108 anos a contribuir para o desenvolvimento de Torres Vedras
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras celebra 108 anos. Sempre a promover o desenvolvimento económico e social de Torres Vedras e da região. Manuel José Guerreiro, Presidente do Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras (CCAMTV), concedeu uma entrevista à PAÍS€CONÓMICO, onde traçou os momentos mais importantes do percurso da Instituição, como entidade financeiramente sólida, com recursos humanos empenhados e capacitados para responderem com qualidade e eficiência às necessidades de associados e clientes sobum processo de modernização tecnológica e digital, suportados por elevados padrões éticos e de responsabilidade económica, financeira e social. A sua integração com a sociedade de Torres Vedras identifica e materializa mais oportunidades de investimentos e de negócios, «sabendo que os proveitos gerados pela CCAMTV ficam no concelho, de que Torres Vedras e os torreenses beneficiam. Esse é um papel que cumpriremos em cada dia. Todos os dias», sublinha Manuel José Guerreiro.
TEXTO › JORGE ALEGRIA FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELA CCAMTV
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras (CCAMTV) está no centro de uma região onde os setores agrícola e agroindustrial possuem uma forte expressão na sua economia. Qual tem sido o papel e o contributo da CCAMTV no fortalecimento das empresas e das estruturas daqueles setores em Torres Vedras?
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras tem um duplo papel, dado que assume o figurino de instituição financeira protegida pelo manto cooperativo, ou instituição cooperativa com licença bancária, e que ao longo destes 108 anos tem feito um percurso notável de acompanhamento, apoio e contributo que consideramos de grande responsabilidade e dimensão para o desenvolvimento económico e social do concelho e da região. Os nossos associados e clientes têm reiterado, ao longo destas décadas já percorridas, a confiança e a importância da nossa instituição financeira para acompanhar o seu crescimento e a robustez dos seus projetos empresariais e das famílias torreenses. A CCAMTV ajudou à implementação e desenvolvimento de algumas atividades económicas e empresariais na região, como aconteceu no setor da produção de tomate de estufa e morango, colaborando para que Torres Vedras seja uma região de grande importância nestas produções no país. Mas contribuímos tam-
bém para que muitos dos produtores desta região tenham investido noutras regiões portuguesas, como acontece por exemplo na zona de influência do projeto de Alqueva, no Alentejo. Por outro lado, se me permite, também gostaria de referenciar o nosso contributo para o progresso e desenvolvimento das adegas cooperativas concelhias, algumas atingindo dimensões consideráveis, honrando-nos que uma das adegas cooperativas sediadas no nosso concelho seja a maior produtora de vinho em termos de adegas cooperativas em Portugal. Foi esse trabalho em parceria ao longo de muitos anos que permitiu a esta instituição chegar à posição cimeira que ocupa-mos. No plano do próprio desenvolvimento da CCAMTV como analisa a sua evolução nos anos mais recentes?
O Regulamento Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras apenas permite a existência de cooperativas de crédito agrícola. É um termo reducionista nos tempos que correm, porque na verdade, é permitido às cooperativas exercer como atividade financeira, atuar noutras áreas de crédito que não apenas as estritamente relacionadas com o apoio à área agrícola strictu sensu. Ainda que com as limitações regulatórias, as Caixas Agrícolas hoje assumem-se como verdadeiras cooperativas de crédito, mesmo mantendo sua matriz original do agro-negócio, sendo os
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baluartes do impulso das economias locais. É junto delas que sabemos o que os solos produzem e o que as pessoas consomem.
Desde 1982 que a CCAMTV teve especiais preocupações na sua estratégia de visar o reforço da capitalização da instituição, que consideramos de fundamental importância na robustez financeira da instituição. Posso adiantar-lhe que, no presente, a nossa capitalização ascende a cerca de 89 milhões de euros de capitais próprios, que são naturalmente integralmente dos nossos associados.
«Queremos aumentar o número de associados»
Quantos associados dispõe atualmente a CCAMTV?
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras possui atualmente cerca de seis mil associados.
Todavia, gostaria de acrescentar que após a entrada em vigor do Decreto-Lei 24/91, para além dos associados, as instituições cooperativas de crédito agrícola passaram também a poder ter clientes que não sejam associados. Enquanto o cliente possui uma relação comercial normal com a instituição, mas não precisa de residir no concelho onde vigora a sede da referida instituição financeira, no caso dos associados necessitam de residir no concelho.
