Revista Vox Otorrino - Nº 142

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Editoria

Edição 142 | Ano XX | julho/agosto 2014 www.aborlccf.org.br

Páginas Azuis Profª Dra. Jadete Barbosa Lampert, presidente da Associação Brasileira de Educação Médica

Profissão Professor Os desafios de formar novos médicos

A Lição de Anatomia do Dr. Tulp Rembrandt, 1632

O ensino da Medicina passa por mudanças

Resolução do Governo Federal determina que os cursos de medicina permaneçam com 6 anos de duração, mas estipula estágio obrigatório no SUS e avaliação periódica dos estudantes. Estamos preparados? julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br

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Editoria

I CURSO DE CIRURGIAS ENDOSCÓPICAS NASOSSINUSAIS

DO BÁSICO AO AVANÇADO

03E 04

DE OUTUBRO DE 2014

R E A L I Z A Ç Ã O :

Dr. João Teles Jr.

Dr. Fernando Ganança

Presidente

Presidente

As inscrições poderão ser feitas pelo site até o dia 03/09/2014. Após esta data, somente no local do congresso, a partir das 7h do dia 03/10/2014.

CONVIDADO DE HONRA INTERNACIONAL

Para efetuar sua pré-inscrição on-line, acesse: www.aborlccf.org.br/endorionasal2014.

Ricardo Carrau

As opções de pagamento on-line são através de cartão de crédito ou boleto bancário.

CONVIDADOS DE HONRA NACIONAIS Aldo Cassol Stamm / Alexandre Felippu Neto / Richard Louis Voegels

CONVIDADO INTERNACIONAL Carlos Diógenes Pinheiro Neto

PÚBLICO-ALVO Médicos Otorrinolaringologistas, Residentes ou Especializandos em ORL Neurocirurgiões, Residentes ou Especializandos em Neurocirurgia

ATÉ

DE 11/07/14

10/07/14

ATÉ 03/09/14

NO LOCAL DO EVENTO

Conferido pelo sistema

R$350,00

R$400,00

R$500,00

Residente Associado ABR / ABORL-CCF Quite 2014

Declaração da instituição onde trabalha datada, carimbada e assinada, e comprovante de sócio quite com a anuidade de 2014 (conferido pelo sistema)

R$200,00

R$230,00

R$270,00

Médico / Residente ABR / ABORL-CCF Não Quite

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R$600,00

R$690,00

R$800,00

Médico / Residente ABR / ABORL-CCF Não Sócio

-------------------------------------

R$600,00

R$690,00

R$800,00

Acadêmico de Medicina

Comprovante de matrícula fornecido por órgão credenciado da instituição de origem

R$150,00

R$170,00

R$200,00

Médico Associado ABORL-CCF Remido

Comprovante de sócio remido ABORL-CCF

R$0,00

R$0,00

R$0,00

CATEGORIAS

DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA COMPROVAÇÃO

Médico Associado ABR / ABORL-CCF Quite 2014

LOCAL DO EVENTO: Centro de Convenções CBC Rua Visconde Silva, 52 - 3º andar - Botafogo - Rio de Janeiro

DEPARTAMENTO DE EVENTOS DA ABORL-CCF Sede São Paulo/SP: Tel.: (11) 5053-7502 Fax: (11) 5053-7512

Para mais informações, acesse:

w w w. a b o r l c c f . o r g . b r / e n d o r i o n a s a l 2 0 1 4 2 | Revista VOX OTORRINO

Escritório Salvador/BA: Tel.: (11) 2104-3477 Fax: (11) 2104-3434

E-mail: contato.eventos@aborlccf.org.br

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Mensagem do Presidente Caro associado, A educação médica passa por mudanças, não apenas as determinadas pelo Governo, mas as necessárias à adaptação da categoria às novas demandas da sociedade. A Medicina é uma profissão dinâmica e em evolução. Constantemente, temos de nos adaptar às tecnologias, às descobertas científicas, aos desafios trazidos por mudanças políticas, socioeconômicas e culturais brasileiras. A capa desta edição da VOX Otorrino ilustra esse movimento. Desde as “Lições de Anatomia do Dr. Tulp”, retratadas pelo pintor holandês Rembrandt, em 1632, até as aulas de educação à distância, via internet, e as cirurgias realizadas por intermédio de um robô, vivemos um salto surpreendente em nossos métodos diagnósticos e terapêuticos. Com a necessidade de cumprir as novas diretrizes do ensino médico, temos um desafio à frente: seremos capazes de atender a estas exigências? A sociedade será beneficiada? A formação médica será prejudicada? Ainda é cedo para avaliar o impacto destas novas exigências no ensino médico, mas é seguro que teremos de encontrar meios de atendê-las. Contamos com a mente privilegiada, a dedicação e a paixão dos nossos professores de Medicina.

Dr. Fernando Ganança Presidente da ABORL-CCF

A Educação Médica não se resume a normas e resoluções, mas ao desejo e à necessidade de transmitir informação, de formar novas gerações de profissionais, de perpetuar o conhecimento humano adquirido até aqui, de compartilhar descobertas e buscar novidades. Ensinar é um ato extremamente nobre! Forte abraço.

DIRETORIA 2014 Dr. Fernando Ganança - São Paulo/SP Presidente

Dr. José Eduardo de Sá Pedroso - São Paulo/SP Diretor Tesoureiro

Dr. José Alexandre Medicis da Silveira - São Paulo/SP Presidente da Comissão de Residência e Treinamento

Dr. Sady Selaimen Costa - Porto Alegre/RS Diretor Primeiro Vice-Presidente

Dr. Felippe Felix - Niterói/RJ Diretor Tesoureiro Adjunto

Dr. Leonardo Haddad - São Paulo/SP Presidente da Comissão de Título de Especialista

Dr. Domingos Tsuji - São Paulo/SP Diretor Segundo Vice-Presidente

Dr. Paulo Saraceni Neto - São Paulo/SP Assessor do Diretor Tesoureiro

Dr. Márcio Fortini – Belo Horizonte/MG Presidente da Comissão de Defesa Profissional

Dra. Francini Grecco de M. Pádua - São Paulo/SP Diretora Secretária Geral

Dr. Edilson Zancanella - Indaiatuba/SP Presidente da Comissão de Comunicações

Dr. Otavio Marambaia Santos - Salvador/BA Presidente da Comissão de Ética e Disciplina

Dra. Renata Cantisani Di Franceso - São Paulo/SP Diretora Secretária Adjunta

Dra. Eulália Sakano - Campinas/SP Presidente da Comissão do BJORL

Dra. Renata Dutra de Moricz - São Paulo/SP Assessora Diretora Secretária Geral

Dr. Fabrízio Ricci Romano - São Paulo/SP Presidente da Comissão de Eventos e Cursos

Dr. Renato Roithmann - Porto Alegre/RS Presidente da Comissão de Educação Médica Continuada

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Páginas Azuis Dra. Jadete Barbosa Lampert, presidente da Associação Brasileira de Educação Médica

Educação Novas diretrizes em tempos de Mais Médicos

44º Congresso Brasileiro Planeje sua agenda durante o congresso

Parcerias Aproveite os descontos em produtos e serviços com o cartão fidelidade

Defesa Profissional Departamento Jurídico ABORL-CCF fecha parceria

Gestão Planejamento estratégico

Carreira Profissão de fé: a opção pela docência

Medicina do Sono Otorrinos ganham o direito de realizar exames de polissonografia pelo SUS

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Carta ao Leitor

EXPEDIENTE

Educação Médica em foco O mês de junho foi marcado pela publicação da Resolução 03/2014, que estabelece novas diretrizes curriculares para o ensino médico. Sem dúvida, nossa preocupação é a qualidade da formação para novos médicos e a repercussão no atendimento à população. Não podemos compactuar com esta falta de clareza e nem com o caráter massificante e minimalista! Para expor essas mudanças, trouxemos a Dra. Jadete Barbosa Lampert, presidente da Associação Brasileira de Educação Médica, nas Páginas Azuis. Ainda sobre o tema, trazemos uma matéria que traça um comparativo da formação do médico no Brasil e em alguns outros países. Também temos uma reportagem sobre a opção pela docência, suas dificuldades e glórias.

Av. Indianópolis, 1.287 CEP 04063-002 | São Paulo/SP Fone: 11 5053-7500 Fax: 11 5053-7512 Vox Otorrino Diretor de Comunicação: Edilson Zancanella Comissão de Comunicações: Marcelo Piza Fabio de Rezende Pina João Vianney B. de Oliveira Paulo Roberto Lazarini Ricardo Jacob Macedo Allex Itar Ogawa Marco Antônio Corvo Maria Dantas C.L. Godoy Vinícius Magalhães Suguri Renato Marinho Correa

Dr. Edilson Zancanella Presidente da Comissão de Comunicações

Além disso, falamos sobre planejamento estratégico, ferramenta de gestão fundamental para planejar o futuro profissional. E, para garantir uma carreira dentro da lei, a ABORL-CCF estabeleceu uma parceria com um escritório de Advocacia para auxiliar o associado em questões legais. E ainda, a inclusão dos otorrinos para realização de Polissonografia pelo SUS, as notícias do Congresso Brasileiro e da Academia Americana. Boa leitura!

Coordenadora de Comunicação da ABORL-CCF Adriana Santos Editora-chefe: Eliana Antiqueira / MTB: 26.733 Reportagem: Sheila Godoi e Kelviane Lima Fotos: Vicent Sobrinho / Dreamstime / Acervo Coordenação de Publicação e Diagramação: Julia Candido Produção: Estação Brasil Produção Editorial Fone: 11 3542-5264/0472 Impressão: Eskenazi Indústria Gráfica Periodicidade: Bimestral

ESPAÇO LEITOR Sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco. voxotorrino@aborlccf.org.br Dúvida

“Gostei muito da edição 141. Só fiquei em dúvida quanto a uma palavra que li no artigo sobre burnout: medicalização. Existe? Sei que é uma dúvida insignificante, mas já ouvi uma jornalista da CBN falar em medicalizar e achei muito estranho, uma vez que medicar é mais simples, mais fácil.” Dra. Erika Fukushima Olá, doutora. Medicalizar e medicar não são sinônimos. Medicar significa dar medicamento ou tratamento a um doente, é uma ação. Medicalização é um conceito sobre problemas não médicos transformados em questões médicas. Especificamente sobre a Síndrome de Burnout, o termo é aplicado porque o distúrbio nasce de uma série de elementos que culminam numa situação patológica (depressão, sintomas físicos), mas não é uma doença na concepção cartesiana.

Tiragem: 6.000 exemplares

Páginas Azuis Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

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“Excelente a entrevista com o Prof. Mario Sérgio Cortella na última edição da VOX. A abordagem de temas filosóficos e seus conceitos são mais comuns à prática médica do que imaginam a maioria dos colegas. Parabéns a toda equipe!” Dr. Paulo Saraceni Neto

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Páginas Azuis

O ensino médico na berlinda As novas diretrizes do ensino médico determinadas pelo Governo Federal trazem à tona a discussão sobre a necessidade de mais investimentos na formação do médico e na capacitação do corpo docente para atender as mudanças previstas Por Eliana Antiqueira

Como a senhora avalia o ensino médico no Brasil hoje? Em relação a quem estamos atrasados ou adiantados?

A Professora Doutora Jadete Barbosa Lampert, diretora presidente da Associação Brasileira de Educação Médica, defende um ensino mais humanizado da medicina e aponta que criar um sistema de avaliação que alie qualidade à quantidade é o grande desafio da docência na atualidade.

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O ensino médico no Brasil, hoje, no que se refere aos seis anos do curso de graduação, busca adequar-se as Diretrizes Curriculares Nacionais (MEC, 2001), com mudanças na concepção dos Projetos Pedagógicos, e na busca de novos cenários para o ensino da prática médica, além das do hospital de ensino. No entanto, apresenta claras dificuldades quanto à captação de novos docentes e na capacitação destes para desenvolver metodologias ativas de ensino-aprendizagem e para trabalhar o ensino, a pesquisa e a assistência. Em relação a quem estamos atrasados ou adiantados, cada país tem peculiaridades que os coloca de forma singular no compromisso de buscar alternativas e estratégias para melhor responder às suas demandas internas em saúde. Diria que estamos atrasados conosco mesmos. Precisamos nos adiantar com presteza, eficiência,

eficácia, efetividade para alcançar o impacto desejado junto das populações quanto à assistência em saúde no âmbito nacional com equidade, qualidade e resolução na prestação de serviços. Isso quer dizer avançar com políticas de expansão e capacitação de recursos humanos de forma planejada. Nos últimos anos, têm crescido o número de cursos de medicina no país. Isso é benéfico? Essa demanda é absorvida? Existem necessidades de saúde não atendidas ou mal atendidas no nosso vasto território brasileiro. Estas não estão apenas na dependência da existência de cursos de medicina ou de médicos, mas também de uma gama de outros cursos e profissionais, assim como de estruturas que proporcionem boas condições de trabalho no atendimento em saúde. A necessária integração de cursos deve se ampliar em todas as áreas do conhecimento, além da medicina, para dar conta da complexidade da assistência à integralidade em saú-

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Páginas Azuis de, acompanhando o aumento da população brasileira e as demandas decorrentes do avanço científico e tecnológico nos aspectos de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Percebe-se melhor este contexto quando temos o entendimento de que saúde é qualidade de vida, e, portanto, temos que batalhar por estruturas e desenvolvimento de processos para assistir o ser humano no seu ciclo de vida, para além de somente diagnosticar e tratar doenças. Portanto, a clientela do profissional médico se ampliou, não é somente a pessoa que adoece, mas todo o ser humano, da sua concepção a sua morte. O ensino da medicina incorporou a tecnologia ou persistem os métodos tradicionais? É possível aliar essas duas vertentes de ensino? As duas vertentes podem se aliar em um equilíbrio de transição de um modelo tradicional de exposição de conteúdos para um modelo dinâmico de construção de conhecimentos, frente à colocação didática de situações-problema para serem analisadas, e formuladas questões que nortearão as buscas, a relação e a aplicação de conhecimentos. O ensino da medicina tem incorporado os avanços científicos e tecnológicos da área por meio das disciplinas ministradas por especialistas, ainda na graduação, e de forma fragmentada. No entanto, de um modo geral, conserva o método tradicional de transmissão de conhecimentos em aulas expositivas, quando se tem claro, na atualidade, que o volume de conhecimentos é de tal monta que se tornou impossível fazê-lo no tempo e nos espaços disponíveis. Há a exigência de que o futuro profissional tenha habilidade para construir o próprio conhecimento, e que, devidamente orientado e tendo o professor como facilitador, deve dominar a técnica de “aprender a aprender” frente a situações-proble-

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mas, competência esta que deverá desenvolver e exercitar em qualquer campo de atuação no cotidiano do exercício profissional. Em junho entrou em vigor a resolução 3/2014, que determina as novas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina. Como as faculdades de medicina se preparam para essa mudança? Houve tempo suficiente para isso? A ABEM defendeu que as diretrizes curriculares de 2001 são adequadas para a construção de mudanças que se deseja na formação e no exercício da profissão médica, nos dias atuais. As escolas avaliadas pela ABEM, no método da roda (CAES/ABEM) mostram evidências de mudanças neste sentido, embora, em muitas delas, com ações ainda muito pontuais. O importante é entender que mudanças de conceitos e de métodos fazem parte de um processo que vai do entendimento, compreensão e assimilação do quê e porque se propõe, até o momento de efetivar diferentes ações, constituindo a mudança de modelo, a mudança de paradigma. As faculdades de medicina têm dificuldades para promover as mudanças, identificadas na pouca valorização institucional das atividades de ensino. Nas avaliações do corpo docente das escolas, os órgãos públicos responsáveis usam critérios que supervalorizam as titulações e as publicações em periódicos nacionais e internacionais, em relação às atividades didáticas no curso de graduação. Na construção das mudanças, o tempo é nosso aliado e será suficiente desde que com prévio e adequado planejamento, com acompanhamento avaliativo dos passos traçados, que proporcionem ajustes e aprimoramento. Instalar mudanças acompanhadas de um sistema avaliativo com indicadores quali-quanti é o maior desafio, pois ainda não temos uma cultura de avaliação construtiva e formativa.

