IMBOLC 2022 - BTW

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IMBOLC S A B Á

M A I O R

2 0 2 2

IMBOLC, 2022 . Edição nº 8 . gratuita


EDIÇÃO ESPECIAL - IMBOLC -

04

Entre Solstício e Equinócio

17

06

Sabá de Luz e Purificação

23

Baco

O arado, uma ferramenta dos céus

08

Deusa Brigit e Imbolc

24

O Arado

09

Imbolc ou Candllemas

27

Imbolc e o Açoite

12

A roda do ano

31

Fogo transformador

13

Os Sabaths

33

Águas purificadoras


Figura: HHEININGE Desig


ENTRE SOLSTÍCIO E EQUINÓCIO Imbolc, 1º de Agosto, marca o ponto intermediário entre o solstício de inverno e o equinócio da primavera. A poesia da época relaciona o feriado ao leite de ovelha, a renovação, a purificação e a novos inícios..

Figura: fciencias.com/

É uma época em que o inverno começa a desaparecer e os primeiros sinais da primavera aparecem para nos lembrar que a vida florescerá novamente em breve, Imbolc também marca às boas-vindas a Primavera, a força da vida que passa pelas trevas ganhando poder, luz e vigor. Momento de mudanças, de fluir com a vida, tempo de limpezas é época de renovação. Remova todos os seus obstáculos do passado. Limpe bem seu espelho para que possa mostrar quem realmente você é, e para o que você veio ao mundo.


Benções é o retorno da luz, e que ela possa iluminar nosso o caminho e o nosso coração! Brilhar por todos nós Queimar dentro de nós Acordar e levantar, é uma necessidade Brilha por todos nós Queima dentro de nós O Sol cresce, se fortalece cada dia mais A esperança está viva! Que os Deuses nós dê inspiração, poesia, música, forja e cura.

É com grande prazer publicamos mais uma edição BTW (British Tradicional Wica). Revista BTW é idealizada pelo Coven Caldeirão de Cerridwen, Linha Olwen, que procura sempre esclarecer e divulgar, dentro do que for possível, os temas principais sobre a tradição Gardneriana e referências da religião Wica. Legado de Gerald Gardner.


SABÁ DE LUZ E PURIFICAÇÃO FESTIVAL AGRÍCOLA DE FERTILIDADE Entre o fim do Inverno e o prenúncio da Primavera, temos Imbolc – celebrado na véspera de agosto - da noite de 31 de

O arado tinha uma importância crucial e era a principal ferramenta do homem do campo. Era utilizado para revolver o

julho para 01 de agosto no Hemisfério Sul. Conhecido também por Oimelc,

solo castigado pelo Inverno, para misturar o húmus à terra após o degelo

Imbolg, Candlemas e “Noite de Brigit”. Após um longo período de hibernação, é o renascimento e o despertar da

da neve, e para preparar os campos para a futura semeadura dando início ao Ciclo da Colheita.

Natureza que, após sofrer todos os rigores do Inverno, ainda carrega os vestígios da época mais difícil e penosa

Com o Sol, ainda fraco e tímido, a vida começa a renascer com o distanciamento do Inverno, a vegetação

do ano. Após um período marcado pela

começa

escuridão e por dias extremamente frios, Imbolc traz a promessa de que dias melhores virão e que a escassez, trazida

lentamente, os animais começam a ser devolvidos aos pastos. Oimelc significa "no leite" e marca o início do período de

pelo Inverno, está chegando ao fim. Um costume muito antigo para incentivar a volta da luz e do calor do

lactação dos rebanhos e do gado. Durante os festejos de Imbolc, os pagãos derramavam leite nos campos

Sol, era acender várias velas, tochas e lamparinas – inicialmente, eram chamas

para encorajar o surgimento de uma nova vida e para pedir bênçãos para as

fracas, pequenas e sutis, mas que prometiam aumentar com o passar dos dias, com a chegada da Primavera e com a proximidade do Verão. Com a volta lenta e gradativa da luz, os dias vão se tornando cada vez mais longos e a escuridão vai diminuindo. A Deusa é a própria Natureza que está renascendo e desabrochando – a Menina, a Donzela, a Virgem das Flores – e esse desabrochar pode ser refletido em nosso interior. O Deus, como uma chama pequena e ainda fraca, irá se fortalecer dia-após-dia com a evolução da Roda do Ano, e com o seu Poder Fertilizador, traz esperanças de Vida. Como um Festival Agrícola e um Sabá de Fertilidade, essa era uma época muito importante para os nossos antepassados. Após um longo período de reclusão, esse era o momento de retomar as atividades agrícolas e pastoris.

sementes e para as ferramentas agrícolas – em especial, o arado. Após o Inverno – casas fechadas por muito tempo e vários meses de recolhimento – uma grande limpeza é necessária e imprescindível . Com a transição entre as Estações e as mudanças ocasionadas por elas, as necessidades também mudam e passam a ser outras. É um período de novas expectativas, de preparação para uma nova fase, de planejamento e de renovação. É o momento de limpar, de renovar, de se desfazer do que é velho e do que já passou para ceder lugar ao que é novo e que ainda está por vir. Imbolc é o primeiro Sabá do Ano Crescente – período de expansão, de aumento e de crescimento das Marés Energéticas.

a

surgir

nos

campos

e,

IMBOLC 1º agosto / 2022 Novo início Renovação Preparação Festa da Luz

Imagem: Van Gogh, o Campo Arado (1888)

FCiências


Para que possamos aproveitar essas Marés de Crescimento, precisamos entrar em sintonia e alinhamento com o ritmo natural desses fluxos de Energia. Se observarmos atentamente às mudanças que acontecem ao nosso redor nessa época do ano, basta permitirmos que isso aconteça dentro de nós : uma fase de grande estímulo para novos planejamentos e projetos. É um momento muito propício para avaliações – uma análise do nosso passado (o que queremos deixar para trás) e o planejamento do nosso futuro (o que desejamos e o queremos iniciar). Imbolc é também um Sabá de Purificação. Para que uma nova fase se

Como uma Deusa Tríplice – Donzela, Mãe e Anciã – Brigit, na personificação de uma Luz muito sutil e que ainda está em fase de crescimento, assume o seu aspecto de Donzela e é reverenciada como a “Noiva do Sol” (Brigid , “Bride” = noiva em inglês). Brigit foi e ainda é uma Deusa muito cultuada na Irlanda e sua presença marcante está por todos os lados. Os casais que desejavam ter filhos, mas que tinham problemas com esterilidade, faziam oferendas em Poços, bebiam a água de fontes consagradas à Ela e pulavam fogueiras na noite dos festejos. Como um Festival do Fogo, várias fogueiras eram acesas e as pessoas as

inicie, todo o acúmulo de escombros, velharias e inutilidades que carregamos dentro de nós, precisa ser removido. São

pulavam pedindo Fertilidade para os campos, para o Homem e para os animais.

travas, pesos, apegos e estorvos que nos impedem de seguir em frente. Sem essa

Atravessavam a fumaça purificadora e jogavam as cinzas na terra com a

remoção – sem essa “limpeza” - não haverá espaço e nem condições para receber o que essa nova fase tem para

intenção de purificá-la e prepará-la para receber as sementes. Na impossibilidade de extinguir e de reprimir os Cultos em

nos oferecer. Considerado um Sabá ideal para Iniciações (não é uma condição ou

sua homenagem, Brigit foi "cristianizada" pela Igreja, e acabou sendo

uma obrigatoriedade), Imbolc representa novos começos. É a época para prepararmos o nosso "interior" para um

transformada em Santa Brígida de Kildare - local de seu Santuário na Irlanda. Para que esse Festival Pagão

novo ciclo e uma nova jornada. Como é um período de crescimento, o

fosse esquecido, a Igreja adotou Imbolc dando-lhe um novo nome: Candlemas –

novato poderá acompanhar e vivenciar, desde o início, as marés energéticas no

a Festa da Luz.

