todos, Marco Antonio Corvo

Espaço do leitor

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco: comunicacao@aborlccf.org.br (11) 95266-1614

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CONQUISTAS A BO RL -CCF

Lançamento do Censo 2018 da

Otorrinolaringologia

NACIONAL

Material que tem como objetivo atualizar o cenário atual da especialidade no Brasil será apresentado durante o congresso nacional da ABORL-CCF Bárbara Mello

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ste ano, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) deu início à produção do Censo 2018, levantamento que apresenta dados relativos à especialidade. Trata-se da quarta edição do material produzido pela entidade. A primeira foi publicada em 2002, sob iniciativa de Dr. Roberto Guimarães. As edições seguintes foram publicadas em 2007, sob coordenação de Dr. Richard Voegels, e em 2012, coordenada por Dr. Marcelo Hueb. Para Dr. Márcio Abrahão, presidente da ABORL-CCF, o cenário da Medicina no Brasil passou por muitas mudanças nos últimos anos, com o aumento do número de universidades, ampliação das áreas de atuação e crescimento populacional e de municípios, entre outros aspectos. Por esse motivo, o Censo 2018 visa atualizar o cenário nacional da Otorrinolaringologia e balizar decisões importantes que envolvem a especialidade. As informações apresentadas no documento projetam a quantidade de otorrinolaringologistas no Brasil, distribuídos por regiões, estados e cidades. Os dados relativos aos especialistas são da própria ABORL-CCF. “O objetivo do Censo é mostrar, por meio de nossa base de dados, em comparação com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a evolução, o perfil e a distribuição geográfica da especialidade”, resume Dr. Márcio.

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O Censo 2018 visa atualizar o cenário nacional da Otorrinolaringologia e balizar decisões importantes que envolvem a especialidade

Produção e desenvolvimento De acordo com o presidente da associação, dentro do planejamento estratégico da entidade, foi identificada a necessidade de atualização do Censo, com informações relevantes para associados, parceiros e população, servindo ainda como ferramenta para órgãos públicos em seus direcionamentos de ações. “Considerando que a última edição do documento foi realizada em 2012, de imediato englobamos essa atualização nas metas para esta gestão. Realizamos briefing, orçamento e viabilidade do projeto e, após esse processo, encaminhamos para algumas empresas especializadas no assunto”, explica Dr. Márcio Abrahão. A Diretoria Executiva da ABORL-CCF, por meio de seu presidente, é responsável pelo desenvolvimento do Censo 2018 e conta com a participação das academias, que representam cada braço científico da Otorrinolaringologia, além da participação das sociedades regionais, que colaboram como extensões da ABORL-CCF em suas regiões.

O projeto está sendo desenvolvido pela equipe editorial da DOC Content, editora especializada em produção de conteúdo na área da Saúde, em parceria com a equipe da ABORL-CCF, contando com aporte financeiro da Farmoquímica, empresa parceira. De acordo com Andre Klojda, jornalista da DOC Content e responsável pela produção do Censo, os representantes das academias e das regionais têm o papel de fornecer um olhar mais próximo da realidade da Otorrinolaringologia, para além dos números, ilustrando o cenário atual da especialidade no país.

Lançamento no congresso A nova edição do Censo será lançada durante o Brasileiro 2018, que acontecerá em João Pessoa (PB), de 31 de outubro a 3 de novembro. Conforme Dr. Márcio Abrahão, todos os associados da ABORL-CCF presentes no congresso receberão, gratuitamente, um exemplar do material. “Essa atualização é bastante esperada, e, com certeza, será um momento muito importante durante o evento”, considera o dirigente da entidade.

Divulgação

“O objetivo do Censo é mostrar, por meio de nossa base de dados, em comparação com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a evolução, o perfil e a distribuição geográfica da especialidade”

Dr. Márcio Abrahão

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GESTÃO E CARRE IRA

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secretária A importância da

no consultório

Consideradas o braço direito do médico e a primeira impressão que o paciente possui do serviço no consultório, as secretárias precisam apresentar diversas habilidades para administrar o local e oferecer um atendimento eficiente Bárbara Mello

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o entrar no consultório, o paciente busca orientação e auxílio profissional por parte dos médicos. No entanto, esses profissionais, muitas vezes, contam com a ajuda de uma secretária, que costuma ser a primeira pessoa a ter contato com os pacientes e, consequentemente, a primeira impressão que o paciente possui do serviço. O bom atendimento oferecido pela secretária tem grande peso na percepção do serviço e na fidelidade por parte do paciente. Por esse motivo, para realizar não apenas a recepção dos pacientes, mas também funções de administração do consultório e organização da agenda de consultas, as secretárias devem apresentar habilidades comportamentais, técnicas e relacionais. De acordo com Dirceu Arantes Filho, consultor de empresas especializado em gestão de clínicas médicas, a denominação da secretária está relaciona à importância do seu trabalho, similar ao de secretárias de uma empresa. “A secretária ou recepcionista não é apenas aquela profissional responsável por atender telefonemas e administrar a agenda dos pacientes para o atendimento médico. Hoje, ela executa várias tarefas e é fundamental para gerar bons resultados para a clínica, porque uma secretária bem treinada faz com que a produtividade do consultório atinja níveis satisfatórios”, define. Para o otorrinolaringologista Dr. Thiago Bezerra, a secretária é uma peça-chave no consultório. Mas, para compreender o trabalho desenvolvido por essa profissional, o médico destaca que é importante diferenciar as funções de secretária das funções de recepção. “Enquanto a primeira relaciona-se mais às funções administrativas, auxiliando no bom funcionamento do consultório, a recepcionista foca no atendimento, no acolhimento e no bem-estar do paciente”, esclarece. O otorrinolaringologista explica que, nos consultórios médicos, ambas as funções podem ser exercidas pela mesma pessoa, devido à estrutura administrativa mais enxuta. “Além disso, a secretária é fundamental para auxiliar o médico a proporcionar uma experiência que encante o paciente e que possa fidelizá-lo”, sustenta o Dr. Bezerra. VOX Otorrino | 9


GESTÃO E CARRE IRA

Principais tarefas da secretária • Agendamento dos pacientes e verificação da produção da agenda; • Relatar ao médico as necessidades que os pacientes informam antes e após o atendimento; • Verificar as mídias sociais para saber o que os pacientes solicitam; • Checagem dos materiais necessários para o bom funcionamento da clínica; • Realizar o fluxo financeiro e outras tarefas relacionadas à rotina profissional e pessoal do médico.

Seleção da profissional: identificando habilidades e potenciais Diferentemente de recepções de empresas em outras áreas, a secretária de um consultório médico deve, segundo Dirceu, além de apresentar boa aparência e boa comunicação, ter um autocontrole, pois nesse ambiente de trabalho o estresse diário e as demandas dos pacientes exigem tais características. “A secretária deve ter uma orientação sobre as especialidades e os atendimentos da clínica. O ideal é que seja uma profissional com habilidade em divulgação e vendas, para poder transmitir ao paciente segurança no que ele procura no profissional médico, mas com credibilidade”, explica. Além disso, Dr. Bezerra leva em consideração que, devido à vida atribulada do dia a dia do consultório, o médico pode não dispor de tempo para capacitar uma secretária. Por isso, o ideal é que ele selecione uma funcionária que já traga consigo valores pessoais, como simpatia, ética, postura, apresentação, capacidade de dialogar e argumentar, adequada pronúncia das palavras, organização pessoal e pontualidade na entrevista.

Confiança na relação entre médico, secretária e paciente Para que exista um bom relacionamento entre a secretária, o médico e o paciente, a funcionária deve ser bem treinada para atender às necessidades de ambos. Dessa forma, Dirceu Arantes define que a confiança é a base dessa relação, pois o médico deve ter confiança de que a profissional está sendo uma extensão de seu atendimento, assim o paciente sentirá segurança nas orientações do profissional. “Para estabelecer essa relação, é necessário manter uma boa comunicação com a secretária, para que ela entenda que o médico confia no trabalho dela e, se não houver premiação, pelo menos devem ser feitos elogios sobre o bom trabalho realizado, para que ela saiba que seu desempenho é valorizado”, orienta o consultor. Para Dr. Bezerra, uma relação profissional moldada no respeito mútuo, na escuta atenta do médico e na capacidade da secretária, designada para ser linha de frente do consultório, em acolher o paciente da melhor maneira possível é essencial para o bom relacionamento da secretária com os médicos e os pacientes. “A confiança dessa

“A secretária é fundamental para auxiliar o médico a proporcionar uma experiência que encante o paciente e que possa fidelizá-lo” Dr. Thiago Bezerra