“O ensino médico no Brasil apresenta claras dificuldades quanto à captação de novos docentes e na capacitação destes para desenvolver metodologias ativas de ensino-aprendizagem e trabalhar ensino, pesquisa e assistência.” A senhora crê que esta resolução possa estancar a abertura desenfreada de escolas de medicina observada nos últimos anos? O número de escolas de medicina que estão abrindo, assim como a ampliação das vagas nas escolas já existentes, deverá ter um limite. Outros cursos deverão acompanha-los, seguindo a necessidade do atendimento em saúde como trabalho em equipe. Devem se instalar, em âmbito nacional, mecanismos de controle e acompanhamento destas instituições de ensino e dos profissionais formados e em atividade no mercado, através de programas de acreditação e certificação, respectivamente, para que se tenha maior domínio da oferta quantitativa e qualitativa dos serviços. Com estas novas normas, o que muda para o corpo docente das faculdades? Os professores têm de passar por algum tipo de reciclagem ou aperfeiçoamento? Com certeza, os professores precisam ser capacitados, avaliados e valorizados como modelo, como eixo formador responsável pelo desempenho da instituição de ensino superior na formação dos profissionais. As mudanças exigem que o corpo do-

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Páginas Azuis cente se capacite para uso de metodologias que demandam preparo didático-pedagógico para orientar e facilitar os estudantes nas ações de construção do próprio conhecimento. Para isso, deve haver o entendimento institucional da necessidade de contar com carga horária docente para este trabalho, que é dinâmico, e deve ser construído num continuum. As escolas necessitam de programas permanentes de desenvolvimento docente para o estudo e o desenvolvimento de planos e estratégias, além do preparo do sistema e de instrumentos de avaliação de conhecimentos, habilidades e atitudes do estudante durante o curso de graduação. Isso envolve auto-avaliação e meta-avaliação de forma construtiva e formativa, segundo os princípios do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), documento oficial desde 2004. Entre as mudanças exigidas, está a obrigatoriedade de estágio obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS) por dois anos. Há profissionais preparados para essa preceptoria? Ao aumentar as escolas de medicina vemos a importância de termos serviços estruturados, com profissionais médicos prestando assistência de boa qualidade e em condições de atuarem como preceptores junto dos estudantes. Com certeza, ainda não dispomos nem de corpo docente e nem de preceptores preparados o suficiente, em quantidade e qualidade, para as demandas dos cursos de medicina. A ABEM possui programa de capacitação pedagógica para preceptores e docentes com potencial multiplicador para se alastrar no âmbito nacional. Além deste programa, está desenvolvendo uma gama de outros, como estratégias de aproximação e acompanhamento das escolas nas atividades de formação profissional, graduação, pós-graduação e educação permanente. A

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ABEM já tem projetos com resultados reconhecidos como a avaliação do estudante pelo Teste de Progresso, que poderá auxiliar na aplicação da prova a cada dois anos; Avaliação Institucional, método da roda, da CAES, indutor de construção das mudanças que busca complementar e auxiliar as escolas e avaliações construídas pelo INEP/MEC. Outros projetos mais recentes se integram no Planejamento Estratégico da ABEM com descentralização para seus oito Conselhos e Congressos Regionais de Educação Médica. São eles o ensino da urgência e emergência nos cursos de graduação; as Diretrizes Nacionais da ABEM para o internato no curso de graduação em medicina; a avaliação de habilidades e atitudes do estudante e o desenvolvimento de habilidades de comunicação. As atividades da ABEM têm tido base em políticas, que por serem indutoras de mudanças, devem ter caráter permanente.

“As faculdades de medicina têm dificuldades para as mudanças, identificadas na pouca valorização institucional das atividades de ensino.” Todos os anos, milhares de médicos entram no mercado de trabalho sem terem passado pela residência. A resolução 03/2014 pode corrigir esta distorção? Acho equivocado jogar para a residência médica (RM) a responsabilidade pela qualificação do profissional formado na graduação que sai para o mercado de trabalho. Enxergo a qualidade dos cursos de graduação

como o ponto relevante da formação dos profissionais médicos. O curso de graduação de medicina tem custo alto para a sociedade, é o mais longo dos cursos superiores, mas tem apresentado grande fragilidade na formação médica. No território nacional, é surpreendente verificar a expansão de cursos preparatórios para ingressar nas residências médicas, pagos e freqüentados pelos estudantes de medicina. Também, observam-se estudantes, durante a graduação, organizando e freqüentando cursos paralelos, que chamam de “ligas acadêmicas”, para suprir deficiências do curso de graduação ou por interesses particulares. Esta realidade não tem provocado nenhum tipo de mobilização nas instituições responsáveis. Não se pode negar que a residência médica é necessária na continuidade da formação profissional para aprofundar conhecimentos em determinados campos e áreas do saber, como especialidades, e para ampliar o atendimento qualificado das diferentes demandas em saúde. Cada momento da formação profissional tem seu papel na aquisição e aperfeiçoamento de competências para prestar serviços em saúde de forma integrada. A distorção se dá mais pela precariedade das condições de trabalho, da escassez de recursos humanos capacitados e disponíveis para a docência e preceptoria, do que a ligação obrigatória entre graduação e os dois primeiros anos da vida profissional com residência médica em medicina geral de família e comunidade. A exigência de estágio no SUS pode colaborar para haver uma melhor distribuição de médicos no país? Sim, desde que o SUS esteja estruturado e dando conta da assistência em saúde nos diferentes níveis (primário, secundário e terciário) com mecanismos de referência e contra referência, em rede de atenção à saúde, onde os profissionais se situem e

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Páginas Azuis sintam-se realizados e valorizados ao integrarem-se ao sistema e ao interagir com a comunidade. As últimas diretrizes, em vigor desde 2001, tomaram dez anos de discussão para chegar ao formato final. As atuais diretrizes levaram apenas seis meses para ficarem prontas. Ao que a senhora credita essa urgência na liberação da resolução? A discussão das diretrizes de 2001 foi realizada com ampla participação das escolas e seu formato foi dado até o momento de ser aprovada e entrar em vigor. Daí se partiu para a implantação destas diretrizes e as escolas começaram a construir seus projetos pedagógicos e a se estruturar para novas tarefas na formação médica. As atuais diretrizes trouxeram detalhamento de competências na área de atenção, gestão e educação em saúde. A urgência na liberação faz parte da crítica feita a tornar urgente o que não era urgente. A consulta e a escuta às instituições ficou tremendamente prejudicada, fragilizou a democracia ao desconhecer os espaços de reflexões críticas com senso de construção e formação de cidadãos.

“O ponto mais crítico, no caso da formação do profissional médico, é o teor humanístico da formação que ficou em demasia técnico e com sérias deficiências na forma de se comunicar e atuar de forma perceptiva e sensível com as pessoas...”

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“O ensino da medicina tem incorporado os avanços científicos e tecnológicos da área... No entanto, de um modo geral, conserva o método tradicional de transmissão de conhecimentos em aulas expositivas, quando se tem claro, na atualidade, que o volume de conhecimentos é de tal monta que se tornou impossível fazê-lo no tempo e nos espaços disponíveis.” A exigência de estágio no SUS concorre para a formação maciça de clínicos gerais em detrimento à formação de especialistas? Não entendo assim. A formação geral do médico sempre foi muito importante e, cada vez mais, se torna relevante para abordar o ser humano sem perder de vista o seu conjunto, por mais que ele esteja precisando de cuidados pontuais de um determinado especialista. A boa relação entre clínicos gerais e especialistas passa por estes últimos possuírem uma boa formação geral, que é dada na graduação. A lei quer reforçar a formação com mais dois anos de residência médica geral de saúde e comunidade. Interpreto este fato como a confirmação da fragilidade do curso de graduação, que se encontra esvaziado com fuga de docentes e discentes para outras atividades paralelas. Os projetos pedagógicos das faculdades de medicina passam pela avaliação da ABEM? Os projetos pedagógicos das faculdades não passam pela avaliação da ABEM, como regra. Apenas temos o conhecimento dos projetos das escolas que participam por adesão espontânea ao nosso programa de avaliação institucional.

Estas novas diretrizes podem impactar também na educação continuada (pós-graduação, mestrado...)? Como? Sim, da mesma forma que há impacto do ensino de primeiro e segundo graus no ensino superior. O ponto mais crítico, no caso da formação do profissional médico, é o teor humanístico da formação que ficou em demasia técnico, com sérias deficiências na forma de se comunicar e atuar de forma perceptiva e sensível com pessoas, em contextos diversos e na busca da melhor solução e abalizamento do custo-benefício em situações-problema. Quanto mais bem preparados em cada etapa de ensino, há sempre maior chance de melhor aproveitamento no passo seguinte. Chega-se sempre no ponto comum de relevância maior na base dos problemas sociais: a educação como política prioritária de Estado, com investimento maciço, que os governos não têm correspondido na intensidade desejada. Em sua opinião, em quanto tempo será possível avaliar se a resolução 03/2014 foi bem-sucedida? Quase que imediatamente, à medida que se acompanhar os indicadores que sinalizaram a necessidade desta resolução. Temos que trabalhar na monitoração dos processos desencadeados e dos resultados alcançados, tanto no âmbito da formação profissional quanto no da prestação de serviços na assistência em saúde da população.

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Educação

Novas diretrizes em tempos de Mais Médicos Em junho, entraram em vigor as novas diretrizes curriculares para o ensino de medicina aprovadas pelo MEC. O que são e o que muda para os estudantes e as faculdades. Por Eliana Antiqueira

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m 23 de junho, o Diário Oficial da União publicou a Resolução 3/2014, que determina as novas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina. As escolas de medicina terão até dezembro de 2018 para implantar as mudanças. No entanto, nas turmas abertas a partir do segundo semestre de 2014, o novo currículo terá um ano para ser colocado em prática. Entre as principais mudanças está o estágio obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS), na atenção básica e no serviço de urgência e emergência. Pela resolução, o estágio deve ter a duração mínima de dois anos, com 30% da carga horária cumprida nas áreas de Atenção Básica, Urgência e Emergência do SUS.

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Além disso, os estudantes serão avaliados pelo governo a cada dois anos. A avaliação será obrigatória e o resultado fará parte do processo de classificação para os exames dos programas de residência médica. A prova será elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável por avaliações como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O Inep tem dois anos para começar a aplicar a avaliação. As diretrizes curriculares para cursos de medicina vigentes até agora eram de 2001, mas a reformulação estava prevista desde 2013, na ocasião do lançamento do Programa Mais Médicos. Pela nova resolução, o curso de graduação

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Educação

de medicina continuará com seis anos de duração e não oito, como se havia cogitado anteriormente. A expectativa é que sejam abertas 11.447 vagas em cursos de medicina até 2017 — 3.615 em universidades federais e 7.832 em instituições particulares. Na residência, deverão ser ofertadas 12.372 novas vagas no mesmo período. O aumento no número de vagas, porém, não é novidade. Uma reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo, em julho, aponta que, nos últimos anos três anos e meio, houve um aumento expressivo no número de cursos de medicina liberados. Desde 2011, foram 44. Nos oito anos do governo Lula foram 58, e, nos oito do governo Fernando Henrique Cardoso, 27. As vagas abertas na atual gestão se dividem em 15,7% no Centro-Oeste, 23% no Sudeste, 7,4% no Sul, 7,9% no Norte e 46% no Nordeste. Para o Conselho Federal de Medicina, essa abertura desenfreada de novas turmas resulta em má formação profissional. Segundo Desiré Callegari, primeiro secretário do CFM, “as faculdades estão colocando no mercado profissionais com formação de médio para baixo”. Para comprovar sua afirmação, recorda o alto índice de reprovação de recém-formados no exame Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp): 59,2% em 2013 e 54,5% em 2012.

O CFM também crítica o pouco tempo aplicado na criação das novas diretrizes do ensino médico. O órgão aponta que as diretrizes lançadas em 2001, e em vigor até então, foram objeto de discussão por dez anos até se chegar ao formato final, e que as novas foram elaboradas em apenas seis meses. A crítica é que a discussão foi feita às pressas, sem o debate necessário com as entidades médicas, academias e a sociedade. O Conselho Federal de Medicina esclarece ainda que o país não apresenta estrutura física, hospitalar e de preceptoria, para criação de 12 mil novas vagas de graduação e, por consequência, de residência médica. Para Dr. Geraldo Pereira Jotz, membro da Comissão de Residência e Treinamento da ABORL-CCF e da Câmara Técnica da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC), em um primeiro momento, a resolução pode ser benéfica aos formandos em medicina que desejariam fazer especialização na área de otorrinolaringologia. “Como a nossa especialidade tem um link muito grande com a atenção básica, em virtude do grande número de afecções otorrinolaringológicas que estão envolvidas neste cenário, acredito ser positiva esta experiência em relação à vivência da nossa especialidade vista por outros profissionais - médicos de família e comunidade, clínicos e pediatras.” No que diz respeito à exigência da realização de mais um ano de residência médica na área de otorrinolaringologia, sendo que este primeiro ano seria exclusivamente em Medicina de Família, Dr. Geraldo explica que as instituições precisarão se preparar para o caso da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) decidir-se pela implantação deste primeiro ano curricular. “Os programas passarão a ter quatro anos de duração e não mais três. Isto se for colocado apenas um ano de Medicina de Família, pois a lei faculta até dois anos. Obviamente que caberá à Câmara Técnica, à qual a nossa especialidade ficar vinculada, sugerir sobre esta questão e levar ao plenário da CNRM, a quem caberá votar pela manutenção do que temos hoje ou pelo acréscimo de um ou dois anos ao nosso programa”, esclarece. Outro ponto levantado pelo Dr. Jotz é a precariedade no atendimento a esta demanda. “Os hospitais precisarão estar preparados, e provavelmente, subsidiados pelo governo, para atender às exigências dos mais diversos programas de residência médica no SUS. Hoje, faltam profissionais especializados para atender, imagine ter especialistas que se voltem também para o ensino especializado na modalidade de residência médica, onde precisaremos ter condições básicas e avançadas? Esta é uma resposta técnica que tem um impasse político. Se tivermos investimentos substanciais na área da saúde, que permitam adequar os cenários de atendimento em instituições de ensino especializado, acredito que possamos enxergar uma luz no fim do túnel. Agora, sem investimentos na ordem de bilhões , não acredito que o Brasil estará preparado para a demanda exposta nesta lei dos Mais Médicos”, conclui.

