Revista Vox 173

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Edição 173 | Ano XXIV | www.aborlccf.org.br

Gestão e carreira Terceirize questões administrativas e foque no seu trabalho

Congresso Brasileiro Festa de encerramento conta com show dos Titãs!

ABORL-CCF divulga o que tem feito em defesa

da especialidade

Páginas Azuis: Dra. Melissa Avelino fala sobre a pesquisa da UFG que detecta câncer através da cera de ouvido e sobre a participação dela em Audiência Pública em Brasília


Mensagem do

PRESIDENTE Divulgação ABORL-CCF

Luiz Ubirajara Sennes

C

aros associados, nesta edição da VOX Otorrino teremos matérias para comemorar e lamentar. Iniciamos com as boas notícias: é com muita satisfação que estamos concluindo os preparativos da 49ª edição do Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. É a vez da capital do país receber o nosso Congresso com colegas vindos de todas as partes do Brasil e do mundo. Durante quatro dias o evento irá oferecer um compêndio da atualização científica e prática, dedicando parte das atividades à dissecção de cadáveres, assim como no ano anterior. E mais, a sessão “Dia a dia no consultório” traz assuntos do cotidiano médico que permeiam a atuação de profissionais em diferentes estágios da carreira. O II Encontro Multiprofissional também privilegiará temas essencialmente práticos, abordados pelas diferentes perspectivas de uma rica discussão por diferentes profissionais. Esse encontro permite, assim, uma ampla troca de ideias e experiências visando o melhor para o nosso paciente. O dia 30 de outubro irá marcar o início das atividades, trazendo nossos tradicionais pré-congressos e um dos maiores destaques é o 12th International Symposium on Recent Advances in Rhinosinusitis and Nasal Polyps. Mais de 20 convidados internacionais compõem a grade do evento, que promete movimentar a Rinologia e contribuir

com a formação de todos os presentes. A cerimônia de abertura abordará um tema importantíssimo: Futuro Digital - o impacto das novas tecnologias na medicina e seus desdobramentos. Outra novidade para esse ano será a atração musical da nossa festa de encerramento. A noite de sexta-feira do Congresso vai ser embalada ao som da banda Titãs! Para lamentar: Estamos completando 70% da gestão 2019 e o assunto que mais preponderou nesse período foi a ameaça à atividade profissional do médico. Como a capacidade de atuação da ABORL-CCF nesses assuntos é limitada, isso vem trazendo muita insatisfação entre os associados. Dessa forma, aproveitamos essa edição para relatar de forma realista e transparente as ações da Defesa Profissional frente a essa verdadeira enxurrada de demandas. A falta de resultados mais concretos retrata nossas limitações estatutárias e legais, e não falta de atuação e empenho. É importante ressaltar que nossa associação é considerada um exemplo entre as sociedades de especialidade, sendo frequentemente citada como modelo de organização e controle sobre todas as atividades que exerce. Nossos Comitês, Comissões e Departamentos congregam mais de 200 membros e colaboradores que atuam para construir uma entidade cada vez mais forte e representativa. Grande abraço,

Diretoria 2019 Presidente Dr. Luiz Ubirajara Sennes - São Paulo (SP) Primeiro Vice-Presidente Dr. Geraldo Druck Sant”Anna - Porto Alegre (RS) Segundo Vice-Presidente Dr. Eduardo Baptistella - Curitiba/PR Diretor-Secretário Dr. Ronaldo Frizzarini - São Paulo (SP) Diretora-Tesoureira Dra. Renata Dutra de Moricz - São Paulo (SP)

Diretor-Secretário Adjunto Dr. Eduardo Macoto Kosugi - São Paulo (SP) Diretor-Tesoureiro Adjunto Dr. Joel Lavinsky - Porto Alegre/RS

PRESIDENTES DOS COMITÊS Comitê de Eventos e Cursos Dr. Vitor Guo Chen - São Paulo (SP) Comitê de Comunicação Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci - São Paulo (SP)

Comitê de Educação Médica Continuada Dra. Roberta Boeck Noer Pilla - São Paulo (SP) Comitê de Ética e Disciplina Dr. Roberto Campos Meirelles - Rio de Janeiro Comitê de Residência e Treinamento Dr. Ali Mahmoud - São Paulo - SP Comitê de Título de Especialista Dr. Rodolfo Alexander Scalia - São Paulo Comitê de Defesa Profissional Dr. Casimiro Villela Junqueira Filho - Rio de Janeiro Comitê de Planejamento Estratégico Dr. Jose Eduardo Lutaif Dolci - São Paulo


6 Páginas azuis: Entrevista Dra. Melissa Avelino 10 Congresso Brasileiro: Convidados Internacionais e Show de Encerramento 16 Conduta médica: Atestado Médico, parte 2 18 Capa: ABORL-CCF divulga o que tem feito em defesa da especialidade 23 Especial Gestão: Ações de destaque da ABORL-CCF em 2019 26 Gestão e Carreira: Terceirização de serviços administrativos 30 Educação Médica Continuada

EXPEDIENTE ABORL-CCF

5 Carta ao leitor

CARTA AO

LEITOR Trabalho e consolidação

Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci Presidente do Comitê de Comunicações

VOX Otorrino Presidente: Dr. Luiz Ubirajara Sennes

Comitê de Comunicações:

Ricardo Landini Lutaif Dolci Alexandre Beraldo Ordones Andre Alcantara Csordas Davi Knoll Ribeiro Edson Ibraim Mitre Fabrizio Ricci Romano Hormy Biavatti Soares Ingrid Helena Lopes de Oliveira Luiz Fernando Manzoni Lourençone

Assistente de Comunicação da ABORL-CCF: Eduardo Vianna

Conteúdo jornalístico: AG Comunica

Jornalista responsável: Renato Gutierrez

Fotos:

Divulgação ABORL-CCF e arquivo pessoal

Diagramação:

Ronaldo Lopes Tesser Leandro Galha Sgobbi

Produção:

Eskenazi Indústria Gráfica Fone: (11) 3531-7900

Periodicidade: Bimestral

Tiragem:

O

lá, caros leitores! Chegamos à edição 173 da Vox Otorrino com abordagem de temas relevantes para toda a classe! Nosso Presidente, Prof. Dr. Luiz Ubirajara Sennes, divulga as ações que estão sendo tomadas pela ABORL-CCF relacionadas a temas de defesa da especialidade, esclarecendo questões que tanto inquietam todos nós, médicos otorrinolaringologistas. Também trazemos mais detalhes sobre os convidados internacionais que participarão do 49º Congresso Brasileiro, assim como revelamos quem fará o show de encerramento do encontro: os Titãs! Nas páginas azuis, Dra. Melissa Avelino fala sobre a pesquisa desenvolvida pela UFG, onde se descobriu que através de um exame que analisa a cera extraída do ouvido é possível detectar se a pessoa possui câncer. Ela fala também a respeito da Audiência Pública promovida no Congresso Nacional, tendo como tema o tratamento de crianças com traqueostomia. Na coluna VOX News, Dr. Ricardo Ferreira Bento, presidente da ABORL-CCF entre 2008 e 2010, fala sobre a ação “Ear Parede”, que espalhou por São Paulo mais de 60 esculturas de orelhas gigantes para alertar a população sobre a importância da saúde auditiva. Abordamos também os mais recentes cursos promovidos pela entidade, fique por dentro do que oferecemos aos Associados e se mantenha atualizado. Tenham todos uma ótima leitura e nos vemos em Brasília, durante o 49º Congresso Brasileiro, até lá!

6.500 exemplares

Ricardo Landini Lutaif Dolci

34 O que diz a Lei: Cédula de identidade médica 36 Conquistas ABORL-CCF: Auditoria para manutenção da certificação ISO 9001 38 Vox News: Cursos UP!, Itinerante e Ação “Ear Parade”

Espaço do leitor

40 Qualidade de vida: Revitalização de Praças Públicas 42 HumORL

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco: comunicacao@aborlccf.org.br (11) 95266-1614


PÁGINAS AZUI S

DRA. MELISSA AVELINO,

QUE FALA SOBRE O TRABALHO DE PESQUISA NA UFG, QUE RENDEU PUBLICAÇÃO EM UMA DAS MAIS RENOMADAS REVISTAS CIENTÍFICAS DO MUNDO. E TAMBÉM A LUTA JUNTO A AUTORIDADES EM DEFESA DE CRIANÇAS TRAQUEOSTOMIZADAS. ELA DÁ MAIS DETALHES A RESPEITO NESTA ENTREVISTA CONCEDIDA PARA AS PÁGINAS AZUIS DA VOX OTORRINO, CONFIRA. Dra. Melissa A.G. Avelino Pós-Doutora em ORL-CCP pela UNIFESP-EPM Prof. Associada da Universidade Federal de Goiás e da PUC-GO Otorrino Pediatra do Hospital da Criança de Goiânia e do HMI

VOX OTORRINO: Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás descobriram que, através de um exame que analisa a cera extraída do ouvido, é possível detectar se a pessoa possui câncer. Como se deu o processo de desenvolvimento desse estudo? Dra. Melissa Avelino: Essa pesquisa é fruto de uma parceria de cerca de cinco anos. Ela ocorreu através de um convite do Professor Nelson Roberto Antoniosi Filho, da Química da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele estava recebendo uma pesquisadora egípcia, a Dra. Engy Shorky (doutora em Farmácia pela Universidade do Cairo), ela veio ao Brasil para fazer o Pós-Doutorado e, inicialmente, tinha a intenção de desenvolver um ceratolítico. Foi aí que o Prof. Nelson propôs o estudo de substâncias no cerume do ouvido e, a partir de então, iniciaramse as pesquisas. Os estudos também foram realizados com cerume de cachorros e outros animais que geraram algumas publicações. Em humanos foi possível detectar os pacientes com diabetes e também diferenciar DM tipo I ou DM tipo II. O estudo foi,

VOX: Quanto tempo a pesquisa levou até ser publicada? M.A.: O aceite e a publicação na Scientific Reports da Nature se deu de forma muita rápida, a partir dos resultados que obtivemos através do “cerumenograma”, exame para detecção do câncer através do cerume. Ficamos muito felizes e também impressionados com a sensibilidade de 100% que obtivemos no estudo do cerume em relação à presença de biomarcadores no grupo em estudo (câncer), quando comparado com grupo controle (pacientes do ambulatório da otorrino do HC-UFG sem câncer). Assim, logo que enviamos para a publicação já percebemos o quanto foi bem aceito o estudo, pois mesmo em se tratando de um periódico muito rigoroso, um dos revisores já aprovou a publicação e o outro fez apenas pequenos questionamentos. Foi então publicado em 13 de agosto e, felizmente, em menos de um mês o artigo já teve mais de 4 mil acessos. VOX: Quantos profissionais estiveram envolvidos e de quais áreas de atuação? M.A.: A pesquisa envolveu três professores da UFG (Prof. Nelson e Prof. Anselmo, químicos; e eu, Professora da Otorrinolaringologia do HC-UFG); além da pesquisadora e Pós-Doutoranda Engy Shorky, que atualmente está na Alemanha; e mais três alunos de pós-graduação da química: João Marcos, Naiara e Lurian; e dois residentes do serviço de ORL do HC-UFG: Marina e Camila, sendo que ambas já terminaram a residência.