Por outro lado, também gostaria de sublinhar que as empresas do setor agrícola de Torres Vedras também perceberam muito bem a importância de se tornarem associados da nossa instituição – que passou a ser também a sua instituição – na medida que observaram como os resultados e os lucros obtidos na atividade bancária ficam em Torres Vedras, o que é deveras importância para o concelho, para as empresas, para as instituições, para as colectividades, no fundo, para as pessoas, os cidadãos deste con-
celho. E isso traduz-se todos os dias em apoios às mais diversas entidades sociais, culturais e desportivas do concelho de Torres Vedras, por exemplo, foi a CCAMTV que patrocinou a nova unidade de cuidados especiais de medicina, que doou o carro de apoio domiciliário que possui o Hospital de Torres Vedras, assim como ambulâncias dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras, entidades a quem temos apoiado de forma regular, consistente e que muito beneficia o nível de serviço que prestam às populações. Quantas agências bancárias dispõe no concelho a CCAMTV?
Possuímos 16 agências bancárias no concelho de Torres Vedras, das quais apenas duas estão na nossa cidade. Essa situação reflete exemplarmente o compromisso social e de desenvolvimento humano e económico da Caixa com o concelho e a sua comunidade.
Aliás, posso adiantar-lhe que somos o único banco em Torres Vedras que cumpre integralmente os requisitos sociais bancários em Portugal, pois em cada freguesia deveria existir pelo menos um posto de serviço bancário. É isso que faz a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras, aliás, no quadro de um entendimento estratégico de que o ganho de escala deve ocorrer no nosso próprio território. O nosso mercado é Torres Vedras, a nossa escala é Torres Vedras e nesta temos mais de 55% das agências sediadas no concelho.
Os números da atividade bancária que exercemos em Torres Vedras comprovam-no.. Entre 35 a 40% dos depósitos recebidos no concelho de Torres Vedras estão confiados à Caixa Agrícola. Neste momento, a nossa instituição detém um ativo de cerca de 640 milhões de euros, valor que esperamos poder crescer até ao final do ano para cerca de 700 milhões de euros.
É a lógica há pouco enunciada, de que os associados e clientes entendem de forma exemplar que toda a atividade e os consequentes proveitos obtidos pela instituição são o garante da instituição, ficam no concelho, e, assim, redundam em benefícios para a região e para eles próprios enquanto partes interessadas da CCAMTV.
108 anos a desenvolver Torres Vedras
O dia 5 de junho, que marca os 108 anos da fundação da Instituição a que preside, vai ter alguma iniciativa especial?
Ainda bem que me coloca essa pergunta, porque vamos lançar precisamente nesta data uma campanha para angariar mais associados, ou seja, aumentar a representatividade democrática dos proprietários desta instituição financeira de base local. Sabe, uma pessoa, ou empresa, para obter um título de associado tem de desembolsar 500 euros, o que é um dos mais elevados a nível europeu para ser associado de uma instituição financeira cooperativa. Naturalmente que a este valor deve corresponder a um conjunto alargado de serviços e de benefícios que levem o novo associado a considerar vantajoso o passo que deu em juntar-se a este projeto: mas que projeto é esse? Esse projeto, secular, foi promovido para criar valor. E desta forma, em 2022, na Europa, segundo a European Association of Co-operative Banks, existem cerca de 2.700 instituições financeiras mutualistas (cooperativas), têm 227 milhões de clientes – cerca de metade da população da União Europeia -, não têm reduzido o número de balcões e de funcionários.
Mas só a representatividade pode oferecer coerência. E a coerência é alcançada com a manutenção dos princípios básicos “um
membro, um voto”. E, a discussão nos fóruns apropriados, com pensamento estratégico para se desenhar um futuro competitivo e inclusivo.
Internalizar na nossa comunidade as melhores experiências europeias, e mundiais, são o nosso propósito.
Se me permite, gostaria de voltar ao tema do peso do setor agrícola na atividade da própria CCAMTV. Qual é o peso do setor no negócio da instituição?
O setor agrícola representa, atualmente, cerca de um terço da atividade bancária da CCAMTV.
Continuamos a honrar o nosso próprio nome, ou seja, temos uma profunda relação com o setor agrícola e os agricultores de Torres Vedras. Mas também o fazemos porque os nossos clientes são competitivos, criam valor.