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Educação

Como é lá fora? Saiba como é a formação do médico no exterior

EUA (2,8 médicos/mil hab)

Antes de entrar numa escola de medicina nos Estados Unidos, o estudante precisa se graduar bacharel em alguma área que abranja os ciclos básicos de biologia, física, química e matemática da universidade norte americana. Essa formação dura quatro anos. Trabalhos extracurriculares na área de saúde também são diferenciais na hora da avaliação para ser aceito em curso de medicina. No teste de admissão para a faculdade, o MCAT (sigla em inglês), são avaliados conhecimentos de biologia, química e física. O curso de medicina dura mais quatro anos, divididos em atividades em salas de aula, e, no final, em trabalhos em hospitais, em diversas especialidades, com a supervisão de médicos. Para fazer a residência e se especializar, os estudantes precisam passar por outro exame na faculdade escolhida, e o curso pode durar de três a oito anos, dependendo da instituição e da área. Antes de serem reconhecidos como médicos, os estudantes precisam obter a licença passando em um exame, o U.S. Medical Licensing Examination.

Canadá (2,1 médicos/mil hab*)

No mesmo modelo que os EUA, a maioria das escolas de medicina do Canadá exigem uma graduação de bacharel em uma área com matérias avançadas de química, biologia e física, que dura de dois a quatro anos no País, além da aprovação no MCAT para ingressar no curso. A faculdade de medicina dura quatro anos e, ao seu final, o estudante precisa passar por um teste do Conselho Médico do Canadá para exercer a profissão. Os cursos de residência no País podem durar de quatro a oito anos.

Cuba (6,7 médicos/mil hab*)

O estudante de medicina em Cuba precisa realizar um exame admissional para entrar no curso, que dura seis anos. Os cinco primeiros anos de estudos são divididos entre sala de aula e acompanhamento de consultas e plantões em hospitais. O sexto funciona como um trainee, onde o estudante trabalha em um hospital supervisionado pelos professores e médicos da universidade, e no qual pode ser reprovado. Para exercer medicina no País, é preciso passar por um exame estatal, o Examen Estatal Externo Nacional, composto por um exame prático e outro teórico, e ser aprovado no trainee. As faculdades de medicina cubanas são gratuitas, e a Escuela Latinoamericana de Medicina (ELAM) oferece bolsas para os estudantes latino-americanos.

Argentina (3,2 médicos/mil hab*)

O sistema de formação de médicos na Argentina parece com o atual modelo brasileiro. A duração do curso de graduação é de seis anos. Para se especializar, o recém-formado estudante precisa passar por uma nova avaliação para entrar no curso de residência escolhido. O curso varia de dois a quatro anos de duração, dependendo da área de estudos.

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Educação

Inglaterra (2,8 médicos/mil hab)

Os estudantes ingleses de medicina, após passar pela faculdade por cinco anos, precisam ser aprovados em um programa de trainee remunerado com dois anos de duração, o Foundation Programme. No primeiro ano, que tem no mínimo três meses de prática de clínica geral, os estudantes atendem ao público do sistema de saúde público inglês, supervisionados por médicos-professores. A partir do segundo ano, com uma licença profissional provisória, eles já passam a atender os pacientes sozinhos. Durante o segundo ano, um exame do equivalente ao Conselho Federal de Medicina (o General Medical Council) avalia se o estudante pode receber o seu CCT (Certificado de Conclusão do Trainee, em tradução livre) e então serem reconhecidos como clínicos gerais. O exame também pode ser realizado até um ano após o treinamento. Depois, os estudantes podem seguir para especializações, que podem durar de 3 a 8 anos.

Suíça (4,1médicos/mil hab*)

O curso de medicina é o único que exige um exame seletivo para os estudantes suíços, por conta do número limitado de vagas oferecidas anualmente. A duração média da formação de um médico suíço é de 10 anos, dos quais seis anos são em sala de aula e, nos outros quatro de sua formação, o profissional trabalha como médico assistente. Não existe residência nos moldes como é no Brasil. Os sistemas de saúde e de formação médica na Suíça são complexos, e o atendimento é estruturado em médicos da família que fazem o primeiro contato com o paciente, que só depois é encaminhado para as outras especialidades. Não são todos os serviços públicos de saúde que são gratuitos.

Espanha (4 médicos/mil hab*)

Para entrar nas faculdades espanholas, os estudantes precisam primeiro passar por uma seleção no modelo do Enem brasileiro, na Prueba de Acceso a la Universidad. O estudante pode se inscrever nos cursos e universidades de acordo com a nota obtida no teste. Após completar os seis anos da faculdade de medicina, o estudante precisa prestar o exame para se tornar um Médico Interno Residente (MIR). De acordo com a nota obtida, o estudante poderá escolher em qual área da medicina e a instituição em que fará sua especialização, que pode durar de três a cinco anos. Durante o período como interno até se tornar especialista, os estudantes de medicina trabalham nos hospitais vinculados às universidades em que estudam.

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Eleições gerais

Relação dos Inscritos para as Eleições Gerais da ABORL-CCF 2015

O

Colégio Eleitoral da ABORL-CCF divulga a lista dos inscritos conforme ordem de sorteio realizado em 28/07/14, às 10h, com presença da Tríade Auditores Independentes, na figura de David Martins, dos membros do Colégio Eleitoral, Dr. Lídio Granato e Dr. Arthur

Augusto e, via Skype, do Dr. Godofredo Borges e Dr. Luiz Lavinsky. Além de Vania Rosa Moraes, do Departamento Jurídico da ABORL-CCF, de Carlos Roberto da Silva, Diretor Executivo da ABORL-CCF e Adriana Santos, do Departamento de Comunicação da ABORL-CCF.

Diretor Segundo Vice Presidente - 2015 > Wilma Terezinha Anselmo de Lima

Minicurrículo: Graduação em Medicina pela UFTM; Mestrado e Doutorado pela FMRP-USP; Pós-Doc pela UCL Medical School-Inglaterra; Professora Titular em ORL - FMRP/USP Plataforma: Atuação dinâmica junto à Presidência no crescimento e administração da ABORL-CCF. Defesa da excelência e do exercício profissional do ORL no Brasil

Comissão de Ética e Disciplina Não houve Inscritos

Representante Distrital - Comissão de Ética e Disciplina Região Sudeste

> Regina Maria Marquezini Chammes

Minicurrículo: Graduação e Residência Médica em Otorrinolaringologia no HC FMRP-USP, ex delegada superintendente do CREMESP de Araçatuba; de 2008 a 2013. Plataforma: Colocar minha experiência de cinco anos de trabalho no CREMESP à disposição da Associação e dos associados nos assuntos referentes à Ética Médica

Não houve inscritos para as demais regiões 14 | Revista VOX OTORRINO

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Eleições gerais

Comissão de Residência e Treinamento > Rafael Rossel Malinsky

Minicurrículo: Responsável pelo ambulatório de Ronco e Apneia do Sono no Serviço Otorrinolaringologia e CCP da ULBRA, Doutor em Ciências Médicas pela FRMP-USP. Plataforma: Fortalecer e inovar, aprimorando o passado, tendo em vista um crescimento futuro do ensino da Otorrinolaringologia.

> Silvio Antonio Monteiro Marone

Minicurrículo: Coordenador dos Serviços de ORL do Hosp. da PUC de Campinas-S.P do Hosp.Santa Marcelina-S.P.e da Clínica Otorhinus-S.P. Prof. FM PUC Campinas e FM USP. Plataforma: Avaliar e orientar quanto ao ensino teórico, treinamento clínico, cirúrgico, equipamentos, preceptores, instrutores e comportamento ético.

> Ali Mahmoud

Minicurrículo: Pós graduando (doutorado) no FMUSP médico assistente do Hospital do Servidor Público Estadual médico preceptor da Clínica Otorhinus -SP. Plataforma: Contribuir com a formação e melhora dos serviços credenciados à ABORL-CCF.

> Francisco Polanski Cordeiro

Minicurrículo: Graduação UFPR/2003, residência no Hospital Angelina Caron, mestrado em curso pela UNIFESP, preceptor da residência médica do Hospital Angelina Caron. Plataforma: Discussão dos requisitos mínimos para a residência médica e integração do residente em múltiplos serviços de excelência para complementar a formação.

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Eleições gerais > Carlos Takahiro Chone

Minicurrículo: Professor Doutor Departamento de Otorrinolaringologia Cabeça e Pescoço UNICAMP Coordenador de Residência Médica em Otorrinolaringologia há 15 anos. Plataforma: Fortalecimento do programa de residência médica em otorrinolaringologia frente às demais especialidades médicas com melhora assistencial e científica.

> Flavio Serafini

Minicurrículo: Medicina-UNIFESP 1985-1990 Especialização em ORLUNIFESP 1993-1995 Mestrado-UNIFESP 1997-1999 Doutorado-UNIFESP 2000-2004. Plataforma: Padronizar Currículo Básico dos cursos pelo país prova anual para R1, R2 e R3 pela ABORL- CCF Sistema de créditos por cursos em outras instituições.

Representante Distrital - Comissão de Residência e Treinamento Região Nordeste

> Adriano Sérgio Freire Meira

Minicurrículo: Otorrinolaringologista Coordenador do serviço de especialização em Otorrinolaringologia do SOS Otorrino - Joao Pessoa Paraíba. Plataforma: Ser um elo mais efetivo entre a comissão de residência e treinamento e os estados do norte e nordeste.

Não houve inscritos para as demais regiões

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Eleições gerais

Comissão de Defesa Profissional > Paulo Saraceni Neto

Minicurrículo: Colaborador da Disciplina de Rinolaringologia da UNIFESP. Fellowship e Residência Médica pela UNIFESP. MBA em Gestão Executiva em Saúde pela FGV. Plataforma: Fomentar a qualificação do associado da ABORL, enquanto formador de opinião e gestor, visando à revalorização da Medicina e da Otorrinolaringologia.

> Carlos Augusto Correia de Campos

Minicurrículo: Professor Instrutor da Santa Casa de São Paulo. Plataforma: Trabalhar pela contínua valorização de nossa especialidade. Especialmente por melhor remuneração e condições de trabalho aos novos especialistas.

> Reginaldo Raimundo Fujita

Minicurrículo: Professor adjunto Unifesp-Escola Paulista de Medicina Comissão de titulo de especialista desde 1995, Comissão de Defesa Profissional de 1995 a 2004. Plataforma: Trabalhar para fornecer ao SUS pesquisa econômica que mostre a necessidade de aumentar honorários médicos em atendimento e cirurgia ORL.

Representante Distrital - Comissão de Defesa Profissional Região Sudeste

> Bruno Almeida Antunes Rossini

Minicurrículo: Graduação em Medicina Humana pela UNESP- Faculdade de Medicina de Botucatu Residência médica em Otorrinolaringologia pela UNESP- Faculdade Medicina. Plataforma: Trabalhar para continuar a resolver os problemas de nossa especialidade ajudando nossos associados a atingir seus objetivos.

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Eleições gerais

Comissão de Titulo de Especialista > Fernando Danelon Leonhardt

Minicurrículo: Mestre e Doutor em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Unifesp-EPM. Assistente do Departamento de ORL-CCP da Unifesp-EPM. Plataforma: Membro voluntário da Comissão do Título de Especialista há quatro anos, com participação ativa nas últimas provas do Título de Especialista.

> Rodolfo Alexander Scalia

Minicurrículo: Coordenador da residência médica da FCMSCSP Plataforma: Transparência e respeito aos colegas que buscam aprovação como especialistas pela ABORL

> Edson Ibrahim Mitre

Minicurrículo: Formado pela FMUSP, Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Vice-Presidente Soc. Paulista de ORL / Depto ORL APM. Plataforma: Contribuir para a valorização do Título de Especialista e aprimorar o trabalho já desenvolvido, tornando a avaliação cada vez mais objetiva.

> José Fernando Polanski

Minicurrículo: Mestre e Doutorando pela UNIFESP/EPM Professor Assistente de ORL da Faculdade Evangélica do Paraná Médico do Ambulatório de ORL do HC-UFPR. Plataforma: Participar dos processos de melhora da formação e avaliação dos jovens otorrinos. Colaborar com o aumento da participação dos associados ABORL-CCF.

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Eleições gerais > Romualdo Suzano Louzeiro Tiago

Minicurrículo: Médico dos Serviços de Otorrinolaringologia do HSPE e do HSPM de São Paulo. Mestrado em ORL-CCP e Doutorado em Ciências pela UNIFESP. Plataforma: Contribuir com a contínua valorização do Título de Especialista em Otorrinolaringologia.

> Bruno Borges de Carvalho Barros

Minicurrículo: Médico otorrinolaringologista pela UNIFESP, fellow em otologia pela UNIFESP, pós graduando pela UNIFESP, orientação cirúrgica para residentes. Plataforma: Pretendo auxiliar na organização de uma prova de título com enfoque na prática e nos conhecimentos necessários para o exercício da profissão.

> Guilherme Carvalho de Almeida

Minicurrículo: Formação otorrinolaringológica e Fellow no Instituto Felippu de Otorrinolaringologia SP. (2006-2010) - Atuação ORL Rio de Janeiro - (2010). Plataforma: Colaborar com a presente comissão

> Roberto Miquelino de Oliveira Beck

Minicurrículo: Especialista em Eletrofisiologia da Audição pela FMUSP Doutorando da FMUSP - Médico-assistente HC-FMUSP. Plataforma: Manter o trabalho já iniciado como Membro Colaborar desta comissão. Foco na formação completa do residente e avaliação ampla dos conceitos.

> José Ricardo Gurgel Testa

Minicurrículo: Prof. Adjunto ORL CCP da UNIFESP/EPM; Titular de ORL do H Câncer de SP, Coord. do Serviço de Especialização em ORL do Hospital Paulista de ORL. Plataforma: Estimular a participação de novas lideranças nas comissões da associação, valorizando do título de especialista.

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Eleições gerais

Representante Distrital Comissão de Titulo de Especialista Não houve inscritos para nenhuma das regiões

Comissão de Comunicações Não houve Inscritos

Representante Distrital - Comissão de Comunicações Não houve inscritos para nenhuma das regiões

Comissão de Eventos e Cursos > Luciano Rodrigues Neves

Minicurrículo: Professor Afiliado do Departamento de ORL/CCP (UNIFESPEPM) Coordenador do Programa de Educação Continuada em ORL/CCP (UNIFESP-EPM) Plataforma: Trabalhar para o aprimoramento dos eventos da ABORLCCF. Fomentar cursos eficientes e sustentáveis.

> Vitor Guo Chen

Minicurrículo: Pós-graduando pelo Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da UNIFESP/EPM Fellowship em Otorrinolaringologia Pediátrica. Plataforma: Trazer a ABORL-CCF para o cotidiano do otorrinolaringologista.