Renato Gutierrez / Fotos: Arquivo pessoal

“O aceite e a publicação na Scientific Reports da Nature se deu de forma muita rápida, a partir dos resultados que obtivemos através do cerumenograma, exame para detecção do câncer através do cerume.” Dra. Melissa Avelino 6 | VOX Otorrino

então, publicado em 2017 no Journal of Proteomics, bem como apresentado no Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia em Goiânia, porém sem repercussões favoráveis.

Essa pesquisa é um marco em relação à inovação no diagnóstico e seguimento do câncer. O ceruminograma poderá ser um método rápido, barato e acessível à população.

UMA CONVERSA COM A

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PÁGINAS AZUI S

VOX: Como enxerga o resultado dessa pesquisa em relação aos benefícios que ela pode trazer às pessoas? M.A.: Acredito que essa pesquisa é um marco em relação à inovação no diagnóstico e seguimento do câncer. O ceruminograma poderá ser um método rápido, barato e acessível à população. Não exige tecnologia e qualquer laboratório poderia fazer o estudo destas substâncias voláteis presentes no cerume que foram biomarcadores com sensibilidade de 100% no nosso estudo. Mas, sem dúvidas, as nossas pesquisas vão continuar e esperamos num futuro próximo poder tornar ceruminograma um exame da prática diária do médico.

VOX: Como funciona o exame e em quanto tempo sai o resultado? M.A.: O cálculo inicial do Professor Nelson Roberto Antoniosi Filho e sua equipe em relação ao custo do exame gira em torno de 400 reais, e o tempo de execução fica entre 3 a 5 horas.

VOX: Outro tema relevante que gostaríamos de abordar é a Audiência Pública que abordou a questão do tratamento de crianças com traqueostomia. A senhora esteve presente a este evento, qual sua impressão a respeito? M.A.: Em relação a Audiência Pública sobre Crianças Traqueostomizadas, a ação ocorreu no dia 8 de agosto, na Câmara dos Deputados, em Brasília, a pedido do Deputado Federal Zacarias Calil (DEM/ GO). Essa iniciativa teve como objetivo chamar a atenção dos políticos sobre o descaso em relação aos cuidados com as crianças traqueostomizadas no Brasil. Não existem linhas de cuidados, nem mesmo códigos adequados para as trocas regulares de cânula. Tivemos, inclusive, o depoimento de mães e de vários colegas sobre todas as dificuldades que familiares e cuidadores destas crianças enfrentam no dia a dia. Em 2016, um projeto elaborado por nós, dentro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe) e com apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), sobre a necessidade de Protocolos de Atendimentos em Crianças Traqueostomizadas, foi entregue no Ministério da Saúde e, desde então, infelizmente nada progrediu. Agora, com esta audiência, esperamos que o representante presente do Ministério da Saúde leve para frente as nossas reinvindicações.

dados consistentes a respeito do problema no nosso País. E, finalmente, que se criem linhas de cuidados e assistência a estas crianças. VOX: Como acredita que esse tipo de iniciativa pode beneficiar a população? M.A.: Essa iniciativa tem o intuito de melhorar a assistência a nossas crianças traqueostomizadas, que infelizmente apresentam complicações ou até mesmo vão a óbito por falta de cuidados adequados. Temos que lembrar que a melhoria que tivemos nos últimos anos nas nossas Unidades de Terapia Intensiva tem levado também a um aumento no número de crianças traqueostomizadas, que após a alta das UTIs deixam de ter a assistência adequada para manutenção de sua saúde.

VOX: O que ficou definido e quais os próximos passos a serem tomados? M.A.: Na oportunidade, solicitamos a criação do Dia da Criança Traqueostomizada, e que se tornem de notificação compulsória as traqueostomias realizadas em neonatos e crianças no Brasil, para assim termos

Temos o intuito de melhorar a assistência a nossas crianças traqueostomizadas, que infelizmente apresentam complicações ou até mesmo vão a óbito por falta de cuidados adequados.

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BRASILEIRO

CONVIDADOS INTERNACIONAIS ABRILHANTAM AINDA MAIS O 49º CONGRESSO BRASILEIRO Mais de 20 palestrantes estão confirmados, vindos de todas as partes do mundo Renato Gutierrez I Fotos: Arquivo pessoal

A

capital do país está de portas abertas para receber colegas da especialidade vindos de todas as partes do Brasil e do mundo. De 30 de outubro a 2 de novembro, Brasília abrigará centenas de otorrinolaringologistas brasileiros e os mais de 20 convidados internacionais que compõem a grade do evento para o maior encontro da especialidade já realizado. “Contamos com uma programação minuciosamente preparada, que oferecerá muita atualização científica e prática, além de assuntos do cotidiano médico que perpassam toda a atuação de profissionais em diferentes estágios da carreira. Tratase de uma ampla confluência de ideias para que seja possível extrair o máximo das temáticas relacionadas à Otorrinolaringologia”, resume o presidente da ABORL-CCF, Dr. Luiz Ubirajara Sennes.

Aliás, o 12º Simpósio Internacional, que acontecerá em formato de Joint Meeting, merece grande ressalva. Após rodar o mundo, tendo sido realizado na Bélgica, Croácia, Filipinas, Índia, Japão, Malásia, Panamá, Rússia, Turquia e Ucrânia, finalmente o evento chega pela primeira vez na América do Sul e será promovido simultaneamente ao Congresso ABORL-CCF 2019.

“A ideia é promover uma grande troca de experiências clínico-cirúrgicas aplicadas no tratamento das rinossinusites, rinites, polipose nasal e tumores.”

“Contamos com uma programação minuciosamente preparada e que oferecerá muita atualização científica e prática.”

Dr. Marcio Nakanishi

Dr. Luiz Ubirajara Sennes Não há como não destacar a presença dos convidados internacionais. Vindos de todas as partes do mundo, mais de 20 profissionais de altíssimo nível estão confirmados e irão enriquecer ainda mais o conteúdo de temas e debates ao longo do 49º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia CérvicoFacial e do 12º Simpósio Internacional sobre Avanços Recentes em Rinossinusites e Pólipos Nasais.

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Tendo como tema “Evidência Científica e Troca de Experiências”, o encontro vai discutir os recentes avanços na rinossinusite, apresentando aos participantes as pesquisas mais atuais publicadas a respeito. “Serão discutidos os últimos estudos no campo da genética, microbiologia, medicina molecular, medicina de precisão, terapias imunológicas, técnicas e equipamentos cirúrgicos. A ideia é promover uma grande troca de experiências clínico-cirúrgicas aplicadas no tratamento das rinossinusites, rinites, polipose nasal e tumores”, afirma o presidente da Academia Brasileira de Rinologia, Dr. Marcio Nakanishi. Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Itália, Japão, Rússia e Turquia estão entre os países representados por especialistas confirmados! Conheça um pouco mais sobre alguns deles:

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BRASILEIRO

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Albert Merati (EUA) Tem mais de 115 publicações revisadas e também é o principal editor do Textbook of Laryngology. Ganhou dois prêmios da Academia Americana de Otorrinolaringologia e é o atual presidente da AAOHNS e da American Broncho-Esophagological Association.

Gil M. Vicente (FIL) Ex-Presidente da Sociedade Filipina de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. É autor e coautor de vários artigos sobre rinologia, tendo apresentado trabalhos em reuniões internacionais nos EUA, Europa, Austrália, Ásia e Índia.

Amin Javer (CAN) Mais de 100 publicações e mais de 15 capítulos de livros. Já recebeu vários prêmios e honras em pesquisa e ensino cirúrgico durante a carreira. É professor titular do departamento de cirurgia da Universidade da Colúmbia Britânica.

Giulio Cesare Passali (ITA) Professor do Instituto de Otorrinolaringologia da Universidade Católica do Sagrado Coração, em Roma. Participou de mais de 170 conferências nacionais e internacionais e colaborou na elaboração de mais de 150 publicações.

Andrey Lopatin (RUS) Presidente da Federação Russa, consultor sênior e cirurgião, Presidente da Sociedade Rinológica Russa e ex-Presidente do Simpósio Internacional sobre Avanços Recentes em Rinossinusite e Pólipos Nasais (ISRNP).

Jacques Magnan ORL e Cirurgia de Cabeça e Pescoço no Hospital Nord, da Universidade de Aix-Marselha, França. Presidente honorário da EAONO e da Politzer Society, membro fundador da European Academy ORL-Head & Neck.

Daniel Gold (EUA) Professor Assistente de Neurologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Neurocirurgia e Medicina de Emergência na Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins.

Joseph Han (EUA) Professor do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço na Eastern Virgínia Medical School. Chefe da Divisão de Rinologia e Cirurgia endoscópica da base do crânio e também chefe da Divisão de Alergia. Presidente eleito para o Comitê de Rinite, Rinossinusite e Alergia Ocular da Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia.