A Caixa Agrícola de Torres Vedras está sólida no Oeste
As demonstrações e balanços que anualmente apresentamos, como aliás também acontece noutras instituições financeiras similares à nossa, configuram uma realidade em que podemos afirmar que somos das instituições bancárias mais resilientes do sistema financeiro português.
Dito isto, posso também acrescentar que as instituições financeiras como a nossa, que respondem diretamente ao Banco de Portugal, precisam essencialmente de estabelecer melhores formas de cooperação entre elas, nomeadamente às regras e orientações do Pilar 2 da Supervisão Bancária. Constituem uma reco-
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mendação específica para cada instituição de crédito, que indica o nível de fundos próprios que o BCE espera que esta mantenha para além dos seus requisitos vinculativos de fundos próprios.
Servem de amortecedor para que as instituições de crédito possam resistir a situações de tensão.
Estas recomendações estão em pleno aprofundamento, no robustecimento do sistema de governação e de gestão de riscos enquadrado com o fortalecimento dos fundos próprios da instituição.
Na nossa instituição está em fase final de certificação das Políticas e de implementação do modelo de governance à luz da plena
aplicação das exigências dos normativos e orientações do supervisor, nomeadamente do Aviso 3/2020. No sentido de robustecer o nosso modelo de controlo interno.
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras é uma instituição financeira robusta, com capitais próprios bastante confortáveis e que não depende de terceiros. De acordo com o passado e as crises bancárias, comprovadamente estamos mais imunes aos efeitos dos riscos da atividade, apresentando atualmente um rácio de liquidez (LCR) de 288%, em que praticamente metade do que emprestamos é nosso, isto é, não estamos atualmente tão
dependentes dos depósitos dos clientes. Possuímos uma sólida estrutura de capitais e de recursos, pelo que conseguimos fazer os negócios acontecerem em Torres Vedras.
Mencionou a estrutura sólida da instituição. Quantos colaboradores possui a CCAMTV?
A nossa Caixa possui 77 colaboradores, sendo a maioria do concelho. Para nós o importante é que venham acrescentar valor à região, e, consequentemente, à instituição, ou como referimos com orgulho, que venham “viver Torres Vedras”. Os vossos colaboradores recebem regularmente formação profissional?
Recebem formação permanentemente. Sempre entendemos que a valorização é um fator determinante para todos, e para cada um, e, assim, poder corresponder aos desafios que se colocam com a magnitude e a responsabilidade que encarnamos de forma total. Só assim poderemos afirmar que “a Caixa Crédito Agrícola está onde está cada um de nós”!
A valorização dos nossos quadros e o reconhecimento humano e profissional são dois princípios importantes, fundamentais e salutares, pois o seu crescimento impulsiona e representa valor acrescentado para todos. Posso dizer que tem um efeito capitalizador e de um contágio positivo para as equipas e colaboradores.
A Agrimútuo e a Servimútuo são ‘pedras’ angulares no desenvolvimento do crédito agrícola
A CCAMTV faz parte de outras duas instituições, mobilizadoras, ou seja, de teor holista, como são a Agrimútuo e a Servimútuo.
O que é que cada uma delas acrescenta valor ao core business da Caixa de Torres Vedras?
Como lhe referi há pouco, entendemos que a implementação de estruturas de cooperação, sem prejuízo da autonomia de cada parte integrante na sua atividade intrínseca, constitui uma via adequada e importante para a melhoria do enquadramento geral da nossa instituição, bem como para o desenvolvimento das capacidades e competências que fazem desenvolver o nosso negócio, assim como das entidades parceiras.
A Agrimútuo é uma entidade formada pelas caixas agrícolas de Torres Vedras, Mafra, Bombarral, Leiria e Chamusca, e que serve sobretudo como espaço de reflexão estratégica sobre a evolução do crédito agrícola no nosso país, mas também como fórum para delinear formas de cooperação e parcerias para o prosseguimento dos desígnios das nossas instituições e para a conceção de projetos estratégicos a implementar entre todas as partes integrantes da própria Agrimútuo.
Quanto à Servimútuo, constitui uma entidade que é um ACE – Agrupamento Complementar de Empresas, e que possui como principal objetivo a implementação de projetos de natureza tecnológica que permitam a modernização e maior competitividade das referidas cinco caixas de crédito agrícola integrantes do projeto.