Representante Distrital - Comissão de Eventos e Cursos Não houve inscritos para nenhuma das regiões

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Eleições gerais

Comissão de Educação Médica Continuada > Thiago Freire Pinto Bezerra

Minicurrículo: Otorrinolaringologista. Doutorado em Otorrinolaringologia pela FMUSP. Ex-Professor Substituto da UFPE. Médico assistente do IMIP. Pós-doutorando FMUSP. Plataforma: Interatividade. Cursos de Instrução Online com Material Didático Gratuito. Todo mês um tema escolhido pelo voto e outro pela comissão.

Representante Distrital - Comissão de Educação Médica Continuada Não houve inscritos para nenhuma das regiões

Comissão do BJORL

> Heloisa Juliana Zabeu Rossi Costa

Minicurrículo: Graduação, Residência Médica, Mestrado e Doutorado pela FCM da Santa Casa de São Paulo, Pós-doutorado pela FMUSP. Plataforma: Contribuir para tornar o BJORL uma revista de cada vez mais impacto internacional, com importante produção da comunidade científica brasileira.

> Joel Lavinsky

Minicurrículo: Médico (UFRGS) otorrinolaringologista (UFCSPA). Mestrado em Cirurgia (UFRGS/HCPA) e Doutorando (University of Southern California/UFRGS). Plataforma: Contribuir para a expansão do reconhecimento científico internacional e a promoção do crescimento do fator de impacto do BJORL.

Representante Distrital - Comissão do BJORL Estatutariamente não há representantes distritais para a Comissão do BJORL

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Congresso Brasileiro

Congresso Brasileiro

I

nformação de qualidade, programação variada, debates, painéis e mesas redondas. O 44º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial é uma das mais importantes fontes de conhecimento da especialidade. Não perca a chance de aperfeiçoar seu talento.

Instrua-se!

Após o sucesso em 2013, o 44º Congresso Brasileiro irá manter os cursos de instrução em sua grade científica, seguindo o modelo já aplicado em grandes congressos promovidos por instituições de referência em Otorrinolaringologia, como a American Academy of Otolaryngology Head and Neck Surgery. Os cursos serão ministrados no período da tarde, com 45 minutos de duração e até três instrutores em cada sessão, o que permite uma imersão completa no assunto. Os resumos enviados foram avaliados pela Comissão Julgadora de Cursos, de acordo com as regras pré-estabelecidas, a experiência dos palestrantes no tema sugerido, o impacto e a atualização do assunto. Conheça os temas aprovados:

http://www.aborlccf.org. br/44cbo/imagens/Cursos_ aprovados2.pdf

Prestigie o Pré-Congresso!

Sucesso consolidado, o Pré-Congresso aborda temas de interesse dos otorrinos que vão além do conhecimento acadêmico e científico. O Pré-Congresso acontece em 12 de novembro, das 8h às 18h. Cada sala será destinada a um tema ou especialidade. Confira. Acesse a grade completa:

http://www.aborlccf.org. br/44cbo/imagens/PROGRAMA_PARA_SITE-12-11.pdf

Novidade: Painel e Mesa Redonda de Eletrofisiologia Anote aí: 13 de novembro, das 14h às 15h30 14h - Painel Eletrococleografia com eletrodo per-timpânico Palestrante: Signe Schuster Grasel (SP) Surdez Palestrante: Alberto Alencar Nudelmann (RS) Avaliação eletrofisiológica frequência-especifica: Respostas auditivas de estado estável ou PEATE com tone bursts? Palestrante: Roberto Miquelino de Oliveira Beck (SP) A utilização do CHIRP nos potenciais evocados auditivos Palestrante: Marcelo Ribeiro de Toledo Piza (SP) 14h45 - Mesa Redonda Desafios no diagnóstico otoneurológico: como os potenciais evocados auditivos e vestibulares podem fazer a diferença Moderador: Pedro Luis Cóser (RS), Marco Aurélio Rocha Santos (MG), Mariana Lopes Fávero (SP), Roberta Ribeiro de Almeida (SP), Karen de Carvalho Lopes (SP)

Palavra do especialista

“O painel de eletrofisiologia visa a trazer as atualizações nos diversos exames que a prática engloba. Por muito tempo, a eletrofisiologia ficou restrita a um número relativamente pequeno de otorrinos, mas, nos últimos anos, temos visto um interesse crescente, principalmente dos mais jovens, em aprender e discutir as possibilidades de diagnósticos que podem ser feitos utilizando estes exames.” Dr. Marcelo Toledo Piza, coordenador do Comitê de Eletrofisiologia da ABORL-CCF

Trabalhos científicos: apresentação e premiação

A comissão de avaliação de trabalhos científicos selecionará os melhores trabalhos durante o congresso. Os trabalhos aprovados para apresentação oral serão avaliados no local pela banca examinadora. Desses, 10 serão selecionados para reapresentação, concorrendo à seguinte premiação: 1º Lugar: 10.000,00 2º Lugar: 5.000,00 3º Lugar: Inscrição e Hospedagem para o 45º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial em Fortaleza – CE 14/11 - apresentação dos trabalhos orais 15/11 - apresentação dos 10 finalistas

E-pôster

Os trabalhos aceitos como pôster serão expostos na forma eletrônica (e-pôster). A Comissão Avaliadora selecionará os melhores trabalhos para uma rápida apresentação de 5 minutos durante o Congresso. Os 5 melhores trabalhos serão premiados com um Tratado de ORL e uma inscrição para o 45º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial em Fortaleza (CE). 13 e 14/11 - exposição 14/11 - apresentação Os premiados serão anunciados na festa de encerramento.

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Acadêmico

Você sabe fazer um pôster? Um pôster científico é uma ilustração resumida de uma pesquisa e um bom jeito de atingir uma grande audiência. Clareza, objetividade e boa visualização são o segredo do sucesso. Por Eliana Antiqueira

C

ongressos, conferências, simpósios e afins. Esta será, para sempre, a rotina de um otorrino em busca de aperfeiçoamento constante. Às voltas com pesquisa e desenvolvimento, eventualmente, a elaboração de um pôster vai surgir como tarefa a ser desenvolvida. Originalmente publicado no site Medscape (www.medscape.com), o artigo “Como fazer um pôster científico”, traz dicas preciosas otimizar o trabalho. Reunimos as principais.

não reduza o tamanho da fonte. Lembre-se: títulos em letras maiúsculas são difíceis de ler. Use o padrão Ab.

Introdução

Software

Um pôster de sucesso captura a atenção dos espectadores e comunica os pontos-chave de forma clara e sucinta. Informações ordenadas, fontes de texto com tamanho adequado para leitura a média distância e objetivos da pesquisa facilmente detectáveis são critérios de avaliação de um pôster bem-feito.

Layout

Dez segundos. Este é o tempo médio que os espectadores gastam diante de um pôster, a uma distância de cerca de 3 metros. Para garantir boa visualização, opte por diagramas, tabelas, fotografias e letras grandes. Conduza a leitura do observador de uma informação para outra de forma lógica, sempre da esquerda para a direita, com a informação mais relevante no alto, à esquerda. Quebre seu pôster em seções, assim como num artigo científico. Nomeie todas as seções com títulos.

Texto e fonte

É importante escrever de forma clara e fácil de entender. Prefira o discurso direto, use linguagem simples e sentenças curtas. Evite jargões e academicismo, assim como o uso de letras maiúsculas em mais de uma frase, porque se torna difícil de ler. Deixe seu texto o menor possível. Use texto com marcadores, ao invés de blocos de frases e deixe espaço em branco em torno do texto e do pôster. Dica: Use fontes como Arial, Helvética ou Times New Roman, que geralmente são consideradas legíveis para pôsteres. Use pelo menos 85 pontos no título, 56 pontos para os nomes dos autores, 36-44 pontos para subtítulos, 24-34 pontos para o corpo do texto, e 18 pontos para legendas.

Tìtulo

Em geral, o título deve ressaltar o assunto principal, mas não precisa mostrar todas as suas conclusões. O título deve ter entre 10 e 12 palavras, e a fonte deve ser grande. Se as palavras não cabem, encurte o título e julho / agosto 2014 | www.aborlccf.org.br

Cores

Use cores que atraiam a atenção, organize, e use ênfases, mais não exagere. Use no máximo duas ou três cores e considere que as pessoas podem ter dificuldades para diferenciar as cores. Letras pretas com fundo branco são uma prática padrão, e fundos com figuras devem ser usados com cautela.

Microsoft Power Point é fácil de usar e a maioria das pessoas tem acesso. Faça seu pôster em um único slide. Existem muitos outros programas que podem ser usados para fazer o design do pôster: QuarkXPress, InDesing, LaTex e Scribuss (download gratuito). Esses programas permitem controlar a quebra automática de texto em torno de imagens e fluxo de texto entre os blocos de texto associados. Há ainda um programa especificamente projetado para edição de pôsteres científicos: PosterGenius.

Créditos

O autor que mais se envolveu com o projeto é citado primeiro e o mais velho (o mais experiente) é citado por último. Alguns pôsteres têm as instituições a que os autores são afiliados.

Informações gerais

Para um estudo incluindo pessoas, você deve declarar explicitamente se o estudo foi retrospectivo ou prospectivo, e se houve randomização. Suas análises de dados e estatísticas também devem ser descritas, incluindo qual o valor você utilizou pra indicar diferenças significativas. Selecione os resultados mais importantes para suportar sua mensagem. Imagens e gráficos dizem mais do que palavras. Tabelas e figuras podem ser usadas para ilustrar os resultados de seu estudo, e devem ser claras, seguras, explanatórias e não complicadas. Elas devem ser numeradas, e referidas pelo número no texto – por exemplo, “veja figura 1”. Referências devem ser limitadas a cinco, e o tamanho da fonte deve ser menor do que o texto principal. Escreva uma seção curta de agradecimentos a quem ajudou a completar sua pesquisa, assim como seu grupo de pesquisa ou patrocinador. Qualquer conflito de interesse deve ser explicitado. Revista VOX OTORRINO | 23


Fidelidade

Aproveite os descontos que a ABORL-CCF preparou para você! Associado quite é beneficiado com as vantagens do Clube de Fidelidade da ABORL-CCF, com descontos em produtos e serviços. Por Kelviane Lima

S

empre em busca de oferecer mais benefícios aos associados, a ABORL-CCF firmou parcerias com diversas empresas de produtos e serviços que oferecem descontos especiais. De livros a academia de ginástica, ser um associado quite garante descontos e facilidades nas compras.

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Fidelidade

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Revista VOX OTORRINO | 25


Defesa Profissional

Fale com nossos advogados Parceria com escritório de advocacia amplia assessoria jurídica aos associados Por Sheila Godoi

A

ABORL-CCF estabeleceu, em junho, uma parceria com o escritório M.A. Machado. Com o acordo, o associado terá acesso à assessoria jurídica consultiva empresarial societária, tributária e trabalhista, além de consultoria relativa às cooperativas e à má prática médica e assessoria contenciosa (processual) – quando for necessário acionar um advogado para defesa em eventual processo. Conforme convênio firmado entre ABORL-CCF e M.A Machado Advocacia, o pagamento dos honorários será de responsabilidade dos associados e os valores são baseados na Tabela de Honorários Advocatícios – 2014 da Ordem dos Advogados do Brasil, que é o piso para o mercado.

Isso significa que o associado estará amparado se precisar de consultoria jurídica em determinada situação. “Temos tido uma relação muito proveitosa e salutar com a ABORL-CCF em nível institucional e de proteção aos direitos de seus associados desde janeiro de 2006”, explica o Dr. Marco Antônio Machado. “E, com isso, viemos a compartilhar inúmeros pareceres abordando aspectos jurídicos das dificuldades enfrentadas pelos otorrinos, notadamente em questões de cunho corporativo e profissional”. O escritório tem uma longa trajetória na área do Direito Civil, Comercial e Administrativo, e, ao longo dos anos, se deparou com questões envolvendo médicos nessas três esferas. “São questões ligadas a processos de ordem civil – ações indenizatórias, declaratórias, obrigacionais e

Consulte! O primeiro atendimento aos associados quites será feito pela Dra. Vania Rosa Moraes por meio do telefone (11) 5053-7500, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, ou via e-mail (juridico@aborlccf.org.br).

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Defesa Profissional ordinárias em geral –, tanto em nível de direito privado ou em situações presentes nas rotinas de trabalho. Aliado a isso, temos ainda a esfera do Direito Comercial e Administrativo, a qual nos permitiu atuar em casos envolvendo o Código de Defesa do Consumidor e defesas perante o CRM e CFM”, esclarece o advogado, que acrescenta ainda a experiência em Direito Societário com contratos e questões advindas da formação de sociedades médicas, cooperativas e associações. Dra. Vania Rosa Moraes, advogada responsável pelo Departamento Jurídico da Associação desde 2006, acrescenta que, nos dias de hoje, é cada vez mais importante a presença e a atuação da assessoria jurídica na defesa dos interesses da entidade e da especialidade. O Departamento Jurídico tem atuado fortemente e estrategicamente no dia a dia da Associação, com a emissão de pareceres aos associados, diretoria, comissões, comitês e departamentos; na manutenção e regularidade dos contratos; na aplicabilidade das regras estatutárias, e na atuação frente aos órgãos governamentais em prol da especialidade. “A am-

pliação da assessoria jurídica representa o crescimento da entidade, e mais um importante serviço em prol dos associados”, explica a advogada.

Afaste o risco

Não são poucos os casos de processos judiciais enfrentados por médicos no Brasil. Apesar da ausência de números concretos ou de um levantamento do judiciário, esse é um assunto que assusta os profissionais. Mas nem tudo é motivo para noites sem dormir.

Seja nas questões contratuais que envolvem o profissional ou a empresa médica, a prevenção e a ação orientadas pelo especialista são sempre muito importantes. O objetivo é que todas as medidas necessárias e adequadas sejam adotadas antes que o associado venha sofrer qualquer tipo de reclamação, seja de pacientes, seja de colaboradores.

O fato é que o paciente é, perante a legislação brasileira, consumidor do serviço de saúde. E isso lhe confere direitos e deveres. A dúvida paira no limite entre um e outro. As decisões judiciais que negam a ocorrência de erro técnico, mas condenam o médico em razão da ausência do termo de consentimento, são exemplos que têm se tornado cada vez mais frequentes. Outro ponto sempre em discussão é a demanda ética, em que o médico acaba adotando condutas que ele considera adequadas, sem consultar um especialista, como a manifestação nas sindicâncias por conta própria.