dustyoldthingm

Poço de Santa Brígida em Tully, Kildare

Ciclo de Vida, Morte e Renascimento. Desde épocas muito antigas, Imbolc é associado à Deusa Irlandesa Brigit (Brighit, Brid, Brigid). Ela é a Deusa Celta do Fogo, da Forja e dos Ferreiros, da Cura, da Fertilidade, da Inspiração, da Poesia e das Artes, das Fontes e dos Poços Sagrados. É a Protetora dos rebanhos, do gado e das colheitas. É a Protetora do Fogo - a chama que não se apaga. Em Imbolc, Ela é aquela que traz a Cura e a Fertilidade para a terra. Por ser uma Deusa do Fogo, e ao mesmo tempo muito associada à água, os Celtas a homenageavam no Festival de Imbolc – o Festival que celebra o fim das Trevas e a volta da Luz. Essa noite é chamada de a "Noite de Brigit".

Fonte: Wica Gardneriana - Manifesto Gardneriano


DEUSA BRIGIT E IMBOLC O simbolismo dos poços e nascentes reflete a conexão com as águas da vida que emergem de fontes invisíveis. A sabedoria do inconsciente que flui de origens misteriosas para receptividade. . Desde tempos muito antigos, O Sabá de Imbolc é associado à Deusa Irlandesa Brigit (Brighit, Brid, Brigid). Ela é a Deusa Celta do Fogo, da Forja e dos Ferreiros, da Cura, da Fertilidade, da Inspiração, da Roca de Fiar, da Poesia e das Artes, das Fontes e dos Poços Sagrados. É a Protetora dos rebanhos, do gado e das colheitas. É a Protetora do Fogo - a chama que não se apaga. Em Imbolc, Ela é aquela que traz a Cura e a Fertilidade para a terra. Por ser uma Deusa do Fogo, e ao mesmo tempo muito associada à água, os Celtas a homenageavam no Festival de Imbolc – o Festival que celebra o fim das Trevas e a volta da Luz. Essa noite é chamada de a "Noite de Brigit". O casal Farrar comenta sobre Ela em "Oito Sabás para Bruxas":: A Lua é o símbolo de luz da Deusa e a Lua, acima de tudo, representa seu aspecto triplo de Virgem, Mãe e Velha (Encanto, Madureza/Maturidade e Sabedoria). O Luar (luz da Lua) é particularmente o da Inspiração. Assim, é apropriado que Imbolg/Imbolc deva ser a Festa de Brígida (Brigit, Brid, Brigante), a radiante Deusa-Musa Tripla, que é também uma promotora de Fertilidade, pois em Imbolc, quando as primeiras vozes da Primavera podem ser ouvidas à distância, o espírito é avivado bem como o corpo e a terra. Brígida (que também deu seu nome à Brigantia, o Reino Celta encerrando a totalidade no Norte da Inglaterra, acima de uma fronteira do Wash a Staffordshire) é um clássico exemplo de uma Divindade Pagã cristianizada sem grande tentativa de esconder o fato, ou como Frazer expressa em "The Golden Bough", pg.177, Ela é uma antiga Deusa Pagã da Fertilidade, disfarçada num puído manto cristão."Brigit foi e ainda é uma Deusa muito cultuada na Irlanda e sua presença marcante está por todos os lados. Os casais que desejavam ter filhos, mas que tinham problemas com esterilidade, faziam oferendas em Poços Sagrados, bebiam a água de fontes consagradas à Ela e pulavam fogueiras na noite dos festejos. Como um Festival do Fogo, várias fogueiras eram acesas e as pessoas as pulavam pedindo Fertilidade para os campos, para os Homens e para os animais. Atravessavam a fumaça purificadora e jogavam as cinzas na terra com a intenção de purificá-la e prepará-la para receber as sementes.


IMBOLC OU CANDLEMAS A Candelária, "Candlemas", marca o retorno da luz, símbolo de proteção e prosperidade. Em algumas partes do mundo, as pessoas ficam atentas a uma marmota emergindo da hibernação. A Imbolc tem tudo a ver com a

O termo 'spring clean', limpeza da

esperança de sucesso na época agrícola – e o desejo de um ano fértil pela frente.

casa no início da primavera, está ligado ao Imbolc, além de fazer desejos na

É um dos quatro principais festivais do calendário celta – os outros são Beltane, Lughnasadh e Samhain – e

primavera, limpar a mente e o coração e procurar novas fontes de inspiração. Entretanto, assim como muitas

tradicionalmente cai quando os estoques de comida de inverno estavam

celebrações pagãs foram incorporadas pelas crenças mais atuais e até mesmo

começando a ficar baixos no meio do inverno e a meio caminho entre o dia

convertidas, em sua essência aparecem aspectos bastante relevante do culto

mais curto e o equinócio da primavera. A festa tem suas origens no paganismo, mas também é celebrada no

primitivo e agropastoril. Brigid (também conhecida como Brighid, Bride, Brigit) é a deusa pagã da

calendário cristão sob o nome de Candelária, quando as velas são acesas para homenagear a purificação da

cura, poesia e ferraria, bem como do fogo, do sol e da lareira. Ela é adorada durante o Imbolc, pois

Virgem Maria. A palavra Candelária deriva de candela que significa vela, portanto Candelária também é conhecido como o festival da luz. É comemorado em 2 de fevereiro para homenagear a luz que afasta o mal e a morte e garante a prosperidade. As celebrações geralmente se concentram em acender fogueiras para representar o Sol ganhando força nos próximos meses, prontos para a primavera. O festival pagão de Imbolc é sobre celebrar a primavera, o início da temporada de parto e a nova vida. Enquanto isso, no calendário cristão, o festival é conhecido como Candlemas, quando as velas são abençoadas e acesas para representar uma luz guia. É hora de olhar para o futuro, para o ano que está por vir e limpar todo o velho para um novo começo.

acredita-se que traga fertilidade à terra. Ela não é adorada apenas por pagãos; parteiras e a igreja cristã prestam homenagem a Santa Brígida. Ao acender velas para Imbolc, as pessoas às vezes recitam o seguinte poema enquanto queimam alecrim, incenso, mirra ou canela.

Crédito: iStock

Hans Holbein, Apresentação de Cristo no Templo , Kunsthalle, Hamburgo

Sainte Brigitte de Kildare

¹"Toda a terra é envolta no inverno. O ar é gelado envolve a Terra. Mas Senhor do Sol, Chifrudo dos animais e lugares selvagens, Invisível você renasceu Da graciosa Deusa Mãe, Senhora de toda fertilidade. Salve Grande Deus! Salve e seja bem vindo!"

Nos Estados Unidos e no Canadá, o costume é tentar prever o fim do inverno observando uma toca de marmota.

¹. Canção popular


IMBOLC É O FIM DO INVERNO E PRENÚNCIO DA PRIMAVERA. INICIA-SE O AUMENTO DO CALOR E DO PODER DO SOL; É A VOLTA DA LUZ. SIMBOLIZA O RENASCIMENTO DA NATUREZA APÓS OS LONGOS E DIFÍCEIS DIAS DE INVERNO.