Daniela Carvalho (EUA) É otorrinopediatra do Rady Children’s Hospital em San Diego, Califórnia, onde também é chefe do serviço de cirurgia. Professora titular da University of California at San Diego (UCSD).

Luisa Bellussi (ITA) Professora Associada de ORL na Universidade de Siena. Autora de mais de 400 artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais.

Desidério Passali (ITA) Membro da Academia Nacional de Ciências da Rússia, é autor de mais de 850 artigos científicos e possui mais de 40 livros publicados.

Mário Sanna (ITA) Fundador e diretor do Gruppo Otologico (Piacenza, Roma) e da Fundação Mario Sanna, ONLUS, um centro de otologia internacionalmente aclamado, com implantes auditivos e cirurgias de base de crânio.

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BRASILEIRO

Peter Baptista (ESP) Consultor Clínico no Departamento de Otorrinolaringologia da Clínica Universidad de Navarra. Realizou a primeira e única série de implante de estimulação do nervo hipoglosso na Espanha.

Raymond Van de Berg (HOL) Cirurgião otorrinolaringologista no Centro Médico da Universidade de Maastricht, Holanda. É chefe do Departamento de Audiologia, Chefe do Departamento Vestibular e professor assistente na Faculdade de Física de Tomsk, na Rússia.

Samuel Selesnick (EUA) Professor e vice-presidente do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Weill Cornell Medical College e membro do Departamento de Neurocirurgia do Memorial Sloan Kettering Cancer Center.

Presenças confirmadas também de: Emre Ilhan (Turquia), Felice Scasso (Itália), Gaetano Motta (Itália), Hideyuki Kawauchi (Japão), Marco Piemonte (Itália) e Mikiya Asako (Japão). E, para encerrar o encontro, uma festa de arromba, em grande estilo, com um super show dos Titãs! Mas atenção, a festa de encerramento, que tradicionalmente ocorria na noite do último dia de Congresso (sábado), agora passa a ser realizada na sexta-feira. “Entendemos que no sábado à noite muitos participantes já haviam retornado para suas cidades, por isso decidimos alterar a data da festa para a noite de sexta-feira. Assim, mais congressistas têm oportunidade de interagir e aproveitar esse congraçamento”, explica o presidente do Comitê de Eventos da ABORL-CCF, Dr. Vítor Chen.

É sempre bom lembrar que, para participar da festa, é necessário estar inscrito no Congresso e adquirir o convite antecipadamente. “A mudança na data da festa de encerramento se deu para que um número maior de congressistas tenha a oportunidade de participar e desfrutar deste momento”

Dr. Vitor Chen

TITÃS

Shin-ichi Haruna (JAP) Professor e Presidente da Dokkyo Medical University em 2006. Hoje, seu principal estudo é em condição patológica das vias aéreas superiores, especialmente eosinofilia e cirurgia endoscópica dos seios da face.

Tyruchi Narayanan Janakiran (IND) Reconhecido internacionalmente por seu trabalho em Cirurgia da Base do Crânio, é pioneiro no Manejo Endoscópico do Angiofibroma Nasofaríngeo Juvenil.

Vsevolod Polotsky (EUA) Professor de Medicina, Diretor da área de Pesquisa Básica do Sono. Divisão de Medicina Pulmonar e Cuidados Críticos no Departamento de Medicina da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins.

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CONDUTA MÉD ICA

Atestado médico:

mera burocracia ou essencial para o exercício profissional? Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr., do Departamento Jurídico da ABORL-CCF

parte 2

seja, revelar fatos relacionados ao paciente, sem a sua autorização prévia ou de seu representante legal, é infração ética. Resolução CFM nº18/51/2008 Art.5º Os médicos somente podem fornecer atestados com o diagnóstico codificado ou não quando por justa causa, exercício de dever legal, solicitação do próprio paciente ou de seu representante legal. Parágrafo único – No caso da solicitação de colocação de diagnóstico, codificado ou não, ser feita pelo próprio paciente ou seu representante legal, esta concordância deverá estar expressa no atestado. POSSO COBRAR PELA EMISSÃO DO ATESTADO MÉDICO? O médico não pode cobrar pela emissão do atestado médico, pois é ato inerente à consulta. A cobrança é tipificada como infração ética. POSSO NEGAR EXPEDIR ATESTADO MÉDICO? Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou representante legal, é tipificado como infração ética profissional. POSSO FORNECER ATESTADO MÉDICO SEM EXAMINAR O PACIENTE? Não. Precede a emissão do atestado médico à consulta médica. Emitir atestado sem examinar o paciente é infração ética.

Dando continuidade ao tema “Atestado Médico”, abordado inicialmente na edição passada da VOX Otorrino, falaremos mais a respeito, focando em outras questões que também são de alta relevância para este assunto. ORIENTAÇÕES PRÁTICAS: ATESTADO MÉDICO FALSO As declarações do médico no exercício profissional gozam de ato de fé pública. No entanto, atestado médico falso é crime tipificado como crime. Necessário que o médico tenha agido de má-fé. 16 | VOX Otorrino

artigo 302 do Código Penal Brasileiro: Art. 302 – Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena – detenção de um mês a um ano. Parágrafo único – Se o crime for cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. CID - VIOLAÇÃO DE SIGILO É vedado ao médico codificar o diagnóstico no atestado médico, salvo com autorização expressa do paciente ou representante legal, cuja concordância deverá estar expressa no atestado. Caso contrário, é infração ética tipificada no artigo 73 do Código de Ética Médica, por violação do sigilo profissional, ou

ATESTADO MÉDICO COM RASURA, TEM VALIDADE? Tanto o atestado médico como qualquer outro documento médico rasurado não têm validade. Deve ser emitido de forma clara, letra legível e sem rasuras. A EMISSÃO DO ATESTADO MÉDICO PODE FICAR A CARGO DA SECRETÁRIA? Não, emitir atestado médico – é ato médico – e, portanto, prerrogativa do profissional médico, sendo vedado sua emissão pela secretária.

AS FILHAS DO MEU PACIENTE SOLICITARAM UM ATESTADO TRANSFERINDO A ELAS O DIREITO DE RECEBER OS PROVENTOS DO INSS PELO PAI, VISTO QUE ELE É IDOSO E SE ENCONTRA ACAMADO. DEVO CONCEDER? (FONTE CREMESP) Não cabe ao médico estabelecer no documento qual será seu uso – ou seja, a “transferência de benefício” a alguém. Deve limitar-se a atestar a condição de saúde do paciente, para que este (ou seu representante legal) constitua legalmente um procurador para aquela finalidade. Não há questionamento ético, então, se for solicitado pelo responsável legal atestado que comprove a condição médica do paciente, verificada em consulta – por exemplo, que seu quadro atual o impede de deambular –, e tais informações solicitadas sirvam para beneficiá-lo. PARA AGILIZAR O EXPEDIENTE ADMINISTRATIVO PODE O PROFISSIONAL MÉDICO USAR MODELO PADRÃO DE ATESTADO MÉDICO? Considerando que cada paciente apresenta características e condições de saúde particulares e especificas, não recomendamos à utilização de modelo padrão de atestado médico, que deve ser preenchido especificamente para cada paciente. Nota-se que os documentos médicos decorrentes da relação médico-paciente não são mera burocracia, mas essenciais para as boas práticas médicas e seu preenchimento e/ou expedição devem ser registrados em prontuário do paciente. Por fim, o melhor remédio para segurança jurídica no exercício profissional são doses de zelo e ética na relação médico-paciente que se constrói à base de confiança.

O Departamento Jurídico da ABORL-CCF, por meio do programa de extensão jurídica, está à disposição dos associados e pode ser contado para atendimento jurídico consultivo e contencioso pelos e-mails: juridico@ aborlccf.org.br e/ou juridico1@aborlccf.org.br

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CAPA

ABORL-CCF divulga ações

em defesa

da especialidade Renato Gutierrez

C

aros colegas, Pedi um espaço nesta edição da VOX Otorrino para conversar diretamente com o associado. Estou começando o último semestre de minha gestão e, se me perguntarem como foi o ano de 2019 até o momento, diria que foi uma verdadeira avalanche de demandas contra a prática médica no Brasil!

Contra a medicina: pelo aumento absurdo de vagas de medicina em cursos quase sempre desestruturados e pelas alterações na regulamentação da revalidação dos médicos formados fora do país. Contra a otorrinolaringologia: pelas inúmeras tentativas de invasão da medicina e da especialidade por outros profissionais, pelas ações das operadoras de saúde, que visando o lucro tentam descaracterizar a atividade liberal do médico (pacotização, verticalização, desrespeito à CBHPM) e pela ação dos próprios otorrinos, que furam cooperativas e se submetem à verticalização a preço vil, fazem propaganda e concorrência antiética com os próprios colegas e ainda se organizam a acabam fazendo reserva de mercado dentro da própria otorrinolaringologia, ainda que não seja intencional. A ABORL-CCF tem como principal atribuição a defesa da otorrinolaringologia e, dentro dos limites das prerrogativas estatutárias, atua para combater ameaças à classe médica e à invasão da especialidade. Infelizmente, o poder de atuação da nossa Associação frente a essas demandas é bastante limitado, e isso tem trazido muita insatisfação entre os colegas, o que fica muito claro nas discussões que ocorrem nas mídias sociais. Dessa forma, procuramos esclarecer, a seguir, todas as demandas que representam uma ameaça, quais têm sido nossas atitudes e limitações de atuação. Permanecemos à disposição para mais esclarecimentos, bem como no recebimento de sugestões. Um grande abraço, Luiz Ubirajara Sennes Presidente ABORL-CCF