Banco de pareceres No banco de pareces, muitas dúvidas em comum aos médicos ficam disponíveis para consulta. Acesse e faça sua busca:

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Gestão

Planeje seu sucesso! Planejamento estratégico é um conceito crucial do empreendedorismo que auxilia na definição de objetivos e estratégias usando recursos de forma eficiente. Por Eliana Antiqueira

O

planejamento estratégico é uma ferramenta da administração que consiste em um conjunto de decisões que uma organização toma com o intuito de garantir o sucesso empresarial. Esta é a definição cartesiana do conceito. No dia a dia, o planejamento estratégico se resume a garantir a sobrevivência do negócio ao longo prazo, manter um crescimento sustentado e a capacidade de inovação. Para um otorrino que pensa em abrir seu consultório, expandir sua clínica, mudar de cidade ou mesmo fazer uma especialização fora, o planejamento estratégico é o mapa da mina. “Qualquer decisão deve ser embasada numa análise de diversos fatores, entre eles, os objetivos pessoais e profissionais, aliados à observação dos ambientes em que se atua”, explica Dr. Paulo Saraceni Neto, que está finalizando seu MBA em Gestão Executiva em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas.

adicional. Pelo contrário, dever ser assimilado como um novo olhar e uma nova forma de realizar os trabalhos”, esclarece o consultor Adilson Coutinho, do Sebrae. “Ele dá o norte para que a organização aproveite novos espaços e evite riscos, gerindo recursos com maior eficiência, eficácia e efetividade e com qualificação no atendimento das demandas da sociedade.” Quando um negócio é iniciado, passa por uma fase extremamente necessária que é a de projetar o futuro da empresa de modo que se torne lucrativa com o passar dos anos. Porém, isso só poderá se tornar realidade se houver uma organização coerente com todos os desejos da empresa e uma estratégia pronta para manter tudo de pé e sustentado em caso de crise. E este planejamento passa, obviamente, por dinheiro. Sim. Saber quanto se tem no banco, se os investimentos são suficientes para cobrir os custos iniciais

Erro comum entre as pessoas que se arriscam no empreendedorismo é acreditar que o planejamento é apenas uma etapa na construção do seu negócio e deve ser abandonado assim que a meta inicial for cumprida. “O planejamento estratégico não pode ser entendido como trabalho

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Gestão

Os sete passos do planejamento estratégico Fonte: Sebrae

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Visão e Missão

A visão deve refletir as aspirações da empresa e suas crenças. Já a missão define a razão de ser da empresa, qual o seu propósito e sua natureza.

Análise do ambiente externo

Conheça o ambiente que precisa monitorar para atingir as metas, considerando as condições sociais, econômicas, culturais e definição do mercado consumidor, concorrência e fornecedores.

Análise do ambiente interno

Conheça as qualidades de sua empresa e o que precisa ser feito para melhorar a qualidade do serviço oferecido.

Análise da situação atual

Identificar os pontos fortes e fracos, analisar as oportunidades e ameaças ao negócio para obter a matriz FOFA (fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças).

Objetivos e Metas

Identificar, de forma clara e precisa, o que a empresa deseja e pretende alcançar. As metas existem para monitorar o progresso da empresa. Para cada meta deve haver um plano operacional.

Implantação de estratégia Adotar programas de apoio detalhados com responsáveis, áreas envolvidas, recursos e prazos definidos.

Resposta e Controle

Rastrear os resultados e monitorar o desenvolvimento dos ambientes interno e externo. Alguns ambientes mantêm-se estáveis de um ano para outro.

e por quanto tempo terá fôlego financeiro para bancar o negócio é fundamental para a sobrevivência de qualquer projeto. Um estudo publicado pelo Sebrae, englobando apenas o estado de São Paulo, apontou que 10% das microempresas não completam um ano de vida, justamente por falta de planejamento estratégico e financeiro. “Ser empreendedor no Brasil não é nada fácil e, por consequência, o risco de quebra nos primeiros anos é bastante razoável”, afirma Marcus Mattos, planejador financeiro pessoal. “Do ponto de vista pessoal, é muito importante que esta necessidade de investimento não ponha em risco a saúde financeira familiar, ou seja, não faça com que a família tenha que se endividar para conseguir viver ou ponha em risco algum objetivo de curto prazo”, alerta.

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Para evitar que o patrimônio pessoal seja dilapidado, Marcus aconselha ter duas contas bancárias distintas e fazer com que as despesas da empresa sejam pagas com o caixa da empresa. “Se alguma despesa pessoal passar pela Pessoa Jurídica, esta deve estar muito bem gerenciada para que o fluxo financeiro, e consequentemente o resultado da empresa, não deixe de ser claro”. Ele também alerta para a necessidade de estabelecer um planejamento financeiro da empresa em separado ao da vida pessoal. “No plano pessoal não ter dívidas e, por consequência, não pagar juros é uma grande vantagem. Já no mundo empresarial, se você tem um negócio bem rentável faz sentido se alavancar, ou seja, tomar recursos emprestados a uma taxa de juros inferior ao retorno do negócio e aumentar o seu tamanho.”

Planejar é decidir antecipadamente o que fazer, como fazer, quando fazer e com quais recursos. Todos têm uma missão, valores e visão de futuro, só que muitas vezes não colocam isso no papel, o que torna tudo muito abstrato. Ao fixar estes conceitos, todas as decisões futuras têm o seu direcionamento embasado. “A maioria dos médicos, principalmente os jovens, sai pela manhã para trabalhar e não sabe responder a simples questões como onde quer estar em 5, 10 ou 20 anos? Qual o patamar profissional quer alcançar? Quantos filhos deseja ter? Deseja criá-los na capital ou no interior? Aspira à carreira acadêmica? Já pensou em fazer um estágio no exterior? As respostas para estas perguntas, a princípio não parecem ter relação, mas são cruciais nas decisões que o profissional venha a tomar”, conclui Dr. Paulo Saraceni Neto.

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TRATADO DE

O to R ino L aringologia e Cirurgia CĂŠrvicofacial

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Artigo

Os desafios da educação médica continuada Por Dr. Renato Roithmann Presidente da Comissão de Educação Médica Continuada da ABORL-CCF

A

importância da Educação Médica Continuada (EMC) na vida de todos nós, tanto no meio acadêmico como no não acadêmico, é muito grande. Isto ninguém discute. A evolução do conhecimento médico é rápida. O que parece ser mentira ou verdade hoje, não é mais amanhã, e é obrigação dos médicos conhecer e saber valorizar ou não estes avanços para melhor tratar seus pacientes. Este processo de contínua atualização parece simples para os médicos que circulam no meio acadêmico. Estes, para realizar suas pesquisas e poder passar uma formação de qualidade aos seus alunos, quer seja na graduação ou na pós-graduação, necessitam de atualização permanente. Isto faz parte da vida diária do médico no meio acadêmico. Os desafios são maiores para os médicos do meio não-acadêmico, ou seja, a maioria. Qual foi o último artigo que você leu na íntegra, do Laryngoscope ou do Otolaryngology Head and Neck Surgery (“the white journal”, assim chamado pela sua cor)? Bem, as respostas podem ser surpreendentes. Não seria incomum ouvir a seguinte: “nem tenho acesso a estas revistas”. A mesma pergunta poderia ser feita em relação à leitura de diretrizes, e até à participação em um congresso, em um curso ou a uma aula magistral na associação médica local. São muitos os fatores que podem explicar respostas negativas às perguntas acima e dentre eles destacamos:

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1) A falta completa de tempo

Hoje o médico para sobreviver dignamente, precisa trabalhar em vários locais e chega exausto em casa, quando não sai de um plantão para outro trabalho diretamente.

2) Os custos da EMC

Assinatura de revistas médicas, solicitação de artigos pela internet, participação presencial em congressos, etc.

3) O volume de informação científica

As dificuldades em selecionar as fontes confiáveis e o que é ou não relevante.

4) A Copa do Mundo, a Fórmula 1, o torneio de tênis de Wimbledon, a academia de ginástica...

Poucos exemplos, das inúmeras atividades que competem para ocupar o escasso tempo livre que todos temos.

O meio acadêmico e as associações médicas têm estas questões como missão primordial. Felizmente, a ABORL-CCF e as associações regionais se empenham ao máximo na realização de atividades educacionais para manter, desenvolver ou melhorar o conhecimento e as habilidades dos otorrinos. Exemplos? A nossa revista, VOX Otorrino tem uma sessão chamada “O que há de novo?”, a qual traz, de forma bastante resumida,

atualização comentada por colegas de ponta do meio acadêmico. Estes pequenos artigos estão também disponíveis no site da ABORL para os associados. Diretrizes são realizadas de forma periódica e estão ao alcance do toque do teclado do computador, tablet ou celular, assim como congressos presenciais e à distância (realizamos este ano o 3° Congresso On line, que está disponível na íntegra no site da associação). Sem falar no Brazilian Journal of Otorhinolaryngology e inúmeros cursos teóricos e práticos em todos os cantos do país. Programas da Associação Médica Brasileira (AMB), em parceria com as associações de especialidades, visam a também vencer os desafios da EMC como a criação da Comissão Nacional de Acreditação (CNA), que instituiu o Certificado de Atualização Profissional para os portadores dos títulos de especialista (detalhes em www.cna-cap.org.br), o programa de diretrizes e de educação médica à distância, entre outros. Finalizando, é importante ressaltar outro desafio que vem sendo bastante discutido atualmente, que é o modelo pedagógico empregado para a EMC. Ações educativas visando à construção reflexiva e crítica do conhecimento, assim como avaliações das atividades realizadas devem se associar ao modelo tradicional de aulas teóricas expositivas. Nosso dever, então, é seguir buscando e oferecendo as melhores ferramentas que permitam a todos atualização qualificada, de ponta e permanente, e que resulte no final das contas, no melhor manejo possível de nossos pacientes.

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Carreira Editoria

Profissão de fé! Ser professor no Brasil não é das tarefas mais fáceis, mas ser professor de Medicina ganha contornos mais dramáticos devido à baixa remuneração, às muitas horas de trabalho, à falta de estrutura dos hospitais universitários e de programas de incentivo governamentais. Ainda assim, o chamado vocacional fala mais alto e quem se dedica à docência exalta a alegria em transmitir conhecimentos e formar as novas gerações. Por Eliana Antiqueira

M

udanças estão em curso no ensino médico. Novas diretrizes, novas exigências, mas a figura central que mantém o processo em evolução, o professor, continua o mesmo. Sua paixão, dedicação e vocação são o moto-contínuo que perpetua

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os rumos da profissão. Enquanto o mundo muda, permanece intacta a motivação que leva um profissional a se dedicar à docência: o prazer de ensinar. Com um salário médio de R$ 6.940,12 (IPEA, 2013) e carga horária

de cerca de 42,03 horas semanais em expediente - fora o tempo usado em casa para a revisão e preparação de aulas ou de trabalhos - , há ainda a escassez de mão-de-obra, o que acaba sobrecarregando os profissionais na ativa. “Falta uma visão da educação como gestão estra-

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Carreira

tégica para um país verdadeiramente equilibrado, o que vai nos tornando progressivamente impotentes e simples peças em um jogo onde influências políticas e ideológicas acabam prejudicando a formação de nossos futuros médicos”, aponta Dr. Otávio Piltcher, Professor Adjunto do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da UFRGS. Essa falta de visão, porém, não é novidade. “Historicamente, a docência tem sido assumida como profissão genérica e não como ofício, por ser considerada socialmente uma ‘semiprofissão’, com alguns traços característicos, como o predomínio do conhecimento objetivo, ou seja, o conteúdo específico de disciplinas”, explica a Dra. Nilce Maria da Silva Campos Costa, autora do artigo “Docência no ensino médico: por que é tão difícil mudar?”, publicado na Revista Brasileira de Educação Médica, em 2007. Outras queixas engrossam o coro: falta de condições ideais de trabalho, pouco investimento em laboratórios, falta de políticas de incentivo à continuidade na formação... Mas, mesmo diante deste cenário, os professores têm genuíno orgulho de seu trabalho. “Ser professor é motivar o aluno para que ele perceba a importância do que pretende fazer. Mais do que

isso, é mostrar a importância do que vai fazer no futuro: identificar e tentar resolver problemas apresentados por uma interação de fatores, em indivíduos diferentes, em momentos diferentes”, defende Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima, Professora Associada e Chefe do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

papel e da felicidade em fazer parte desse contexto não vejo a docência como um caminho gratificante”.

Estudar, estudar, estudar!

“Os professores são diariamente cobrados a acompanhar um volume imenso de informações que nos chegam e, a todo o momento, se modificam”, afirma Dr. Marcos Rabelo de Freitas, professor adjunto e coordenador da disciplina de Otorrinolaringologia da Universidade Federal do Ceará. “Além disso, a carreira no magistério, como qualquer outra, tem suas regras para ascensão profissional. A titulação, a produção científica e intelectual e as atividades de extensão são importantes para alcançar progressão funcional horizontal e vertical.”

O desafio diário da docência está não apenas em estimular o aluno, mas também em manter-se atualizado e motivado na carreira. A educação do professor começa antes mesmo de sua formação acadêmica e prossegue durante toda a vida profissional. Para Dr. Piltcher, aos que buscam seguir carreira como docente é importante estabelecer, desde cedo, uma formação acadêmica sólida, passando pela pós-graduação, não só em nível de doutorado, mas também em nível de mestrado. “O mestrado é, provavelmente, ainda mais importante para o desenvolvimento de um professor. Sem esses predicados não adianta só ter vontade caso alguma oportunidade apareça. Mas, sem a percepção da importância desse

“Art. 26 O Curso de Graduação em Medicina terá projeto pedagógico, a ser construído coletivamente, centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor como facilitador e mediador do processo, com vistas à formação integral e adequada do estudante, articulando ensino, a pesquisa e extensão, esta última, especialmente por meio da assistência”. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina

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Para Dra. Nilce, a docência médica deve ser vista em um continuum que só cessa ao final da vida profissional. “Seria desejável que todos os professores – sejam os que se dedicam à pesquisa, sejam os que se preocupam com o ensino – juntassem forças para o seu desenvolvimento permanente”.

A exigência de formação contínua às vezes esbarra em alguns empecilhos burocráticos que inibem a busca por uma complementação acadêmica. “Existe um estímulo indireto nas instituições públicas que é a necessidade de titulação para a progressão funcional. Diante disso, nos momentos em que precisei me afastar para me aperfeiçoar não tive dificuldades, mas, em conversas informais com colegas docentes de outras universidades públicas, já ouvi relatos de problemas com a aquisição de bolsas de estudo, inviabilizando o aperfeiçoamento, principalmente no exterior”, conta Dr. Rabelo. Para Dr. Marcos Mocellin, professor e chefe do Serviço ORL da Universidade Federal do Paraná, de atualmente há um relativo desinteresse das entidades governamentais na qualificação do médico. “A ideia é formar médicos generalistas e não especialistas”, explica. A percepção do médico paranaense não está equivocada.

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Carreira

Segundo Hêider Pinto, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde, as novas diretrizes do ensino médico buscam orientar o curso de medicina para uma formação generalista, com a qual o médico possa lidar com os problemas mais comuns e possa resolver até 80% dos problemas de saúde dos pacientes que o procuram. Conquistas e desafios fazem parte do cotidiano nas salas de aula. Dr. Mocellin cita sua frustração por ficar de mãos atadas durante as greves que acontecem no hospital universitário, o que prejudica os residentes e pacientes, mas ressalta seu orgulho

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em fazer do serviço de ORL da UFPR um dos mais bem conceituados do Brasil, ao promover uma boa formação aos otorrinos que passam por lá. Dr. Otávio Piltcher se entristece quando não consegue despertar em todos os alunos a mesma alegria pela escolha da docência, mas sente-se realizado com a perspectiva de um mundo melhor ao formar profissionais éticos e obstinados pela luta na diminuição do sofrimento alheio. Dr. Marcos Rabelo de Freitas ressente-se de não conseguir se dedicar exclusivamente à carreira docente, “a parte mais prazerosa de minhas atividades profissionais”, mas comemora ao ver a grande procura da otorrino-

laringologia como especialidade para os recém-formados, cada técnica cirúrgica apreendida pelos residentes, cada dissertação e tese que são produzidas na área. Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima destaca que, durante suas décadas de docência, teve o privilégio de fazer grandes amizades e de participar da formação dos alunos de graduação e médicos residentes. “Ter e aproveitar a oportunidade de formar profissionais bem treinados, líderes e atuantes, de forma integrada na sociedade é um privilégio. Vale a pena!” A cada um, uma motivação, mas, em todos, o mesmo sentimento: o amor pela docência.