QUE O AMANHECER EM IMBOLC ACENDA MEU FOGO INTERIOR QUE SUA LUZ ME RIGORE PARA A CHEGADA DA PRIMAVERA E ME ENCHA DE CORAGEM RENOVADORA


A RODA DO ANO A Roda do Ano é o calendário litúrgico da Wica. Ela é composta por Oito Ritos Solares e sazonais onde descreve a trajetória do Sol e o Ciclo de Vida, Morte e Renascimento do Deus de Chifres são eles: Os 04 Sabás Maiores (Festivais agrícolas e pastorís; os 04 Grandes Sabás das Bruxas): Imbolc, Beltane, Lammas e Samhain; Os 04 Sabás Menores (eventos astronômicos): Ostara (Equinócio de Primavera), Mabon (Equinócio de Outono), Litha (Solstício de Verão) e Yule (Solstício de Inverno). A Roda do Ano é dividida em Ano Crescente e Ano Decrescente, de acordo com a transição do fluxo de energia (marés energéticas) que acontece justamente nos Solstícios (de Verão para Inverno e vice-versa).


OS SABATHS A Roda é Solar e representa o Ciclo de Vida, Morte e Renascimento do Deus de Chifres - mas a Deusa está presente em todos os momentos, afinal, são Polaridades Opostas e Complementares onde Um não existe sem o Outro. Os Deuses são Amantes Divinos em uma perpétua União sagrada, a que gera toda a Criação).

A Wica é uma Religião que segue os fluxos energéticos na Natureza, logo, seus Sacerdotes se conectam e celebram os fluxos da Natureza que estão ao redor deles. Vamos celebrar fertilidade quando há fertilidade; vamos celebrar a Morte quando há escassez e morte; vamos celebrar a vida quando há vida; vamos celebrar a colheita quando há colheita!

Pagãos lidam com a realidade dos dias e com tudo o que acontece a sua volta - eles não podem celebrar o invisível e o imaginário.


Quatro Sabás Maiores: que são festividades agrícolas e pastoris. - Imbolc: um Sabá que marca o fim do Inverno e o início da Primavera. Celebrado na véspera de agosto/H.Sul momento de preparo da terra para a semeadura e de lactação e amamentação dos animais; - Beltane: um Sabá que marca o fim da Primavera e o início do Verão. Celebrado na véspera de novembro/H.Sul momento de fertilização das sementes e de cio e acasalamento dos animais; - Lammas: um Sabá que marca o fim do Verão e o início do Outono. Celebrado na véspera de fevereiro - é o momento das primeiras colheitas; - Samhain: um Sabá que marca o fim do Outono e o início do Verão. Celebrado na véspera de maio/H.Sul - momento de colher o que resta e de separar e abater animais.


Quatro Sabás Menores: que são eventos astronômicos, ou seja, são os solstícios e os equinócios. - Ostara: é o Equinócio de Primavera (ou Vernal), o auge da estação. É quando dia e noite se igualam, para depois os dias ficarem cada vez mais longos (a luz prevalece sobre a escuridão). Celebrado entre os dias 20 e 24 de setembro/H.Sul; - Litha: é o Solstício de Verão, o auge da estação e o dia mais longo do ano - é o poderio Solar. Celebrado entre os dias 20 e 24 de dezembro/H.Sul; - Mabon: é o Equinócio de Outono, o auge da estação. É quando dia e noite se igualam novamente para depois as noite se tornarem cada vez mais longas (a escuridão prevalece sobre a luz). Celebrado entre os dias 20 e 24 de março/H.Sul; - Yule: é o Solstício de Inverno, o auge da estação e a noite mais longa do ano. Celebrado entre os dias 20 e 24 de junho/H.Sul.


Somos pessoas que sentem, vivenciam e respeitam a Natureza que se mostra diante de nós. Somente assim, fazendo parte e interagindo com ela e com os seus fluxos naturais o tempo todo, podemos celebrar e compreender os Oito Sabás da Roda do Ano. O espaço natural como um meio dinâmico, ativo, passivo, de ação, transformação e transmutação. É muito importante refletir e considerar todas as sensações e reconhecer nos mitos da roda do ano com os ciclos da estações, seus aclives, clímax(auge) e declives, e do tempo de planejar, arar, semear, plantar, colher, guardar, distribuir e tudo retorna novamente, todos os seus ciclos e todas as suas fases.

Alinhar nossas necessidades com as oportunidades de aprendizados, junto aos ciclos que tem função de facilitar nossa própria evolução, através de instruções específicas de nossa própria vontade e também sem ser, conexões que nos ajudam além de tudo a entender , vivenciar, superar ou aceitar nossos limites.


Gustave Moreau (francês, 1826-1898). O triunfo de baco

BACO O triunfo de Baco, pintado por Gustave Moreau em meados de 1970, provavelmente representa o máximo do renascimento para o pintor. Baco como um jovem, magro e nobre deus que cavalga heroicamente em sua carruagem sozinho, deslumbrado dramaticamente por sua roupa vermelha esvoaçante e auréola dourada.


Esta figura jovem, banhada em luz, está mais de acordo com as representações de Apolo do que Baco, embora os dois deuses sejam considerados em tradições mais contemporâneas como a antítese um do outro, os gregos consideravam Apolo e Dionísio, que são irmãos, complementares um ao outro. Moreau, um artista também dedicado estudante da tradição e mitologia clássicas, muito provavelmente estava ciente desse fato. Baco deve ter tido um apelo especial por causa da associação mitológica do próprio deus com o renascimento.

Imbolc e o Tirso O Tirso (Tirsus, Thyrsus ou Thyrsos) é um Instrumento sagrado e associado à Dionísio/Dioniso (ou Baco). É um bastão ornamentado com folhas de videira, hera e, muitas vezes, com uma pinha na ponta. Dionísio - o Deus da Natureza, do vinho e da embriaguez; da loucura, do êxtase, da licenciosidade e da selvageria. Um Deus da Vida, da Vitalidade e da Fertilidade que tem como seu principal símbolo, a vinha.


Mas como um Deus da Natureza, Ele não pode estar presente apenas na vinha e, por isso, também era conhecido como o "Portador da floração e dos frutos", o responsável pela abundância na Natureza. Ele não estava presente somente no vinho, mas nos líquidos, fluídos, seivas e sumos em geral. Ele era o fogo, o símbolo da Vida, que corria no interior das plantas e nas veias dos animais.

Durante o Inverno, a vinha parece estar seca, estéril e morta, mas com a volta da luz e do calor do Sol (com o prenúncio da Primavera, época de renascimento), ela renasce e floresce. Por isso, assim como Dionísio, a vinha e a hera também possuem duas vidas. Mas, enquanto a vinha necessita de luz e calor, a hera reage ao contrário - mesmo com pouca luz e calor, ela dá folhas verdes no Inverno, no frio e à sombra.


A vinha embriagada de luz, é filha do calor e gera um fluxo incandescente que inflama o corpo e a alma quando ingerido. A hera, por sua vez, sugere a noite e a morte. Sua natureza contrapõe-se à natureza do fogo, e talvez seja por esse motivo que, no mito do nascimento de Dionísio, folhas de hera o protegem das labaredas que consomem o corpo de sua mãe, atingido pelo raio de Zeus". O simbolismo da pinha não está perdido só em culturas antigas, assim como na Índia algumas tradições ensinam seus seguidores a despertar o Terceiro Olho, ativando seus “chakras”. O tirso de Baco com a pinha na ponta e ramos de era, o caduceu de Hermes, a vara de poder com sete nós que representa a coluna vertebral com os seus sete centros ou chakras (Leadbeater). Este contexto representa um processo simbólico da expansão da consciência que acompanha a abertura da glândula pineal e do despertar do Terceiro Olho. A pinha, fruto, possui mecanismo de defesa e proteção das sementes do mal tempo, e exerce funções específicas quando submetidas ao Sol (expande), Água (recolhe), e sua flexibilidade de acordo com o “tempo de amadurecimento” para dispersão de suas milhares de sementes. Então não seria razoável fazer certa analogia entre a glândula pineal e a própria pinha?