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CAPA

PACOTIZAÇÃO A pacotização tem se tornado realidade no dia a dia do profissional médico. Trata-se de pacote de consultas e procedimentos da especialidade imposto por ação unilateral da Sulamérica, bem como por outras operadoras de saúde, que determina um valor fixo pelos serviços muito abaixo do praticado. Nossas ações em relação a isso: Administrativas 1. Criamos um grupo formado por membros do Comitê de Defesa Profissional para acompanhar as demandas referentes ao tema. 2. Reunimo-nos com alguns associados que receberam a proposta de pacotização para que pudéssemos entender a realidade de cada um deles e, assim, balizar nossas discussões. 3. Realizamos reunião com representantes da Sulamérica em São Paulo, que manifestaram a possibilidade de flexibilizar a proposta mediante envio de contraproposta pelos prestadores. Judiciárias 1. Notificamos a Operadora de Plano de Saúde para que pudesse estabelecer diálogo entre prestador de serviço e operadora. 2. Ingressamos com ação judicial: Pedido de Tutela Cautelar Antecedente, com pedido de liminar contra a Sulamérica para suspender o prazo limite da adesão ao pacote, que foi julgada improcedente em primeira instância. 3. Recorremos da decisão judicial e a ação principal corre em seu curso processual. Neste momento aguardamos o pronunciamento do magistrado. Agência Nacional de Saúde (ANS) 1. Reunião com a ANS na sede, no Rio de Janeiro, na qual afirmaram que é necessário provar que o pacote imposto pelas operadoras de planos de saúde tem prejudicado o otorrinolaringologista com redução do valor da sua atividade. Em posse de provas, poderão autuar a Sulamérica. Entretanto, a citada prova precisa ser material, como apresentação da proposta de pacote da operadora, a recusa do usuário e a retaliação ao mesmo (descredenciamento). 2. O Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF, 20 | VOX Otorrino

além de se reunir com os associados e orientá-los, também tem tentado elaborar um documento denominado “dossiê” para que possamos apresentá-lo à ANS, mas infelizmente não conseguimos reunir provas suficientes e robustas para apresentar (o associado não aceita o pacote ou não quer denunciar por receio de sanções futuras). CREMESP 1. Reunião com o Presidente do CREMESP, tendo manifestado que a pacotização não é uma atitude antiética. 2. O CREMESP sugeriu que criássemos uma proposta de pacote mínimo de exames e procedimentos que poderiam ser incluídos na consulta sem prejudicar o atendimento ao paciente a ser apresentado à Sulamérica. 3. Negociar com a Sulamérica esse pacote mínimo, mantendo os demais procedimentos como extras, com remuneração à parte. Não levamos adiante essa proposta, porque estaríamos oficialmente aprovando o pacote. Limitações da ABORL-CCF O pacote não é ilegal ou antiético. Sem uma prova concreta não conseguimos levar a denúncia à ANS e não temos como interpelar a Sulamérica. Existem otorrinolaringologistas que aceitam trabalhar com o pacote, não sendo possível mobilizar toda a classe contra a operadora. COOPERATIVAS E UNIMED Recebemos algumas reclamações de associados em relação a atitudes de Cooperativas, tais como: 1. Operadoras de saúde contratam seus próprios médicos (que furam cooperativa) e descredenciam cooperados (ver a seguir no item “Verticalização da Medicina”); 2. UNIMED’s desrespeitando CBHPM e propondo pagar apenas 10% a partir do 3º procedimento solicitado pelo cooperado, como está sendo proposto em Criciúma (Santa Catarina). Temos um limite de atuação, considerando que as ações das cooperativas são deliberadas nas assembleias com a participação dos cooperados. Entretanto, desempenhamos nosso papel institucional e não deixamos nossos associados desassistidos, todos foram orientados tanto pelo Comitê de Defesa Profissional como pelo Departamento Jurídico.

a) Emissão de parecer esclarecendo ao associado as questões legais que envolvem o cooperativismo b) Emissão de parecer ressaltando que a CBHPM é um documento que foi emitido pelo CFM e AMB que hierarquiza e baliza todos os procedimentos médicos no Brasil e que deve ser respeitada em nome da boa prática médica c) Recorrer ao Poder Judiciário em nome do associado da ABORL-CCF, desde que o associado confira poderes por meio de procuração pública. VERTICALIZAÇÃO DA MEDICINA Os planos de saúde estão contratando otorrinolaringologistas e descredenciando os que atendiam aos beneficiários, como ocorre em Campo Grande (MS). É a maneira que as operadoras estão usando para controlar seus gastos e quebrar as cooperativas. Não é uma atitude ilegal ou antiética, embora possamos dizer que é amoral. A ABORL-CCF não tem como intervir nessa relação. Para a ANS atuar, precisamos provar que existe prejuízo à população (por exemplo, que o paciente que era seguido há determinado tempo por um médico específico perdeu esse acompanhamento e foi prejudicado - fiquem atentos às queixas dos pacientes e documentem possíveis prejuízos que sofreram para que possamos denunciar!). A ABORL-CCF não tem como impedir que otorrinolaringologistas aceitem trabalhar como empregados da operadora, mesmo que este esteja “furando” ou prejudicando grupos formados por outros otorrinolaringologistas. Passaremos a dar aulas obrigatórias na prova do Título de Especialista, mostrando para o novo profissional, que vai entrar no mercado, que essas atitudes podem trazer alguma vantagem inicial, mas que a médio prazo ele mesmo será prejudicado por essa ação. Na verdade, o novo otorrino é quem seria o maior beneficiário da organização dos médicos em cooperativas, pois encontrariam melhores condições de trabalho em relação àqueles que vieram antes dessa organização. A ABORL-CCF não tem como retaliar, expulsar ou reprimir o otorrinolaringologista que aceitou fazer esse trabalho, pois poderia ser acusada de discriminação.

PROPAGANDA ANTIÉTICA DE ORL Otorrinolaringologistas fazem propagandas nas mídias sociais, frequentemente, infringindo o código de ética e se beneficiando dessa condição. Por exemplo, profissionais que realizam cirurgias plásticas da face e publicam pré e pós-operatório dos pacientes. É uma atitude antiética, prejudica a imagem de toda a categoria e tira vantagens econômicas desses atos. A ABORL-CCF mantém uma ouvidoria permanente que pode receber denúncia de colegas de forma anônima (somente a advogada da ABORL-CCF saberá quem é o denunciante) e a ABORL-CCF fará uma denúncia formal ao CRM mantendo esse anonimato. Por favor, denunciem esses colegas para que possamos tomar as devidas providências em relação àqueles que não respeitam o convívio justo e ético dentro da especialidade! INVASÃO DA ESPECIALIDADE Enfermeiros O Conselho Federal de Enfermagem (COREN) determinou que enfermeiros podem realizar lavagem de ouvidos. 1. Os enfermeiros respondem ao COREN e não às normas ditadas pelo CFM; 2. Lavagem de ouvido – Os enfermeiros respondem ao Conselho de Enfermagem e não às regras ditadas pelo CFM; 3. Ingressamos com ação judicial contra o COFEN por invasão ao ato médico (exercício ilegal da medicina) por incapacidade do enfermeiro de diagnosticar alguma condição impeditiva para a lavagem e tratar eventuais complicações. Ação em tramitação. Dentistas O Conselho Federal de Odontologia criou a especialidade Harmonização Facial. 1. Os dentistas respondem ao CFO e não às regras ditadas pelo CFM; VOX Otorrino | 21


CAPA

2. Somos parte na ação judicial contra o CFO junto com a AMB, Cirurgia Plástica e Dermatologia, por invasão ao ato médico (exercício ilegal da medicina). Ação está em tramitação; 3. Denúncia ao Ministério Público – em face de profissionais não médicos: exercício ilegal da medicina e invasão do ato médico. Telemedicina O CFM liberou resolução sobre telemedicina sem consultar previamente os CRMs e Especialidades. 1. Adesão ao oficio da AMB OF/DIR/018/2019 para revogação da Resolução do CFM nº 2.227/2018, pela manutenção da resolução de 2002 e pelo início de um novo processo para a criação da Resolução atualizada sobre o tema; 2. Criação da Comissão de Telemedicina da ABORL-CCF, pela Diretoria Executiva e referendada pelo Conselho Administrativo e Fiscal; 3. A ABORL trabalhou pela eleição de dois colegas otorrinolaringologistas que agora fazem parte do CFM: Tatiana e Adriano. MERCADO DE TRABALHO Colegas sugerem que, como não podemos restringir a absurda formação de médicos nas inúmeras faculdades que foram criadas indiscriminadamente, a ABORLCCF deveria proteger os Otorrinolaringologistas controlando sua formação e titulação. 1. Foi sugerida a redução das vagas de residências em Otorrinolaringologia, porém essa prerrogativa é da Comissão Nacional de Residência Médica/MEC. A ABORL-CCF não tinha qualquer atuação no CNRM/ MEC, mas há cerca de três anos temos um representante e, em 2019, conseguimos por meio de convênio formal entre CNRM/MEC e ABORL-CCF, que um otorrinolaringologista passe a ser um dos avaliadores nas visitas realizadas pelo MEC. 2. Foi sugerido reduzir as vagas em estágios credenciados pela ABORLCCF. Porém esse processo envolve muitos associados e deve ser demanda de consenso. Por sugestão de um associado, estamos estudando a possibilidade de aumentar um ano de formação (aprovar o 22 | VOX Otorrino

ES P EC I A L GES TÃ O

4º ano de residência/estágio) e reduzir as vagas de R1. Desse modo, os serviços manteriam o número total de residentes / estagiários, mas haveria redução do número de otorrinos formados. 3. Foi sugerida a limitação do número anual de Títulos de Especialista concedidos. Para isso precisaríamos alterar o objetivo da prova de título que, hoje, é de proficiência (conhecimento mínimo para exercer a especialidade) para uma prova competitiva para um determinado número de vagas disponíveis. Estamos fazendo uma consulta jurídica para ver se podemos tomar alguma atitude neste sentido. 4. Outra sugestão é liberar mais otorrinos para regiões onde existem menos profissionais atuando. Entretanto, não temos como restringir que os profissionais titulados em outras regiões migrem para qualquer outro local de interesse. RESERVA DE MERCADO DENTRO DA PRÓPRIA ESPECIALIDADE Embora as Academias agreguem profissionais de interesse comum e específico, não devem criar dificuldades para o otorrinolaringologista se filiar ou fazer qualquer tipo de classificação dos otorrinolaringologistas, tampouco qualquer ação que demande conferir títulos. 1. Vamos propor para reforma estatutária da ABORL-CCF, a ser votada na Assembleia Ordinária durante o Congresso Brasileiro 2019, uma nova redação na cláusula sobre filiação de Academias / Sociedades científicas, deixando claro que deverão ser inclusivas, de fácil acesso a todos os otorrinolaringologistas que desejarem, sem nenhuma forma de classificação, tampouco titulação. Gostaria que discutissem essa proposta com seus sócios / filiados. Título de Especialista em Otorrinolaringologia conferido pela AMB / ABORL-CCF / CFM e Certificado de Residência Médica em Otorrinolaringologia conferido pelo MEC 1. Embora seja demanda de muitos associados, a emissão de certificados que possam qualificá-lo ou distingui-lo na atuação de determinada área da ORL, não podemos fragmentar nosso Título em Otorrinolaringologia, porque isso o tornaria fraco e vulnerável invasão de outras especialidades médicas e não-médicas.