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Educação Continuada

O que há de novo?

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aro colega, a adenoamigdalectomia é, certamente ainda, um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados pelo otorrinolaringologista em crianças. Evidências fortes que favoreçam a sua realização no tratamento da síndrome da apneia-hipopneia obstrutiva do sono em crianças são de extrema importância para nossa prática do dia a dia. Quando ensaios clínicos randomizados bem delineados e executados levam a conclusões como as do artigo comentado a seguir, nossas decisões de consultório se tornam bem mais simples. Os maiores beneficiados serão nossos pacientes. Boa leitura.

Dr. Renato Roithmann

A Randomized Trial of Adenotonsillectomy for Childhood Sleep Apnea. N Engl J Med 2013 Jun 20; 368 (25): 2366-76, Marcus CL, Moore RH, Rosen CL, et al. Artigo comentado por Dr. José Faibes Lubianca Neto, MD, PhD. Professor Associado do Departamento de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

B

ase Teórica Resumida do Estudo

A síndrome da apneia-hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) na infância está associada com diversos desfechos negativos na saúde da criança. Entre as repercussões estão as neuropsicológicas como a própria alteração no sono e distúrbios na cognição e déficits comportamentais; musculoesqueléticas como déficit de crescimento pôndero-estatural; cardiovasculares variando de hipertensão da artéria pulmonar isolada até cor pulmonale, entre outras, todas culminando numa menor qualidade de vida. Entre as consequências mais conhecidas e preocupantes ranqueadas pelos pais, estão os potenciais efeitos cognitivos e comportamentais. Tal conhecimento é baseado em estudos experimentais demonstrando déficit de aprendizado em ratos jovens submetidos à hipoxemia transitória, estudos de ressonância magnética com emissão de pósitrons mostrando alterações que se traduzem em déficits neuronais no hipocampo e córtex pré-frontal, não presentes em crianças controles sem SAHOS e, por fim, em estudos

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clínicos transversais e de caso-controle, demonstrando em sua maioria a maior prevalência de transtorno de hiperatividade e déficit de atenção (TDAH), além de má performance em atividades escolares, em crianças com SAHOS comparativamente às controles. Uma vez demonstrada potencial associação entre SAHOS e repercussões neuropsicológicas, o passo seguinte seria demonstrar que a intervenção na SAHOS modificaria os desfechos neuropsicológicos. Em crianças, o tratamento mais difundido para o tratamento da SAHOS é a adenotonsilectomia, já que é a hiperplasia adenotonsilar a principal causa da obstrução. É esse raciocínio fisiopatológico baseado na observação clínica não sistemática que embasa a maioria das intervenções cirúrgicas otorrinolaringológicas. Há um déficit facilmente identificável de estudos científicos com metodologia adequada com alto grau de evidência, que embasem a tomada de decisão terapêutica. Até a publicação do CHAT (Childhood Adenotonsillectomy Trial) não havia nenhum ensaio-clínico randomizado controlado (aqui no caso pela observação viagiada e

não pelo placebo) e cego (aqui uni-cego, somente os avaliadores-chave eram cegados, por motivos óbvios) avaliando o efeito da adenotonsilectomia nas repercussões neuropsicológicas e nos parâmetros polissonográficos da SAHOS em crianças. O estudo propriamente dito (delineamento, desfechos e seus instrumentos de medida, seleção da amostra e cálculo do tamanho amostral e do poder estatístico, controle do erro aleatório e resultados): Em relação ao delineamento, foi realizado um ensaio-clínico randomizado multicêntrico, envolvendo 464 crianças com SAHOS sem dessaturações prolongadas de oxihemoglobina de sete diferentes centros norte-americanos. As crianças foram alocadas aleatoriamente na proporção de 1:1, para um dos dois grupos: intervenção com adenotonsilectomia precoce (cirurgia dentro de quatro semanas da randomização no estudo) e grupo controle com a estratégia de observação vigiada (watchful waiting). O desfecho primário analisado foi a variação no escore de atenção e de função executora no NEPSY (Developmental

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Educação Continuada Neuropsychological Assessment), teste com propriedades psicométricas bem estabelecidas que media três tarefas (construção de torre, atenção visual e atenção auditiva), executado por psicometrista. Desfechos 2ários incluíram graduações dadas pelos cuidadores ou professores quanto ao comportamento, compreendendo labilidade emocional e agitação-impulsividade, em outros dois questionários padronizados que avaliavam também função executora, medidas de regulação de comportamento e metacognição. Como desfechos secundários também foram avaliados: sintomas de SAHOS, medidos por meio de questionário (PSQ-SRBD); sonolência avaliada pela escala de Epworth; qualidade global de vida (PedsQL); qualidade de vida doença-específica (OSA-18); funcionamento intelectual generalizado (DAS-II) e os índices polissonográficos. Todos os instrumentos de medida mencionados acima, incluindo polissonografia com interpretação centralizada em um laboratório do sono, testagens cognitivas e comportamentais e outras avaliações clínicas e laboratoriais, foram executados no início do estudo e sete meses após a randomização. Em ambas as fases de exame, cuidados completaram os questionários e foram enviadas via correio para os professores as avaliações comportamentais. Em relação à população estudada, definiram-se como critérios de inclusão no estudo: idade entre cinco e nove anos, SAHOS com índice de apneia obstrutiva-hipopneia (IAH) de dois ou mais eventos por hora ou índice de apneia obstrutiva (IAO) de um ou mais eventos por hora. Os critérios de exclusão foram IAH de mais de 30 eventos/ hora, IAO de mais de 20 eventos/hora, ou saturação arterial de oxihemoglobina menor que 90% por 2% ou mais do total do tempo de sono. Além disso, crianças com faringotonsilite recorrente, escore z baseado no índice de massa corporal de três ou mais, uso de medicação para TDAH ou que os responsáveis não assinaram consentimento informado também foram excluídas. Estimou-se que seriam necessárias 400 crianças para demonstrar uma diferença de 0,32 (32%) ou mais para o desfecho primário, para conferir um poder estatístico de 90% ao estudo.

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No controle do erro aleatório foi utilizada análise de covariância com ajustes para os fatores de estratificação como idade, raça, peso corporal e sede do estudo. Análises adicionais pré-especificadas incluíram ajustes para outros fatores e restrições para certos subgrupos. Modelos estatísticos analisando a possível modificação no efeito do tratamento de acordo com a raça, obesidade, escore de AIH e idade foram testados através da inclusão de termos para interações entre os dois grupos e pelo efeito de cada um desses fatores em cada um dos desfechos. Foi feita análise de sensibilidade com o uso de múltiplas imputações para acessar o efeito de valores faltantes no desfecho primário. Quanto aos resultados, resumidamente, os autores não conseguiram refutar a hipótese de nulidade para o desfecho primário, pois não houve diferença significativa entre os grupos cirúrgico precoce e de observação nas variações dos escores obtidos no NEPSY (embora houvesse certa tendência de melhores escores no grupo de intervenção precoce), um domínio que se demonstrou sensível em estudos prévios em detectar consequências da hipoxemia intermitente relacionada à SAHOS no comportamento e função executora das crianças. Já nos desfechos secundários neurocomportamentais, houve diferença significativa em favor da adenotonsilectomia precoce, principalmente quando avaliadas respostas dos cuidadores. Ressalte-se que tais questionários que foram preenchidos pelos pais e cuidadores digam respeito a atividades mais do dia-a-dia da criança, em ambiente não muito artificializado, como o que ocorreu com um psicometrista avaliando a criança em ambiente fechado. Todos os instrumentos que analisaram os sintomas de SAHOS, sonolência diária, qualidade de vida geral e ligada à doença, demonstraram uma redução significativamente maior de sintomas no grupo da cirurgia precoce do que no de observação. Quanto aos parâmetros polissonográficos, o IAH melhorou em ambos os grupo, mas significativamente mais no grupo da adenotonsilectomia precoce. Resultados semelhantes ocorreram no índice de dessaturação de O2 e no nível de hipercapnia. O grupo da cirurgia precoce

teve diminuições maiores no índice de acordares e no percentual de tempo de sono no estágio N1. Entretanto, não houve alterações no estágio N3 ou no sono REM. Normalização polissonográfica da SAHOS (redução do IAH para menos do que dois eventos e do IAO para menos do que um evento/hora) foi mais comum no grupo da adenotonsilectomia precoce do que no grupo de observação vigiada (79% X 46%, P < 0,001). Em relação às características presentes na linha de base do estudo, a melhora relativa do grupo intervenção em relação ao controle foi similar em subgrupos definidos de acordo com a idade ou status de obesidade. Entretanto, melhoras relativas com a cirurgia foram significativamente menores entre as crianças negras do que entre as outras raças em várias escalas. Entre as crianças com escores de AIH mais graves, àquelas randomicamente designadas para o grupo intervenção tiveram uma maior melhora no AIH do que àquelas do grupo de observação. Na análise de subgrupos, houve substanciais diferenças no que diz respeito à normalização dos achados polissonográficos dentro do grupo intervenção. Independentemente do grupo ao qual foram randomizadas, a normalização dos achados polissonográficos foram menos frequentes em crianças negras do que nas de outras raças, em crianças obesas do que em crianças não obesas e em crianças com IAH acima da mediana do que nos abaixo da mediana. Quanto aos efeitos adversos, houve 15 eventos sérios após a randomização, seis dos quais ocorreram no grupo intervenção e nove no grupo de observação. No total, oito eventos foram associados com complicações perioperatórias, três dos quais ocorreram em crianças randomizadas para o grupo de observação, mas que após foram submetidas à cirurgia. Houve nove falhas de tratamento, todas no grupo de observação. Análise crítica do estudo: O estudo tem muitos méritos. O grande tamanho amostral, a padronização das medições e a escolha dos acurados instrumentos de medida, o cegamento das pessoas chaves, a larga representação

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Educação Continuada geográfica e racial e os altos índices de seguimento, todos apontam para um estudo muito bem planejado e executado. O ponto mais forte, no entanto, é o delineamento de pesquisa escolhido. O ensaio-clínico randomizado é o estudo mais poderoso para avaliar eficácia de uma intervenção, superior inclusive a determinadas metanálises que avaliam dados de estudos não randomizados, como os quase experimentais e os demais observacionais (coortes, caso-controles, transversais, etc.). Em relação às revisões sistemáticas, então, a superioridade do ensaio-clínico é incontestável. Aliás, encontra-se na literatura otorrinolaringológica muita confusão quanto à graduação da evidência desses estudos, como esses dois últimos estudos ranqueados como nível IA, embasando recomendações terapêuticas em grandes consensos como os de rinite alérgica e de rinossinusite. Na verdade, somente as metanálises de grandes ensaios-clínicos randomizados homogêneos têm maior poder do que o ensaio-clínico individual bem delineado e executado. Não existe estudo perfeito, no entanto. Limitações são identificáveis em todas as investigações. Talvez a maior desse estudo esteja na seleção dos pacientes, a qual repercute diretamente na sua validade externa, ou seja, na extrapolação de seus resultados para a população de nosso consultório. Chama a atenção a não inclusão de crianças menores do que cinco anos (faixa etária em que já se diagnosticam crianças com sintomas obstrutivos e grandes hiperplasias adenotonsilares), gravemente obesas, usando medicações para TDAH e, principalmente, aquelas gravemente afetadas pela SAHOS, com índices polissonográficos mais graves do que os considerados na inclusão desse estudo. Talvez a dúvida quanto à eficácia da adenotonsilectomia nas características comportamentais e executoras em grupos mais gravemente afetados pela SAHOS seja insaneável, na medida em que eticamente seria difícil incluir crianças graves em um ensaio-clínico com chance de ser randomizada para um grupo de observação. Fica, no entanto, a lembrança aos colegas de que crianças menores de cinco anos com indicação obstrutiva, as muito obesas, as que já têm repercus-

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sões neuropsicológicas e as gravemente afetadas pela SAHOS pela polissonografia são potencialmente cirúrgicas, mesmo que não haja estudos bem delineados que justifiquem inteiramente tal conduta. Nesses casos, a análise individual (a “arte” da medicina) baseada na melhor evidência disponível, embora não ideal, permanece como a melhor base para tomada de decisão terapêutica. Outra crítica pertinente diz respeito ao tempo de observação dos pacientes. Será que sete meses é tempo suficiente para mostrar a resposta total à cirurgia? Os dados longitudinais são insuficientes para determinar-se quando ocorre a recuperação máxima. É possível, como os autores salientam, que as sequelas relacionadas ao mal dormir resolvam rapidamente, enquanto aquelas relacionadas à hipoxemia podem resultar de dano neuronal e levar mais tempo para se resolver. É um campo aberto para pesquisa. Chamam a atenção também as múltiplas comparações realizadas pelos autores, perfazendo um total de 200 testes de interação (com 23 interações sendo significativas). Quanto mais testes de associação entre variáveis são realizados, maior a chance de se obter resultados significativos explicados pelo simples acaso, chance essa que pode ser calculada. Nesse caso, poder-se-iam esperar 10 interações ocorrendo somente pelo acaso, principalmente nas análises secundárias de subgrupos. Não há citação por parte dos autores se foi feito o controle estatístico para múltiplas comparações, através de testes universalmente aceitos e conhecidos. Por fim, resultado relativamente inesperado foi o que mostrou normalização polissonográfica do IAH em quase 50% do grupo controle (46%). Ilustra bem para o não iniciado em metodologia científica o porquê da necessidade de realizarem-se ensaios-clínicos randomizados (ou mais simplesmente o porquê de um grupo controle) inclusive na mensuração do efeito de cirurgias comumente realizadas. Muitas doenças têm sua história natural que ocorre a despeito do médico. Isso é mais facilmente identificável em doenças agudas, autolimitadas na sua maioria, como por exemplo, a maioria dos casos de otite média aguda e rinossinusite agu-

da, com taxas de melhora em metanálises no grupo placebo de 80% e de 40 a 60%, respectivamente. Em doenças crônicas, como asma e rinite alérgica, cujo curso clínico evidencia melhoras e pioras cíclicas, o ensaio-clínico controlado por placebo com grupos em paralelo é mais fundamental ainda para estabelecer eficácia de tratamento. O inesperado, nesse caso, foi o curto espaço de tempo (sete meses) já resultar em melhora tão significativa, o que pode colocar dúvida sobre a precisão diagnóstica inicial da causa da hiperplasia adenotonsilar. Entre outras prováveis explanações estão o crescimento da via aérea ou a regressão do tecido linfoide, o cuidado médico intensivo ou a regressão à média (tendência estatística de resultados extremos voltarem à média em medidas repetidas). De qualquer forma, a melhora no grupo controle justifica que se aguarde o efeito por determinado tempo (não superior a três meses, no entanto) de medicações sabidamente eficazes em reduzir a hiperplasia adenoidiana, como o corticoide tópico, por exemplo, em crianças não gravemente afetadas pela SAHOS ou se postergue a cirurgia em crianças com alguma limitação para a mesma, como a baixa idade ou intercorrências clínicas sobrepostas. Conclusão: A adenotonsilectomia precoce está indicada em escolares maiores de cinco anos com SAHOS sem dessaturações prolongadas de oxihemoglobina, mesmo que não se tenha conseguido demonstrar o efeito na melhora da função executora e atenção em um teste formal aplicado no início e sete meses à cirurgia. Conseguiu-se, no entanto, evidenciar melhoras significativas em vários outros testes neurocomportamentais, com tamanho de efeito de moderado a grande e por isso considerado clinicamente significativo, incluindo achados polissonográficos. Esse ensaio-clínico randomizado é um marco. Finalmente surgiu uma evidência de nível Ia para justificar a adenotonsilectomia (talvez a cirurgia otorrinolaringológica mais realizada em todos os tempos) em crianças com SAHOS. Que seja bem-vinda a medicina baseada em evidências de alto nível à otorrinolaringologia!