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relação será construída com o tempo. São balizadores importantes as referências de trabalhos prévios do profissional e a postura mostrada nas pequenas atitudes do dia a dia no período de experiência, como a organização do consultório, elogios dos pacientes quanto à preocupação mostrada com as demandas, sensibilidade no trato e nas aflições”, considera o médico. Na visão do otorrinolaringologista, o médico espera que a secretária seja uma pessoa capaz de auxiliá-lo a se concentrar em sua atividade-fim com tranquilidade: o cuidado com o paciente. Para que isso seja possível, uma estruturação clara das funções da funcionária deve ser definida, para que, ao conhecer suas atribuições no dia a dia, possa executá-las de forma organizada e tranquila, além de manter um ambiente agradável e funcional dentro do consultório. Complementando essa linha de raciocínio, o médico busca, segundo Arantes, uma profissional capaz de atender a todas as necessidades administrativas, para que ele possa se focar nas atividades médicas e em seu aprimoramento por meio estudos. “A secretária funciona como uma administradora, realizando todas as tarefas. Por isso, precisa ser uma funcionária que se identifique com essas tarefas e que seja de confiança do médico”, avalia. Curso UP Gestão: Secretárias A Associação de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) oferece, por meio da educação médica continuada, o Curso UP Gestão: Secretárias. O curso tem como objetivo mostrar à profissional como se aprimorar e maximizar os resultados de seu trabalho. Segundo Dr. Bezerra, coordenador do Comitê de Educação Médica Continuada da ABORL-CCF, trata-se de um curso completo de capacitação que pode ser realizado pela secretária no consultório antes de iniciar o expediente. O otorrinolaringologista explica que o curso foi criado após a capacitação que realizou com Dirceu Arantes, com todo o Comitê de Educação Médica Continuada e com apoio de Drª. Wilma Anselmo

“A secretária deve ter uma orientação sobre as especialidades e os atendimentos da clínica. O ideal é que seja uma profissional com habilidade em divulgação e vendas, para poder transmitir ao paciente segurança no que procura no profissional médico, com credibilidade”

Dirceu Arantes Filho

Lima e Dr. Márcio Abrahão. “Vislumbramos promover o acesso de todos os associados da ABORL-CCF ao formato de Educação a distância (EAD) pelo nosso portal, gratuitamente. Acreditamos que o curso contribuirá muito para uma melhor experiência do paciente nos consultórios médicos”, destaca. De acordo com Dirceu Arantes, esse curso é dividido em três etapas: 1. Características para ser uma boa profissional; 2. Estratégias para melhorar o atendimento pessoal e telefônico; 3. Orientação para melhorar as tarefas administrativas: tarefas da clínica, agenda, financeiro e outras. Arantes ressalta que o médico, e não somente a secretária, deve assistir ao curso, para que ele possa entender como essa profissional é fundamental para o sucesso dele e como ele pode agir para obter o melhor resultado para sua clínica. VOX Otorrino | 11


CONDUTA MÉD ICA

PUBLICIDADE na atividade médica Departamento Jurídico da ABORL-CCF

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tualmente, é expressivo o número de denúncias ao Conselho Regional de Medicina (CRM), englobando os mais diversos fatos. Com o avanço dos recursos de comunicação e a demasiada exposição na internet, a publicidade na atividade médica tem sido objeto de várias sindicâncias instauradas pelo CRM. Assim, diante do avanço da judicialização da saúde e dos processos éticos disciplinares, não poderíamos, na posição de Departamento Jurídico da ABORL-CCF, deixar de expôr o tema na coluna Conduta Médica da Revista VOX Otorrino, com apresentação de caso julgado no CRM. Caso: divulgação de imagem de paciente Órgão julgador: Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás Ementa: processo ético-profissional. Infração do Código de Ética Médica, que determina: “Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão”; “É vedado ao médico: fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com a autorização do paciente”; “Comete ilícito ético o médico, que em publicidade, divulga fotos de pacientes, mesmo autorizado, de forma sensacionalista e promocional e com interesse comercial, contrário ao que determina resolução a resolução do assunto”. Pena: advertência confidencial em aviso reservado 12 | VOX Otorrino


Análise do caso pelo Departamento Jurídico da ABORL-CCF Primeiramente, ao analisar o caso em epígrafe, não podemos nos furtar de reiterar aos associados que o Conselho de Medicina é o órgão que regulamenta, fiscaliza e julga a classe médica, cabendo ao profissional médico zelar e trabalhar de acordo com as boas práticas éticas da Medicina e com o bom conceito da profissão. Entender o contrário é cometer infração ética e, consequentemente, responder perante o órgão conselhal. O caso aborda a divulgação de imagem de paciente, e, para análise jurídica, cabe trazer como fundamento legal os artigos 75 e 112 do Código de Ética Médica e a resolução CFM nº 1974/2011, especificamente o artigo 3º, alínea “g”, que veda ao médico essa prática.

Resolução CFM nº 1.974/2011 Art. 3º. É vedado ao médico: Expor a figura de seu paciente como forma de divulgar técnica, método ou resultado de tratamento, ainda que com autorização expressa do mesmo. Código de Ética Médica É vedado ao médico:

Art. 75: Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente. Art. 112: Divulgar informação sobre assunto médico de forma sensacionalista, promocional ou de conteúdo inverídico.

Vale afirmar que o caso não se enquadra na exceção prevista no artigo 10 da resolução CFM nº 1.974/2011, “Nos trabalhos e eventos científicos em que a exposição de figura de paciente for imprescindível, o médico deverá obter prévia autorização expressa do mesmo ou de seu representante legal”, pois a exposição da imagem do paciente não foi realizada em meio científico, o que inviabiliza o argumento de uso de imagem com fim pedagógico por parte da defesa, para rechaçar uma infração ética.

Portanto, utilizar a internet para expor seus pacientes com fotos anteriores e posteriores ao procedimento médico, ainda que com autorização expressa do indivíduo, é considerado infração ética com pena que varia desde advertência reservada até a cassação do exercício profissional, dependendo da complexidade do caso. Contudo, o que se vê à luz da resolução CFM nº 1.974/2011, nos artigos 3º e 9º, parágrafo 1º e alínea “a”, é que houve a exposição do paciente por meio de foto e que a publicidade foi realizada com o propósito de autopromoção, divulgando os melhores resultados e o sucesso cirúrgico, o que fere frontalmente as normas deontológicas. É preciso reiterar incansavelmente que o avanço dos recursos de internet e aplicativos de comunicação não pode, em hipótese alguma, sobrepor às normas que regulamentam o exercício profissional. São recursos importantes no dia a dia, porém devem ser utilizados de forma adequada e em observância à lei. No caso em discussão, acompanhamos o entendimento do CRM-GO de que “comete ilícito ético o médico que, em publicidade, divulga fotos de pacientes, mesmo autorizado, de forma sensacionalista e promocional e com interesse comercial, contrário ao que determina a resolução acerca do assunto”, e a pena aplicada foi de advertência confidencial em aviso reservado. É importante ressaltar que, havendo reincidência na prática de atos contrários aos ditames éticos, a pena pode ser agravada, podendo chegar à cassação do exercício profissional. Assim, o Departamento Jurídico recomenda veementemente que não se utilize a internet para divulgação de fotos de paciente, anteriores e posteriores ao procedimento cirúrgico, pois o profissional terá que responder perante o órgão de classe. Nessa hipótese, caso um otorrinolaringologista associado à ABORL-CCF receba citação do Conselho Regional de Medicina, sugerimos que procure o Departamento Jurídico ou um advogado de confiança para receber orientações jurídicas e de defesa junto ao Conselho. VOX Otorrino | 13


BRASILEIRO

Pré-Congresso Brasileiro 2018: Confira a programação Com muitas novidades, o evento reúne diversos palestrantes e convidados internacionais para a maior edição de todos os tempos Julia Lins

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o dia 31 de outubro, o Pré-Congresso dará início ao Brasileiro 2018, oferecendo aos participantes cursos, palestras e novidades sobre a especialidade. Nesta edição, o Pré-Congresso terá salas e cursos separados para diversas áreas de atuação, como Cirurgia Plástica Facial, Medicina do Sono, Laringologia e Voz e, pela primeira vez na história do evento, a Otorrinogeriatria. Conforme Drª. Thais Knoll, presidente do comitê de eventos da ABORL-CCF, a maior novidade deste ano é a transmissão de dissecção em cadáveres dos seios paranasais e base do crânio, por via endoscópica. “Isso é algo inédito na história do evento. Ao longo da transmissão, o Dr. Marcos Franca abordará temas como sinusectomia maxilar, etmoidectomia, dissecção do esfenopalatino e suas artérias, esfenoidectomia, confecção de retalho nasosseptal, abertura do assoalho selar, descompressão de nervo ótico e dissecção de artéria carótida interna. Essa exposição tornará o Pré-Congresso mais prático do que teórico”, explica. 14 | VOX Otorrino

De acordo com a presidente, o Pré-Congresso existe como uma tentativa de imersão mais profunda em alguns temas e tem sido muito bem aceito pelos profissionais da área. “Com o evento, nós conseguimos reservar um tempo maior de explanação para cada palestrante. Além disso, o Pré-Congresso tem vagas limitadas, então há um número menor de participantes na plateia, facilitando a interação entre o público e os palestrantes”, ressalta. O evento vai contar com vários palestrantes internacionais, que irão trazer suas experiências e aprendizados ao congresso. Para Drª. Thais, o maior diferencial do evento é esse contato entre otorrinos brasileiros e estrangeiros. “Cada país costuma ter profissionais que são referência em suas áreas de atuação. Quando estes conseguem vir ao nosso congresso, trazem suas expertises de trabalho em sistemas de saúde que, muitas vezes, diferem do nosso”, avalia.