ALGUMAS AÇÕES DA ABORL-CCF EM

2019

Diretoria Executiva, Conselhos Administrativo e Fiscal, Comitês, Comissões e Departamentos. São ao todo mais de 200 colaboradores que destinam grande parte do tempo em trabalhos que contribuem com a defesa da especialidade, valorização profissional e fortalecimento da entidade. Fique por dentro de algumas das ações promovidas ao longo deste ano.

Fique por dentro: BJORL

Com 86 anos de vida, tem seu espaço conquistado na literatura científica otorrinolaringológica mundial, ocupando a 25ª posição entre as revistas de todo o mundo. Em junho de 2019 foi divulgado o aumento no fator de impacto em relação à revista de 2018 de 1,412 para 1,603, ampliando ainda mais a procura como fonte de pesquisa e de citações.

ANO

FATOR DE IMPACTO

2015

0.730

2016

0.822

2017

1.412

2018

1.603

1.603 1.412

Comunicação Aplicativo atualizado, com sincronização em tempo real da programação do Congresso; Reestruturação do site, facilitando a navegação e deixando o layout mais intuitivo; Aumento no volume de informações divulgadas nas mídias sociais.

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ESPECIAL GESTÃ O

Defesa Profissional

Título de especialista

• Criação da Comissão de Telemedicina; • Ações de Defesa da Especialidade.

• Prova para Obtenção do Título de Especialista em Otorrinolaringologia realizada no dia 7 de abril no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, com o número recorde de 354 inscritos.

Ética e Disciplina

• Pareceres; • Admissão de Associados; • Suporte à Ouvidoria.

Ações Administrativas

• Reforma estatutária; • Aproximação e reuniões com as regionais; • Regimento Interno; • Redução de Custos; • Manutenção da Certificação ISO 9001.

Residência e Treinamento

• Visita de Avaliação de Serviços; • Assinatura do Termo de Cooperação com o Conselho Nacional de Residência Médica (CNRM).

Campanhas de concientização

• Campanha Nacional da Voz; • Dia Mundial do Sono; • Semana da Tontura; • Respirar; • Apoio à Campanha da Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG).

Educação Médica Continuada

• Lançamento do UP!Evolution, evento presencial, transmitido via streaming para todo o Brasil e inaugurando o modelo dinâmico de três telas. Tem como objetivo trazer conhecimentos práticos da Otorrinolaringologia.

Publicações em andamento Eventos e Cursos

• Livro de Eletrofisiologia; • Livro de Zumbido / Manual de Otoneurologia; • Livro do Departamento ORL Ocupacional.

• Organização do QUICK Meeting; • Cursos Itinerantes em diversas cidades do Brasil; • Cursos de: Medicina do Sono, Foniatria e Eletrofisiologia; • IV Combined Meeting – recorde de público com quase 600 inscritos.

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GESTÃO E CARRE IRA

TERCEIRIZAÇÃO

DE SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS Deixe a parte burocrática na mão de quem está acostumado com essas tarefas e foque no que você faz de melhor!

A

administração de um consultório ou clínica de saúde exige dedicação, tempo e conhecimento para tal. Muitas questões burocráticas estão envolvidas, tais como folha de pagamentos, controle de férias, cálculo de impostos, compra de insumos, controle de estoque de material, entre muitas outras na rotina diária e que não estão diretamente ligadas à atuação médica, mas são de fundamental importância para o bom andamento do negócio. Os profissionais médicos geralmente não possuem disponibilidade para executar esse serviço, transferindo a responsabilidade para terceiros; porém é importante saber que essas tarefas estão sendo cumpridas da forma correta, pois só assim não se corre o risco de surgirem imprevistos desagradáveis e possíveis prejuízos. A terceirização dos serviços administrativos para um especialista na área é bastante recomendada, já que dessa forma o médico terá a devida tranquilidade para concentrar sua atenção 100% nas atividades profissionais e não colocar em risco a estrutura administrativa do empreendimento. “Cada clínica ou consultório possui uma cultura própria, e isso é muito importante ser identificado antes de implementar qualquer metodologia de trabalho. É preciso entender os problemas e as necessidades de forma individualizada. O trabalho de consultoria na área da saúde é complexo e exige do gestor uma sensibilidade diferenciada em relação a outros segmentos”, alerta a administradora de clínicas médicas Natália Airosi.

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GESTÃO E CAR RE IRA

Segundo Natália, é necessário identificar as principais fraquezas administrativas do local. “Isso se dá através de um diagnóstico que nos direcionará para a resolução dos problemas apontados. O método e o prazo aplicados podem variar de acordo com a especialidade atendida e o tamanho do empreendimento, número de funcionários, prestadores de serviço, entre outros detalhes.” Entre os principais serviços a serem terceirizados, destaque para o setor financeiro, cobrança, gestão de pessoal e treinamento, credenciamento e faturamento de convênios. “Permitir que o médico foque no atendimento a seus pacientes, sem ter de se preocupar com questões administrativas, financeiras e de pessoal, resulta em ganho de tempo e, consequentemente, maior faturamento. Isso sem contar nos espaços que são criados na agenda, gerando maior pontualidade e ampliando a possibilidade de mais consultas e cirurgias ou, então, em tempo livre para outras atividades que desejar”, complementa Natália. Gastos desnecessários, desperdício de material, rotatividade de funcionários, atrasos no atendimento e perda de pacientes estão entre as consequências negativas de uma administração má conduzida. “O mercado de saúde é altamente competitivo, razão pela qual aqueles que conseguem fazer mais e melhor em menos tempo se destacam dos demais. Sendo assim, uma clínica organizada se torna requisito essencial para oferecer aos pacientes um atendimento de qualidade. Portanto, além de criar fluxos de trabalho e padronizar tarefas, conciliar um sistema médico informatizado com a divisão de tarefas e rotinas entre a equipe vai trazer eficiência, sinônimo de qualidade e profissionalismo na gestão”, garante o consultor de novos negócios do SEBRAE-SP, Mario Celso Guidetti. O especialista afirma que, assim como qualquer outro negócio, uma clínica ou consultório também precisa estabelecer metas periódicas. “Uma gestão eficaz está atrelada ao estabelecimento de objetivos, com a estipulação de tarefas que permitam alcançar os resultados desejados. Dessa forma, indica-se que seja elaborado um planejamento anual, estabelecendo metas mensais que devem ser compartilhadas com toda a equipe”, explica Guidetti. De acordo com o consultor do SEBRAE-SP, reuniões mensais de alinhamento também são

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importantes, já que elas permitem compartilhar o andamento das metas e podem ser aplicadas com o objetivo de motivar os colaboradores a trabalharem juntos para atingir as suas metas. “O administrador do empreendimento deve ter em mente a relevância das metas para a consolidação do negócio, sempre levando em consideração a integração e motivação dos profissionais que nele atuam, focando assim em um atendimento de qualidade, já que os pacientes são os principais responsáveis pela conquista de bons resultados”, constata.

tenha a sua função bem definida, sem que um interfira nas atribuições do outro, principalmente quando falamos das partes administrativa e financeira”, aponta o administrador Ronaldo Pellegrini. Para o administrador, tudo o que diz respeito aos gastos e receitas deve ser rigorosamente controlado, caso contrário a margem de lucro pode ser reduzida significativamente. “Para evitar esse tipo de problema, é importante dar atenção especial aos recibos de pagamento das consultas e dos pagamentos efetuados junto aos fornecedores”, alerta Pellegrini. Não misture as contas pessoais com despesas da clínica É imprescindível acompanhar de perto todas as entradas e saídas de recursos financeiros no negócio. O controle do fluxo de caixa é fundamental para que se conheça a situação financeira, podendo estabelecer estratégias e medidas preventivas visando melhorar os resultados. “Além disso, é importante que o profissional esteja ciente de que as contas pessoais não devem se misturar com as contas do negócio. Muito embora exista uma tendência de que isso aconteça, esse tipo de prática dificulta o reconhecimento de possíveis dificuldades financeiras e pode causar prejuízos no planejamento e na gestão eficiente da clínica”, afirma Ronaldo Pellegrini.

Equipe treinada e controle rigoroso Ter conhecimento sobre gestão permite ao profissional lidar com as dificuldades e desafios da rotina de trabalho, especialmente com relação ao planejamento, organização, atendimento administrativo e gestão financeira. Entre os resultados de um bom gerenciamento estão: maior produtividade, qualidade nos serviços, aumento na fidelização de pacientes e, consequentemente, da lucratividade. “É fundamental ter uma equipe bem preparada para todas as tarefas do dia a dia, inclusive as não programadas. Mais do que isso, é preciso que cada um

Capacidade de lidar com o inesperado Por mais que se planeje, imprevistos sempre podem ocorrer no meio do caminho, por isso a administração estratégica é essencial. “Ela proporciona uma atuação mais eficaz e permite o caminhar da empresa em um ambiente de mudanças, por meio de decisões e ações administrativas que vão orientando os passos rumo aos resultados almejados”, acredita Mario Celso Guidetti. A questão é que, segundo o consultor de novos negócios do SEBRAE-SP, uma gestão eficiente exige conhecimento especializado, o uso de ferramentas específicas e a adoção de boas práticas de gestão. “O

médico não precisa ser um profundo conhecedor da área administrativa para gerir o consultório, mas deve entender os princípios e cuidados básicos para alcançar resultados eficazes”, diz.