O Tirso é um Instrumento característico, um longo bastão, lança ou dardo, terminando em forma de

Finalmente, o Tirso é "a representação da nossa dualidade, senhor, poderoso e venerado, caro Bacante

pinha e ornado de hera, flores, folhas de vinha ou

da Beleza misteriosa apaixonada.

de uvas. Um poema em prosa de Baudelaire, dedicado a Franz Liszt, mostra sua simbologia - "De início, "é um emblema

O Bastão é a sua vontade, certa, firme e inabalável; as flores são a divagação de sua fantasia em torno de sua vontade, é o elemento

sacerdotal nas mãos dos sacerdotes e sacerdotisas celebrando a Divindade de que são intérpretes". Depois, essas hastes, flores, folhas, esses frutos entrelaçados parecem executar "um místico fandango em redor do Bastão hierático"

feminino executando ao redor do macho suas piruetas maravilhosas. Linha reta e linha arabesca, intenção e expressão, rigidez da vontade, sinuosidade do verbo, unidade do objetivo, variedade dos meios, amálgama todo-poderoso e

e


Este cajado representa prosperidade, celebra a Divindade do Espírito da Floresta. "Homens e animais podem ser mortos com o "Thyrsus", não por meios naturais, mas pelo Poder Sobrenatural que reside nele. Embora talvez a verdadeira origem desses mistérios, bem como do próprio deus Dionísio, deve ser procurado na Ásia, possivelmente na Babilônia. O Tirso é um símbolo da fertilidade, vida e renascimento. Além de estar ligado as iniciações (mistérios Eleusianos). Representa assim como o próprio sabá de Imbolc a volta da luz, do calor e do poder fertilizador do Sol, a volta da fertilidade na Natureza.


O ARADO UMA FERRAMENTA DOS CÉUS A Ursa Maior é uma das constelações mais famosas do hemisfério celestial norte, também é conhecida em outras partes do mundo como "O Arado".

https://in-the-sky.org/

Dentro da constelação Ursa Maior há uma coleção menor de estrelas chamada de Arado. Se você desenhar uma linha imaginária para cima, a partir das últimas duas estrelas do Arado, você encontrará Polaris, também conhecida como a Estrela do Norte. Segundo o site "Astronomia - Núcleo de Astronomia, Centro Ciências Viva do Algarve": "Ursa Maior - Uma das 48 constelações de Ptolomeu. É uma das constelações mais conhecidas, tendo sido mencionada por poetas como Homero, Spenser, Shakespeare, Tennyson e

littleastronomy.com/

Bertrand Cantat. O finlandês conto épico Kalevala menciona-a, e Van Gogh pintou-a de cabeça para baixo. Ursa Maior é uma grande constelação, a terceira maior. É mais conhecida pelo "Arado", certamente o asterismo mais famoso do céu. A constelação oferece um grande número de objetos, alguns bem conhecidos, outros nem tanto, e uma estrela que há uns anos esteve nas notícias por ter pelo menos um planeta "temperado" à volta dela. As estrelas são razoavelmente brilhantes e muito dispersas. Embora a constelação seja muito maior do que costumamos ver, ela estende-se mais para Sul, com xi Ursae Majoris (Alpha Australis), perto de Leão e Caranguejo. A constelação em si não tem nenhuma forma memorável; apenas alguns conseguem

https://starwalk.space/

descobrir mesmo a ursa. Sendo assim, apenas a forma do "Arado" é mais conhecido. As estrelas que o formam são 7, e seguem o alfabeto grego, o que faz com que sejam fáceis de memorizar. Além de alpha Ursa Majoris, do arado fazem parte beta, gamma, delta, epsilon, zeta e eta. Este asterismo particular tem também uma grande história, visto em muitas culturas como uma carroça. As sete estrelas não se estão a mover na mesma direcção, e ao fim de muito tempo, o asterismo irá desaparecer. Na realidade, foi há "apenas" 50 mil anos que se discerniu um bonito arado." As Leis Universais estão presentes o tempo todo diante de nós: "Assim

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como é em cima, é embaixo; e como é embaixo também é em cima" ; "O Microcosmo é um reflexo perfeito do Macrocosmo e vice-versa".


O ARADO A aradura foi a principal operação agrícola para o desenvolvimento das diversas culturas, e a sua importância é conhecida desde as mais remotas eras - os antigos romanos, gregos e egípcios o utilizaram e o desenvolveram. O Arado é uma importante ferramenta agrícola e de muito significado em Imbolc. Os campos estão inférteis e adormecidos, e é com a ação do arado e com seu poder ativo (masculino), que a terra

pt.dreamstime.com, campos arados de Deméter

(feminino) sairá dessa dormência e será, mais uma vez, fecundada. É o Arado Masculino-ativo trabalhando a terra Feminina-passiva para

Imbolc é um momento de

que haja fertilidade nos campos. “O mito da aventura de Deméter nos campos arados três vezes

preparo da terra (planejamento,

indica um rito de fertilidade que sobreviveu até há pouco tempo nos

organização

Bálcãs: a Sacerdotisa do cereais copulava em público com o Rei

esquematização)

Sagrado no período da semeadura outonal, para assegurar uma boa

proximidade

colheita. Na Ática, o trabalho de arar o campo era feito primeiro na

Equinócio

de littleastronomy.com/ Ostara (o Vernal), aí sim

Primavera.

estaremos

no

Daí,

depois

da

colheita

do

Verão,

arava-se

da e,

ideias, com

a

momento

(semear,

da

perpendicularmente com uma relha mais fina e, por fim, quando se

semeadura

por

as

haviam oferecido os sacrifícios aos Deuses da lavoura, arava-se de

mãos na massa, ação). Quem

novo na direção original durante o mês outonal de pianépsio, para

aprende a lidar com a terra -

preparar a semeadura.” (Robert Graves, Os Mitos Gregos)

quem passa por todo esse ciclo

“A Triptólemo, Demeter deu trigo para semear, um arado de

e o respeita - aprende a esperar

madeira e um carro puxado por serpentes e o mandou percorrer o

e a ser paciente. Não podemos

mundo todo, ensinando à Humanidade a Arte da Agricultura. Mas

apressar o que não cabe a nós,

primeiro deu-lhe algumas aulas na planície Rariana, motivo pelo qual

afinal, tudo tem o seu tempo

há quem o chame de filho do Rei Rarus. E a Fítalo, que a havia tratado

certo. Mas lembrem-se sempre

com gentileza às margens do Rio Cefiso, ela deu uma figueira, a

que a Roda do Ano, com todos

primeira jamais vista na Ática, e ensinou-o a cultivá-la.”

https://starwalk.space/ os seus ciclos, acontece todos

(Robert

Graves, Os Mitos Gregos)

os dias dentro de nós.