“O Pré-Congresso existe como uma tentativa de imersão mais profunda em alguns temas. Com o evento, nós conseguimos reservar um tempo maior de explanação, para cada palestrante, principalmente para os internacionais” Drª. Thais Knoll Confira, a seguir, a lista de palestrantes e convidados internacionais do evento:

• Bradford A. Woodworth (EUA) – Especialista no tratamento de distúrbios nasosinusais e da base do crânio • Frank R. Lin (EUA) – Especialista em Otologia e tratamento médico e cirúrgico da perda auditiva Divulgação

• Hesham Saleh (Inglaterra) – Especialista em rinoplastia e cirurgias sinusais • Jason Mouzakes (EUA) - Especialista em Otorrinolaringologia Pediátrica • Mattew Brigger (EUA) – Especialista em manejo cirúrgico de crianças com distúrbios respiratórios e da deglutição • Michael Johns (EUA) – Laringologista – Especialista em cirurgia de cabeça e pescoço • Ofer Jacobowitz (EUA) – Especialista em cirurgia de cabeça e pescoço e Medicina do sono • Ravi Ramalingam (India) - Consultor sênior e diretor geral do KKR ENT Hospital and Research Institute • William Truswell (USA) – Especialista em cirurgia estética facial

Confira todos os cursos e palestras do Pré-Congresso!

Não esqueça! Para poder assistir a esses cursos, é preciso estar devidamente inscrito no 48º Congresso Brasileiro de ORL e se inscrever no curso de Pré-Congresso de seu interesse. VOX Otorrino | 15


CAPA

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70

anos da

ABORL-CCF Tradição, atualização e profissionalismo

Conheça a trajetória da associação e saiba como ela se tornou uma das maiores sociedades de especialidade do país Julia Lins

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undada em 1948, a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, hoje Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORL-CCF), vem trabalhando em busca da excelência da Otorrinolaringologia brasileira, promovendo atualização e conhecimento, valorizando e defendendo o interesse de seus associados. Em comemoração aos 70 anos da Associação, a Revista VOX Otorrino traz um pouco da história da sociedade e mostra como ela vem mudando o panorama da especialidade no país.

VOX Otorrino | 17


CAPA

Linha do tempo da ABORL Nascimento da Federação Brasileira das Sociedades de Otorrinolaringologia e Broncoesofalogia

Surgimento da Revista Oto-Laringologica, primeira publicação da entidade

1922

1938 1933

Criação da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e Oto-rhino-laryngologia

1978 1948

Em 2 de outubro de 1938, foi realizado o primeiro Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia

Quem é a ABORL-CCF? A ABORL-CCF começou como uma pequena associação, localizada no Rio de Janeiro, ressaltando muito mais a parte científica do que a administrativa da especialidade. A partir de 1990, a sociedade começou a crescer, e sua primeira grande mudança foi a transferência de sede do Rio de Janeiro para São Paulo. A sociedade se profissionalizou e isso refletiu no número de especialistas, que saiu de pouco mais de 500 para quase 1.500 sócios”, relata Dr. Paulo Augusto Pontes, presidente da ABORL de 1993-1996. Analisando o cenário da Otorrinolaringologia no país, a história da sociedade está interligada à história da especialidade. Para Dr. Márcio Abrahão, atual presidente da ABORL-CCF, a associação influenciou diretamente em sua atualização, no Título de Especialista, na avaliação de serviços, nas grades curriculares, no zelo pela ética e disciplina e em diversas atividades que mudaram a história da especialidade. “Demandas, que talvez não fossem uma realidade nos primórdios da sociedade, foram surgindo. Além da atualização e do conhecimento, fomos engajando, ao longo do tempo, a defesa da especialidade, a colaboração na saúde da população e a expansão da internacionalização. Amadurecemos também politicamente e hoje somos uma associação muito equilibrada financeiramente, e com caixa para novos projetos em prol do nosso associado”, garante. 18 | VOX Otorrino

Em outubro de 2003, foi aprovada, em Assembleia Geral da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (SBORL), a mudança de razão social da sociedade, que passou a se chamar Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF)

2003 A Federação foi transformada em uma sociedade chamada Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (SBORL) e então instituíram-se presidentes


Histórico de congressos

De acordo com Dr. Pedro Luiz Albernaz, presidente da associação entre 1983-1984, a organização desse evento também merece ser destacada. “Acredito que a maior conquista é a realização de congressos cada vez mais bem organizados, com número sempre crescente de participantes e com número cada vez maior de convidados estrangeiros. Ao mesmo tempo, houve muitos acréscimos na estrutura da ABORL-CCF, alguns particularmente importantes, como a Defesa Profissional”, destaca.

Divulgação

O primeiro congresso nacional realizado pela associação ocorreu em 2 de outubro de 1938 e teve seu encerramento no dia 9, em comemoração ao aniversário de fundação da Sociedade de Otorrinolaringologia do Rio de Janeiro. O evento reuniu médicos de todo o território nacional para compartilhar suas publicações e experiências. Segundo Dr. Márcio, hoje, o Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia da ABORL-CCF é um dos maiores eventos da especialidade no Brasil, reunindo, em média, 3.500 inscritos. “É a melhor oportunidade da formação continuada, do aperfeiçoamento e conhecimento de novos conteúdos, de técnicas e tecnologias que atualmente sobressaem no mundo e na nossa área. Além disso, o evento te dá a oportunidade de conversar diretamente com profissionais experientes, de intercambiar conhecimentos com a vantagem do ‘olho no olho’, assim como rever velhos amigos e fazer outros novos”, afirma Drª. Wilma Anselmo, presidente da ABORL-CCF em 2017.

“Nosso objetivo sempre foi alcançar os mesmos níveis de excelência das revistas americanas e europeias, e, para isso, se faz necessário um trabalho árduo para aperfeiçoar a capacitação de nossos especialistas, estimular a produção científica, atualizar constantemente os nossos revisores, entre outras ações necessárias”

Drª. Wilma

Congresso Mundial no Brasil Entre todas as conquistas da associação, um dos maiores destaques foi a realização do Congresso Mundial no Brasil, em 2009. Foi a primeira vez que o país recebeu um evento desse porte, relacionado à especialidade. De acordo com Dr. Pontes, que foi presidente do Congresso Mundial de Otorrinolaringologia, o congresso foi um marco na história da sociedade e ganhou notoriedade entre os associados. “Tivemos mais de 11 mil indivíduos envolvidos nesse congresso, pessoal da administração, expositores, equipe etc. Assim, houve um aporte muito grande de recursos, o que já vinha acontecendo em nossos congressos regionais. Como conseguimos triplicar a quantidade de sócios, os congressos ficaram muito mais chamativos e muito mais ativos, e assim os recursos foram entrando”, relembra. VOX Otorrino | 19


CAPA

BJORL Ao longo dos anos, a sociedade passou por diversas gestões e colecionou conquistas. Uma delas foi a criação do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (BJORL), uma publicação com o objetivo de divulgar nacional e internacionalmente produções científicas relacionadas à Otorrinolaringologia. De acordo com o Journal Citation Reports, ele ocupa hoje a 25ª posição entre as revistas da especialidade no mundo. Além disso, em 2011 a revista foi indexada pelo Institute for Scientific Information (ISI) e hoje possui fator de impacto (FI) de 1,412. De acordo com Drª. Wilma, esses dados mostram o sucesso da publicação e são resultado dos esforços das diretorias que se sucederam. “Nosso objetivo sempre foi alcançar os mesmos níveis de excelência das revistas americanas e europeias, e, para isso, se faz necessário um trabalho árduo para aperfeiçoar a capacitação de nossos especialistas, estimular a produção científica, atualizar constantemente os nossos revisores, entre outras ações necessárias que, certamente, contribuem para o avanço da Otorrinolaringologia no país e escrevem outra página da história da ABORL-CCF”, relata. Para Dr. Marcos Mocellin, presidente da associação entre 1997-1998, a revista é uma ótima plataforma de divulgação de trabalhos. “A revista brasileira sempre foi uma publicação muito importante, pois ali você consegue conhecer os trabalhos de todos os otorrinos do Brasil afora, ver suas publicações. Esse fator é importantíssimo, pois as pessoas têm acesso a essas publicações por meio de uma revista científica, ou seja, são trabalhos que informam toda a comunidade médica sobre as novidades da especialidade”, afirma.