Esteja alinhado às tendências Diminuir o volume de documentos em papel, além de trazer mais espaço físico ao consultório, vai ao encontro de uma tendência global de sustentabilidade. “O papel tem perdido cada vez mais espaço para as telas e a mensagem de texto dá vez à maioria dos informes feitos pessoalmente ou por telefone. Analise constantemente o que está defasado e, se algo pode ser sistematizado para poupar tempo e esforços, faça-o. A tendência é sempre substituir o físico pelo digital”, finaliza Guidetti. VOX Otorrino | 29


Esta seção é de inteira responsabilidade do Comitê de Educação Médica Continuada da ABORL-CCF

EDUCAÇÃO MÉ D ICA CO NTINU A D A

Evitando complicações em Cirurgia do Estribo: O uso da TC na avaliação Pré-Operatória Maurício Noschang Mestre em Cirurgia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Preceptor do Serviço de Otologia e Otoneurologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

interno aumentam o risco para gusher perilifático e, consequente, perda auditiva neurossensorial. Obliteração das janelas redonda e oval e fixação da cadeia ossicular concomitantes a otosclerose podem gerar resultados audiológicos pobres se não identificados previamente a cirurgia. Ademais, algumas condições inviabilizam tecnicamente o procedimento, como persistência da artéria estapediana e nervo facial anômalo, cujo segmento timpânico pode estar sobrejacente a janela oval (Figura). Propomos na Tabela 2 um check-list tomográfico a ser

seguido na avalição pré-operatória dos pacientes que serão submetidos a cirurgia do estribo. Portanto, a avaliação tomográfica sistemática e meticulosa da otoesclerose no planejamento préoperatório da cirurgia do estribo proporciona ao otorrinolaringologista um nível superior de acurácia na investigação do paciente. Sugerimos o uso da tomografia como ferramenta para possibilitar a redução dos erros diagnósticos, das taxas de complicações, e de possíveis falhas nos resultados audiológicos.

Fernanda Dias Toshiaki Koga Fellow em Otologia pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre

O

uso rotineiro da tomografia computadorizada de ossos temporais no diagnóstico e avaliação pré-operatória de pacientes portadores de otosclerose segue como tema de controvérsia na otorrinolaringologia atual. Achados radiológicos característicos da doença foram descritos há mais de 50 anos, porém ainda não existe consenso entre cirurgiões sobre a necessidade do exame. Tradicionalmente, o diagnóstico da otosclerose é clínico, e a cirurgia do estribo é proposta como alternativa de reabilitação auditiva para pacientes portadores de perda auditiva condutiva ou mista, reflexo estapediano ausente, membrana timpânica sem alterações na otoscopia, teste de Rinne negativo e teste de Weber lateralizando para o lado a ser operado. A cirurgia do estribo, seja ela estapedectomia ou estapedotomia, é um procedimento relativamente seguro com um alto índice de fechamento de gap aéreo-ósseo e seus resultados audiológicos são superiores às outras ossiculoplastias. Contudo, é importante ressaltar que se trata de uma cirurgia de precisão e que, apesar de raras, suas complicações podem ser catastróficas. Fístula perilinfática, perda auditiva neurossensorial profunda e complicações vestibulares estão entre seus desfechos mais temidos. De maneira geral, resultados insatisfatórios podem ser previstos e, consequentemente, evitados através da realização de uma avaliação pré-operatória detalhista, incluindo o uso da tomografia computadorizada de ossos temporais de alta resolução sem contraste. Este exame visa reconhecer condições que mimetizam ou estão presentes concomitantemente com a otosclerose

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e que podem levar a um desfecho indesejado. Assim sendo, a imagem pré-operatória procura elucidar 3 questionamentos essenciais: 1. O diagnóstico de otosclerose está correto? 2. Existe associação com outra patologia? 3. Há presença de alteração anatômica que contraindique a cirurgia? O médico deve sempre considerar a possibilidade de diagnósticos diferenciais, principalmente nos casos de apresentação clínica atípica da doença. Exemplos de apresentações não convencionais da otosclerose incluem perda auditiva neurossensorial; crianças com perda auditiva mista, especialmente meninos (para excluir perda auditiva relacionada ao X); malformações crânio faciais; audição instável ou flutuante; história de trauma; e sintomatologia vestibular associada. Além disso, diversas outras patologias cursam com perda auditiva condutiva ou mista e podem simular a otosclerose, como descontinuidade ou fixação da cadeia ossicular; colesteatoma congênito; síndrome da terceira janela; deiscência de canal semicircular superior; osteogenesis imperfecta; Doença de Paget; displasia fibrosa; e doenças granulomatosas (Tabela 1). A maioria destas condições podem ser ao menos suspeitadas com o uso da imagem, colaborando para estabelecer expectativas realistas do resultado cirúrgico e, se necessário, direcionar pacientes para terapias alternativas de reabilitação auditiva. O estudo tomográfico possui ainda grande valor no planejamento pré-operatório para avaliar a extensão da doença a ser operada e suas possíveis variações anatômicas. Malformações de orelha interna como alargamento do aqueduto vestibular e defeitos do conduto auditivo

Figura: 1. Otosclerose fenestral – lesão otosclerótica na fissula ante fenestram. 2. Otosclerose retrofenestral – lesão otosclerótica pericoclear. 3. Obliteração da janela redonda e oval. 4. Nervo facial sobrejacente a platina. 5. Artéria carótida aberrante e persistência da artéria estapediana. 6. Disjunção da articulação incudoestapediana 7. Fixação do martelo. 8. Deiscência de canal semicircular superior. Condições que podem simular ou estar associadas a otosclerose • • • • • • • • • • •

Fixação da cadeia ossicular Timpanosclerose Colesteatoma congênito Persistência da artéria estapediana Alargamento de arqueduto vestibular Displasia de Mondini Perda auditiva relacionada ao X Nervo facial anômalo Síndrome da terceira janela / Deiscência de canal semicircular superior Doença de Paget Osteogenesis imperfecta

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EDUCAÇÃO MÉ D ICA CO NTINU A D A

Checklist Tomográfico na Otosclerose Osso Temporal Mastóide

Orelha Média Cadeia Ossicular

Estribo

Janela Oval Janela Redonda Nervo Facial

Orelha Interna

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Lesões Otoescleróticas

• •

Orelha Contralateral

Sinais de fratura Status canal semicircular superior (deiscência?) Aeração (otite média crônica?) Erosão óssea (colesteatoma?) Velamentos Anomalias vasculares (bulbo jugular alto, carótida aberrante?) Continuidade Morfologia Fixação Fraturas Erosão Posição (deslocamento?) Morfologia Estruturas adjacentes Espessura da platina e nível de obliteração Obliteração? (evitar cirurgia do estribo) Segmento timpânico: sobrejacente a platina (evitar cirurgia do estribo) Segmento mastoideo: posição anormal Malformação Aqueduto vestibular alargado (evitar cirurgia do estribo) Aqueduto coclear alargado e padrão de surdez ligada ao X (evitar cirurgia do estribo) Obliteração da cóclea Tamanho e localização (Fissula ante fenestram/ Pericoclear) Doença bilateral em 80-85% dos casos

BIBLIOGRAFIA 1. Wolfovitz A, Luntz M. Impact of imaging in management of otosclerosis. Otolaryngol Clin N Am 2018; 51: 343-355. 2. Antonelli PJ. Prevention and management of complications in otosclerosis surgery. Otolaryngol Clin N Am 2018; 51: 453-462. 3. McElveen JT, Kutz JW. Controversies in the evaluation and management of otosclerosis. Otolaryngol Clin N Am 2018; 51: 487-499.

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O QUE DIZ A L E I

CÉDULA DE IDENTIDADE MÉDICA AGORA NA VERSÃO CRM DIGITAL E PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS – E-CRM Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr., do Departamento Jurídico da ABORL-CCF

Federal de Medicina, denominado CREDENCIAL MÉDICA. Há de se destacar que a opção pelo CIM-ECRM, versão para dispositivo móvel, não substitui a obrigatoriedade da versão digital em cartão policarbonato com chip – CRM DIGITAL. A iniciativa do Conselho Federal de Medicina é de

elevado destaque ao passo que o uso de documentos digitais tem crescido, é realidade, e, portanto, importante que acompanhem o avanço tecnológico e o uso do registro digital. Vale destacar, nos quadros a seguir, os modelos de Cédula de Identidade Médica estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina.