Nessa medida, no ano passado, e após consulta aprofundada ao mercado, adjudicámos à Oracle a implementação do seu Flexcube através do Core Banking System, que no fundo é uma das mais evoluídas soluções de banca digital do mercado. No serviço que nos é prestado está também contemplado soluções de Risco e Compliance de acordo com as mais recentes normas e procedimentos internacionais.
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Esta evolução tecnológica e conceptual das instituições financeiras integrantes do ACE, incluindo naturalmente a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras, é essencial e constitui uma pedra angular do nosso desenvolvimento.
Uma última questão ainda relacionada com a Agrimútuo. No passado dia 24 de abril, a Agrimútuo assinou no CCB em Lisboa, acordos com a Funcex (instituição brasileira) bem como com a Confederação Empresarial da CPLP. Qual o teor desses acordos e quais os objetivos que perseguem?
É cada vez mais importante uma instituição com as nossas características estabelecer relações de cooperação com entidades do exterior ao nosso país, de forma a proporcionar um conhecimento mais alargado de realidades institucionais e/ou empresariais que possam beneficiar a própria instituição, mas sobretudo que possam proporcionar vantagens e escala para os nossos associados e clientes.
Foi nesse quadro estratégico que entendemos da pertinência e da vantagem da Agrimútuo estabelecer acordos de cooperação e benefício mútuo com importantes instituições como são a brasileira Funcex (Fundação de Estudos de Comércio Exterior) bem como com a Confederação Empresarial da CPLP e o BNDES O banco nacional do desenvolvimento.
No encontro que mencionou e que ocorreu no CCB, no que respeita à Agrimútuo, assinámos dois importantes instrumentos de cooperação, respectivamente, um com a Funcex, a SNA – Sociedade Nacional de Agricultura, e a CE-CPLP, visando o “Apoio aos Projetos Nacionais da CPLP”, e um segundo assinado com a AJAP – Associação dos Jovens Agricultores de Portugal, visando o “Apoio aos projetos de investimento agrícola”.
Para a Agrimútuo e as nossas caixas agrícolas integrantes, o maior interesse é proporcionar um nível de conhecimento e de apoio a entidades empresariais dos países da CPLP para investirem nos territórios das caixas que participam na Agrimútuo, no nosso caso, no concelho de Torres Vedras. E assim se estabelecerem pontes para o processo de internacionalização das empresas da região.
Alias, posso referenciar o exemplo do apoio muito ativo e eficiente que demos a um investimento brasileiro em Torres Vedras, e que consistiu na construção de uma unidade industrial para a produção do famoso “Pão de Queijo” brasileiro, que a partir de Torres Vedras é exportado para os diversos mercados europeus, e depois de igual forma para o mercado norte-americano, na medida em que o cumprimento de todas as regras e normas de qualidade europeias capacitam logo as empresas de direito europeu, para exportarem para um mercado tão exigente como os EUA.
Portanto, e em conclusão, ao participarmos neste acordo (por via da Agrimútuo), a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras posiciona-se como uma entidade com forte competência técnica e financeira para apoiar investimentos provenientes dos países da CPLP nesta região, com naturais benefícios para o emprego e a economia de Torres Vedras e da região onde nos inserimos. ‹
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Funcex, Confederação Empresarial da CPLP e Agrimútuo, formam parceria para criar o maior banco de dados de comércio exterior no espaço dos países da lusofonia
Aprofundar o
conhecimento
empresarial no espaço da CPLP
No passado dia 24 de abril realizou em Lisboa a conferência “Relações Comerciais Brasil – CPLP”, organizada pela brasileira Funcex, pela Confederação Empresarial da CPLP, tendo contado com a parceria da Agrimútuo – Federação de Estruturas Financeiras Cooperativas, FCRL. Uma das principais conclusões da conferência apontou para a criação pelas entidades referidas daquele que deverá ser o maior banco de dados de comércio exterior alguma vez já produzido. Um protocolo foi firmado no evento entre as três entidades mencionadas.