Relação das supra-especialidades com a ABORL-CCF Até meados de 1990, a Otorrinolaringologia brasileira tinha sua sociedade separada de outras especialidades correlatas, tais como: Otologia, Rinologia e Laringologia e Voz. As chamadas “supra-especialidades” funcionavam de forma amadora, sem muitos recursos e sede fixa. Porém, em 1995 surgiu a ideia de aproximar essas entidades e incluí-las na SBORL. A partir daí, os congressos começaram a ser triológicos, ou seja, incluiam as três supra-especialidades e revezavam com 20 | VOX Otorrino

os congressos brasileiros. De acordo com Dr. Marcos Mocellin, que estava na gestão durante essa fase, com o passar dos anos o Triológico se tornou uma força grande e acabou chegando ao patamar do Congresso Brasileiro. “Então, hoje nós temos o Congresso Brasileiro todos os anos, englobando todas essas supra-especialidades junto à Otorrinolaringologia. Isso foi muito bom, pois uniu as sociedades, que antes estavam isoladas. Tinha gente que pagava à Sociedade Brasileira de Otorrino e pagava à de Rinologia, outro pagava à de Laringologia. Depois, tudo ficou englobado em uma anuidade só, creio que isso foi algo que subiu muito o número de associados”, pontua.


CONQUISTAS HISTÓRICAS Ao longo de seus 70 anos de história, a ABORL-CCF reúne uma série de conquistas. De acordo com Dr. Márcio e Drª. Wilma, estes são os maiores destaques: Organização do Congresso Brasileiro sem a dependência de uma empresa terceirizada: A partir de uma análise criteriosa, houve a necessidade de encurtar o caminho para as negociações com fornecedores e parceiros, manter o histórico completo dos eventos e otimizar os recursos na contratação de uma empresa terceirizada; Educação Médica Continuada: Foram implementadas medidas como: EAD/Curso UP!; Tratado de ORL (livro e e-book); consensos sobre rinites, em parceria com as Associações Brasileira de Alergia e Imunologia e de Pediatria, e com campanha sobre o uso inadequado de antibióticos nas infecções de vias aéreas superiores; Ações de Defesa Profissional: A ABORL-CCF criou uma comissão legislativa para oferecer suporte e monitorar projetos de lei, cujos temas sejam de interesse da especialidade. Planejamento estratégico: A Diretoria Executiva e o Comitê de Planejamento Estratégico estabeleceram as diretrizes das três primeiras etapas (diagnóstico, planejamento e plano de ações) para que, a partir de 2018, as novas diretorias iniciassem sua implementação; Além disso, pode-se destacar: certificação ISO 9001, alavancagem no fator de impacto da BJORL, assento no Conselho Deliberativo da AMB, fortalecimento de Campanhas de Conscientização à População e aproximação com outras especialidades e outras áreas da Saúde.

“Além da atualização e do conhecimento, fomos engajando, ao longo do tempo, a defesa da especialidade, a colaboração na saúde da população e a expansão da internacionalização. Amadurecemos também politicamente e hoje somos uma associação muito equilibrada financeiramente, e com caixa para novos projetos em prol do nosso associado”

VOX Otorrino | 21


CAPA

Palavra dos

PRESIDENTES 1983-1984

1993-1996

1997-1998

“A ABORL-CCF possui um Comitê de Planejamento Estratégico, constituído pelos ex-presidentes. Esse comitê está concluindo um importante estudo sobre o planejamento do futuro da sociedade; nossa maior preocupação é a evolução política do país com relação aos problemas de saúde.”

“A sociedade já foi uma criança, uma adolescente, e agora é adulta. A gente só espera que ela tenha longevidade como adulta e envelheça, esperamos que as novas gerações a renovem com novo rigor, mantendo o status que ela adquiriu ao longo dos anos.”

“Nós estamos muito satisfeitos com os caminhos que a ABORL vem traçando para a otorrino. Creio que foi o trabalho de um conjunto de pessoas bem intencionadas e capazes que fez com que a ABORL se tornasse o que ela é hoje.”

Dr. Pedro Luiz Albernaz

Dr. Paulo Pontes

Dr. Marcos Mocellin

2017 “Na última década, os colegas, a quem reverencio e agradeço, trabalharam arduamente e proporcionaram a nossa associação avanços que nos permitiram um papel de destaque perante a classe médica e a sociedade. É inegável que frutos desse trabalho passado hoje se mostram nas formas de estabilidade administrativa, financeira, política e científica.”

Drª. Wilma Anselmo Atual “Tivemos a felicidade de encontrar colegas empenhados e comprometidos com a causa, que construíram uma entidade sólida, organizada e pronta para o crescimento contínuo. Estou engajado neste objetivo de deixar minha contribuição para o constante crescimento de nossa associação.”

Dr. Márcio Abrahão

1987-1988 Dr. Nelson Alvares Cruz Filho conta sobre a presidência de seu pai, Dr. Nelson Álvares Cruz “Num final de semana em casa, estávamos conversando e eu disse que ele devia concorrer à presidência para trabalhar em prol da Otorrinolaringologia brasileira e para coroar sua carreira, pois ele era professor titular da Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e havia sido vice-presidente da Sociedade Brasileira de Otologia. Ele ainda me perguntou: você acha mesmo? E eu confirmei minha opinião. A ABORL-CCF significou muito para ele, pois foi a possibilidade de colocar projetos em prática, de tornar a Otorrinolaringologia mais forte como especialidade e de representar seus associados.”

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Entrevista com Dr. Márcio Abrahão Julia Lins

Em entrevista à Revista VOX, o presidente conta como a ABORL-CCF influenciou sua carreira e a história da Otorrinolaringologia brasileira. Revista VOX - Esse ano, a ABORL-CCF completa 70 anos. Na sua opinião, o que mudou na associação desde seus primórdios até hoje, nos aspectos econômico, social e geral? Como o senhor avalia o cenário atual, comparando-o aos primeiros anos da associação? Márcio Abrahão - Se aplicássemos, naquela época, os métodos de Planejamento Estratégico, de Visão, Missão e Valores e comparássemos à ABORL-CCF de hoje, verificaríamos que, considerando cada tempo, os objetivos foram alcançados. A Visão e Missão foram ampliadas e seus valores foram preservados, graças ao trabalho contínuo dos colegas que nos antecederam.

VOX - De que forma a ABORL-CCF influenciou a história da Otorrinolaringologia? MA - Entendo que não dá para desassociar a ABORL-CCF da história da Otorrinolaringologia, cada luta na busca da excelência levou a sociedade a influenciar na atualização, no conhecimento, nos consensos, nas diretrizes, na Defesa da Especialidade, na especialização de novas áreas, na valorização, na composição de áreas de atuação, no Título de Especialista, na avaliação de serviços, nas grades curriculares, no zelo pela ética e disciplina, na participação em câmaras técnicas e em muitas outras atividades.

VOX - Como a ABORL-CCF influenciou sua carreira? MA - Desde que me formei, há 36 anos, após a residência médica inicialmente em Cirurgia Geral, fui para o Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Escola Paulista de Medicina – Unifesp, ao qual pertenço até hoje, e atuo como chefe do departamento há cinco anos. Todos os professores do nosso departamento faziam parte, de uma forma ou de outra, na época, da SociedadeBrasileira de Otorrinolaringologia. Fui levado para dentro da ABORL-CCF por esses docentes apaixonados pela especialidade. Passados todos esses anos, posso falar que a ABORL-CCF teve muita importância em minha vida profissional. Indo aos congressos e assistindo a cursos de educação continuada pela internet, posso estar a par de todas as novidades que acontecem no mundo.

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IMAGEM DESTAQ U E

IMAGEM DESTAQUE

Arquivo pessoal

Caso clínico: paciente de 46 anos, sexo feminino, obesa, com queixa de cefaleia de forte intensidade há seis meses, associada à rinorreia direita ao abaixar a cabeça. História pregressa: três episódios de meningite; nega traumas ou cirurgias.

Arquivo pessoal

Hipóteses diagnósticas: ( A ) Mucocele de seio esfenoide ( B ) Bola fúngica em seio esfenoide ( C ) Meningoencefalocele de recesso lateral do esfenoide ( D ) Rinossinusite crônica de esfenoide

Para saber a resposta correta e obter mais informações sobre as imagens, basta ir até o site da ABORL-CCF <http://aborlccf.org.br/enquetes.asp> ou acessar pelo QR Code. Se você tem uma imagem curiosa e gostaria de compartilhar com os leitores da Revista VOX Otorrino, envie para <comunicação@aborlccf.org.br>.

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PÁGINAS AZUIS

: L R BJO pleta

CF com C L R O B A a d a c fi revista cientí

a i c n ê t s i x e e d 85 anos

O ex-diretor de publicações da entidade, Dr. Silvio Caldas, fala sobre a história da publicação e destaca os principais colaboradores e membros da equipe do periódico ao longo dos anos

Bárbara Mello

E

ste ano, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) comemora os 85 anos de existência de sua publicação científica. Caracterizado como um marco no desenvolvimento da especialidade no Brasil, o periódico conta, desde sua fundação, em 1933, com o esforço de editores e colaboradores que contribuíram para o crescimento e credibilidade da revista diante de publicações internacionais. Por esse motivo, o periódico, hoje conhecido como Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (BJORL) é considerado um patrimônio para a Otorrinolaringologia. Em entrevista à Revista VOX Otorrino, Dr. Silvio Caldas, ex-diretor de publicações da ABORL-CCF, fala sobre as principais características e conquistas da revista, desde sua fundação até os dias atuais.