CRM DIGITAL EM CARTÃO

CRM DIGITAL EM CARTÃO EM DISPOSITIVO MÓVEL

F

oi publicada a Resolução CFM nº 2233/2019 que normatiza a CÉDULA DE IDENTIDADE MÉDICA (CIM) dos profissionais inscritos nos Conselhos Regionais de Medicina, NAS SUAS VERSÕES EM CARTÃO (CRM DIGITAL) E PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS (E-CRM). O registro no Conselho Regional de Medicina é obrigatório para que os médicos possam exercer legalmente a medicina em um dos 26 Estados e no Distrito Federal, conforme preconizado no artigo 17 da Lei nº 3268/1957. Nesse contexto, é importante trazer ao conhecimento dos associados da ABORL-CCF a normativa do Conselho Federal de Medicina sobre o novo modelo de Cédula de Identidade Médica. Agora, além da Cédula física, o médico terá a possibilidade

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de ter a versão E-CRM e, progressivamente, a atual cédula de identidade do médico será substituída pelas versões CRM-DIGITAL e E-CRM. O §2º do Artigo 1º da Resolução CFM nº2233/2019 dispõe que a CIM-CRM DIGITAL, versão em cartão em policarbonato com chip, será confeccionada mediante requerimento do interessado e recolhimento de taxa. Para tal, o médico interessado deve entrar em contato com o CRM onde está registrado. O §3º do Artigo 1º, da mesma Resolução, dispõe que a CIM–E-CRM, versão para dispositivo móvel em sistema operacional Android ou iOS, será disponibilizada gratuitamente para o médico que possuir a versão em cartão emitida a partir de 1º de agosto de 2017 e poderá ser carregada mediante uso de aplicativo fornecido exclusivamente pelo Conselho

Nota-se que o E-CRM tem a mesma validade e valor jurídico da versão impressa, e a substituição da atual carteira física pelo E-CRM é facultativa, podendo ser acessado pelo aplicativo CREDENCIAL MÉDICA gratuito e instalado a partir das lojas dos aplicativos de celular. Da mesma forma, deve ser observado pelo associado que a atual cédula de identidade do médico gradativamente será substituída, entretanto, até que isso ocorra, continuará válida por período indeterminado

para aqueles médicos que ainda não tenham providenciado a nova versão do documento profissional. A ABORL-CCF se preocupa em trazer aos associados as inovações das regras éticas e legais, na busca das melhores práticas da especialidade, e disponibiliza aos associados adimplentes o programa de extensão jurídica, capitaneado pelos advogados do Departamento Jurídico, para atender os casos de dúvidas e esclarecimentos dos associados através dos e-mails: juridico@aborlccf.org.br e juridico1@aborlccf.org.br VOX Otorrino | 35


CONQUISTAS A BO RL -CCF

E

m 2015, durante a gestão do Dr. Sady Selaimen Costa, recebemos o grande desafio de implantar o Sistema de Gestão de Qualidade, em menos de oito meses, e alcançar a Certificação. Sob a Coordenação do Dr. Geraldo Druck Sant’Anna e com a colaboração de todos, alcançamos nossos objetivos: Sistema implantado e Certificação obtida. Com todos os processos mapeados e executados de forma satisfatória, atendendo aos requisitos da ISO 9001, passamos a ser avaliados inicialmente em seis meses e, depois, anualmente através de uma certificadora que garante a manutenção da certificação a cada ano e a recertificação a cada três anos. “Buscamos com afinco manter o Sistema de Gestão de Qualidade e implementar melhorias continuas, que reflitam nos resultados aos nossos associados. Realizamos reuniões periódicas para monitorar os indicadores e corrigir possíveis falhas nos processos, além de auditorias internas que possibilitam implementar as ações corretivas em curto prazo”, revela o diretor executivo da ABORL-CCF, Carlos Roberto da Silva. Em 12 de agosto passado a entidade foi submetida a uma nova auditoria, promovida pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini. Na oportunidade, foi finalizada

AUDITORIA PARA MANUTENÇÃO DA

CERTIFICAÇÃO ISO 9001 DA ABORL-CCF OCORRE SEM QUALQUER NÃO CONFORMIDADE Renato Gutierrez I Fotos: Divulgação

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mais uma etapa do processo que merece destaque, por apresentar um relatório que garante a manutenção da certificação sem qualquer não conformidade, ou seja, atendendo a todos os requisitos necessários do Sistema de Gestão de Qualidade, sem ressalvas. “Os trabalhos começaram com o Presidente, Dr. Luiz Ubirajara Sennes, que discorreu sobre os objetivos e metas elencados para 2019, planos alcançados até o momento, riscos e oportunidades, além dos desafios a longo prazo, considerando fatores internos e externos da entidade”, explica o diretor executivo da ABORL-CCF. Os departamentos foram avaliados por escolha do auditor e com abordagens aleatórias dentro dos processos mapeados, indicadores, utilização de formulários, qualificação de fornecedores, entre outros. Por fim, o Auditor da Fundação Vanzolini destacou em seu relatório, além de uma auditoria sem ressalvas, um ponto que considera muito relevante para a manutenção do SGQ, que é o comprometimento da direção e dos colaboradores nos processos e foco voltado aos associados.

“Essa aprovação demonstra o quanto a ABORL-CCF busca se manter atualizada e tem o desejo de crescer, contando com o auxílio fundamental de todos os colaboradores na busca por mais qualidade e melhores resultados.” Carlos Roberto da Silva VOX Otorrino | 37


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Campanha Ear Parade espalha mais de

60 esculturas de orelhas gigantes pela cidade de São Paulo Ação teve como objetivo chamar a atenção da população para a importância da saúde auditiva

Cursos de Educação Continuada oferecidos pela ABORL-CCF seguem a todo vapor Renato Gutierrez I Fotos: Divulgação

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ma das políticas de gestão da qualidade incentivadas pela ABORL-CCF é promover e fomentar a qualificação do Otorrinolaringologista. Dessa forma, tem disponibilizado, permanentemente, novas opções de cursos de Educação Continuada aos associados, instigando-os cada vez mais a acompanharem e participarem destas ações. Seguindo essa linha, o UP! Evolution já passou por São Paulo, Salvador e Recife e, ainda em 2019, estará também em Curitiba. Otologia, rinologia, laringologia, medicina do sono e otoneurologia estão entre as importantes áreas da otorrinolaringologia que têm conteúdo explorado ao longo do curso. As aulas têm duração de 30 a 45 minutos, contam com interação entre alunos e palestrantes e, posteriormente, todo o material fica disponível

Encontros são sempre conduzido s por uma equipe de grandes especialistas

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para visualização. “Nosso objetivo é democratizar o acesso ao conhecimento, bem como oferecer uma serie de contrapartidas para os associados quites com a entidade; que podem acompanhar gratuitamente o UP! Evolution, independentemente da localização, para isso basta fazerem a inscrição e assistirem pela plataforma da Associação”, declara Dr. Thiago Bezerra, responsável pelo projeto de Educação Médica Continuada da ABORL-CFF. Outra ação semelhante são os Cursos Itinerantes. Tendo como tema “Faringotonsilites e Refluxo”, São Paulo recebeu atividades recentemente. Em breve, outras cidades do país também contarão com ações similares. Ainda neste ano já estão confirmadas Porto Alegre e Rio de Janeiro. Os encontros serão sempre conduzidos por uma equipe de grandes especialistas, que abordarão os mais variados temas.

vido na Turma que participou do Curso Itinerante promo sede da ABORL-CCF, em São Paulo

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ma iniciativa inusitada chamou a atenção de muita gente que circula pela cidade de São Paulo. Entre os dias 24 de julho e 22 de agosto mais de 60 esculturas em formato de orelhas gigantes foram espalhadas por alguns dos pontos mais movimentados da cidade. Os objetos, com 2,4 m de altura, foram pintados por diferentes artistas. “Trata-se do primeiro evento de arte urbana voltado à causa da saúde auditiva. Em um ateliê público, as esculturas foram pintadas durante dois meses e, depois, expostas nas ruas da capital paulista por um mês. As pessoas também tiveram a oportunidade de receber orientação de otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos sobre prevenção e tratamento da surdez”, detalha Dr. Ricardo Ferreira Bento, presidente da ABORL-CCF de 2008 a 2010, e idealizador da ação. De acordo com Ricardo Bento, essa campanha é uma alternativa criativa para expressar de forma palpável a importância da audição como sentido para uma melhor qualidade de vida. “Criamos uma

estratégia desde o início para que a população se questionasse do porquê das esculturas gigantes de orelhas nas ruas de São Paulo. Consequentemente, surgiu o apoio da grande mídia, que divulgou muito a ação e foi fundamental para a sua propagação”, revela. A Organização Mundial da Saúde classificou a surdez como a quarta, entre 347 doenças, que mais traz anos perdidos por incapacidade e colocou a sua prevenção e tratamento entre as prioridades do século XXI. “Estima-se que 500 milhões de adolescentes e adultos nos próximos 30 anos estarão com perda auditiva significante, principalmente por conta do uso de fones de ouvido com alto volume”, alerta o otorrinolaringologista. Por fim, Dr. Ricardo Bento revela que a Ear Parade terá prosseguimento. “Várias cidades são candidatas para receber as esculturas; tanto no Brasil, como Rio de janeiro, Porto Alegre e Brasília; quanto no exterior, como Cidade do México, Copenhagen e Londres”, finaliza.

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QUALIDADE DE V ID A

Iniciativa revitaliza praças públicas e conscientiza as pessoas para a importância da preservação Projeto social desenvolvido em Ribeirão Preto tem como principal motivação despertar ações de cidadania na comunidade Renato Gutierrez I Fotos: Arquivo Pessoal

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dealizado há cerca de um ano, o projeto “AconteSER Ribeirão” tem passado por diferentes pontos da cidade, independentemente da classe social ou econômica da região, promovendo uma série de serviços em prol da revitalização do local. Desde janeiro deste ano, o otorrinolaringologista Edwin Tamashiro participa das atividades do grupo. Neste período foram aproximadamente 20 praças

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visitadas. “O que não falta é trabalho: cortamos a grama, aparamos galhos das árvores, recolhemos as folhas caídas, pintamos bancos e retiramos todo o lixo e o entulho. Porém, mais importante do que o nosso trabalho braçal, é o nosso papel de conscientizar a população sobre a importância da preservação do local”, relata o médico. Tamashiro conta que tudo começou por iniciativa

do colega oftalmologista Carlos Schroeder, o Cacá, que se encontrava extremamente insatisfeito com o cuidado que a administração pública estava se dedicando aos espaços da cidade, especialmente as praças. “Ele desembolsou, sozinho, uma grande quantia. Comprou uma Kombi, máquinas de cortar grama, roçadeiras, entre outros equipamentos de limpeza e jardinagem. Após essa iniciativa, diversos colegas se sensibilizaram e se uniram para multiplicar essas ações de cidadania”, revela. Não existe uma periodicidade fixa para que o grupo se encontre, pois varia de acordo com a disponibilidade de cada um. Pelo menos uma vez ao mês alguns dos integrantes se reúnem para realizar ações em praças, calçadas ou escolas. “O número de participantes é bastante variável, já ocorreu de termos apenas duas ou três pessoas, em outros momentos chegamos a contar com a ajuda de 25 em um mesmo dia”, contabiliza o otorrinolaringologista. A escolha das praças é feita de acordo com a necessidade do local, do dimensionamento da

equipe disponível para aquela data específica e do engajamento dos moradores da região. “Uma delas já foi oficialmente adotada por nós através de um programa municipal chamado Verde Cidade. Temos feito também ações em locais remotos, onde a comunidade local é engajada, mas não tem equipamentos e recursos humanos suficientes para a limpeza”, finaliza.

