ADEQUAÇÕES SUSTENTÁVEIS . COLÉGIO EM SÃO PAULO

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adequações sustentáveis . colégio em são paulo PARTE 2 . PÁTIO EXTERNO



ADEQUAÇÃO DE USO E OCUPAÇÃO PARA ESTRUTURAS DEGRADADAS OU DEFICIENTES EM ESCOLA NA CAPITAL PAULISTA Em boa parte das escolas as prioridades pedagógicas prevalecem em relação às físicas, em detrimento da qualidade espacial e do conforto, também necessários para o bom aprendizado. Este projeto propôs um mapeamento geral de problemas físico-ambientais das instalações de uma escola particular em São Paulo, e construiu diagnósticos específicos das necessidades observadas, indicando e desenvolvendo propostas e soluções sustentáveis ao longo de 22 meses de atuação direta. Condicionadas aos períodos de férias, as execuções se dividiram em três ações: Emergenciais - Fase 1 Emergenciais - Fase 2 Adequações

O projeto de partida das ações Emergenciais - Fase 1 teve como objetivos: 1 Formatação dos sanitários Minimizar manutenções, proporcionar conforto, adotar recursos de baixo consumo de água e energéticos, reuso de materiais, baixo custo, empregar materiais de baixo impacto ambiental e preferencialmente reciclados são alguns dos aspectos deste projeto. 2 Permeabilização dos pátios externos Eliminar inundações dentro das dependências da escola, mas também contribuir para diminuir acúmulo das águas pluviais na rede pública e proporcionar o retorno da água de chuva para o solo, contribuindo com o restabelecimento do ciclo da água. 3 Barreiras acústicas de paredes verdes Minimizar reverberações sonoras à vizinhança e proporcionar o conforto sonoro e atmosférico interno da escola.


PERMEABILIZAÇÃO DOS PÁTIOS EXTERNOS O conjunto de pátios situados ao redor do edifício de ensino médio, localizados na cota mais baixa de todo o colégio, recebiam o despejo somado de telhados e de outros pátios de boa parte da escola. Duas grandes caixas de saída das águas pluviais para a rede pública ali situadas não supriam a demanda de chuvas torrenciais, e a área sofria com inundações. Grelhas distribuídas de forma irregular e a deterioração do piso de concreto causavam manutenção frequente, além de desconforto tátil e visual. O projeto propôs sanar essas questões com a adoção de um piso em placas modulares de concreto permeável, paginadas em dois tons de cores, eliminando dessa forma a estética desordenada e o uso de grelhas. Seus 180m2 de área foram transformandos numa grelha contínua de condução das águas de chuva de volta ao solo, e com isso foi demonstrado aos alunos a forma prática de se permitir que a água exerça o seu ciclo natural. Reflexões e discussões discorreram ao redor desse tema, permitindo uma observação crítica da ocupação urbana atual. A partir dessa visão, foi possível semear uma atitude menos passiva e mais ativa em relação ao cenário atual em desacordo com essas condutas.



reciclagem A drenagem foi feita em diversas camadas, desde rachões ao acabamento superior com placas modulares de concreto permeável. O próprio entulho gerado com a quebra do piso de concreto dos pátios, ou rachões, foi utilizado como camada mais funda do leito de drenagem. Demais camadas mais finas também poderiam ser produzidas in loco, caso não ocorresse incompatibilidade de tensões elétricas entre equipamentos e a rede local.


dificuldades A quantidade prevista de entulho gerado ultrapassou a esperada, com inesperadas espessuras de 18-20cm de concreto encontradas, contra os 10-12cm de uso padrão em lastros desse tipo. Isso resultou em um acúmulo de sacos de entulho, um número maior de caçambas, maior desgaste físico dos operários e consumo de tempo.


processos O denso e espesso lastro de concreto consumiu quatro marteletes para ser quebrado completamente. Os rachões, ou entulho bruto, foi ensacado e reservado. O solo exposto foi escavado em 30cm, e uma parte destinada para preenchimento de canteiros da escola. Especialmente o húmus de folhas formado ao longo dos anos no fundo das caixas de águas pluviais e de alta fertilidade. Tubulações de esgoto e de águas pluviais foram distribuídas entre as caixas existentes sobre o nível escavado.




Estacas distribuídas pela área demarcavam o nível final de acabamento do piso. As caixas de saída de águas pluviais foram mantidas para garantir escoamento em caso de acúmulos pluviométricos, e ganharam grelhas de ferro no lugar de tampas, assentadas sobre novas bordas de alvenaria. Outro recurso extra para garantir o escoamento de grandes fluxos para as caixas foi o de enterrar grelhas de tubos de pvc, com suas aletas confeccionadas manualmente in loco com serra de disco, envolvidas com manta bidim para isolar detritos. A camada de brita foi distribuída sobre a de rachões de entulho, enquanto os próximos materiais a serem colocados foram sendo estocados no canteiro de obras.


tåbuas permitem circulação preservando nivelamentos dos materiais | camadas finais de bidim e areia para assentamento das placas de concreto permeåvel




Como resultado, um ambiente renovado e humanizado para usufruto pela comunidade da escola. Com o projeto finalizado, os problemas foram vencidos e sanados, e os resultados estÊticos e funcionais, alcançados.



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