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Divulgação

VOX – Inicialmente, a primeira revista científica voltada para a Otorrinolaringologia no Brasil era conhecida como Revista Oto-Laringologica de São Paulo, fundada em 1933. Na época, quais eram os principais diretores e redatores da publicação? Dr. Silvio Caldas – Quem tomou a frente dessa iniciativa foram os professores Mário Ottoni de Rezende e Homero Cordeiro, que, com esforço hercúleo, comandaram a revista durante 19 anos, com pouquíssimos problemas de descontinuidade. VOX – Com que objetivo a publicação foi criada? Qual é a importância científica da publicação para os pesquisadores? SC – Nas palavras dos redatores, a revista foi criada para trazer aos especialistas o que havia de mais atual na área da Otorrinolaringologia no mundo e no Brasil, produzindo também benefícios para os pacientes. O surgimento da publicação foi um marco no desenvolvimento da especialidade em nosso país, pois, até então, o Brasil não possuía um periódico onde se pudesse divulgar e compartilhar a nossa experiência e os nossos trabalhos. VOX – Que tipo de conteúdo a revista abordava durante os primeiros anos de existência? Esse conteúdo passou a ser alterado ao longo dos anos ou não houve mudanças nesse sentido? SC – No início, os trabalhos se limitavam a relatar casos, fazer revisões, emitir opiniões ou compartilhar experiências pessoais. Mesmo os trabalhos considerados originais não passavam de artigos de revisão. Progressivamente, a revista foi incorporando os princípios da moderna pesquisa científica, e isso aconteceu à medida que os nossos pesquisadores passaram a trocar ideias e experiências, além de, efetivamente, produzir conhecimento por meio de trabalhos experimentais e ensaios clínicos com um rigor científico cada vez maior. VOX – Quando aconteceram as mudanças de nome da publicação, de Revista Brasileira de Otorrinolaringologia (RBORL) para Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (BJORL)? Por que houve a necessidade de alterar o nome da revista? SC – Em 1939, para fazer jus ao seu caráter verdadeiramente nacional, o periódico passou a se chamar Revista Brasileira de Otorrinolaringologia (RBORL) e assim se manteve durante quase 70 anos. A partir dos anos

2000, passou a haver uma crescente associação entre os critérios de classificação dos programas de pós-graduação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o fator de impacto das revistas onde as pesquisas oriundas desses programas eram publicadas. Dessa forma, revistas com pouca visibilidade passaram a correr sérios riscos, pois era necessário que os trabalhos fossem publicados em periódicos de alto fator de impacto. Percebendo isso, em 2005, o então editor executivo da revista, Henrique Olival Costa, submeteu-a à indexação na plataforma MedLine. Para tanto, criou a versão em inglês, o Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (BJORL), com um novo ISSN. O processo de indexação foi longo e só concluído em 2006, já na nossa gestão à frente da Diretoria de Publicações e com Dr. João Ferreira de Mello Junior como editor-chefe. A partir desse momento, a ABORL-CCF passou a ter uma revista indexada à SciELO: a RBORL, e outra indexada à MedLine: o BJORL. Em 2008, decidimos extinguir a RBORL e indexar o BJORL à SciELO, unificando assim as duas indexações. Vale ressaltar que continuamos a editar uma versão do BJORL, traduzida para o português e distribuída como cortesia até hoje para os associados da ABORL-CCF. VOX Otorrino | 27


PÁGINAS AZUIS

VOX – Quais foram os nomes de maior destaque entre os colaboradores e membros da equipe, desde sua criação até os dias de hoje? SC – É claro que os nomes de maior destaque na condução da história de nossa revista foram os de seus sucessivos editores e diretores de publicações, presidentes de comitê do BJORL e seus colaboradores mais próximos. Foram eles: Mário Ottoni de Rezende, Homero Cordeiro, José Eugênio de Rezende Barbosa, Rudolf Lang, Nicanor Letti, Arthur Octávio Kós, Fernando Sérgio Portinho, Ricardo Ferreira Bento, Priscila Bogar, Paulo Augusto de Lima Pontes, Carlos Alberto Herrerias de Campos, Henrique Olavo de Olival Costa, Silvio Caldas, João Ferreira de Mello Junior, Wilma Anselmo Lima, Mariana de Carvalho Leal Gouveia, Fernando Freitas Ganança, Shirley Shizue Nagata Pignatari e Eulália Sakano. Além deles, é inegável também a participação crucial de diversos editores associados e do corpo de revisores, que vêm garantindo a excelência dos artigos que são publicados no BJORL. Nossa revista deve tudo à dedicação inconteste dessas pessoas. VOX – De que forma o senhor considera que o BJORL contribui para a história da ABORL-CCF e para a Otorrinolaringologia, de modo geral? SC – Como toda ciência, a Otorrinolaringologia necessita, para o seu progresso, que todo conhecimento produzido

na área seja divulgado. E isso se faz tradicionalmente de duas formas: eventos científicos e publicações científicas. Nesse sentido, a Otorrinolaringologia brasileira e a própria ABORL-CCF não seriam o que são hoje sem o BJORL e as publicações que o antecederam. VOX – De que forma a ABORL-CCF faz com que a publicação receba reconhecimento na comunidade científica? SC – A ABORL-CCF sempre tratou a revista como prioridade absoluta nas sucessivas gestões, colocando sempre à frente dela os melhores quadros da associação, pessoas com grande experiência, como pesquisadores e integrantes de programas de pós-graduação importantes, que tivessem profundo conhecimento de como se trata a gestão da pesquisa no país. Além disso, a entidade nunca poupou recursos para fazer uma revista com alto padrão editorial, sendo isso tratado não como despesa, mas como um dos maiores investimentos na nossa especialidade. VOX – Como o senhor avalia a importância da internacionalização do BJORL? SC – A CAPES mantém, há vários anos, uma política de “elevar o sarrafo” dos nossos programas de pós-graduação. Para isso, ela eleva também o das revistas científicas. Quanto mais internacionalizada for a revista, maiores as chances de atrairmos artigos de qualidade e, consequentemente, melhorarmos o nosso fator de impacto, o que atrai ainda mais os melhores artigos, criando um ciclo virtuoso que tem colocado a nossa revista em patamares cada vez mais respeitáveis no Brasil e no mundo.

Linha do tempo da história da revista 1933

Criação da Revista Oto-Laringologica de São Paulo pelos profs. Mário Ottoni de Rezende, Homero Cordeiro e José Eugênio de Rezende Barbosa (diretores e redatores)

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1939

1952

Mudança do nome da publicação para Revista Brasileira de Otorrinolaringologia (RBORL)

A revista é incorporada à recém-criada Federação Brasileira das Sociedades de Otorrinolaringologia e Broncoesofagologia


Divulgação

Palavra da coordenadora “Acredito que as grandes Oto-Laringologica ao nível atual do BJORL, se devem, principalmente, àqueles que me antecederam nestes 85 anos desde a fundação da revista. O BJORL já se encontrava inserido nas plataformas científicas mais importantes quando iniciei minha gestão. Meu grande desafio sempre foi manter a qualidade da publicação e, na medida do possível, aumentar o seu fator de impacto e internacionalização. Com a valiosa contribuição e apoio dos membros da ABORL-CCF, de todo staff e corpo editorial, felizmente, temos conseguido levar adiante o trabalho já bem construído ao longo dos anos. O BJORL é e sempre será parte integrante da história de nossa especialidade” Drª. Shirley Pignatari Coordenadora do BJORL

Criação do cargo de editor na revista

Criação do cargo de diretor de publicações da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, para cuidar da revista e de outras publicações

Criação do cargo de editor executivo da revista, subordinado à Diretoria de Publicações, para o comando exclusivo da revista

1970

1981

2002

Indexação do BJORL à base de dados MedLine

Criação do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (BJORL)

2005

2006 Cancelamento do ISSN da RBORL e indexação do BJORL à SciELO e demais bases de dados

2008 Indexação do BJORL ao ISI

O BJORL obtém 1,412 de fator de impacto e alcança o Qualis B2 da CAPES

2011

2018 VOX Otorrino | 29


VOX NEWS

VOX NEWS

Drª. Tânia Sih alcança reconhecimento mundial

NA OTORRINOLARINGOLOGIA A profissional receberá três prêmios internacionais esse ano e foi eleita presidente do Congresso Mundial de Otorrinolaringologia Pediátrica

A

otorrinolaringologista Tânia Sih está sendo reconhecida por sua dedicação à profissão e a trabalhos realizados no âmbito educacional e científico. Formada em Otorrinolaringologia, com especialização na área pediátrica, Drª. Tânia possui uma trajetória repleta de sucessos e torna-se o décimo médico brasileiro (e a segunda mulher) a receber o prêmio do American College of Surgeons, que está em sua 104º edição de premiação. Ao selecioná-la para essa distinção, o American College of Surgeons ressalta suas realizações acadêmicas, reputação internacional e distintos serviços humanitários. Pioneira de diversas formas, ela conta, em entrevista à Revista VOX, como conseguiu ser indicada a três prêmios e ser eleita presidente do Congresso Mundial de Otorrinolaringologia Pediátrica, que ocorrerá em Buenos Aires, em abril de 2019. As três premiações internacionais às quais a especialista foi indicada têm como foco o reconhecimento de

todo o trabalho desenvolvido ao longo de sua carreira dentro da Otorrinolaringologia Pediátrica. Drª. Tânia dedicou sua vida ao campo da ciência, com atuação no cenário educacional em nível mundial, ministrando cursos e participando de eventos científicos nos cinco continentes. Suas ações abrangem não só níveis acadêmicos, como também social e humanitário. O prêmio da American Academy of Otolaryngology destaca seu trabalho como expert internacional de sua área de atuação e seu esforço em educar, treinar e dar o melhor à Otorrinolaringologia Pediátrica. “Sua dedicação na América Latina e em todo o mundo – nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento – fez a especialidade avançar de inúmeras maneiras, e aplaudimos seu compromisso com o serviço público. Você é um grande modelo para os outros profissionais da especialidade e merecedora dessa prestigiosa honra”, diz trecho da carta da academia americana.