A ideia de criar esse banco de dados será o de fomentar as relações comerciais e de cooperação entre o Brasil e a CPLP. Destaque também para os protocolos assinados entre a Funcex, a Agrimútuo e a SNS – Sociedade Nacional de Agricultura e Confederação Empresarial da CPLP, visando o “Apoio aos Projetos Nacionais da CPLP”, por um lado, e por outro, o assinado entre a Agrimútuo – Federação Nacional das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo e a AJAP – Associação de Jovens Agricultores de Portugal, quanto ao “Apoio aos projetos de investimento agrícola”. Segundo Higor Fero Esteves, Diretor Geral da Funcex Europa, salientou que «o evento foi muito positivo. Tivemos a presença de empresários e instituições do Brasil, de Portugal e dos demais
países lusófonos. O protocolo assinado foi de fundamental importância, pois será possível identificar os produtos que poderão ser comercializados com maior potencial de sucesso económico. Pretendemos fomentar a comercialização de bens e serviços através de uma importante ferramenta de análise de oportunidades de negócios, que será conhecida como COMEX Data CPLP”». Na conferência qued ecorreu no Centro Cultural de Belém, participaram como oradores personalidades como António Pinheiro, Presidente da Funcex, Nelma Fernandes, Presidente da Confederação Empresarial da CPLP, Manuel Guerreiro, Presidente da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras e Vice-Presidente da Agrimútuo, Walter Baère, Diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social do Brasil, além de várias outras entidades portuguesas e brasileiras, como a própria Presidente da Agrimútuo, Manuela Nina Jorge, e Ana Correia, Presidente da Comércio da Região das Beiras.
A encerrar o encontro, António Pinheiro, Presidente da Funcex, sublinhou que «é na língua portuguesa, e na cultura comum, que temos o nosso principal ativo, enquanto membros da CPLP, e temos de criar as condições sociais, económicas e comerciais que tornem este grupo ainda mais forte». ‹
Taguspark e Governo do Paraná (Brasil), assinaram Memorando de Entendimento
Modelo Taguspark vai ser replicado em Curitiba
O Governo do estado brasileiro do Paraná, através do próprio Governador Carlos Ratinho Junior, assinou um memorando de entendimento com o CEO do Taguspark, localizado no concelho de Oeiras, com o objetivo de instalar em Curitiba, capital do Paraná, um espaço voltado exclusivamente a empresas do setor da tecnologia e inovação na capital paranaense.
Criado há 30 anos, o Taguspark abriga atualmente cerca de 160 empresas e 26 satrtups, além de 18 mil pessoas que ali trabalham. No centro, mais de 90% das empresas nacionais e estrangeiras instaladas são focadas no desenvolvimento de tecnologias aplicadas para soluções nas
áreas da saúde, tecnologias de informação (TI) e engenharia, entre outras.
Segundo o Governador Ratinho Junior, «o Taguspark é uma referência mundial na combinação de inovação e sustentabilidade e Portugal está muito à frente de diversos países em termos de tecnologia, e por isso queremos trocar experiências e importar este conhecimento para o nosso Estado».
Ainda segundo o chefe do governo paranaense, «o Paraná tem investido no fomento à indústria tecnológica, mas o objetivo é buscar experiências de sucesso no Brasil e no mundo para ampliar esse potencial no Estado”, acrescentando que «temos traba-
lhado muito a vocação do Paraná para a inovação, temos 14 centros tecnológicos que unem o setor privado, a academia e a sociedade civil em funcionamento, mas queremos avançar ainda mais e aprender com experiências como a de Portugal nos ajuda nesse objetivo», destacou o governador. Posteriormente, o Governador e a comitiva paranaense foram recebidos por Raimundo Carreiro, Embaixador do Brasil em Portugal, tendo defendido a criação de um mercado comum de inovação entre o Brasil e Portugal, tendo o Paraná como porta de entrada, uma vez que a Celepar já tem um escritório de representação em Lisboa. ‹
CESAR inaugurou unidade em Portugal
O CESAR – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Pernambuco), que atua na área da edução e inovação, inaugurou uma unidade em Portugal, mais precisamente na cidade de Aveiro. A inuguração desta primeira unidade em Portugal faz parte do projeto de internacionalização do CESAR.
Segundo Eduardo Peixoto, CEO do CESAR, «o CESAR Europa é um marco na estratégia de expansão do CESAR, para a construção de uma rede de educação e inovação com integrantes em
diversos continentes. É uma oportunidade para aprendermos e ampliarmos o conhecimento a partir de outras realidades». Ataulamente, além da sua sede na cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco, o CESAR está também presente em diversas cidades brasileiras, como são os casos das cidades do Rio de Janeiro, Curitiba (Paraná), Manaus (Amazonas) e São Paulo. Fora do Brasil e antes de abrir agora em Aveiro, o CESAR já dispunha de um local de atendimento noe stado norte-americano da Florida. ‹
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