Imbolc, como um Sabá Maior, marca uma fase muito importante na

Estamos atravessando as

vida do homem que dependia da agricultura e da criação de animais

marés energéticas de Imbolc, e

– o momento do preparo da terra para uma posterior semeadura.

o que nós estamos fazendo para

Com o fim do Inverno, era o momento de começar a preparar os

preparar o nosso campo, seja

campos para o plantio. Após esse período de hibernação na

ele interno ou externo? Estamos

Natureza, devido à friagem, às geadas e ao degelo, o solo precisava

realmente fazendo alguma coisa

ser remexido e tratado para receber as novas sementes. Assim, para

ou estamos, como de costume,

incentivar a volta da vida aos campos e a fertilidade para a terra,

lamentando-nos de tudo?

vários festejos eram realizados para o derramamento de leite no solo,

Lamentações não movem o

para a benção das sementes e, naturalmente, para a consagração das

arado, e um campo que não está

ferramentas agrícolas – sendo que a mais importante e honrada era,

devidamente

preparado

não

pode receber as sementes! https://www.facebook.com/Wica-GardnerianaManifesto-Gardneriano-1081143858578699/

com toda certeza, o ARADO.


A descoberta da agricultura foi lenta e gradual,

O ARAD0

porque, o homem descobriu que as sementes geravam outras plantas, mas para isso era preciso um novo tipo de trabalho. Para construir uma cabana de barro, pedra ou madeira era necessário também, criar novas ferramentas e uma técnica

Não foi por acaso que no Neolítico iniciou-se a domesticação de plantas e animais, levando ao processo de sedentarização, auxiliando na criação de condições de vida para a permanência em um mesmo local. O acúmulo de experiências de trabalho e o desenvolvimento da linguagem para a comunicação durante as atividades permitiram aos homens, ao longo de milhares de anos, criar novas formas de relações coletivas entre si. O aumento da complexidade das atividades laborais permitiu, ainda durante a sedentarização, a criação das primeiras aldeias. Nelas, era possível desenvolver a agricultura e observar o crescimento das plantas mais de perto, bem como escolher os animais para guarda e proteção, acumulando conhecimentos para a reprodução de uma vida em situação mais segura que a vivenciada no nomadismo. Marcado entre 12 mil e 4 mil a.C., o período Neolítico também é caracterizado pelo surgimento da metalurgia, pelo começo do comércio através das trocas de alimentos excedentes, além da organização em grupos – tribos,clãs, aldeias, cidades – e da divisão de poderes. Nas ferramentas, a metalurgia possibilitou a criação de lanças, machados e outros materiais desenvolvidos que melhoraram o desempenho na caça e nas atividades desenvolvidas diariamente.

inovadora. Para plantar, de modo a ter uma lavoura razoável, que alimentasse o grupo de pessoas reunido naquela região, os homens descobriram que era preciso arar e preparar a terra. Isso era feito com ferramentas primitivas que foram ficando cada vez mais adaptadas às necessidades do momento. Era preciso controlar as águas das chuvas e dos rios próximos, criando formas de irrigar as plantações, o que demandou praticamente um pt.dreamstime.com, campos arados

trabalho de engenharia. Tudo isso se transformou de Deméter num imenso desafio que possibilitou o surgimento de tecnologias impensáveis para o antigo nômade, mas

que

possibilitaram

o

surgimento

das

comunidades primitivas. Os instrumentos utilizados eram manuais, consistindo em pequenas ferramentas de pedra,

littleastronomy.com/

madeira e, posteriormente, de ferro, que são as

primeiras matérias-primas empregadas para elevar a produtividade no campo. A força de tração ficava por conta de animais e veículos conhecidos como carroças. As ferramentas foram se desenvolvendo aos poucos e gradualmente, o homem reconheceu o valor de tais implementos agrícolas, uma vez que facilitavam o trabalho no campo e, ao mesmo tempo, elevavam significativamente os resultados na produção. Com isso, muitas ferramentas e objetos foram criados para intermediar a relação do homem com a terra e sua fertilidade, seu semearhttps://starwalk.space/ e cultivo, tão importantes para a sobrevivência humana. Vemos a utilização do machado, da foice, da gadanha, joeira, enxada, ancinho, garfos e do arado. É curioso observar que muito se fala sobre a foice, por exemplo, mas quase nada sobre o arado. Esta ferramenta é uma das mais importantes no processo do plantio, pois é através dela que a terra é remexida, revirada, renovada e preparada para a semeadura e para um novo ciclo agropastoril.

https://stihi.ru/2021/04/22/4662


E é ainda um símbolo de fecundação e de

Portanto, podemos afirmar que o Arado, a mais

fertilidade. Sua própria função, rasgando a terra

antiga máquina utilizada pelo homem do campo,

para que depois receba as sementes que em breve

foi um marco na Revolução Agrícola.

germinarão, traduz esse simbolismo de que o arado

Em síntese, observando com atenção o momento

masculino fecunda e fertiliza a terra feminina. Na

que vivemos na natureza de Imbolc, onde a vida

China Antiga o Imperador dirigia pessoalmente o

começa a retornar aos campos bem devagar e o

trabalho do "arar ritualístico".

frio gradativamente vai perdendo espaço para o

Na Mitologia Nórdica, Gefjon, Deusa da fertilidade,

calor solar. É hora de nos purificarmos e nos

aparece como “aradora”. Na Bíblia vemos o arado

prepararmos internamente e externamente para

como um símbolo da paz em oposição à espada.

uma nova jornada pelo lado claro da Roda.

No céu também há uma representação através do

É tempo de nos livrarmos das coisas velhas,

asterismo do Arado (um grupo de sete estrelas

mortas, sem finalidade e utilidade e começarmos a

brilhantes na constelação da Ursa Maior) qual foi

revirar

considerado no passado como um símbolo da

novamente, de remexer o fundo das coisas, revirar,

energia celestial que criou a diversidade da

retirar e nos livrarmos do peso do passado para que pt.dreamstime.com, campos arados

unidade primordial.

tudo.

É

o

momento

de

haja a renovação de uma nova fase.

buscarmos

de Deméter

No mito de Deméter, ela, em um determinado

Para podermos colher as riquezas das profundezas

momento, apaixona-se por um mortal e juntos

da terra, devemos fazer por merecer e o começo

unem-se sexualmente em um terreno “três vezes

disso está na ação de arar, refazer, renovar e

arado”. Esse mito possivelmente está relacionado

recomeçar! De dentro para fora e de fora para

com uma prática específica onde o camponês

dentro.

dormia com sua esposa na terra "três vezes arada" com a finalidade de “provocar” a vegetação. Joseph Campbell nos fala sobre a invenção do arado como o momento em que o homem tomou para si o controle sobre a agricultura, quando a simulação do coito com o arado penetrando a terra, se torna uma figuração mítica dominante. Lásion, portanto, um mortal associado ao arado, liga-se à Mãe Terra. É Demeter que ensina a Triptólemo os mistérios da agricultura e do arado, concedendo-o uma carruagem de dragões alados, dando a ele o trigo que foi semeado na Terra toda a partir do céu. Após esse período de hibernação na Natureza, devido à friagem, às geadas e ao degelo, o solo precisava ser remexido e tratado para receber as novas sementes. Assim, para incentivar a volta da vida aos campos e a fertilidade para a terra, vários festejos eram realizados para o derramamento de leite no solo, para a benção das sementes e, naturalmente, para a consagração das ferramentas agrícolas – sendo que a mais importante e honrada era, com toda certeza, o ARADO. A aradura foi a principal operação agrícola para o desenvolvimento das diversas culturas, e a sua importância é conhecida desde as mais remotas eras - os antigos romanos, gregos e egípcios o utilizaram e o desenvolveram. Vida da aldeia do artista Mark Keathley