Premiação

Local

American Academy of Otolaryngology

Atlanta

American College of Surgeons

Boston

Associação Panamericana de Otorrinolaringologia

Peru

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Drª. Tânia Sih enfatiza sua preocupação em difundir o conhecimento de forma gratuita e por isso possui, junto à Interamerican Association of Pediatric Otorhinolaryngology (IAPO), uma biblioteca virtual considerada a maior na ORL Pediátrica, com acesso gratuito. Ela tem

mais de 35 livros escritos (alguns em mais de 10 línguas estrangeiras) e todos os anos lança ao menos um, em três idiomas. Seus livros podem ser acessados na internet gratuitamente. O intuito de Drª Tânia é sempre agregar conhecimento, sem visar o lucro.

Confira as cartas enviadas à Drª. Tânia

Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica visita sede da ABORL Visita marca estreitamento da relação entre as duas especialidades Julia Lins

Esse importante encontro entre as especialidades estabelece uma discussão cordial para definir uma atuação harmoniosa das duas especialidades, visando a qualificação dos profissionais e um bom atendimento à população, que é o alvo de todo profissional médico. Apesar da proximidade entre elas, cada uma possui seus respectivos profissionais, atividades acadêmicas e assistenciais. Porém, em algumas atividades, os trabalhos são complementares. “Estamos vivendo um momento bastante grave em nosso país, com perigosa ressonância em vários segmentos, inclusive na área da Saúde. Mais do que nunca, entendemos ser de extrema importância e responsabilidade estreitarmos

Divulgação ABORL-CCF

R

ecentemente, Dr. Níveo Steffen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, visitou a sede da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORL-CCF) em São Paulo. Ao longo de sua visita, Dr. Níveo conversou com o atual presidente da ABORL-CCF, Dr. Márcio Abrahão, para discutir sobre o futuro da relação entre a Otorrinolaringologia e a Cirurgia Plástica. “Agradecemos à ABORL, na ilustre figura de seu presidente, Dr. Márcio Abrahão, por este encontro, que teve o intuito de intercâmbio de conhecimentos científicos e de gestão, e a qualificação profissional, em busca de nos tornarmos mais fortes como instituições e em defesa da Medicina. Este é um momento de união”, celebra Dr. Níveo.

Visita do Dr. Níveo Steffen à sede da ABORL-CCF

os laços de especialidades com atividades afins, por meio das sociedades que as regem, como no caso da ABORL e da SBCP”. De acordo com Dr. Níveo, sua visita marca aproximação entre as especialidades, que é algo recente e vem se mostrando de forma positiva. Além da troca de expertises, o encontro reforça a luta de ambas as instituições contra a atuação de profissionais não especializados e não médicos. “É de extrema importância trabalharmos juntos em favor dos interesses das especialidades e da Medicina, respeitando as respectivas áreas de atuação de cada uma e mantendo uma relação saudável, ética e forte. A troca é sempre benéfica e tem, como sempre, o objetivo maior de garantir a segurança dos nossos pacientes”. VOX Otorrino | 31


ESPECIAL GESTÃ O

ALGUMAS AÇÕES DA ABORL-CCF EM

2018

AABORL-CCF,quetrabalhapormeiodesuaDiretoriaExecutiva,ConselhoAdministrativoeFiscal,Comitês,Comissões,Departamentos,somandomaisde200colaboradoresquedoampartedoseutempoparacontribuirvoluntariamenteparaavalorizaçãodaespecialidade,apresenta algumas ações e números importantes do ano de 2018.

VOCÊ SABIA? BJORL O periódico completa 85 anos de existência e conquista seu espaço na literatura científica otorrinolaringológica mundial, ocupando a 25º posição entre as revistas de todo o mundo. Aumentou seu fator de impacto de 0,822 para 1,412, elevando sua procura como fonte de pesquisa e de citações. Dados para gráfico:

ANO

FATOR DE IMPACTO

2014

0.653

2015

0.730

2016

0.822

2017

1,412

COMUNICAÇÃO Nosso site passou por uma reformulação completa, com o objetivo de deixa-lo mais intuitivo e atrativo aos associados. Ele apresentou um grande aumento no número de acessos, passando de 30 mil para 50 mil acessos mensais. O aplicativo da ABORL-CCF, disponível nas plataformas IOS e Android, conta com todas as funcionalidades do site e a praticidade por meio do dispositivo móvel. Teremos o tão esperado lançamento do Censo de Otorrinolaringologia 2018 durante o 48º Congresso Brasileiro.

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1,412 0,822


DEFESA PROFISSIONAL Consultoria contenciosa a todos os associados, além do banco de pareceres; Revisão dos Termos de Ciência e Consentimento; Lançamento do Manual de Codificação dos Procedimentos em Otorrinolaringologia da ABORL-CCF (MCPO); Segunda edição do Fórum Médico Jurídico para discutir assuntos do direito médico. Consultoria consultiva e contenciosa a todos os associados, bem como banco de pareceres.

TÍTULO DE ESPECIALISTA Organização do Comitê de Título de Especialista, formado por mais de 30 membros e colaboradores focados na organização de uma das mais conceituadas provas de Títulos de Especialidade Médica; Provas testes para os residentes do primeiro e segundo ano são totalmente informatizadas e organizadas de maneira eficiente; Foram aplicadas provas para 325 inscritos.

RESIDÊNCIA E TREINAMENTO Avaliamos em 2018 diversos serviços de residência médica. Todas as provas são feitas com as despesas totalmente subsidiadas pela ABORL-CCF, garantindo um padrão aos serviços credenciados; Avaliações em plataforma totalmente informatizada e com critérios rigorosos dos avaliadores.

EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA Portal Educação Médica Continuada, um site que reúne todo nosso conteúdo referente ao assunto. O associado tem acesso a arquivos e links importantes para a formação médica; Dispolibilizamos o curso UP! Gestão de Consultório e Up! Start, com conteúdos completos sobre o tema para residentes.

EVENTOS E CURSO O Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial vai contar com mais de 2.000 inscritos! Promoção do Curso Extensivo de Foniatria da ABORL-CCF 2017, com a participação de 39 especialistas, e Curso de Medicina do Sono, com 32 inscritos; Sucesso de público no II Combined Meeting.

ÉTICA E DISCIPLINA Seguimos 2018 trabalhando no background, investigando infrações éticas no exercício da especialidade e indicando e sugerindo medidas cabíveis; Com o apoio da Defesa Profissional e o Departamento Jurídico, agimos com o propósito de prevenir danos aos associados, buscando sempre manter a responsabilidade e a disciplina para garantir o total sigilo; Criação da Ouvidoria Jurídica, que permite ao associado enviar, anonimamente, denúncias no desempenho da profissão.

CIENTÍFICO Realização do II Exame de Suficiência para obtenção do Certificado da Área de Atuação em Foniatria; Lançamento do livro “Otorrinogeriatria”

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O QUE DIZ A L E I

ACESSO À JUSTIÇA: MOMENTO DE COIBIR ABUSOS Departamento Jurídico da ABORL-CCF

O

atual sistema jurídico toma constantes decisões que desagradam os associados, sendo imperioso que esse cenário jurídico comece a ser manejado pelos operadores de direito, como vem ocorrendo em algumas decisões de primeiro grau. Esses episódios mostram indícios de novos rumos após a reforma processual, que teve início em 2015. Com a promulgação da Lei nº 13.105/15, conhecido com o novo Código de Processo Civil (CPC), houve mudanças nos aspectos que podem ser relacionados ao livre acesso à justiça, o que, desde já, distinguimos do livre acesso ao direito de petição. O ponto é que, atualmente, os tribunais têm alterado o entendimento de que a garantia do acesso à justiça não se traduz automaticamente no processo gratuito. Esse ponto está ligado à realidade de nossos associados, porque, lamentavelmente, a relação médico-paciente tem se deteriorado e, por causa disso, termina perante os tribunais, gerando um problema quando o acesso dos pacientes à Justiça ocorre de forma desacertada. Até o advento do novo Código, via de regra, o pedido era deferido mediante apresentação de declaração de hipossuficiência financeira. O que se constatou? O grave distúrbio da fonte formal do direito, ao se vulgarizar o 34 | VOX Otorrino

acesso à justiça, afinal, os benefícios da justiça gratuita isentam os recolhimentos das taxas e emolumentos judiciais obrigatórios; por outro lado, determina-se ao médico os custos relacionados a sua participação em ação judicial.