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Medicina do Sono

Polissonografia pelo SUS A polissonografia foi incluída na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do médico otorrinolaringologista, permitindo a realização do procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por Eliana Antiqueira

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ma vitória para os otorrinolaringologistas e uma conquista para os pacientes, vítimas de distúrbios do sono. A polissonografia foi incluída na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do médico otorrinolaringologista, o que permite a realização do procedimento pelo Sistema Único de Saúde.

versitários de alta complexidade. O que ocorria era que, até então, os otorrinos não estavam credenciados para realizar o exame, apenas outras especialidades. Até mesmo dentistas!”, explica Dr. Edilson Zancanella, especialista em Medicina do Sono e coordenador do curso de Iniciação à Medicina do Sono promovido pela ABORL-CCF.

A aprovação se deve à solicitação conjunta do Departamento de Medicina do Sono e do Departamento Jurídico da ABORL-CCF ao Ministério da Saúde, em dezembro do ano passado. Essa decisão atualiza a Portaria GS/SAS/165, de 23 de setembro de 1998, que não contemplava os otorrinolaringologistas como profissionais competentes para atuar nesse tipo de procedimento, causando prejuízos aos mesmos. “Na verdade, está se corrigindo um erro histórico. O exame de polissonografia já existe pelo SUS, em geral em centros uni-

O envolvimento do Departamento Jurídico foi fundamental para garantir aos otorrinos o direito a proceder à realização dos exames. “Constatamos que a Portaria do Ministério da Saúde confrontava com as resoluções do Conselho Federal de Medicina, que reconhece a Medicina do Sono como área de atuação da otorrinolaringologia, pneumologia e tisiologia​, neurologia, psiquiatria e, recentemente, da clinica médica”, explica Dra. Vania Moraes. “Fundamentamos o pedido com base nas Resoluções do Conselho Federal de Medicina, e assim os nossos argumentos foram acolhidos pelo Ministério da Saúde com a inclusão do otorrinolaringologista como profissional habilitado a realizar a polissonografia pelo SUS.” Dr. Edilson ressalta que, apesar de qualquer otorrino solicitar o exame de polissonografia, apenas aqueles habilitados em Medicina do Sono deveriam emitir laudo.

Dr. Edilson Zancanella: qualquer otorrino pode solicitar o exame de polissonogafia, mas apenas os especialistas em Medicina do Sono deveriam emitir o laudo.

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Academia Americana

O encontro, este ano, será na Flórida! O Congresso de ORL da Academia Americana, o mais importante do gênero no mundo, acontecerá de 21 a 24 de setembro, em Orlando, Flórida.

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encontro anual Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço é um evento indispensável aos profissionais da área. Mais de 5.500 dos mais brilhantes e talentosos especialistas de todo mundo se reunirão para esta oportunidade anual de compartilhar conhecimento prático e avançar na especialidade. A preocupação da Academia Americana é a de conceber o evento de

forma abrangente para atender aos cirurgiões de cabeça e pescoço e associados, pesquisadores em otorrinolaringologia, professores universitários e chefes de departamento, profissionais comunitários, sociedades internacionais, companheiros em treinamento e residentes. Com faixas educacionais direcionadas às diferentes necessidades e oportunidades de networking para expandir perspectivas, o congresso oferece a possibilidade de voltar para casa com novas habilidades para aplicação imediata.

Agende-se! Programação social do AAO-HNSF 2014 Sábado 20/09

17h30 às 18h30

Recepção e orientação aos congressistas

Orange County Convention Center

8h30

Cerimônia de abertura Palestra do Dr. John Conley sobre Ética Médica

Orange County Convention Center

13h30 às 15h30

Fórum do Comitê de Esforços Humanitários

Domingo 21/09 18h às 19h30

Segunda-feira 22/09

Terça-feira 23/09

Recepção do Presidente

A OTO Expo sedia o a recepção presidencial aos congressistas. Um dos eventos mais populares do Annual Meeting & OTO EXPO, aberto a todos, esta recepção presta homenagem ao presidente que se despede e é uma oportunidade para explorar com calma o centro de exposições. O uso de crachás é obrigatório.

12h às 12h55

Almoço Mulheres na Otolaringologia (WIO)

13h às 14h

Assembleia Geral Mulheres na Otolaringologia (WIO)

14h30 às 16h30

Assembleia geral de residentes e fellows em treinamento

17h às 19h

Assembleia Geral Board of Governors (BOG)

17h30 às 19h30

AAO-HNS Career Fair

18h30 às 20h30

Recepção da Sociedade Histórica de Otolaringologia (OHS)*

7h às 8h

Café da manhã para a apresentação dos pôsteres

10h30 às 11h50

Cerimônia de entrega do prêmio CORE Research

15h às 17h

Assembleia Internacional

18h30 às 20h

Recepções Alumni

Informe-se com seu grupo sobre o local

20h às 22h

Recepção Internacional (apenas para convidados)

O presidente da Academia Americana, Dr. Richard W. Waguespack, vai receber as delegações dos países convidados – República Dominicana, Equador, Arábia Saudita e Reino Unido. Solicita-se aos visitantes internacionais que usem pins ou roupas que identifiquem seus países de origem.

ENT Careers Live!

OTO Expo – estande 1671

Domingo a quarta-feira 21/09 a 24/09

Orange County Convention Center

Hotel Hyatt Regency Orlando Seção interativa na qual os presentes podem se atualizar sobre avanços em pesquisas, compartilhar experiências e tirar dúvidas. Orange County Convention Center

os ingressos podem ser adquiridos até às 14h do dia 22/09

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Academia Americana

Dez razões para não perder o 2014 Annual Meeting & OTO EXPO! Relacionamento: Conhecimento: Esclarecimento: Experimentação:

Não há nada como passar o tempo com as pessoas que compartilham seus interesses. Mais de 300 aulas de educação continuada trazem novas técnicas para colocar em prática imediatamente. Oportunidade para tirar dúvidas com os melhores especialistas da comunidade otorrinolaringológica. Participe de demonstrações práticas de novos produtos e tecnologias na OTO Expo. As aulas são organizadas para fornecer as informações mais benéficas para as necessidades específicas do pro-

Precisão: fissional em cada etapa de sua carreira. Compartilhamento: Divida experiências, ideias e perspectivas com profissionais talentosos que podem ajudá-lo a ter sucesso.

Na AAO-HNSF, você pode encontrar-se com o pessoal da Academia de Direito para saber as últimas atualizações

Defesa Profissional: legislativas que impactam o futuro da otorrinolaringologia. Inspiração: Conheça o que há de mais moderno em tecnologia, pesquisas e tratamentos. Lazer: Orlando é um destino reconhecido por suas atrações turísticas para toda a família.

O encontro anual da Academia Americana é o mais importante evento da área e proporciona novas perspectivas

Crescimento: pessoais e profissionais. Apoio:

Serviço: 2014 Annual Meeting & Oto Expo Data: 21 a 24 de setembro Local:

Centro de Convenções de Orange County 9800 International Drive Orlando, Flórida (EUA)

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Gauchão

Congresso reuniu especialistas de diversos países do Mercosul

Jantar de confraternização: momento de encontrar os colegas

ORL sem fronteiras Em sua 8ª edição, pela primeira vez o Congresso Gaúcho de ORL foi sediado fora do Brasil, na cidade uruguaia de Punta Del Leste. O evento ocorreu paralelamente ao III Conesul de ORL nos dias 16 e 17 de maio. Por Kelviane Lima

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entre as características de um congresso bem-sucedido estão a qualidade na organização, a presença de palestrantes competentes, uma boa localização e a integração dos participantes. O VIII Gauchão de Otorrinolaringologia, organizado pela Associação Gaúcha de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ASSOGOT), pôde usufruir de todo esse sucesso, contando com a presença de mais de 180 participantes. O evento ocorreu entre os dias 16 e 17 de maio simultaneamente ao III Conesul de ORL, englobando países como Argentina, Paraguai e Chile, além de Brasil e Uruguai. O objetivo da parceria foi ampliar fronteiras e proporcionar ainda mais oportunidades para a troca de experiências e atualização profissional. Graças às suas belas praias, aos seus grandes resorts e clubes noturnos sofisticados, Punta Del Leste é conhecida como a ST. Tropez uruguaia. O local está entre os dez balneários de luxo mais famosos do mundo e é um dos mais charmosos da América Latina. Com tantas qualidades, fica fácil entender porque ela foi escolhida como a primeira cidade a sediar o encontro fora do Brasil.

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“Os uruguaios disseram que em toda história da ORL do país não tiveram um evento com tanto sucesso. É importante considerar que o Uruguai é um território pequeno e o número de otorrinos é menor que o do Estado do Rio Grande do Sul”, explica o Presidente da ASSOGOT, Dr. Marcelo Zanini. Durante o evento, os médicos participantes puderam assistir mais de 40 palestras ministradas por profissionais de diversos lugares do Brasil, do Uruguai e de Portugal em parceria com especialistas do Conesul. Dr. Aldo Stamm foi o palestrante de honra do Gauchão. Medicina do Sono, Cirurgia da Ponta Nasal, Cirurgia endoscópica funcional, Estenose de Laringe, Técnicas Cirúrgicas para o Tratamento do Surdo Severo e Profundo, Tratamento da Otite Média com Efusão na Infância, foram alguns dos temas abordados no encontro. De acordo com o Dr. Zanini, que também é Vice-Presidente do 44º Congresso Brasileiro de ORL e Cirurgia Cérvico-Facial, “a repercussão foi extremamente positiva, tanto aqui como no Uruguai, com envios de felicitações e cumprimentos por um encontro tão produtivo cientificamente, quanto nas atividades sociais”.

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Cariocão

Aula: especialistas renomados

Exposição: espaço para novidades

Intercâmbio de conhecimento Os estados de Minas Gerais e Espírito Santo foram convidados de honra do Cariocão 2014, que permitiu a interação entre otorrinos, geriatras e infectologistas. Por Kelviane Lima

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VIII Congresso da Sociedade de Otorrinolaringologia do Estado do Rio de Janeiro, ou simplesmente Cariocão 2014, ocorreu entre os dias 15 e 17 de maio, com o apoio da ABORL-CCF, e proporcionou experiências marcantes para os otorrinos que lá estiveram. O encontro ocorreu no Hotel Atlântico Búzios Convention & Resort, em Búzios. O presidente do congresso, Dr. Geraldo Augusto Gomes, comemora o sucesso da edição e a escolha do local: “A organização da agenda do congresso, iniciando mais tarde e acabando mais cedo, porém utilizando um número maior de salas durante o expediente, permitiu que todos frequentassem as atrações diurnas e noturnas de Búzios, numa época de ótimas condições climáticas na região. Acho que quem foi não se arrependeu!” Quanto ao apoio da ABORL, Dr. Geraldo explica que foi uma colaboração importante para que o evento

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fosse bem-sucedido. “O Dr. Fernando Ganança e a atual diretoria promoveram o Cariocão e foram sempre motivadores da ideia. Isso dá muito mais tranquilidade a quem organiza”. Pela primeira vez, o Cariocão recebeu oficialmente dois estados como convidados de honra, Minas Gerais e Espírito Santo, público que compareceu em peso ao evento. O encontro também permitiu o intercâmbio com as especialidades de geriatria e infectologia em dois simpósios. A fim de oferecer experiências de conhecimento diversas aos profissionais participantes, o evento contou com quatro palestrantes internacionais. O médico venezuelano Enrique Iturriaga apresentou estudos avançados de fisiopatologia da rinossinusite. Jesus Franco Anzola, também da Venezuela, trouxe conhecimentos no campo da cirurgia endoscópica da orelha média. Já o italiano Giorgio Pereti falou sobre a aplicação de novas tecnologias em laringologia, e Robson Capasso, bra-

sileiro radicado nos EUA, abordou os problemas do ronco. Para o presidente do congresso, a participação de especialistas estrangeiros, em eventos como esse, enriquece ainda mais o conhecimento científico adquirido pelos otorrinos brasileiros. “Experiências internacionais geralmente estão associadas a custos mais elevados, como deslocamento e hospedagem, para os colegas que vão buscá-las no exterior. Na medida em que trazemos especialistas internacionais para cá, reduzimos muito o custo do acesso a esse conhecimento”, afirma. Dentre a programação científica promovida pelos mais de cem palestrantes, estavam os minicursos de “Polissonografia” e de “Técnica simultânea aberta e fechada na cirurgia do colesteatoma”, a mesa-redonda “Cirurgia estética e funcional da face” e a conferência “Rinoplastia: como conquistar sua clínica privada”.

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Campanha ABOPe

Estreia nacional Pela primeira vez, a Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica lança uma campanha para alertar sobre riscos de doenças na infância.

D

e 12 a 14 de setembro, acontecerá a Campanha Nacional Otorrino Pediátrica, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Apoiada pela ABORL-CCF, a campanha tem o objetivo de chamar a atenção da população para as principais doenças otorrinolaringológicas que possam interferir no desenvolvimento físico e cognitivo das crianças. “A campanha é nacional, fruto de muito empenho de nossa diretoria e confiança de seus membros. Nossa academia colhe, hoje, frutos das diretorias anteriores que tanto se esforçaram para que ela se consolidasse. Graças ao grande apoio da ABORL-CCF estamos concretizando esta etapa”, diz Dra. Renata Di Francesco, presidente da ABOPe.

Dra. Renata Di Francesco: expectativas positivas

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Serão abordados quatro temas: audição, otites e perda auditiva,

distúrbios do equilíbrio e apneia obstrutiva do sono, com ênfase no papel do otorrinolaringologista como o único especialista habilitado para o diagnóstico precoce e intervenção médica. Voltada para pais e filhos, o evento vai dispor de diversas atrações lúdicas e educativas. A ocorrência de apneia obstrutiva do sono, problemas de equilíbrio e audição, além da obstrução nasal serão abordados na Estação Otorrino Kids, espaço com jogos e brincadeiras para a interação da família. A campanha também vai ganhar reforço nas redes sociais, com divulgação intensiva, cobertura de mídia e site exclusivo. Também serão realizadas ações com grupos de mães em blogs e bate-papos virtuais em âmbito nacional.