IMBOLC E O AÇOITE "Os rituais foram elaborados, apesar de bastante eruditos, como um nonsense verborrágico e pretensioso: o conhecimento se provou sem valor, mesmo onde estava correto; pois é em vão que pérolas, mesmo que não tão claras e preciosas, sejam dadas aos porcos. Os ordálios foram transformados em desprezo, sendo impossível que qualquer um ali falhasse. Candidatos inaptos foram admitidos, por nenhuma razão melhor do que a sua prosperidade mundana. Resumindo, a Ordem falhou em iniciar." Aleister Crowley, em "Os Livros Sagrados da Thelema"

znaeteli.ru

O Açoite é um dos principais instrumentos dos Wica, necessário em TODOS os rituais. Seu principal uso é o da

dreamstime.com

PURIFICAÇÃO, mas também é usado, junto com a corda, para a atingir estados alterados de consciência e transe. É feito com um cabo de madeira ou algum material natural, e suas tiras são normalmente de couro, mas também podem ser de outros materiais como crina de cavalo. Agora, antes de qualquer outra coisa, há duas ideias errôneas comuns que precisam ser apontadas. Primeiro, apesar de ser um ORDÁLIO, o Açoite não é usado para machucar nem flagelar ninguém e, purificação não significa apenas “purificação dos pecados por mortificação”. Segundo, que a Wica não é um clube de sexo BDSM, e Corda e Açoite não são um fetiche. Ambos são distorções e não tem nada com a Wica. Como estamos chegando perto de Imbolc, é uma época

https://starwalk.space/

especialmente propícia para falarmos sobre o Açoite, que ressoa tão bem com o espírito da época e, encontra em festivais antigos que celebravam essa mesma chegada, seu uso em destaque. No hemisfério norte, o início da primavera é em fevereiro, mês nomeado pelo festival de Februa ou Februalia, ligado ao antigo Deus romano e etrusco Februus, o purificador da primavera, ligado ao submundo, à morte, mas também riquezas e fertilidade. Depois está ligado a Febris, Deusa da febre, que era vista como purgativa, junto ao suor que acompanhava, e parte da cura. Era o calor purificador, a febre e o suor que tiravam os maus do corpo, o calor do sol voltando que sacudia o frio mórbido, o manto do inverno.

Conrad Dressler (1856-1940) - Lupercalia (1907)


Na mesma época havia o festival de Lupercália, em honra a Lupercus, que diziam

conduzir e movimentar a nação. Mas também podem ser vistos como

usar apenas um cinto de couro de bode.

instrumentos no caminho espiritual do Sacerdote -

Um dos ritos do festival de Lupercália era

e o Faraó era um Governante Deus-Rei-Sacerdote -,

onde as mulheres corriam nuas pelas ruas

movido pela doçura do cajado e a severidade do

sendo açoitadas pelos homens com Açoites feitos de tiras de couro de bode. Acreditavase

que

isso

ajudava

no

parto

para

as

mulheres grávidas e ajudava na concepção para as que queriam ter filhos - o rito as purificava e ajudava a trazer fertilidade. As batidas faziam o sangue correr e o calor vivificava o corpo. Tudo com um espírito

açoite. São também representantes do aspecto dual da divindade masculina, cujo poder fálico é a via para a fertilidade, mas também para as durezas do nascimento consequente, ambos aspectos de poder criativo, da morte e renascimento do Deus. Podemos ver ecos desse simbolismo em tradições cabalistas e esotéricas ocidentais com as colunas

brincalhão, com risos e alegria como parte da

da Misericórdia e da Severidade, e também na

celebração. Renovação no ar.

Wica, com o Beijo e o Açoite.

Outro exemplo notável do Açoite vem do

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O açoitar é a batida que separa a sementede do Deméter

antigo Egito onde o Deus Osíris, Deus da Morte e

caule materno, tornando-a uma entidade em si com

Renascimento, segura em uma mão um cajado e na

todo o potencial de uma nova vida. O pequeno

outra um mangual, que é uma espécie de Açoite de

tapa que ajuda o bebê a dar seu primeiro fôlego,

madeira usado para debulhar o trigo, que é o ato

separado do útero materno, tornando-se com essa

de bater para separar as sementes dos caules, mas

primeira tragada de ar, uma vida com alma própria.

que também pode ser o Açoite usado pelos pastores no manejo de animais. Ambos são ferramentas usadas no campo, o cajado para conduzir e guiar gentilmente os animais, e o Açoite para movimentá-los e também separar as sementes da planta. Representam o poder do Faraó em

Ele entra no mundo com todas as suas dores. Da mesma forma o açoitar ritual separa o espírito do corpo que o abriga, dando-lhe vida e a consciência do verdadeiro indivíduo, aquele que não pode ser dividido, pois é um com o Todo.

O Parlamento dos Pássaros - uma pintura a óleo de Carl Wilhelm de Hamilton


Acorda o corpo de seu torpor, como os raios do sol acordam a terra na primavera, e o arado remexe o solo preparando-o

para

receber

a

semente. O Açoite é capaz de fazer a força vital acelerar, aquecendo o espírito como

fogo,

transformando-o

da

mesma forma que as chamas do Alquimista transformam a matéria baixa na pedra filosofal. É a severidade do pai tempo, incessante, gerando e devorando seus filhos. O incentivo que faz os cavalos

da

carruagem do Sol pt.dreamstime.com, campos arados

correrem pelos céus. Energia, calor, o de Deméter movimento que anima o mundo. A purificação do caminhar, deixando todas as vestes para trás, a dor de aprender, a dor de viver e de desfazer-se no amor que é, com certeza, a maior aventura de todas! Está mais do que óbvio que o Açoite é um Instrumento de Purificação. Contudo, se nós formos examinar profundamente as consagrações tradicionais, veremos que existem palavras que expressam influências estranhas para a Arte, tais como “ilusões”, “espíritos imundos”, “demônios”, “impurezas do mundo do fantasma”, etc. Aqui, o processo de exorcismo é também um processo de purificação dos elementos que destrói todas as vibrações do mundo material, trazendo pureza para o rito. Quando nos referimos à pureza, então temos que considerar o termo “puro” no contexto das consagrações e do Açoite. Durante o Açoite estamos nus em nossos ritos, e isso nos lembra de que somos realmente livres de todos os pensamentos que podem prejudicar o trabalho e nossa comunicação com os Deuses Antigos, estamos livres para experimentar os ensinamentos que a vida nos dá, simbolicamente representados pelo Açoite, livres dos ornamentos artificiais da cultura que são as impurezas que nós cobrimos com nossas roupas. Ou seja, todas essas práticas nos tornam puros de intenção, limpos e honestos em nossas relações com as pessoas e com o mundo e tais técnicas, além de tudo, nos proporcionam a entrada em estados alterados de consciência e a elevação do poder entre mundos. O Açoite também é usado na indução de transe na Bruxaria Tradicional Britânica, e como comentou Doreen Valiente: “O que Old Gerald descreveu é um método muito prático de fazer magia. Eu falo por experiência quando digo que ele faz o que ele dizia fazer, e eu não me importo com o que algumas pessoas dizem sobre ser excêntrico ou o que for.” Naturalmente que o Açoite deve ser usado somente por um Sacerdote e/ou Sacerdotisa que aprendeu as técnicas, sob o perigo de seu uso acabar se tornando apenas em gestos vazios com nenhuma qualidade mágica. Nós ainda prezamos pelos ensinamentos originais legados por Gerald Gardner, onde o uso do Açoite, essencial e de extrema importância, deve estar presente em TODOS os Ritos e aplicado da forma correta - afinal, ninguém pode permanecer no Círculo sem ser devidamente purificado; e lembrando sempre que "A Água purifica o corpo, mas o Açoite purifica a Alma".