“Mais importante do que o trabalho braçal é o nosso papel de conscientizar a população sobre a importância de preservação do local.” Edwin Tamashiro

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H U M ORL

Presidente bombeiro NOVO

Autor: MADS (pseudônimo)

BAGUNÇAR IA G R LE A A E X EI D O Ã N TE O DIA DO SEU PACIEN

N

ão é fácil a vida de Presidente da ABORL-CCF! O pessoal pensa que é moleza, muita mordomia e honrarias, mas longe disso... Vejam só, Congresso da Fundação, intervalo do almoço, menos para ele. Juntos, numa cafeteria do shopping, o Bira me relata belas realizações e me confidencia (e eu, claro, espalho), as agruras do cargo: celular e WhatsApp conectados 24 horas por dia, e resume vive-se apagando um incêndio por dia. Eis que desce uma fumaça densa pelas escadas rolantes e vemos uma alarmada multidão evacuando o prédio. Eu só vejo o Presidente sair correndo, deixando croissant e mate na mesa, e partindo, juro, na direção oposta. Valente bombeiro de paletó e gravata em outra nobre missão. E mais um foco de problemas foi rapidamente debelado pelo nosso herói do fogo!

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Casos leves, 75 a 100 mg/dia. Dismenorreia primária: 50 a 150 mg; se necessário, elevar até 200 mg/dia. Adolescentes de 14 anos ou mais: 75 a 100 mg por dia. A dose diária máxima de 150 mg não deve ser excedida. Cataflam® D: Dose diária inicial: 2 a 3 comprimidos em 2 a 3 doses separadas. Casos leves, 2 comprimidos. Dismenorreia primária: 1 a 3 comprimidos/dia; se necessário, 4 comprimidos/dia. Adolescentes com 14 anos ou mais: 2 comprimidos/dia em 2 a 3 doses separadas. A dose diária máxima de 150 mg não deve ser excedida. Populações de pacientes especiais: Pacientes com doença cardíaca estabelecida ou fatores de risco cardiovascular só devem receber doses até o máximo de 100 mg por dia, se tratados por mais de 4 semanas. Contraindicações: Hipersensibilidade conhecida ao diclofenaco ou a qualquer outro excipiente. Úlcera gástrica ou intestinal ativa, sangramento ou perfuração. No último trimestre de gravidez. Falência hepática. Falência renal (GFR < 15 mL/ min/1.73m2). Insuficiência cardíaca grave. Hipersensibilidade conhecida ao ácido acetilsalicílico ou à outros AINEs. No 3º trimestre este medicamento pertence à categoria de risco de gravidez D, portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez. Advertências e precauções: Recomenda-se cautela em pacientes com sintomas/história de doença gastrintestinal (GI) e em idosos, devido aos riscos de hemorragia ou perfuração gastrintestinal. Deve ser interrompido se essas condições ocorrerem. O uso combinado com agentes protetores gástricos deve ser considerado em pacientes com histórico de úlcera, idosos e aqueles que necessitam de baixas doses de ácido acetilsalicílico. Cuidado quando usado concomitantemente com corticosteroides, anticoagulantes, agentes antiplaquetários ou inibidores seletivos de recaptação de serotonina. Recomenda-se cautela em pacientes com colite ulcerativa ou doença de Crohn. O tratamento geralmente não é recomendado para pacientes com doença cardíaca estabelecida ou hipertensão não controlada. Se necessário em pacientes com doença cardíaca estabelecida, hipertensão não controlada ou fatores de risco cardiovasculares significativos, o tratamento somente deve ocorrer após cuidadosa monitoração e com ajuste de dose e periódica reavaliação, especialmente quando o tratamento continuar por mais de quatro semanas. O monitoramento do hemograma é recomendado durante o tratamento prolongado. O monitoramento é recomendado em pacientes com problemas de hemostasia. Recomenda-se cautela em pacientes com asma, rinite alérgica sazonal ou doenças pulmonares crônicas. Riscos de reações alérgicas graves. Deve ser descontinuado se essas condições ocorrerem. Recomenda-se cautela em pacientes com insuficiência hepática (incluindo porfiria). Monitoramento da função hepática durante o tratamento prolongado. Cuidado com retenção grave de líquidos e edema. O monitoramento da função renal é recomendado em pacientes com história de hipertensão, insuficiência cardíaca ou renal, depleção de volume extracelular, idosos, pacientes em tratamento com diuréticos ou medicamentos que tenham impacto na função renal. É recomendado cautela em idosos. Evitar o uso com outros AINEs sistêmicos, incluindo os inibidores da COX-2. Sinais e sintomas de infecção podem ser mascarados. Gravidez e lactação: Não deve ser usado no primeiro e segundo trimestre de gravidez e nem durante a amamentação. No 1º e 2º trimestres este medicamento pertence à categoria de risco de gravidez C, portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. No 3º trimestre este medicamento pertence à categoria de risco de gravidez D, portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez. Fertilidade: Não é recomendado por mulheres que pretendem engravidar pois pode prejudicar a fertilidade feminina. Reações adversas: Comuns: Cefaleia, tontura, vertigem, náusea, vômito, diarreia, dispepsia, dor abdominal, flatulência, diminuição do apetite, aumento de transaminases, rash. Incomuns*: Infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, dor no peito, palpitação (*frequência reflete dados do tratamento a longo prazo com dose alta de 150 mg/dia). Raras: Hipersensibilidade, reações anafilática e anafilactoide (incluindo hipotensão e choque), sonolência, asma (incluindo dispneia), gastrite, hemorragia gastrintestinal, hematêmese, diarreia hemorrágica, melena, úlcera gástrica ou intestinal (com ou sem sangramento, estenose gastrointestinal ou perfuração, podendo conduzir a peritonite), hepatite, icterícia, distúrbios do fígado, urticária, edema. Muito raras: Trombocitopenia, leucopenia, anemia (incluindo anemia hemolítica e anemia aplástica), agranulocitose, angioedema (incluindo edema de face), desorientação, depressão, insônia, pesadelo, irritabilidade, distúrbios psicóticos, parestesia, perda de memória, convulsão, ansiedade, tremor, meningite asséptica, disgeusia, acidente cerebrovascular, problemas de visão**, visão borrada**, diplopia**, zumbido, perda auditiva, hipertensão, vasculite, pneumonite, colite (incluindo colite hemorrágica, colite isquêmica e exacerbação da colite ulcerativa ou doença de Crohn), constipação, estomatite, glossite, distúrbio esofágico, doença intestinal diafragmática; pancreatite, hepatite fulminante, necrose hepática, insuficiência hepática, dermatite bolhosa, eczema, eritema, eritema multiforme; síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica (síndrome de Lyell); dermatite esfoliativa, alopecia, reação fotossensível, púrpura, púrpura de Henoch-Schoenlein, prurido, lesão renal aguda (insuficiência renal aguda), hematúria, proteinúria, síndrome nefrótica, nefrite tubulointersticial, necrose papilar renal. Frequência desconhecida: síndrome de Kounis. **Efeitos visuais: Se sintomas de distúrbios visuais ocorrerem durante o tratamento com diclofenaco, um exame oftalmológico pode ser considerado para excluir outras causas. Interações medicamentosas: Recomenda-se monitorar os níveis séricos de lítio e digoxina se utilizados concomitantemente. Recomenda-se cautela no uso concomitante com diuréticos e antihipertensivos (ex.: betabloqueadores, inibidores da ECA), metotrexato, outros AINEs e corticoides, inibidores seletivos da recaptação da serotonina). A dose de diclofenaco deve ser reduzida em pacientes tomando ciclosporina ou tacrolimo. O monitoramento dos níveis séricos de potássio se utilizado com medicamentos conhecidos por causar hipercalemia (ex.: diuréticos, ciclosporina, tacrolimo, trimetoprima). Interações com o uso concomitante de antibacterianos quinolônicos, inibidores da CYP2C9 (por exemplo, voriconazol) e indutores da CYP2C9 (por exemplo, rifampicina). Recomenda-se o monitoramento em pacientes que estão tomando anticoagulantes, agentes antiplaquetários, assim como os níveis de glicose se utilizado concomitantemente com antidiabéticos. Casos de acidose metabólica foram relatados quando diclofenaco foi coadministrado com metformina, principalmente em pacientes com insuficiência renal pré-existente. É recomendado o monitoramento das concentrações plasmáticas de fenitoína se ela for administrada concomitantemente. Cataflam® drágeas e Cataflam® D: USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 14 ANOS. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. MS – 1.0068.0038. Informações completas para prescrição disponíveis à classe médica mediante solicitação. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. BSS 05.02.18. 2017-PSB/GLC-0908-s. 2017-PSB/GLC-0910-s. 2017-PSB/GLC-0911-s. 2017-PSB/GLC-0912-s. Esta mini-bula foi atualizada em 06.03.2018.

Contraindicações: Hipersensibilidade conhecida ao diclofenaco ou a qualquer outro excipiente. Interações Medicamentosas: Recomenda-se monitorar os níveis séricos de lítio e digoxina se utilizados concomitantemente. 1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. CBPF - RESOLUÇÃO - RE Nº 3.265, de 7 Dezembro de 2016 [Internet]. Brasília (DF): Diário Oficial da União – DOU. 2018, 12 Dez. [Acessado em 30 de julho de 2018]. Disponível em:http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=12/12/2016&jornal=1010&pagina=27 2. Lista A de medicamentos referência - ANVISA. Publicado em 26 de julho de 2018. Acessado em 30 julho de 2018. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/4412457/Lista+A+26-7-2018.pdf/9e739786-37ce-404d-b928-d70864c090a2 3. Bula do produto

Material destinado a profissionais de saúde habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos © 2018 Novartis BR1808869954 – Agosto/18.


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