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Editoria Perfil

Agosto

Setembro

23 de agosto Curso Itinerante de Rinologia Coordenação: Dr. Renato Roithmann Local: AMRIGS - Associação Médica do Rio Grande do Sul - Av. Ipiranga, 5.311 - Porto Alegre/RS Informações: (11) 5053.750/captacao@aborlccf.org.br 22 e 23 de agosto Curso de Atualização em Laringe Coordenação: Dr. Shiro Tomita Local: Auditório Alice Rosa - Rua Prof. Rodolpho Paulo Rocco, 255 - 12º andar - Cidade Universitária - Rio de Janeiro/RJ Informações: (21) 2518-4088 Fax: (21) 2518-4088/ otoscience@gmail.com

4 a 5 de Setembro XVIII Workshop em Estroboscopia Coordenação: Dra. Adriana Hachiya e Dra. Saramira C. Bohadana Local: Anfiteatro do Hospital Paulista - Rua Dr. Diogo de Faria, 780, 1º andar - Vl Clementino - São Paulo/SP Informações: (11)3083-7009 (Juliana Kato) cursos@voicecenter.com.br

26 a 30 de agosto II Curso Teórico e Prático de Formação e Treinamento para Otorrinolaringologistas em Implantes Cocleares Coordenação: Dr.Francisco de Biase, Dra. Mariana Leal e Dr. Silvio Caldas Local: Rua Auriz Coelho, 235 - 2º andar - Lagoa Nova - Natal/RN Informações: (84) 8829-6975/(84) 8829-6976 (Danielle Penna Lima ) Fax: (84) 3206-0273 pennalima@uol.com.br 27 a 29 de agosto Curso Teórico-Prático de Cirurgia Endoscópica Nasal e da Base do Crânio Coordenação: Dr. Eduardo Macoto Kosugi, Dr. Rodrigo de Paula Santos e Samuel Tau Zymberg Local: Johnson & Johnson Medical Innovation Institute - Rua Agostinho Cantú, 240 - Butantã - São Paulo/SP Informações: (11) 5080-4933 (Silvana ou Izabel) / administrativo@stelamariseventos.com.br 28 a 30 de Agosto XLIV Curso de Cirurgia Funcional e Estética do Nariz Coordenação: Prof. Dr. José Eduardo Lutaif Dolci / Prof. Dr. Ivo Bussoloti Filho Local: Santa Casa de São Paulo - Depart. Otorrino Rua Cesário Mota Jr. 112 - Vila Buarque São Paulo/SP Informações: (11) 2176-7235 (Zelia) ceotorrino@santacasasp.org.br 29 a 31 de Agosto V Jornada de Otorrinolaringologia nas Montanhas Coordenação: Giulliano Enrico Ruschi e Luchi Local: Aroso Paço Hotel - Pedra Azul /ES-Brasil E-mail: secretaria@ames.org.br Informações: (27) 3324-1333 (Vanessa ou Larissa)

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6 de setembro Sonoendoscopia - Indicações e Técnicas Coordenação: Dr. José Antonio Pinto Local: Hospital São Camilo - Unidade Pompeia - São Paulo/SP Informações: (11) 3677-4513 (Patricia Veras) patricia.veras@saocamilo.com 6 de setembro Curso de articulação têmporo-mandibular: o tratamento feito pelo otorrino Coordenação: Dr. Diderot Parreira Local: ABORL-CCF - São Paulo/SP Informações: (11) 5053-7502 eventos@aborlccf.org.br 10 a 11 de setembro III NOSE - Cirurgias Endoscópicas Endonasais ao Vivo Coordenação: Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, Prof. Dr. Richard Louis Voegels e Dr. Fábio de Rezende Pinna Local: Anfiteatro da Disciplina de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da FMUSP - São Paulo/SP Informações: (11) 3068-9855 (Roberta) cursosforl1@forl.org.br 11 a 13 de setembro Narigão VI Coordenação: Prof. Dr. Marcos Mocellin Local: Bourbon Curitiba Convention Hotel - Centro de Eventos e Convenções - Curitiba/PR Informações: (41)3329-0715/(41)3209-3133 (Mary) softeventos@softeventos.com

12 a 14 de setembro 2º Congresso Sabará de Especialidades Pediátricas Coordenação: Dra. Fátima Rodrigues Fernandes Local: Hotel Maksoud Plaza - São Paulo/SP Informações: (11) 2155-9317 (Daniela Oliveira) / (11) 2755-0259 (Poliana Araújo) ensino@sabara.com.br 12 a 13 de setembro Cursos Teórico-Práticos no Tratamento da SAOS em 2014 Técnicas Básica de Cirurgia Esquelética em SAOS - ATM Coordenação: Dr. José A. Pinto e Dr. Nelson Colombini Local: Núcleo de Otorrinolaringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Medicina do Sono de São Paulo - São Paulo/SP Informações: (11) 5573.1970 (Elisângela) japorl@uol.com.br 13 de setembro I Workshop em Otorrinolaringologia Pediátrica Coordenação: Dra. Renata Di Francesco, Dra. Melissa Avelino e Dra. Fabiana Valera Local: ABORL-CCF - São Paulo/SP Informações: (11) 5053-7502 eventos@aborlccf.org.br 19 a 20 de setembro Paralisia Facial Periférica: Conceitos e Atualidades Coordenação: Dr. Jose Ricardo Gurgel Testa e Dr. Felipe Costa Neiva Local: Hotel Travel Inn Live Lodge Ibirapuera - Rua Borges Lagoa, 1209 - São Paulo/SP Informações: : (11) 5080-4933(Silvana/Izabel) administrativo@stelamariseventos.com.br 21 a 24 de setembro AAO-HNSF Annual Meeting & OTO EXPOSM Coordenação: American Academy of Otolaryngology Head and Neck Surgery (AAO-HNS) Local: Orange County Convention Center - 9800 International Drive - Orlando/ Flórida (EUA) Informações: Paul Bascomb Program Manager, Exhibits Phone: 703-535-3778 pbascomb@entnet.org www.entannualmeeting.org/14 25 a 27 de setembro Potenciais Evocados Auditivos: BERA, ECOG,VEMPs,MLR,LLR,P300,PAEE Coordenação: Dr. Pedro Luis Cóser Local: Clinica Cóser de Otorrino - Rua Duque de Caxias, 1668 - 403 - Centro - Santa Maria/RS Informações: (55) 3027-3656 (Jesiane ou Marlize ) cursos@clinicacoser.com

Centro de Convenções FIERGS Av. Assis Brasil, 8787 Porto Alegre/RS Coordenação: Departamento de Eventos da ABORL-CCF Informações: (71) 2104-3477 / (71) 2104-3434 / (11) 5053-7500 / (11) 5053-7512

26 a 27 de setembro Curso Internacional sobre Endoscopia do Sono Hospital das Clínicas da FMRPUSP Coordenação: Profa. Dra. Fabiana Cardoso Pereira Valera; Dr. Daniel Salgado Küpper, Dr. Fábio Rabelo, Dr. Eric Thuler Local: CEAPS - HC - Ribeirão Preto Ribeirão Preto/SP Informações: (16) 3602-2863 / (16) 3602-2864 (Rita Amancio Diegues ) Fax: (16) 3602-2860 ramancio@fmrp.usp.br

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Cursos BJORL

Meta-análise e revisão sistemática Durante dois dias, alunos e palestrantes discutiram a importáncia desses aspectos para a melhorar as citações dos artigos científicos

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os dias 25 e 26 de julho, o auditório da ABORL-CCF recebeu o curso Revisão Sistemática e Meta-Análise – O que o otorrino precisa saber para ler e escrever, promovido pela Comissão Organizadora do BJORL, formada pelas doutoras Wilma Terezinha Anselmo-Lima, Eulalia Sakano e Mariana de Carvalho Leal Gouveia. “Nosso objetivo foi dar oportunidade para quem não tem acesso a um curso sobre o assunto, ou não faz pós-graduação, a aprender a escrever um artigo sobre revisão sistemática ou meta-análise. A publicação desse artigo é importante, porque ele é um dos mais acessados nas revistas, gerando, consequentemente, mais citações, tanto para o autor, como para a própria revista que o publicou. Acredito que alcançamos êxito.”, comemora Dra. Wilma. Os dois dias de curso explorou, de forma detalhada, os dois temas. A revisão sistemática é uma revisão planejada para responder a uma pergunta específica e utiliza métodos explícitos e sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente os estudos incluídos nessa revisão. A meta-análise é o método estatístico utilizado na revisão sistemática.

Dr. Rui Imamura, otorrino com formação e participação contínua na Universidade de Harvard sobre o tema, foi um dos principais colaboradores da grade do curso. O médico explicou que o curso revisou os principais erros presentes nos artigos. “Desenvolvendo o senso crítico necessário para o adequado consumo da literatura, discutimos sobre o passo a passo da elaboração de uma revisão sistemática ou meta-análise. Apesar do progresso vivenciado nos últimos anos, ainda encontramos inúmeros equívocos nos artigos científicos. Sugere-se que apenas 10% dos artigos publicados sejam cientificamente corretos e clinicamente relevantes. Entre os erros mais comuns estão a escolha de desenho inadequado para responder à questão proposta, amostra não representativa ou insuficiente, diversos tipos de vieses (amostragem, seleção, detecção), efeito indesejável sobre a relação de causa-efeito, além de erros de interpretação dos resultados devido a não-consideração da possibilidade de resultados falso-positivos e falso-negativos”, conta Dr. Rui. O curso contou ainda com aulas do Dr. Ronaldo Frizzarini, do Dr. Fabio Rezende Pinna e da Dra. Cristiane Rufino Macedo.

1) Dra. Wilma: objetivos alcançados 2) Dr. Rui Imamura: colaboração com a Universidade de Harvard 3)Dr. Ronaldo Frizzarini: qualidade dos estudos em análise 4) Dr. Fábio Rezende Pinna: métodos estatísticas 5) Dra. Cristiane Rufino Macedo: estratégias para buscas de dados

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Cursos BJORL

Você sabe escrever um artigo científico? Visando as dificuldades relatadas por médicos na produção científica, a ABORLCCF promoveu, no dia 7 de junho, o curso “Como Redigir um Artigo Científico”, ministrado pelo Dr. Maurício Gomes Pereira. Por Kelviane Lima

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produção de artigos científicos pode ser um processo assustador para algumas pessoas. Dificuldades em escolher o tema, o foco ou a metodologia, por exemplo, são motivos de muita dor de cabeça. Para atender essa demanda, a ABORL-CCF promoveu, no dia 7 de junho, o curso “Como Redigir um Artigo Científico”, ministrado pelo professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) e doutor em Medicina pela Columbia University, de Nova York, Dr. Maurício Gomes Pereira. De acordo com a coordenadora do curso e editora chefe do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (BJORL), Dra. Wilma Terezinha Anselmo-Lima, o objetivo é dar oportunidade aos associados e aos revisores dos artigos da BJORL a aprenderem a escrever um artigo de qualidade. Para o Dr. Maurício, “cursos como esse que a ABORL-CCF está promovendo são importantes porque a gente mostra um caminho, uma estrutura para facilitar a redação, porque esses médicos têm um material formidável. Às vezes, um pouquinho de tempo e uma certa organização já são suficientes”. O professor, que também é autor do livro “Artigos Científicos - Como Redigir, Publicar e Avaliar”, revela que algumas das maiores dificuldades relatadas por médicos são como definir tipos de estudos, como apresentar resultados em tabelas e gráficos e como interpretar análises mais complexas, dando como exemplo, o efeito do acaso nos resultados. Dra. Wilma ainda complementa: “Os erros mais comuns são a falha no delineamento do estudo e conclusões que não correspondem aos objetivos. Na verdade, falta entendimento, conhecimento, metodologia.”

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Dr. Maurício, ao lado da Dra. Wilma, elogiou a iniciativa da ABORL em realizar o curso

Cerca de 40 profissionais, associados e não-associados, participaram do curso. Dentre eles, a Dra. Taciane Brinca Soares Saliture, mestranda pela Santa Casa em Validação do Questionário Diagnóstico do Refluxo na Laringofaringe, que está em fase de redação do mestrado. “O curso soma a opinião de alguém que não seja meu orientador no projeto, trazendo a experiência da produção de artigos científicos e a objetividade no tratamento dos assuntos”, pondera.

mudado e é importante ver se o nosso conhecimento está atualizado”.

Já a Dra. Rosa Carrieli Rossi, que é dentista, doutoranda pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professora de metodologia científica, já estava mais familiarizada com o conteúdo abordado. “Tenho bastante conhecimento, mas é muito bom promover essa troca de informações e experiências. As revistas científicas têm

Dentre os benefícios concedidos pela produção científica brasileira em ORL, Dra. Wilma conclui: “O envio e a publicação de bons artigos na BJORL permitem que o nosso associado tenha ciência do que está acontecendo no Brasil, aproveitando a aplicabilidade clínica dessas pesquisas para melhorar o seu conhecimento e fazer mais pelo paciente”.

Para o Dr. Maurício, a produção científica voltada para a medicina no Brasil está melhorando com a presença de boas revistas brasileiras de circulação internacional, dando, como exemplo, a BJORL. O médico ainda destaca a importância da publicação ser em inglês. “Se cada um publicasse na sua própria língua, quem iria ler o chinês, por exemplo?”

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HumORL Editoria

Congresso Argentino

Q

uando nos reunimos para falar de coisas sérias, humor por exemplo, citamos obrigatoriamente Zé Antônio Patrocínio cuja memória – com todo o respeito – é de elefante. Não conheço ninguém assim tão privilegiado. A seguir, mais uma do mineiro. Deixemos que ele conte: “Certa vez, Marcos Mocellin e eu fomos convidados para dar aulas no Congresso Argentino. Como todo mundo sabe, a Argentina vem enfrentando, há tempos, problemas econômicos que acabam se refletindo na Sociedade de Otorrino local. Bem, chegamos de noitão e nos colocaram num hotel próximo do centro, chamado Uilton. Isto mesmo, Uilton!

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Era uma cópia paraguaia muito mal feita do Hilton, dentro de uma galeria, em que você tinha que subir uma escada para chegar à recepção, no primeiro andar. Concluindo, um horror de hotel! E, por incrível que possa parecer, o congresso seria no Sheraton! Por economia, nos deixaram, os convidados Vips estrangeiros - inclusive o Armando Gonzáles, do México - naquela espelunca. Acontece que mais tarde, de madrugada, chegou um famoso rinologista brasileiro com esposa e tudo e os colocaram no mesmo Uilton. Combinamos, eu, o Marcos e o Armando e no outro dia, durante o congresso, comentamos numa rodinha, no momento em que ele estava presente:

— Rapaz, em que suíte me colocaram aqui no Sheraton! Inacreditável! Estes argentinos são educados mesmo! Respondeu o Marcos, como estava no script: — E a minha! Tem até hidromassagem! Quase arrancando os cabelos, o colega vociferou: — P*** que pariu! É porque vocês são da Plástica! Tem dinheiro! A mim colocaram numa m* de hotel chamado Uilton, 10 quarteirões daqui! Minha mulher está reclamando. Vou me queixar com estes argentinos! Enquanto isto fomos saindo de fininho.”

José Seligman

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