EM SUMA, O AÇOITE PODE SER USADO PARA ALCANÇARMOS CINCO FUNÇÕES PRINCIPAIS NA BRUXARIA:

- EXPULSAR ENERGIAS NEGATIVAS, OU SEJA, PROMOVER UM MOVIMENTO DE ENERGIA, CENTRAMENTO E ESTADOS ALTERADOS DE CONSCIÊNCIA; - LIMPEZA FÍSICA E PURIFICAÇÃO; - TESTES DE RESISTÊNCIA ELEVAÇÕES DE GRAU;

NAS

INICIAÇÕES

E

- EXPULSAR ENERGIAS NEGATIVAS, OU SEJA, PROMOVER UM MOVIMENTO DE ENERGIA, CENTRAMENTO E ESTADOS ALTERADOS DE CONSCIÊNCIA; PASSAGEM PELOS ESTIMULAÇÃO SEXUAL;

MISTÉRIOS

SÍMBOLO DE SOBERANIA, SEVERIDADE GOVERNO SOBRE A ORDEM SOCIAL.

NA

E


FOGO TRANSFORMADOR "Nunca alcançarás o conhecimento de nada se não vieres à minha forja." O Museu Hermético Alquimia e Misticismo", de Alexandre Roob Sobre a Metalurgia, a Arte da Forja, Mircea Elíade, em seu

Jan Pirnat Photography

livro "Ferreiros e Alquimistas", comenta: "Da união dos minerais Enxofre e Mercúrio, surgem todos os outros minerais" (para quem já leu o básico do básico sobre a Alquimia, sabe do que ele está falando). Ele continua: "O Bergbüchlein recorda as tradições segundo as quais os astros regem a formação dos metais. A Prata "cresce" sob a influência da lua. E os filões são mais ou menos argentíferos (são aqueles que contém Prata) segundo sua situação referida à "direção perfeita", assinalada pela lua. O Ouro, como é natural, cresce sob a influência do sol. Assim como o metalúrgico transforma os minerais em metais, acelerando o crescimento começado no interior da terra, o Alquimista sonha prolongando esta aceleração, coroando-a com a transmutação final de todos os metais "ordinários" no metal "nobre", que é o Ouro". Percebam que quase todos esses Ofícios usam o Fogo como agente de Transmutação. No caso do Ferreiro, os minerais são encaminhados aos fornos (os fornos são matrizes artificiais onde os minerais, os "embriões", concluem sua gestação. É no forno, no intenso calor do Fogo, que se conclui o processo de maturação). É aí que entra o grandioso trabalho do Ferreiro com suas Ferramentas de Trabalho (Instrumentos do Ofício): o Martelo e a Bigorna. Assim como os minerais possuem distinção de gêneros, podemos dizer o mesmo do Martelo, que é considerado Macho, e da Bigorna, que é considerada Fêmea. E, através do Fogo e de várias técnicas, ele transforma um mineral (matéria vivente ctônica) em um Metal: o Ferro. Vejam que durante o processo da Forja, o mineral trabalhado com o Fogo, sofre, morre e renasce, ou seja, ele é transmutado. Sempre associados aos Deuses Ferreiros podemos mencionar o Subterrâneo, o Submundo, o Mundo Ctônico, a caverna, o forno (quanto aos fornos, a sua construção está rodeada de mistérios e constitui, por si só, um ritual propriamente dito), a Bigorna, o Martelo, o Fole e os Mistérios da Transformação. Analisando cada Mitologia (das mais diferentes época, Povos e culturas) podemos perceber que todo ferreiro (ou Deus Ferreiro ou Deus do Martelo) fica no Subterrâneo, em um Poço ou em uma Caverna. gamerwall.pro


A Descida ao Submundo - aos Reinos Infernais também chamados de "Hades" - acompanhada pelo posterior retorno à Luz (a ascensão), corresponde à Morte e ao Renascimento do Iniciado - aquele que desce ao Mundo Inferior, que enfrenta o Senhor da Morte e que consegue retornar (Iniciação é Morte e Renascimento). Se pensarmos que a Descida ao Submundo é a Busca pelo Conhecimento e Sabedoria, podemos dizer que o Hades está dentro de cada um de nós, ou seja, é a busca interior, a viagem para dentro de nós mesmos. Se o Ferreiro tem como seu principal Instrumento de trabalho "o Fogo", aqui temos o fogo como agente transformador. Então, se o Hades está dentro de nós e é no Hades (no Submundo) que temos o Fogo Transformador, podemos dizer que o Fogo Sagrado, aquele que queima no Altar dos Wica, é a representação desse fogo transformador que está dentro de nós. Iniciação = Luz / Fogo = Transformação Interior; Iluminação.

Marten Eskil Winge: “A luta de Thor com os gigantes” (1872)

Fred Lamond, um Alto Sacertode Gardneriano, em seu texto "O Paradigma dos três Graus", comenta sobre um antigo Sistema de Graus que contém: Aprendiz, Artesão e Mestre. Assim como a Wica, uma Religião de Mistérios e de Transcendência, também utiliza um sistema trigradual (Iniciação/1° Grau ; Elevação ao 2° Grau e Elevação ao 3° Grau). O que significa que na Wica contêm um sistema constante de aprendizado, forja, transformação e transmutação ligado ao fogo, mas não unicamente (também em conexões com outros elementos e sistemas específicos). O fogo, na qualidade de elemento que queima e consome, é também símbolo de purificação e de regenerescência. Reencontra-se, pois, o aspecto positivo da destruição: nova inversão do símbolo. Todavia, a água é também purificadora e regeneradora. Mas o fogo distingue-se da água porquanto ele simboliza a purificação pela compreensão, até a A Temperança no Tarô Mitológico (1988) mais espiritual de suas formas, pela luz e pela verdade; ao passo que a água simboliza a purificação do desejo, até a mais sublime de suas formas — a bondade. (Chevalier e Gheerbrant, 1998) O elemento que parece ter vida, porque consome, aquece e ilumina, mas também pode causar dor e morte, é simbolicamente ambivalente. Muitas vezes é símbolo sagrado da lareira (cf. as Virgens vestais protetoras do fogo na antiga Roma), e simboliza também o Espírito Santo que, na forma de línguas de fogo, inspirou os apóstolos durante a primeira festa de Pentecostes. Acender o fogo no início do novo ano era um ato sagrado importante no antigo México. Por outro lado, tem o aspecto negativo do fogo do inferno, do incêndio aniquilador e da destruição que vem do fogo do céu, isto é, do raio, assim como do fogo vulcânico que vem do interior da Terra. (Biedermann, 1993)


ÁGUAS PURIFICADORAS A água tem um significado de vida e de morte: sem água não existe vida sobre a terra. O deserto é inóspito. A água é admirada por diferentes religiões, isso porque as suas formas e movimentos fazem parte de diversos ritos. Falando de purificação e renovação dentro de Imbolc juntamente com a ideia da importância da fertilidade, parecenos enriquecedor dar uma atenção maior à questão da força e poder das águas. Na publicação sobre Brigit, podemos ter uma boa noção do que isso representava para os povos antigos e ainda representa para as civilizações (ainda que hoje isso seja feito sem quase nenhum respeito) e também para os estudiosos e praticantes da magia. A água é um elemento presente e constante em nossas vidas.