É FATO! Note que os pacientes dão largada aos processos judiciais, e o pedido de justiça gratuita é quase protagonista na esmagadora maioria das ações judiciais promovidas contra os médicos.


É positivo ver decisões judiciais, em que, atualmente, o Poder Judiciário tem exigido o cumprimento de critérios específicos à concessão da gratuidade. O destaque advém do melhor preparo dos advogados especializados que atendem os médicos atualmente, cuja atuação tem, sistematicamente, questionado tais concessões desse benefício: muitas vezes, o médico, por seu defensor legal, assevera tratar-se de paciente com boas condições financeiras e com padrão financeiro incompatível com o pedido de gratuidade. É preciso ser intolerante com processos judiciais irresponsáveis, nos quais, em alguns casos, ante a gratuidade, não há preocupação com as consequências, quando a parte requerente não se sujeita ao pagamento de custas processuais. É preciso entender que, quando o médico altera processualmente esse cenário, é certo que o paciente repensa o encaminhamento de processo judicial com pedidos teratológicos. Afinal, basta ver que não são poucos os processos cujos pedidos de condenações estão na órbita dos 200 mil, 300 mil ou 500 mil reais. O Departamento Jurídico da ABORL-CCF tem exercido os mecanismos do novo CPC para coibir abusos/ilegalidades, visto que, nos processos judiciais, o fato de impugnar e cassar gratuidades irregulares, em muitos casos, leva à extinção da demanda antes mesmo do julgamento de mérito.

É importante frisar o

esclarecimento técnico: Para distribuir uma ação judicial, a regra é recolher 1% do valor da causa (em uma ação judicial em que se pede R$500 mil reais, é preciso recolher 1% desse valor, entre outros emolumentos). Quando o paciente solicita gratuidade, nada é recolhido, portanto, não importa qual será o valor atribuído à causa ou o quanto isso impacta os cofres públicos e os contribuintes. Entretanto, quando o paciente tem conhecimento de que terá que desembolsar valores, os processos são menos alvissareiros, afinal, o paciente tem ciência de que, na improcedência da disputa, terá de ressarcir custos processuais e honorários de sucumbência à parte vencedora, tudo isso arbitrado sobre o valor da causa (o que, no TJSP, gravita entre 10% a 20% do valor atribuído ao processo).

Exemplo: paciente promove ação contra médico, requerendo condenação de danos materiais e morais que, somados, chegam a R$200 mil reais, e não paga qualquer valor, por se beneficiar da gratuidade. Se cassada essa gratuidade, o Poder Judiciário pede o recolhimento dos valores iniciais em curto prazo, o que, em vários casos, não é cumprido pela autoria da ação e, consequentemente, leva o magistrado a julgar o processo extinto, sem resolução de mérito. Por fim, cabe aos advogados e departamentos jurídicos exercer sempre a impugnação de acesso à justiça gratuita perante aqueles que utilizam de forma inadequada o comando da Lei nº 1.060/50, exigir a verdade real da vida financeira daquele que demanda contra os médicos e iluminar o caminho dos magistrados. Cabe também ao Ministério Público coibir tal prática, quando suspeitar de falta de autenticidade nas informações, para que essas ações sejam sempre objeto de correção como medida lídima de justiça. Por isso, o Departamento Jurídico da ABORL-CCF reitera seu compromisso de estar disponível para quaisquer esclarecimentos jurídicos aos associados. O acesso à justiça está previsto no artigo 5º, parágrafo XXXV, da Constituição Federal, que diz: “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito”. VOX Otorrino | 35


Esta seção é de inteira responsabilidade do Comitê de Educação Médica Continuada da ABORL-CCF

EDUCAÇÃO MÉ D ICA CO NTINU A D A

Caso clínico

Otoneurologia Drª. Juliana Antoniolli Duarte Médica otorrinolaringologista especialista em Otoneurologia e mestre pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Drª. Paula Santos Silva Fonseca Médica otorrinolaringologista especialista em Otoneurologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

A

tualmente, quando atendemos um paciente com a queixa de “tontura”, procuramos seguir os novos paradigmas, de acordo com as classificações propostas pela Bárány Society. O primeiro passo é definir se trata-se de um sintoma vestibular1, e são eles: tontura, vertigem, sintomas visuo-vestibulares e sintomas posturais. Depois os sintomas são agrupados em síndromes, de acordo com a duração dos sintomas e seus fatores desencadeantes2: síndrome vestibular aguda, síndrome vestibular episódica e síndrome vestibular crônica. Nesta edição, relataremos um caso de síndrome vestibular episódica posicional.

CASO CLÍNICO Identificação: M.D.V.G., 51 anos, feminino Queixa da paciente: vertigem há 8 anos Anamnese dirigida: a paciente referia a episódios de vertigem externa que havia começado há 8 anos, com duração de minutos. Na maioria das vezes, era posicional, desencadeada ao mover a cabeça, principalmente em decúbito lateral esquerdo e hiperextensão cervical, algumas vezes com sintomas neurovegetativos associados. Referia à história pregressa de migrânea e fazia uso de amitriptilina 25mg/dia há 2 anos, com melhora das crises de cefaleia, mas não da vertigem. HPP: a paciente negou outras comorbidades. História de abuso de carboidrato e jejum prolongado. Exame físico: otoscopia sem alterações, ausência de nistagmo espontâneo e semi-espontâneo, e as 36 | VOX Otorrino

provas: head impulse test, teste de Romberg, Unterberger-Fukuda, index-naso e diadococinesia ausente de alterações. Manobra de Dix-Hallpike com vertigem com cabeça para a esquerda e sem nistagmo, manobra de Pagnini-McClure, ausência de tontura e nistagmo. Diagnóstico sindrômico: síndrome vestibular episódica posicional. Exames complementares: limiares auditivos dentro da normalidade, timpanometria com curva A e reflexos presentes, video head impulse test (vHIT) normal, videonistagmografia (VNG) com assimetria de optocinético, prova calórica com hiperreflexia vestibular bilateral. Foi realizada manobra de Dix-Hallpike com auxílio de máscara de videonistagmografia, e identificado nistagmo oblíquo para a esquerda e para baixo, na posição com cabeça para esquerda, sem latência e não fatigável.


Figura 1

Solicitada ressonância magnética de crânio, que revelou sinais de invaginação vértebro-basilar, notando-se ápice do processo odontóide 9mm acima da linha de Chamberlaim (figura 1). Diagnóstico etiológico: invaginação vértebro-basilar (doenças da junção crânio-cervical). Possíveis diagnósticos diferenciais: VPPB, migrânea vestibular, insuficiência vertebrobasilar. Conduta: a paciente foi encaminhada para avaliação da neurocirurgia e recebeu orientações posturais e dietéticas, e meclizina 25mg de 8h/8h via oral, se necessário, para vertigem e náuseas. Discussão: entre as anomalias da junção crânio-vertebral, a invaginação basilar e a malformação de

Arnold-Chiari são as mais comuns. Os sintomas estão relacionados à compressão de estruturas do tronco encefálico e medula, dentre eles cefaleia, dor cervical, paresia espástica dos membros, alteração da sensibilidade, ataxia, vertigem e nistagmo. A invaginação basilar é uma condição rara, na qual a coluna vertebral se encontra elevada e protruída em relação à base do crânio. Pode ser congênita ou adquirida, devido a defeitos no desenvolvimento do tecido conjuntivo/ósseo, ou ser idiopática. O diagnóstico é feito quando o processo odontoide está localizado acima da linha de Chamberlaim. O tratamento é cirúrgico, por meio da descompressão e estabilização da junção crânio-vertebral.

Acesse as imagens referentes ao caso clínico pelo QR Code:

COMENTÁRIOS Quadros clínicos como anomalias da junção crânio-vertebral e quadros de insuficiência vertebrobasilar constituem importantes diagnósticos diferenciais nos casos de vertigem posicional. A observação cuidadosa dos nistagmos de posição e posicionais atípicos é imprescindível para um correto diagnóstico e manejo adequado, pois, nesses casos, manobras de reposicionamento de otólitos para vertigem periférica podem agravar o quadro.

Referências 1) Bisdorff AR, Von Brevern M, Lempert T, Newman-Toker DE. Classification of vestibular symptoms: Towards an international classification of vestibular disorders. J Ves Res. 2009;19:1-13. 2) Newman-Toker DE, Edlow JA. TiTrATE: a novel, evidence-based approach to diagnosing acute dizziness and vertigo. Neurol Clin. 2015; 33:577-99.

