PRAÇA SUSTENTÁVEL PROJETO FINALISTA PRÊMIO SAINT-GOBAIN HABITAT SUSTENTÁVEL

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diagnóstico climático e projeto arquitetônico para praça com o conceito de sustentabilidade em colégio de são paulo

Esse espaço livre e múltiplo, já vem sendo ocupado por atividades pedagógicas ao ar livre. Há desconfortos térmicos e táteis no piso do local que limitam seu uso, porém, além da vulnerabilidade às ações das intempéries. O local necessita de uma adequação climática e de infraestrutura, que o consagre com a vocação à diversidade de usos que já possui num ambiente confortável e bem equipado. Uma análise climática local, outra estrutural, e os diálogos com a comunidade da escola sobre desejos, necessidades e deficiências, deram os parâmetros para o projeto arquitetônico. A seguir, essa sequência dos trabalhos desenvolvidos será apresentada com ilustrações do local.


Nota: Era a princípio uma laje impermeabilização deteriorada, sem ocupação ou acesso. A partir da idéia expontânea de uma cobertura verde, a escola adotou a solução de uma praça árida (fotos acima), desconhecendo as consequências de desconforto que causaria, inclusive nas salas sob ela.




Nota: O peso admitido de ocupação sobre a laje não chegou a ser definido, pois laudo estrutural da edificação antiga fornecido por profissional não especializado foi deficiente. A escola desejava ocupação de até 80-100 pessoas, o que comprometeria a segurança.


Na prรณxima pรกgina, a anรกlise dos resultados dos grรกficos acima:



Imagens: Localização dos prédios vizinhos e suas distâncias em relação à área da praça, demarcada em amarelo (central); posição da área em relação ao norte geográfico.


Imagens: Edificações vizinhas (fotos no alto da página) vistas a partir do centro da laje, e representadas geometricamente no gráfico da máscara de obstrução do céu para calcular sombreamentos e insolações.


Até às 9hs, todo o espaço é sombreado nas fases mais quentes, verão e equinócios. No inverno há insolação nesse horário, que costuma apresentar temperaturas baixas, o que é positivo.


A partir das 10:00hs a insolação é plena sobre a laje e assim se estende até as 16:00hs. São 6hs de absorção de calor pela laje.




A demarcação vermelha representa as 6hs, das 10hs às 16hs, de insolação livre em comum em todas as estações do ano.


O PROJETO

O projeto se balizou em quatro premissas, a seguir elencadas e comentadas com os respectivos partidos de projeto adotados. 1 A indefinição estrutural do edifício antigo sobre o qual se daria a praça exigiu um projeto essencialmente leve - O uso de réguas de bambu para uma treliça de cobertura e sua estrutura de sustentação em varas grossas de bambu dispostas na vertical e amarradas no gradil existente, sem novas perfurações permitiria uma intervenção leve e não agressiva; - Foi adotado o sistema extensivo de jardim, de baixa sobrecarga, para uma pequena área de 1/4 da área, destinada à horta e jardim;

Imagem nesta página: isométrica da estrutura de bambu amarrada ao gradil existente sustentando sistema de varas cruzadas. Imagens próx. página: projeto da cobertura em varas de bambu, planta e elevação (acima), detalhes de passarela, planta e corte (inferiores esq. e dir, respectivamente)



2 o conceito de sustentabilidade exemplificado nos componentes do projeto como referência pedagógica para a escola - Evitar o desperdício de mão-de-obra, de tempo e do descarte do piso em pedra miracema e apenas encobri-lo com manta térmica e piso em wpc foi a escolha adotada para o piso; - Materiais reciclados, recicláveis ou de fontes renováveis foram especificados, tais como wpc (wood plastic composite), bambu e policarbonato; - Lixeiras seletivas, composteira com minhocas para produção de humus e chorume para fertilização do jardim e horta, coleta de águas pluviais para a sua irrigação por meio de bombonas seriam componentes de uso consciente no local. - engajamento da comunidade para manutenções da compostagem do canteiro e de sua rega

Imagens nesta página: pedra miracema existente (acima), manta térmica (centro), manta de drenagem (inferior). Imagens na próxima página: minicisterna (acima esq.), piso em wpc (inferior esq.), bambu e policarbonato alveolar (centrais), lixeira seletiva (superior dir.), composteira ou minhocário (inferior dir.).






3 adequação climática e de conforto em geral sobre e sob a laje; - A treliça de bambu em réguas cruzadas na diagonal e envergadas para dar a forma curva seria interligada por cabos de aço e formariam uma rede ideal para o rápido desenvolvimento de uma cobertura vegetal de trepadeira perene, garantindo o conforto térmico e sombreamento; - Logo abaixo dessa treliça de bambu, uma cobertura de policarbonato, igualmente curva, correria em trilhos suspensos ao longo de 2/3 da extensão da área, protegendo-a da chuva e intempéries; - O piso adotado em três camadas de isolamento térmico, manterão a laje isolada dos raios solares, quais sejam elas: manta térmica aluminizada, manta de drenagem e piso em placas extrudadas de wpc em cor mais clara, refletindo calor; - Os espaços aerados desses dois últimos materiais, além do baixo coeficiente térmico do wpc, garantiriam um excelente resultado; - O conforto térmico e tátil do piso em wpc eliminaria o problema do sobreaquicimento da pedra miracema em horários de insolação a pino e da sua aspereza, tornando o espaço pleno para uso. Imagens: Réguas de bambu (acima), trepadeira Sete Léguas (centro), detalhe de trilhos e corrediças da cobertura translúcida integrados à calha de águas pluviais sobre apoio (inferior)








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versatilidade que permita multiplicidade de situações de uso e ocupação.

- A cobertura de policarbonato dividida em duas partes móveis, diminuiria o peso para o deslizamento manual de cada uma, e permitiria no mínimo quatro disposições diferentes no espaço (ver as imagens nesta página); - O piso em placas de wpc podem ser removidos facilmente para limpeza; - A área contínua sem praticamente divisões confere liberdade às atividades, tanto para grupos menores como para a coletividade.

O impedimento da execução desse projeto se fixou ao número de ocupantes Notas finais: almejado pela escola, entre 80 à 100 pessoas, o que exigiria um investimento maior em reforço estrutural, dada a idade da edificação existente e a ausência deAseu registro desse estrutural. Paraseque essa possa ter uma almejado confirmação execução projeto fixou aoafirmação número de ocupantes final, seria preciso um novo laudo estrutural seguro. pela escola, entre 80 à 100 pessoas, o que incorre num investimento Porém, ocupações alternadas de pequenos grupos, como já é habitual, seriam adicional emviáveis reforço estrutural, a idadeEsses da edificação perfeitamente e poderiam sedada intensificar. grupos e existente as salas e a ausência seupraça registro estrutural, orçamento esse que situadas sobde essa já seriam altamente beneficiados pelopoderá projeto ser e suas contribuições e de conforto. elaborado apedagógicas qualquer tempo.

Ocupações de grupos menores seriam perfeitamente tangíveis e viáveis sem intervenção estrutural.



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