Maja Stosic - Krupajsko vrelo

Bebemos água, tomamos banho, lavamos as mãos, usamos o vaso sanitário e damos descarga, choramos, lavamos roupa, caminhamos na chuva, ficamos admirados com fotos poéticas de mar, de rio e de cataratas, sonhamos com praias, piscinas ou cachoeiras. A água exerce um fascínio sobre nós. É fonte de vida, de purificação, de prazer e também de morte. A água afoga ou a água toma e destrói tudo o que está em seu caminho quando há enchentes, enxurradas, tsunamis, além de nos desesperar por sua falta – seja por causas naturais ou irresponsabilidade humana. Com tamanha força e presença em nossas vidas, não admira que ao longo da história tenham havido tantos poços, fontes e rios considerados sagrados por diversas culturas. Pela nosA Temperança no

A Temperança no Tarô Mitológico (1988)

Tarô Mitológico (1988)sa desconexão moderna, vários deles foram esquecidos em sua sacralidade e servem apenas de fonte natural de recursos para nós. Quem guarda essa informação são os povos nativos, já que a maioria dos locais sagrados para eles está relacionado a mitos de origem e narrativas históricas. São locais onde ocorreram fatos ligados à criação da humanidade e à origem das etnias. Embora algumas Religiões utilizem a água benta (benzida; consagrada) e a água em batismos e outros rituais, os países ocidentais parecem ter perdido esse respeito e amor por um recurso tão importante, mesmo que para os povos do deserto – de onde surgiu a fé cristã – fontes, rios e oásis eram sim algo muito especial e considerados presentes divinos.

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Falando de purificação e renovação dentro de Imbolc juntamente com a ideia da importância da fertilidade, parece-nos enriquecedor dar uma atenção maior à questão da força e poder das águas. Na publicação sobre Brigit, podemos ter uma boa noção do que isso representava para os povos antigos e ainda representa para as civilizações (ainda que hoje isso seja feito sem quase nenhum respeito) e também para os estudiosos e praticantes da magia. A água é um elemento presente e constante em nossas vidas. Bebemos água, tomamos banho, lavamos as mãos, usamos o vaso sanitário e damos descarga, choramos, lavamos roupa, caminhamos na chuva, ficamos admirados com fotos poéticas de mar, de rio e de cataratas, sonhamos com praias, piscinas ou cachoeiras. A água exerce um fascínio sobre nós. É fonte de vida, de purificação, de prazer e também de morte. A água afoga ou a água toma e destrói tudo o que está em seu caminho quando há enchentes, enxurradas, tsunamis, além de nos desesperar por sua falta – seja por causas naturais ou irresponsabilidade humana. Com tamanha força e presença em nossas vidas, não admira que ao longo da história tenham havido tantos poços, fontes e rios considerados sagrados por diversas culturas. Pela nossa desconexão moderna, vários deles foram esquecidos em sua sacralidade e servem apenas de fonte natural de recursos para nós. Quem guarda essa informação são os povos nativos, já que a maioria dos locais sagrados para eles está relacionado a mitos de origem e narrativas históricas. São locais onde ocorreram fatos ligados à criação da humanidade e à origem das etnias. Embora algumas Religiões utilizem a água benta (benzida; consagrada) e a água em batismos e outros rituais, os países ocidentais parecem ter perdido esse respeito e amor por um recurso tão importante, mesmo que para os povos do deserto – de onde surgiu a fé cristã – fontes, rios e oásis eram sim algo muito especial e considerados presentes divinos. Felizmente há algumas fontes ligadas a nomes de santos, e esses locais mantém esse ar místico e transcendental que a água sempre teve. É comprovado que a água de alguns locais é dotada de propriedades curativas especiais, e histórias de todos os tempos refletem milagres e curas ocorridos para gente que consumiu ou se banhou em certas águas. Com essas águas testadas e verificado seus teores minerais, nosso capitalismo tratou de engarrafá-las para vender como água pura da fonte ou construir ali “SPAS” de águas terapêuticas e medicinais, as quais só se tem acesso ao local e, claro, pagando um preço.


O rio Pueblo, que corre em meio à reserva que podemos visitar, nasce nesse lago e é proibido aos visitantes

sequer

tocar

naquela

água. O lago Titicaca, no Peru, é considerado um lago de águas mágicas. Esconde um sem fim de enigmas, histórias e lendas ligados ao Lago titicaca naturaleza sudamerica wallpaperup.com

misticismo

xamânico,

à

cosmologia Inca e à magia. Até o contorno do lago lembra um dos animais sagrados para os Incas, o puma. O lago também é visto como

A ideia do poço dos desejos, que pede apenas uma moeda para satisfazer nossos pedidos

uma divindade propriamente dita, Mamakhota.

ou

O rio Ganges, na Índia, é o mais

superstição, ainda se mantém e mesmo em prédios

venerado do mundo, considerado

públicos as pessoas, por vezes, insistem em jogar

pelos

moedas em algum chafariz existente. É o caso da

materna, e é usado para tudo.

piscina decorativa ao pé da escada da Harold

Como banheiro, para cremar os

Washington Library em Chicago, onde as pessoas

mortos ritualisticamente, para se

insistem em jogar não só moedas, mas até cartão de

banhar e expiar suas impurezas… é

passe de ônibus e metrô. Também há lendas de

um rio com partes muito poluídas

fontes malignas, que traziam doenças a quem dali

(embora isso em nada pareça deter

bebesse, e cujo espírito enviava maldições aos

o fervor dos Hindus dedicados),

nomes cantados às suas margens. A água é

mas com outras de água ainda

ambígua, e isso acrescenta a seu mistério.

muito pura.

mais

profundos,

seja

por

brincadeira

Hindus

uma

divindade

Por sua qualidade que dá e tira a vida, a água

A água protege, cura, traz vida e

é um dos símbolos mais antigos de tudo que é fora

nos mantém vivos. Limpa, purifica

do plano material, tudo que é além do visível. É um

e nos refresca e renova, tanto

meio de contato com os espíritos e um meio de

fisicamente

receber bênçãos e revelações do além. Os mares,

energéticos. Com isso fica mais

chuvas

e

claro de entender os motivos pelos

acalmados para que nos fossem benevolentes em

quais os povos antigos viam a

nossas viagens e travessias, pois a água sempre

Água como Divina.

e

rios

precisavam

ser

propiciados

guardou o desconhecido e deve ser tratada, no mínimo, com muito respeito. Em culturas de países mais antigos, é notável a presença e a memória dessas águas sagradas, embora muito também haja se perdido. Há rios sacros que são intocáveis por quem não é dali, como o Blue Lake do povo Pueblo em Taos no Novo México, EUA. Eles acreditam que seu povo se originou do lago, e conseguiram que o governo lhes devolvesse o local, para que os indígenas tivessem acesso irrestrito.

como

nos

campos


Água acalma O barulho de água corrente para muitas pessoas acalma e relaxa. Se você gosta deste som, coloque na sala ou escritório uma fonte de água e deixe ligada. Movimento da água energiza Água em movimento é uma fonte de energia natural e purifica o ambiente. Coloque nos ambientes uma fonte de água, uma cascata ou um aquário grande com muitos peixes. Água atrai riqueza Água é um símbolo de riqueza e prosperidade nos ambientes. Coloque ao lado da porta de entrada da casa ou na recepção da empresa uma fonte de água ou aquário. Lembre-se: tem que ser água em movimento. Água atrai luz Água pode atrair luz e cor para os ambientes. Por meio de um prisma de água que você coloca pendurado na janela ou terraço. Quando o sol bater no prisma com água, irá refletir para dentro dos ambientes cores e luz.


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