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ABORL- CCF EM A ÇÃ O

Conheça o comitê de

COMUNICAÇÃO

da ABORL-CCF O comitê facilita a relação da associação com o associado

Silvia Buzinari

O

Comitê de Comunicação da ABORL-CCF foi criado com o objetivo de melhorar a qualidade da relação entre a associação e o associado, levando mais informações e aprimorando a capacidade de receber sugestões. A ideia de criar um comitê especializado na área também foi fruto da necessidade de ter mais pessoas se dedicando a esse trabalho e elaborando novas ferramentas e ideias que pudessem facilitar essa comunicação da ABORL-CCF com todo o público externo, de forma geral. Como tudo começou... No ano de 2008, Dr. Marcelo Piza, um dos idealizadores do atual comitê, trabalhava na então Diretoria de Comunicação da ABORL-CCF, que realizava 38 | VOX Otorrino

a atividade de assessoria de imprensa. Na época, dois membros cuidavam dessa parte, além de realizar o envio das newsletters para os associados e a atualização do site da associação. De acordo com Dr. Marcelo, em 2011, tornou-se necessário criar um Comitê de Comunicação, para centralizar as atividades da área, além de possibilitar o surgimento de novas atividades e ideias que fossem interessantes para os associados e para a própria ABORL-CCF. “O comitê surgiu com o intuito de melhorar nossos meios de comunicação, como o próprio site, e para unir mais pessoas engajadas nesse propósito, pois, dessa forma, mais ideias apareceriam e poderiam ser incorporadas”, lembra.


“O comitê surgiu com o intuito de melhorar nossos meios de comunicação, como o próprio site, e para unir mais pessoas engajadas nesse propósito, pois, dessa forma, mais ideias apareceriam e poderiam ser incorporadas” Dr. Marcelo Piza

Divulgação

“Somos o ponto de contato na relação entre associação e associado. Gosto de pensar que representamos a voz do associado aqui dentro e, ao mesmo tempo, que precisamos fazer a ABORL-CCF ser ouvida lá fora” Dr. Marco Antonio Corvo, presidente do Comitê de Comunicação

O comitê hoje O Comitê de Comunicação da ABORL-CCF conta com um presidente, atualmente Dr. Marco Antonio Corvo, um secretário e sete membros, todos eleitos pelos próprios associados. Para auxiliar o grupo de médicos do comitê, a associação conta com uma equipe de jornalistas, uma empresa de Relações Públicas e uma editora responsável pela elaboração da Revista VOX. Para Dr. Marcelo, uma das principais diferenças da versão anterior do comitê, da qual fazia parte, para a atual é o auxílio que as redes sociais dão ao trabalho. “Acho que o que mais mudou foi, principalmente, a velocidade de troca de ideias por aplicativos de comunicação, como o WhatsApp. O que era feito via e-mail passou a ser quase instantâneo”, analisa o especialista. A voz do associado O Comitê de Comunicação é a principal porta de entrada de opiniões, sugestões e críticas dos associados. Com a agilidade da comunicação entre os membros, muito frequentemente uma ideia que chega ao comitê é enviada a todos, discutida e implementada. “Somos o ponto de contato na relação entre associação e associado. Gosto de pensar que representamos a voz do associado aqui dentro e, ao mesmo tempo, que precisamos fazer a ABORL-CCF ser ouvida lá fora”, resume Dr. Marco Antonio. Contatos ABORL-CCF: Instagram: @aborlccf Facebook: /aborlccf

Membros do Comitê Presidente Marco Antonio dos Anjos Corvo - São Paulo Secretário Ricardo Landini Lutaif Dolci - São Paulo Membros Fabrizio Ricci Romano - São Paulo Alexandre Beraldo Ordones - Passos Maria Dantas C.L.Godoy - São Paulo Ingrid Helena Lopes de Oliveira - São Paulo Renata Dutra De Moricz - São Paulo Allex Itar Ogawa - Londrina Distrital Nordeste Alvaro Vitorino de Pontes Jr. - João Pessoa

Aplicativo e site Segundo o presidente, além de todas as atividades ligadas à interação com o público, o comitê também é responsável pelo site e pelo aplicativo da ABORL-CCF. Atualmente, o site passou por uma mudança, visando à facilidade na navegação, atendendo a sugestões que foram enviadas pelos associados ao comitê de comunicação e, de fato, concretizadas. “O aplicativo foi um sucesso total entre os associados e, por isso, tivemos a ideia de aprimorá-lo, tornando-o fixo e informativo”, informa.

Telefones: 0800 7710 821 - (11) 5053-7500 - FAX: 5053-7512 Whatsapp: (11) 95266-1614 e-mail: <comunicacao@aborlccf.org.br>

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QUALIDADE DE V ID A

O amor pelo fundo do mar Drª. Isis Rocha fala sobre a paixão por praticar mergulho Silvia Buzinari

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O

mar desperta o interesse de muitas pessoas, principalmente pelos mistérios que guarda. A otorrinolaringologista Drª. Isis Rocha Dias Gonçalves é exemplo: desde a infância possui uma interação com as águas salgadas e as vidas que nelas habitam. O interesse virou uma paixão quando a especialista fez uma viagem com os pais para Fernando de Noronha e realizou um mergulho conhecido como Discovery, no qual é possível mergulhar com o auxílio de um profissional e sem necessidade de um curso prévio. “Nesse mergulho, observei muito peixes coloridos, nadei com uma tartaruga e vi uma moreia verde gigante. Senti uma sensação maravilhosa e logo pensei: ‘Preciso fazer isso mais vezes!’”, lembra, empolgada.

Como tudo começou... A otorrino conta que após essa viagem, em que descobriu a paixão pelo mar, a época não era propícia para que pudesse se aventurar mais nesse universo e seguir praticando mergulho. “A viagem aconteceu em uma época na qual eu estava muito focada nos estudos, então, esse sonho teve que esperar muito tempo. No fim, acabei fazendo a faculdade, a residência, fellow e mestrado, sempre adiando essa ideia”, explica. Drª. Isis mergulhou, de fato, no sonho quando conseguiu uma rotina profissional mais tranquila. A médica fez o primeiro curso de mergulho e nunca mais parou.

“Quando os estudos se acalmaram um pouco, resolvi fazer o curso básico de mergulhador. Comecei a frequentar todas as saídas de mergulho que conseguia e fui emendando vários cursos na sequência, visando aprender mais”, relata. A especialista tem o sonho de tornar a atividade, que hoje é um hobby, em algo profissional, trabalhando como instrutora de mergulho. “Até chegar a esse estágio, ainda tenho um logo caminho a percorrer. Acabei de fazer a certificação de rescue diver – pré-requisito para iniciar o curso de divemaster –, e só após essas etapas é que se pode virar instrutora de mergulho”, completa.

“Para mergulhar, é necessário realizar uma equalização adequada para os ouvidos se adaptarem às pressões elevadas. Pelo fato de ser otorrino, consigo entender toda essa técnica. Problemas para equalizar são bem frequentes – em uma viagem de mergulho, quase sempre tem alguém com esse quadro, e, muitas vezes, posso ajudar” VOX Otorrino | 41


Entre o consultório e o fundo do mar Drª. Isis conta, ainda, que administrar a prática de mergulho com o dia a dia da Medicina é algo bem simples se o profissional não for viciado em trabalho. “É uma questão de escolha e adequação profissional: não dá para trabalhar todos os finais de semana e é preciso aproveitar os períodos de férias. Se deixar os finais de semana e feriados livres e tirar duas férias ao ano, dá para mergulhar bastante”, argumenta. A especialista garante que o fato de ter estudado Medicina é um ponto positivo durante os mergulhos, pois o conhecimento permite à profissional entender melhor o próprio corpo e seus limites, e saber como lidar com situações adversas. “Para mergulhar, é necessário realizar uma equalização adequada para os ouvidos se adaptarem às pressões elevadas. Pelo fato de ser otorrino, consigo entender toda essa técnica. Problemas para equalizar são bem frequentes – em uma viagem de mergulho, quase sempre tem alguém com esse quadro, e, muitas vezes, posso ajudar”, afirma. A profissional conta que muitos dos amigos de profissão acham o hobby legal e pensam até em começar a praticar mergulhos, já outros acham uma atividade perigosa e arriscada. “Um comentário bastante comum de meus colegas otorrinos é o medo de ser atacado por tubarões, mas isso é raro de acontecer”, salienta. De acordo com Drª. Isis, assim como o amor pela Medicina, a paixão por realizar mergulhos é algo que só aumenta. “No quesito expectativas para o futuro, o mergulho é um pouco como a Medicina: os objetivos e aprimoramentos nunca terminam!”, define.

“No quesito expectativas para o futuro, o mergulho é um pouco como a Medicina: os objetivos e aprimoramentos nunca terminam!” 42 | VOX Otorrino


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03 DE NOVEMBRO, A PARTIR DAS 20h00 NO CENTRO DE CONVENÇÕES DE JOÃO PESSOA Para fechar com muita energia e descontração, este ano teremos grandes bandas do Cenário Musical Brasileiro!

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